[Música] Oi gente eu sou o Guto professor de Literatura e hoje a gente vai dar continuidade às questões dos poemas e dos Poetas simbolistas vamos falar um pouquinho sobre os autores os dois principais aqui do Brasil Cruz Sou e Alfonso os Guimarães e dar uma olhadinha nesses dois poemas vamos começar pelos autores diferente dos movimentos literários que estavam acontecendo ao longo da história do Brasil e da literatura brasileira Barroco ali na Bahia arcadismo em Minas Gerais o romantismo que se expandiu por vários lugares principalmente Rio de Janeiro Realismo parnasianismo tudo isso ali no Rio de
Janeiro que era a capital do Brasil naquele período o simbolismo vai acontecer um pouquinho mais para baixo ali no Sul a os principais poetas dessa geração vão ser poetas gaúchos isso é o caso de Cruz e Souza e o que que acontece com Cruz e Souza Cruz e Souza era um homem negro numa numa sociedade extremamente racista e ele passava ele tinha muita dor e muitos problemas por conta disso isso influencia muito a forma que esse sujeito vai escrever a questão da dor do pessimismo da melancolia era a forma como ele era tratado em meio
a em meio a toda a sociedade daquele período Além disso coitado a mulher dele eh morreu de tuberculose e não só mulher como seus filhos também morreram de tuberculose então além de toda a violência eh racista que ele sofria ele ainda tinha toda uma um o problema com a mulher a mulher da vida dele que ele havia perdido os filhos que morrem todos da mesma doença todos de tuberculose e ele acaba se voltando para a Literatura e por isso que os poemas dele que são o caso desses dois poemas aqui vão estar eh vão ter
um pessimismo uma dor muito forte mas nenhum deles vai abordar o amor para com o outro mas vai abordar da existência do próprio sujeito a gente já vai dar uma olhadinha neles Cruz e Souza também tinha uma obsessão muito grande pela cor branca ele fazia isso de uma maneira irônica por conta da da cor de pele dele por conta da etnia dele para contrapor a ele sendo negro com a própria cor branca a gente vai ver que em vários poemas não é o caso desses mas em vários poemas ele tem uma obsessão por essa cor
branca a a sinestesia que essa cor branca sempre gera Claro Em contrapartida Alfonso Guimarães teve tragédias na vida a mulher com quem ele se casaria Constança eh acaba morrendo ela falece um pouquinho antes deles se casarem e todo o poema dele vai ser então dedicado a essa dor da perda a a dor da de como esse amor não foi Consumado mas de novo eh ele é um um poeta que trabalha um pouquinho mais com a questão do amor mas ele continua também trabalhando com coisas com questões existenciais ele tem um livro belíssimo um poema belíssimo
que se chama ismalia a kosak naif até pouco tempo atrás tinha uma edição maravilhosa desse livro onde você abria em espécie meio sanfonada e ela vinha cheio de ilustrações é um soneto é um soneto desse tamanho Mas a obra era er era uma obra de arte um livro artístico quem tiver a possibilidade de encontrar esse livro em algum CEO em algum procurem porque vale muito a pena chama ismalia kak naif tem uma capa marrom lindo enfim apresentando esses dois poetas para vocês essa essas questões gerais da vida deles vamos entrar nos poemas vou começar aqui
pelo acrobata da dor sempre começamos pelo título O que é um acrobata um acrobata é um sujeito que ou se pendura e fica fazendo acrobacias no ar ou é um sujeito que pega paradas e joga para cima eu não vou tentar porque eu não sei fazer enfim mas é o cara que joga faz os malabares ali vamos entrar no poema e com o que que ele faz a acrobacia com a dor a dor que ele sente ele é um sujeito portanto que não consegue jamais segurar a dor a dor dele tá sempre sendo jogada para
cima ele não tem tempo ábio ele não tem ele não tem condição de segurar essa dor e a gente vai entrar no poema e vai ver o por isso acontece importantíssimo vocês saberem que eu estou fazendo uma interpretação minha subjetiva pessoal a partir daquilo que eu consigo interpretar dentro desse poema obviamente por ser o simbolismo e as interpretações serem múltiplas e plurais vocês podem ter outras interpretações certo vamos lá gargalha ri num riso de tormenta como um palhaço que desengonçado nervoso ri num riso absurdo inflado de uma ironia e de uma dor violenta o poema
começa apresentando pra gente um sujeito que ri a risada tende a ser uma coisa gostosa uma coisa harmoniosa uma coisa eh catártica que libera as coisas e que faz bem para nós mas o riso dele não é um riso bom o riso dele atormenta esse sujeito ele é um sujeito que sente uma dor e que faz esse riso não por felicidade mas por por essa Tormenta por aquilo que o incomoda e aqui a gente já tem a primeira figura e simbólica que é o palhaço esse sujeito esse sujeito que ri num riso de tormenta se
transforma nesse palhaço que desengonçado nervoso ri num riso absurdo inflado então um riso que vai crescendo assim como a dor que esse sujeito Tá sentindo o o absurdo e o inflado Eles não estão aqui aleatoriamente isso tudo vai crescendo vai inflando esse sujeito e a dor que tá inflando ele não é a cidade de uma ironia e de uma dor violenta então é uma dor que que que dilacera ele por dentro tem toda uma questão pessimista aqui obviamente da gargalhada atroz sangue no lenta uma gargalhada que parece que tá toda vez que ele ri algo
corta ele por dentro algo arranha ele por dentro faz ele sangrar Essa risada é uma risada que causa todo tipo de dor tanto física quanto espiritualmente agit os guisos convulsionando salta gavr salta Clown varado pelo estertor dessa agonia lenta quero chamar a atenção de vocês a questão dos guisos porque é importantíssimo isso o guiso é aquele cinho que muitos palhaços T Mas acima disso é o cinho da vaca o o poeta tá chamando a gente de gado nesse momento ele tá virando pra gente dizendo ó você sujeito que que é obrigado a fazer malabares com
a sua dor constantemente todos os dias você é gado como é que a gente entra nisso Olha que coisa louca e eu acho assim pô Ema sensacional por conta disso ele tá colocando que a gente não consegue reter a dor porque o próprio mundo não permite que a gente tenha tempo para isso porque a gente é gado a gente é criado pro abate enquanto seres humanos na sociedade que a gente se coloca e pensa que ele escreveu isso em 1800 e Bolinha isso é extremamente atual a gente é colocado como gado a gente nasce para
ser abatido e a gente nasce para ser abatido é sempre sentindo essa dor e tendo que camuflar essa dor de alguma forma até o momento desse abate é muito importante a gente ter a noção do que é essa dor Como que essa dor fere esse sujeito e como que esse sujeito não retém a dor Exatamente porque o mundo não permite ele tem que fazer acrobacias porque ele não pode parar e sentir a própria dor sentir os próprios eh as próprias coisas que habitam esse sujeito Então isso é muito importante a gente levar em consideração também
pra gente ver que é uma poesia que trabalha com uma questão existencial uma poesia que trabalha com um eu dessa maneira mais subjetiva salta gavroche salta e convulsionando ele não tá tranquilo ele tá ele convulsiona enquanto ele sente essa dor ele convulsiona sabendo que ele é criado pro abate sabendo que ele é criado para ser abatido E caso ele morra ele é simplesmente substituído socialmente continuamos pelo estertor e tudo isso ele vai fazendo esses malabares no estertor de uma agonia lenta então imagem poética para vocês imagina que esse palhaço tá fazendo os malabares num num
num fio eh estreit simo entre dois pontos e embaixo dele existe um abismo infindável um abismo infinito e se esse cara esse cara ele só consegue se equilibrar porque ele faz os malabares ele só consegue se equilibrar porque ele tá Malabarizando se ele segurar ele perde o equilíbrio se ele sentir a dor ele perde o equilíbrio desse mundo que colocam para ele que ele é criado enquanto gado E se ele segurar e perder o equilíbrio ele cai nesse infinito ele não quer se cair nesse infinito embora ele saiba que ele vai ser descartado Em algum
momento o momento que ele não aguentar mais ignorar os seus próprios sentimentos é o momento da sua própria morte enfim pedem-se Bis e um bis não se despreza quem pede o bis a própria sociedade a própria sociedade faz com que esse sujeito faça as mesmas coisas todos os dias a gente pode entrar aqui numa questão do cotidiano na questão da exploração do do trabalho enfim n questões e e Essa sociedade pede um bis pede Que ele continue fazendo esses malabares e imagina que as pessoas que pedem esse Bis também tão sobre fios extremamente estreitos fazendo
seus malabares também em vez de todos pararem e descerem é como se a gente motivasse essa questão Então pede se o bis faz isso mais ele conseguiu atravessar ele conseguiu descer do fio e ele tem que voltar e ele não despreza porque se ele desprezar ele é expulso dessa sociedade ele não consegue pertencer a esse lugar vamos retea os músculos retesa nessas macabras piruetas de aço ele não tá falando nessas macabras piruetas felpudas nessas macabras piruetas ou nessas felizes piruetas de arco-íris São macabras a ideia do macabro já extremamente pesado piruetas de Aço uma coisa
fria uma coisa dura então a própria vida dele a própria forma como ele leva essa vida é extremamente dura e fria ele não consegue se sentir enquanto ser nesse momento e para finalizar e embora caias sobre o o chão fremente embora em algum momento ele segure essa dor ele decida sentir dor ele desequilibra ele caia lá de cima no abismo é afogado em teu sangue estuoso e quente e daí ele trabalha aqui muito com essa questão da anestesia o sangue vermelho o toque do do sangue a o tato sensível do sangue a questão do do
calor também e embora ele esteja jogado ali no fundo todo quebrado todo ensanguentado e ele ri ele continua rindo porque a gente retoma aqui o começo nessa sociedade ele é preciso rir para que ele não caia coração tristíssimo palhaço esse palhaço Somos Todos Nós seres humanos esse palhaço é uma simbologia para nossa condição existencial Então esse poema trabalha com as questões do pessimismo essa questão da sinestesia com toda a questão do subconsciente eh com toda a questão das imagens insólitas Afinal eh não existe um palhaço que joga a dor para o alto os malabares são
o símbolo da própria Dor Desse sujeito também Lógico o poema ele consegue ser muito mais aprofundado o poema consegue ser muito mais debatido podem ter diversas outras interpretações vocês viram que em momentos eu até dei três interpretações pra mesma coisa então tudo isso é bacana da gente comentar da gente e tentar discutir Bom enfim esse é o acrobata da dor Ele é bem pessimista Ele é bem pesado ele dá um choque de realidade na gente para que a gente entenda o que essa nossa existência nesse meio social e como a gente nega a existência real
a felicidade por conta disso tudo isso é muito importante a gente levar pra vida não só para o Enem ou vestibulares mas então vamos entrar aqui no cavador do infinito o cavador do infinito é um poema muito sensacional também já peço desculpas desde já porque eu sei que o vídeo vai ficar um pouco longo mas vamos entrando nesse poema aqui o cavador do infinito Primeiro de tudo um cara que cava ele tá cavando para algo ele tem um objetivo ele tá buscando alguma coisa no final a gente não cava um umum pedaço de terra para
chegar fal Ah legal não está cavando algo o que que ele cava o infinito então o que que tá acontecendo com esse louco ele tá cavando um negócio que não tem fim ele sabe que ele não vai encontrar nada nesse fim mas ele continua cavando E olha que louco se a gente dividir a própria palavra ele cava a dor do infinito o que causa dor nele é o próprio infinito Claro para vocês muito bacana vamos entrar no poema com a lâmpada dos sonhos desce aflito e sobe aos mundos mais imponderáveis vai abafando as queixas implacáveis
da Alma O profundo e soluçado grito com a lâmpada do sonho a luz a luz da mente dele com a luz da vontade o a a ideia do sonho é muito importante também o que que é essa lâmpada do sonho e aonde ele tá descendo dentro da lógico esse poema ele vai ser muito alegórico muito dentro da minha interpretação eu vejo que a lâmpada é descer com a lâmpada do sonho é descer com a lâmpada da própria vontade com a com as próprias ânsias com os próprios desejos com as vontades com todas as questões que
o sonho pode representar ele desce dentro de si mesmo ele está se buscando lembre que o simbolismo trabalha muito com essa busca do eu então ele desce aflito ele desce porque ele não sabe o que ele vai encontrar dentro dele mesmo ele está se buscando ele está buscando se conhecer e quando ele desce dentro de si é uma contraposição uma antítese ele sobe aos mundos mais imponderáveis que mundos São esses os eus que existem dentro desse sujeito os mundos que ele nunca vai conseguir conhecer de fato e completamente dentro dele mesmo vai abafando as queixas
em áveis da Alma O profundo e soluçado grito então cada vez que ele entende que que são coisas imponderáveis que ele não vai conseguir tocar que ele não vai conseguir ter que ele não vai conseguir ponderar para compreender ele vai abafando essa dor que ele sente então ele tá descendo dentro de si mesmo abafando todas essas queixas e esse soluçado grito esse choro esse grito que que causa dor assim como aqui no acrobata ânsias desejos tudo a fogo escrito Eu acho essa imagem Belíssima ânsias desejos tudo a fogo escrito como se no peito dele tivesse
queimado eh tivesse escrito com fogo para eternizar dentro da alma dele todas as ânsias e os desejos que ele teve ao longo da própria vida a fogo escrito é uma coisa permanente é uma queimadura que embora doa doa embora doa eh também eh trabalha muito com a questão da da eternidade é uma cicatriz é quase que uma tatuagem dentro da Alma desse sujeito sente em redor nos astros inefáveis os astros inefáveis os mundos imponderáveis inefável é inexplicável e seria a ideade de que a gente não consegue compreender completamente ele mesmo é incompreensível não é que
ele não consegue se compreender Nenhum de Nós enquanto seres humanos conseguimos nos compreender de maneira eh total porque a gente é muito mais fundo do que a gente imagina porque dentro de nós existe o inconsciente cava nas fundas eras insondáveis o cavador do trágico infinito que fundas eras insondáveis D São essas a infância dele os momentos que ele não consegue mais alcançar o momento em que ele busca se conhecer ele busca se descobrir mas ele não alcança porque é a ideia de que nós somos um infinito dentro de nós mesmos o homem não é um
no meio de 1 Milhão mas ele é um milhão dentro de um só Herman has Lobo da step Leiam isso e quanto mais Pelo infinito cava quanto mais ele busca se conhecer o seu infinito interior mais o infinito se transforma em lava mais ele vai se machucando mais essa busca de se conhecer dói nele porque ele não consegue ele não consegue chegar ao fundo sempre que ele acha que ele chega ao fundo existe um mais fundo e um mais fundo e um mais fundo e ele vai vendo que o próprio ser a própria existência dele
é infinita embora ele esteja ele tem uma finitude biológica como infinitude física a consciência e a inconsciência dele são imponderáveis são inalcançáveis de maneira geral e o cavador se perde nas distâncias ele já tá muito longe para conseguir voltar atrás ele já tá muito muito longe para conseguir e retomar aquele princípio e ir de novo para esse lugar do começo é um ponto sem volta ou ele para ou ele continua e parar não quer dizer voltar parar quer dizer ficar ali no meio da lava Auto Levanta a lâmpada dos sonhos como se fosse um grito
como se fosse uma um pedido de ajuda ele tá levantando a única luz que ele conseguiu trazer com ele se ele tá levando essa essa lâmpada quer dizer que esse interior dele é extremamente Sombrio que ele busca conhecer então ele levanta e como seu vulto pálido e tristor sonho cava os abismos das eternas ânsias e mesmo assim ele não deixa de cavar ele continua se buscando é a nossa eterna condição humana a busca de nos conhecer embora não consigamos nunca de fato então esses dois poemas trabalham com essas duas questões sei que passam um pouquinho
peço desculpas mas aqui a gente finaliza esse simbolismo e a partir da próxima aula a gente já vai começar a ver as vanguardas os os movimentos modernistas tanto na Europa como aqui no Brasil em Portugal vamos dar uma geral Nessas questões espero que vocês tenham gostado tenham gostado da interpretação dos poemas eles são bem profundos eles são bem eh bem sinestésicos como o própria a própria escola literária pede espero que vocês Leiam mais poemas simbolistas porque vale muito a pena vejo vocês na próxima aula tchau tchau Y