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Obrigada Clóvis pelas palavras são generosas Boa noite a todas todos e todos e dizer que estou muito feliz todo mundo se lembra todo mundo aprendeu na escola um ver um poema de Olavo Bilac que começa hora direito ouvir estrelas três locado amigo eu aqui faço uma pergunta parecida ora direito ouvir sobre política e democracia três loucas E no entanto eu penso que é preciso fazer a pergunta porque pensar sobre a política e a Democracia hoje eu diria que no plano conjuntural no plano dos acontecimentos recentes no Brasil ou 8 de janeiro de 2023 nós somos
levados a considerar que retomar essa discussão é de grande importância e de responsabilidade histórica e não tinha só eu sou de uma incompetência nesses objetos acho que agora foi de fato existe no Brasil a tendência social divulgar a política de duas maneiras ou como algo que cabe a profissionais da política vereadores prefeitos deputados governadores senadores presidentes e não diz respeito à nossa ação como cidadãos ou então julgar a política o espaço da prática da corrupção da qual cidadão se afastam para preservar princípios éticos Essa dupla maneira de se referir a política é uma é uma
são duas maneiras de recusar destrói a construção da democracia Muitos são os aspectos que determinam Essa dupla visão da política e Essa visão que a restringe aos profissionais ou a visão que a despreza como lugar da corrupção essas duas visões significam um abandono da política um esquecimento de que a política é uma prática social e histórica da maior relevância nós precisamos considerar entretanto que essas duas visões não são e motivadas não aparecem por acaso elas não são desprovidas de causas dessas causas eu gostaria de destacar aqui hoje aquelas que produzem a privatização do espaço público
e o destroem como espaço público pondo em risco a democracia eu vou mencionar algumas causas começo mencionando o encolhimento do espaço público e o alargamento do espaço privado sob a ação da economia e de governos neoliberais uma vez que ele se definem pela eliminação de direitos econômicos sociais e políticos garantidos pelo poder público eles o fazem em proveito de interesses privados da classe dominante Isto é dos detentores da riqueza em outras palavras sendo a democracia a criação e garantia de direitos a transformação dos direitos em serviços que se vende e compra no Mercado significa recusar
o núcleo definidor da democracia no mercado uma segunda causa é a destruição da esfera da opinião pública que deixa de ser o campo onde se exprimem opiniões divergentes sobre a vida Econômica social cultural política divergências que são constitutivas da Democracia porque ela é a única forma política que considera o conflito legítimo e necessário a opinião pública que na origem era a manifestação em público de uma reflexão que grupos de classes sociais na defesa dos seus interesses e dos seus direitos levavam a determinar decisões e ações políticas Isto é a discussão pública levava a resultados concernentes
a toda a coletividade ora hoje a opinião pública se tornou a manifestação pública não de reflexões e de opiniões mas de gostos preferências sentimentos individuais que outrora pertenciam ao campo da esfera privada uma terceira causa é a destruição da discussão e do debate público sobre projetos e programas de governos e sobre as leis e essa destruição é produzida pelo surgimento do marketing político que considera que submete a política aos procedimentos da sociedade de consumo e do espetáculo o marketing político procura vender a imagem do político e reduzir o cidadão a figura privada do consumidor para
obter a identificação do Consumidor com o produto o marketing Produza a imagem do político enquanto pessoa privada as suas características corporais preferências sexuais culinárias literárias esportivas hábitos cotidianos vida em família bichinhos de estimação a privatização das figuras do político e do Cidadão privatiza o espaço público da política uma quarta causa é aquilo que eu chamo de a ideologia da competência segundo essa ideologia a sociedade se divide entre os competentes que possuem conhecimentos científicos e técnicos e por isso tenho o direito de mandar e comandar e os demais que não tendo Tais conhecimentos são tidos como
incompetentes e com a obrigação de obedecer sobre os efeitos da ideologia da competência a política é considerada uma questão técnica que deve ficar nas mãos de especialistas supostamente competentes cabendo ao cidadãos reconhecer sua própria incompetência confiar na competência dos técnicos e reduzir a participação política ao momento do voto nas eleições Uma quinta causa é a ação dos meios de comunicação de massa sobre o impacto da ideologia da competência Isto é com essa ideologia da competência as ondas sonoras do rádio e as transmissões televisivas se tornam cada vez mais o campo dos discursos de especialistas que
nos ensinam como viver e nem se tornam imensos consultórios sentimental sexual gastronômico geriátrico ginecológico culinário de cuidados com o corpo ginástica cosméticos medicamento conselhos de jardinagem Carpintaria bastidores da criação artística literária e da vida doméstica como observa R no livro a cultura do narcisismo as mídias tornaram irrelevantes as categorias da Verdade e da falsidade substituindo-as pelas noções de credibilidade plausibilidade e confiabilidade para que algo seja aceito como real basta que apareça como crível ou plausível oferecido por alguém confiável os fatos cedem lugar a declarações de personalidades autorizadas e de formadores de opinião que não transmitem
informações mas preferências e essa se convertem imediatamente em propaganda Qual é a base de apoio da credibilidade da plausibilidade e da confiabilidade a resposta se encontra no apelo a intimidade a personalidade a vida privada Como suporte e garantia da ordem pública mas sexta causa é ação das novas tecnologias eletrônicas que deram origem ao chamado digital parte ou partido digital no qual os governantes se apresentam não como governantes mas como gestores o estado é uma empresa e os governantes são gestores dessa empresa e se apresentam como gestores representantes do verdadeiro povo o qual permanece como uma
maioria silenciosa com a qual ele se relacionam ininterruptamente diretamente por meio do Twitter de blogs de redes sociais e etc operando sem mediação institucional pondo em dúvida a validade do congressos e dos parlamentos políticos e das instituições jurídicas promovendo manifestações contra essas instituições e uma última causa não é a última mais das que eu vou das que eu selecionei é a última aquilo que eu denomino de o neo Calvinismo de fato nos seus inícios o capitalismo se exprimiu ideologicamente na ética de Calvino ou na ética calvinista do trabalho como vocação e dever instituindo o dever
de trabalhar e a repressão do desejo e da fruição e do descanso uma fé disciplina aos corpos essa ética que é uma ideologia reaparece no neoliberalismo com a figura do Trabalhador como empresário de si mesmo devendo como indivíduo participar da competição mortal com os demais trabalhadores tendo a obrigação de vencer a Qualquer Custo e sentir-se culpado se não alcançar esse objetivo na Ética Protestante um dos sinais que Deus dava aos homens de que eles se salvariam seres humanos se salvariam na vida eterna era fazer com que o trabalho produzisse enriquecimento pessoal o enriquecimento era uma
prova da do Olhar bondoso e bem fazer de Deus uma promessa de salvação portanto era preciso trabalhar trabalhar trabalhar trabalhar reprimindo portanto os desejos a fruição o descanso o lazer assim olha essa concepção é que aparece nesse novo indivíduo criado pelo neoliberalismo que entra numa competição mortal com os demais trabalhadores tendo a obrigação de vencer a Qualquer Custo e sentir-se culpado se ele não alcançar esse objetivo a famosa meritocracia é isso a meritocracia em outras palavras ao mesmo tempo que nós estamos em diante de uma renovação da ética calvinista nós também estamos diante de uma
contradição com relação a Essa época porque porque o trabalho exigia a repressão do desejo da fruição e do descanso Ora agora surge uma ideologia de estímulo a fruição ao gozo ao desejo Isto é o consumo de massa que demore então a moral repressiva do antigo calvinismo do início do capitalismo mas ao mesmo tempo mantém dessa antiga ética a ideia de nos tornar culpados de tornar culpados todos aqueles que não conseguem participar do consumo de massa você se torna menor você se torna ninguém você é avaliado pelos objetos que você é capaz de consumir como nós
veremos no curso que eu programei quando nós lemos os filósofos antigos particularmente Platão e Aristóteles nós podemos observar que eles definem a política com uma forma superior de vida a vida é justa segundo Platão a vida boa e bela segundo Aristóteles para ambos a política se define pela justiça ainda que cada um deles Tome o justo de maneira diferente para Platão uma política é verdadeira ou justa quando nela o sábio governa O corajoso a protege e o coeficiente produz os meios materiais de conservação da Comunidade em outras palavras a política justa é aquela em que
a razão comanda subordinando ao seu comando a força militar e o poderio econômico Aristóteles porém parte da existência de uma divisão social qual seja a existência de pobres e ricos e considera justa a política que opera no sentido de diminuir tanto quanto possível essa desigualdade ou como diz o filósofo a política é a arte de igualar os desiguais e por esse motivo Aristóteles distingue dois tipos de Justiça o que ele chama de a justiça distributiva ou do partilhável que se refere a distribuição pública de bens para diminuir a distância entre pobres e ricos um exemplo
que Aristóteles dá é Suponha que tenha havido uma seca fortíssima e que não haja grãos e que se comece a importar os grãos os que são mais ricos então diz Aristóteles nós vamos ter um aumento da desigualdade entre os que podem se alimentar e os que vão morrer de fome qual é a tarefa da política a tarefa da política é estabelecer formas e critérios para distribuir todos esses bens igualmente Entre todos isso é justiça distributiva ou a justiça daquilo que é partilhável que são as coisas físicas ora ao mesmo tempo ele fala numa Justiça do
participado isso é daquilo que não pode ser dividido distribuído partilhado mas apenas participar e é aí que está o poder político o poder político deve ser exercido por todos os cidadãos vai ocorrer que durante a idade média a ideia da política muda de foco sobre ação da religião então a política é pensada como a realização da Justiça tal como era para os antigos mas vai considerar que na verdade existe um governante que depende de algo que Foi estabelecido de uma vez por todas no Antigo Testamento no antigo testamento é lido todo o poder vem do
alto por mim reinam os reis e governam Os Príncipes há uma Fundação teológica do poder político ele vem de Deus que permite que alguns rendem e outros sejam Príncipes Então essa ideia é a de que o poder político é uma graça divina ou um favor Divino que se deposita na figura do governante o governante portanto é um representante de Deus na Terra e ele é consagrado e Coroado pelo Papa que confirma a graça divina e assegura que o governante é filho da justiça e pai da lei porque ele tem a lei no seu peito né
Ou seja a vontade do governante é lei a um ditado que diz o que atrás ao rei tem força de lei como representante de Deus na terra o governante justo é aquele que possui todas as virtudes e deve servir de espelho aos governados de maneira que uma política é justa quando o governante é moralmente Virtuoso injusta quando ele é moralmente Virtuoso a Idade Média concebe a justiça sobre duas formas não mais o partilhável e participava da Ordem do mundo que foi instituída por Deus a natureza é uma ordem de decretos divinos as leis da natureza
são leis decretadas por Deus então o poder de Deus se exerce sobre o todo do universo e a ordem social que é instituída pelo governante em consonância não com vontade dos seus governados mas com a vontade de Deus que se revela a ele essa Fundação Religiosa e teológica da política vou fazer um pequeno parente de vocês me permitem porque nós vamos ver daqui a pouquinho como é que isso vai se desmanchar mas eu não me esqueço que quando o bolsonaro foi eleito Um dos lugares qual ele foi foi igreja do Edir Macedo E lá eu
não sei se vocês viram essa cerimônia foi uma cerimônia muito interessante em que o bolsonaro se ajoelhou e o Edir Macedo ungiu e abençoou o Presidente da República a maneira de um Deus medieval que tem a lei no seu peito e o que a paz a ele tem força de lei Bom Dia Diante tanto da trajetória dos antigos quanto a da teologia política nós podemos avaliar a imensa a gigantesca ruptura que é trazida pelo pensamento de Maquiavel distanciando-se dos filósofos antigos e da teologia política Maquiavel afirma que a política não diz respeito à justiça nem
a graça Divina ela diz respeito ao exercício do poder ora não é de qualquer maneira que se realiza um verdadeiro príncipe Maquiavel começa com uma uma afirmação que é de uma importância fundamental para combater isso que virou no senso comum maquiavelismo se é uma coisa que Maquiavel não é é maquiavélico ele não é de jeito nenhum então deixa eu explicar um pouquinho um dos elementos importantes da posição de Maquiavel Maquiavel vai dizer que toda a sociedade é atravessada por uma divisão originária não existe sociedade sem essa divisão ela se divide entre o desejo dos grandes
de oprimir e comandar e o desejo do Povo de não ser Oprimido nem comandado os grandes são movidos pelo Desejo de bens e de riquezas o povo pelo Desejo de liberdade e segurança então em lugar de Tomar como ponto de partida a ideia clássica da comunidade una indivisa na qual deve reinar ou a justiça do participado da Justiça do partilhável ou a vontade de Deus através do rei em vez dessa ideia de comunidade surge efetivamente a ideia de sociedade a comunidade é sempre una e indivisa voltada a um bem comum a sociedade não a sociedade
é dividida ela é dividida em classes ela é dividida entre os grandes e o povo no caso de Maquiavel né então retomando então vocês podem imaginar o tamanho da ruptura porque vai ser a primeira vez na História do Pensamento político que alguém vai dizer que a sociedade é uma rachadura entre os grandes e o povo assim Maquiavel parte da divisão social e por isso para ele a política é o exercício do poder em vista de domar refrear e conter o desejo dos grandes e concretizar o desejo do Povo Isto é o desejo de liberdade e
segurança mas não é só o abandono da figura da comunidade una e indivisa nem apenas o deslocamento da discussão da política da justiça para o poder como garantia de liberdade e segurança populares a marca inovadora de Maquiavel também inovadora a concepção que ele tem da virtude do governante em vez de propor que o governante seja um espelho de virtudes Morais que pertencem à esfera da vida privada Maquiavel define o governante como um grande dissimulador que deve ser um paciente ouvinte da Verdade a virtude do governante é Estar atento ao que Maquiavel chama a verificar de
lecoze Isto é os acontecimentos o governante Virtuoso príncipe é aquele que muda de ideia de sentimento e de ação segundo as exigências a circunstâncias de maneira a não ser vítima delas e sim o seu senhor e finalmente um ponto essencial em Maquiavel é o sistema de alianças Maquiavel diz o príncipe o verdadeiro grande príncipe nunca se Alia aos grandes porque os grandes são seus rivais e querem o poder dele o príncipe se Alia ao povo ao desejo do povo como vocês verem não é nada maquiavélico a coisa maquiavélica foi inventada depois hora a concepção Maquiavel
abre campo para a concepção moderna do poder político não como Principado mas como soberania Isto é a passagem da figura do Príncipe para o soberano e nós veremos Eu pretendo tratar disso um pouco no curso é jambodão no século 16 que pela primeira vez define a soberania dizendo que é soberano aquele que tem o poder de decisão que promulga e abolhe leis e que tem o direito de vida e morte sobre os governados essa definição da soberania foi inicialmente aplicada a figura do Rei absoluto no entanto ela vai se tornar definidora da soberania do Estado
assim a política se refere ao exercício do Poder soberano pelo Estado ideia que será amplamente desenvolvida por Hobbes e depois dele pelos teóricos do Iluminismo e da Independência norte-americana e da Revolução Francesa e como nós veremos eles introduzem versões variadas de como resolver aquilo que a marca da sociedade isso é a existência de indivíduos isolados e a solução que eles vão encontrar nesse período é a ideia do pacto social do contrato social né a ideia de que é um acordo de vontade para instituir um soberano e submeter-se a ele desde que ele Garanta a vida
a propriedade privada os bens e a liberdade dos governados ou seja o que nasce aí é a concepção burguesa da política diante dessa história política nós veremos que não vai ser muito surpreendente que grande a face a concepção liberal e pense a política a partir de Maquiavel isto é ele vai pensar a partir da divisão social da Liberdade popular e da segurança popular e ele denomina por isso o partido da classe revolucionária de um novo príncipe por isso ponto de partida de grande é a crítica de Marx a ideia de contrato social ou de pacto
social como fundamento da soberania como Maquiavel Marx parte da divisão social história da divisão de classes e considero o Estado Moderno o exercício da dominação pois ele realiza em linguagem marqueveriana o desejo dos grandes de oprimir e comandar no caso a propriedade privada dos meios sociais de produção e a repressão militar e policial assim a revolução proletária pensada por grammiche como um renascimento da política contra a dominação antiga e é a figura que realiza isso é ele chama de um novo príncipe ou príncipe moderno que é o partido revolucionário eu espero poder apresentar todas essas
questões que eu estou aqui apresentando de maneira mais rápida apresentar de maneira mais detalhada e aprofundada no curso evidentemente mas eu tô dizendo qual é a trajetória que eu vou fazer nessa nessa inaugurar uma espécie de apresentação para vocês do programa do nosso trabalho dos contratualistas aos liberais dos liberais aos marxistas muito foi escrito e feito na política mas sem perder de vista a divisão social seja a maneira Liberal para ocultá-la nas figuras do estado e da Nação como unidade indivisa imaginária seja a maneira revolucionária de reinvenção da política sem o estado e contra o
estado sem abandonar o núcleo da modernidade isso é a afirmação de Maquiavel de que a política é o exercício do poder Ora nós vamos ver posteriormente né como alguns dos nossos contemporâneos virão a pensar a política eu vou aqui de uma maneira muito breve destacar Max Weber como exemplos da maneira contemporânea de enfrentar a questão da política e da democracia Max Weber concebe o poder como capacidade para obrigar a obediência por meio da lei o poder é o uso legal da violência podendo realizar-se de maneira personalizada quando é um poder carismático de um líder carismático
ou de maneira impessoal quando ele se efetua por meio do estado e dos instrumentos jurídicos criados pelo Estado no entanto a distinção que a gente não encontra no Weber né entre força autoridade e poder a força Diz ela é o exercício direto e imediato da coerção e da repressão e o seu fundamento é o medo autoridade é a coleção pela tradição interiorizada e rememorada pela sociedade por meio de símbolos e o seu fundamento é a obediência e o respeito pela hierarquia poder é a coerção mediada pela lei a qual pode tanto ser fonte de Liberdade
como de dominação e o seu fundamento é o consentimento Esse é o lado Liberal da Argentina quando o consentimento é voluntário o poder propicia a liberdade quando o consentimento é forçado torna-se Dominação e opressão para a gente a força opera por meio da violência com a finalidade de eliminar as diferenças sociais autoridade opera pela formação do sentimento comunitário considerando as diferenças como secundárias e o poder quando não se transforma em dominação opera no sentido de legitimar as diferenças sociais individuais não são menos importantes as análises de Michel Foco a quem nós devemos Aliás o surgimento
das palavras neoliberal para designar economia e a política a expressão empresário de si mesmo para designar a nova imagem dos indivíduos e as duas formas do poder que ele analisou o poder disciplinar e o poder então contrapondo-se a ideia weberiana e marxista de que o poder é essencialmente repressivo focou prefere tomá-lo sobre um outro ângulo analisando as mudanças no sistema penal e no sistema carcerário nos meados do século 19 focou se refere ao poder como produtor de cor corpos dóceis o poder se torna uma disciplina sobre os corpos e se espalha depois pelo todo da
sociedade penetrando em todas as instituições sociais criando corpos dóceis para o trabalho ele se torna aquilo que ficou denomina o poder disciplinar mais tarde em cursos que ele ministrou no colégio da diferença que havia se estabelecida por Aristóteles entre a vida natural e a vida boa ou a vida ético política e ele analisa o interesse do poder desde o século 19 pelo controle sobre a vida natural dos homens não sobre a vida política e social mas sobre a vida natural isso é biológica dos seres humanos esse interesse dizer é atestado pelo surgimento da Democracia da
demografia e das questões de higiene e Saúde Pública e isso ele define agora como bio-poder um poder que se exerce sobre a vida dos indivíduos e da sociedade na opinião de focou o racismo a ideia nazista da Eugenia racial e a ideia do campo de concentração como solução final seriam as expressões mais claras e mais diretamente visíveis dessa mudança sofrida pelo poder ao passar de poder disciplinar a um poder a um poder se dedica análise sobre o fim da ideia da soberania como definição do poder e ele salienta entretanto um aspecto da soberania que vai
desembocar no Bio poder nosso contemporâneo ele vai lembrar que desde o século 16 com o jambodan a soberania nós acabamos de ver isso não é se define pelo poder de fazer promulgar e Executar a lei e o poder de vida e morte sobre o cidadãos essa ideia de soberania que vai reaparecer na definição veberiana do Poder nós vamos ver depois no curso nós vamos ler isso com mais detalhes né mas é isso que aparece na definição verberiana do Poder ora desfoco é evidente que o poder soberano não tem poder de dar a vida mas apenas
de tirá-la em outras palavras a soberania é o poder de fazer morrer ou deixar viver peculiaridade do Bio poder estar e ultrapassar o limite imposto a soberania Pois por meio da demografia da higiene e da Saúde públicas da identidade individual definida pela nacionalidade e naturalidade o poder hoje pelo DNA o poder se exerce sobre a vida e sobre o dar a vida focou introduz assim a ideia da biopolítica e as implicações crescentes da vida natural dos seres humanos nos cálculos e mecanismos do poder e ele lembra que não é por acaso que a Declaração Universal
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1948 como o primeiro direito é o direito à Vida essas instigantes e ricas análises de foco sobre a sociedade da Vigilância e do controle antecipam aquilo que ao iniciar eu denominei o digital parte ou parte do digital que realiza isso extrema perfeição sob um aspecto as análises de focou retoma uma perspectiva clássica a respeito da política Isto é a não identificação da política com o aparelho estatal ao pensar o poder como uma ação e uma operação que se espalham capilarmente em todas as instituições sociais foi compensa soberania
mas não estado e ele reencontra desse ponto de vista cloudle for que se opõe ao ponto de vista da ciência política a qual localiza a política não na sociedade mas no estado de fato esses filósofos consideram a política como espaço público no qual são deliberadas e decididas as ações concernentes a coletividade de maneira que a política determina as formas da sociabilidade e da sociedade segundo nela se definam a forma do poder e o exercício do governo essa perspectiva desses filósofos se opõe a da Ciência Política a ciência política admite a existência de uma esfera política
e de fatos políticos que se distinguem de todas as outras esferas e fatos sociais ou seja ela consegue a política não como um acontecimento e uma prática social mas como ela pensa a política a partir do Estado e das instituições estatais da forma dos governos da existência de partes políticos e da presença ou ausência de eleições ela toma por tanta política como um fato circunscrito ao estado e não como um modo de existência sócio-histórica e por isso ela não pode pensar não suporta pensar a ideia é a prática das revoluções sobre as quais eu espero
falar longamente durante o nosso curso ao contrário da Ciência Política a maneira dos clássicos considera as formações sociais como instituídas pela ação política Ou seja a política é uma forma de sociabilidade ou uma formação social assim a política nascida das ações sociais é por seu turno criação de instituições sociais múltiplas nas quais uma sociedade se representa a si mesma se reconhece e se oculta de si mesmo se efetua e trabalha sobre si mesma transformando-se temporalmente Ou seja a política não é só instituição social mas é também ação histórica uma ação histórica a sua realização mais
concreta é a democracia democrática no caso do Brasil como nós veremos a divisão social das classes revela que a nossa sociedade na divisão entre os grandes e o povo ou entre os trabalhadores e os detentores do Capital que essa essas divisões originárias né na nossa sociedade aparece como a divisão entre a carência absoluta das classes populares e o privilégio absoluto da classe dominante Ora que que isso quer dizer carências são sempre algo particular e específico um grupo tem carência de hospital e transporte outro de hospital transporte escola outro de transporte e esgoto outro dia e
assim por diante no caso do Brasil as classes populares acabam tendo carência de tudo mas a marca da carência que ela é determinada um privilégio é sempre particular um privilégio que pudesse ser universalizar que valesse para todos deixaria de ser privilégio então o Brasil está dividido socialmente entre a carência privilégio Isto é entre a particularidade das necessidades e a particularidade das Posses e do privilégio o que que não há entre nós o que que é tão difícil para nós aquilo que vai em direção à universalidade isso é os direitos os direitos diferem das carências e
diferem dos privilégios porque eles são universais os mesmos para todos e eles são o coração da Democracia o cerne da Democracia mais do que isso quando se há uma carência de escola água eletricidade e transporte do que que se tem carência mas se tem carência de condições dignas de vida quando há carência de moradia quando a carência de alimenta a alimentação quando a carência de [Música] esgotos o que que é essa carência porque que essa carência significa mas essa carência significa que não há condições dignas e decentes de vida dessa perspectiva os movimentos que lutam
contra as carências indicam que uma carência pressupõe Na verdade uma luta pelo por um direito no caso do privilégio o privilégio não pressupõe direitos a conquistar um privilégio se opõe a direitos e portanto no Brasil a democracia é sempre tão difícil porque ela é Um Desafio contínuo de trabalho da nossa divisão originária e o fato nós veremos eu examinar isso no curso as formas da violência no Brasil eu espero então que diante dos Desafios e problemas do nosso tempo em particular do Brasil vocês concordam que é importante pensar sobre a política e sobre a democracia
e eu espero pelo de alguma maneira interessado nessa discussão num longo prazo de uma maneira mais detalhada e mais estou muito feliz de ter estado com vocês eu os abraço com muito carinho e espero que a gente se reveja brevemente se se interessarem e acreditarem que é importante pensar sobre a política e a Democracia muito obrigada professora nós vamos Agradecemos muito sabemos que do seu tempo nós vamos dar uma digamos Vamos deixar a senhora descansar né e eu vou agora falar com as pessoas eu prometi um super desconto para senhora prometi para aqui para inauguração
Como eu disse né para as pessoas que estavam aqui no início né Essa sua vocação de professora né que tá preocupada não com enfim tá preocupado é passar conhecimento para que as pessoas possam de fato ter uma vida melhor né então eu vou deixar a senhora descansar eu agradeço bastante vou pedir para as pessoas ficarem aqui só porque eu vou passar então o cupom só né vou me despedir de todos então Professora boa noite Muito obrigado né e bom descanso muito bom
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