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gratuito disponível em nosso canal. A inspiração para essa palestra surgiu sobre uma meditação recente que eu vinha fazendo, em que eu fui lembrando, me lembrando do da acepção que a palavra maniqueísmo tinha para mim durante a minha adolescência e o começo da minha idade adulta, né? veio claramente à minha cabeça a lembrança de inclusive pessoas dentro de igrejas católicas, né, dentro de escolas católicas, se referindo ao maniqueísmo da seguinte forma. Se você afirmasse a existência do certo e do errado neste mundo, né, que existe uma moral do certo e do errado, e como as pessoas
dizem de uma forma mais simples, né, que existe o preto e o branco, né, que existe uma verdade e um erro claro, eu me lembro muito bem que na minha juventude a resposta que você recebia é: você é um maniqueísta. né? Então, a afirmação da existência do verdadeiro e do falso, do certo e do errado, é o que foi vendido na nossa cultura nas últimas décadas como sendo o maniqueísmo. E meditando sobre isso, eu fui relembrando de vários estudos meus e foi como que se cristalizando na minha cabeça que isso era exatamente o contrário do
maniqueísmo, né? E talvez seja difícil para as pessoas viciadas muitas vezes por essa concepção imaginarem o que eu quero dizer com isso. É que o verdadeiro maniqueísmo, o verdadeiro gnosticismo, a verdadeira cabala, né? Três palavras aí que resumem o tema da nossa aula de hoje. O que eles dizem sobre o bem e o mal, não é? que o existe uma batalha entre o bem e o mal, a verdade e o erro neste mundo. É falso dizer que isso é a afirmação maniqueia gnóstica, cabalística. A afirmação dessas teses ocultas é que o bem e o mal
existem na própria divindade, né? Na própria esfera transcendente, aquilo que no catolicismo nós chamamos de transcendência, está o bem e o mal. E na verdade, nas teses gnósticos cabalí gnóstico cabalísticas, há uma tendência ao relativismo moral. Por qual motivo? Ora, se o mal vem do próprio Deus, da própria divindade, o que o homem, que no máximo é uma fagulha dessa divindade, tem de culpa nisso? O mal, longe de ser uma culpa da criatura, algo que é devido à nossa liberdade, também a liberdade dos anjos, ele se torna o quê? Se ele está presente em Deus,
ele é uma inevitabilidade metafísica. Foi então que como um raio assim na minha cabeça, eu percebi, olha, faz bastante sentido, portanto, se é isso que está acontecendo, que é bem possível que sejam os verdadeiros maniqueístas, os verdadeiros gnósticos e os verdadeiros cabalistas que estão a promover essa ideia de que o maniqueísmo é afirmar a existência do certo e do errado, do verdadeiro e do falso no interior da criação. E qual não é nossa surpresa quando às vezes nós meditamos sobre fatos simples, como o fato de que Hollywood ou uma grande empresa de streaming como Netflix,
qual é a tendência moral que eles têm divulgado nas últimas décadas? É que entre o preto e o branco existe o quê, na verdade? Os cinzas, né? Vários tons de cinza. que na verdade nós não podemos ser maniqueístas nesse sentido, né? Se eu não me engano, existe até uma série na Netflix chamada Luúcifer, né? Em que Luúcifer é apresentado, na verdade como um camarada muito divertido e muito legal, né? Talvez bem mais divertido, né? Que esse Deus católico maldoso, né? Que impõe uma moral terrível aos seus súditos. né? E aí, se nós pesquisarmos um pouco
mais, né, nós vamos descobrir que um dos donos, um dos fundadores do Netflix é nada mais nada menos que o sobrinho de um sujeito, eh sobrinho neto de um sujeito conhecido como Eduard Bern. Quem é Eduard Bernet? é o fundador da propaganda moderna, né? O o seu livro texto clássico, propaganda, né? propaganda é até hoje considerado o livro de fundação do marketing moderno, que pode ser resumido em um único princípio. O segredo da venda é associar tudo ao sexo e ao dinheiro. Opa, interessante, né? É mais ou menos o que a gente vê, né, na
Netflix. além de teses ocultistas, gnósticas, macumbas de todos os tipos. Mas quem é Eduard Bernet? Ele é nada mais, nada menos que o sobrinho de Sigmund Freud, o pai da psicanálise moderna, do princípio do pansexualismo, né, de origem judaica, obsecado pela Cabala e pela sociedades secretas. E o próprio sobrinho Eduard Bernet admite que as suas grandes ideias sobre propaganda e marketing vieram exatamente do seu famoso tio Sigmund Freud, que é uma figura onipresente e onipotente na mídia do entretenimento moderno. Aí se acrescenta ainda mais um pedaço desse quebra-cabeça. Quando a gente descobre que na década
de 70 um professor de Harvard ou EA ou de psicologia que se eu não me engano se chama David Bacan, escreveu um livro sobre Freud e a tradição mística judaica, Cabala, onde ele recolhe evidências da obra de Freud, se eu não me engano, da sua própria origem familiar. que demonstram que é bem possível que ou ele ou elementos da sua família fossem membros da seita que pode ser chamada de seitaísta franquista. Os seguidores de sabataes do falso messias judaico que foi apresentado ao mundo em [Música] 166, Shabataitzevi e sua pretensa reencarnação, Jacob Frank. na Polônia,
uma seita que que como uma espécie de ápice da cabala luriânica, da cabala medieval, anuncia simplesmente o mistério da salvação pelo pecado, né? Que no advento dos tempos messiânicos e segundo eles, o Messias já teria vindo em Sabatá e Tzevi e em sua reencarnação, Jacob Frank. O sinal dos santos e dos eleitos é que eles poderiam fazer o que quisesse sem que nada daquilo constituísse em pecado. Muito pelo contrário, aqueles que que praticassem as piores aberrações contra a antiga lei de Deus, seriam considerados os puros por excelência. Encarem esta aula que se seguirá agora como
uma síntese e uma uma síntese dessa magnífica obra do padre Rúlio Mendvielli, que não substitui de forma alguma a leitura deste magnífico livro. Deve ser, na verdade, uma leitura obrigatória, né? E também um projeto de estudo para que a gente entenda qual é o verdadeiro sinal. dos nossos tempos, né? Então, em da Cabala ao Progresso, o padre Rúlio Menvielli busca demonstrar que em toda a história humana só há duas atitudes fundamentais do pensamento e da vida. A católica revelada por Deus por via de Adão, Moisés e Jesus Cristo, cujo maior expositor foi São Tomás de
Aquino, e a gnóstica cabalista que alimenta os erros de todos os povos. A tradição perversa, contudo, tende de nascer da verdade, né? O erro é a negação de algo positivo. E o núcleo dessa verdade é a unidade e trindade de Deus, origem e fim da criação. Sem essa meta história, né, sem essa história transcendental, não há razão na história, pois sem o ato não se explica o movimento, o devir. Por outro lado, a cabala ou gnosticismo se funda no puro movimento ou câmbio, recebendo no curso da história os nomes de evolucionismo, historicismo, dialética e progressismo.
todos nomes para um movimento que se daria essencialmente no interior do próprio Deus, que tem uma única substância que é partilhada com o mundo, né? Nós veremos isso, que a essência, né, da doutrina da serpente, da doutrina gnóstico-cabalista, é que não existe distinção de substância entre criatura e criador. A concepção católica favorece a cultura contemplativa. A cultura cabalista é mágica, operativa e voltada para a fabricação de uma segunda realidade, né? Ela vai produzir um mundo em que a pretensa ciência, ela se concentra não sobre o conhecimento da verdade e a contemplação da verdade, mas principalmente
a concentração de todas as energias humanas na mensuração da realidade para a fabricação de tecnologias. Algumas delas benéficas, evidentemente, e alguma algumas delas completamente destrutivas e monstruosas, como nós temos visto aí, né, na inseminação artificial, né, na bomba atômica, na engenharia genética, né, na revelação, o grande mistério é a encarnação. Deus que assume a natureza e a carne humana. Na Cabala, o homem ousa se fazer Deus, divinizar a si próprio. Sendo o mundo o próprio Deus, o pecado, o erro e a imperfeição ganham um aspecto transcendente na evolução universal. Contudo, pode existir uma boa cabala,
uma boa tradição oral no interior do que podemos chamar de tradição israelita católica. Aqui é bom a gente entender do que que o padre Júlio Menviel está falando aqui. Originalmente, a palavra cabala significa o que é recebido com a implicação de uma tradição recebida, uma tradição oral recebida no interior do povo eleito de Israel. É mais do que razoável, né, supor que, por exemplo, quando Moisés, né, esteve com Deus na montanha, né, os mistérios vindouros da encarnação do verbo e várias outros mistérios profundos, é totalmente razoável supor que eles foram revelados, ao menos parcialmente para
Moisés, e que existia uma tradição referente, né, né, a esses mistérios da vinda do Messias no interior de Israel, assim como sobre a Trindade, né, e os sete dons do Espírito Santo. Nada disso é absurdo, né? Então, é bastante razoável supor que existia uma boa tradição oral no interior do povo eleito, do povo de Israel, assim como existe uma boa tradição oral no interior da igreja. E a grande questão que surgirá é como essa boa cabala foi corrompida. A macabala é sempre a atribuição a Deus, ao mundo e ao homem de uma substância homogênea. Deus
é indeterminado, é matériapra do processo universal, contém em si o sim e o não, o mal e o bem, o masculino e o feminino. Mas na tradição israelita católica fundamenta-se o valor da razão e da fé. E a razão sempre se move pela realidade objetiva fora da mente e por isso é limitada a não conhecer a essência divina, que só pode conhecer pela revelação e a fé. Na tradição cabalista, o homem nada recebe de objetivo. Ele constrói sua própria realidade, precisamente porque ele tem uma substância unificada com a divindade. Ele tem uma fagulha de luz
da divindade em si mesmo. Então ele sequer precisa do mundo exterior, como né, na tradição aristotélicoista, na tradição católica, a gente sempre estuda o quê? O primeiro objeto do intelecto humano é são os entes corpóreos e nada está no intelecto que antes não tenha estado nos sentidos. para acabá-la. Não, nós temos aí uma conexão direta com a divindade, porque nós somos a própria divindade, né? Que é a boa cabala? Trata-se da existência de Deus criador e pessoal, dotado de inteligência e vontade, que cria o mundo do nada por um ato livre de sua vontade. A
alma humana é puramente espiritual, criada por Deus no momento da produção de cada ser humano. Além dessas verdades naturais, Deus comunica ao homem o mistério da trindade e da encarnação, assim como o destino do homem na participação da vida, da graça e da glória. Essa boa cabala é transmitida por três economias. a oral ou lei natural que foi transmitida a Adão. E nós temos um representante dela no Antigo Testamento em Meukquizedec, né? a escrita ou lei mosaica e a evangélica ou lei do amor dada por nosso Senhor Jesus Cristo. Como aconteceu a perversão da boa
cabala israelita? Os cativeiros do Egito em 1000, por volta de 1300 a de. Cristo e da Babilônia por volta de 600 antes de Cristo, tiveram um efeito devastador sobre Israel, levando a Cabala ortodoxa a cair no esquecimento. quando os fiéis retornaram a Jerusalém, né, a partir de um decreto, né, promulgado na Babilônia, ao qual se refere, né, a famosa, eh, profecia de do de Daniel, né, das 70 semanas de 7 anos, né, eu posso estar equivocado aqui, mas eu tenho uma, acho que eu tenho uma boa certeza. Uma semana, né, está dedicada para o final
dos tempos e não se completa, né, do da data em que houve a permissão na Babilônia para reconstrução de Jerusalém, né, e o segundo templo até a data do batismo de nosso Senhor Jesus Cristo por São João Batista, nós tivemos exatamente 483 3 anos que foram as 69 semanas de Daniel previstas da data em que fosse permitida ou fosse iniciada a reconstrução de Jerusalém até o advento do Messias, né? Então, é desse período histórico que nós estamos falando aqui. Quando a revelação, né, quando os fiéis retornaram a Jerusalém, houve uma ordem divina para que essa
boa cabala fosse transformada em livro, mas confiada apenas aos sábios. Quando a revela e no momento em que a revelação se consumou em nosso Senhor Jesus Cristo, o farisaísmo tomou conta de toda a sinagoga e sua preocupação caía sobre a esfera da teologia talmúdica, né, que regulava o lado prático e material da religião, né? O que é essa teologia taúdica que depois vai ser encarnada no livro que hoje nós conhecemos como o Talmud, né? Era a tradição rabínicarisa, né? Ela era transmitida, né, no templo de Jerusalém e já tinha se desenvolvido amplamente no cativeiro da
Babilônia, né, no exílio da Babilônia. Na medida em que o templo de Jerusalém foi destruído como previsto por nosso Senhor Jesus Cristo em 70 depois de Cristo, os rabinos se viram sem a possibilidade de um centro de ensino centralizado das suas doutrinas. Então eles tiveram de codificar, de escrever o que hoje nós conhecemos como o Talmud, né, que é composto de duas partes, a parte original, a michnemara, que alguns dizem que é o Talmud propriamente dito. E o período de escrita e elaboração, confecção, né, desse livro escrito vai do século I depois de Cristo até
o século VII depois de Cristo, né? Então essa era a preocupação original dos rabinos farisaicos. Essa tradição se transformou então num verdadeiro vinagre, misturando-se com os sonhos fantásticos dos rabinos. Porém, com o tempo, os próprios rabinos voltaram a apreciar a especulação metafísica e retornaram à acabala mística, agora recheada de especulações gregas e orientais. Essa é a cabala moderna ou cabala de esquerda, cabala farisaica, cabala mágica. É uma confusa mistura de materialismo grego, panteísmo judaico e as vaidades mágicas dos cananeus, né? Aquele povo que no Antigo, no Antigo Testamento, né? Israel recebeu a missão, né, eh,
de exterminar, né, na Terra Santa, porque era um povo tão pervertido em doutrinas mágicas, doutrinas, né, de magia sexual, que era um povo que realmente tava assim, eles eram uma ameaça pro resto da humanidade se eles continuassem a existir, né? E eles estavam dentro do campo mais amplo ali dos descendentes de C. E a gente sabe hoje que os cananeus eles se transformaram nos fenícios na antiguidade, né? Os fundadores da cidade de Cartago, né? Os eles são os adoradores de Baal e Moloque, que tinham como uma de suas grandes tradições o quê? Os sacrifícios humanos,
né? Essa cabala farisaica se entregou ao culto dos astros ou sabeísmo. Ela contamina tudo que restava das tradições patriarcais, até o ponto em que o espiritismo e a necromancia se tornaram um elemento intrínseco da tradição judaica, vindo depois a infectar o ocultismo cristão. O que diz essa cabala pervertida? Segundo ela, o mundo foi formado por um plano místico do alfabeto hebraico, o qual, sendo manipulado, pode produzir efeitos mágicos. Deus usa as letras e as combinações de seu nome para operar sobre os anjos. Esses anjos influem sobre os 12 signos do zodíaco, que derramam sua influência
sobre a terra e presidem sobre suas gerações. E se as letras do alfabeto hebraico têm esse poder, o que dizer de seus compostos? As 10 cefirotes, né, da árvore da vida, né, são os atributos de Deus. ou os anjos que representam esses atributos. Na boa Cabala, sete são os anjos da presença de Deus e três os esplendores da Santíssima Trindade. Porém, os cabalistas da mão esquerda acreditam que existe um elo fatal e necessário entre as causas segundas e as inteligências superiores, ou seja, os planetas. as almas seriam pré-existentes ao corpo. Aí, evidentemente, né, a crença
na meta, na reencarnação, né, no pior sentido possível, né, as atravessando a cefirotes, essas almas seriam determinadas por causas superiores, recebendo então seu anjo guardião, seu gênio próprio neste mundo. O famoso ocultista Elifal Levi afirmou em 1861 que todas as religiões saíram da Cabala e a ela retornarão. De fato, todas as sociedades secretas modernas t alguma ligação com a Cabala em seus ritos mais ocultos, nos quais a magia do sangue tem o um papel fundamental. Pelo mesmo motivo, prevaleciam sacrifícios humanos entre os cananeus, os adoradores de Baal e Moloque. O sonho cabalista sempre foi criar
a sociedade secreta das sociedades secretas, entregue à sua causa com grande abnegação por votos solenes, capaz de fazer reis e pontífices. Esse era o sonho dos primeiros gnósticos cristãos que se diziam herdeiros do cristianismo primitivo de São João. Ao menos uma parte dos templários também caiu sob essa terrível maldição de conspiradores. A maçonaria, por exemplo, aparece para o mundo no momento em que a unidade da cristandade é destruída. E sempre se disseram herdeiros dos templários, dos rosa cruz, dos joanitas, né? Esses que se diziam adeptos do Evangelho de São João em detrimento dos outros evangelhos
de Zoroastro e de Hermes Trismegisto, né? A famosa lenda lá do deus ou de um professor primordial do Egito antigo, né? Um outro grande ocultista moderno que se inspirou na Cabala foi René Guenon. Seu grande erro foi a afirmação de uma tradição primordial perfeita que desconhece que Cristo é a perfeição da revelação. Logo, a verdadeira tradição não mira uma perfeição passada, mas uma realização futura. a do Cristo. O primeiro homem pecou por desejar a semelhança de Deus no que diz respeito à árvore do bem e do mal. Isto é, o poder de determinar por sua
própria natureza o que é o bem e o que é o mal. Logo, esse homem não poderia ser o portador da plenitude da verdade, de uma tradição primordial que é inclusive mais perfeita que a própria revelação cristã. É esse pecado da soberba, do desejo de de talhar para si próprio, né, as regras do bem e do mal que derivam, né, todo pelagianismo, né, quer dizer, a doutrina da salvação de todas as almas, né, todo naturalismo e todo humanismo é o homem transformado em legislador supremo. submetido ao pecado da soberba, da gnose. O pecado radicou-se, esse
pecado original radicou-se na vontade, mas estava relacionado a um ato de conhecimento que era exclusivo de Deus. Trata-se do erro da criatura que tanto ama a sua própria perfeição natural que deseja a independência de Deus de toda regra transcendente à sua própria natureza. Podemos dizer que as principais fases da Cabala pervertida são Caim e sua descendência, né? os herdeiros de Cã que caem sobre a maldição de Cã, o exílio do povo eleito na Babilônia, a aparição do cristianismo e o judaísmo medieval e o chascidismo ou racidismo alemão, que terminam na divulgação medieval do famoso Zorrar
ou livro do esplendor, né? Embora essa corrupção já tivesse se iniciado no Egito, essa quebra da tradição israelita foi contrabalançada pela pelo poder da personalidade de Moisés, que fez guerra completa a essa cabala mar, a esse ocultismo que já nascia no seio de Israel. É absurdo acreditar que o povo de Israel viveu entre os egípcios com toda essa tendência a corrupção e não absorveu profundamente essas doutrinas, né? Mas como Moisés aparece como contrapeso, o verdadeiro centro da Cabala farisa passa a ser a Babilônia, né? No no primeiro exílio da Babilônia, né? O segundo vai ser
depois da destruição do templo de Jerusalém pelos romanos, né? Então, esse centro da Cabala farisaica, essa nova perversão, acontece de 586 antes de Cristo até por volta de 1040 depois de Cristo, quando as últimas academias babilônicas foram transferidas da Babilônia para Europa, outras regiões da Ásia e o Norte da África. É importante aqui ressaltar a grande significância do século VI antes de Cristo na história da humanidade, sem que caiamos no exagero do filósofo Caspers, né? Para quem não conhece, o Caláspers é o que chama a era que se inicia, né, ali em 600 depois de
Cristo, antes de Cristo, de era axial. Ele diz que aquela é a era chave da humanidade em que apareceu Confúcio na China, né? Os sábios pré-socráticos na Grécia já começam a aparecer, né? Eh, outras doutrinas orientais. Então ele diz que essa espécie de explosão de criatividade místico, espiritual, filosófico, seria o centro da história humana. É claro que nós só podemos considerar isso como um absurdo, porque a gente sabe que o centro da história humana está na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. Porém, existe aí, né, uma fagulha de verdade no naquilo que nos diz Cal
e aspers. E ela importa para nós, porque no momento em que o povo eleito, o povo de Israel é transferido para Babilônia, nesse exílio, a Babilônia era o centro cosmopolita do mundo, em que todas essas doutrinas que estavam surgindo nesse período para o bem e para o mal, convergem na grande cidade. chamada Babilônia, né? E é evidente também que os judeus, como nós vemos no próprio caso de Daniel, vão assumir também funções importantes ali na Babilônia. Inclusive, a Babilônia tinha nesse período um sistema financeiro altamente desenvolvido, que é provavelmente onde também eles aprenderam a habilidade
notória, né, que posteriormente caracterizaria os judeus no mercado financeiro, né, e na sua manipulação, né, na Babilônia. Os judeus tiveram oportunidades de conviver com toda a explosão de ideias e religiões que vinha ocorrendo em vários povos. A Gnose Braman da Índia, por exemplo, defendia um deus neutro, impessoal, indeterminado, não ser e ser ao mesmo tempo, bem semelhante ao da Cabala, né? para quem não sabe, né, nós vamos ver isso em mais detalhe aqui com o decorrer da aula, mas na Cabala, né, é mais ou menos determinado uma espécie de criação demiúrgica ou emanação demiúrgica em
que o verdadeiro Deus não é o Deus pessoal, mas é uma espécie de abismo, né, Urground, como posteriormente dirá o cabalista cristão Jacob, né? Então esse ensof da Cabala, esse Deus indeterminado, esse Deus que é um nada ao mesmo tempo, que se assemelha tanto ao deus dos upanixades, né, e do Vedanta hindu, né, esse é no fundo o verdadeiro deus da Cabala e dos de suas doutrinas ocultas. Essa gnose brah também defende a ideia da transmigração da alma individual. A gnose iraniana de Zoroastro introduz o dualismo do bem e do mal na esfera da própria
divindade com dois criadores. A gnose suméria a cádica era astrológica, o sabeísmo oculto dos astros. Enquanto isso, as religiões do Egito antigo, que se espalham por todos os lados, relatam a gênese das coisas criadas, sem que tenham saído do nada pela ação de uma divindade acima do tempo. No começo estava uma espécie de caus indeterminado. O demiurgo criador, a princípio, é inconsciente de si mesmo e precisa despertar para que possa agir sobre o caos. Atum, o criador original se manifesta sob a forma de um masturbador, um onanista em Heliópolis, né? Dizem, ele diz que eles,
ele criou o mundo e manifestou o mundo dessa forma. Daí nós podemos imaginar que tipo de rituais deveriam estar associados a essa teofania, né? A gnose propriamente hebraica se mantém oculta e subterrânea por muitos séculos. [Música] Mas nos manuscritos do Mar Morto foram sem dúvida, revelados importantes documentos dessa gnose. Uma boa fonte é o livro As Grandes Correntes da Mística Hebraica de Gerson Scholen. Sabe-se que durante a existência do segundo templo havia uma disciplina, ou seja, o templo que foi construído, né, depois da do fim do exílio da Babilônia, né, depois de 600 depois de
Cristo, né, sabe-se que durante a existência do segundo templo, 600 anos, não, ah, desculpa, 600 antes de Cristo, isso. Sabe-se que durante a existência do segundo templo havia uma disciplina esotérica nos círculos farisaicos, nos quais se discutia o primeiro capítulo do Gênesis e o primeiro capítulo de Ezequiel, ou seja, a visão da carruagem com o trono divino, Aercabá. A a mística do trono versa sobre o pleroma, o mundo luminoso da divindade. Os primeiros documentos escritos dessa escola remontam no máximo ao século 5 e 6 depois de Cristo, pouco antes da expansão do islã. Ou seja,
havia uma gnose hebraica que permaneceu durante a maior parte do tempo como uma transmissão puramente oral, né? Um desses escritos foi editado em 1928 com o famoso título de O livro de Enoque. Era essencialmente uma mística da elevação da alma ao trono de Deus. né? Através dos sete palácios celestiais, os sete planetas dos astrólogos gnósticos e herméticos. No seer ezira ou livro da criação, o mundo é uma combinação dos 10 números da cefirotes com as 22 letras do alfabeto hebraico, né? também as 22 cartas do tarô, né? As 10 cefirotes não são simplesmente 10 estágios
lineares. O fim está no princípio e vice-versa, mas não se tratava de um interesse eminentemente especulativo. O sefer estava intimamente ligado à liturgia. e a magia. Quando no século XI Moisés Leon escreveu o sefer R Zorar, o livro do esplendor, a plenitude da gnose hebraica já estava madura. Trata-se de um livro confuso que permite diversas interpretações, as quais se multiplicaram com Raimundo Lúlio e os cabalistas cristãos do renascimento. Segundo o padre Menvielli, nos termos modernos há quatro interpretações da Cabala. A primeira é a cristã ou benevolente, se a gente pode dizer assim, né? como foi
exposta pelo converso Paul Drac no século XIX, né? É um converso judeu genuíno que procurou extrair da Cabala aqueles elementos de verdade que ainda poderiam existir ali. Dois, a interpretação naturalista exposta por Gerson Scholen no século XX. Três, a ocultista exposta por papos e elifá Levi. E quatro, a judaica e maçônica, exposta pelo jesuíta Leon Mo a filosofia da maçonaria de 1957. Em geral, Shimon Barokai, rabino do século I depois de Cristo, é visto por todas essas interpretações como sendo o mestre original da Cabala. Os elementos centrais da Cabala são as 10 cefirotes, né, que
compõe a árvore da vida. Kter Elion ou suprema coroa, Rockm sabedoria e biná inteligência. Numa interpretação cristã saudável, né, isso seria o esplendor, né, da Santíssima Trindade. E depois viriam as outras sete cefirotes, né? Escolhi chamar de cefirotes porque me parece a tradução que soa melhor no português, né? Alguns chamam também de cefirá, né? Ou sefirá no singular. as outras, as sete cefirotes que coincidiriam, né, numa numa interpretação benigna, né, com os sete dons do Espírito Santo, né, as sete manifestações do Espírito divino são: reced, misericórdia, Jurá, severidade, rahamim, a mediação entre as cefirotes precedentes,
Netza, a paciência divina, Rod, a majestade de Deus e Exode, o fundamento das forças ativas em Deus e malcut ou shequiná, a realeza de Deus. Talvez todos vocês já tenham ouvido falar de chequá, né, que é muito usado em no neopentecostalismo, seja eh protestante, seja católico, e que não aparece em momento algum, né, evidentemente na revelação e na Bíblia, é um termo da Cabala, que em última instância representa uma verdadeira deusa da Cabala, que tá lá relacionada das deusas pagãs do mundo antigo, como Ashtart, né, e muitas outras, e que, no entanto, penetrou, né, no
próprio simbolismo cristão como se fosse um sinônimo da presença de Deus. Nós veremos que é muito provável que havia para essa infecção tenha sido exatamente o que ficou conhecido na renascença como a cabala cristã, né? Essa árvore divina é também a estrutura do universo. O Adão Cadimon, a primeira criação, né, ou emanação exterior da divindade, né, uma espécie de homem gigante, um gigante espiritual, puramente espiritual, mas um espiritual estranho que é meio que como que da mesma substância da matéria, né? Então esse Adão Cadimon é Deus visto como um homem, o macro antropos. Nós temos
de ter em mente que as cefirotes são as emanações de luz que vão surgir daquele enso sófio original, aquele abismo, aquele nado original. Por mais estranho que isso pareça, é estranho, é mágico, é esquisito, mas é o sinal dessa tradição cabalística, gnóstica, né? Cefirotes, eles equivar no português equivale equivaleria à nossa safira, né? Então é a ideia de uma luz concentrada até o ponto em que ela se cristaliza, né? Existe uma tradição dentro da Cabala que, por exemplo, diz que a a as almas que se encarnam no neste mundo e que são espíritos de verdade,
né, são resquícios, são fagulhas de luz do Adão Cadimon que foram aprisionados na matéria e que inclusive, né, a safira, né, a cefirar mais elevada que estava na testa do Adão Cadimon é o Messias e ele está aprisionado no abismo mais profundo do mal pelas raízes do mal, as quilipota, né? Então tá lá. Segundo a Cabala, o Messias tá é um ser puramente espiritual que foi aprisionado num abismo e que vai ser liberto no fim dos tempos. Interessante, né? Mas vamos lá, né? A criação é uma emanação. Sempre lembrando que isso é muito importante. Não
existe distinção de substância real entre o criador, entre a esfera divina e as esferas mais inferiores. É sempre um processo de emanação, que no máximo é uma degradação dessa substância única sem que ela passe a ser algo diferente. Então, a tonalidade vai mudar de de acordo com aquelas pessoas que consideram que essa substância única é puramente espiritual ou puramente material, por exemplo. Até porque quando só existe uma substância, fica até difícil entender o que que significa material e espiritual, né? Eh, né? Então, a criação é uma emanação de umf que se faz um nada numa
privação de todo ser que abre espaço para o ser limitado. Essa essa noção cabalística vai aparecer na cabala cristã e na teologia progressista moderna, assim como no luteranismo, como a teologia da quenis, né, do esvaziamento de Deus, cuja versão mais radical no cristianismo é a ideia de que Cristo se esvaziou totalmente da sua divindade. Ele deixou de ser Deus para se encarnar, né? E é óbvio que esse nada em que Deus cria um vazio para que o mundo possa existir, só poderia estar anteriormente no próprio Deus, no Enem Sof. Trata-se, é óbvio, de Hegel antes
de Hegel. é o espírito absoluto de Hegel antes que Hegel tivesse nascido e sonhado com esse problema, mas vai saber se Hegel é a reencarnação de um espírito cabalista, né? Esse é a divindade reclusa no abismo do ser e do ser, a coincidência dos opostos. E a primeira manifestação desse Deus abismal é como sujeito do processo cósmico, base material da evolução cósmica, após o nada primordial se dividir em sujeito e objeto. A autorrevelação divina que se segue é uma teogonia, ou seja, uma história do nascimento de Deus. Deus não é perfeito no princípio. Deus não
é o ato puro da teologia católica. Deus é algo muito mais parecido com a matéria prima de Aristóteles, que por uma coisa muito estranha, já que a matéria-pra é puramente passiva, é capaz de se colocar em movimento por um ato próprio para que ela própria para que esse próprio nada original possa se aperfeiçoar e se actualizar no desenrolar da história. história do mundo. Então, não é só uma teogonia, né, uma história da gênese do nascimento de Deus, mas também uma teogonia intrinsecamente ligada a uma cosmogonia, ou seja, a história de Deus, a vida interior de
Deus é a própria vida do cosmos. E adivinha qual é o topo da história do cosmos? O homem. Então, é evidente que nessa doutrina o homem também será o ápice da divindade, né? O mundo material é um mundo inferior. É o mundo inferior da separação, mas apenas a culpa de Adão tornou Deus transcendente, já que a primeira criação era puramente espiritual, suprassensível. Há toda uma simbologia sexual entre as cefirotes e um caso registrado de relações sexuais entre um homem e a chequá, no caso Moisés. Moisés de Leon, o autor do Zoar, afirma que as núpcias
com a chequiná suplantaram o matrimônio terreno de Moisés. São relações entre o eu e o tu de Deus, o casamento divino, o hierogamos dos mistérios pagãos, indicando que há forças ativas e passivas, masculinas e femininas, bem e mal no interior da do próprio Deus. A cefirote e exode, a nona cefirote é a força geradora da criação e é representada usualmente por um falo. Inclusive no Zorrar é dito explicitamente ou implicitamente, né? Ainda preciso ir mais a fundo nisso. Mas é dito que a imagem de Deus no é o quê? Adivinhe? é o órgão sexual masculino,
né? O que se a gente se pergunta, né? E a mulher, né? E talvez a gente entenda porque no Novo Testamento aparece um desprezo profundo por nosso Senhor Jesus Cristo pela forma como ele valorizava e andava com as mulheres, né? Eh, chequá é a Sofia interior que cai no abismo da matéria, usualmente identificada com a comunidade de Israel e com o eterno feminino. O homem original era um ser espiritual que se tornou corpóreo após o pecado. A árvore cefirote teria sido revelada a Adão sobres sob a representação simbólica do casamento de Iode e Shequ, mas
ele a separou ao invés de manter o casamento sagrado, honrando apenas a chequiná. A ira divina rompida à unidade cefirotes e rompe no mundo como mal radical o mundo de Satanás. Vocês perceberam o golpe aqui? O mal no mundo é o outro lado da ira divina, né? Aqui a gente entende porque que a tradição cabalística, a tradição talmúdica, a tradição dos rabinos vai ensinar, por exemplo, que Davi não pecou com Betsaba e enviando Urias para a morte. Porque segundo essa tradição, né, é o naquela época os judeus podiam, eles concediam uma carta de divórcio temporal,
temporário quando eles iam paraa guerra e ela foi efetivada e Davi não pecou. Mas que que foi então todo o choro de arrependimento de Davi? Basicamente eles dizem assim, né, o povo eleito não peca, né? Ele no máximo tem imperfeições, né? Então também não pecou, né? No episódio do bezerro de ouro, né? No máximo aquilo era Deus querendo dar um exemplo, usando da imperfeição do povo de Israel para dar um exemplo. Mas não foi um pecado de verdade que poderia acarretar a morte eterna, né? A ação de Adão não seria a causa primeira do mal.
Segundo Zorrar, o mal é uma espécie de resíduo ou detrito do processo orgânico da vida oculta de Deus, literalmente o cocô de Deus, né? Que vai fertilizar aí a o mundo para que Deus possa evoluir, né? O homem tem três almas. Nefes vida, Ruak, espírito, e Neshmá, alma. Apenas Nefes é capaz do pecado. As almas são pré-existentes, né? O que evidentemente sempre implica no espiritismo, né? Porque aí o corpo passa a ser uma mera vestimenta da alma, né? E não, né? algo intrinsecamente ligado à alma, né? Depois da morte, as almas que cumpriram sua missão
retornam à sua origem, enquanto as pecadoras são julgadas, podendo inclusive reencarnar, né? Quem quiser duvidar disso, pesquisa aí no sitead lubavit no Brasil, Shabad Reencarnação. E vejam qual é a doutrina rabínicabalista sobre a reencarnação, o Gilgu, né? Gilgu, sei lá como é que eles falam, né? Após o Zorrar, as doutrinas mais famosas são a de Jacó Cordoveiro, que viveu de 1522 a 1570. e Isaac Lúria, que viveu de 1534 a 1572. A doutrina de Lúria é consumada no tizin tizum, que quer dizer concentração ou contração. Como o mundo e que parte da seguinte pergunta: Como
o mundo pode existir se Deus é onipresente? A única resposta que encontram é que Deus deve se esvaziar de seu ser para dar espaço ao mundo. O primeiro movimento do Asof não é exterior, mas sim o seu esvaziamento interior. E Deus se esvazia do mal que tem dentro de si em uma espécie de defecação divina. Há também a rotura dos vasos, o ticum ou doutrina da separação. A luz divina preenchera o espaço primordial aberto pelo Tizinzum e deu origem ao Adão Cadimon. De suas extremidades, né, emanaram as luzes das cefirotes. Os vasos são os recipientes
emanados. para receber as luzes e contê-las em prol da criação de seres finitos e graduados. Quer dizer, os vasos são aquilo que nós chamamos de matéria ou corpos, certo? Porém, a luz das seis cefirotes inferiores foi demasiado forte para seus débeis vasos e elas irromperam no exterior, rompendo os vasos. Os resíduos dos vasos rompidos com as fagulhas de luz produziram os mundos demoníacos do mal. Dentre eles, o nosso mundo, né, que é o mundo baixo da matéria. Então, se trata aqui de uma doutrina gnóstica no melhor sentido, né? A matéria é o próprio mal, além
de ser o cocô de Deus, né? Aquilo que Deus evacuou de si mesmo para dar origem à evolução, né? Né? Porém, depois do ticum, da testa do Adão Cadimon, emanou um raio de luz que reuniu os elementos desordenados e produziu a atual árvore cefirote. Então, ele reconstituiu as fagulhas de luz e criou o que nós chamamos de mundo angélico ou mundos superiores, né? Então, existe os mundos inferiores em que para onde os vasos arrastaram algumas fagulhas de luz. E algumas fagulhas de luz foram resgatadas por esse raio de luz da testa do Adão Cadimon. Da
onde isso veio, gente? Não me perguntem. Que não veio da revelação, eu tenho a mais absoluta certeza, né? Há um claro conflito entre o Enof como Deus, como Deus pessoal da revelação e como substância impessoal, o Deus escondido. O processo pelo qual Deus se completa não acontece apenas nele. A restituição do próprio Deus se cumpre no homem. O homem e Deus são interdependentes. É a criatura que finaliza o criador. A parte mais profunda do processo histórico é ação do hebreu que opera a restituição final da das fagulhas de luz separadas e dispersas na matéria. Se
vocês estão pensando que já viram isso, lembrem-se da Marvel. né? Da Marvel lá, dos como é que do da como é que é o nome do negócio da da saga lá da Marvel? É os os ving é que aquela história lá da da como é que é o nome daquela manopla do infinito que tem que tem as joias do infinito. As joias do infinito. É, pesquisem quem são os criadores das histórias da Marvel e vocês vão descobrir de onde que eles tiraram toda aquela mitologia, né? Tem até o visão. Exatamente. Sim. Exatamente. Então, se vocês
querem procurar a origem de muitas histórias de Hollywood que parecem absolutamente bizarras e estranhas, a partir da nossa perspectiva católica, procurem na Cabala, que é impressionante como a gente acaba achando. Isso tudo então tem origem aí também. Também você vai modo científico apresentar essa metodologia agnóstica. Sim. você vai encontrar assim, a gente tem que sempre separar isso daquela parte de perensuração e tecnológica do aparato científico moderno. Porque um dos truques é você confundir essas teorias malucas de multiversos, teoria das cordas, com uma tecnologia que funciona de tal modo que você diz que essa teoria maluca,
ela é sustentada na ideia de progresso material da modernidade. Feita essa distinção, de fato, a maioria das teorias malucas da física moderna, que inclusive não tem a menor aplicação prática e são, né, são dignas de atum lá, como a gente vê o deus egípcio lá. Eh, tem vários físicos desses mais de popularizadores da física moderna que falam abertamente que eles ficam estasiados quando eles descobrem que as verdades que a física moderna está descobrindo, na verdade vem, estavam tudo, estavam todas na cabala, né? Não só a física, você tem esse problema na própria matemática infinitista moderna,
né? que quando você rastreia, você consegue enxergar claramente elementos da tradição cabalista ali. Com certeza ele vai aparecer aqui. Ele é um personagem dessa história da Cabala chegando na Cabala cristã, né? Né? A parte mais profunda do processo histórico é a ação do hebreu, que opera a restituição final das fagulhas de luz, separadas e dispersas na matéria. É Israel que irá redimir todas as coisas. A chequá precisa ser liberta de seu exílio pelos homens nas esferas das cuilipotes. Em meio a esse processo, a cabala luriânica, né, ou seja, de Isaac Lúria, crê no Guil Gu,
a transmigração das almas devido a culpas determinadas. Eles não dizem que as almas vão sempre reencarnar, mas que se elas tiverem algumas culpas determinadas, sim, elas reencarnarão, né? A interpretação ocultista moderna concede uma antiguidade imemorial a acabá-la. Seu ensinamento fundamental é a ideia do homem como microcosmos e do cosmos como macro antropos, né? O mundo emana de Deus primeiro como um andrógeno. Inclusive existem mistérios da Cabala, né, que são sussurrados por aí, de que no final dos tempos uma manifestação dessa aspiração do homem e da mulher pelo andrógeno primordial vai ser uma o quê? O
transexualismo pode ser até uma forma imperfeita e pervertida disso, mas que está manifestando lá no fundo não o desejo de um homem virar mulher, mas na verdade o quê? O desejo de ser homem e mulher ao mesmo tempo, que é o andrógeno primordial. A materialização desses seres leva à separação dos sexos, mas cada homem e mulher contém em si a imagem da androginia primordial. Cabe ao homem reconstituir em si esse andrógeno. Malcut ou cheekn é o ponto mais baixo da árvore da vida, né? Nessa interpretação ocultista, estando em contato com a árvore da morte, é
ao mesmo tempo Malcut, rainha, noiva, virgem e Cuelipá, a prostituta. Quem está por trás da maçonaria? a sede, o centro da interpretação ocultista da história e da religião. Segundo o Monsenhor Leon Moan, a maçonaria é uma invenção judaica construída com base na Cabala. Desde a paixão de Cristo, o povo judeu se constituiu em inimigo natural de Cristo e do catolicismo. Com a ascensão da igreja, o poderio da sinagoga decai. Porém, com a decadência da cristandade no fim da idade média, a igreja cede em seu amor a Cristo e busca o contato com os judeus, seguindo
o caminho preparado por Raimundo Lúlio. E apoiado nisso, os judeus criam a maçonaria como instrumento. E apoiados nisso, os judeus criam a maçonaria como instrumento de destruição. E essa e a Cabala em sua forma judaico-maçônica, é a mescla de todas as velhas religiões pagãs. Assim como a palavra cabala, a própria palavra gnose é equívoca, né? Da mesma forma que pode existir uma boa, uma boa cabala, pode existir o quê? Uma pode existir uma boa tradição oral. recebida, pode existir uma boa gnose, um conhecimento mais sofisticado e profundo. Inclusive, se fala de uma verdadeira gnose [Música]
cristãose, um conhecimento. Sim, sim, sim. Claro. Então, a gente tem que tomar cuidado assim também para não sair assim, né, virar distribuidor de ignose, né? Assim, a gnose perversa, ela tem um conteúdo muito específico. Não é tudo que é chamado de gnose, inclusive no Antigo Testamento, em Clemente de Alexandria e no próprio Oigenes, que é uma das fontes de São Tomás, que é, embora exista um risco de determinados erros ali em orígenes, né? Mas isso não quer dizer que tudo que é chamado de gnose é essa gnose perversa. Mas quão antiga é a magnose? Maurício
Carvila teria demonstrado que a origem da gnose cabalista se dá por volta de 1600 ates deco no Egito, ou seja, como uma religião de mistérios da elite egípcia. Filon de Filon de Alexandria dá notícia no século 1 depois de Cristo da existência dessa tradição secreta. Flávio Josefo, o historiador Flávio Josefo, por sua vez, dá testemunho do compromisso juramentado dos que deviam ser admitidos na na seita dos enênios. O profeta Ezequiel denuncia 70 anciões de Israel que enxergou numa visão caindo na idolatria dentro do templo de Israel, né? Adorando ídolos dentro do próprio templo sagrado de
Jerusalém. Será que os adoradores do bezerro de ouro professaram a idolatria egípcia apenas em seu aspecto exotérico com X exterior, né, e popular? Salomão, arquétipo da sabedoria, caiu apenas por sedução de mulheres estrangeiras. Isso não parece razoável. E o casamento de Salomão com a filha do do faraó certamente lhe deu o direito de ser iniciado no egoteísmo, ou seja, na divinização do ego humano dos sacerdotes egípcios. A deificação do do iniciado nos mistérios, que para todo católico deve ser visto como uma verdadeira possessão cujo ápice eram os sacrifícios humanos. Isso nos revela que nos mistérios
pagãos sempre existiram doutrinas secretas de uma elite que que constituíam o suporte ideológico mágico dos cultos idolátricos e sangrentos das massas. O primeiro testemunho sobre Orfeu, por exemplo, é dado por Heródoto por volta do século 5 antes de Cristo. Se os mistérios egípcios transcenderam suas fronteiras rumo à Grécia, Síria e Fenícia, o que dizer de um povo que habitou e alçou altos postos entre os egípcios. Nesses mistérios existia um conhecimento experimental de Deus, isto é, de Satanás. Por isso, a onipresença dos sacrifícios humanos, algo que é absolutamente comprovado no Antigo Testamento pelo que circundava o
pai da fé, Abraão, né? O que o cercava e que aparece no sacrifício de Isaque é o quê? uma humanidade que estava completamente alucinada e perdida inclusive nesse pecado terrível do sacrifício humano, né? A filiação judaica do do gnosticismo cristão sempre foi afirmada. Simão Mago era judeu e também tinha influências iranianas. A tendência iraniana reforça o dualismo maniqueu, enquanto a influência judaica localiza o bem e o mal num único princípio. Então, digamos que a gnose mais profunda não é de que na esfera da divindade existem dois deuses combatendo. É que existe a coincidência dos opostos.
O bem e o mal são uma identidade confusa no seio da divindade, que se assemelha muito mais a uma matéria prima indeterminada do que ao ato puro de Aristóteles e São Tomás de Aquino, né? O absoluto em ambos não é o ato puro de São Tomás. Os samaritanos, por exemplo, teriam acreditado que Simão, o mago era o primeiro Deus e que uma certa Helena que o acompanhava então seria o primeiro pensamento de Deus. Simão era Zeus e Helena era Atenas. Simão gera a Sofia e através dela o universo. Sofia se perde no universo e se
torna prisioneira de suas forças inferiores. O sujeito fabrica seu próprio objeto. Segundo Hegel, o espírito em si, o nada original fechado em si, o espírito para si que se projeta na história para se manifestar e o espírito absoluto, concreto em si e para si, que surgirá no final da história, na própria consciência humana. Certo? Carpócrates foi outro grande gnóstico atuando em Alexandria e se destacou pela imoralidade. Mas a gnose cristã conhece seu auge em Valentino. Há nele toda uma série bizarra de emanações que chegam ao número de 30, sendo Sofia ou Chequiná, né, a última.
Ela deseja então conhecer o Pai distante, mas seu sofrimento a leva a se dissolver na essência do todo. Então o Pai, o abismo, emite uma nova cópula sagrada, Cristo e o Espírito Santo, que gera fruto perfeito em Jesus, a quinta essência do pleroma divino. a substância espiritual, a psíquica e a hílica ou material, né, do grego, né, correspondendo a três raças de homens. O demiúgo se tornou o demiurgo é um ser intermediário espiritual que resolve criar a substância hílica e o mundo material, né? Então, o verdadeiro criador do mundo, do mundo material todo poderoso, mas
um demiurgo meio maluco, meio doidão, que no meio da história resolveu criar esse mundo inferior. Então, o demiurgo se tornou pai de tudo que está fora do pleeroma, criador de todos os seres psíquicos e materiais. Resta uma semente em Sofia. do que é espiritual, uma fagulha de luz, né? Dando origem à igreja dos espirituais. A alma é recebida do demiúgo, o corpo da matéria e o espírito de Sofia Achamot ou acamot. O Cristo do evangelho não assume qualquer substância hílica material, apenas espiritual e psíquica. Quando tudo tiverse consumado, Sofia abandonará o lugar intermediário e entrará
no pleroma, onde receberá por esposo o Salvador de todos os eons ou eras. Os homens espirituais se despojarão então de suas almas psíquicas e serão esposos dos anjos do Salvador. Que loucura. Então, o destino dos homens é serem esposos dos anjos. Então o demiúgo e os homens justos passarão ao intermédio e toda a matéria será destruída. A essência da gnose valentiniana é a semente do espírito que resta nos homens espirituais. O valentiniano é um vestígio divino que caiu no mundo. O Deus de Israel e dos cristãos é apenas um demiúgo inferior. O homem espiritual precisa
apenas despertar para ser salvo. Segundo Robert Brant, esse tipo de gnose nasceu em ambientes heterodoxos judaicos após a ruína da esperança total, com a queda e destruição de Jerusalém, na a queda do templo em 70 depois de Cristo e a destruição de Jerusalém ali por volta de 132 depois de Cristo, né? Então vocês imaginem, né? Eh, não existiam falsos Messias judaicos até uma época próxima de Jesus Cristo por causa da profecia de Daniel. Pipocam então por todos os lados os falsos Messias, né? Depois disso, qual é a esperança do povo judeu, né? era o Messias
terreno, o imperador do mundo, que que daria o governo global ao povo judeu. Era isso que eles esperavam e por isso que eles se chocaram com tanto com nosso Senhor Jesus Cristo. Logo depois da paixão de Cristo, o que acontece com o povo judeu? O templo é destruído em 70 depois de Cristo e depois na revolta de Barcocba, né? Eh, Jerusalém é completamente arrasada e estima-se que entre 700.000 e 1 milhão de judeus foram assassinados por Roma, né? Porque a a resistência judaica foi fervorosa, né? E de fato houve uma identificação de Barkba com o
verdadeiro Messias, né? Então, aquilo que deveria ser o triunfo terreno, a era do Messias como prevista pelo profeta Daniel se transforma pro povo judeu o quê? Na época do exílio. O que deveria ser a vitória total se transforma na derrota total. É natural que um povo, em muitos sentidos, vendo de uma perspectiva humana, que um povo que tinha expectativas tão grandiosas, se vendo destruído e reduzido a uma coisa tão pequena e depois ainda assistindo à ascensão da cristandade no império romano e na idade média, que esse povo tenha se resguardado ao menos um pedaço dele.
Ele tenha se escondido o quê? Em fantasias delirantes e compensadoras de superperes e fantasias gnósticomísticas, não é? Então, né? E evidentemente pelo próprio fato de que na igreja nascente muitos dos primeiros convertidos eram judeus, convertidos genuínos, evidentemente, como os primeiros apóstolos, né? E uma das primeiras controvérsias da igreja foi exatamente o perigo da judação da igreja, né? É óbvio que desde o princípio da história da igreja, essa dinâmica do povo judaico e do risco da judação é uma constante também da história da igreja que corresponde ao nascimento do gnosticismo cristão e praticamente toda a linha
da heterodoxia católica da idade média que depois daria nascimento à Cabala Cristã no renascimento. Então vamos lá. Alexandria foi o grande centro de gestação do gnosticismo cristão. Ali estiveram Plotino, Filon, Orígenes e Clemente de Alexandria. Plotino se aproxima da filosofia dos upanhads, né, o deus impessoal, né, dos hindus. E representa toda a ciência pagã. Filon representa o papel dos judeus como elo de comunicação entre o mundo grego e o mundo oriental. A escola de origens e Clemente de Alexandria tem o tem papel central na primeira reação contra esse gnosticismo grecojuda helenstico, né? Quanto ao maniqueísmo,
a suspeita de que Mani fosse de origem judia. E Etien Kuver, né, um grande autor aí católico do século XX, tem uma obra magnífica sobre a gnose. E ali ele apresenta, são três volumes bem grandes e eu acredito ali tendo lido esses volumes, ele apresenta evidências muito fortes de que o que nós chamamos hoje de budismo é simplesmente o maniqueísmo que mudou de nome. Você tem evidências de que o tal Sakiamuni é um personagem mitológico. Não existiu Budas antes de Cristo. Sidata, exatamente. Ou Sakiamuni, né? Eh, ele é um personagem puramente mitológico. Buda é um
título. Imani cedava esse título de de Buda depois que ele foi pro oriente. E ele e na verdade o que hoje nós chamamos de mosteiros budistas no Oriente, existem evidências arqueológicas, né, de que até o século X depois de Cristo, esses mosteiros eram chamados de mosteiros maniqueístas. Só que a partir do momento que eles passaram a ter mais contato com os cristãos, eles perceberam que devido a Santo Agostinho, você a assumir para si o nome de maniqueísta não pegava bem. Aí eles assumiram o nome de um título de mani Buddha que era budismo, né? Isso
explica, explicaria também porque nos, em pleno século XX, as pessoas olham pra pretensa vida do Buda e falam: "Nossa, a infância de Buda parece tanto a vida de Jesus Cristo". É porque foi literalmente copiada e falsificada da vida de Jesus Cristo. Esse mesmo elemento aparecia nas histórias da infância de Man, né? Então, embora não seja algo estritamente comprovado, né? Até porque eu acredito que os poderes do mundo não têm interesse nisso, mas eu eu tendo lido essa essa obra do Etien Kuver sobre a gnose, me parece que ele apresenta evidências muito fortes para essa ligação
entre o budismo e o maniqueísmo antigo, né? Em sua base está o dualismo ontológico. É um sistema imensamente mais complexo e mais completo que todas as gnoses anteriores. As grandes heresias que agitaram a igreja foram levantadas e armadas pelos judeus, em especial a heresia ariana. O sacerdote judeu Ário, antigo discípulo de São Luciano de Antioquia, era encarregado da igreja de Balcales em Alexandria, quando começou a ensinar sua doutrina herética e escandalosa. A influência central é Filon. Então, a heresia ariana se espalha por todos os lados. vizigodos, burgúndios, vândalos, ostrogodos, lombardos, mas logo desaparece sem deixar
rastros na Europa, só vindo a renascer com a reforma no século X. A influência do Talmud da Cabala se faz sentir por toda a Idade Média nas heresias maniqueístas, como os cátaros, os novacianos, os priscilianos, os paulicianos, os bogomilos, os patarinos e os passageanos, né? Sobre os bogomilos, né? Que nascem ali no reino da Bulgária, né? Existe uma história muito interessante. É daí que vem o nosso bugre. Vocês sabiam disso? Os índios eram chamados de de bugres. Porque quando os portugueses chegaram aqui no no Brasil, tinham certas tribos indígenas que praticavam a sodomia, né? E
aí uma das coisas que se dizia sobre os herees bogomilos é que eles eram sodomitas. Aí, aí búlgaro, búre. Aí o índio virou búgre, que na verdade é como chamá-los de búlgaros, né? Uma trivialidade aí curiosa, né? Na doutrina dos cátaros, Cristo é a negação do Antigo Testamento e a matéria é má. Portanto, eles proíbem o matrimônio e pregam a abstinência da carne animal. Ela se propaga no começo do século X em boa parte da Europa. Os bogomilos foram uma ramificação do catarismo na Bulgária. Seu dualismo foi absoluto. Rechaçam o batismo de crianças. defendem a
comunicação do Espírito Santo pela imposição das mãos, a condenação do matrimônio do alimento animal, a negação da presença real na Eucaristia e o desprezo da cruz e das imagens, assim como dos edifícios erguidos para o culto. Então, o que que tem de novo no protestantismo, gente? Absolutamente nada, né? não tem nenhuma ideia nova em Lutero e no protestantismo. É tudo oriundo dessa tradição [Música] gnóstico-cabalista que remonta, né, as idades mais antigas da humanidade, né? Os centros principais do catarismo foram Albe e Tulusa ou Tolosa na França, né? Onde os albigenses se multiplicaram nos séculos X,
12 e X. Inocêncio 3 precisou convocar uma cruzada para exterminá-los. Segundo eles, a igreja se corrompera totalmente desde a doação de Constantino. E tenham em mente, né, Inocêncio II foi convocado a exterminar os alubêncies pela população, porque os caras eram tão malucos que eles percorriam as cidades dizendo que a geração era ruim, então você deveria provocar abortos nas grávidas para evitar que uma nova geração impura surgisse, né? Armand Lunel cita os cátaros e albigências em no seu A idade de ouro dos judeus da Oxitânia como a corrente ideológica mais original e fecunda, mais subterrânea e
mística do cristianismo, que haveria de acompanhar e, enfim, se mesclar com a Cabala. Segundo ele, é certo que os judeus e cátaros viviam lado a lado, ambos sob a autoridade benévola dos condes de Tolosa. Havia certamente uma forma de aliança entre cátaros e judeus para o enfrentamento de seu adversário comum, a Igreja Romana. Segundo Gerson Scholley, tudo que sabemos dos antigos cabalistas e de seus grupos vem do Languedoque, de cidades como Lunel, Narbona, Posquier, Tolosa, Marcélia e Arles. Seus discípulos transplantaram a tradição cabalista para a Espanha em cidades como Burgos, Girona e Toledo. O judaísmo
florescerá abundantemente na provença do século XI, diante do enfraquecimento da ortodoxia católica. Quanto, né, a essas raízes ocultistas, né, e cabalistas de tantas coisas, né, é preciso dizer que já existe documentação suficiente para emitir um juízo sereno sobre a complicada situação dos templários. Os testemunhos e confissões de acusação são da acusação, né, são demasiado coerentes e concordantes para que se possa duvidar, ao menos em geral, da verdade das acusações. Tanto o protestante Ferdinand Vilk quanto Julis Michele atestam que não houve tortura no interrogatório do grande mestre de uma centena de cavaleiros em Paris. Quais eram
as acusações? blasfemar e renegar Jesus Cristo, cuspir sobre a cruz, praticar ritos obenos no ato de sua iniciação secreta. Adorar a cabeça de um o ídolo, o célebre bode bafomet, ter como lícitas relações antinaturais e a confissão e absolvição mútua mesmo entre leigos, né? Lembrando que esse bafomê, ele é nada mais nada menos que um símbolo do andrógeno primordial, né? Ele é um símbolo elevado paraa maçonaria, para Cabala, né? Embora não não represente para eles, não é o que a gente chama de Satanás, né? Representa uma coisa perfeita que não deixa de ser muito estranho,
né? Eh, a corrupção da ordem, mesmo que não tenha sido universal, foi bem extensa. Também era antiga, pois Jaque Demolei confessou em 1307 que ao ser recebido na ordem 42 anos antes, renegou Cristo num rito obsceno. Esse drama é central, pois a maçonaria se apresenta como herdeira dos templários. João Escotuerígena, que viveu de 815 a 877, foi o primeiro grande autor que refletiu a influência cabalística na Idade Média. Foi um membro da escola palatina dos Carolinjos, regime que muito beneficiou aos judeus. Tanto Carlos Magno quanto Luío Piedoso colocaram em suas mãos todo o comércio do
reino dos francos. Um funcionário imperial chamado de Senhor dos Judeus vigiava para que a comunidade mantivesse seus privilégios e garantias. Segundo uma tradição popular, Carlos Magno trouxe do centro da diáspora de Bagdá para Narbona, o erudito judeu Magir com J, né, que fundou a primeira academia judaica no sul da França. A escola palatina se situa no contexto dessa influência comercial e cultural dos judeus. A maior dificuldade em relação à obra de Erígena é determinar se ele erra completamente ou por certas imprecisões. Contudo, a influência cabalista é innegável. A grande síntese da verdade de São Tomás
de Aquino ainda não existia. Por isso temos que tomar cuidado, né, ao julgar a questão da ortodoxia de Erígena, né, mas a sua teologia negativa se opõe a toda determinação e conhecimento do infinito. O infinito seria apenas o inefável, aquele do qual pode ser dito. A teologia positiva, por sua vez, se preocupa com o Deus, que é uma causa infinita, e a negativa com Deus, que é a infinita substância. Maserígena, segundo São Tomás, rebaixa nosso conhecimento de Deus até os limites do agnosticismo. A negação se torna a mais alta afirmação. Toda determinação de um ente
limitado é uma negação. E a negação de uma negação é uma afirmação. Temos aqui Espinosa e Hegel e também a dialética da crítica, a dialética do negativo da escola de Frankfurt, em que a mística, né, a noção de mística vai se projetar muito mais na ideia da destruição do ser do que da plenitude do ser, né? Se Deus é muito mais um negativo do que um positivo, de certo modo, né, a destruição da sociedade e de toda ordem se aparenta muito mais com o negativo original de Deus do que a própria ordem social, né? segundo
Erígena da superência de sua natureza, na qual é chamado não ser. Por uma primeira gradação, Deus cria a si mesmo nas causas primordiais e se converte em princípio de toda essência, vida e inteligência. Por fim, pelas formas múltiplas desses efeitos, chega a última ordem da natureza eterna, que compreende os corpos. Tudo é criado e eterno ao mesmo tempo. As coisas são meras teofanias, manifestações de Deus. Ele distingue quatro tipos de causas. a que cria e não é criada. A que é criada e cria. Estranho, né? A que é criada e não cria, né? E a
que nem é criada e nem cria, que é a mais estranha, né? Que causa é essa, né? Ele tá dizendo que Deus pai gera o filho, mas não participa da criação. Só pode ser algo nesse sentido, né? O Concílio de Valência em 855 condena seus erros sobre a predestinação e alerta sobre o restante de sua doutrina. Seu conceito de criação praticamente se reduz ao de emanação. Ele a chama de difusão da essência ou da substância divina. A aparente contradição com a criação do nada é resolvida por Erígena, dizendo que a criação é eterna. As criaturas
sempre existiram com Deus, mas só se manifestaram quando receberam os acidentes da qualidade, da quantidade, da qualidade e etc. Sua essência já existia. Pesado isso aqui, né? Ele tá falando da preexistência das almas, né? na verdade que todas a as a essência de todas as criaturas já tava lá em Deus, em ato. E a única coisa que aconteceu no que a gente chama de criação foi a manifestação dos seus acidentes. Não, calma aí. Ô, Danilo, dá, vê se tu consegue se levantar aí, ele dá. Tá. Sim, sim. Você falou, né, que era Uhum. o acidente
da da quantidade, da qualidade, sim, que a criação que se manifesta é essencialmente a manifestação da materialidade como um acidente, né? É, é possível que as essências existem de forma separada em ato, fora do que a gente chama de criação, né? Por meio da criatura, Deus se faz visível e inteligível. Assim como o Asof se realiza nas cefirotes, o homem não deve ser definido como animal racional, mas sim como noção intelectual eternamente realizada na mente divina, porque não é da essência do homem ser um animal. Entendem a implicação? O homem é o mediador e salvador
do universo. A alma só se uniu ao corpo após o pecado como um mero instrumento. Adão Cadimon. Assim, antes do pecado, não existia a reprodução humana e nem os sexos. Deve toda a humanidade retornar a Deus? Segundo Erígena, todos estarão no paraíso, de volta ao estado original. Porém, os réprobos serão punidos em sua consciência com a separação de Deus. Não existe um inferno material. As fórmulas de natureza panteísta abundam. De sua obra vieram muitos erros. Pedro Abelardo, Bernardo de Chartre, Amauri de Chartre e David Dinando, né? Que debate São Tomás de Aquino refutou porque ele
tinha uma doutrina dizendo que Deus era a matéria prima, né? Até certo ponto, toda a heterodoxia da Idade Média deriva de Erígena. Resta saber o quanto os próprios cabalistas judeus foram da Idade Média foram influenciados por Erígena. Isso devido ao fato de que essa é uma tese muito cara a Gerson Scholen, que é a maior autoridade da Cabala. Ele tem essa ideia de que, na verdade, a Cabala medieval foi influenciada pelo pelo escotoerígena. Porém, o fato é que o misticismo judaico, a cabala judaica era muito anterior à escoterígena, né? Então, me parece parece ser uma
tese bastante artificial essa de se enxergar que Eríena não vivendo num ambiente com grande influência judaica e com ideias tão semelhantes a da cabala judaica, não tivesse sido influenciado por essa mesma cabala. O que parece certo é que Erígena tenha influenciado Joaquim de Fiore, que viveu de 1135 a 120 e foi condenado juntamente com Amauri e Davi, né, da Amauri de Chatra e Davi de Dinando no Concílio de Latrão. Joaquim negou a unidade da trindade, afirmando que ela é uma espécie de coletividade da mesma natureza, ou seja, são três deuses, né? E a esse triteísmo
teológico corresponde um triteísmo histórico, né? As famosas idades do Pai, do Filho e do Espírito Santo, né? A heresia de Joaquim de Fiore, que vai se manifestar nos franciscanos espirituais, vai dizer que assim como existiu a igreja, né, de Jesus Cristo, virá a igreja do Espírito Santo, que será de somente de monges, né? [Música] Eh, São Tomás aponta que eram os hereges que sempre aguardaram uma terceira idade do Espírito Santo. Godfredo de Claraval, que viveu de 1115 a 1180, secretário de Bernard de São Bernardo de Claraval, assegura que Joaquim era de origem judaica e que
nunca renunciou totalmente à mentalidade judaica. Uma de suas influências era o judeu Pedro Afonso de Uesca, nascido Moisés Sefarde. Esse Pedro Afonso era o nome de seu batismo em 116, no qual teve como padrinho Afonso VI, rei de Castela e Leão. Contudo, ele continuou a praticar e estudar o judaísmo secretamente. Fica claro que os únicos pensadores católicos heterodoxos de relevo na Idade Média foram influenciados pela Cabala. Na apreciação de Claude Trmontan, né, que viveu de 1925 a 1997, talvez seja um dos melhores livros que existam, né? já foi citado pelo professor Olávio de Carvalho no
COF sobre a metafísica cristã, né, sobre a essência da metafísica cristã. Então, segundo esse grande autor, no cristianismo, né, em contraposição acabala, o absoluto não é o mundo. E o mundo não é o absoluto. O absoluto é único, uma totalidade eterna. feliz e encriada, bastando a si mesma, sem nascimento, sem mudança, tudo que é rejeitado pelo mito teogônico da Cabala e do paganismo. A criação é obra livre do Deus único, é total sem que pressuponha a matéria pré-existente, não é uma geração. O mal em seu interior não é substância ou natureza. A criação é obra
da bondade gratuita de Deus e tem um começo e um fim. A alma não é um fragmento da divindade, mas uma criatura criada no momento da concepção. Ela não anda de corpo em corpo, nem caiu num corpo mau. A teosofia gnóstica, a salvação consiste no abandono, na negação desta existência, porque a negação de uma negação é uma afirmação. No cristianismo, a salvação é um algo a mais que é recebido pela criatura. Os argumentos racionais da filosofia da natureza tiveram destacada importância na luta dos pais da igreja por uma metafísica cristã. Intelíde utcredas, crede ut inteligas,
né? Inteligir para crer, crer para inteligir, né? famoso dito de Santo Agostinho contra os averroístas, né, e sua a a os seguidores islâmicos de Aristóteles, né, que tinha uma doutrina das duas verdades, né, que existiria uma verdade teológica e uma verdade filosófica contraditórias e coexistentes ao mesmo tempo, né? A gente pode dizer que a posição fideísta, né, que nega a razão em nome da fé, ela é tipicamente averroísta, né? Ele vai dizer o quê? Que embora a razão se oponha à fé segundo eles e isso seja possível, é porque na verdade existe uma fé, uma
verdade de fé que é totalmente separada da razão, né? Então, contra os averroístas, São Tomás afirma a unicidade da verdade, da filosofia com a teologia, sem que deixe de existir uma distinção. Ele ensina que o primeiro objeto conhecido por nossa inteligência é o ser inteligível das coisas sensíveis, o objeto da primeira apreensão intelectual que precede o juízo. Ou seja, nós não temos nenhuma fagulha de luz, né? Nós temos um intelecto natural que tem o mundo como seu objeto natural e tudo mais se acrescenta ao homem por graça divina, não porque o homem tem uma fagulha
divina dentro de si que acende sozinha e por si mesma. Nesse conhecimento está implícita a oposição do ser ao não ser, ao princípio de identidade. Isso, evidentemente, quando eu falo que o homem não tem uma fagulha de luz, não quer dizer que o homem não é sustentado por Deus, né? Não é criado por Deus. Mas a gente tem que tomar muito cuidado com essa concepção da fagulha de luz, né, e da presença de Deus no homem, porque ela se presta facilmente a uma interpretação monista, naturalista, em que o homem ascende a Deus por suas próprias
forças, né? Eh, ao princípio de identidade, né, se subordina o princípio da razão de ser em si ou em outro, né? O princípio da razão suficiente, né? Ao princípio da razão suficiente se subordina o princípio da causalidade. Tudo o que vem a existir tem uma causa suficiente. Sobre o princípio da causalidade repousam sob eh so sobre, né? Eh, sob, né, o princípio da causalidade repousam as provas clássicas da existência de Deus. Primeiro motor dos corpos e espíritos, primeira causa eficiente, primeiro ser necessário, ser supremo e suprema inteligência que dirige o todo. Toda essência criada existe
por um ato de ser. O ser dos entes é, no entanto, apenas uma participação do ser subsistente. Deve ser necessariamente múltiplo, distinto e desigual. As ideias exemplares não são momentos realmente distintos da inteligência divina. Seu número é infinito, né? tão longe daquela ideia de que a multiplicidade dos seres criados seja uma queda, porque os cabalistas interpretam dessa forma, a queda genuína não é o pecado humano, mas é a descida do uno ao múltiplo. Então, a verdadeira perversão, o verdadeiro mal é a existência do múltiplo ou então a consciência que percebe as coisas como sendo múltiplas.
Isso é o oposto da revelação cristã, né? Porque a multiplicidade dos entes criados é uma dádiva de Deus, é a própria dádiva da existência, né? E não existe essa história de que as essências existiam antes em Deus de forma distinta e separada, né? as ideias das coisas não existiam como tal em ato. Elas estavam na mente divina como elas são a própria essência divina, né? Eh, o homem só pode chegar a ser Deus por adoção mediante o dom da graça. Não há nada de negação, mentira e maldade em Deus. Contudo, Deus tirou a criatura do
nada e no fundo mais profundo e radical de toda criatura está o nada. e nele a possibilidade da mentira e da maldade. Quer dizer, é a contingência radical da criatura, né, que não tem a menor necessidade de existir. E a liberdade da criatura racional que tem a liberdade de aceitar ou renegar seu criador é que é a abertura para o mal e não um mal que já existiria intrinsecamente em Deus. E enfim, se a igreja não santifica e salva o mundo, o mundo há de perder a igreja. chegando ao humismo, né, a unidade de substâncias,
tipicamente gnóstico entre o sagrado e o secular. A Cabala fica registrada e acabada no Zorrar de Moisés de Leon ao final do século XI. Depois de terminada, vai se introduzindo timidamente na cristandade, mas depois vem como uma avalanche na renascença. Raimundo Lúlio foi o primeiro que viveu de 1232 a 1315. Foi o primeiro a introduzir as doutrinas cabalísticas nos meios cristãos. Ele foi aluno do cabalista Abraham Abuláfia, que viveu de 1240 a 1257. A Cabala cristã da renascença se inicia na Espanha, mas chega ao seu esplendor com pico de la Mirândola, viveu de que viveu
de 1463 a 1494 na no auge da Florença da Renascença. Por trás de Pico estavam dois judeus convertidos, Flávio Mitridates e Paulo de Heredia. Mitridax se encontra com Pico em 1486, ensinando-lhe o caldeu. Pico alega então ter encontrado a Cristo nos manuscritos cabalistas. A publicação de suas teses cabalísticas gerou um grande escândalo em Roma, o que levou à condenação de 13 delas e sua retratação em 31 de março de 1487. Contudo, seu entusiasmo pela Cabala não diminui em nada. Queen Johan Reichelin, que viveu de 1455 a 1522, o humanista de Force Hein e tio de
Melankton, Melankton, né, foi o, digamos assim, o mentor intelectual da reforma protestante, né? Ele era o intelectual ao lado do Lutero, né? E embora o Ro ele nunca tenha deixado de ser católico, hoje na Alemanha existe uma estátua dele como um dos pais da reforma protestante, ao mesmo tempo que ele era amigo íntimo do Papa Leão X, né? Então, com Johan Hoin se desenvolve a batalha pela introdução na da Cabala na cristandade. Ele teve dois mestres judeus, Jacobo Loan, médico do imperador Frederico I, e Abidias Esforno. Todos estavam sob a influência de Elias Levita, que
viveu de 1463 a 1549. E foi a ponte entre a gramática judia da Idade Média e os hebraístas cristãos da reforma. A obra dein da arte cabalística foi dedicada ao Papa Leão X, filho de Lorenzo Magnífico, Lorenzo Médice, né, em 1517, né? Então, um dos pais da reforma protestante, na data do início da rebelião de Lutero, dedica ao Papa uma magnífica obra de arte chamada da arte cabalística, né? A gente se lembra de uma coisinha, né? A casa dividida contra si mesma ruirá. E uma outra coisinha chamada o fermento dos fariseus. Que que é o
fermento? É uma coisa bem pequena, não é? E sutil. Mas se na hora que ela invade a massa, o que que acontece com essa massa? Ela incha, né? Quando os dominicanos se ergueram contra a judação promovida por Richelin, surge o seu Nêmesis, o judeu convertido Johannes Fefecor, né? apontando exatamente as blasfêmias do Talmud contra nosso Senhor Jesus Cristo, né, os absurdos da Cabala, porque ele tinha estudado, ele tinha inclusive estudado para ser rabino antes da sua conversão. A princípio, Fefecorn obtém o apoio do imperador Maximiliano, né, do Sacro Império Romano Germânico, para a proibição da
impressão e divulgação do Talmud e a destruição de todos os Talmudes existentes no sacro império. Mas Rochelin apelou ao Papa Leão X e ao médico e astrólogo do Papa, um judeu de nome Bon Dilattes. Foi emitido então um veredito com o julgamento de que a obra de Hoichelin não continha qualquer heresia notável e que o Talmud poderia continuar a circular apenas com certas censuras. Enquanto isso, os humanistas e poetas em torno de Richelin iniciaram uma campanha de difamação e ridicularização dos dominicanos como bárbaros. Erasmo de Rotterdam estava entre eles. Isso aqui foi a maior vitória
da cultura humanista moderna, né? Eles ele eles diziam que os humanistas portavam o latim de Cícero, quintiliano, né? As a o latim elevado da antiguidade, que o latim dos monges era uma coisa bárbara e primitiva, né? Eles eles conseguiram ridicularizar os monges dominicanos, né, como se eles fossem eh caipiras, né, diante da grande elevação daqueles humanistas da renascença. A coisa chegou a um tal grau de loucura que até o antissemitismo foi lançado contra o Fefcor, né? O Erasmo de de Roterdã escreveu uma carta irada pro Papa falando só podia ser judeu. Mas assim, para defender
a judaização do catolicismo, a Cabala e o Talmud, eles largaram mão até de um antissemitismo, de um preconceito injusto contra um judeu genuinamente convertido e que inclusive estava falando a verdade sobre os perigos do Talmud e da Cabala. né, né, Leão X, né, esse papa trágico, né, que presidiu a igreja exatamente na ruptura da unidade da cristandade, só viria a condenar a obra de Reichelin em 1520, diante da tempestade luterana. Um dos grandes golpes de Hellin que ficou para a história foi a crítica à avugata de São Jerônimo e a valorização das fontes hebraicas, né?
De tal modo que nos seminários hoje você tem hebraico, mas você não tem latim, né? Aí você pega essa obra de arte de São Jerônimo, que inclusive é foi capaz de consultar fontes hebraicas puras que depois foram distorcidas pelos rabinos. E você começa a dizer que fontes hebraicas que já foram redigidas para tirar a menção ao Messias, que aconteceria exatamente na época de Cristo, né, do Antigo Testamento, você começa a confiar mais nessas fontes hebraicas do que em São Jerônimo, um santo, um gênio da cultura greco-romana também, né? A gente pode dizer que a gente
deve isso em grande parte a esse humanista e cabalista da renascença, Johannes Reichelin. Com Pico e Richelin, a Cabala entra triunfalmente na cristandade. Um dos maiores representantes da Cabala cristã é o cardeal Egídio de Viterbo, que viveu de 1465 a 1532 e que, se eu não me engano, esteve no Concílio de Trento, né, que conheceu todos os judaisantes de seu tempo e colocou muitos judeus a seu serviço. Na Itália florescem as gráficas hebraicas de Gerson Sosino, responsável pela edição censurada do Talmud, até hoje conhecida como a edição SCINo, né? e Daniel Bomberg, Marcílio Fitino, que
que viveu de 1432 a 1449, um sacerdote e tutor de Lorenzo de Miceou pela Cabala por sua convivência com Pico de la Mirândola. Paulo Rit, um judeu converso, conquista a Alemanha para acabá-la. Pedro Galantino, que viveu de 1400 a 1540, foi um franciscano cujo a obra de Arcanes foi muito muito disseminada na renascença e é uma obra cabalística, né? Francisco Dior, que viveu de 1460 a 1540, representa a Cabala em Veneza, cidade dos grandes editores da literatura hebraica. Suas obras Problemata e de Harmonia Munde foram com as obras de Pico, Hoin e Galantino as principais
fontes da Cabala cristã. Alguns dizem que a reforma alemã, ao favorecer a interpretação literal das Escrituras, teria condenado a Cabala Cristã. Porém, isso não é verdade. Lutero inclusive elogiou a Cabala, né? Ele dizia que que a interpretação dele da Bíblia era a verdadeira interpretação cabalista da Bíblia, né? Na França, o grande representante desse protestantismo cabalista é Guilherme de Postel, que viveu de 1510 a 1581. Para postel, todos os homens, desde Adão, são parte da substância de Cristo, mas não de sua divindade. A partir deles surge toda uma escola em França. Na Inglaterra, Erasmo de Rotterdam
enviou o da arte cabalística de Richelin ao bispo John Fischer, que viveu de 1459 a 1535, que se sentiu profundamente atraído pela Cabala. Depois ele teve o dom do martírio, né? Então esperamos que esses erros tenham sido apagados, né? Eh, e hoje é um santo da igreja, né? Aqui a gente tem que tomar muito cuidado, gente. Teve santos, teve pessoas de boa fé que se mcuíram na Cabala Cristã, acreditando realmente inclusive que a Cabala Cristã seria uma via de conversão dos judeus. é totalmente diferente depois de 500 anos a gente cair nessa novamente. Mas naquela
época existiam motivos, a gente não precisa julgar negativamente, né, criticamente o bispo de São John Fisher e o próprio eh eh Sir Thomas Moore pelo envolvimento que eles tiveram com a Cabala Cristã, né? Então, num sermão de 1521 do bispo Fischer, né, sobre a condenação de Lutero, ele justifica as tradições da Cabala. Thomas Moore foi o tradutor da biografia geográfica de Pico de La Mirândola, escrita pelo sobrinho deste, né, que apagou todas as imoralidades e e satanagens e e macumbarias do pico, né? Durante o século X, as menções a acabala se multiplicam na Inglaterra. Robert
Flud, que viveu de 1574 a 1637, se caracteriza, flood, né, se caracteriza por seu apego à Cabala, assim como John Milton do paraíso perdido, que é famoso pela sua ambiguidade em relação a Satanás, né, e Henry Moore, que foi um divulgador do Newton, né, e o que é ainda pior, Os papas da renascença são favoráveis à Cabala, começando por Leão a Cabala Renascentista teve o efeito de cabalizar o pensamento cristão. O progresso dessa situação se deu por grandes pensadores como Jacobom, Espinoza e Laibnes e pela relativização completa da filosofia tradicional. Nicolau de Cuza, cardeal, né,
que viveu de 1401 a 1464, foi um precursor desses titãs que recebeu a influência da Cabala. Foi ele o primeiro a postular o absoluto como princípio transcendente e imanente do mundo, assim como da ideia de colocar a coincidência dos opostos no seio desse absoluto. O Olava afirma no jardim das aflições que inclusive a matemática infinitista, uma das raízes dela são essas ideias do cardeal Nicolau de Cuza, né? A identidade de máximo e mínimo, infinito e finito, necessidade e contingência, eternidade e tempo, possibilidade e atualidade. Jordano Bruno, que viveu de 1545 a 1600, é influenciado pelos
cabalistas do renascimento, mas especialmente por Lúlio e Cusa. Ele concebe o universo como um único corpo infinito, com uma alma intelectiva universal, né? O intelecto em o intelecto agente, né? Universal também. infinita pela forma. Essa alma universal é a potência divina ativa natura naturant. Com Jacobome, que vive de 1574 a 1624, chegamos a uma concepção clara da Cabala, elogiada inclusive pelos cabalistas judeus. A divindade é apenas uma etapa anterior a esta vida. O Deus real evolui e não está fora do movimento. É uma concepção orgânica, né, de Deus. O Deus original é o germe que
contém virtualmente o ser concreto que está destinado a produzir. Deus é o nada eterno que também é uno. Un grund é uma pura vontade que actualiza a si mesma partindo da pura inconsciência. Deus é a essência de tudo. É luz. e trevas. A criação não pode ser explicada apenas pelo desejo de encarnar formas celestes de sabedoria luminosa. O desejo de Deus é bem mais uma matriz infinitamente fecunda que busca realizar tudo, até mesmo o mal. A verdadeira queda não foi a de Adão, já que ele foi criado no último dia e o mundo já era
um caos. A rebelião de Lúcifer perverteu a marcha da criação e introduziu o mal no próprio universo sensível. Eu descobri que existe toda uma teologia protestante de origem cabalista, de fontes judaicas também, em que isso aqui é chamado de o dilúvio de Lúcifer. em inglês é chamado de gap theory, que haveria uma lacuna no livro do Gênesis, em que o de a queda de Lúcifer teria arrasado os planos de Deus paraa criação. Então, aquelas águas sobre as quais o espírito de Deus pairava, elas estavam sendo movidas e agitadas por Lúcifer. E Deus teve que lutar
contra Lucifer para conseguir criar, gerar o mundo. Curioso, né? E claramente o Jacob defendia essa ideia, né, do dilúvio de Lúcifer. O Adão original não possuía os órgãos fisiológicos que tornam o homem próximo dos animais. Não tinha partes sexuais e órgãos digestivos. era um ser andrógeno. Houve quedas sucessivas em que o homem foi se materializando cada vez mais. Esse homem é livre e deve salvar a si mesmo sem que exista eleição ou deliberação em Deus. Cristo não é causa eficiente de nossa salvação, apenas exemplar. E essa salvação é essencialmente um aniquilamento, uma renúncia ao eu,
o homem destruindo a si mesmo para retornar ao nada. A liberdade humana é infinita, assim como sua personalidade, que é maior que a totalidade do universo sensível. Ou seja, o sof da cabala é o un grrund. de B de Bom, segundo Nicolai Berdieev, bom é o primeiro a fazer da liberdade o fundamento primeiro do ser. Eu sei, gente, que pode parecer assim a repetição das doutrinas desses vários pensadores, de tão semelhante que elas são, pode parecer o quê? Uma repetição infinita. Mas o que que o padre, o que eu, o que eu tentei extrair aqui
é a essência da tese do padre Menviel e é o que de melhor nós podemos ter de prova histórica, não é isso? Partindo daquela premissa inicial de que só existem duas doutrinas sobre o cosmos e a criação, a católica, a verdadeira, revelada a Israel e a Igreja e agnóstico cabalista, revelada pela serpente e entendendo bem o que ela é desde o seu princípio mais profundo na antiguidade e passando por esses pensador que são influenciados pelas fases da Cabala. O que que a gente vai obtendo por esse percurso histórico? Uma verdadeira prova histórica, né? Tem pessoas,
por exemplo, que leem o libido dominante do e Michael Jones e também tem essa impressão de uma repetição infinita das consequências históricas da revolução sexual e das suas doutrinas. Mas é exatamente essa repetição dos mesmos princípios agindo na história e causando os mesmos efeitos que coincide com a noção de prova na história. Percebem? Isso é exatamente quando a gente observa que as mesmas causas agindo produzem os mesmos efeitos, que a gente vai se convencendo cada vez mais da real natureza dessa causa, certo? todos no tempo de Espinoza, né, que foi expulso da sinagoga de Amsterdã,
né, eh por sua aproximação do cristianismo, né, e viveu ali de 1632 a 167, reconheciam sua ligação com a Cabala. Mas Bom foi um místico. Espinoza, um filósofo. Ele nega que Deus possa ter produzido uma massa corporal e material, corpórea e material, que seja base da substância separada deste mundo. Isto é, há um humanismo, uma única substância entre Deus e o mundo. Nenhuma substância é divisível como tal, nem mesmo a material. Também defende a preexistência das almas. Ele dá grande importância à trindade das três primeiras cefirotes, mas não aborda as outras sete. A matéria é
o atributo da substância única que expressa a eterna e infinita essência. sendo evidentemente eterna. Ele quis acrescentar ao método analítico de Descart o método sintético de Euclides, deduzindo o mundo de Deus como o primeiro princípio em perfeita continuidade. Ou seja, o que que é o método analítico? Você quer chegar numa conclusão, você supõe ela como verdadeira e você vai voltando para trás até você descobrir algo que é absolutamente certo. E aí você encontra o primeiro princípio, né? É como se você tivesse indo do efeito para causa, certo? No método analítico, o método sintético, que é
o método do euclídes nos elementos, é o método contrário. Você parte das causas para os seus efeitos, né? Você tem o triângulo isósceles e você demonstra que os ângulos internos na base e os ângulos internos na base são iguais, né? Por via sintética. Espinosa, ele deseja fazer a mesma coisa com Deus como primeiro princípio. Deus é o primeiro princípio do pensamento humano e não ser doente corpóreo. E através da ideia de Deus, o homem, que é uma parte de Deus, seria capaz de deduzir toda a emanação divina, o que é, evidentemente uma pretensão absurda e
insana, né? É a ideia de Deus que ocupa o primeiro lugar na mente humana e não o conhecimento das coisas corpóreas. Tudo flui de Deus por uma necessidade estrita. E do ensof a última quilipot uma única realidade ou substância. Laiss, viveu de 1646 a 1716, foi sempre um ocultista impregnado de doutrinas da alquimia. Parece que ao sair da universidade em 1667 filiou-se à Sociedade Rosa Cruz de Nuremberg. foi próximo dos grandes cabalistas de seu tempo, como Francisco Mercúrio Van Helmont e o Barão Kinor Von Rosenrof, autor da Cabala Desnudada. Vem deles a ideia da mônada
e da matéria como sendo constituída de um conglomerado de mônas espirituais adormecidas, né? Os verdadeiros átomos infinitos de Libes, né? Em 1687, Libes passa um mês com Von Rosenrof. A cabala desnudada nega propriamente toda a criação e supõe uma essência divina que é corpórea e espiritual ao mesmo tempo. Segundo ele, do nada se cria. Ou seja, a própria criação de Deus a partir do nada, a de Deus criando o mundo a partir do nada é impossível. As partículas que compõem a matéria são espirituais. espíritos adormecidos que despertam nos diferentes graus da vida. Essa cabalização do
pensamento virá a se consumar no idealismo alemão. O sistema de Fisht, que viveu de 1762 a 1814 pode ser bem definido como um espinosismo interiorizado, né? Se eh se se o Espinoza criou uma espécie de panaterialismo espiritual parecido com o do Parmênides, né? O o Fish ele vai criar uma espécie de de substância única, que é o ego humano, né? ou todos os egos humanos unificados são, na verdade, a substância original que deu origem ao mundo, projetando algo que tinha de de dentro de si para fora e que se alienou dessa forma, né? O ponto
de partida é a distinção entre aparência e ser. Todo ser deve terminar em algo que não está submetido ao devir, ao movimento, e que, por isso, existe por si só. Como essa perfeita unidade eterna se transforma na diversidade dos fenômenos. Nada existe de fato fora de Deus. Tudo que existe com essa aparência não existe verdadeiramente e em si. Só existe a consciência em si como conhecimento puro. A a só que é a consciência no ato de distinguir entre ela mesma e seu objeto transformem diferente o que é essencialmente uno e eterno. O conceito transforma em
ser fixo e presente o que em si é a vida divina. É, portanto, o conceito que cria o mundo num processo de queda e alienação. Nós já somos a vida imediata de Deus, a vida interior de Deus. Só precisamos saber disso. Cabe a ciência reduzir, portanto, o múltiplo ao uno. De outro modo, o uno, ao se conhecer produz a segunda hipóstase, que é o NUS de Plotino. E esse entendimento se aparta do uno, gerando um cisma no mundo divino. Essa ideia de FT, Shelling e Hegel remonta, portanto, a Plotino aos gnósticos e a acabala. A
multiplicidade dos seres não procede da criação, mas de uma queda, de uma divisão original. A queda não é a queda de Adão, é a queda do próprio Deus da unidade original. Fisht acredita, acreditava que sua doutrina era o verdadeiro cristianismo e que São João ensinou a verdade em oposição a São Paulo. Shellin, por sua vez, considera que o Deus da teologia cristã carece de vitalidade ao se subtrair do devir e do trágico presentes na teologia, na teogonia pagã. Isso aqui eu conheço bem, né? Eu li toda a obra tardia do Shelly, a filosofia da revelação
e da filosofia da mitologia. Claramente é um tipo de gênio. Existem algumas, um homem muito culto, existem algumas ideias ali que podem ser resgatadas, talvez. Porém, de fato, é isso. Ele que foi amigo de Get, certamente teve contato com os iluminados da Baviera, porque Get fazia parte, né? Eh, ele apresenta a ideia de que os antigos mistérios pagãos era um cristianismo oculto, né? e que na tríade dos deuses pagãos, que aparecem em todas as religiões de mistério, estava oculto, na verdade, a trindade cristã. É uma coisa bem esquisita. Maáel, que viveu de 1700 a 1831,
o grande expositor moderno da gnose de Valentino. Segundo Hegel, Deus, o absoluto se move diferenciando-se pelo negativo, negando-se a si mesmo. O todo é a verdade e esse todo é a essência que se realiza mediante uma evolução. O entendimento não deve ser visto como uma faculdade humana, mas sim como um entendimento do próprio Deus. É por isso que o Eric Vegel num artigo que ele tem sobre o Hegel, na história das ideias políticas, se eu não me engano, talvez, acho que foi nessa obra mesmo, ele afirma que o segredo do Hegel é a sua autodivinizção.
tá dizendo no sistema dele que ele é Deus, porque ele é exatamente esse entendimento que não é de um ser humano particular, é o entendimento divino se manifestando da forma mais absoluta e completa na história. Deus não poderia se realizar sem a ruptura interior que é intrínseca à consciência de si. Ou seja, ser consciente é se dividir, é gerar o dois, que é uma ruptura. Vocês conseguem entender a implicação disso? Deus não pode ser consciente de si sem se dividir em si mesmo. O Deus original é um ser inconsciente, indeterminado. E no momento que Deus
busca ter consciência de si, ele produz o mundo como uma queda e inicia um processo evolutivo que só no final Deus vai voltar a possuir a si mesmo, apenas por via da evolução, como um em si, que também é um para si, né? Deus se aliena de si mesmo. O espírito eterno e abstrato cria, entre aspas, né, postulando o oposto a si mesmo, que carece de interioridade, sendo passivo e ser para o outro. O mundo. O mundo, no entanto, não é apenas essa existência exterior e desgarrada. é também o movimento de retorno e de evolução
do próprio Deus para o em si concreto e verdadeiro. O mal existe dentro da essência divina como um elemento necessário, sem o qual não existiria evolução. A paixão de Cristo é uma alienação e reconciliação da essência divina que se apresenta então como espírito concreto. A morte de Cristo é a é o começo, né, da reconciliação da divindade consigo mesma. Nele a presença não se opõe mais à essência, pois foi elevada à universalidade pela morte, a consciência de si universal da comunidade. Cabe ao filósofo tomar plena consciência desse processo universal. Conhecer a si mesmo, no entanto,
é também conhecer o negativo de si mesmo, ou seja, seu limite. O que significa se sacrificar? A objetividade é o saber absoluto, o espírito que conhece a si mesmo como espírito. Retornemos a acabá-la. O em nada se converte em ensof, o abismo que se transforma em ensof aur, a luz, iniciando o desenvolvimento das cefirotes, natura naturans até o mundo das quilipot, natura naturata, ou seja, natureza geradora e natureza gerada. Por trás de tudo, uma única realidade, o princípio da imanência. Mas um Deus que tem ele próprio de sair do nada é inútil. Da Cabala, chegamos
rapidamente ao ateísmo moderno e à divinização do homem. Não se trata de um ateísmo naturalista clássico, mas de um ateísmo que eleva o homem a um ser puramente livre e divinizado, o que é chamado de humanismo a partir de fo nesse sistema, o primeiro princípio de todas as coisas é o pensamento humano, que em si mesmo é vaz vazio. Ele depende da realidade exterior, mas depois de ser alimentado por ela, pode criar entes de razão, respeitando ou não o princípio da não contradição. Mas a ideia não supõe necessariamente o ser, ou seja, da ideia não
se passa ao ser, o que torna quase toda a filosofia moderna sempre contra a natura, contra a natureza. Isso aqui é extremamente importante, né? No momento em que o pensamento humano se arroga o direito de ser independente da criação humana, orgulhosamente ele diz que ele não depende do mundo sensível para pensar, ele começa a poder o quê? Navegar na sua própria fantasia. Ah, vou inventar aqui uns postulados, umas coisas malucas. De onde você tirou isso? do meu próprio espírito absoluto, que é uma parte da divindade. Não, mas não tem fundamento na realidade, não importa. Aí
o cara começa a deduzir todo um sistema maluco, né? Então o Decart ele vai dizer o quê? Penso logo existo. Mas como é que você sabe que você pensa sem saber que você existe? Olha que coisa estúpida, né? A percepção do ser muito anterior ao ao cgito, né? Ao ao reconhecimento, né? De que eu existo no interior desse ser e eu tenho algo de um ato autônomo meu que é o pensamento, né? Eu tenho de existir e perceber essa existência para saber que eu mesmo existo. E dentro da minha existência existe um ato chamado pensamento,
né? Como é que o sujeito apresenta aí uma coisa absurda dessa como primeiro princípio? É porque na raiz desse pensamento cabalista, imanentista, monista, está a revolta contra Deus, cuja raiz mais profunda na história é a desilusão do povo eleito com a sua missão dada por Deus. e que, né, não na história, mas na própria natureza humana, essa essa essa desilusão radical do povo eleito, né, com o exílio, com a destruição de Jerusalém, no exato momento em que eles esperavam o Messias, corresponde à experiência gnóstica do desespero gnóstico que atravessa toda a existência humana em todos
os tempos, né? É sempre o homem que acha que Deus deve algo para ele, que se ergue então num grito desesperado. Sejamos sinceros, dizendo o quê? Deus criador não é o verdadeiro Deus. Ele é um carcereiro que aprisionou o homem neste mundo, do qual eu preciso me libertar. Deus é o demônio. E quem é o E quem é o demônio? Deus. O prometeu libertador, não é isso? O prometeu que trouxe ao fogo aos homens e que ensina que o demiúrgo malvado que criou a matéria, que ordenou o mundo, é o verdadeiro ser eh eh perverso,
muito longe da quinta prova da existência de Deus, de São Tomás de Aquino, que parte da ordem do mundo para Deus, né? que é a percepção do homem que está em paz com seu criador, contemplando a realidade. A percepção gnóstica da realidade é a ordem que o demiúgo malvado, que é o Deus de Israel e do catolicismo, colocou neste mundo, é uma ordem perversa, má em si mesma, né? É por isso que esse pensamento cabalista, né, intronizado em Hegel, que vai produzir seu herdeiro Carl Marx, é a é a matriz prenha, né, é grávida, né,
como dizia o grande filósofo Paulo Guiraldi, né, para quem entender a piada interna, né, eh, tá plena do potencial revolucionário, da revolta mais radical contra o próprio Deus e eles farão guerra contra Deus, né? É disso que nós estamos falando quando nós estamos estudando esse pensamento, né? É a revolta radical da criatura que pensa poder exigir algo de Deus. No momento em que Deus não entrega o que ela deseja, ela prefere renegar toda a ordem universal, toda a hierarquia universal, seja do cosmos, seja da sociedade humana, em prol o quê? dos seus desejos descontrolados, das
suas paixões descontroladas, né, do seu pneumatmo, né, das suas aspirações espirituais descontroladas. Imitação do demônio. Não serveian é a criatura que tanto ama a sua própria natureza que despreza toda subserviência a um princípio superior. Ou seja, o homem não é submetido a Deus. O intelecto dele não precisa do cosmos para pensar, né? Ele é o próprio Deus. Ele é a raiz divina. É nada mais, nada menos do que a velha promessa da serpente. Continuando então a nossa prova histórica dessa manifestação do espírito de revolta de não ser de não servian, né, do espírito cabalista gnóstico.
Foi Decart, portanto, né? Descart viveu ali de 1596 a 1650, que entronizou o princípio da imanência como primeiro princípio da filosofia. O Deus de Descart é o ente indeterminado de máxima extensão e mínima compreensão. O que que quer dizer isso? Na lógica, né? que você começa ali no ser humano. O ser humano é um animal racional, né? O animal é um ser vivo. O ser vivo é um corpo. O corpo é um ser. Esse ser que você obtém nessa escalada abstrativa é um ser que ele tem o quê? máxima extensão. Todos ente existente é ser
nessa acepção, mas você tirou todas as determinações desse ser. E, enfim, se você tomar esse ser meramente abstrato como ser verdadeiro, você vai dizer que o ser é o quê? O nada, né? Seu Deus puramente metafísico só existe para justificar o processo de mensuração e domínio da natureza, de expansão de uma civilização globalista. Deus é um Deus exmina, né, no Decart, né, quando ele diz que o pensamento humano é o primeiro princípio da realidade pelo qual eu sei que inclusive eu existo, aí ele tem um problemão muito grande. Como é que eu garanto que o
mundo exterior existe? Ah, não, por causa de Deus. Deus fez esse mundo exterior que eu não tenho a menor noção do que que é, né? E isso é para justificar o quê? O mito do tem a mito do demiurrgo malvado de Decart: "Ah, Deus não faria essa sacanagem com a gente." E aí ele diz que aquela geometria analítica que ele desenvolve, a filosofia dele de algum modo tem a chancela divina, né? E no fundo é o velho problema de Descart, né? Porque a gente vê a na própria definição que ele dá no ponto, né? Para
quem tiver aí acompanhado a aula sobre Euclides, né? Euclides, embora seja muito difícil você definir uma coisa tão primária como ponto, acredito que ele chega lá, não é uma definição estrita, né, por gênero e diferença específica, mas ao dizer que o ponto é aquilo que não tem partes ou aquilo que não tem magnitude nenhuma, ele define o que o ponto é. Mas o que que é o ponto pro Decart? é um par de coordenadas num espaço métrico. A realidade que importa não é mais o ser dos entes, é a possibilidade de que eles sejam mensurados.
E a gente vai observar esse mesmo fenômeno em toda a matemática moderna e na ciência moderna. Boa parte da matemática moderna é muito mais uma teoria da mensuração do que matemática propriamente dita no sentido lá dos gregos, da aritmética, da geometria, que tem objetos próprios. É algo que só se preocupa com a nossa capacidade de mensuração e não de verdadeira inteligência e compreensão da natureza. Se Decarte imagina começar com o ato da consciência, Espinosa vai mais a fundo e coloca no princípio o pertencimento das partes no todo, do finito no infinito, do mundo em Deus,
a identidade de liberdade e necessidade. A natureza é Deus. O amor da mente rumo a Deus é o próprio Deus. O idealismo alemão deve ser visto como a forma acabada do pensamento moderno, do princípio monista e naturalista do ser e da nova concepção da produtividade da consciência. Ele realiza um espinosismo dinâmico. Fisht erige a consciência moral como um absoluto. Enquanto Shellin confere essa dignidade à natureza. Os naturalistas dizem: "Sem mundo não há Deus". Em oposição à fórmula sem Deus não há mundo. Feuerba sacou as consequências da dialética da consciência de Hegel e a demoli preparando
o caminho para o marxismo. Hegel morre em 1831 e quase imediatamente se desenrola o debate entre a esquerda e a direita reguelianas. A alienação passa a ser do homem de carne e osso e não do espírito absoluto, né? Não é mais Deus que sai fora de si mesmo e se aliena. É o homem. É a famosa inversão de Marx e de que Foerbá fizeram de Hegel e Fistito, né? Eles dizem, não foi o espírito absoluto que se alienou, foi o espírito do homem de carne e osso que projetou na divindade aquilo que é próprio da
sua essência e forjou a religião para criar um mestre exterior a si mesmo. Quando o homem é mestre de si mesmo, né? A divindade é da essência do homem, mas este não o sabe e a projeta numa realidade exterior ilusória que chama de Deus. Engels fala da imensa sensação de libertação que sua geração de jovens experimentou diante da leitura da essência do cristianismo em 1841. É a famosa obra de Ludvig Feuerba, né? Carl Marx então endeusa a classe social despojada no lugar do indivíduo humano de carne e osso. O comunismo seria a solução do mistério
da história, de todos os conflitos oriundos da alienação do trabalhador. Percebam, o marxismo é um sistema cabalista perfeito, só que ele troca o quê? O espírito absoluto, o Deus que se aliena para fazer o desenrolar da história, vira o proletariado, vira as a classe oprimida, né? Niet teoriza esse movimento como o assassinato de Deus, agora amado pelos homens. O cientista político Eric Vegelin, que viveu de 1901 a 1985, trata do princípio da imanência na política moderna. Segundo ele, a cidade de Deus de Santo Agostinho tinha marcado a desdivização do mundo pagão, que voltou a ser
divinizado pela intromissão de elementos gnósticos e cabalísticos após cerca de 1000 anos de cristandade. Então, Vegelin, né, na sua grande obra A Nova ciência da política, eh, ele indica como as altas exigências da vida espiritual e intelectual no interior do catolicismo, né, como a gente pode ver ver na grande realização de São Tomás de Aquino, acabaram impondo um tipo de esforço muito grande para povos recém-convertidos ou mal convertidos à cristandade. E isso correspondeu a uma busca nesses povos e também por influências estranhas, né, como essas influências de origem cabalística, né, de um desejo de uma
realização espiritual mais imediata, mais fácil, né, e mais sentimental, né, do que a do que aquela realização espiritual que existia de fato na cristandade. E a isso correspondeu o desejo de uma redivação do mundo no sentido pagão. Não é coincidência, portanto, que Agostinho tenha sido aquele que derrotou o milenarismo cristão nos primórdios da igreja. renascido, ele busca o sentido da história em sua própria imanência, né, no interior da própria história, produzindo uma interpretação progressista da história que terminaria, segundo seus defensores, na abolição da guerra e da desigualdade social. Essa experiência gnóstica é uma expansão orgiástica
da alma, né? A alma se sente, sente que se liberta, né, dos rigores e das restrições da verdadeira vida espiritual e intelectual no interior, né, da cristandade, rumo a uma participação direta, né, numa espécie de teogonia divina, né, no nascimento do próprio Deus. A gnose pode ser puramente intelectual como em Hegel e Shell, puramente emocional, como nos líderes das seitas da era do Espírito Santo. Ou pode ser primeiramente volitiva e tomar a forma de uma redenção ativista do homem da sociedade, como por exemplo Enc. E por essa via, a sociedade é redivada pela divinização do
indivíduo espiritual pneumático. As ideologias derivadas são o humanismo, o Iluminismo, o progressismo, o liberalismo, o positivismo, o marxismo e o cientificismo. A revolução britânica é a primeira de um país que em sua totalidade entra na sociedade revolucionária moderna. Então aqui ele tá, o Vegeling tá falando da revolução britânica, já começando com a instalação da igreja anglicana e depois também a sua revolução puritana e a sua revolução gloriosa, né? foi feita pelos puritanos, que eram gnósticos revolucionários. O voluntarismo dessa revolução chegou a ser sistematicamente formulado por Calvino em suas instituições, um verdadeiro Corão gnóstico. Depois dela
virão a Revolução Francesa, a russa e a mundial. operada por todas elas ao mesmo tempo. Sendo cabalhista em sua essência, sua principal missão é a destruição do poder da Igreja Católica em sua obra civilizadora. Renê Guenon, que vive de 1886 a 1940, é o ponto alto do esoterismo, talvez em toda a sua história. Ele transforma esse esoterismo numa metafísica pura e universal. As formas religiosas seriam uma expressão exterior de certas verdades dessa metafísica. Segundo ela, a realidade se apresenta em graus, sem que deixe de ser una. A divindade suprema é impessoal ou suprapessoal. O não
ser do qual Deus pessoal é a primeira determinação. É também a possibilidade universal numa coincidência perfeita com Ensof da Cabala. A realização metafísica é a tomada de consciência daquilo que nunca deixou de ser, isto é, sua identidade essencial com o princípio de toda a realidade. Essas ideias constituiriam a tradição primordial de todos os povos. Ou seja, né, a verdadeira religião seria uma metafísica superior, que seria ao mesmo tempo comum ao a todos os povos, mas parcial na religião de cada um deles. Em o rei, em O rei do mundo, publicado em 1930, Genon discorre amplamente
sobre Shequar e o anjo Metatron. aproximando-se perigosamente de elementos demoníacos. Ele conheceu Papos em 1906 e entrou em contato com os círculos esotéricos de Martinez de Pasquali e de Luis Clou Santã. Embora sua doutrina seja superior à deles, nunca deixou de ser gnóstico, seguindo, em última instância o sufismo do século XI de Ibinarabe. Eon de Abélio, que vive de 1907 a 1986, é outro autor esotérico importante e segundo ele, os documentos da tradição hebraica são os documentos iniciáticos por excelência. Sua obra se fundamenta na de Fabre d'Oli, que viveu de 1700 a 1767 a 1825
e que estabeleceu uma espécie de ciência metafísica do número em sentido pitagórico e platônico. Para ele, o nascimento do filho, do cumprimento da criação é representado pelo número seis. pelo hexagrama, né, como representado, né, muitas vezes ali no no famoso na famosa estrela de Davi, que na verdade não é estrela de Davi, né? Abélio difere de Genon em seu louvor à modernidade, especialmente em seu aspecto fenomenológico na filosofia de Russell e de Heidegger e também na matemática moderna. Para Abélio, as doutrinas hindus são fundamentais no desenvolvimento da mentalidade cabalista. No século XVII, o hinduísmo parecia
morto devido à suas práticas mágicas e idolátricas. Porém, foi renovado por Han Mohanroy, o fundador do Brama Sam, que vê o hinduísmo como uma religião teísta. Por esse caminho seguiram de Bendranaf Tagori e Kexab Chandrance. Rama Krishna para Ramança, que vive de 1834 a 1886, teve visões extraordinárias e via todas as formas religiosas como expressão de uma mesma verdade. V Cananda, que viveu de 1863 a 1902 e foi seu sucessor, está no polo oposto, sendo um extrovertido ativo. Seu sucesso no Congresso Mundial das Religiões em 1893, o incitou a fundar a missão Rama Krishna, inspirado
nas ordens monásticas cristãs. A teosofia de Madame Blavatsk e Anne Bezant não é hindu, mas sim uma confusa mistura de hinduísmo, budismo e cristianismo. O yoga de Aurobindo Gnose, que viveu de 1872 a 1950, é até hoje muito popular nos meios mundialistas, globalistas. Sua missão é mostrar a via de libertação e criar uma raça de libertos viventes, uma nova espécie de superhomens. Ananda Kumar Suuami, que vive de 1877 a 1947, foi um esotérico hinduísta que conheceu e aceitou as ideias de Reneguenon. Ald Huxley, o famoso autor de Admirável Mundo Novo, por sua vez dedicou-se às
doutrinas dos upanhads. O representante moderno mais importante do ocultismo é Elefal Levi, o sacerdote católico Alfonso Luiz Constant, que vive Constan, que vive de 1810 a 1875. Ocultismo, espiritismo e teosofia são, na verdade, rótulos para o mesmo fenômeno que invoca o Gênesis de Enoque, anterior ao de Moisés e idêntico aos ensinamentos do Egito. Hermes Trismegisto é o é um dos autores favoritos ao lado dos livros da Cabala. A linha de descendência ocultista principal é a seguinte: Nicolas Flamel, Pico de Mirândola, Johannes Tritemios, Cornélio Agripa, Paracelso, Guilherme Postel, Jacobom, Clou Santo Martan, o Conde de Santo
German, Cagliostro, Mesmer, Suenborg, Fabre de Olivier, Stanil de Guaita, Josefim Peladã, Sant Iv de Alveidre e Gerard Ancose, mais conhecido como papos. A síntese do ocultismo universal é o projeto do governo mundial sinárquico que coincidirá com os planos das sociedades secretas e maçônicas. Allan Kardec, a teosofia e a antroposofia de Rudolf Steiner são expressões mais vulgares e populares desse ocultismo. Retomando, né, o fio da meada principal, para compreender Marx é preciso compreender Hegel. E para compreender Hegel, é preciso entender os mistérios mais profundos do cristianismo, pois ele apenas os transpõe para o plano filosófico e
para os planos econômico e social. Ou seja, é a famosa imanetização do apocalipse do qual nos fala o cientista político Eric Vegelin, né? é a transposição das realidades transcendentes e das realizações finais do cristianismo para a ordem histórica e cosmológica. Toda uma interpretação falsa do cristianismo emana das da carta aos Filipenses 2:5, onde São Paulo fala do do esvaziamento de Jesus Cristo. É daí que vem o luteranismo e o fundamento regueliano da dialética negativa. São Paulo, obviamente nunca quis dizer que Cristo deixara de ser Deus, apenas desejava ressaltar sua humildade. Com Lutero começa um movimento
que busca transformar as realidades especulativas e contemplativas dos mistérios cristãos em ação e conhecimento prático. Pouco importa Lutero que tenha que Cristo tenha duas naturezas e as implicações contemplativas e racionais desse fato. O que importa é que veio tomar nossos pecados e nos dar sua justiça. Essa deficiência especulativa se manifesta na ideia de que Deus, ao se encarnar, abandonou os atributos da essência divina. gerando a teologia da quenosis. O luteranismo também sustenta o erro nominalista da universidade do ser, sem qualquer possibilidade de participação. Portanto, se o ser da criatura é diferente do ser de Deus,
isso implica que este ser só pode ser a negação completa do ser de Deus. É sobre essa teologia distorcida que Hegel ergue seu sistema. Deus se faz Cristo. E esse é um movimento incessante que também quer dizer que Deus se faz história. Em cada figura da história, Deus morre para amplificar o movimento, o processo. A célebre figura do amo e do escravo. O Senhor é a concepção transcendente de Deus e o escravo a própria consciência humana. Mas o escravo acabará por ser senhor e o senhor o escravo. A processão das pessoas divinas que faz parte
apenas da vida interior de Deus é tomada como um auto movimento divino para o exterior. Como a história é a caminhada da humanidade, Deus se confunde com a vida da humanidade que vai se realizando na prática filosófica. Precisamente por isso, Eric Veglin, num capítulo da história das ideias políticas nos diz que o verdadeiro segredo da filosofia de Hegel é o endeusamento do próprio filósofo. Porque na verdade, né, a consciência de Hegel não é uma mera consciência humana limitada, é a própria consciência divina que adentrou o processo, né, se tomando cada vez mais consciência de si
concretamente. Todavia, a gnose regueliana não será mais perigosa, já que ainda preserva a superioridade do espírito sobre a matéria. Esse papel completamente destrutivo estava destinado à agnose marxista, que transforma o cristianismo gnóstico e cabalista em fator de dissolução social. Os três momentos do espírito absoluto de Hegel são transformados em comunismo primitivo, feudalismo e capitalismo e o comunismo final. O comunismo primitivo é pobre e vazio, como o espírito absoluto em si. E a humanidade, assim como o espírito absoluto de Hegel, precisa se alienar para que possa se enriquecer e crescer. O proletário só irá empreender sua
luta de morte contra o o patrão econômico, avançando a evolução quando tiver primeiro ser revoltado contra seu senhor religioso, o Deus da religião. Ou seja, a religião aparece como uma simples superestrutura da economia, né? uma justificativa da opressão econômica. A primeira revolução tinha transformado a cidade católica medieval na sociedade burguesa cristã do ocidente. Marx, por sua vez, apresenta o comunismo como a destruição dessa burguesia. Assim como o verbo derrota o pecado, o proletariado irá derrotar a burguesia e salvar a humanidade. Schopenhauer, que vive de 1788 a 1860, afirma a vontade irracional como força criadora, cujo
objetivo final é o nirvana, a destruição. Tudo nele vem do hinduísmo, pelo qual a cabala é filtrada. O ego é o único ser. O mundo é uma representação sua. Esse niilismo só pode terminar num terrível pessimismo. Com Niet já estamos desde o princípio no pessimismo total. A desolação terrível do eterno retorno de um mundo puramente material, que sempre se repete e sempre retorna aos mesmos fatos por uma combinação aleatória da matéria. Ele deseja preencher o vazio da morte de Deus com sua doutrina do superhomem, que na verdade é um degenerado, né? O superhomem de Niet
é o homem que foi capaz de cometer um pecado contra a natureza e precisamente por isso, não enxerga mais obstáculos em sua dominação dos outros homens. No mundo, sem Deus, sem as restrições morais que eram impostas pela falsa ideia de Deus, apenas semelhante superhomem que está disposto a quebrar todas as regras morais em nome do poder de dominar outros seres humanos, pode substituir o Deus que foi morto. Instinto nirvânico também invade a psicanálise de Sigmund Freud e Cal Jung. Segundo Freud, dentro dos marcos de Darwin, a meta de toda a vida é a morte. O
ser vivo veio do ser inanimado, o mais do menos. Ele também sustenta a tese cabalística do andrógeno primordial. Yung parte de um Deus inconsciente, um Jahé imoral e dado à ira devastadora. [Música] A esse Deus absurdo se contrapõe a Sofia gnóstica, a sabedoria divina, um espírito de natureza feminina, o sagrado feminino, que enfim transforma Jah. A criação de Jah, assim como seu criador, é injustiça, engano, imoralidade e contradição. A transformação de Javé por Sofia é a vitória final de Jó sobre o Deus mau, a criatura que vence o criador. Sofia transforma Javé em Cristo. Trata-se,
é claro, do bom e velho gnosticismo cabalista. O princípio e o fim do homem coincidem no símbolo da serpente Ourobouros. A cultura das massas modernas também é permeada pela Cabala, que é usada para educar o homem na mística do coletivo. Isto é, o que Tehar Chardã chamava de a totalização planetária da consciência humana. Freud é essencial em toda essa cultura. O humanismo racionalista foi completamente superado. Vivemos na civilização do consumo do prazer, que renuncia a toda pretensão e justificação intelectual. E a gnose cientificista do médico de Viena é o centro dessa cultura. Voltando-nos agora para
o elo final entre a Cabala e o progressismo cristão, podemos dizer, né, que no século XX essa influência da Cabala sobre o progressismo cristão é indireta por via da cultura moderna que é cabalista em sua essência. O que se pode observar é que está em gestação na igreja. católica romana, uma nova religião que adquire o caráter de uma gnose pagã e cabalística perfeitamente configurada. Carl Hunner, por exemplo, defendeu em [Música] 1966 a historicidade plena da revelação e da teologia. Um de seus grandes argumentos é a teoria da evolução, que na verdade é uma mera hipótese
sem a menor possibilidade de comprovação. As palavras de Cristo se tornam uma verdade parcial, reduzida em muitos aspectos a seu tempo. O fato é que a adoção de falsas filosofias que negam ou distorcem o valor da razão humana, que se baseia na realidade das coisas, também leva a falsas teologias. A interpretação atual dos livros sagrados gira sempre nas proximidades dos exegetas protestantes, em particular de Rudolf Bultman, que viveu de 1884 a 1976, cujo objetivo é a desmitologização do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Isto é, a redução dos milagres, dos mistérios, né, da revelação a
simples circunstâncias políticas e sociais. Trata-se de esvaziar o Novo Testamento de sua verdade, substituindo-a por um mito gnóstico. O magistério da Igreja tem-se ocultado e sido substituído pela nova teologia dos bispos e teólogos, espalhada pelos grandes órgãos da publicidade mundial. chegaram a alterar a doutrina católica sobre o ateísmo, que ensinava que não pode existir sem culpa um ateu adulto que professe o ateísmo. Aceita-se que pode existir um ateu sem culpa moral e que o ateu pode ter a fé salvífica. No que é confundido uma pessoa, no que se confunde uma pessoa que não tem um
conhecimento claro de Deus com o próprio ateísmo mais atroz. Carl Hunner, que viveu de 1904 a 1984, se apoia em uma pretensa experiência transcendental de Deus que supera a crença. Porém, não podemos ter conhecimento a priori e imediato de Deus. Só o conhecemos por raciocínio através das coisas sensíveis. O que ressalta a importância das cinco vias de São Tomás. Alguns teólogos chegam a negar a Trindade, afirmando que a unidade do homem Jesus com Deus pode se originar numa graça criada. A unidade hipostática das três pessoas da trindade seria apenas uma superestrutura conceitual. que não tem
mais sentido algum para nós, para o homem moderno. Outros dizem que a existência de Satanás não é afirmada com certeza na revelação. E a doutrina do pecado original é quase impossível de ser compreendida por aqueles que creem na teoria da evolução, num aperfeiçoamento constante da natureza. Há uma tendência, portanto, de identificar o pecado original com os pecados do mundo, isto é, com o conjunto do dos pecados dos homens. tem se admitido até mesmo relato so que que até mesmo que os relatos sobre a infância do Cristo seguem o estilo das lendas judaicas e que prevalece
em Cristo a humanidade em detrimento de sua real divindade. A sua vida humana seria autônoma em relação ao verbo. Segundo o mesmo Carl Hunner, Cristo sequer sabia que era o logos, sendo possível falar de uma evolução subjetiva desse conhecimento. É frequente também a negação da virgindade da mãe de Deus. Hamskung, que viveu de 1928 a 2021, ressalta que é preciso afirmar a diferença fundamental entre igreja e reino de Deus. Em outro artigo, ele imputa à igreja a responsabilidade pelos sofrimentos dos judeus através da história. John Hunner tira a ideia de que a encarnação converte a
humanidade em povo de Deus antes mesmo da santificação de cada um pela graça. Ao contrário, o apóstolo ensina que no estado natural a humanidade está entregue a cólera de Deus. Que humanidade é essa que foi inteiramente consagrada pela encarnação? Nessa concepção, todo homem seria radicalmente cristão. A lei moral, portanto, também deve se tornar cristocêntrica, isto é, focado em Cristo em sua natureza humana, sem preocupação com normas universais e abstratas. Mas essa campanha contra a moral legal e autoritativa é uma campanha contra a própria moral, já que toda moral é por definição perceptiva e autoritativa. Trata-se
de colocar uma moral de situação no lugar da moral tradicional. Segundo Mark Oresson, o outro e a relação com o outro constituem toda a objetividade da moral, sem nenhuma referência maior à razão e a revelação. Inácio Lepresenta a tendência de aprovação do onanismo, da masturbação no interior da igreja em prol da não repressão da sexualidade. Há inclusive visões da homossexualidade como amor e positividade. Quebrada a ordem da cristandade medieval, surge a cidade universal e naturalista dos séculos 17 e 18. Logo vem a cidade liberal e animalizada do século XIX. E por fim temos a cidade
materialista e comunista que invade todo século XX ou socializada, né? Os teólogos católicos também se juntam a essa maré de secularização. As relações de natureza e graça, igreja e estado, Deus e mundo, eram anteriormente explicadas pela grande lei das duas cidades de Santo Agostinho, a cidade de Deus e a cidade dos homens. À medida que essa distinção é abandonada, o mundo marcha para uma unificação total de tudo em uma única dimensão monista, a sociedade tecnocrática, o governo mundial. A religião está fadada nessa síntese a se tornar um sincretismo material, cultural e religioso, cabendo à igreja
se fundir com toda essa confusão. Lamené, no século XIX, foi o primeiro, especificamente em 1830, a legitimar o avanço do mundo contra a igreja. Um século depois, um filósofo tomista erigiria a ideia da nova cristandade à posição de Norma. Mas Jaque Maritan era acima de tudo um especulativo e um homem de maior tendência prática disseminaria suas ideias sob o rótulo de personalismo cristão. Emanuel Munier, que foi seguido por Xenu e Ives conar. Segundo eles, a igreja desde Constantino teria forjado uma concepção maniqueísta do mundo, uma vida unicamente de monges e por isso foi rechaçada pelos
leigos. Cabe agora a essa mesma igreja como compensação, como redenção, ser solidária com o mundo. Chileb, que vive de 1914 a 2009, acelerará esse processo com a ideia de que o mundo é um cristianismo implícito. Já não existirá no mundo a cidade de Caim ou a cidade dos homens. Tudo será reino de Deus. Segundo Johannes Metz, o processo de secularização da modernidade é essencialmente cristão. Esse mundo não está organizado contra o cristianismo, mas através dele. Trata-se de uma pura teologia da contradição, do absurdo, de paradoxos que se encontram. E para seus apóstolos, uma sociedade teísta,
religiosa, é algo intrinsecamente absurdo. Alguns chegam a se perguntar se o homem moderno pode deixar de ser ateu, como John Robinson, um teólogo protestante. Para ele, depois de Bultman, seria impossível se pensar num cristianismo sobrenatural. Depois de Bonefer, Dietrich Bonfer, não seria possível falar de um cristianismo religioso. Que absurdo, né? e que depois de Paul Tilish não se deve falar de um cristianismo transcendente. Bastante interessante que nós quando nós sabemos hoje, né, que Paul Tilva sua própria esposa para prostíbulos, né? Esse é o teólogo, o grande teólogo da modernidade. Deus é o mais profundo do
ser de cada criatura. E Jesus aí apenas a expressão da doação mais autêntica em prol do próximo. Thomas Altezer e William Hamilton dizem que a teologia deve desejar a morte de Deus. E a morte do Deus cristão é simplesmente a ressurreição do Deus da Cabala. Sem surpresas, eles citam Norman. Ol Brown como pensador mais profético da América do Norte por conjugar o freudismo radical com o misticismo de esquerda. A Cabala, Bom, William Blake, o taoísmo e o tantrismo. Devemos nos preparar para uma nova encarnação que será uma coincidência dos opostos. Overkerk, um teólogo. Para Overkerk,
um teólogo holandês, a função da igreja é se pôr a serviço do mundo e seus nobres ideais. Para Harvey Cox, a secularização designa a chegada à idade adulta e a urbanização designa o contexto desse acontecimento. Aqui chegamos por um processo de dessacralização que foi promovido pela própria Bíblia. Cabe ao homem abraçar uma teologia da mudança social revolucionária. Nesse contexto, a teologia do humanismo mundano termina necessariamente na teologia da morte de Deus. Para o padre Juan Cardonel, que viveu no Brasil, a salvação está em um cristianismo comunista e ateu. Seu sistema se baseia na dialética do
Senhor e do escravo de Hegel e Marx. Assim, ele avança para uma autocrítica da religião católica como superestrutura capitalista, que finalmente se exibe como uma deificação das massas revolucionárias que serão a futura encarnação do verbo. Ele foi um crítico acirrado do desejo do padre Congar de preservar um em si da igreja, né? Algo próprio da igreja, separado do mundo, já que para ele Deus é incompatível com a revelação libertadora. Deus se entrega todo inteiro em seu ato de êxodo em direção a Jesus Cristo. Qual o lugar do culto e da oração nesse cristianismo totalmente secularizado?
O jesuíta Pierre Anton Antoan considera que são construídas igrejas em excesso, dizendo que hoje não há lugar sagrado e nem tempo sagrado. Essa ideia se baseia numa mentalidade que liquida os 2000 anos de igreja como uma história antievangélica de puro poder, de poder exterior e monástico usado contra os leigos. Trata-se da igreja de Constantino. É promovida por todos os lados a ideia do sacerdócio sem celibato, comprometido com o mundo sensual do cinema, da TV e da psicanálise. Ordens religiosas inteiras entram pelo caminho da perversão sexual e da violência social. Já não há mais pecado e
muito menos confissão. A masturbação é a ordem do dia e as relações sexuais pré-matrimoniais chegam a ser aconselhadas. O amor sexual deve regular todas as relações entre homem e mulher. A igreja da publicidade, da televisão se converteu em vanguarda da revolução. O que querem os novos teólogos? Para onde vão? O fim é um sistema gnóstico puro. A verdade é que o mundo moderno está a devorar a Igreja Católica e a secularização da sociedade é o combustível do progressismo católico. Podemos agora revisar o que vimos se repetir continuamente na história, né? baseado, baseado, né, nas tradições
ocultas mais antigas. Nos antigos escritos egípcios, podemos encontrar um deus sai do abismo, do nada, do indeterminado. Esse Deus fabrica os outros deuses e o mundo por via sexual. Foi daí que veio a concepção cabalística dos antigos israelitas, que considera que Deus sai do nada, que esse nada por evolução se converte em mundo e homem, que Deus fabrica o mundo por ação sexual, que o mal está em Deus e o mal do mundo tem origem divina e Deus se realiza perfeita. no homem e na humanidade. O Deus oculto não tem qualquer determinação ou qualidade e
a evolução é o elemento verdadeiramente criador, como dizem Hergson e Terrard Chardã. Nos textos das pirâmides, Atum, masturbando-se, engendra os outros deuses, o mundo e o homem. Segundo Zorrar, a non Cefirote e Exode flui na Chequiná, engendrando a vida secreta do mundo. Os dois sexos existem no interior do próprio Deus. Assim como o bem e o mal. A causa profunda do mal é a justiça, a severidade de Deus. A discórdia vem do lado esquerdo e irrompe no mundo vencendo o lado direito. A Cabala e todos os sistemas gnósticos se distinguem pela nota da totalidade como
uma única substância. A continuidade fundamental entre todas as realidades. São sempre sistemas emanacionistas e unívocos. Essa emanação evolutiva pode ser entendida tanto em via de subida quanto de descida. O primeiro, o primeiro movimento na cabala é uma emanação involutiva, uma descida. Mas em Hegel e Chardã, o processo é sempre ascensional. De qualquer modo, o mais sempre emerge do menos. O ato da potência. É o absurdo de um Deus que vai se fazendo na história do cosmos. E a humanidade seria Deus desenvolvido em sua plenitude. Na Cabala, todas as realidades têm de se resolver numa única
dimensão. Toda hierarquia e ordem deve, em última instância, ser abolida. Se a dominante cai no ser divino, temos o panteísmo. Se cai no puramente humano, temos o positivismo. Se cai no ser do espírito, temos o reguelianismo. E se cai no ser da matéria, temos o materialismo marxista. Quando se admite que tudo é sagrado, temos os sistemas gnósticos religiosos como de Valentino. Quando tudo é secular, temos a gnose do secularismo e do ateísmo. Se há apenas uma dimensão ontológica da realidade, tudo que existe saiu de Deus e deve retornar a Deus. A salvação do homem não
vem de fora, mas de seu interior. a ciência moderna que deriva dessa concepção e que na verdade é uma espécie de conhecimento puramente tecnológico e tecnocrático, abandona a filosofia da natureza e a metafísica, o conhecimento racional da natureza e se contenta com a manipulação dos fenômenos por via de uma ciência da mensuração. Todas elas terminam ou numa tecnologia ou numa tecnocracia. O universo é um Deus que se realiza no homem, com o homem e para o homem. A teologia que sobreviverá deverá se orientar para servir à secularização. A cidade feliz da nova ordem será o
niilismo perfeito, de onde Deus transcendente foi banido, a terra do superhomem de Niet. O progressismo dos teólogos da televisão e da publicidade representa uma primeira etapa do novo gnosticismo cristão. Se Adão não transmitiu o pecado original, Cristo é um luxo para humanidade, para uma humanidade que dele não precisa para cumprir seu fim e vocação. Se a igreja perde então sua razão de ser, como se pode evitar que os poderes do mundo dominem totalmente ao homem e imponham sua lei? O conceito de Deus vai se esvaindo principalmente pela debilitação das vias racionais para chegar a [Música]
ele. Como os teólogos amam a cultura moderna, também demonstram uma imensa valorização de seu ateísmo intrínseco. Sua teologia se torna apenas uma antropologia. A relativização da preexistência da segunda hipóstese da trindade, o verbo leva ao desprezo da Santa Eucaristia e dos privilégios de sua mãe. O caso mais grave é o do catecismo holandês, que pretendeu ser uma teologia para leigos, que toma como verdade aceita o evolucionismo em uma conformação claramente cabalista. Em momento algum, o pecado aparece como o ato deliberado da criatura racional. Ele é reduzido a uma simples imperfeição de uma humanidade que está
num processo evolutivo rumo à perfeição. Mas segundo Santo Agostinho e São Tomás, a criatura racional sai com plenitude de suas faculdades das mãos de Deus e peca com lucidez porque assim deseja. Segundo Carl Hunner, a visão beatífica de Cristo durante sua vida terrena era a tomada de consciência que ele tem de seu contato de Deus. Uma tomada de consciência que diz respeito ao polo subjetivo da consciência de Jesus. A natureza humana condiciona o verbo em seu ser. Ela transmite a Deus aquilo que ele não seria sem ela. Deus pode se tornar algo. Aquele que é
imutável em si mesmo pode ser transformado em outro. Cristo é o homem que num indivíduo determinado atinge a perfeição que já tem potência em sua natureza, né? O homem com H maiúsculo, né? Cristo é o caso único e supremo do cumprimento da realidade humana em sua essência. Esse cumprimento consiste em que o homem exista renunciando a si mesmo. Esta redenção em Cristo esteve sempre operante desde a origem da humanidade. A trindade em si mesma é a trindade enquanto manifestada na história da salvação, sem uma existência em si, sem uma vida interior ao próprio Deus. Cristo,
o da Eucaristia, não está presente mais que na fé, apenas na virtude da fé ele está presente. A presença real de Cristo, segundo Hunner, subsiste apenas enquanto a unidade sensível do pão constitui dado humano. Isto é, imediatamente quando cessa a deglutição e não há mais nada percebido pelos sentidos externos, cessa também a presença real. É novamente o homem como medida de todas as coisas. Segundo Hunner, por um processo de autodinâmica interna, a matéria se converte em vida, a vida em consciência, a consciência em espírito e o espírito aberto ao infinito em Deus. Terrarã sustenta uma
terceira natureza de Deus cósmica, integrada substancialmente a todo o universo evolutivo. Há nele uma clara influência do ocultista Eduard Churré e seu livro Os Grandes iniciados. A expressão Cristo cósmico veio diretamente desse livro. Chardã tem o desejo gnóstico de uma visão integral do mundo. Na raiz de seu sistema está o caos, a matéria indeterminada e não Deus. O amor do mundo é o próprio amor da evolução e da divinização. Chardnã é categórico em sua rejeição de uma criação a partir do nada. Há no princípio uma guerra entre Deus e a multiplicidade, o múltiplo. Deus se
completa ao criar o mundo. Ele luta contra o caos antigo para se encontrar no fim. O espírito é também um estado especial da matéria que surge no processo evolutivo. O pensamento é apenas a sensação transformada. A natureza então marcha fatalmente para a cristogênese, que curiosamente se parece muito com o governo mundial da Cabala. Então, com Terrá de Chardã, nós podemos dizer que nós chegamos a um projeto no interior da Igreja Católica, né, de uma cabalização completa da antiga cristandade, né, que é o que aparece muitas vezes nos ideais ambientalistas que hoje permeiam toda a nossa
civilização, né? Nós podemos dizer, né, que Terrad Chardã é o pai fundador dessa nova mística, né, ambientalista, né, gnóstica, monista, que segundo muitos teólogos, inclusive muitos bispos, deve constituir a nova igreja católica em contraposição à igreja Igreja Católica da tradição de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Então vemos então como devemos conhecer a árvore por seus frutos, né? Nós atravessamos aqui toda a história das concepções, né, gnósticas, cabalistas, né, da realidade, desde a sua origem nos mistérios pagãos até passando por todas as suas distorções históricas que levaram, em última instância, a corrupção e decadência
de Israel do povo eleito do Antigo Testamento e agora tem levado também a corrupção e decadência, né, da igreja de nosso Senhor Jesus Cristo. Então eu deixo aí para o os as pessoas que forem assistir essa aula, né, a avaliação, né, a partir dos frutos dessa árvore da Cabala, do que se trata então essa árvore, né? O que é a essência, né, dessa doutrina, essa verdadeira doutrina da serpente que causou tanto mal na história da humanidade. Então, com isso, se encerra a aula. [Música]