Aula 13 - Criminologia: Cultural, Feminista, Verde e Queer | Professor Guilherme Degraf - 30/11/2020

Então bom dia a todos nós vamos iniciar hoje a nossa última aula deste semestre e pra gente não perder tempo a gente já vai iniciar aqui a apresentação eh hoje é um tema que vai fechar com tudo aquilo que a gente eh viu ao longo das aulas eh e aí vocês vão ao final a gente abre o espaço eh para que vocês façam Os questionamentos a respeito então hoje nós fechamos toda a nossa ementa né Nós vencemos o conteúdo que nos foi eh solicitado para trabalhar com os senhores com as senhoras e hoje Hoje a

gente vai falar dos temas atuais da criminologia Bom primeiramente é uma corrente da criminologia muito forte que ela vem crescendo Ultimamente é a chamada criminologia cultural tá Professor desculpa eu acho que a ta tá tentando entrar e não tá conseguindo acho que você precisa aceitar ela por favor tá só um minutinho Será que ela conseguiu entrar Acho que sim tá eh se caso algum colega é Queira entrar né Vocês me avisam tá então retornando aqui como eu falava eh a criminologia cultural ela é um um movimento que vem crescendo muito tá e vem da ideia

principalmente dessa eh desse glamor que é gerado na mídia né hoje a questão da violência ela ela é focada né ela de modo que a criminologia eh ela virou um produto tá então é uma ideia de glamor Então é só vocês eh verificarem na prática eh na rotina diária de vocês né e Então as séries que mais vendem os filmes que são que tem as as maiores bilho terias do cinema bilho terias eh geralmente são aqueles crim eh aqueles filmes aquelas séries onde há muita violência onde o criminoso endeusado né então e como eu mostro

aqui na na na imagem anterior né uma imagem de pessoas portando fuzis né Eh o filme do do Coringa né o Joker né que fez um sucesso né então eh não existia antigamente essa percepção né de que você né geralmente você fazia o filme focado eh no chamado herói né E hoje o filme ele vende mais focado eh naquele suposto criminoso no marginal né então o coringa né que é o vilão né ele teve um filme próprio né então isso tudo faz parte da criminologia cultural né A questão do crime lá embaixo temos um cantor

de funk então eh tem todo um problema né do trabalho eh relacionado a isso né as as letras de Funk eh falando de violência de do conflito entre policiais e traficantes então a ideia da criminologia cultural eh realmente essa ideia de que a questão criminológica ela dá audiência tá E aí nós vamos ter eh um pensamento do estral que ele vai dizer que atualmente a violência é vendida assistida reproduzida e gravada sendo consumida como entretenimento né então percebo que a criminologia hoje está presente né na na nossa programação de televisão eh nos streamings nas mídias

sociais então a criminologia ela ela é um produto que se tornou algo muito vendável tá eh então Eh Isso é um problema da nossa própria sociedade de consumo né então hoje a gente percebe que a questão do delito né da pena tudo isso está muito enfatiz na sociedade né Isso vai trabalhar as emoções e do ser humano toda essa questão né e em que vocês podem perceber a proximidade das questões criminológicas com a própria reprodução eh cultural né o próprio ambiente né nosso cotidiano nosso dia a dia está está cheio de questões de criminologia né

então a criminologia de cer forma um produto de consumo tá Esse é um dos temas atuais muito estudados né pela por essa questão E aí nós vamos ter um outro tema que tem crescido muito que é a criminologia feminista tá E aí nós temos a imagem de mulheres protest e mulheres encarceradas né cumprindo pena ambas grávidas dentro do sistema prisional E aí a criminologia feminista a gente precisa ver Da onde ela vem né Então vem da da teoria do feminismo né então lá no feminismo existem as ideias que querem buscar a igualdade né e romper

com essa dominação masculina que insiste em inferiorizar a mulher né então a o feminismo originário Ele busca a igualdade né não há um extremismo que hoje é muito questionado né o feminismo em si Ele busca a igualdade e que essa questão do gênero não faça a mulher ser inferiorizada né então A ideia é que a masculinidade que vai inferiorizar e violentar as mulheres seja superada de modo que homens e mulheres tenham direitos e deveres iguais né perante a sociedade e possam eh se desenvolver né então Eh você vai ver que muitas vezes eh uma mulher

quando ela alcança um a cargo eh em grandes empresas multinacionais ela não vai ter o mesmo salário se aquele cargo fosse ocupado por um homem então ainda há uma desigualdade muito grande e isso se mostra no mundo todo né então a ideia e do feminismo é romper né com com esses padrões que que ditavam de que a mulher deveria ser destinada apenas às atividades éticas sendo mãe sendo esposa né então Eh aquela a ideia do feminismo em si é que a mulher possa ocupar qualquer lugar né Aí dá vem aquela famosa frase que o lugar

da mulher é onde ela quiser né então é preciso que as pessoas eh se adaptem a essa concepção de que a mulher ela Pode ocupar os mesmos de trabalho e os mesmos lugares que os homens né Isso é e questão de igualdade de gênero isso é demonstrar uma concepção e própria de de evolução né da sociedade da humanidade já que não não cabe mais eh no século XX a gente separar e e ter preconceitos com a pessoa simplesmente pela questão eh do gênero e aí a questão da criminologia feminista né o objetivo principal da criminologia

feminista é mostrar que existe né um seismo institucional né uma separação né E nessa separação a mulher ela ela é diminuída né Ela é é discriminada tá E aí a criminologia feminista ela vai verificar que há uma vitimização muito forte da mulher eh principalmente no cárcere tá então eh a gente não conseguiu nesse semestre mas eh a gente tem uma dívida com vocês de que a gente vai eh assim que a gente vencer o problema da covid a gente vai fazer uma visita aqui na penitenciária eh Estadual de Ponta Grossa e onde vocês vão conhecer

Como que é o sistema né E como que ele funciona e na busca da ressocialização dos presos tá E aí nós temos vocês vão ver como que é toda a questão do cárcere né uma penitenciária o funcionamento as alas as atividades né mas aí nós temos um problema também do encar feminino porque na verdade a lei de execução penal ela não foi pensada eh nas mulheres né quando foi feita a lei de execução penal ela foi pensada nos homens né E nós sabemos que as mulheres têm condições peculiares né E e aí tem um grande

problema do cárcere né a a questão que as mulheres engravidam né e e e isso vai gerar um monte de problemas decorrentes porque muitas vezes o estado ele quer impedir que essa mulher eh engravida no cárcere né então há relatos de situações de alguns estados que obrigavam a mulher a receber uma injeção de de de de hormonal né que que impedisse que ela eh engravidasse né então eh é tirando essa liberdade né ela já está na Liberdade com a liberdade dela eh restrita né já que ela tá incarcerada mas aí o estado vinha ainda e

queria retirar os direitos né Eh dela em relação à sua sexualidade e a possibilidade de de engravidar ou não diante do carc tá então tema muito polêmico há outros problemas né né como eh o fornecimento de absorventes que muitas vezes não é realizado pelo Estado né e as mulheres como elas menstruam elas necessitam desse material então há alguns problemas eh eh principalmente no cárcere feminino né e as experiências que nós temos eh da relação eh da mulher incarcerada e do homem a gente percebe que a mulher ela é Ela tem um cárcere muito mais sofrido

né isso estatisticamente eh se revela né E por exemplo um homem quando vai preso é comum que ele tenha eh receba visitas íntimas de suas companheiras né já a mulher quando é presa ela é abandonada pelo companheiro então muitas vezes e a maioria dessas mulheres que vão que são presas o seu companheiro as abandona e vai se relacionar com outra mulher porque ele não quer se submeter a toda questão vexatória né para entrar presídio né então muitas vezes não há o scer aí a pessoa tem que ficar totalmente despida para poder visitar aquele familiar né

ou a sua companheira então o normal o que ocorre quando a Muler éa encarcerada o homem a abandona o que não ocorre né geralmente o contrário né quando o homem é preso ele vai ter eh as visitas dele vai ter a sua companheira eh indo até o cárcer e vocês vejam que interessante eh temos até estatísticas que o próprio tratamento da relação de uma mãe com o filho é diferente então há muitos relatos que a as mães visitam os filhos homens quando esses são presos encarcerados e há muitos relatos de que as mães abandonam eh

essa visita quando a pessoa incarcerada é do gênero feminino então Eh é muito interessante quando eh as pessoas vêm e trazem essas estatísticas e isso vai aqui de encontro com a criminologia feminista né vai poder gerar um estudo né e perceber como a mulher ela é vitimizada e duplamente estigmatizada uma vez que ela vai ao cárcere né de modo que parece que há uma naturalidade maior uma aceitabilidade pela própria família de que o homem criminoso né Ele é mais aceito do que a mulher criminosa Então tudo isso aqui a criminologia feminista vai eh se debruçar

né então há muitos problemas relacionados ao cárcere e a questão da mulher eh encarcerada né então Eh nessa questão eh Há muitos relatos né que quando não há o fornecimento de produtos de higiene absorvente as mulheres têm que improvisar eh Há relatos já de que elas eh acabam quando não é fornecido absorventes pelo Estado e pela Família Elas acabam utilizando de de miolo de pão né o pão francês então aquele miolo elas comprimem para utilizar eh como se fosse um absorvente improvisado então assim eh infelizmente a questão da mulher no cárcere ela é uma questão

assim é muito mais sofrida do que o próprio homem dado as condições que o estado dá e principalmente porque as nossas leis penais elas não são pensadas na peculiar condição da das mulheres né Elas são voltadas né para o gênero masculino bom aí seguindo nós temos a chamada criminologia verde tá e a criminologia Verde ela vem trabalhar a questão do meio ambiente e criticar a questão da lucratividade né onde eh muitas pessoas estão explorando né os os recursos naturais que são esgotáveis é visando apenas o lucro então a questão da destruição do meio ambiente ela

vai ser trabalhada por essa corrente chamada criminologia verde tá Ela estuda a prática de crimes contra o meio ambiente que normalmente são atentatórias aos direitos das minorias e dos grupos sociais menos favorecidos né então Aqui nós temos um ataque aos bens né de interesse difusos e coletivos já que o meio ambiente é de todos nós e muitas vezes eh isso aqui é é uma criminalidade voltada geralmente por grandes grupos empresariais né que vão poluir Rios eh vão eh despejar dejetos de esgoto em rios em Mananciais vão eh causar essa destruição de áreas protegidas então a

criminologia Verde ela vai estar eh muito próxima do daquele estudo que é feito eh dos colarinhos brancos né então a ideia eh principal é que se criem eh delitos verdes né a criminologia Verde vai defender isso que essa destruição do meio ambiente ela necessita de tipos penais específicos para quem eh destrói o meio ambiente então a ideia de de semelhança com os crimes de colarinho branco é é muito forte por quê porque tanto Os delitos Verdes como os crimes de colarinho branco vão ser praticado pelas classes altas da sociedade né então é o empresário é

o rico né que que que vai destruir o meio ambiente para eh majorar né aumentar os seus lucros Então essa é a ideia eh da criminologia Verde estudar especificamente eh tudo aquilo que afeta o meio ambiente e como criminalizar essas condutas para que a gente consiga manter um meio ambiente adequado né E a gente não eh destrua todo todo o ecossistema em que nós eh vivemos E aí por fim nós vamos entrar eh na quarta e última questão que é a criminologia queer tá a criminologia queer ela ela vai trabalhar a ideia Eh toda ligada

às pessoas que não se identificam dentro da normatividade né dessa heteronormatividade tá a a palavra queer ela significa estranho esquisito excêntrico original então eh a criminologia queer ela vem das ideias eh relacionadas a toda questão das pessoas que não estão dentro da heteronormatividade E aí a gente vai ter dentro da ideia eh da do queer eh expressões pejorativas né como por exemplo eh xingamentos né que a pessoa chama a pessoa Ah e vai tratar o gay como como a a mulher lésbica né mulher eh vai ser chamada de de o o travesti né vai o

transgênero vai ser chamado de traveca então há todas é um trabalho pejorativo eh naquela opção eh sexual da pessoa e a a ideia do da teoria ela vai surgi nos Estados Unidos eh lá nos anos 80 E aí é preciso que eu mostro para vocês aqui o que que quer dizer né porque a teoria queir Hoje ela vai ser a principal base para o movimento lgbtq mais né antigamente era era era somente LGBT E aí à medida que eh surgem novas combinações de de opão sexual e Identificação do indivíduo foram aumentando as siglas né então

o o l significa lésbica o g significa gay B de bissexual o t de transgêneros né seja os travestis ou transexuais né e há uma diferença eh travesti se vestiria de mulher transexual ele ele teria feito aquela operação de mudança de e o que de queir né então queer em si ele não se identifica nem com feminino masculino né então eh São aquelas pessoas que transitam entre os dois gêneros né ela não se vê nem como mulher nem como homem Eh aí tem o i de intersexual que também não se encaixa na definição típica de

sexo feminino ou masculino e voltando aqui e o mais que aí o mais vai englobar todas as outras letras né que que não entraram na denominação então Eh como por exemplo as pessoas assexuais né que são aquelas pessoas que não têm interesse nenhum por sexo né e as e as pessoas pansexuais que seriam aquelas pessoas que elas não se importam se se aquela pessoa que ela se relaciona é gênero masculino menino ela estaria eh interessada em outras questões além eh disso tá então isso aqui é só para eh nós trazermos eh um pouco da da

da questão né da da denominação E aí eh nós precisamos ver que a questão da criminologia queer ela vai passar eh principalmente pela ideia do do do do preconceito que as pessoas têm né pela pelas pessoas que optam por aquilo que é diferente do hétero normativo né então Eh algumas pessoas elas eh já nascem né com com com essa manifestação de uma sexualidade diferenciada do que do que aquilo que ela simplesmente biológicamente eh possui né então muitas vezes a pessoa ela biologicamente né Ela é uma mulher ou biologicamente ela é um homem mas ela não

consegue eh transitar eh de acordo com o seu sexo biológico né então isso é uma é uma questão natural né de do indivíduo então a gente precisa eh respeitar né as pessoas eh que que que se sentem de uma forma diferente do padrão heteronormativo tá E aí nós vamos ter o grande problema disso é que quando a gente não respeita essas pessoas eh ocorrem o fenômeno da da homofobia né então Eh e o problema da Homofobia é justamente que esse ódio né geralmente que ocorre da da pessoa heterossexual né ela gera um ódio daquela pessoa

simplesmente que ela é homossexual ou ela tem uma manifestação de sexualidade diversa né do padrão heteronormativo e o problema disso é que eh esse ódio esse preconceito né ele vai eh caminhar muitas vezes para violência física né ou a ou a própria violência simbólica esse discurso de ódio é toda essa ideia de xingamento então Existem várias dentro da homofobia não precisa na verdade ser uma agressão física né a simples eh o simples preconceito a discriminação xingamento né E isso tudo afeta essas pessoas né que não não optaram por essa condição né simplesmente nasceram daquela forma

né isso a ciência já diz que embora a pessoa nasça bioló eh com o sexo masculino feminino a questão sexual ela vai muito além né Muito além dessa eh identificação eh externa do órgão genital tá então eh O que que é preciso é preciso que eh através dos próprios estudos da criminologia queir né E você busque Minimizar esses problemas na iedade né porque eh já temos tantos problemas eh de criminalidade né E aí você ter mais o problema eh de crimes de ódio simplesmente porque a pessoa e tem uma opção sexual diferente da sua né

então me parece bem injustificado né então eh Há uma vitimização uma criminalização relacionada essa questão da da identidade de gênero da própria orientação sexual né e isso a gente precisa eh superar tá então a violência homofóbica ela é uma realidade né então Existem relatos de de pessoas que são espancadas né Eh já teve relatos Teve um caso no Brasil em que um pai e um filho estavam simplesmente demandadas E aí um grupo Se não me engano de skinheads eh presumiram que os dois eram casal gay e aí espancaram eh de uma uma violência profundo pro

pai e o filho porque eles estavam de mãos dadas né então é preciso realizar todo um trabalho diante da sociedade para que se supere essa questão né então eh a criminologia queir vai justamente estudar né esses fenômenos né que são muito forte hoje com eh na nos tempos atuais né já que eh se teve uma abertura maior para que essas pessoas que TM uma manifestação da sua condição eh virem a público né então eh a gente está na verdade numa transição né superando muito o preconceito que existia antigamente e só que ainda há uns extremismos

né Eh onde certas pessoas simplesmente querem eh agredir O que é diferente deles né então não aceitam as diferenças a a essa essa multivariedades né então de gêneros e possibilidades sexuais tá então o desafio da criminologia queer é justamente estudar isso né e propor eh maneiras de superar eh essas violências que decorrem eh da não aceitação eh principalmente das pessoas heteronormativas né não todas algumas eh das pessoas que TM uma opção sexual eh diferenciada e ou tem uma identidade de gênero diversa E então esses eram exposição de hoje tá eh eu vou eu vou parar

a gravação aqui e a gente segue para os debates