S06E82: Gengis Bomaye: Discurso Sobre o Colonialismo, de Aimé Césaire

Como dizia Drummond a imer esteve no Brasil e quem soube livro de hoje discurso sobre o colonialismo de amezer esse livro saiu pela Editora veneta no ano de 2020 uma obra publicada em 1950 mas essa tradução é de uma redução de 1955 só que a obra já de 50 ela circula bastante Ali pela Martinica quando começa a ficar famoso né as citações desses é já foi em 52 que o próprio fanon cita no Pele Negra máscara branca que foi lançado então em 52 o ms0 Ele nasceu em 1913 na Martinica filho de um funcionário público

a mãe era costureira e o seu avô foi o primeiro Professor negro da Ilha de Martinica bem acho que Vale ressaltar que ele nasce 10 anos depois de uma tragédia que um vulcão lá entrou em erupção e a capital foi completamente destruída e teve que mudar também é a capital de lugar né então o MST zero ele passa pela pobreza assim na Martinica já na sua infância mas ele sempre teve acesso aos estudos assim né em muito influenciado pelo seu avô que foi de fato então um professor famoso né e uma coisa interessante é que

desde criança ele vai estudar assim numa escola que ele ganhou uma bolsa e consegue levar toda a sua família com ele e também depois de um tempo ele vai para França Porque ele ganhou uma bolsa muito interessante para estudar numa escola que o de terror Victor Hugo é o Sartre e o Valter estudaram e já na França o mce zero ele se encontra num Grande Debate ali no nos meios intelectuais da França publicava em algumas revistas pequenas também em ele já começa a causar um pouco de polêmica né porque enfim quem não sabe nada assim

dói nesses é ele foi um professor de fá não né em Ele entrou em diversas polêmicas com marxistas e principalmente os marxistas negros da França porque ele acreditava que os marxistas negros da França eles eram apenas marxistas que faltava Alguma coisa Alguma identidade específica nesses Tais marxistas né e não à toa o termo Negritude foi criado pelos o que que seria então Negritude né Seria tipo a ideia de que os afrodescendentes precisavam reivindicar por uma identidade que era algo próprio dos afrodescendentes né então certa vez até Perguntaram para ele mas reserva o termo Negritude não

é uma forma de racismo ele disse não é a única forma de edificar o humanismo e perceba que esse termo humanismo é muito caro para ele e vai aparecer já na sua obra então ele tem essas confusões aí com esses marxistas mas essas polêmicas com esses marxistas mas ele é uma pessoa que sempre prezou muito pela erudição pela intelectualidade em enfim completa o seu mestrado na França e quando volta para Martinica ele é um professor muito badalado assim ela as aulas que mais votavam eram as deles né e um ponto interessante que o fanom ele

era um grande entusiasta né do César e isso é algo que é um pouco complicado porque as opiniões dos dois são bem são não antagônicas né mas tem uma diferença crucial assim mas enfim ele era muito famoso como professor na Martinica porque ele fazia algo que era uma novidade o que que ele fazia o Cezar quando ele tava dando aula ele tinha a capacidade de ser uma pessoa completamente erudita mas ao mesmo tempo ele mantinha isso que ele próprio denominou como Negritude vocês era então ele enfim sabia ela tinha em grego mas ao mesmo tempo

falava sobre cultura africana e isso fez com que gerasse um uma que fosse uma grande novidade porque Como o próprio fanon diz os professores da Martinica que iam para França eram eram completamente brancos no sentido de que o negro que conhece a Metrópole é um Semideus essa frase é do fanor então vocês é ele consegue unificar esses dois mundos de erupção E também o mundo de você conseguir falar sobre carnaval e etc que é algo muito popular na Martinica bem quando o Hitler invadiu a França em 40 e fez aquele governo colaboracionista aconteceu diversas aconteceram

diversas mudanças nas colônias né E uma delas foi a proibição do carnaval também a completa repressão de cultura africana na Martinica mas há algo de positivo muitos dos intelectuais franceses que estavam fugindo de Hitler eles indo para os Estados Unidos foram barrados na Martinica Em ali como o ceser já era alguém importante um professor universitário Ele entrou em contato com esses professores com esses intelectuais e ganha uma fama ganhou uma fama quase que internacional né muita gente falava meu Deus como que você não é conhecido na França coisas desse sentido bem o Cesário vira político

vira Prefeito ali da capital e também é eleito o deputado para Assembleia constituinte na França representando a Martinica no caso na França ele ele se filia no Partido Comunista francês só que sempre com pé atrás porque o Cesar em tese ele representaria o surrealismo e o Partido Comunista Queria muito um Realismo é muito influenciado por aquele Realismo soviético porém não é só essa a confusão que o Zezé tem com Partido Comunista o Partido Comunista ele quando Cezar entra foi meados ali do da Explosão do crime de do relatório de crimes do Estado em o Cesário

ele achava que o Partido Comunista francês estava mais preocupado em defender a União Soviética do que a classe trabalhadora francesa não à toa isso levou o rompimento dele logo quando fim Demorou pouco tempo para ele romper já compartilho comunista em enfim na carta aberta Ele disse que jamais ia abandonar o Marxismo né então a gente Talvez possa colocar o César como sim o Pensador marxista Mas com esse pé atrás de vida também o período que ele tá inserido e tal bem ele volta então para Martinica faz um partido PPM partido progressista da Martinica ganha as

eleições já de primeira tanto dos comunistas como desociais Democratas e é um político muito famoso um dos maiores cabos eleitorais dele é o próprio fanon que isso é engraçado né porque não geralmente ele associado a uma prática mais revolucionária mas ele entendia que ali na martinical era um grande representante que podia unificar bem todos os desejos do povo que queria se libertar ali na Martinica embora esse exerce seja muito confundido também por um por uma imagem de ser muito conciliador e tal Bem Além de político escritor vocês é também ele eram colecionador de grandes amizades

era muito amigo do Jorge Amado do James baldwin do jamesbal foi inclusive convidado pelos panteras negras para conhecer o Harley ali por 67 enfim toda essa biografia para a gente dizer que o mr7 fato Ele tem uma vida completamente interessante que isso reflete muito na sua obra né E a obra que a gente vai falar no caso é o discurso sobre o colonialismo que essa edição da veneta tem algumas ilustrações do Marcelo de Salete que para quem não conhece ele é um quadrinista importante do Brasil Ele publicou aquele Angola Janga em que conta a história

de Palmares né mas enfim o que que trata essa obra O discurso sobre o colonialismo é um ensaio que por questões didáticas eu separo as três quatro pontos completamente importantes assim talvez o primeiro ponto importante que um C zero Levanta em que a gente pode pensar um pouco aqui é justamente um paralelo entre a civilização e o colonialismo você zero ele diz que a civilização ela cria dois problemas né primeiro problema seria o proletariado daquela clássica que enfim todo mundo sabe mas depois da Revolução Industrial surge a burguesia proletariada primeira seria aquela que é a

enfim dona dos meses de produção proletariado que só tem a força de trabalho para vender Como dizia o bom Manifesto enfim o problema Colonial o problema Colonial seria então a ideia de que onde os europeus tocaram fora do continente europeu não há um traço de humanismo e ele começa a criticar a Europa a partir dos próprios princípios da Europa quais seriam Então os princípios né do humanismo igualdade Fraternidade liberdade e tal ele diz que onde os europeus tocaram fora do território europeu não há nenhum traço de civilidade e também não há nenhum traço desse dito

o humanismo que ele sempre é advogado também há um ponto muito importante que é justamente A partir dessa colonização a uma certa barbari europeia né e dessa Barbara Europeia o que o César faz e sendo muito polêmico ó cuidado é muito polêmico e muita gente é contra essa ideia assim mas ele diz que antes de sofrer o nazismo os europeus toleraram ou seja ele disse que antes de serem vítimas eram cúmplices em qual sentido muito da do que foi posto ali na Europa como é todo mundo sabe mas enfim já era uma prática comum na

África como por exemplo câmera de gás em algum país lá em específico que aplicavam algo muito parecido com os campos de concentração mas todos os intelectuais que sempre deixaram passar esses acontecimentos coloniais que procuravam responder de forma bonita o fato de que a pessoas apitas ao trabalho a pessoas apitas a escravidão é são em si um Hitler ou tem dentro de si né um Hitler até diz que todo burguês Europeu distinto é um tem um Hitler interior o fato de sempre tolerarem e praticarem faz algo também muito interessante que ele diz que a colonização é

algo dialético né porque ao tratar o outro como animal você tende a se tornar também um animal e o fato de você acabar virando um animal você também vai ser tratado como animal porque é uma relação dialética Então o que ele sempre fizeram na África também é África não é equipe só na África acontece essas coisas né gente mas enfim ele tá falando da muito bem América também porque enfim Ele é americano acabaram que tudo que eles fizeram e perpetuaram agora eles começam a sofrer só que o interessante do argumento do IMEI é justamente que

ele critica as práticas da Europa responsabiliza a própria Europa em ser a criadora da maior pilha de cadáver da história porém ele não é um crítico avulso da Europa e aqui que eu acho legal né porque ele diz ninguém pode em sua consciência negar a erudição a intelectualidade europeia em ele também não nega a necessidade do contato entre o continente Europeu com os africanos até porque ele diz só a partir de um contato intenso com diversos povos é que a Europa virou que foi né porque é uma formação de diversos povos e guerras etc mas

o contato em si algo importante só que ele tem uma frase genial que a interação entre a Europa e a África poderia ter sido sem ser sobre a bota da Europa né porque enfim a gente sabe que ninguém foi lá para passar conhecimento ou qualquer coisa mas é legal porque ele não critica avulsamente a Europa mas ao mesmo tempo mostra que essa interação ela foi feita de forma completamente cruel bem o papel dos intelectuais eu acho que é importante de ressaltar porque havia uma tradição que o César tava ligado não sei dizer-se muito famosa mas

era uma que ele convivia quando estava na França que acreditava nessa ideia da dependência dos povos que foram colonizados aos colonizadores né Isso eles tentavam traduzir a partir da de uma nação quem enfim há pessoas que são dependentes das outras e etc e tem um poema clássico que o que é o fardo do homem branco que diz que o fardo do homem branco deveria ser então levar a civilização a Esses povos então ele faz essa crítica né os intelectuais aos políticos e tem até uma coisa engraçada que ele coloca diversas citações no ensaio e ele

fala um político Hitler guebels não aí coloca o nome de algum intelectual famoso da época assim bem Há também um uma percepção que ele começa a ter quem a Europa sendo a responsável pelo pela maior pilha de cadáveres na história começa a mudar agora mas não a Europa mudar começa a mudar o próximo responsável pela pilha de cadáver da história e ele já denuncia o imperialismo americano ele mostra que o que os Estados Unidos estavam fazendo era completamente perigoso ali no quintal dos Estados Unidos né fazendo golpes em toda América e também transformando os países

em repúblicas de banana que seriam países que não industrializavam e ficavam legados só vender banana para os Estados Unidos então ele já faz essa crítica e mostra que vai ter um novo paradigma que seria então os Estados Unidos como o comando da brutalidade da barbari que é justamente o que a gente consegue perceber hoje né O Último Ponto interessante que sempre vai retomar aos princípios da Europa sempre vai retomar Justamente a ideia de que Cara vocês falaram para a gente sobre liberdade igualdade tal e vocês não conseguiram fazer isso né e ele disse que o

responsável por conseguir fazer isso ou melhor o responsável por salvar a Europa dos seus males seria o proletariado né porque a burguesia não conseguiu colocar o humanismo em prática Enfim então ele disse que o papel seria do proletariado considerações finais o texto discurso sobre o colonialismo do msr ele foi uma luz assim para muitos dos grandes revolucionários desde reunilton na geladeira etc e também todos os revolucionários ali africanos eu acho que é um texto interessante porque ele faz todas essas críticas em ele aponta a problemas que talvez muita gente passa batido assim sabe como por

exemplo essa ideia dos princípios europeus muita gente do nosso lado nega totalmente a Revolução Francesa por exemplo né mas por exemplo no tal período do terror a abolição ocorreu Abolição nas colônias né que é que segundo hobsbau né Eu concordo bastante com isso é período do terror Como eles chamam é basicamente para ter já uma historiografia contrária à esquerda né porque enfim teve diversas coisas legais nesse dito período de terror na Revolução Francesa então o Cesário ele traz essas pautas históricas mesmo sendo um ensaio sabe e também ao mesmo tempo que Ele defende a Europa

no sentido Por exemplo jacobino foi o que eu acabei de citar ele também critica né então acho que isso é bem inovador assim no seu Zé um grande grande Pensador aí professor do maior intelectual de todos os tempos aí para mim e o Lucas é isso morreu em 2008 vítima de um ataque cardíaco mas vale a leitura enfim espero que tenham gostado assinem o Catarse deem like e é isso obrigado valeu [Música]