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Quer entender a guerra na Ucrânia em sete minutos? Então bora lá. Desde a idade da pedra, tribos eslavas habitaram a região da Ucrânia.
No ano de 482, fundaram a cidade de Kiev e, no fim do século IX, uniram-se em uma confederação chamada Rússia de Kiev. Mas esse território se desintegrou em diversos principados, foi invadido pelo Império Mongol no século XIII e trocou de mãos entre o Reino da Polônia, o Czarado da Moscóvia e, finalmente, o Império Russo. Com a Revolução Bolchevique de 1917, que pôs fim à era dos czares russos, grupos políticos e militares entraram em choque na Guerra de Independência da Ucrânia, até que, em 1922, foi fundada a União Soviética, tendo a Ucrânia como uma de suas repúblicas constituintes.
Dez anos mais tarde, uma tragédia: políticas adotadas pelo governo soviético, liderado por Stálin, levaram milhões de ucranianos à morte na Grande Fome entre 1932 e 1933. Em 1949, em meio às disputas de poder da Guerra Fria, os Estados Unidos e seus aliados estabeleceram a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN, um pacto de segurança coletiva para conter a expansão soviética. Quatro décadas mais tarde, a Guerra Fria chegava ao fim.
A União Soviética se desintegrou em 1991, dando origem a várias repúblicas independentes – uma delas, a Ucrânia. Com o memorando de Budapeste, assinado em 1994, Ucrânia, Belarus e Cazaquistão transferiram para a Rússia as antigas armas nucleares soviéticas sob sua posse e aderiram ao TNP, recebendo em troca garantias de segurança. A Rússia, sucessora legal da União Soviética, passou a defender que a OTAN não deveria se expandir para o leste europeu, pois isso representaria uma ameaça à segurança do país.
Em resposta, os membros da OTAN afirmavam que a aliança seria meramente defensiva. O Pacto Atlântico prevê uma política de portas abertas para Estados europeus que queiram aderir à OTAN. E, a partir do fim dos anos 1990, 14 países do leste europeu ingressaram nela.
Além disso, o apoio de países ocidentais a movimentos populares em países vizinhos à Rússia reforçou no governo russo a percepção de ameaça. Na presidência de Vladimir Putin, a política externa da Rússia voltou-se à busca do prestígio internacional e da reafirmação do país como uma grande potência. Em 2014, a Rússia incorporou a península ucraniana da Crimeia ao seu território, afirmando estar protegendo populações de origem russa naquela região.
A Crimeia, localizada no norte do mar Negro, havia sido transferida pelo governo central soviético à Ucrânia em 1954. A anexação da Crimeia levou a Rússia a sofrer uma série de sanções econômicas e políticas: o país foi excluído do G8, sua adesão à OCDE foi interrompida, e a OTAN suspendeu a cooperação com o governo russo. Diante da manifestação de interesse da Ucrânia de aderir à OTAN e à União Europeia, a Rússia passou a exigir o fim da expansão da OTAN para o leste e a retirada de armas e de tropas estrangeiras da Europa oriental.
Mas afinal, qual é a importância geopolítica dessa região? No começo do século XX, o geógrafo inglês Halford Mackinder defendeu que a Eurásia, localizada entre o leste da Europa e o norte da Ásia, é o coração do mundo, rico em recursos e situado em uma posição estratégica. E, segundo ele, quem comandar essa região dominará o mundo.
Mais de um século depois, esse território está no centro de algumas das principais disputas geopolíticas atuais. Ainda em 2014, duas regiões separatistas do leste ucraniano, Donetsk e Luhansk, proclamaram sua independência. Com os Acordos de Minsk, Rússia e Ucrânia buscaram estabelecer um cessar-fogo nessas regiões conflagradas, mas sem sucesso.
E em fevereiro de 2022, a Rússia reconheceu a independência dessas autodenominadas “Repúblicas Populares” no leste ucraniano, assinando com elas acordos de amizade, cooperação e assistência mútua. Logo em seguida, as forças armadas russas iniciaram os ataques ao território da Ucrânia. A Rússia é a maior potência nuclear do mundo, detém mais de 6 mil ogivas nucleares e conta com cerca de 900 mil militares na ativa e 2 milhões na reserva.
Já a Ucrânia tem 200 mil na ativa e 900 mil reservistas – e nenhuma arma nuclear. Como a Ucrânia não é membro da OTAN, o início da ofensiva russa contra o território ucraniano não acionou o mecanismo de segurança coletiva da aliança, que prevê que um ataque contra um de seus membros deve ser revidado por todos os demais. Vários países adotaram sanções à Rússia em setores como aviação, comércio, comunicações e finanças e comprometeram-se a apoiar a Ucrânia com equipamentos militares, ajuda financeira e assistência humanitária.
Na ONU, a Assembleia Geral, com o apoio do Brasil, criticou a agressão da Rússia à Ucrânia, demandou respeito ao direito humanitário e conclamou as partes a alcançar uma solução pacífica para o conflito. E no Conselho de Segurança, a Rússia usou seu poder de veto para impedir que um projeto de resolução que condenava a agressão russa à Ucrânia fosse aprovado. Quer continuar aprendendo sobre política internacional de maneira descomplicada?
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