Olá sejam bem-vindos de volta ao canal do professor Júlio Rezende que sou eu nosso objetivo Aqui é Paulo freiar a educação ou seja e pensar conversar refletir e agir em prol de uma educação que seja feita de forma mais colaborativa mais dialógica mais problematizadora e que que pense e transforme o mundo em direção as sociedades mais justas socialmente ambientalmente equilibradas mais democráticas mais pacíficas com mais cultura Esse é o convite que eu faço a vocês e vocês estão de volta neste momento aqui ao curso sobre Paulo Freire e a pedagogia do oprimido vocês estão na
quinta aula o nosso tema de hoje é a de logicidade essência da educação como prática a liberdade eh e nas últimas aulas ou seja na na na primeira aula nós vimos um pouco sobre a vida e obra de Paulo Freire uma introdução desse curso na aula dois nós vimos o prefácio do livro chamado primeiras palavras onde ele aponta alguns horizontes algumas questões bastante importantes para sua obra eh na aula três nós vimos o capítulo um do Livro onde ele traz as justificativas para uma Pedagogia do Oprimido o contexto como ele enxerga o mundo eh na
aula quatro a última aula nós fizemos junto com Paulo freira um raio x sobre essa educação bancária que tem um falando e com 40 ouvino e enfim a gente chega agora em no capítulo 3 sobre diálogo Claro o diálogo não é eh apenas conversar não é falar e ouvir eh o diálogo é Central se Pedagogia do Oprimido é Central na obra de Paulo Freire que é uma árvore frondosa cheia de flores frutos eh e folhas e e muitos Galhos muitas muitas eh muitas possibilidades diferentes eh de aplicação de interpretação eh Pedagogia do Oprimido é o
tronco dessa árvore onde a gente compreende eh de uma forma Ampla nessa essa concepção freiriana de mundo e de educação e diálogo é o cerne desse tronco é a questão central e quando a gente compreende diálogo na profundidade que ele nos traz eh a gente é revigorado com uma nova forma de pensar e agir eh na vida na sala de aula na nas instituições de ensino então Eh nós estamos aqui eh de volta a esse curso sejam bem-vindos Eu sou professor Júlio Rezende nesse momento já me conhecem um pouco mais e eu sou antes de
tudo Sou muito apaixonado pela pela minha profissão de de professor e E desde o dia um da minha profissão eu busco Reinventar Paulo Freire na prática eu eu uso esse termo porque não é exatamente aplicá-lo né É reinventá-lo porque eh nós temos um contexto diferente da vida dele nós temos uma realidade diferente então a gente eh percebe a obra dele interpreta digere aquilo que faz sentido e e e cabe a nós esse objetivo aí de de reinventá-lo na prática então eu sou esse educador muito apaixonado mesmo com todas as dificuldades é uma profissão dificílima E
desde o dia um aí h mais de 15 anos como docente no dia a dia da sala de aula eu erro acerto erro acerto eh em diálogo com os alunos e a cada semestre amadurecendo o metodologias didáticas objetivos formas de de trabalhar e de organizar e de mediar conflitos eh sob a inspiração de Paulo Freire e na na minha missão atual também como eh na função de gestor do ensino né já fui coordenador de curso nível técnico já fui coordenador de curso superior e agora como diretor de ensino do IFMT me coloco esse desafio de
trabalhar numa numa perspectiva também Paulo freiriano e e e acho que é perfeitamente possível Ele foi um educador muito à frente do seu tempo e e e o mundo parece o mundo parece que está cada vez mais pronto paraas suas ideias pousarem no cotidiano da sala de aula das instituições de ensino das organizações diversas projetos associações de bairro sistemas de ensino Parece que o mundo tá cada vez mais pronto uma uma frase do do Vitor Hugo escritor francês ele diz não há nada mais forte do que uma ideia cujo tempo já chegou eh não há
nada mais forte do que uma ideia cujo tempo já chegou e me parece que que que nós estamos exatamente nesse momento as crises do mundo a crise instalada no seio da sala de aula em que os não faz mais sentido para aluno só escutar em que os professores estão cansados pela pelo método da repetição eh as crises instaladas na sociedade eh os problemas graves seja sociais ambientais ao mesmo tempo uma sociedade cada vez mais conectada cada vez mais em rede possibilitando uma participação das pessoas maior seja na construção da cultura construção da da das notícias
ou seja participações de formas diversas me parece que o mundo tá cada vez mais pronto eh para acolher eh e enfim Reinventar Paulo Freire na prática de cada um que é esse desafio que eu vem trazendo eh a cada aula a vocês eh bom esse é o a versão a edição que eu uso e eu gosto de relembrar sempre que eh ele escreveu o livro em 1968 no exílio no Chile e e eu acho que nós temos nos impressionado a cada aula a cada leitura com o quão atual é o pensamento dele no Brasil só
foi publicado em 74 ele é o intelectual brasileiro mais lido no mundo lá na na aula um eu falo um pouco mais sobre isso essa edição eu ainda herdei da minha mãe uma uma edição que ela teve que Ela estudou e e que e que e que para mim é muito importante por eu ter conseguido também estudar e aprofundar nessa edição bom então Eh vamos a essa questão central em Paulo Freire que que é o diálogo E aí são são várias dimensões e eu faço eu cumpro aqui o mesmo caminho que eu tenho proposto para
esse curso vou trazendo citações diretas dele para que vocês tenham contato com o poder das frases eh para além daquelas frases famosas que são incríveis interessantes frases sintéticas e e que são importantes mas vocês tem o contato aqui nessas aulas com as frases diretas dele para ver o impacto da da fala dele a potência e e para deixar o convite para que vocês eh possam fazer a leitura e aqui na página 43 ele diz esgotada a palavra de sua dimensão da ação sacrificada automaticamente a reflexão também se transforma em palavr verbalismo blá blá blá por
tudo isto alienada e alienante é uma palavra oca da qual não se pode esperar a denúncia do mundo pois que não há denúncia verdadeira sem compromisso de transformação nem este sem ação se pelo contrário se enfatiza ou exclusiva a ação com sacrifício da reflexão a palavra se converte em ativismo esta que é ação pela ação ao minimizar a reflexão nega também a Praxis verdadeira e impossibilita o diálogo Então já falei isso em vários momentos ele vai resgatando ao longo do texto porque a Praxis também é Central nossa capacidade de pensar e agir juntos eh a
gente vê eh muitas pessoas que apenas agem agem e vivem eh reinventando a roda no seu cotidiano e às vezes perdem a dimensão do por estão fazendo aquilo eh dos grandes problemas que a gente enfrenta dos grandes objetivos que que no nosso caso aqui é criação de uma sociedade mais justa mais equilibrada ambientalmente então a ação pela ela ela pode virar eh o que ele chama de simples ativismo esvaziada de reflexões Profundas de autores de teorias de pensamentos que estão aí há séculos também nos ajudando a pensar o mundo e o contrário também acontece eh
de de excesso de reflexão e pouca prática Perceba como a sociedade tá organizada hoje em dia ela pode acabar nos conduzindo a essas situações né então Eh nós que estamos ou institutos federais ou em universidades temos incentivos à pesquisa eh Pode acontecer da gente se ilhar entre Muros E passar a pensar o mundo de forma isolada E aí as nossas críticas elas ficam pontiagudas elas ficam contundentes Mas elas carregam pouco ação e portanto são pouco podem se tornar pouco transformadoras e isso acontece também com pessoas que estão em outras realidades que precisam tem cotidianos de
ação ação ação não tem tempo de fazer uma boa leitura de participar de um bom debate E aí a a nós não temos enfim a Praxis né ou de um lado a gente tem que ele chama aqui de verbalismo e de outro lado que ele chama de ativismo nosso grande desafio é é buscar ambos eh na minha realidade como professor como eh educador do do IFMT com a possibilidade de fazer projeto de fazer pesquisa eh eu tenho que fazer um esforço e é um esforço mesmo para que eu não não somente dei aula não somente
Faça pesquisa mas que eu esteja em contato com o mundo que eu esteja buscando aplicar aquilo que eu pesquiso que eu esteja aprendendo com as comunidades que eu esteja fazendo por exemplo os projetos de extensão onde a gente consegue ir ensinar a comunidade e aprender com ela levar as questões que estão aqui no no mundo mais acadêmico para o o dia a dia das pessoas Então esse é um esse é um grande desafio importante para que a gente possa fazê-lo bom E aí na página 44 ele diz por isto o diálogo é uma exigência existencial
E se ele é um encontro que se solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos interessados ao mundo a ser transformado e humanizado não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes não há diálogo porém senão a um profundo amor ao mundo e aos humanos e aí nesse ele já começa trazendo esse diálogo como a questão existencial e E claro o diálogo como ele traz a profundidade que ele traz ele não existe na pedagogia tradicional eh por mais
amoroso que seja o professor no sentido de que ele se prepara tem um tem uma ementa a seguir que foi muito bem pensada por quem por aqueles que escreveram um projeto de curso ele faz o planejamento do semestre Ele prepara aula a aula mas se ele fica no modo eh do monólogo eterno ou 90% do tempo e os alunos mais apad mais ouvintes eh não não existe exatamente esse nível de diálogo às vezes eu vejo colegas escrevendo eh no plano de ensino é uma aula dialogada e sim existe né você vai falando sobre um assunto
tem momentos que o foco tem que tá mesmo mais um professor para ele trazer eh de repente uma teoria um conjunto de pensamentos e e essa aula pode ter um um batebola pode ser eh feito também em forma eh de conversa com cont tudo tem que tomar cuidado com isso porque se se o seu método for esse de dar aula a maior parte do semestre mesmo que que que haja interações que haja o convite para os alunos participar não é neste nível de diálogo que o Paulo Freire tá falando então o diálogo para ele é
é esse encontro entre seres humanos eh seres humanos que são incompletos eh E que ao mesmo tempo trazem consigo inteligência saberes vocações potencialidades são universos de saberes mesmo que o professor tenha 40 anos de prática pós-doutorado e o estudante esteja chegando eh aos 18 anos no num no primeiro semestre do curso superior mesmo neste ponto o aluno já superou muitos desafios já sorriu já chorou já eh fez coisas interessantes na família dele já sonhou já desenvolveu determinadas inteligências já cozinhou pros Primos já cuidou de um tio adoecido então todo mundo traz consigo essas essas potencialidades
e e o encontro entre subjetividades entre seres humanos eh diz respeito a diálogo e esse diálogo ele parte do princípio de que as pessoas precisam entrar no diálogo para sair melhor daquele diálogo porque às vezes também as pessoas vão dialogar e tem até um certo autocontrole colocam bem as palavras mas no fundo elas estão ali para convencer o outro e e faz parte do Diálogo Óbvio trazer argumentos ouvir concordar e discordar eh mas se eu entrar única e puramente para convencer o outro eu não tô aberto ao que o outro tem a dizer eh eu
tô me colocando num num espaço de superioridade porque estou C eu correto e vou ensinar o outro que está lá errado eu que sei que portanto vou ensinar o outro que não sabe portanto eh que vai aprender Então essa última frase aqui ela é importante porque e não há ele diz não há diálogo se não há um profundo amor ao mundo e aos humanos Ou seja a gente precisa entrar num diálogo apaixonado pelo outro mesmo que aparentemente o outro esteja dizendo Absurdos mas apaixonado no sentido que tá ali um ser humano Eh que que apesar
daquele possível absurdo que ele está dizendo ele já viveu coisas interessantes ele tem poesia ali dentro ele tem ideias ele tem amorosidade então eu tenho que ter um respeito vamos vamos colocar dessa forma um respeito amoroso pelo outro na medida que eu também Vou ouvi-lo né eu já trouxe aqui um um exemplo eh bastante comum do dia a dia da sala de aula que de repente um aluno num determinado debate diz isso aconteceu mesmo ah eu não gosto da polícia porque a polícia no meu bairro é muito violenta e E aí os alunos pouco acostumados
ao ambiente de roda eh porem de outra realidade e e normalmente um já levanta a mão interrompe fica bravo xinga o outro e aí E aí o nosso papel é muito de mediar Cada um fala no seu momento com assertividade com tranquilidade não precisa ficar nervoso não precisa xingar de repente num outro momento o colega falou eu acho a polícia Espetacular eh eu tenho um tio policial e e esse tio é um grande policial eh perceba a as as experiências os diferentes os pontos de vistas diferentes trouxeram percepções diferentes sobre o que é a polícia
naquela realidade específica se os dois entram com a eh abertura para sair dali melhor do que entraram se os dois entram com a capacidade de escuta capacidade de fala assertiva é possível que os dois eh eh realmente saiam dali um pouquinho modificados de repente naquele contexto na maioria da experiência daqueles estudantes vai perceber que a polícia realmente eh faz um trabalho um tanto quanto agressivo e vai perceber que mesmo dentro da polícia tem profissionais incríveis sérios competentes e E se o debate aprofunda nós vamos perceber que tem uma estrutura eh que envolve ali que também
não contribui seja por falta de equipamento salários pelo pelo contexto violento da sociedade ou seja na medida que a gente entra num diálogo com abertura e com respeito tô ele tá chamando aqui de Amor ao mundo e amor aos humanos mas com respeito àquele interlocutor que que está do lado de lá a gente tende a Com certeza sair melhor e e aqui eu trouxe o exemplo para um diálogo um tema específico Mas vamos pensar que uma matéria ou seja um componente curricular de se meses ou um ano ele é um um grande episódio um grande
processo de diálogo ou seja desde o plano de ensino a construção do dos caminhos que serão seguidos ali em sala de aula para serem atingidos aqueles objetivos específicos eles podem ser e devem ser construídos de forma dialógica eh na página 45 ele traz como posso dialogar se me sinto participante de um gueto de humanos puros donos da verdade e do saber para quem todos que estão fora são ess gente ou são nativos inferiores a autossuficiência é incompatível com o diálogo os humanos que não têm humildade ou a perdem não podem aproximar-se do Povo e aí
percebam que ao longo do curso como ele é eh tem uma uma visão política uma visão eh da da humanidade eh mais Progressista mais à esquerda no sentido de da necessidade da busca de uma sociedade socialmente mente justa ambientalmente equilibrada a a crítica ela vem a todo momento eh eh a pensamentos de esquerda como ele já trouxe aqui as questões da meritocracia e várias Eh desculpa eh ela vem a todo momento a os pensamentos mais posicionados à direita mais ao ao neoliberalismo vamos vamos colocar assim ao capitalismo mas em vários momentos ele faz críticas muito
interessantes à esquerda e esse é um momento que a gente eh acho que vale a pena a gente refletir sobre isso eh na esquerda nesses nessa constelação de progressismo nessas pautas e diversas e a pessoa o colega a pessoa o educador o pesquisador às vezes ele vai se aprofundando tanto num determinado tema e ele sabe tanto daquilo que ele ele acaba eh se colocando ou se pensando numa posição de que ele precisa ensinar o outro porque ele sabe profundamente sobre aquilo no entanto eh eh nós podemos Trazer Alguém do ambientalismo e que trabalha com conceitos
como Justiça ambiental e que entende como é que o que o que é o que é mais eh O que mais sofre com as mudanças climáticas é exatamente quem é mais pobre mora nas periferias tem menos estrutura tem menos saneamento básico menos educação menos saúde ou seja uma junção bem interessante eh entre questões sociais e questões ambientais ou seja o a pessoa que estuda o ambientalismo esse ambientalismo ela vai se aprofundando e e do lado de cá de repente você tem uma pessoa que estuda eh eh racismo ou antirracismo letramento rac e diversas outras questões
que também se aprofundam ao ponto eh de ter nuances detalhes e pensadores e correntes diferentes é preciso que esses dois eles se encontrem com essa perspectiva do Diálogo também eh mesmo que ele tenha um AC conhecimento muito aprofundado porque senão ele vai partir dessa armadilha de que ele sabe tanto em tanta profundidade que cabe a ele ensinar eh e o outro apenas aprender mas perceba existem muitas pautas ditas progressistas e e e a gente não vai dar conta de estudar de aprender sobre todas elas mas o que a gente dá conta é de aprender sobre
algumas e manter um ouvido atento um respeito pelas outras pautas no sentido de de diálogo no sentido de diálogo e de aprender constantemente e de não se colocar nessa posição de dono da verdade eh como muitos de nós professores fazemos com frequência em sala de aula bom eh na página 46 ele coloca esta inquietação em torno do tema do Diálogo é a inquietação do em torno do conteúdo programático da educação ou seja o sobre o que vamos dialogar é é Central para o educador bancário na sua anti dialogicidade a pergunta obviamente não é a propósito
do conteúdo do Diálogo que para ele não existe mas a respeito do programa sobre o qual dissertar os seus alunos e a esta pergunta responderá ele mesmo organizando o seu programa já até trouxe um pouquinho disso aqui de forma amorosa mas numa outra concepção de educação essa que ele chama de bancária eh os professores eh a gente constrói o projeto do curso e no projeto do curso tem o desenho dos componentes curriculares para formar aquela Matriz em cada componente curricular tem a construção da ementa que são aqueles eh os temas que aquela aquele componente curricular
deve abranger que está conectado a um outro componente curricular e né E esse encadeamento nessa grande formação ou seja um currículo normalmente ele é muito bem pensado muito eh muito trabalhoso e depois disso o professor ainda faz o seu plano de ensino planeja aula a aula no semestre ou no no ano e E aí ele planeja cada aula cada PowerPoint cada texto cada livro então ele faz isso tudo com bastante com uma amorosidade uma dedicação amorosa muito grande eh contudo ele tá nessa concepção de de dissertar eh de ensinar somente ele que sabe o outro
que aprende e e e e e fora disso eh para em outra perspectiva é muito importante eh além do Diálogo né O que vamos dialogar e como é que nós vamos chegar eh nesse ponto do do sobre o que vamos dialogar e ele traz o desafio novamente que já trouxe lá atrás ele diz na página 48 o empenho dos humanistas pelo contrário está em que os oprimidos tornem consciência tomem consciência eh tornem consciência de que pelo fato mesmo que estão sendo hospedeiros os opressores como seres duais não estão podendo ser eh nesse sentido de que
eh com pouca consciência de si e do mundo oprimidos acabam querendo ser opressores por por por serem introjetados da da da visão do do opressor e e se tornam esses seres duais então Eh um primeiro Grande passo de uma Pedagogia do ser mais uma Pedagogia do Oprimido é tomar consciência desse objetivo e esse macro objetivo do mundo de crescer economicamente de produzir bens e serviços de uma sociedade do ter mais do do acúmulo de de dinheiro do da proliferação das empresas quanto menos regras melhor desse discurso da meritocracia é importante compreender isso tudo e é
importante compreender como é que os oprimidos vão aos poucos sendo introjetados por essa compreensão de mundo e acabam eh mesmo que oprimidos mesmo que a maior parte desses oprimidos nunca deixem de ser oprimidos eles eles eh compram essas ideias e se tornam esses seres duais no sentido que eles lutam eh a vida ou parte da vida para para terminarem se tornando eh eh opressores também eh e aí ele diz aqui na página 50 que os humanos ao terem consciência de sua atividade do mundo em que estão ao contrário do animal não somente vivem mas existem
e sua existência é histórica reforçando essa compreensão eh essa inspiração essa influência do Marxismo que o Paulo Freire tem bastante intensa eh e de que nós somos eh seres que construímos a própria história e a reconstruímos constantemente Ele tá dizendo isso já num já numa preparação porque que ele vai chamar de situação limite e que é muito importante pra gente eh compreender porque muitos de nós estão dentro dessa grande armadilha eh que são essas situações limites e ele diz neste caso os temas se encontram encobertos pelas situações limites que se apresentam aos humanos como se
fossem determinantes históricas esmagadoras em Face das quais não não lhes cabe outra alternativa sen não adaptar-se Esse é um ponto muito muito importante da gente compreender quando a gente observa o nosso contexto e a gente entende que ele é tão forte que ele é tão eh eh pronto que ele é tão dado fora de mim mesmo que que nada que eu fizer possa influenciá-la que não há não não há como superá-lo eh a gente acaba caindo nessa armadilha da situação limite E aí a gente eh se engaja no mundo de uma forma que que eu
preciso não transformá-lo mas eu preciso me adaptar a ele e veja como isso acontece com muita frequência hoje em dia eh um primeiro exemplo mudanças climáticas eh para aqueles que já se sensibilizaram já compreenderam o tamanho do problema eh estão atentos ao que os cientistas do clima Estão dizendo do aumento da temperatura das eh das variações climáticas dos Desastres ambientais eh mesmo para esses às vezes eh o o o contexto parece tão assustador e tão eh eh com T tão poucas oportunidades de transformá-lo Que acabam caindo num num num determinismo histórico mesmo como se nada
que a gente fizer a gente vai conseguir superar recuperar a sanidade do planeta a saúde do planeta e e é por isso que que é também por isso né que eh uma uma estratégia dos cientistas foi o medo né E tem sido o medo se não fizermos se subir 3 grau a gente chega num ponto que não há mais o ponto de não retorno ou seja um uma uma tentativa uma estratégica uma estratégia didática eh que parte do medo para buscar eh sensibilizar as pessoas mas o o medo também tá dentro desse contexto de situação
limite um outro exemplo que eu trago é é que hoje quando por exemplo vou colocar de forma muito simplista muito simplificada mas acho que vale o argumento vale o ponto aqui questão da violência nas sociedades a a resposta da esquerda é uma resposta bem elaborada de que através da da da diminuição da desigualdade ou seja da conquista da justiça social de emprego e renda e molaria educação para todos a violência vai vai vai diminuindo e vai deixando de existir como acontece em 10 ou 15 sociedades do planeta que conseguiram isso eh Essa é um pouco
da Promessa da esquerda e por isso que ela ela tem ficado tão distante da daqueles que votam porque a violência continua agredindo as pessoas no cotidiano que sejam eh que vivem vulnerabilidade de grana e com falta de emprego seja porque tem o seu celular roubado no no ponto de ônibus seja porque ficam duas hora e30 no trânsito e aí vem à direita disz o caminho é armar-se ou seja Perceba como é que a gente compreende a situação limite nesse ponto aqui um discurso que que propõe um caminho de médio longo prazo cheio de desafios e
que ele não tem se materializado em muitos países em muitas realidades e o outro que diz compra uma arma e aí você vai nesse mundo caótico que nada que você fizer vai alterá-lo mas pelo menos com uma arma você se sente poderoso e vai se defender dele então a direita trabalha muito bem já com como se o o mundo eh as situações a desigualdade a mudança climática já foi fosse algo dado algo que vai realmente acontecer e portanto ela ela faz um discurso muito mais simplista eh que que tem a ver com esse adaptar-se e
e a esquerda trabalha muito mais numa compreensão de transformação mas num num curto prazo esse esse esses argumentos eles têm eles têm T sido pouco aderentes a às pessoas aos cidadãos as né tanto é que as eleições mundo afora tem nos mostrado um pouco disso eh de fato eh as situações limites elas nos assustam elas nos acomodam elas nos nos deixam inertes elas nos deixam deses eh eh sem esperança e e e Paulo Freire através desse dessa obra dele através da práxis do agir do pensar do agir do transformar ele nos coloca num movimento bastante
esperan por isso Dizem que ele inventou o verbo esperançar né Eh eu eu realmente eu ela é uma obra que me nutre muito eh na medida que eu vou conseguindo me transformar transformar minha sala de aula contribuir com a minha comunidade eh eu cresço um pouquinho em esperança e um pouquinho em otimismo eh e aqui eu eu trago o verbo dele que muita gente tem dizendo né está dizendo E e acho que o cortel ajudou muito a a disseminar e tudo Ele diz no momento que a percepção crítica se instaura na ação mesma se desenvolve
um clima de esperança e confiança que leva os humanos a empenhar-se na superação das situações limites eh mas a a nesse caso aqui a percepção crítica se instala na ação e na reflexão né porque o que acontecem com muitos professores muitos profissionais muitos cidadãos muitos pesquisadores é que quanto mais aprofundam na crítica mais pessimistas se tornam e portanto e portanto eh podem ir perdendo a energia para aquilo podem se tornando eh eh eh cada vez mais com medo e atuando através dessas eh estratégias eh de medo de eh bom como eu trouxe aqui na na
questão da das mudanças climáticas na página 52 ele traz na medida em que se aprofunda o antagonismo entre os temas que são a expressão da realidade há uma tendência para mitificação da temática e da realidade mesma e que de modo geral estara um clima de irracionalismo e de sectarismo tenho repetido aqui que que ele escreveu isso em 68 em 1968 eu vou reler a frase na medida em que se profundo antagonismo entre os temas que são uma expressão da realidade Ou seja quando a gente vai pensar a realidade pensamentos muito antagônicos muito diversos são aprofundados
há uma tendência para a mitificação da temática e da realidade mesma e de modo geral instaura um clima de irracionalismo e de sectarismo que é exatamente o que a gente vive em muita muita intensidade nos dias de hoje porque as leituras algumas leituras da realidade são tão descoladas da realidade que há uma mitificação no sentido aqui de de eu acho que ele usa eh no sentido de de criar uma realidade mágica ou inexistente né uma forma de ver eh inventada imaginada e estar um clima de racionalismo e de sectarismo sectarismo no sentido que eu tô
vendo aqui só do meu ponto de vista e eu não saio dele e eu tô certo e vocês estão errados e nós chegamos a esse ponto de racionalismo em que né nas eleições por exemplo ambos lados acusam eh o outro eh de genocídio de morte de eh de vários de várias questões eh eh que que que vão fechando o diálogo que vai fechando o diálogo que vai colocando um lado na Sua percepção como bem e o outro mal e E vice-versa então de novo ele escreveu isso aqui em 68 e e tá válido hoje eh
como é que ele conseguiu isso por ele é um profundo conhecedor dos seres humanos um profundo con analista eh da da educação da formação e e e ao observar os seres humanos ele percebeu que quando as visões da realidade eram muito descoladas deles muito descolada da realidade muito pouco consciente que as pessoas tendem a criar o que elas acham do mundo e tendem a incorrer em em em racionalismo e sectarismos diversos eh e aí a gente eh compreende que a partir do Diálogo esse diálogo que a gente tem trazido eh vários pontos dele a partir
do Diálogo a gente pode dar passos consideráveis para para superar isso E aí a gente chega nos temas geradores que é bastante importante ele diz os temas geradores podem ser localizados em círculos concêntricos que partem do mais Geral ao mais particular como tema fundamental desta unidade mais Ampla que poderemos chamar nossa época se encontra o nosso vero da Libertação que indica ao seu contrário o tema da dominação então Eh o tema gerador é é é é é o ponto do qual o diálogo pode partir então na medida que você tá construindo eh um um plano
de ensino um planejamento do que vai acontecer ali na na sala de aula ao longo dos meses ou num projeto num bairro você precisa partir da realidade eh da dos Estudantes ou de quem vai participar do que eles venciam do que eles pensam contudo ele tá trazendo aqui uma questão de que se a gente parte de uma questão eh micro eh muito parcial e a gente perde o horizonte mais amplo eh a gente corre um risco de não atingir os grandes objetivos então ele diz é muito importante ficar atento a esses esses esses macro objetivos
de de construir uma sociedade mais justa ambientalmente mais eh equilibr mais justa socialmente mais equilibrada ambientalmente eh e aí nesse ponto para trazer um exemplo bem pontual você consegue debater muito melhor o problema da mobilidade urbana que eh no Brasil é muito violenta porque tem muito acidente mata anualmente mais do que a Guerra do Vietnã ela é violenta porque ela não permite aqueles que não tem carro moto a chegar nos lugares num tempo razoável de forma confortável se uma família que não tem carro moto quiser ir no parque domingo ele provavelmente pela diminuição dos ônibus
no final de semana ele vai gastar duas 2 3 horas ou seja na prática ele não consegue ir num teatro num num parque ou seja ela é muito pouco democrática ela ela é violenta porque ela prevê conção de viadutos pontes e ela vai tirando os jardins ela vai tirando Vai entregando eh poluição sonora poluição S eh dos gases todos dos dos motores ou seja ela é muito violenta Em vários pontos ela aborda questões sociais e questões ambientais então é muito interessante debater eh a mobilidade urbana com um conjunto de alunos partindo do princípio por exemplo
de que a bicicleta tem sido pensada por por por sociedades por cidades inteiras né ou por grupos como eh eh um elemento a mais muito importante paraa mobilidade ficar mais sustentável mais democrática para ser para cidades serem mais bonitas mais pacíficas eh Mas voltando aqui à questão do do dos círculos concêntricos eh eu não posso perder a dimensão do todo que é sociedades mais ambientalmente equilibradas mais justas e a mobilidade urbana a dificuldade do aluno que está ali pegando o ônibus lotado ou não conseguindo no parque domingo e portanto bicicleta se torna eh um uma
possibilidade ou seja em todo esse movimento de descobrir esses temas de investigar esses temas geradores eh que serão fundamentais no diálogo eu não posso perder essa percepção de todo ou parte ou seja tema Gerador não é simplesmente perguntar aos alunos que que ele quer que eles querem estudar não tem que ter essa conexão com com essa comprão crítica da realidade tem que ter a conexão com o cotidiano todo dele ou seja tem que partir dessa compreensão de que os da relação da parte com o todo né de colocando assim de forma mais simples e aí
na página 54 ele diz a questão fundamental neste caso está em que faltando aos humanos uma compreensão crítica da totalidade em que estão captando em pedaços Nos quais não reconhece a interação constituintes da mesma totalidade não podem conhecê-la e aqui ele vai reforçar e aprofundar esse exemplo todo que eu troue e e a importância de de que a compreensão crítica parta eh da parte mas também parta do todo e que essas temáticas eh em que os diálogos serão eh eh os diálogos gravitaram eh precisam ter essa né enfim essa essa relação sempre de parte e
e de todo porque senão eh de repente você vai debater eh Porque que o o bairro tem pouca flor e vai perder ou pouca árvore vai perder outras dimensões importantes que é o eh ausência do Estado a omissão das políticas públicas na naquele bairro uma concepção eh de uma cidade construída a parte a partir de asfalto e cimento você vai perder Grandes Questões vai perder o horizonte maior uma consciência mais crítica e que pode estar muito e deve estar muito presente naquele projeto de de arborização do bairro ou de construir Jardins ou de de hortas
eh comunitárias eh e aí ele diz na página 54 nesse sentido é que a investigação do tema gerador que se encontra contido no universo temático mínimo esses temas geradores em interação se realizado por meio de uma metodologia conscientizadora além de nos possibilitar a sua apreensão insere ou começa a inserir os humanos de uma forma crítica de pensarem seu mundo Ou seja a própria investigação a própria busca pelo pelo pelos temas geradores eh a própria tentativa de construção de de manutenção de um diálogo constante ela já pode vir por meio já deve vir por meio de
uma metodologia conscientizadora problematizadora porque eh e aí porque assim os os estudantes educadores e estudantes eh vão compreendendo Pouco a Pouco Mais essa dimensão eh e não não perdem eh a noção entre entre parte e todo né bom na na página 55 ele diz investigar o tema gerador é investigar repitamos o pensar dos humanos referida à realidade é investigar seu atuar sobre a realidade que é suas sua Praxis ou seja não é simplesmente perguntar pros estudantes o que eles querem o que eles vivenciam mas é é uma é uma investigação e o próprio ato de
investigação eh já é já é tomar consciência crítica ganhar consciência crítica construir consciência crítica em grupo eh na página 57 ele diz simples não posso pensar pelos outros nem pensar para os outros nem sem os outros a investigação do pensar do povo não pode ser feita sem o povo mas com ele como sujeitos do seu pensar e E aí ele diz nesse sentido é que toda investigação temática de caráter conscientizador se faz pedagógica e toda autêntica educação se faz investigação do pensar então aqui ele ele tá defendendo que esse processo dialógico é esse processo constante
de ganhar consciência lembra que lá atrás eu trouxe que ele coloca a sua a sua compreensão pedagógica em dois grandes momentos um Pedagogia do Oprimido dois pedagogia dos sermais Ou seja no primeiro no momento esse ganhar consciência crítica e libertar-se dessas eh dessas dicotomias Oprimido opressor eh e num segundo momento eh uma educação em que ser seres humanos entendendo se inacabados entendendo a sua vocação do ser mais se colocam em processo de constante libertação uma pedagogia de pessoas em constante eh libertação e aí ele faz eh ele faz um um alerta aqui né enquanto na
prática bancária da educação antidialógica por Essência por isso não comunicativa o educador deposita no educando o conteúdo programático da educação que ele mesmo elabora ou elaboram para ele na prática problematizadora dialógica por Excelência este conteúdo que jamais é depositado se organiza e se constitui na visão do mundo dos educandos em que se encontram seus temas geradores E aí ele começa a trazer aqui a importância de que de que esses temas geradores sejam pensados juntos com os educandos a partir do cotidiano dos educandos do que eles pensam do mundo tomando cuidando cuidado com a dualidade né
da da desses dos oprimidos no sentido de que tem introjetado em si os opressores e a superação dessa dessa dualidade eh através dessa tomada de consciência crítica E aí ele diz aqui esta decodificação ao vivo implica necessariamente em que os investigadores em sua fase surpre end a área em momento distinto é preciso que visitem horas de trabalho no campo que assistam as reuniões de alguma associação Popular observando os procedimentos dos seus participantes a linguagem usada as relações entre diretoria e sócios o papel que desempenham as mulheres que presenciem seus habitantes em atividades esportivas que Conversem
com pessoas em suas casas registrando manifestações em torno das relações marido mulher pais filho Afinal que nenhuma atividade nessa etapa se perca para essa compreensão primeiro eh da arca ou seja nesse processo de de investigação do tema gerador que já é um processo dialógico é preciso que a existência completa do educando esteja presente a vida dele completa e que e que o tema gerador esteja eh diretamente conectado a a sua sua realidade né E essa esse processo de investigação eh eh precisa eh de ter de de ser foco de de ter dedicação a ele precisa
que o que o educador se se eh Se Organize para fazê-lo junto com os educandos E aí já trouxe essa essa questão antes mas trago de novo Eh nas humanidades na nas ciências humanas esse processo parece bem mais mais fácil de visualizar eh eh do que nas exatas contudo mesmo nas exatas eh mesmo que seja eh um obj um componente curricular tem um objetivo específico de aprender um uma forma de calcular eh né determinado determinada questão eh mesmo nesse ponto eh é é preciso que aquele cálculo tenha uma compreensão temha uma conexão com a realidade
do educando é preciso que eh seja discutido o porquê daquele cálculo mais atrás na aula eu trouxe o exemplo de Engenheiros civis que eh que em algumas cidades estão construindo ciclovias em outras cidades estão construindo viadutos um uma sociedade focando no automóvel eh e portanto eh os problemas de mobilidade urbana continuam se agravando e outras sociedades que estão estão focando no coletivo nas políticas públicas de de Transportes Públicos como metrô ônibus e bicicleta e que que portanto estão caminhando em outra direção eh então o cálculo ele vai servir para qualquer um dos universo então é
muito importante tanto partir da realidade do Estudante quanto pensar o porquê daquele daquele cálculo ou daquela técnica ou daquela eh daquele conhecimento específico eh na página 62 ele traz na sua experiência ele traz que na sua experiência observou que os Camponeses somente se interessavam pela discussão tá falando de uma de uma de uma experiência lá no Chile eh que eles teve lá com os Camponeses eh que eles os Camponeses somente se interessavam pela discussão quando a codificação dizia respeito diretamente a aspectos concretos de suas necessidades sentidas qualquer desvio na codificação como qualquer Tentativa do educador
de orientar o diálogo na decodificação para outros rumos que não fossem os de suas necessidades sentidas provocavam O seu silêncio e o seu indiferentismo Isso é uma das grandes reclamações dos professores dos educadores Hoje em Dia da ou da bagunça ou da da do excesso de tela de celular ou na na indiferença dos Estudantes Isso demonstra o Quão distante está essa educação tradicional da realidade dos Estudantes o quão eh distante a gente tá eh de conseguir engajá-los eh contudo eh eh nesse ponto Paulo Freire é fundamental na medida que a gente vai compreendendo essa obra
essa forma de compreender o diálogo a colaboração os temas geradores a problematização o o coprotagonista [Música] o mediador alguém que que ensina mas alguém que aprende junto também eh eh eu pessoalmente vivencio isso e e acho que a sala de aula muda muito e a gente sai daquele modo murro em ponta de faca que nos deixa angustiados que deixam muitos educadores adoecidos porque eh você não mais tem que arrastar alunos em direção a a decorar e memorizar conteúdos Mas eles de fato eles se engajam de fato eles participam basta mudar essa compreensão da sala de
aula essa forma como ela é organizada ou uma instituição de ensino ou um projeto ou uma associação de bairro ou uma organização mudando essa compreensão a forma como o como acontece naqueles espaços eh a gente vivencia uma relação muito mais saudável de alunos e professores e e eles respondem de forma muito positiva e não mais a gente precisa precisa ficar exausto Afinal de uma aula e pedindo silêncio pedindo para desligar celular eh e e e tendo que ser criativo e cantar música para que eles saiam eh da indiferença eh mas precisa ter um eh um
um giro 180º aí na nossa compreensão de Educação na relação professor estudante que é isso que a obra de Paulo Freire vem nos trazer com bastante intensidade eh e aí ele diz na página 65 se a programação educativa é dialógica isso significa o direito que também tem os educadores educando de participar dela incluindo temas não sugeridos e estes por sua função chamamos temas eh dobradiças eh e aí eh eu tenho insistido com os colegas que a gente precisa criar uma forma de que eh os planos de ensino ou seja o planejamento daquele componente curricular que
vai acontecer ao longo do semestre do ano que esses planos de ensino tem um momento de construção junto com os estudantes na primeira semana ou nas primeiras semanas que eles participem os objetivos eh podem estar bem colocados específicos aquela aquela aquele componente curricular seja filosofia seja eh geopolítica Qualquer que seja o tema Existem os objetivos existem as ementas Mas eles podem Constru constuir junto como chegar nesses objetivos que tipo de trabalho fazer e se é mais ou menos leitura se é mais ou menos prática ou qual abordagem que vai ser feita e E permitir que
esses temas que ele chama de temas dobradiças se encaixem porque na medida que você que o aluno sugere a gente poderia começar fazendo um pequeno documentário mesmo que aquilo ali não tenha uma relação Direta com o objetivo lá na frente possa ser o momento do aluno se engajar do aluno ganhar confiança naquele processo em que ele também é coprotagonista para ele para ele deslanchar na na nas outras nas outras temáticas então eu já trouxe esse exemplo mas eh eu não tinha falado do do tema do Pradi quando eu faço aqueles momentos com os alunos que
eles dão aula do que amam ou seja já falei de vários ganhos dessa dessa iniciativa né Principalmente essa do do antes se sentir ouvido valorizado na sua integridade né na sua incompletude também mas eh que ele sente que ele tem um espaço ali de trazer coisas que ele ama que ele sabe fazer eh mas serve também como esse tema dobradiço de que uma vez feito esse momento construído essa confiança eh nas próximas eh proposições a serem feitas nos próximos trabalhos nos próximos eh livros a serem lidos eles tendem a se gajar muito mais porque houve
espaço para que eles também construíssem aquele aquele conteúdo programático plano de ensino ou qualquer coisa assim bom eh na página 68 ele diz o importante do ponto de vista de uma educação libertadora e não bancária é que em qualquer em qualquer dos casos os humanos se sintam sujeitos do seu pensar discutindo o seu passar sua própria visão do mundo manifestada implícita ou explicitamente nas suas sugestões e nas de seus companheiros eh então mesmo que a gente não consiga percorrer tantos conteúdos ou toda a história da filosofia naquele ano eh mesmo que a gente não consiga
eh eh tanto volume de de informação de conhecimento que a gente temha aqui reduzindo eh a gente precisa e deve proporcion espaços aos estudantes para que eles se tornem sujeitos Esse é o grande resumo da obra de Paulo Freire que os estudantes também se tornem sujeito e que a relação Educadora educando seja uma relação de sujeito sujeito ambos com subjetividades com talentos com inteligências e ambos capazes de participar daquele processo que é um processo de construção de conhecimento não é um que sabe portanto ensina o outro que aprende o outro que não sabe e portanto
aprende é no fundo é uma construção do conhecimento então o professor tem que ter essa abertura para para criar esses espaços de participação efetiva dos Estudantes E e essa abertura pro aprender eh nesse sentido que Paulo Freire fala que na medida que ele foi se tornando mais experiente ele deixou de de considerar o bom professor aquele que mais ensina para o bom professor aquele que mais aprende porque exatamente os alunos vão crescer mais nesse processo eh que quem que são sujeitos de busca de investigação de construção de reflexão e prática juntos e portanto nesse processo
professores precisam se abrir ao aprendizado porque na medida que ele vai construir um projeto junto com os estudantes não necessariamente aquele Projeto vai vai Air os seus objetivos não necessariamente e vai ter ausência de conflito então é um processo que o professor precisa se abrir a a aos erros e acertos ao aprendizado de coisas novas à mediação de conflitos e eu entendo que a maioria de nós não foi preparada para isso eu entendo que a gente sinta muita insegurança e medo e que a gente tem uma formação muito arraigada nessa concepção de eu sei portanto
eu ensino e e e que a gente acaba muitos de nós acaba querendo ficar nesse modo tradicional de aula mas mas se a gente perceber a a crise que tá instalada no seio da da sala de aula e no entorno na sociedade a gente vai perceber que a gente tá nesse nesse nesse modo de de murro em ponta de faca de transformar a sala dos professores em em muro das lamentações e os alunos aos poucos nos demitindo porque não vem eh sentido em ficar 12 13 anos sentado calado memorizando reproduzindo vem cada vez menos sentido
nisso então Eh de certa forma para nós educadores formados nessa outra tradição eh é um grande parto é um grande parto nos Exige uma transformação de dentro para fora nos exige leitura nos exige eh um período grande de erros e acertos de tentativas Até que a gente consiga amadurecer digamos assim uma sala de aula Paulo freiada uma instituição de ensino Paulo freiada ou uma iniciativa um projeto eh numa comunidade Rural eh que seja um Paulo Freire ados também mas mas eh Como disse eh busco reinventá-lo desde o meu dia um há mais de 15 anos
e e entendo que faz eh que faz que faz bem faz bem para nós faz bens para estudantes não é que eu não cometa erros não é que eu não tenha dias difíceis não é que eu não tenha conflitos com os estudantes Isso tudo acontece comigo igual acontece com qualquer outro professor mas eh como não tem um conjunto de alunos Resistindo o tempo todo Resistindo ou através do celular ou através da conversa ou através da da indiferença e existe um engajamento porque faz sentido para eles eu gasto muito menos energia acontece de eu entrar numa
aula meio cansado porque eu venho de um dia como gestor e e sair dela revigorado isso realmente acontece eh porque eu consegui transformar a minha concepção de educação a partir da Inspiração inspiração de Paulo Freire e de outros e e portanto eh consigo construir e reconstruir a cada semestre eh essa relação sujeito sujeito com os estudantes E assim a gente chega então a essa esse momento final da essa dessa aula c e os convido para paraa aula número seis e aqui finaliza esse curso de Paulo Freire Pedagogia do Oprimido com eh com esse último capítulo
do livro que é a teoria da ação antidialógica e dialógica E aí é o momento que que ele vai explicar um um pouco mais vai sistematizar o que ele considera anti dialógico E sistematizar também o que ele considera eh dialógico ele vai falar por exemplo de de como a competição é utilizada eh eh quando ela é prioridade né em detrimento da colaboração eh ela se torna uma uma ferramenta de dividir as pessoas dividir as comunidades e portanto enfraquecer as comunidades Então se na nossa realidade a gente continua eh integralmente trabalhando com notas individuais ou seja
e estimulando constantemente apenas a competição a gente pode estar eh incorrendo nesse erro de tê-la como um instrumento de enfraquecimento da cultura daquela comunidade e portanto daqueles alunos então é muito possível você no seu planejamento enquanto educador eh pensar notas que sejam individuais e notas que sejam coletivas ou seja o a nota vai ser o o vai ter a ver com o resultado daquele esforço coletivo daquele evento daquele projeto daquela daquela atividade de extensão daquela pesquisa coletiva eh trouxe aqui apenas uma pitadinha desse fundamento que ele dessa sistematização que ele vai fazer eh no anti
dialógico e no dialógico pra gente pra gente se sentir convidado paraa última aula e E acima de tudo se sentir convidado para a leitura que eu tô fazendo aqui tô trazendo algumas frases que eu preparei com muito cuidado há mais de um ano preparando esse curso eh há mais de um ano é lendo separando frase por frase criando uma espinha dorsal para cada uma das aulas eh e e e assim deixar o convite né que é o que é o mais importante o convite à leitura porque porque é bastante bastante transformador e e mesmo que
precise ser feito um esforço grande eh vale a pena fazê-lo porque você educador que tá nesse né no turbilhão dessas sala de aula em crise e que não vê saída para isso e que acha que o problema do celular é proibir o celular na sala de aula você que está neste momento eh eh vai ser vai ser eh Vai demandar um esforço vai demandar leitura vai demandar compreensão vai vai demandar conversa com os colegas vai demandar construir inventar uma prática eh mais dialógica de uma relação mais sujeito jeito mais vai mudar sua energia Diante da
sua profissão diante dos Estudantes diante do seu cotidiano perceba que em vários momentos eu trago aqui bastante exemplos da sala de aula mas de novo a obra de Paulo Freire ela vale para diversos contextos PR sociedade como todo para organizações para projetos comunitários para realidades rurais realidades urbanas porque é uma obra que trata eh do dos grandes problemas que vivemos eh do sonho de construir uma sociedade mais justa socialmente mais equilibrada ambientalmente e e e e e portanto da de como podemos organizar a formação humana a educação humana em função dessa dessa libertação né da
pedagogia eh desse dessa Pedagogia do opressor dessa pedagogia bancária dessa pedagogia tradicional eh em prol de uma de uma educação eh do Oprimido eh eh e em prol dessa vocação do ser humano que é a vocação do ser mais e e assim eu encerro aqui deixa o convite para que vocês possam eh estar presente na próxima aula e também fazer a leitura eh um abraço a todos