Dialética Radical do Brasil Negro

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TV Grabois
Lançamento/Debate da reedição da obra de Clóvis Moura " Dialética Radical do Brasil Negro" 25 de Nov...
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[Música] [Música] orçamento da segunda edição do livro do Professor Clóvis Moura dialética radical do Brasil negro este esforço de relançamento das obras do Professor Clóvis Moura um dos principais estudiosos da questão Nego no Brasil começou já no ano passado Quando comemoramos o seu Centenário nós temos o lançamento é do livro da terceira Edição do rebeliões da Senzala em que um compromisso de continuar os lançamentos lá das obras que estamos esgotados do Professor Clóvis Moura quando procurado a fundação mais procurada pelo professor deles Oliveira que é uma obra praticamente esgotadas esgotadas então assim no dia de
hoje finalmente saiu da gráfica ontem essa segunda mão de obra fundamental então a ideia hoje é tratar um pouco da importância do Professor Clóvis Moura para elaboração teórica sobre a origem e as razões da manutenção da opressão do negro no Brasil do ponto de vista teórico além de um teórico negro marxista totalmente algo um militante integrado à luta de emancipação do povo brasileiro especial dos negros brasileiros então a gente já gostaria de tentar um pouco atrasado já de compor a mesa chamar aqui para compor a mesa do professor desde Oliveira [Aplausos] o professor Silvio Almeida
professor de Mackenzie Presidente do Instituto Luiz Gama [Aplausos] macho Farias mas tanto da PUC São Paulo e membro do nepavo [Música] [Aplausos] givanilda Souza São Paulo e membro da sovento [Música] [Aplausos] chamar aqui pra mesa rosa na Cleto presidente da Unidos de São Paulo [Música] e eu Augusto bonicori cordeno em nome da fundação Maurício grabois e das entidades aqui presente gostaria de essa evento faz parte de um pude entidades que consegue citar agora a fundação Maurício grabois UNIP da USP trombação de cama a editora Anitta Garibaldi que produziu os dois volumes da obra do Clóvis
Moura ao negro o Instituto Luiz Gama [Música] metáforo a fundação Palmares a Funarte e o seu círculo Palmarino são as entidades que estão promovendo a atividade no dia de hoje [Música] gostaria de abrir aqui com com professor Denis Oliveira Bom primeiramente boa noite a todas e todos e apesar da chuva estamos aqui né o temporal aí que salvou o Alckmin [Música] eu queria pois é é a gente fez parte dessa desse projeto junto com a música boysidade coletivo e a gente procurou outras entidades para a gente fazer parte desse evento na ideia de que esse
livro do cover Moura de aletica radical do Brasil negro que está vendo lá fora né inclusive até uma informação né ele tá mais barato hoje tá r$ 30 então aproveitem hoje tem umas ofertas ali inclusive com pacotes contra os livros esse livro ele é muito importante para muito importante para a compreensão das nossas raciais porque nesse livro que amadurece Essa visão de uma perspectiva marxista para discutir então a obra de Alex radical brasileira né a gente entende com uma síntese do pensamento Moura né que eu particularmente considero como os maiores sociólogos do Brasil e não
se trata a pena dessa obra é de uma obra de reflexão sobre as Relações raciais do país mas uma proposta teórica conceitual sofisticada de pensar o Brasil isso porque o Clóvis Moura ele tem a preocupação de estudar a dinâmica das Relações raciais como elemento Central na estruturação da sociedade classe brasileira as inovações o pensamento moriano se dão principalmente na caracterização do período da escravização de Africanos como morte de produção com outro clássico que também acho importante a gente conhecer do professor do ano passado junto com uma área maestria e com Flávio Jorge [Música] No Brasil
se constituiu no modo de produção original e distintos porque produzir riquezas e mais que isso ainda e se inscreve no colo articulado de forma subordinada ao modo de produção Mercantil ele utiliza o conceito auxiliando de Formação social para depender as hipótese de morte produção articulados dentro do sistema Mais Global bom Moura não chega essa profundamento né não chega esse viés né mas ele consegue solicitar de forma bastante interessante o processo de consolidação e decadência do escravidão no Brasil E propõe nessa obra dividiu escravizam dois momentos que vai chamar de escravos no pleno que vai até
1850 e escreveu tardio de 1850 até 1888 quando a abolição em cada um deles esses dois períodos O Clóvis Moura ponta as características fundamentais de cada período e como foram elementos estruturantes do Paraná social e nesse ponto que a gente observa a visão materialista dialética Histórica de Moura ao analisar as relações sociais para ele elas são produtos a formatação de como se dá a organização da produção material mas a grande contribuição do calvície Moura quero ressaltar aqui está na análise que ele faz a transição dos escravismo tardio para o capitalismo a importância dessa passagem reside
no fato de Clóvis Moura aponta aqui no Brasil criaram-se condições objetivas para o que ele chama de uma modernização conservadora Isto é o desenvolvimento das relações capitalistas mantendo estruturas arcaicas isto porque ao contrário de outra experiências de revoluções burguesas o capitalismo por aqui no Brasil foi constituído com base em riquezas primitivas acumuladas pela exploração de Africanos escravizados e protagonizado pelas mesmas classes que escravizaram africanas e afrodescendentes o Marco histórico dessa travessão é a lei de Queiroz 150 que proíbe o tráfico de Africanos escravizados e essa lei ela começa a abrir espaço para o fim do
escravismo mas também marca o início do processo de transição controlada feita pela própria natureza de uma abolição gradual e o redirecionamento dos recursos fabricados do tráfico no investimento na infraestrutura necessária para o desenvolvimento das relações capitalistas Além disso já se vislumbrava naquele momento a segregação de negros e negras escravizados com população marginalizada negando o direito aposta terra que é estabelecido pela promulgação da área de terras no mesmo ano de 1850 que transforma a posta a terra de concessão e improbidade privada praticamente congelando a estrutura fundiária nas mãos dos antigos senhores escravos e também ao trabalho
assalariado que começa a fortalecer com a nascente capitalismo com a política de branqueamento da população brasileira possa em prática com incentivação a exclusão de negros e negras é justificadas como cobra teologicamente pelas Elite intelectuais da época com a importação das teorias do racismo científico e da Eugenia populares do espaço acadêmicos aquele período ela tinha um objetivo material essa ideologia a transição do escravismo foi para um capitalismo de natureza grifo isso dependente Isto é um capitalismo voltado para atendimento de demandas externas em outras palavras a estratégia das elites que comandavam esse processo era associar-se de forma
subo alterna capitalismo global que já dá metade para o final século 19 dava os seus passos para a natureza imperialista e qual a importância dessa opção pelo capitalismo independente destacada por Moura é que em nenhum momento nesse processo de transição houve uma aliança entre oportunidade aliança entre a burguesia e a classe brasileira para um projeto de modernização das estruturas arcaicas a produção de riqueza obtida via super exploração do trabalho permaneceu um novo sistema e a existência de uma grande massa de excluídos como grande exército de reserva de mão de obra cumpre papel de manter rebaixados
valores pagos ao trabalho as instituições políticas derivadas desse modelo são configuradas como mecanismos de manter reprimidos violentamente os movimentos de contestação daí que o conceito de Cida Dania se origina nos processos se origina os projetos republicanos está longe da Concepção universalista da experiência das revoluções burguesas do século 18 esta concepção muriana tem pacto significativos na discussão das Relações raciais no Brasil uma delas foi entender o racismo não como resquícios de uma sociedade arcaica que poderia ser enfrentado a medida que a modernização capitalista fosse avançando mas como um elemento Central que está na Gênese do próprio
capitalismo brasileiro isto é ele se desenvolve paripasso as estruturas de opressão racial e é interessante refletir sobre isso porque nós passamos hoje para um processo de desenvolvimento né o projeto né do governo das suas progressistas do Poder hoje é desenvolvimento desenvolvimento país e é importante a gente Estar atento com isso que não necessariamente desenvolver o país significa inclusão social da população negra né então é necessário que se articure com um projeto como esse mecanismos de transformação estrutural e essa leitura do cofre é muito interessante para mostrar que é modernização não significa necessariamente uma superação da
exclusão racial com isso com essa discussão comemora ele se a fasta de uma apropriação meramente funcional Mecânica do Marxismo que poderia colocar ou em uma perspectiva fatalista ou apêndice dissolver um problema da superação do racismo dentro da luta mais geral contra o capitalismo muito pelo contrário Moura já tinha defendido a ideia da existência de uma práxis política do africanos escravizado com a inauguração da rede de trabalho isso está presente na obra anterior na obra anteriormente editada e todos os conjuntos de revoltas e lutas dos quilombos e movimentos protagonizados por negros e negras não era apenas
revoltas pontuais mas também sinalizavam para a possibilidade Constituição de projetos políticos alternativos por isso Moura destacou em obras anteriores que o projeto da República de Palmares ele chamava isso é público de Palmares era surpreendentemente progressiva para época entre aspas ele fala isso no livro sociologia brasileiro uma vez que se organizava com base na propriedade coletiva da terra na policultura e no direcionamento da produção para os seus membros o resultado disso é que enquanto a fome graçava na colônia havia Fartura de comida em Palmares isto nos séculos 16:17 já no século XIX a guerra dos Alfa
iates ou Inconfidência baiana que foi esquecida ou foi mitigada na história oficial pela prevalência da Inconfidência Mineira movimento protagonizado intelectuais foi liberado esse movimento foi liderado por trabalhadores negros Apresentou um projeto político muito mais avançado e popular do que o seu a sua congênita de mineira a presença de negros e negras em vários outros movimentos radicais aquele período que permanece até hoje Basta ver os movimentos populares de moradia sindical desmonta a tese de uma passividade negra antiagrutar a exploração dos Parafusos no racismo em síntese há uma dialética radical o sistema de opressão se dinamiza junto
com as pressões e rebeliões do povo negro a própria abolição da forma que se deu aconteceu por conta desse conflito de um projeto arcaico conservador que buscava manter os privilégios e por todos os meios controlar as revoltas impediram O projeto político mais avançado que Moura chamava de quilombagem é por isso que as duas últimas partes dessa obra chama atenção delas que a linguagem e dinamismo cultural do negro e a especificidade dinamismo nos movimentos de São Paulo são muito importantes na primeira né de linguagem povo negro Moura destaca a cultura Negra Como a cultura de resistência
a medida constituindo espaço de reconstrução e manutenção de uma identidade autodefesa diante no sistema brutalmente opressor e esta resistência outro defesa não acontecem de associadas dos mecanismos sistêmicos e opressão e aqui também que se observa a riqueza da dialética moriana cara você tá aqui uma frase da ministra da CEP Luisa Barros Professora Doutora Luiza Barros que quando um texto ainda ela era ativista do movimento negligicado é dizer o seguinte é falso pensarmos que a militância do movimento negro está salvo da sequelas que o racismo provoca em qualquer negro e por que isso porque eu estou
nessa frase aqui o Moura vai dizer que a pressão racista gera na militância Negra tendência vai agressividade e ansiedade que pode se expressar por comportamentos políticos marcados que ele chama de ambiguidade amor afirma que para quem convive com negros de forma sistemática durante um tempo relativamente grande em um país no qual existiu escravidão Até recentemente uma coisa solta os olhos o seu comportamento ainda está fundamentalmente marcado pelo relacionamento que havia entre senhores escravos no passado do nível de dominação subordinação essas beneficências fala do amor é isso produz e para o seu turno mecanismos sócio psicológicos
de compensação simbólica de desajustamento reajustamento e ajustamento é por isso que agressividade surge com uma primeira reação agressividade sistêmica do racismo e ela ocorre de forma distinta das camadas negras totalizadas intelectualizadas nestas como reações intempestivas principalmente pela convivência ambientes majoritariamente brancos e marcados por uma negação pré-história de pertencer a camada evangelizadas como desejo de auto afirmação é por conta disso que mora aponta para ambiguidade disto exporta por exemplo e figuras Arlindo Veiga dos Santos líder da frente negra brasileira e proporciona ideologia do patologismo e também Cruz e Souza escritores considerados mulatos entre aspas e que
se branquearam como Gonçalves Dias Olavo Bilac Alberto de Oliveira Machado de Assis Entre outros em boa parte Moura acredita isto há uma opressão racial que coloca para intelectuais negros afrodescendentes a necessidade de se adaquar códigos formais semânticos e gramaticais dominantes razão pela qual uma autora como o cara de Jesus o fator despejo seja vista no limite dentro dos olhos do exotismo e nunca como autor a legítima representante de um segmento social e de uma condição social imposta pelo sistema racista a ambiguidade assim é produto de uma situação política posta buscar a possibilidades dentro do sistema
significa adequar-se a determinados códigos dominantes caso contrário venha rejeição é a geradora da agre uma reflexão fundamental para ser tomada em um momento em que se discute a implantação de mecanismos de inserção social de negros e negras na universidade no serviço público isso reivindica uma maior presença de nervos e negras em espaços institucionais Eu particularmente tinha uma honra muito grande de curricular é muito curto no final dos anos 90 quando frequentava sua casa na Rua das Palmeiras né e eu pedi opinião de texto escrevia naquela momento eu estava eu estava terminando doutorado e tá produzindo
textos de que foram fizeram parte da fundação da entidade que eu fundei em 90 a união faz igualdade né em São Paulo quando ele tem de 89 a 2005 ele não vai ter dois participarem de Vitória com ele nessa estratégia de combate ao racismo e dividir a mesa com ele é o evento foi organizado pelo Governador Albino Azeredo lá do Espírito Santo e aí eu tinha naquela época muito jovem tinha 28 anos né Tava tava jantando com ele e eu tinha mandado um texto para ele chamado O Extermínio de criança adolescentes negros pobres no Brasil
Ontem eles que o negro lançou em 91 no primeiro Enem E aí eu perguntei opinião dele e falou assim olha ele segundo ele falando assim eu vi muita gente criticando esse texto tem muita gente né Eh não vi nada demais né mas o que vocês precisam entender vocês militantes não entendeu o seguinte um projeto negro radical no Brasil é como uma bomba atômica que vai derrubar todas as estruturas do país essa fase que até hoje minha cabeça quando falo isso nem jantar né bom pensamento de Moura influenciou várias atividades do movimento negro né um negro
foi uma delas 90 né Passa 2000 houve uma recuperação do pensamento de Moura e outras entidades começaram também né a beber nessa fonte um ciclo pra Marina um deles não dê Papo né do Marcinho o grupo que lombagem e a entidade que eu faço parte agora o coletivo que é lombação o nome clamação inclusive vendo o nome que lombagem né a gente lançou essa entidade não é uma homenagem dos 10 anos né Mas você lembra 10 anos da sua falecimento no ano passado né em dezembro do ano passado e o Clóvis Moura foi intelectual que
Deus precisamente não sentecou aos códigos hegemontes Academia nesse movimento negro começa a recuperar a contribuição de seu pensamento ele ainda não é tratado com respeito e é reverência que merece pela academia alguns acadêmicos entre aspas entre aspas mesmo alguns inclusive daqueles de marajás da USP né que é mais de 20 mil reais eu não tô não tô vivo já tem a coragem de dizer que ele não é intelectual esse filme irritante eu ouvi falar assim bancas de doutorado de mestrado e que suas obras carece de fundamento e são meramente divulgadoras da Luta dos negros o
medo que a bomba atômica do pensamento muriano derruba essa estruturas e os privilégios raciais provavelmente a Jennifer dessa qualificação absurda eu quero concluir essa fala dizendo a importância do estudo aprofundado do Pensador e da visão marxista da relação raciais isso porque nós vivemos momentos ímpar distinto de quando morra na publicação obra há 12 anos o Brasil tem viv sobre um governo que propõe um caminho alternativo na liberalismo que por isso sofre um brutal ser conservador vimos agora nas últimas eleições o movimento negro teve avanço significativo nos últimos anos no campo das políticas institucionais e na
criação de espaço governamentais específicos para discussão racial como a cpires conselho smp etc no exemplos aí a lei 10.3 nova lei de cotas né o estatuto é qualidade racial e vários outros apesar dessas avanços nós observamos alguns cenário bastante complicado a juventude Negra enfrenta o genocídio nas periferias praticado pelas forças policiais quase 30 anos de fim do regime militar no ano que vem 2015 70 anos persiste ainda na periferias um verdadeiro está difícil com infecções essas judiciais Invasões de domicílio sem mandados prisões legais e metralhas torturas as delegacias a mulher negra ainda é o principal
Elo dos processos de violência são a sua família E essas mulheres negras que compõem a maioria dos beneficiários do Bolsa Família o que indica o grau de vulnerabilidade social os jovens mortos à Periferia são seus filhos e como também são seus filhos os que compõem a maioria dos alunos que invadem no ensino médio por terem que trabalhar para ajudar sendo a família e quando se liga a televisão esta mulher negra se vê retratada com objeto sexualizado no seriado exibido pela maior rede de televisão do país porque isso ocorre porque o racismo ele é estrutural ele
faz parte do DNA do estado brasileiro e aqui é preciso não confundir que está com o governo o estado transcende de governo porque ele é composto não apenas pelos aparelhos institucionais mas também pelas paredes ideológicos que disseminam valores para constituir uma determinada ordem social e a ordem social estabelecida historicamente no Brasil no campo das Relações raciais entre brancos e negros a polícia a política públicas e as ações profissionais realizadas tem fôlego limitado e é preciso diante disso entender que seus limites e possibilidades e que elas devem fazer parte um projeto mais amplo de transformação radical
da asa brasileira muitas vezes a nossa ansiedade agressividade que falam comes Moura nos leva no movimento negro a posturas ambíguas a perder de vista a necessidade da transformação radical apropriar-se das conquistas coletivas para benefícios pessoais ou ainda analisar as políticas apenas na Perspectiva pontual ou ainda que é possível enfrentar o racismo apenas e tão somente para políticas públicas O que é eficiência maior e menor das políticas depende exclusivamente da competência dos gestores não necessita do movimento negro isso tem sido o principal erro do momento negro contemporâneo que o tênis armado para enfrentar ideologia racista e
cada vez mais expressa não pelos mecanismos institucionais mas pelas vias assiste do discurso me midiático ideológico do senso comum o mesmo da interdição do debate nos Espaços senais a rendição desta obra e de outras obras de cobres Moura a solidificação a sua leitura e o seu estudo aprofundado é necessário são necessários para todos nós militantes de racista do movimento popular movimento impróprio socialismo pois se o racismo sofisticam seus mecanismos depressão existe também qualificação do discurso e da ação antirracista e nisso o Clóvis Moura é o nosso mestre obrigado [Aplausos] próximo é um macho Farias [Música]
boa noite queria primeiro Agradecer o convite feito pelo professor nome do Núcleo de Estudos e pesquisa afro-americanos acho que no nepaf nós temos iniciado o estudo sistemático da obra do Clóvis Moura e ele de fato é uma referência para nossa organização porque também somos jovens pesquisadores no nosso caso jovens mesmo porque a maior parte do grupo não dou a casa dos 30 anos todos nós estamos ainda na faixa dos 20 e Poucos Anos E também temos ainda que estejamos nos Espaços acadêmicos temos a consciência e a intenção de fazer o diálogo com movimento social né
O Clóvis Moura foi um teórico que em alguma medida enxergava na academia ele no caso mais aversivo né tinha uma relação mais aversiva com academia a gente entende que é um espaço de disputa de projetos políticos de sociedade não basta somente academia mas a gente também vai disputar esse lugar nesse sentido Agradecer o convite e também parabenizar organização e a edição desse livro que em alguma medida de fato como professor Denis de Oliveira E aí eu queria fazer um adendo em menos de uma semana é a segunda vez que eu participo de uma mesa com
Dênis e falo depois dele então fica muito pouco fica depois de falar depois do Dênis obra muito pouco né ele faz uma análise bastante apurada dos processos mas é eu acho que de fato a obra do Clóvis Moura sobretudo a dialética radical do Brasil negro ela tem um diálogo muito profundo com a atual conjuntura sócio política que nós estamos enfrentando é preciso entender dialética radical do Brasil negro diante do conjunto do desenvolvimento da obra do Clóvis Moura né Se a gente for traçar uma uma linha mestra na obra do Clóvis Moura a gente Primeiro vai
perceber que não tem um jovem um velho Clóvis Moura no sentido de uma ruptura de um pensamento que se orientava por uma perspectiva em um segundo momento ela gnou-se para um outro lado né se a gente pegar a primeira obra que o Clóvis Moura lançou ele já tinha outros estudos outros escritos mas a primeira obra sistemática do Clóvis Moura rebeliões nossa senzala em 1959 ele já fazia a discussão ele já fazia a seguinte questão qual era a participação política da população negra na formação deste país essa era a questão que a indagação do Clóvis Moura
diante da formação do Brasil contemporâneo e se a gente for acompanhar os movimentos da obra do Clóvis Moura a gente vai perceber que a partir do rebeliões nas senzalas a gente não vai ter muitos muitas alterações nessa questão ah na verdade uma profundamento uma profundamento diante dessa problemática E aí uma complexificação da obra a obra do Clóvis Moura a partir do rebeliões na senzala vai se complexificando ele vai discutir o pensamento conservador na sequência com introdução ao pensamento de Euclides da Cunha no segundo momento ele vai fazer uma discussão é um estudo sobre o Cordel
no Nordeste e ali a gente percebe o magnada do ponto de vista é metodológico né O Clóvis Moura aprimorando método de estudo pesquisa e também entendendo uma dimensão de quanto que o racismo enquanto ideologia ele não era uma perspectiva meramente causar entre raça classe porque a ideologia do racismo penetrou na classe trabalhadora e É nesse estudo sobre a Literatura de Cordel ele apresenta o quanto que na literatura de cordel a presença do negro é bastante estereotipada e no limite é apresentado como preconceito então tanto é que o livro chama literatura de cor é preconceito de
Cor na literatura de cordel e a sequência e É interessante fazer um diálogo com a biografia do Clóvis Moura porque o Clóvis Moura na década de 60 70 ele já não está mais nos vilões do partido do Partido Comunista Brasileiro ele já tinha saído ele saiu no final da década de 50 e ainda que ele tenha ficado de fato dialogando é ele saiu no final da década de 50 do partido ele ele sai no racha né ele o racha o pescoço com o surgimento do PCdoB ele entre 45 não não em 1950 na década de
50 na década de 50 tanto que ele com o Racha né O Clóvis Moura ele vai ter de fato um diálogo muito forte com PCdoB mas nunca vai ser um orgânico né [Música] ele tá ali Inclusive a gente pega a revista princípios você vai encontrar uma série de artigos do Clóvis Moura né mas é organicamente o Clóvis Moura ele se dedica aos estudos né vai para o gabinete vai produzir uma obra e a volta do Clóvis Moura para o campo político ela década de 80 né movimento negro Unificado uma proximidade do movimento negro Unificado E
aí surgem as obras que aí eu começo aquilo que a gente vai discutindo no nepavo onde há a dimensão do Clóvis Moura é quanto intérprete de Brasil um autor que tem uma teoria uma teoria específica de intérprete do Brasil é onde o Clóvis Moura ele as sobras se complexifica de tal maneira que ele tem efetivamente uma interpretação totalmente atípica dos grandes pensadores brasileiros ainda que dialogando com pensamento social brasileiro Sem dúvida nenhuma e não para não entender Clóvis Moura você não entende Caio Prado Júnior autor que foi uma primeira referência para ele não dá para
não entender Clóvis Moura se a gente não entende o grande contraponto dele que foi sempre o Gilberto Freyre se tinha alguém que o Clóvis Moura tinha no quarto uma foto que ele tacava dardo diariamente era necessariamente o Gilberto freyrelli tanto que a primeira obra do Clóvis Moura se a gente tem a obra consagrada Casa Grande Senzala né E aquele que encontra né a casa grande e a Senzala se encontrando o primeiro livro do Clóvis Moura já é uma contraposição essa questão é a rebelião na senzala não tem Harmonia ao contrário você tem um um processo
de contradição que ele vai apontar pra gente como uma contradição de classe já colocar na Gênesis da formação do Brasil Então ele vai efetivamente ter o o Caio Prado Júlio alguma medida como um autor de alicerce e o Gilberto fez como um autor que ele fazia a discussão no sentido de contrapor E aí a década de 80 a gente assiste um Clóvis Moura e ele fala isso em um texto que é um texto de pequenos artigos né aquele junta que chamado a raiz do protesto negro que introdução ele fala o seguinte ele faz bom veja
aqui estão estarão publicados alguns artigos que foram produzidos ao longo dos últimos 30 anos né então tem é escritos participação em seminários a minha ideia é que a partir desses estudos onde eu tentei entender a Genesis da formação do Brasil a gênes da formação do capitalismo no Brasil e a relação entre raça classe eu agora a partir desse momento eu vou tentar entender a importância política da população negra no processo de revolução está em curso ou seja na década de 80 O Clóvis Moura ele está efetivamente empolgado com o processo de movimentação social ele deixa
muito explícito essa questão quando ele inicia o Raízes do protesto negro e o resto negro não tem alguns artigos O Clóvis Moura ele tinha algumas diferenças com pensamento com os estudos sobre a população negra no Brasil então é nesse estudo que a gente vê é pincelado algumas que são importantes para a gente entender desenvolvimento da obra por exemplo a crítica que ele tinha em relação ao Abdias do Nascimento [Música] A Crítica que ele tinha em relação à produção da Unesco que tem no floresta Fernandes uma grande referência mas os demais os demais pesquisadores que fizeram
parte dos estudos da Unesco e o Raízes do protesto negro a gente tem esse ele coloca como um livro de síntese e aí a gente vai ter depois disso um Clóvis Moura e é uma outra questão né O Clóvis Moura ainda que tenha um projeto de entender o papel da população negra e uma importância da movimentação do partido da luta era um autor hermético alguns textos do Clóvis Moura não são fáceis de você atravessar e mesmo assim as aulas não é um livro fácil por exemplo é já na década de 80 a gente vê um
Clóvis Moura e tem a ver que também com uma outra parte da vida dele né ele era poeta né ele era escritor tão a sociologia do negro brasileiro por exemplo é um livro que se bobeasse ela em dois dias né ainda que ele esteja tratando de assuntos bastante complexos é uma obra que tem um diálogo profundo tem essa perspectiva de dialogar com a população negra no sentido de instrumentalizar a população negra para o processo que ele tá entendendo como processo de revolução em curso só que aí vem o reverso não Liberal né vem a década
de 90 se na década de 80 a gente tem um livro sociologia do negro brasileiro na década de 90 você vai ter o surgimento dessa obra que a gente está tendo rejeitada hoje dialética radical do Brasil negro a nossa opinião né É nesse exato momento que a gente tem a maturidade da obra do Clóvis Moura e ali estão sustentados a sua interpretação de Brasil tanto que ele transita de um processo de entender especificidade das Relações raciais diante do Capital né sociologia do negro brasileiro e ele vai transitar por uma Inter de Brasil dialética Radical agora
do Brasil negro Ou seja é esse processo de esse processo na década de 80 né de revolução em curso segundo as próprias palavras do Clóvis Moura não foi entendida na totalidade No que diz respeito à questão racial para o Clóvis Moura e É nesse sentido e aí concordo plenamente com o professor Denis de Oliveira porque Clóvis Moura a questão das Relações raciais e o implodimento da lenda da modernidade cantada né que é o mito da democracia racial era a peça fundamental para um processo de transformação radical por isso que é ano dialética radical do Brasil
negro a explicitação daquilo que o Clóvis Moura colocou o processo de transformação das bases estruturais desse projeto de Brasil elaborado pela Celite branca ela só vai poder se efetivar esse concretizar um processo de contraposição se a gente entende efetivamente o papel estrutural da formação do Brasil no que diz respeito à questão das Relações raciais é ali que ele vai sustentar e é interessante depois disso O Clóvis Moura como a gente sustenta não há uma ruptura o próximo livro do Clóvis Moura é o livro que ele vai discutir o MST só que a discussão que ele
faz no sobre o MST é uma discussão que ele iniciou já no rebeliões na senzala que é entender o quanto que essa população do campo ela não pode ser entendida como Campesina por simplesmente está falando de uma população negra que vive no campo É então o Covas Moura efetivamente estava tentando encontrar as brechas para uma revolução no Brasil quem que era o sujeito da revolução no Brasil para ele diante da formação de uma sociedade que foi a sociedade que mais recebeu africanas escravizadas que a maior parte da população brasileira é negra efetivamente esse processo é
explosivo do ponto de vista de entender as determinações socioeconômicas dessa formação Panorama da obra mas tem questões né para finalizar eu queria apontar algumas questões eu acho que a gente precisa entender por exemplo na obra do Clóvis Moura que Marxismo é esse do Clóvis Moura diversas momentos ele aponta inclusive ele abre este livro aqui né dialética radical do brasileiro fazendo um apontamento de um do Miséria da filosofia o livro importante de fato ponto de vista o desenvolvimento da teoria social Marciana que é um livro Onde o Marcos vai pela primeira vez trabalhar com a categoria
de totalidade né de uma forma bastante elaborada ali tá sustentado a dimensão onde cada fato social ela tem uma dinâmica relacionada a estrutura do Capital ainda que ela tem a sua própria Independência então Miséria da filosofia é um livro importante de fato do ponto de vista da produção do conhecimento uma perspectiva marxiana A grande questão é que a obra e aí é uma discussão a obra do Marx do ponto de vista do desenvolvimento da sua teoria não inicia não Miséria da filosofia a Gênese da obra do Marcos tem 1843 né quando ele lança introdução à
crítica filosofia do direito Rego Então essa é uma discussão que precisa ser avançar que o Marxismo é esse da que Marxismo está na obra do Clóvis Moura a gente vai defender por exemplo que o Marxismo surge em 1843 mas isso aí é uma conversa menor não tem uma série de tem uma série de categorias do mar que já estão nesse processo que seriam fundamentais para a gente entender determinações aqui que estão colocadas pra gente emancipação política emancipação humana teoria da alienação entre outras Então essa é uma discussão tem uma outra questão é eu finalizo é
uma questão pessoal né eu não concordo com a crítica que o Clóvis Moura faz é um Machado de Assis eu acho que precisa entender o Machado de Assis é dentro de uma chave estética fundamental que é a ironia né quanto você estava indo para a gente acha que ele tava olhando pra lá ele tava indo pra cá eu acho que a crítica por exemplo é a crítica que o Clóvis Moura faz ao Machado de Assis eu acho ela bem ruim é bem ruim mesmo e tem outras questões né Eu acho que é um autor que
precisa sair do campo do mito né a gente criou e foi fundamental né O Clóvis Moura mito no sentido de olha falou que a população negra é importante ponto de vista político mas é importante entender a obra dele né morreu há 20 anos morreu há 10 anos essa 2013 matando o cara morreu há 10 anos né a sua última obra é essa que a gente tá discutindo essa obra máxima tem 20 Brasil mudou muito né então a gente tem que ir até onde o Clóvis Moura limpou o terreno pra gente que que a gente vai
precisar limpar de agora em diante e efetivamente é concretizar dialética radical do Brasil negro tal como ele nos aponta obrigado [Música] [Aplausos] que promove aqui o evento hoje essa palavra possível de Almeida que é recentemente um debate que de fato é um grande intelectual um estudioso do Marx no século 20 contribuições em primeiro lugar eu gostaria de cumprimentar todos e todos dizer da minha enorme alegria satisfação de participar desse momento momento tão importante é importante não apenas pelo pelo fato de reunir pessoas que têm um Horizonte de transformação social pessoas que estão aqui nesse dia
para para pensar na possibilidade de um mundo novo de um mundo melhor mas também Um Momento de Fé celebração porque nós podemos falar sobre um grande intelectual podemos falar sobre Clóvis Moura sobre o seu legado e o modo com que aquilo que covis mora nos negou pode iluminar também as nossas lutas contemporâneas portanto saúde a todos e todas as presentes aqui e renovo a minha alegria participar desse momento bem eu acho que muito aqui já foi dito sobre as ideias de Clóvis Moura importância dele eu gostaria de seguir na mesma atuada destacando três pontos e
que revelam o porquê que esse momento é o momento consagrador momento tão importante do relacionamento desta obra primeiro ponto que eu gostaria de destacar quando se fala de Clóvis Moura é do seu legado intelectual do seu da sua sofisticação teórica eu acho que esse ponto tem que ser destacado acho que o Dênis foi muito feliz na sua fala como sempre é o Márcio também uma fala brilhante nos apresentou aqui um Panorama completo desenvolvimento intelectual do Clóvis Moura mas eu parto daquilo que o Márcio colocou aqui a obra de Clóvis Moura é uma obra aberta uma
obra que está que está colocada para ser discutida e para ser desvendada e digo isso porque como isso o Marcio tem uma questão central sobre a qual todos aqueles todos nós que estudamos povos Moura precisamos olhar com mais atenção é que tipo de Marxismo que Marxismo é esse do Clóvis mora com quais referências teóricas do Marxismo covis Moura estado dialogando essa pergunta é uma pergunta essencial é uma pergunta essencial porque o Marxismo ele com muito bem foi dito aqui ele vai ele vai destilando ao longo do seu desenvolvimento uma série de categorias que são importantes
para a compreensão de certos processos sociais foi dito falou foi falar daqui da questão da totalidade de como o Marx da filosofia nos apresenta o conceito de totalidade de uma forma elaborada Talvez uma forma um Pouco Mais afastada das concepções regalianas de totalidade e como essa totalidade vincula todos os processos sociais inclusive a reprodução da discriminação e do racismo como isso é possível compreender o racismo a partir da inserção desse fenômeno no interior de uma totalidade que a totalidade das relações sociais que são ainda que relativamente determinadas pelo desenvolvimento histórico do capitalismo então acredito que
nos perguntarmos sobre com quais referências Clóvis Moura dialoga é penetrar na sua obra nas suas brilhantes conclusões sobre o que é de fato Qual o como a obra de Clóvis Moura pode nos orientar para compreensão dos grandes problemas estruturais da da nossa formação Então pergunta essencial eu marco coloca aqui da obra de Marx começa em 43 com a crítica e esses é o motivo de grande discussão no interior do pensamento marxista Porque alguns autores vão dizer claramente que o Marx até 1840 até 1845 ele não era marxista ele vai se tornar Marx de fato a
partir da ideologia alemã Então a partir da ideologia alemã em que o Marx livraria das categorias regalianas idealistas e aí começaria todo uma trajetória Algumas pessoas dizem que de fato essa divisão não procede mas a verdade é que esse recorte ele revela muito [Música] do que do que está contido no interior de uma teoria como proposta política primeiro se você aposta na possibilidade de que o Clóvis mora dialoga com o Marx 10.843 por exemplo e onde a categoria da ideologia e do sujeito tem um papel fundamental aí se começa a compreender talvez é o lugar
que Clóvis Moura coloca o negro quando ele faz a leitura da construção sócio-histórica do Brasil Então colocaram negro como sujeito histórico de uma transformação social de uma revolução É nos permitiria dizer que talvez há um diálogo sim com um Marx que vai ter essas concepções de ideologia de sujeito mais próximo do regionalismo em que essas categorias aparecem em que estão de certa maneira solidificadas na obra de óleo de óleo Lucky né então será que Clóvis Moura dialoga com isso ou não será aquele dia logo com outras referências que seriam Marx a partir de 45 quando
ele se coloca com quando ele onde se coloca a questão das ações de produção e não mais das forças produtivas é onde o Marx ele vai colocar um acento fundamental na formação das relações de produção e como para das relações de produção se constitui as forças produtivas E aí a questão é outra A questão não é apenas estudar o papel do negro mais estudar o papel do negro na sociedade Como é o negro pode ser sujeito histórico de um processo revolucionário dada as características específicas do Brasil que foram muito bem colocadas aqui pelo Dênis e
que o Clóvis Moura reproduza sua obra é a questão aqui é saber o seguinte entender como se dá constituição das relações de produção e como essas relações de produção Elas têm o racismo como um elemento estrutural e estruturante [Música] de tal sorte o combate ao racismo passa pela desconstrução dessas relações de produção que são recortadas que são atravessadas pelo racismo o racismo que é elaborado reestruturado que é vamos dizer que é reconstituído no interior de uma sociedade tal como a nós então esta é a questão ou seja entender qual Marxismo Quais as referências teóricas que
mora dialoga são fundamentais [Música] obrigado obrigado então é compreender isso compreender o papel né ou seja qual Como se dá a relação entre teoria e prática ou seja qual Como se dá práxis transformador bem Então esse é o primeiro ponto e acho que nesse sentido há um manancial muito rico para se estudar para se aprofundar na roupa de Clóvis Moura tendo esse esse diálogo com o Marxismo como Horizonte fundamental porque a gente lendo o livro ainda que ainda não Aprendendo todas as características metodológicas que levaram a construção desse pensamento nós observamos que há muita sofisticação
aqui quando o Dênis reproduzir o final do livro é impossível a gente não pensar o quanto Clóvis Moura está trabalhando né com a noção de dialética mesmo uma dialética no sentido do sentido que talvez a gente possa falar das da situação do nego do Brasil não é dialética do ponto de vista teórico metodológico essa dialética é ao mesmo tempo que é que olha para a constituição objetiva da sociedade capitalista mas ao mesmo tempo também é fala das condições subjetivas para a quantidade da reprodução do capitalismo ou seja um jogo objetivo subjetivo próprio da dialética que
essa última fala do Clóvis Moura nos seus dois últimos capítulos revelam muito bem que utilizava até um termotoriano né que a sobredeterminação você como as condições objetivas sobre determinam a formação da subjetividade aí falando da agressividade Talvez nós estudarmos de fato é o que está dizendo mais uma coisa inegável ele entendeu essa relação dialética que há uma determinação ainda que relativa das questões objetiva das questões sobre subjetivas pelo mundo objetivo e como Isso é se dá num dialeticamente né contraditariamente em termos de uma autonomia relativa ou seja o racismo e o produto do racismo que
é o racista e a vítima do racismo colocamos dessa maneira só pode ser compreendido dentro de uma totalidade que uma totalidade contraditória cheia de contradições de recortes em que o racismo tem uma autonomia relativa relativa em relação aos processos globais de reprodução do Capital Então isso é fundamental então a contribuição do Clóvis Moura é inegável a sua sofisticação e nós podemos aproximar Sem dúvida alguma das melhores formulações sobre o papel da ideologia a ideologia não entendida como uma mistificação da realidade tão somente mas a ideologia entendida como como resultado de uma série de condicionantes sociais
que são forjados a partir dos aparelhos ideológicos mais uma vez utilizando uma uma bocadura do seriado aqui pois bem o segundo ponto também quero ser bastante breve é falar da importância de um intelectual negro intelectual negro ter a sua obra relançada e ser e ser utilizado como referência para nós que Lutamos contra o racismo e lutamos também pela pela transformação da sociedade o racismo E aí foi dito aqui ele ele tem acho que uma das suas dos seus efeitos mais perversos é calar e invisibilizar todos aqueles que falam a partir do movimento negro que falam
contra o racismo em fazendo parte desses grupos sociais Então o que aconteceu com Clóvis Moura que inclusive dentro das organizações nas quais é militar ele era vítima do racismo aconteceu por exemplo com outros intelectuais negros que se assumiram enquanto negros e que se assumiram enquanto porta Vozes da questão racial e falo de Luiz Gama por exemplo Luiz Gama que o maior jurista e falo estou racionalmente convencido disso não é só uma questão de vontade né de pura Boa Vontade o maior advogado e o maior jurista que esse Brasil já conheceu e ele pouco é conhecido
pelos alunos das faculdades direitos alunos de direito não sabem quem foi Luiz Gama os professores direito não sabem quem foi Luiz Gama eles não eles acham que foi Rui Barbosa uma hora advogado Claro um homem branco muito bem adaptado ao sistema mas que o próprio Rui Barbosa dizia e admirar falava da sua amizade com Luiz Gama e admirar profundamente no desgrama Luiz Gama que era muito mais difícil para ele ser um intelectual e um advogado primeiro porque foi o homem escravizado um homem que falava como negro mas falava pelos negros podemos dizer dessa maneira era
muito mais difícil para ele ser reconhecido como um grande intelectual e lutava a favor das causas justas o que tornava tudo mais complicado Então essa invisibilidade do intelectual negro é o que nós estamos tentando romper aqui coletivos como que não passam querem exatamente promover o debate e promover uma intelectualidade negra mas que não fato tão somente pois não tá saindo som e que não fala tão somente em nome e nome das questões raciais mas que a partir das questões raciais tentam estabelecer um rompimento com a lógica do capitalismo um rompimento com a lógica de reprodução
das desigualdades cujo nome é muito claro capitalismo Então veja papel de você promover não promover mais recolocar no seu lugar de destaque um intelectual Negro do calibre de Clóvis Moura e por fim o último aspecto que eu quero tratar é sobre a importância de Clóvis Moura para nossa orientação política Eu sei disso Participei de um debate a pouco tempo começou Augusto e o que nós sentimos né várias coisas no Brasil tem tem colocado sem questão da Gente assim de fato um grande ressentimento do movimento negro com as organizações de esquerda e é totalmente compreensível esse
ressentimento porque as organizações de esquerda elas também são formadas dentro de estruturas racistas e por mais que sejam que falem contra o capitalismo a favor do socialismo coisas do gênero reproduzem na sua lógica de funcionamento as estruturas que são as estruturas da sociedade o que não quer dizer que haja uma desculpa para isso Mas quer dizer que é necessário que as organizações de esquerda fácil Essa autocrítica sob o risco de jamais se ele de fato organizações de esquerda ou socialistas Clóvis Moura portanto deixa um recado não há que se falar em socialismo onde não há
combate ao racismo e não há que se falar de combate ao racismo sem que nós olhamos para uma perspectiva socialista essa Isso é uma questão dialética para nós é tentar juntar aquilo que o cotidiano das relações sociais tal como elas ocorrem hoje separam essa é a nossa luta não há que se falar em socialismo com racismo que se fala em racismo sem olhar para uma perspectiva socialista é essa grande lição de Clóvis Moura o mundo sem racismo é um mundo em que as estruturas da sociedade capitalista Elas têm que ser desmontadas E aí nós temos
que ver como é possível animar essa luta Muito obrigado vizinhança aqui da historiadora Soraia Moura que é filha do Claudio Moura que está prestigiando aqui [Aplausos] não resolve ficar de pé Mas vamos tentar [Música] passar palavra para gevanilda Souza Bom dia para todos e para todas Ah boa noite né Pois é acostumada a falar bom dia boa noite para todos e para todas eu queria inicialmente é Agradecer o convite Professor Denis da pessoa que me fez essa esse convite e a pessoa dele todas as entidades organizadoras aqui deste Grande Debate gostaria de fazer uma retificação
meu nome é gevanilda Santos não Souza o senhor de Engenho tinha outro nome mas eu me reivindico aí dessa linha Santos né Eu sou lá da região filho de negros nordestinos lá da região da Chapada Diamantina que vemos aqui para São Paulo nos anos 70 então a gevanilda Santos e assim uma outra retificação é que eu não sou Doutora eu sou só Mestre Eu fui para academia e 90 nos anos 90 entrei no mestrado depois eu parei Tô até hoje refletindo se eu vou voltar ou não então eu sou mestre não sou Doutora então eu
gostaria de estar aqui fazendo algumas considerações né nesses 20 anos aí da De rendição né de lançamento da obra do professor é Clóvis Moura como uma ativista não como uma especialista né de toda os quase 15 livros né e Toda obra do Professor Clóvis Moura e queria começar por um aspecto que eu acho fundamental que é do legado dele Relembrando aqui um provérbio africano que ele diz assim eu acho muito bom eu gosto sempre de repeti-lo até que o leão possa contar sua própria história as histórias de caça sempre irão glorificar o Caçador Portanto o
Professor Clóvis Moura começa a contar a nossa história eu acho que aí está a importância fundamental do trabalho que o professor deixou para gente eu particularmente não conheci pessoalmente Só através de alguns poucos debates era anunciado ele não ia falar contar um pouco de casa né bater papo sobre isso eu não tô falando isso aqui como uma crítica mas estou falando como uma situação de como é que eu conhecia o Professor Clóvis Moura mas assim entrei no material na biografia dele é principalmente é sugestões da Senzala né A medida que eu fui para academia e
fui estudar os partidos políticos e a questão racial e nessa pesquisa sobre os partidos políticos da questão racial a partir dos tantos partidos mais à direita Como os partidos à esquerda né E aí foi entrando em contato com todo esse material da esquerda no Brasil né é professor Caio Prado Júnior né Professor Clóvis Moura e como é que se fazia a crítica né da sociedade brasileira pela não integração do negro na sociedade classe eu acho que esse é o aspecto aproximando da obra do Professor Clóvis Moura e assim e fui me encantando como a ousadia
que ele teve de romper com o historiografia marxista oficial Eu acho que este crédito nós temos que dar uma professora Clarice Moura porque é ele que vai né influenciar da razão a Os estudantes da academia que não conseguia colocar né a participação do negro na sociedade brasileira ao lado de uma perspectiva revolucionária e ele traz isso com muita propriedade eu acho que as falas que me antecederam do Márcio é do professor Silvio que eu não conhecia prazer do professor deles pela dedicação que ele tá tendo aula do professor Clóvis Moura nos traz essa perspectiva de
como é que o negro no Brasil desde o passado né escravista até hoje ter se colocado né Entendeu da classe trabalhadora eu acho que é isso que nós não podemos perder de perspectiva Porque até então o negro era marginalizado e estava atomizado na sociedade brasileira ele vivia por si a sua própria culpa como se ele fosse responsável por todas as mazelas criados na sociedade brasileira O Professor Carlos O Professor Clóvis Moura os sistema escravocrata é estruturante o desenvolvimento capitalista brasileiro ponto né e a luta de classe entre senhores e escravos capitalistas e Trabalhadores que constrói
uma sociedade capitalista dependente aonde no topo nós vamos encontrar quem né o capital o rico vamos encontrar o homem Vamos encontrar né a elite vamos encontrar o dominador e no seu Polo inverso nós temos né os trabalhadores pobres né mulheres nordestinos e assim sucessivamente não há perspectiva que ele nos traz né de apresentar o negro no Brasil como estruturante da luta das classes brasileiras eu acho que é fundamental falta muita coisa ainda falta muita dedicação minha e muito seminários ainda para que a gente possa compreender né Essa perspectiva do ponto de vista do que foi
a história do Brasil e do que é a história do Brasil hoje e quando se fala sobre isso o importante que talvez não sei não soltou um especialista do Professor Clóvis Moura né não se coloca em debate aqui hoje é como Qual a radicalidade das transformações não do Brasil negro mas do Brasil e a participação do negro neste processo de transformação do Brasil eu acho que é disso que se trata e que a gente tem é tido é eu pelo menos não tem encontrado muitas influências estudiosos teóricos que faz essa [Música] digressão ou seja as
relações de raça classe e mais para frente no outro seminário Professor deles Vamos colocar o gênero para a gente poder dar conta de todas essas contradições é uma é uma é uma perspectiva é teórico meteorológica que anda muito no interior dos movimentos sociais de esquerda agora nos planos acadêmico eu tenho muita dificuldade em encontrar né núcleos de estudo pesquisa pés de Mestrado que trata para nós essas contribuições que estavam nos anos 90 e que hoje felizmente né volta com essa mesa e esse debate eu acho que assim é muito salutar que a gente volte a
gente sabe eu acho que Todos nós concordamos que sem teoria não tem revolução agora fazer teoria nos Bancos acadêmicos é até interessante né Tem muito projeto de pesquisa é importante mas fazer essas teorias transbordadas universidades política eu acho que essa está a nossa dificuldade Então eu queria deixar aqui alguns aspectos importantes na perspectiva de quais são os setores do movimento negro que se reivindica à esquerda Isto é importante porque no movimento social negro é nós temos é uma uma leitura da realidade A partir da Identificação do racismo que fala que aparenta uma unidade Geral de
ação que [Música] ao longo das agendas políticas E aí essa última parte do livro do Professor Clóvis Moura quando ele fala da subjetividade quando ele fala da ansiedade quando ele fala né agressividade né Nós estamos falando exatamente disso que uma coisa é você compreender o processo metodológico marxista através da luta de classe outra coisa você tem uma Prates que contribui para que essa luta de classe se coloque no dia a dia e você possa inclusive compreender né o mundo onde você vive a partir desta visão eu acho que o professor Cláudio Moura inicia esse processo
eu não conheço um outro autor que tenha ousado É apresentar a luta de clava o negro como o elemento central da luta de classe no Brasil eu acho que nem os partidos políticos à esquerda haviam ainda feito essa reflexão e essa autocrítica incorporado Esse aspecto né então acho que aí está aí para É observarmos Esse aspecto inclusive compreendemos que se antes Professor Clóvis Moura Teve até alguns equívocos mas era fruto de uma realidade vivenciada em momentos atrás se nós somos observar a dinâmica né do racismo né e a dinâmica do capitalismo e a dinâmica das
formas de opressão né Nós vamos perceber que as contradições vão aumentando a medida em que essa luta de classe vai se acirrando eu acho que o movimento negro brasileiro dos anos para agora é um sujeito né que presente fica essa as Relações raciais racistas como um componente da classe trabalhadora a todo momento e é isso que vai influenciando muitos teórico até o Professor Clóvis Moura eu acredito que o centenário da Abolição deixou ele como diz o jovem bolado porque o movimento negro Brasileiro né é apresenta a sociedade brasileira o crítica ao Centenário da Abolição de
1888 né ah uma discussão sobre se é festividades ou se são atividades de protesto grande parte do movimento negro embarca nas festividades indo para ideologia de acomodação que o próprio Professor Clóvis Moura critica como bem lembrou Márcio porque ele tinha ele dialogava né com o Gilberto Freire porque até a professora Cláudia chegar o pensamento vigente na academia era o que acomodação social e o negro era inserido no contexto da acomodação social que era escravo dócil cordial a luz do estudo de Gilberto Freire então só os estudos dos anos 70 mal bem o apoio da Unesco
né é do Professor Clóvis Moura é que vai começar a observar né uma visão diferenciada de mudança né de transformação da realidade brasileira que não acontece nós precisamos também apresentar esses dados as transformações sociais no Brasil não ocorre na Perspectiva marxista revolucionária e o professor é Clóvis Moura vai dizer não acontece porque porque não houve incorporação de setores importantes né que foram marginalizados porque a visão teórica era distorcida portanto a luta de classe também estava distorcida e ele vai fazer essa reflexão que eu acho importante e vai elevar né ação a luta política do negro
desde o passado Colonial até hoje né no status de sujeito de pressão né fundamental para a essa transformações da sociedade brasileira eu acho que a lição que nos fica é o seguinte se não houver a integração de classe dificilmente nós vamos conseguir o processo de transformação e desenvolvimento na nação brasileira é fundamental isso então hoje quando nós temos né o movimento negro na sua agenda colocando é desde a crítica ao aumento da democracia racial isso lá nos anos 70 né E hoje nós podemos dizer que essa pauta foi Vitoriosa porque todos os setores da sociedade
Brasileira hoje já inclusive o futebol o dia de futebol já os meios de comunicação afirma existe racismo no Brasil então 30 anos de luta né é para que o Brasil compreendesse que o racismo é um aspecto de dominação das classes trabalhadoras isso e hoje isso já está colocado agora Como que este racismo é opera no dia a dia né na subjetividade Nas questões sociais Nas questões políticas culturais etc eu acho que é isso é um aspecto importante que nós temos que aprofundar dentro da perspectiva histórica Esta é a questão porque quando nós começamos a refletir
sobre algumas categorias marxistas elas não dão conta para explicar a realidade do negro no Brasil e nem como a resistência negra de 1.500 até hoje está aí colocada Então eu acho que esta é a tarefa dos jovens estudiosos né é da conta dessas categorias só uma com o professor vamos falar de uma que o Professor Clóvis Moura chama atenção neste livro a categoria da alienação ou seja o negro trabalhador trabalho forçado escravizado considerado apenas como um instrumento da produção visto como alienar do processo de si mesmo né e do processo de produção resistiu por 500
anos criou cultura modo de vida né religiosidade forma de cuidar da saúde forma de transmitir o saber nós vamos ver por exemplo pela frente Negra tinha a sua própria escola é todos esses nossos literatos foram praticamente autodidatas ou seja como é que este conhecimento todo criado em baixo do sistema escravocrata perpassa e mantém-se até hoje uma categoria tem que explicar isso aí porque nós sabemos que a população negra resistiu e que ela não é apenas né depositária do aspecto da cultura brasileira ao contrário ela é depositária né da resistência da cultura e da ação política
e só que estação política não é qualificada enquanto tal acho que esse é um aspecto que incomoda né tanto americanas dos partidos de esquerda porque Talvez né é a força política não seja avaliada a partir da nossa resistência ela nós precisamos observar este aspecto a força política hoje é avaliada a partir do que até pouco tempo nós éramos considerados minorias né pelas leituras acadêmicas e hoje nós sabemos que nós não somos minorias quer dizer um dos aspectos do movimento negro foi criar a ideia de que éramos minoria força política inexpressiva na ação somos maioria da
população hoje 51:52% da população brasileira hoje no processo eleitoral já se faz pesquisa considerando para onde vai o voto negro no Brasil e o voto negro no Brasil é buscado né para se conseguir vitórias e nós sabemos que na última eleição de que lado estava o voto negro no Brasil então acho que são aspectos importantes né da luta de classe que às vezes a militância ou a direção do movimento negro não pontua na hora da construção no projeto político se esse projeto político é a esquerda nós temos que saber para onde que nós queremos levar
esse esse povo negro e nós temos é uma mesma leitura sobre a influência ou as consequências do racismo no Brasil mas na hora da estruturação da ação política eu acho que a perspectiva a mudança de um Brasil para alguma coisa diferente do capitalismo às vezes assusta um pouquinho a sociedade e nós estamos por exemplo diante de um momento muito crucial onde a gente sabe que a estrutura capitalista Hoje ela vai responder a toda vez que o movimento negro fortalecer a luta a partir de uma agenda política e nos últimos anos nos últimos 10 anos é
agenda de contra o genocídio da Juventude Negra tá cada dia mais sendo divulgado na sociedade brasileira hoje é as corporações policiais já fazem pesquisa respondendo sobre as mortes de jovens negros dizendo que os jovens negros morrem mas não morrem mais aqui no sudeste morrer em Alagoas etc ou seja já um diálogo né forte do movimento negro com o setor de segurança presente ficando a questão da violência contra jovens só que nós precisamos compreender porque isso se dá isso se dá na medida em que o estado no geral não dá resposta para grande demanda do movimento
negro que é o que é inserção de jovens o acesso de jovens negros né a sociedade brasileira via ensino universitário para em confronto com essa perspectiva com essa proposta o que que nós temos nós temos O Extermínio da Juventude Negra isso nada mais é do que a luta de classe o capitalismo responde com a destruição das forças produtivas porque mais para frente ele não quer oferecer né o crescimento da oportunidades para os jovens negros na cidade brasileira se nós pensarmos que é um jovem na universidade aumenta em três a quatro vezes a renda familiar desses
milhares milhões né que nós temos agora inseridos como o Brasil a Médio prazo muito grande portanto a matança da Juventude negra é uma resposta do estado brasileiro para não inserir jovem e a população negra na sociedade classe então nós temos que compreender esses processos a gente poder saber de que lado é que nós estamos e eu acho que a perspectiva É mas o processo coletivo do que as ambiguidades pessoais porque até uma professora claves Moura também foi vítima desta circunstância nós sabemos que a sua é a sua bisavó né era uma escrava né que eu
não sei se com o amor ou com dor né se deitou com o seu avô e ele é fruto né do processo de miscigenação das provocado pelo senhor no processo escravocrata que estupravam a maioria das mulheres negras Então você imagina né Essa perspectiva né não no inconsciente coletivo de homens e mulheres negras séculos e séculos e séculos depois então essa discussão da miscigenação né Essa discussão é de da radicalidade ou não né do mestiço como o Clóvis morreu e todas essas subjetividades advindas daí eu acho que são dores de cada um o que nos importa
acho que é o processo coletivo eu acho que nos anos 70 o movimento negro já deu a deixa quem é nego levanta a mão ser negro na opção política sabe ser uma opção política não cabe aí a tal das ambiguidades da agressividade etc e tal cabe uma posição política né de transformar essa realidade que nos oprime eu acho que é isso que se trata portanto eu acho é curioso que é autoridades de organismos nossos ainda não tenho firme e uma ação né política de tornar isso uma realidade transformar a realidade que nos oprime então e
é fundamental compreender que para transformar para superar o racismo nós vamos ter que superar toda a sociedade capitalista aí uma opção de cada grupo político Verde que nada que está gente são apenas algumas palavras são especulações Eu gostaria muito de aprofundar todos esses temas eu acho que essa proposta do Quilombo ação de nós voltarmos ao debate das teorias ela é muito rica ela é muito bem-vinda nos dias de hoje que nós estamos precisando de conversar sobre esses aspectos e gostaria também da gente poder conversar sobre Esse aspecto Obrigada e desculpa pelo tempo [Música] agora é
Rosana atleta Presidente Dal Negro São Paulo Boa noite a todos e todas eu estou aqui na condição de estar comentando as falas da mesa e complementando aquilo que se fizer necessário mas eu acho que isso não vai ocorrer porque cada um a sua maneira foi brilhante em tudo que expôs tudo que expôs então a minha fala ela vem do reconhecimento que por exemplo quando você fala da contribuição de Clóvis Moura é apontar para essa mesa e dizer que esses três homens negros e essa jovem mulher negra está aqui falando né sobre covis Moura e sobre
nós e antes Quem produzia esse conhecimento era o branco com o olhar dele então o Clóvis Moura permitiu essa realidade nossa aconteceu isso isso já é uma contribuição fantástica e esses negros e negras que estão na faculdade que estão na universidade tem o papel de voltar ao seio do movimento negro e beber dessa fonte beber das várias expectativas mais que isso conversando com amigo é que tá nessa mesa por sinal Ele me disse o seguinte é cabe agora a universidade ir para junto do Povo compreender suas demandas formulá-las de uma forma que dê consequência ela
e aí sim você vai estar fazendo de fato o trabalho universidade e povo integrando e de fato construído uma mudança né E quando você fala e quando você fala Principalmente quando você vê a obra de Clóvis Moura sendo debatida sendo compreendida como foi exposto aqui não tem muita coisa acrescentar e acha que é nossa realidade enquanto militantes do movimento negro ativista que sou toda a realidade que foi exposta aqui quando a gente fala do jovem negro né o genocídio da Juventude Negra quando a gente fala da condição da mulher negra é essa condição aonde ela
está vulnerável a toda essa situação que é resultado do racismo quando você também consegue perceber como é construída a imagem é do homem e da mulher negra mas principalmente da mulher negra e quando a gente vê a mídia por exemplo E aí quando mais estava falando que o Clóvis Moura é conseguiu detectar essa forma de tratar de tratar a questão Negra como uma coisa pejorativa na verdade só vai se sofisticando modernizando porque a gente não consegue ainda dar uma resposta à altura para desconstruir tanto na mídia quanto no mercado de trabalho e aí eu acho
que estudos os estudos reflexões e que acabaram mostrando por a + b que essa construção que o Brasil teve através da acumulação de riqueza do trabalho escravo é que estrutura então desmontar isso como foi dito aqui por vocês que são estudiosos é algo que a gente ainda está procurando a resposta e essa resposta a Gente terá na medida em que mais e mais a universidade movimento social conseguir interagir a importância de intelectuais como vocês voltarem para o movimento social e da sua contribuição e não ser não tenho mais o que acrescentar Porque tudo que aqui
foi apresentado complementou todas tudo que foi dito a cada momento e que bom que a gente pode viver esse momento de fazer esse vou falar esse casamento do movimento negro com o movimento da academia Negro para a gente poder mudar essa realidade obrigada [Aplausos] são 9:10 agora nós temos um limite aqui estourando 9:40 é 9:30 para trazer um pouco para gente agora rapidamente cinco seis pessoas para fazer questões documentários aqui para mesa é só criar um comentário de um minuto as questão que estão debatendo hoje tem uma centralidade no Brasil ou seja tão assim há
30 anos combatendo racismo que mãos vitórias importantes nesses últimos vídeos 30 anos né mas vê como a gente ainda avançou pouco Quem foi em São Paulo a semana passada viu manifestação com 10 20 mil brancos de classe média enfurecidos com ódio nos olhos conta toda qualquer política de integração dos pobres e negros aquele povo tá na rua não era por corrupção não era contra a cota contra a democratização da educação contra a entrada do negro no mercado de trabalho contra o direito empregado doméstica é contra esses direitos que aqueles 20 mil pessoas tava na rua
era contra nós quem estava na rua para ver que 20 anos de educação 20 anos de experiência não educou essas classes dominantes Paulista apesar de muita luta ainda mais populares para reverter esse quadro que ainda a hidra né a serpente chocando o seu ovo aqui em São Paulo então portanto debate como esse resgatar Clóvis de Moura e travar essa discussão com amplos setores populares é questão central para gente do dia de hoje então Clóvis está atualíssimo na construtora atual brasileira [Música]
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