Aula 12 - Controle Motor (Voluntário e Automático)

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Fisio Ex - Prof. Alvaro Reischak de Oliveira
Aula sobre os mecanismos de controle voluntário da ação motora, discutindo as interações neuromuscul...
Video Transcript:
[Música] Olá hoje iniciaremos o módulo de fisiologia neuromuscular aplicada ao exercício nela iniciaremos pela parte de controle motor na realidade dividiremos a parte de controle motor em dois sistemas controle motor voluntário e ático e a seguir a aula sobre controle motor involuntário vamos a elas é praticamente impossível discutirmos fisiologia neuromuscular sem a situação de Luigi Galvani e Alessandro volta esses dois pesquisadores italianos o primeiro médico e o segundo físico discutiam a época os mecanismos de geração da contração muscular por meio de experimentos nas quais faziam patas de rã entrar em contato com metais como cobre
e zinco na ade cobra e Zinco intercalados foram os metais utilizados para a criação da conhecida pilha de volta de qualquer forma esses dois pesquisadores discutiam sobre elementos fundamentais na etiologia da eletricidade envolvida na contração o fato é que Galvani publicou em 1791 um tratado um livro intitulado de vbus eletricidades em moto muscular que significa a importância da eletricidade na contração muscular o fato é que Galvani dizia que a origem da eletricidade para a contração muscular eh visualizada nos seus experimentos era oriunda do próprio animal da própria do próprio sistema nervoso do próprio músculo volta
por outro lado sugeria que a atividade elétrica envolvida nessas contrações musculares era oriunda dos Tais Nos quais eles estavam em contato o fato é que Galvani citou ele volta considera eletricidade comum a todos os corpos eu penso que é característica dos animais ele é de opinião que o desequilíbrio vem da diferença entre os dispositivos usados em particular os metais pelo contrário eu favoreço a máquina animal em resumo ele atribui Tudo aos metais e não ao animal e eu atribuo tudo ao animal e nada aos metais pois bem a história mostrou que volta tinha razão na
realidade a eletricidade gerada e oferecida aos músculos aos nervos e aos músculos das rãs era oriunda na realidade dos metais e aos quais elas tinham contato é claro que ao longo da história eh se verificou que sim sistema nervoso é capaz de produzir eletricidade mas não nos níveis em que esses pesquisadores estavam eh encontrando e estavam utilizando nos seus experimentos pois bem o fato é que tais resultados ã acabaram permitindo que Mary Shelley em 1818 publicasse um livro baseado justamente nas teorias de Galvani e volta intitulado Frankenstein um livro bastante conhecido o fato é que
a partir daí outros pesquisadores tais como duchen utilizando a eletricidade mostraram que a musculatura era capaz de reagir a essa Eletricidade do Shen é conhecido como o digamos assim o idealizador da fábrica de de emoções em boulon ele estimulava regiões da da face de voluntários H gerando emoções gerando contrações diversas que lembravam sorrisos esgares e assim por diante uma utilização atual dos princípios de Galvani e volta são os modernos sistemas de eletroestimulação muscular esses sistemas são utilizados tanto para treinamento quanto principalmente para reabilitação e manutenção muscular Vejam o vídeo a seguir como vocês podem ver
volta e mesmo Galvani tinham razão a ativação elétrica ativa a musculatura de forma a induzir contrações contrações vigorosas e que podem gerar processo adaptativos desde que adequadamente controladas para continuarmos a discutir a fisiologia neuromuscular precisamos definir alguns aspectos em primeiro lugar unidade motora é um motoneurônio e todas as fibras musculares que são por ele enervadas ora isso quer dizer então que um motoneurônio enerva mais do que uma célula muscular Sem dúvida muitas mais ora analisando o músculo da mão o primeiro Inter dorsal ele apresenta cerca de 11 motoneurônios enervando mais de 40.000 fibras musculares se
dividirmos esse valor pelo número de motoneurônios chegamos a razão de inervação de 340 ou seja cada motoneurone inerva cerca de 340 células musculares se formos para músculos menos delicados Como por exemplo o tibial anterior aumentamos o número de motoneurônios para 445 mas aumentamos muito o número de fibras musculares para mais de 250.000 a razão de inervação supera 560 fibras musculares inervadas por cada motoneurônio ou seja cada motoneurônio enerva mais de 560 células musculares o gastrocnêmio e outros grupos bastante digamos assim grosseiros tais como o quadríceps o grande dorsal peitoral o gastrocnemio apresenta 579 neurônios aproximadamente
e mais de 1 milhão de células musculares a razão de inervação Beira às 2000 ou seja cada motoneurônio inervando mais de 2.000 células musculares é evidente que tal músculo é muito menos preciso do que por exemplo os músculos das mãos existem músculos ainda mais precisos com razão de inervação da ordem de 10 como por exemplo os músculos que controlam os movimentos do globo ocular pois bem todo esse sistema é controlado superiormente pelo sistema nervoso central em especial pelo córtex motor pelo córtex sensorial e outra as estruturas acessórias tais como cerebelo e assim por diante essa
estrutura toda foi estudada extensivamente por um pesquisador chamado wildor penfield penfield na virada do século eh XIX para o século XX no Canadá na escola de neurofisiologia de Montreal desenvolveu técnicas eh de técnicas cirúrgicas de tratamento da epilepsia na realidade Ele criou um modelo que é um modelo conhecido como técnica de Montreal na qual se eh recorta uma determinada região do crânio se remove essa parte da calota craniana e com o paciente acordado com o paciente consciente se investiga a região do cérebro até se chegar a região ã na qual existe o foco epiléptico pois
bem com essa técnica penfield pode investigar o cérebro na sua Plenitude com contato e acesso direto e através de técnica de estimulação ele conseguiu determinar quais regiões e ativava que outras regiões do corpo ISO dessa forma Ele criou o conhecido homúnculo de penfield nós temos o homúnculo sensorial e o homúnculo motor ou seja essa região do córtex motor por exemplo controla a mão essa região a face essa região a língua e assim por diante tudo isso foi determinado com crânio aberto com o cbro exposto com córtex exposto e com técnicas de estimulação elétrica Ah isso
eh é o a grande contribuição de penfield a neurofisiologia ora em vários eh digamos museus de história natural no mundo nós temos Por exemplo essa figura essa figura é uma representação de como seria o corpo humano se as proporções corticais fossem mantidas no nosso corpo pois bem eu não gostaria de viver nesse planeta mas de qualquer forma é assim que nós seríamos pois bem o controle motor ele pode ser dividido em três níveis voluntário automático e involuntário na aula de Hoje iremos discutir os aspectos voluntários e automáticos pois bem essas respostas voluntárias elas dependem de
um processamento cortical que depende de toda uma integração entre córtex cerebral gangos da base cerebelo e periferia na realidade a partir dessas estruturas superiores são gerados impulsos que chegam até os músculos periféricos ao mesmo tempo esse sistema recebe impulsos nervosos sensoriais e modulam toda essa via coordenativa Como podemos esquematizar isso um pouco melhor pois bem essa estrutura esquemática nos mostra algumas coisas em primeiro lugar se desejarmos fazer alguma coisa se desejarmos executar algum gesto motor isso é gerado a partir do córtex límbico pois bem esses ess esse desejo gera um planejamento então nós planejamos um
determinado gesto motor esse desejo é transmitido por uma para um sistema de nervação pro córtex associativo e pros núcleos da base dividido em caldad e putam a partir daí nós temos um planejamento do gesto motor que Iremos realizar isso não quer dizer que nós iremos realizar porque afinal de contas temos sistemas de controle de eh autocontrole eh dentro dos quais nós podemos desejar fazer algo mas mesmo assim não fazer de qualquer forma se nós desejarmos e e partirmos paraa execução Tais estímulos irão migrar para córtex motor a partir da ação do córtex motor com os
núcleos da base nós temos a programação a tática de execução de um gesto isso quer dizer que podemos fazer um determinado movimento de diferentes formas e isso tem que tem que ser programado pois bem esses estímulos São ã lançados para tronco encefálico em direção a musculatura mas também para o cerebelo e aqui então no cerebelo nós temos o que a gente chama de controle fino do movimento vamos ver como isso acontece o fato é que esse potencial de ação vai para tronco encefálico vai pra medula anterior e finalmente chega ao músculo gerando o movimento ora
Logo no início do movimento estruturas sensoriais tais como fuso muscular órgão tendinoso de golge órgãos de equilíbrio do ouvido interno a nossa visão órgãos sensoriais da pele da das articulações ou seja toda a nossa maquinaria sensorial gera estímulos que sobem da pela medula posterior em direção as estruturas superiores com que intuito simples para informar inicialmente para cerebelo o estado do movimento que nós programamos ora temos um movimento que foi programado e temos um movimento que está sendo executado Será que esses dois movimentos são iguais a resposta é simples não nunca são é necessário que na
excursão do movimento se façam ajustes Quem determina isso éu cerebelo a partir da comparação entre o que está sendo executado e e o que está sendo produzido o cerebelo en fora ctex límbico associativo e motor e é feita então uma correção do gesto isso gera um novo padrão de ativação que atinge o músculo novamente as estruturas sensoriais informam o resultado desse processo o cerebelo novamente eh gera estímulos de correção e sucessivamente geramos esse arco de forma a gerar um movimento absolutamente preciso e controlado ora Álvaro tu estás dizendo que na excursão de um gesto por
exemplo na extensão de um braço para alcançar um telefone isso esse fenômeno essa alça ocorre várias vezes sim sem dúvida nenhuma em cada movimento essas alças de correção ocorrem milhares de vezes de forma a gerar um movimento absolutamente preciso e coordenado ora mas e se nós não tivermos o cerebelo se nós tivermos por exemplo um paciente que tem uma lesão cerebelar pois bem esse movimento ou esse ciclo de coordenação não irá ocorrer o chamado refinamento é o chamado controle fino do movimento se perde e se gera então movimentos absolutamente digamos assim descoordenados a marcha por
exemplo do paciente com lesão cerebelar ar ela é uma marcha errática é uma marcha que não tem um controle Fino que nós normalmente temos na realidade não a marcha Mas qualquer movimento de um paciente com lesão cerebelar pois bem vamos ver agora como é que e o processo de coordenação motora e é gerado e de que forma esse processo permite a aprendizagem de gestos motores [Música] k bem vocês devem estar se perguntando o que esses lindos bebês t a ver com todo esse processo que estamos discutindo ora eles têm absolutamente tudo a ver eles estão
claramente no processo de aprendizagem da Marcha Ora como esse processo se relaciona com a discussão que fizemos até agora vamos ver um bebê em processo de de aprendizagem da Marcha ele já apresenta o desejo da Marcha ele já apresenta algumas estruturas desenvolvidas para possibilitar a marcha no entanto ele ainda não tem na sua forma plena os processos coordenativos a sequência de eventos coordenativos que gerem uma marcha precisa uma marcha que nós chamamos madura isso irá ocorrer ao longo de inúmeras repetições ele irá na realidade testar inúmeras vias coordenativas e ao longo desse processo por mecanismos
de tentativa e erro ele irá ã digamos assim refinar a sequência coordenativa neuromuscular e ao mesmo tempo fortalecer as estruturas musculares ligamentares e até mesmo ósseas que permitirão a marcha ao longo do tempo isso irá gerar aquilo que a gente chama de marcha rudimentar a marcha a primeira marcha que o bebê executa que é uma Marcha Com uma base aumentada então vocês notam no vídeo que os bebês andam com as pernas afastadas de forma a criar uma base que gere mais equilíbrio Normalmente também com os braços afastados para gerar esse equilíbrio maior ã muitas vezes
com o centro de gravidade rebaixado ou seja com uma semiflexão de joelho semiflexão de quadril de forma a aumentar o equilíbrio e permitir a marcha ao longo do tempo essa via coordenativa vai ser refinando e em especial as estruturas de planejamento vão perdendo importância ora vocês já notaram que quando andamos não pensamos não temos na realidade a plena consciência de onde e como colocamos os nossos pés por quê Porque nós já partimos do sistema direto de programação nós diminuímos barbaramente a importância das ações de planejamento diferente do bebê que ainda Precisa planejar cada passo e
partimos direto nós adultos para a programação e finalmente paraa execução ou seja nós já desenvolvemos aquilo que se chama de engrama o que é o engrama é uma sequência de ativação neuromuscular que torna o movimento automático ou seja nós já partimos nós já temos a sequência desenvolvida e já a partir do estímulo eh passamos a executá-la Vamos assistir agora dois outros vídeos que apresentam uma estrutura neuromuscular completamente diferente dos bebês que vimos agora a [Aplausos] [Aplausos] pouco blocked by James Lebron James with a rejection Block Block James out of Nowhere Huge Huge defensive Play by
the four time [Aplausos] MVP here go back [Aplausos] ora vocês devem estar se perguntando o que esses vídeos t a ver com tudo que discutimos até o momento absolutamente tudo esses vídeos vemos quatro atletas de duas modalidades esportivas diferentes executando seus gestos com altíssima precisão a primeira cena mostra Stephen curen acertando uma uma cesta inacreditável de três pontos na sequência Lebron James num bloqueio um toco absolutamente Fantástico no filme sequencial apresentamos uma cena de tênis com dimitrov e Federer jogando e acertando jog adas absolutamente fantásticas entre as pernas ora o que isso tem a ver
com o que discutimos novamente tudo porque para atingir tal grau de excelência esses atletas tiveram que repetir esses gestos tantas e tantas vezes tentando errando e acertando de forma a depurar a via coordenativa neuromuscular e passar a executar esses gestos com o mínimo de planejamento com o mínimo de execução consciente na realidade esses gestos são praticamente automáticos por quê Porque eles conseguem tornar esse gesto pela repetição em gramas motores no entanto esses em gramas eles são extremamente úteis mas também podem gerar problemas que tipo de problemas este que veremos a seguir o que é isso
uma página escrita com letra muito ruim o nosso conhecido garrancho o que garranchos tem a ver com toda a nossa discussão simples a forma com que escrevemos o padrão da nossa letra nada mais é do que a representação de um engrama motor desenvolvemos Esse engrama motor ao longo de anos de vida acadêmica aprendendo a escrever desenvolvendo a nossa escrita e a partir de determinado momento de muita prática mesmo que fechamos os nossos olhos a nossa letra não irá mudar por quê Porque o padrão em gramático está implantado ora tente mudar tua letra tente mudar a
sua forma de escrever difícil não pois é justamente porque este padrão é automático assim como a escrita a marcha o padrão de fala o Nossa forma de falar é um padrão em gramático a forma como nós jogamos futebol a forma como Nós nadamos a forma como nós jogamos tênis tudo isso são em gramas que desenvolvemos ao longo de nossa vida Ora se desenvolvemos um padrão motor ruim ou seja vamos sair um momento dessa dessa dessa dessa página com letra ruim Vamos pensar na nossa na nossa prática de tênis ou na nossa prática de natação se
temos um padrão de nado ruim que desenvolvemos ao longo de sei lá C ou 10 anos de prática é muito difícil de corrigir o que que nós temos que fazer eh reaprender a nadar por exemplo nós precisamos se o nosso padrão de nado é ruim treinar muito para corrigir esse nado é por isso que na fase de iniciação esportiva deve se dar muita atenção à técnica por quê Porque quanto mais Nós estudamos mais Nós nos damos conta que o grande diferencial entre os atletas não está no aspecto físico e sim no aspecto técnico o aspecto
físico com um dois ou três anos de trabalho sério conseguimos desenvolver a níveis internacionais a níveis mundiais a parte técnica muitas vezes são necessários 10 15 anos e é neste aspecto que eu preciso que vocês se concentrem é fundamental prestar atenção no desenvolvimento técnico de cada gesto que vamos ensinar para crianças em categorias de base ou mesmo na escola Esse aspecto também se aplica em processos de reabilitação motora quando um indivíduo tem uma lesão ou mesmo um quadro neurológico mais Severo ele precisa reaprender a realizar determinados movimentos e tudo isso é Ou faz parte do
processo de instalação de um novo engrama pois bem quais são as nossas ã mensagens finais a precisão com que o músculo executa sua sua ação Ela depende do tamanho de suas unidades motoras do número de células musculares inervadas por cada motoneurônio o engrama o engrama motor permite que executemos ações motoras com o mínimo de planejamento e finalmente o desenvolvimento do engrama Depende de repetições tentativas e erros ou seja treinamento treinamento que muitas vezes demora anos para que se conclua pois bem esta é nossa aula de hoje até a [Música] próxima n
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