[Música] K [Música] Muito boa noite, meus caros, sejam bem-vindos à nossa conversa de sexta-feira. Sempre uma alegria tê-los por aqui. Nessa sexta-feira, nós falaremos a respeito de três mártires brasileiras. Vamos falar um pouquinho a respeito da vida das beatas Isabel Mir Campos, de Barbacena, Minas Gerais, K Broc, da cidade de Mui, e Albertina, da diocese de Tubarão, em Santa Catarina. Perdão, em Maruí, na cidade de Albertina Berkenbrock. E, depois, por fim, a beata Benigna Cardoso. A beata Benigna foi reconhecida e elevada à honra dos altares mais recentemente, então falaremos também dela. Quando a gente
olha para a história do Brasil, a história da Igreja do Brasil, nós vemos uma riqueza muito grande que às vezes é desconhecida por boa parte dos brasileiros, que não têm ideia dessa riqueza humana. Os santos, os beatos que nós temos aqui no Brasil e essas três beatas são mártires da castidade. O que as une, além da fé comum, são também as circunstâncias do seu martírio. São meninas e uma moça. A Isabel Cristina, de Barbacena, já era adulta, já era moça, estudante de medicina, quando foi violentada. E, para preservar a sua pureza, a sua integridade, lutou
bravamente ali para se preservar. Então, ela já era adulta, mas as outras duas meninas, a Benigna Cardoso e a Albertina Berkenbrock, eram jovenzinhas. E essas nossas beatas foram comparadas muitas vezes com Santa Maria Goretti. Santa Maria Goretti é a santinha italiana canonizada pelo Papa Pio XII na década de 50. Maria Goretti, também jovenzinha, foi vítima de um estupro e resistiu bravamente, levando 14 facadas do seu algoz, Alexandre Serenelli. E ela perdoou Alexandre Serenelli e disse ainda à mãe que o queria junto dela no céu. Então, Santa Maria Goretti se tornou, assim, este ícone da castidade,
da luta pela pureza, e as meninas brasileiras acabaram também sendo comparadas com Santa Maria Goretti, também pelas circunstâncias do martírio. A Igreja entende que, para caracterizar martírio, deve-se ter algum tipo de ação que leve à morte da pessoa e que isso seja motivado ou por ódio à fé ou por uma violência que gera uma resistência também por conta da fé. É o caso dessas meninas. Por conta do seu princípio de fé, Isabel Cristina, Albertina e Benigna resistiram às investidas dos seus agressores. Esses agressores, mesmo sabendo, vendo, percebendo a resistência dessas meninas, insistiram. Então, é também
um ódio à fé, à fé que essas meninas professavam, aquilo que elas queriam, aquilo que elas desejavam para suas vidas. Então, vamos olhar para a vida dessas três meninas, que são um verdadeiro tesouro para a Igreja do Brasil. Eu começo pela Albertina Berkenbrock. Albertina nasceu e morreu na cidade de Imaruí, Santa Catarina, de Tubarão. Ela nasceu no dia 11 de abril de 1919, no começo do século, e foi assassinada aos 12 anos de idade, no dia 15 de junho de 1931. Então, ela é a primeira destas mártires da castidade a ser elevada à honra dos
altares aqui no Brasil. Ela é chamada de a Maria Goretti brasileira ali em Santa Catarina. Ela era uma menina que nasceu e viveu numa fazenda, numa colônia ali no interior de Santa Catarina. Os pais eram descendentes de alemães. Então, a família toda veio da região de Münster, na Alemanha, e migraram de lá para cá, e, junto com outros alemães e descendentes, estabeleceram uma colônia ali em Maruí. Assim que ela faleceu, e depois dessa morte brutal, Albertina foi degolada, foi decapitada. Não chegou a separar a cabeça do corpo, mas teve o pescoço cortado pelo seu agressor.
E, imediatamente, já no seu velório, ela começou a manifestar alguns sinais, e as pessoas já notaram a santidade que havia ali naquela menina. Inclusive, há um milagre no velório de Albertina, que eu vou contar daqui a pouco. Então isso fez com que as pessoas de imediato começassem a venerá-la. Essa veneração se estendeu por muito tempo; era algo regional ali de Santa Catarina, mas, em 2007, o Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heroicas da menina Albertina, e ela foi então beatificada. O processo corre, e ela precisa ainda da canonização, que é o passo final. E, então,
para entender um pouco da vida da beata Albertina, eu peguei alguns dados aqui. Ela nasceu numa localidade chamada São Lunadinho, do município de Maruí, no estado de Santa Catarina. Os pais dela eram agricultores de origem alemã; os pais se chamavam Henrique e Josefina Berkenbrock. Ela teve, além dela, mais oito irmãozinhos, entre meninos e meninas, oito crianças. Então, a família Berkenbrock veio da região de Münster, na Alemanha. Ela foi batizada já no dia 25 de maio; nasceu em abril e foi batizada no dia 25 de maio de 1919, e foi crismada no dia 9 de março
de 1925, e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928. Então, ela teve uma vida simples, humilde, foi educada no seio dessa família católica. O pai e a mãe eram pessoas muito simples, mas rezavam terço, rezavam alguns ofícios, tinham o seu oratório em casa e sempre ensinaram os filhos a ter uma prática religiosa. Então, os filhos todos acompanhavam os pais à missa, rezavam juntos em casa. Então, é uma vida de uma igreja doméstica, digamos assim, muito viva. Ainda jovenzinha, né, criança, ela já decorou todas as orações, então ela sabia todas as orações
decoradas, mais o Ângelus e mais algumas outras, e os pais perceberam que, desde pequenininha, ela conseguia se recolher com grande facilidade. Mesmo rezando o terço, ela conseguia fugir dos barulhos externos, se concentrar e rezar bem. Então, isso chamou a atenção já dos pais e também... Da própria comunidade, né? Então, ela também participou muito das festas religiosas, das festividades todas que aconteciam ali no vilarejo, né? Onde ela cresceu, chamado São Luís. Era uma menina que se confessava com frequência, ia regularmente à missa com fervor. Ela preparou-se muito para a primeira comunhão e falava muitas vezes da
Eucaristia. Ela fazia sempre uma referência de que o dia da primeira Eucaristia dela havia sido o dia mais feliz da vida dela, porque Jesus entrou no seu coração, né? Então, era de fato uma menina que, desde os primeiros anos, já demonstrava algumas características que escapavam do normal das crianças da sua idade. E aí, quando ela começou a fazer a catequese, ela se deparou com alguns pontos da doutrina católica, principalmente as obras de Misericórdia corporais e espirituais. Ela começou a se aplicar nisso, em obras de Misericórdia, em orações. Ela tinha esse interesse, né, de manter uma
fé viva e de ter essa intimidade com Deus, essa aproximação com Deus, né? E na medida em que as meninas da sua idade iam crescendo e se interessando por outras coisas, a Albertina continuou sempre muito interessada pelas coisas de Deus. Ela, ainda menina, costumava fazer pequenas cruzinhas de madeira e as colocava em pequenos sepulcros, né? Como se fosse um cemitério. O brinquedo dela era fazer essas pequenas cruzes e montá-las como se fosse um cemitério, né? Curioso isso, né? Já parecia até uma imagem um tanto quanto profética da vida curta que ela teria e do martírio
que ela sofreria. Ela fazia essas cruzinhas e também dava aos seus irmãozinhos. Enfim, ela tinha esse costume, né, onde ela plantava essas cruzes, depois deitava com muitas flores, né? Esse espaço onde ela colocava ali essas cruzinhas. Então, esse era um hábito da menina Albertina. E foi nesse ambiente, né, que ela cresceu e começou a ajudar os pais, tanto no trabalho da roça quanto no trabalho de casa. Então, ela ajudava naturalmente a cuidar dos irmãos menores, a trocar fraldas, lavar roupa, limpar a casa. Isso ainda criança, já fazia tudo isso, né? Era uma menina muito dócil,
extremamente obediente aos pais, muito paciente e sacrificada, né? Tinha uma noção do valor do sacrifício. E mesmo quando os irmãos dela se aproveitavam dela, né, no sentido de que deixavam as coisas para ela fazer, e às vezes alguns dos irmãos dela inclusive batiam nela, ela tinha outros irmãos que investiam assim, batendo nela, vindo para cima. E ela sempre foi muito dócil, a ponto de não revidar, de sempre recorrer aos pais para que pudessem intervir e não ela mesma. Então, ela muitas vezes suportava isso em silêncio. E quando ela descobriu que os sofrimentos podiam ser oferecidos
a Jesus, ela começou a fazer isso. Então, ela sofria todos esses contratempos que os irmãos impunham a ela, oferecendo tudo a Jesus como sacrifício. E fora de casa também, não só dentro de casa. Ela era exemplar, mas fora de casa também, né? As próprias colegas ficavam admiradas pelo comportamento da Albertina, e os adultos também. E ela assim era considerada uma aluna. Ela foi para a escola, criança, e tinha uma escolinha local ali em São Luís. Ela foi para essa escola ainda bem pequena e era estimada pelas professoras e admirada pelos colegas, né, pelo comportamento dela.
Ela teve um professor que a elogiava muito para os pais, falando, né, inclusive das qualidades intelectuais, espirituais e morais que Albertina tinha. Então, ela era muito elogiada pelo pai, né, e isso a fazia se destacar, se distinguir. Então, ela aprendeu bem o catecismo, decorou o catecismo, conheceu os mandamentos de Deus, o significado dos mandamentos. Entendeu que ela devia se vestir de maneira modesta e que deveria fazer de tudo para guardar a sua pureza e a sua castidade. Isso foi na catequese; a catequese inoculou nela esse desejo da preservação da pureza e da castidade, né? Então,
ela passou a viver assim, né, buscando esse bem, essa santidade de vida. A caridade dela era muito grande. Ela também gostava de acompanhar as meninas mais pobres, de jogar com elas, de conversar com as meninas mais pobres que às vezes eram excluídas pelas outras. Albertina tinha essa atenção por essas outras crianças de uma condição mais modesta. E sempre que ia para a escola, ela dividia o lanche, ela dividia o seu pão com as meninas que eram mais pobres, né? Então, no intervalo das aulas, muitas e muitas vezes, Albertina ficou sem lanche para repartir o lanche
com as meninas que tinham menos que ela. Então, aqui já vemos uma alma grande, né, já alargada. Ela teve, inclusive, uma especial caridade para com os filhos de uma família que era muito simples, que era muito pobre, né? Eram os filhos de um homem chamado Indalo Cipriano Martins, também conhecido como Manoel Martins da Silva ou Maneco Palhoça, que trabalhava na casa do pai dela, era um empregado do pai dela e que seria o agressor dela, que a mataria. Este homem, que foi o assassino de Albertina, tinha os seus filhos que eram cuidados pela Albertina. Albertina
repartiu o lanche com os filhos dele, né, toda atenção e todo cuidado. E esse homem, justamente esse homem, seria o assassino dela. É triste pensar nisso, né? Muitas vezes, Albertina deu de comer também a ele, sabendo da condição dele. Volta e meia, ela dava um pedaço de pão, alguma coisa a esse homem e também aos filhos pequenos, né? Os filhos pequenos desse indício muitas vezes brincavam com Albertina, e ela cuidava deles como cuidava dos irmãos, acariciando essas crianças e carregando-as no colo. Carregando-os no colo, né? E ainda essa questão, né, do cuidado dela com os
filhos desse homem. Tem ainda um ponto importante: esse homem chamado Indício, né, ou Manoel Palhoça. Ele era negro e vivia no meio de uma colônia alemã, onde muitas vezes havia um certo racismo. Havia uma certa diferença que os próprios colonos faziam em relação aos negros, e esse homem era muito bem tratado pelo pai dela, o pai da Albertina, né, o seu Henrique Berken Brock, e era muito bem tratado por ela. E os filhos dele eram cuidados por ela. Então, isso é ainda mais duro quando a gente pensa que esse homem, que recebeu dela tanta ajuda,
tanto carinho, tanta atenção — e aquela família, a Berken Brock em especial, não foi racista — deu a ele oportunidade de trabalho. Essa oportunidade foi negada em muitas outras fazendas, mas o seu Henrique Berken Brock quis trazer esse senhor para trabalhar ali; deu essa oportunidade, né? Então, isso torna a situação ainda mais grave, né? Então, essas atitudes todas mostram que Albertina era uma menina que viveu de acordo com o conhecimento que ela podia ter na época das coisas de Deus. Ela procurou conhecer o máximo que podia, recebeu os sacramentos, tinha uma vida de fé e
tinha uma prática de caridade que destoava das outras meninas, que não estavam tão preocupadas com isso. Mas ela estava. E aí acontece que, no dia 15 de junho de 1931, a Albertina, a pedido da própria família, foi procurar um boi que tinha fugido, né? Mandaram ela buscar o boi, achar onde estava o boi e trazer de volta pro curral. De repente, ela vê ao longe, né, os chifres no meio do mato ali e corre naquela direção, né, pensando ser seu boi, para ela conseguir trazê-lo de volta. Ela vinha com uma varinha na mão, mas eram
outros bois que, na verdade, estavam amarrados, não o boi-fujão. Então, ela foi procurando. Como surpresa, né, o que ela vai encontrar ali perto daqueles bois? Ela encontra o empregado do seu pai, o Maneco Palhoça, ou Indício, que estava carregando feijão numa carroça. E aí Albertina pergunta para ele; ela era conhecida dele, ele era conhecido dela. E aí, então, ela pergunta a respeito do boi, se ele não tinha visto o boi. Ela estava procurando; o pai tinha mandado ela ir, a mãe também estava preocupada. E esse homem, então, deu uma pista falsa. E aí, nós vemos,
né, o mal, a tentação, a ação do mal. Ele deu uma pista falsa, falou: "Ah, ele foi por aqui, eu vou ajudar você a encontrar o boi" e foi se encaminhando, levando a menina para um lugar mais ermo, justamente já concebendo, né, o seu crime, né, a sua tentativa de estupro. Ela era uma menina de 12 anos de idade; era uma criança. E então esse homem dá essa pista falsa e vai levando-a até esse lugar, imaginando o seguinte: como ela era uma criança — depois ele vai falar isso no depoimento à polícia — como ela
era uma criança, muito dócil, muito amável, ele imaginou que o abuso, né, teria sucesso e ela se manteria calada pelo constrangimento de mencionar esse tipo de coisa, né? Isso ele mesmo vai falar depois, né? E aí, muito bem, então esse homem, inclusive, ele tinha um histórico que não era bom. Um tempo antes, ele havia violentado uma outra criança, uma outra menina, e então ele teria dito, né, nessa tentativa de satisfazer esses desejos absurdos dele: "Hoje eu tenho que matar alguém." E caso a garota não aceitasse, ele havia planejado usar o canivete para forçá-la. Então, Albertina,
conforme a história local, ela seguiu a indicação do Maneco, se embrenhou pela mata e, ao receber alguns ruídos que ela pensava serem provocados pelo boi, eis, porém, que ela dá de cara com o Maneco. Ele mandou ela ir numa direção; ela foi no meio de uma aroeira para procurar o boi, ele contornou e entrou na aroeira. E aí ela escutou aquele barulho, achou que era o boi. De repente, ela dá de cara com o Maneco; ele estava no meio do mato, longe de casa, e ela fica, né, petrificada, parada. Ele mesmo vai descrever o que
aconteceu com a menina; nós só sabemos das circunstâncias do martírio por conta dele, o próprio agressor. Ela ficou petrificada; ela estava sozinha no meio daquele mato, com aquele homem muito mais forte que ela na frente dela. Então, esse Maneco teria proposto a ela, teria falado para ela o que ele queria. Mas Albertina foi decidida; ela falou: "Não, a minha pureza é de Jesus, eu sou de Jesus, de jeito nenhum, né? Isso é pecado, isso é feio." E ela disse com as palavras de criança, com aquilo que ela sabia, para defender a sua castidade. Mas ela
sabia que aquilo que estava sendo proposto era errado aos olhos de Deus. Então, Maneco tentou se apossar dela à força; ele investiu para cima dela e tentou agarrá-la à força, e ela não se deixou subjugar. Ela esperneou, se bateu, gritou, mas estava muito longe, né, da sua casa. E aí, segundo os relatos históricos do martírio, né, da Albertina, ela lutou, tirando força de não sei onde, né, para manter ali. Imagina o desespero dessa criança! Ela quase o derrubou; ela quase conseguiu derrubar esse homem, mas ele a subjugou, né? Em algum momento ele é que a
derrubou e conseguiu segurá-la e, mesmo com todas as tentativas de fazer alguma coisa, ele chegou a agarrar essa menina e tentar pressionar, colocar o seu peso sobre ela, quase que sufocando. E ela fez o quê? Ela puxou o vestido o mais que pôde para baixo, tentando proteger, cobrir. O máximo que ela pudesse do próprio corpo. Então, esse homem derrotado, ali moralmente por essa menina que disse: "Isso é errado aos olhos de Deus, isso é pecado, isso é feio." Então, o que ele faz? Ele saca o canivete e assassina Albertina por vingança. Ele agarra a menina
pelos cabelos, afundou o canivete no pescoço dela e a matou por degola, mas não conseguiu violá-la. Não conseguiu violá-la. E aí o assassino despistou o crime e disse, né, pra própria família, para todo mundo ali que trabalhava na fazenda que ele havia encontrado o corpo de Albertina. Então, ele se colocou ainda como o herói da situação, estava andando por ali e se deparou com a menina assassinada, sangrando ali no chão daquela aroeira, aquela mata fechada. E aí, ele colocou toda a culpa, né, da morte da menina e da tentativa de assédio, porque a menina estava
com a roupa rasgada e com vários hematomas. Então, deu para ver que ela lutou. E esse Maneco Palhoça joga a culpa num sujeito chamado João Candinho, né, que era um outro trabalhador ali. Ele vai dizer com todas as letras: "Não foi esse homem que matou Albertina." Esse João Candinho era mais moço, né, que o Maneco Palhoça, era mais jovem. Ele foi preso pelas autoridades policiais. Ele jurou a própria inocência, aos prantos. Ele era inocente mesmo, mas foi tudo inútil, né. Ele acabou preso e os colonos que testemunharam tudo, viram aquela cena toda, conheciam um Candinho,
conheciam um Maneco. Os colonos, os outros empregados da fazenda dos Brock, começaram a se perguntar: "Mas será que não foi o assassino real? Será que não foi o Maneco? Ele está tão interessado em solucionar o problema, será que não foi ele?" Então, as pessoas começaram a desconfiar dele. E aí, as testemunhas do processo de beatificação contam o seguinte, né: que esse Maneco foi ao velório de Albertina. Ela foi velada na casa dos pais, né, na propriedade onde eles moravam. E todas as vezes em que ele entrava na sala onde estava o caixão, ou que ele
passava ali por perto, o que acontecia? A ferida do pescoço de Albertina vertia sangue. Na ausência dele não vertia sangue, mas na presença do assassino, a ferida vertia sangue. Então, isso foi visto por aquelas pessoas como um primeiro milagre da beata Albertina. E começaram a pensar: "Será que não é ele o assassino? Porque quando ele se aproxima, o corpo verte sangue. Não é natural isso, não é normal isso." E o povo então já estava muito desconfiado. Esse Maneco começou a planejar sua fuga. Ele ia fugir porque seria descoberto. Dois dias depois, chega até ali o
prefeito de Maruí, que acalmou a população da região de São Luís e mandou soltar o Candinho, que jurava inocência. Então, ele foi até a capela, o prefeito de Maruí, a capela que existia ali no bairro onde o rapaz também morava. Pegou um crucifixo e, acompanhado por Candinho e outras pessoas, foi até a casa do pai de Albertina. Isso aqui está tudo no processo de beatificação. Então, ele colocou sobre o peito da menina morta a cruz e mandou também que João Candinho colocasse as mãos sobre o crucifixo e jurasse que ele era inocente. Em cima do
corpo de Albertina, colocou a cruz e mandou João Candinho jurar sobre a cruz que ele era inocente. Ao fazer isso, segundo os presentes, a ferida de Albertina parou de sangrar. Quando João Candinho jurou inocência, ele era inocente mesmo. É como se Albertina dissesse: "Não, de fato ele é inocente." No entanto, o Maneco fugiu. Ele chegou a fugir, mas, quando ele fugiu, deu razão à desconfiança dos colonos. E aí a polícia foi atrás e conseguiu prendê-lo, né, na altura de Aratingaúba. Então, ele foi preso. Nessa altura, depois, ele acabou confessando o crime e confessou outros crimes
também que havia cometido. Ele confessou um crime que tinha cometido em Palmas, na cidade de Palmas, onde matou um sargento. Depois, confessou o assassinato de um homem em São Ludgero, ali no sul. Depois, teria revelado que matou Albertina porque ela se recusava a ceder à sua intenção de manter relações sexuais com ela. Então, ele foi confessando esses crimes. Tendo confessado esses crimes, ele foi levado preso pelo processo, ele foi condenado, foi levado à penitenciária. Se comportou bem, né, dentro da prisão. Foi um presidiário que teve um comportamento considerado adequado, ali, em vista dos outros presos.
E aí, ele esteve na prisão e, depois de alguns anos, faleceu. Apesar de Albertina ter tido, assim, uma morte terrível, ela continuou sendo um exemplo para toda a região. As pessoas iam até o túmulo dela para rezar, para fazer pedidos, sobretudo curas de crianças. Muita gente começou, como Albertina era uma criança, a pedir a cura das crianças. Muitas graças começaram a ser alcançadas. Na 44ª Assembleia Geral da CNBB, em 2006, a própria Assembleia da CNBB elaborou um pedido ao Papa Bento XV de uma certa celeridade em alguns processos de beatificação e canonização aqui do Brasil.
E aí foi nessa Assembleia dos bispos que foi pedido essa aceleração no processo da Albertina, e ela era mártir, né, então nem precisaria de um milagre para ser beatificada, né. E aí, então, foi feito esse pedido, junto com o pedido da Albertina. Eles pediram a beatificação da Lindalva Justo de Oliveira, uma irmã da Congregação de São Vicente Paulo, tudo brasileiro, Albertina Berkenbrock, brasileira também, Manoel Gomes Gonzales e Adílio Daron, que são os mártires de Nonoai, no Rio Grande do Sul. É o padre. E o coroinha que foram assassinados: Francisca é de Paula de Jesus, Axica
e Dulce Lopes Pontes, a irmã Dulce. Então, esses foram os pedidos apresentados. E aí, o decreto de beatificação foi assinado no dia 16 de dezembro de 2006, e Albertina foi beatificada no dia 20 de outubro de 2007. Nós não temos, assim, muita referência; eu, pelo menos, não achei a respeito de um possível arrependimento do algoz de Albertina, né, o Maneco Palhoça lá. Então, não sei dizer se houve uma conversão ou não por parte dele, mas o fato é que o culto a Albertina já era corrente ali desde o momento da sua morte. O seu velório
já foi um grande testemunho de fé daquelas pessoas que viviam ali. E aí, em 2007, a Igreja reconheceu oficialmente uma Beata brasileira. Então, nós devemos também invocá-la, rezar, contar a sua história para crianças e adolescentes, né? Hoje, num tempo de hipersexualização, onde os nossos jovens e adolescentes se esforçam para perder a pureza, para perder a virgindade, o exemplo dessas meninas é um exemplo eloquente de que vale a pena se preservar, vale a pena servir e amar a Cristo através da castidade. Não que a sexualidade, né, e o exercício do sexo sejam condenados; pelo contrário, é
uma invenção divina. Deus deseja, mas Deus deseja dentro do matrimônio. É isso que nós devemos, né, sobretudo quem lida com os jovens, quem é catequista e tudo mais. Então, o exemplo dessas meninas é eloquente para o nosso tempo, sobretudo um tempo onde a castidade é tão desvalorizada. Depois, a segunda vida notável, né, nessa defesa da castidade, é a da menina Benigna Cardoso da Silva. A Beata Benigna, ela é chamada de Benigna lá no Nordeste. Ela nasceu em Santana do Cariri, no dia 15 de outubro de 1928. É contemporânea da Albertina, né? Elas eram contemporâneas: uma
no Nordeste e outra no Sul do Brasil. Então, a menina Benigna nasceu em 1928 e faleceu no dia 24 de outubro de 1941. É uma jovem brasileira que foi assassinada aos 13 anos de idade; Tina, aos 12, Benigna, aos 13, uma adolescente, né? Por defender-se de uma tentativa de estupro, também de um jovem que, enfurecido, a golpeou várias vezes com um facão. Albertina foi degolada; a menina Benigna, golpeada com um facão. Ela é considerada uma mártir da castidade e passou a ser venerada oficialmente, né? É quando a Igreja começou a encaminhar isso, mas ela já
tinha uma veneração popular em Santana do Cariri. Já havia essa devoção também, como Albertina, assim que ela morreu. A devoção popular já começou. Então, a Benigna, em 2011, a diocese do Crato, no Ceará, deu início ao seu processo de beatificação. Em 2013, a causa foi aceita pelo Vaticano, e Benigna então foi declarada serva de Deus. Em 3 de outubro de 2019, a Santa Sé promulgou, por mandato do Papa Francisco, o decreto de reconhecimento do seu martírio, abrindo a possibilidade da sua beatificação. E aí ela foi beatificada no dia 24 de outubro de 2022, pelo Cardeal
brasileiro Dom Leonardo Steiner, que é o Arcebispo de Manaus. Dom Leonardo foi enviado como legado do Papa para beatificar a menina Benigna. Foi uma celebração muito bonita; se vocês procurarem na internet, vocês conseguem assistir à cerimônia de beatificação da menina Benigna. Benigna nasceu numa propriedade rural, um sítio chamado Oitis, num povoado chamado Inhumas, em Santana do Cariri, mesmo, né, ali no Ceará. Ela era a mais nova de quatro filhos de Teresa Maria da Silva e José Cardoso da Silva, o pai e a mãe. Teresa Maria e José Cardoso; os irmãos de Benigna chamavam-se Carmélia, Alderi
e Cirineu. Benigna não conheceu o seu pai, que morreu antes dela nascer, e perdeu a mãe com apenas um ano de idade. Então, a vida da Beata Benigna foi, é, uma vida bastante marcada já por esse sofrimento, né? A orfandade, a ausência do pai e da mãe, né? Ela e os irmãos foram adotados por duas irmãs, né, Rosa e Honorina Sisnando Leite. Elas eram proprietárias do sítio Oitis e cuidaram para que Benigna frequentasse a escola e fosse às missas. Então, elas eram as patroas, né, dos pais. Quando viram, né, que morreu o pai, depois morreu
a mãe, então elas adotaram as crianças e passaram a cuidar da educação, a educação escolar e a educação religiosa também, né? A Beata Benigna vai receber essas duas irmãs; não são conhecidos, atualmente, registros fotográficos da menina Benigna. Embora ela seja mais recente na história, na pesquisa do processo de beatificação não encontraram fotografias, né? Existe apenas um retrato falado que, segundo quem conheceu pessoalmente a menina Benigna, dizem que não tem semelhança com a menina mesmo, né? As pessoas que conheceram ela. Então, existem aí algumas pinturas que parecem não ser muito fiéis à feição mesmo dela, né?
A Benigna, de acordo com os relatos de quem a conheceu, tinha traços mais fortes; ela tinha um rosto pequeno, um cabelo mais curto, nariz mais achatado; era bem moreninha. Ainda segundo os relatos, ela era uma aluna, né, exemplar; uma menina delicada, uma menina assídua, né, às missas e às aulas na escola que ela frequentou. Ela frequentou muito a matriz de Santana, em Santana do Cariri, e ela também era uma menina muito dada ao trabalho doméstico; era boa para trabalhar, não tinha preguiça. Era uma menina que limpava a casa, cozinhava, ela aprendeu isso muito cedo, né?
E ela ajudava muito as mães adotivas, as duas irmãs que adotaram ela e os irmãos, né? Essas duas irmãs já eram mais idosas, então a menina Benigna não só era uma companhia para essas senhoras idosas, como era também um auxílio mesmo ali dentro de casa, cozinhando, limpando, cuidando, né? Das mães adotivas, ali, né? Enfim, então, era uma menina que se destacava. Era estimada também por todas as pessoas, tinha, era uma menina muito piedosa, era uma menina de rezar muito, né? E também Benigna será surpreendida por uma tentativa de assédio que resultou no seu assassinato. Só
que isso não foi de uma vez, e essas investidas começaram em tom de brincadeira e foram evoluindo. Quando a gente lê, hoje em dia, né, esses relatos de abuso sexual, a gente vê que é um perfil que se repete. Às vezes, a coisa tem um tom de brincadeira. Se a pessoa bota um freio e fala: "Não, não foi só uma brincadeira e tal", e é um perfil típico das pessoas que têm, né, esse tipo de tendência de transtorno. E foi isso que aconteceu com a menina Benigna. O agressor dela era um sujeito chamado Raul Alves
Ribeiro. Era um rapaz de 17 anos na época e morava nas proximidades do sítio Oitis. Esse rapaz começou com brincadeiras com a menina Benigna, e ela sempre o rejeitava e dizia que não queria saber de nada, né? Que aquilo não era certo. Ele começou a se sentir rejeitado por ela e a conceber a ideia de forçá-la, e se ainda assim ela não quisesse, de matá-la. Então, a coisa já atingiu um nível bem mais grave. Com o tempo, a jovem, diante dessas investidas desse rapaz, procurou o padre da cidade numa confissão e relatou o que estava
acontecendo. Era o padre Cristiano Coelho Rodrigues, que aconselhou a menina a resistir firmemente e ainda presenteou a menina Benigna com um livrinho ilustrado com várias histórias bíblicas e disse: "Resista, isso é pecado contra a castidade. Você não tem idade para isso." Então, ela foi muito bem instruída pelo sacerdote, mas o rapaz, Raul, continuou insistindo e foi se tornando violento. Depois de várias tentativas sem sucesso, na tarde do dia 24 de outubro de 1941, ao saber que Benigna iria buscar água numa cacimba próxima de casa, ele decidiu esperá-la escondido no meio do mato, na vegetação. É
por isso que a menina Benigna, Beata Benigna, geralmente é sempre assim desenhada, representada. Até a imagem dela tem uma espécie de moringa, um cântaro para colocar água, né? Um cântaro de barro para recolher a água e levar para casa. E era o que ela tinha ido fazer. Ela foi até uma cacimba buscar água e ele ficou ali escondido. E no meio do caminho, o que ele fez? Ele a surpreendeu, pulou na frente dela e tentou agarrá-la à força. A Benigna tinha 13 anos de idade. Ela resistiu do modo que pôde. Como Albertina, imagine o desespero
dessas meninas, né? Ela esperneou, bateu, chorou e fez ali o que pode para tentar conter a fúria daquele rapaz. Ela resistiu bravamente. Então, ele trazia consigo um facão e o que ele fez? Ele sacou esse facão, tentando segurar a menina, e cortou três dedos dela, como que para dizer: "Olha, estou fazendo isso. Eu posso te matar, ou você cede ou eu vou te matar." Ele cortou três dedos. Então, ele ainda torturou, cortou três dedos da mão direita da menina. Ela esboçou um gesto automático de defesa, tentando se cobrir do segundo golpe de facão. Quando ele
foi dar o golpe, ela tentou parar, mas o golpe atingiu a testa. O terceiro golpe atingiu os rins. O quarto golpe, que foi o mais fatal de todos, foi dado no pescoço e quase degolou o pescoço. Só não separou a cabeça do corpo, mas quase cortou totalmente. E aí ele a matou de fato. Quando esse rapaz viu o que tinha feito, todo aquele sangue, o facão, tudo que ele tinha feito, ele correu. Ele fugiu. O corpo de Benigna foi deixado ali e foi encontrado pelo seu irmão, um dos irmãozinhos dela que foi procurar por ela
e a encontrou. Era o irmãozinho dela, chamado Cirineu. Curioso isso, né? Cirineu é aquele que ajudou Jesus a carregar a cruz, e é justamente o irmãozinho chamado Cirineu que chega ali. Mas já não havia mais o que fazer, ela já estava morta. O cadáver então foi levado para ser periciado e sepultado na manhã do dia seguinte no cemitério público, ali, o cemitério de São Miguel. A polícia, então, começou uma investigação, né, para descobrir o autor daquele crime. Alguns suspeitos foram presos, inclusive o irmãozinho dela, o Cirineu, que encontrou o corpo. Foi preso também, ele jamais,
coitado, faria isso, mas foi considerado suspeito até que Raul, o verdadeiro criminoso, foi capturado. Cinquenta anos depois do assassinato da menina Benigna, ela foi morta em 1941. Cinquenta anos depois, o criminoso voltou ao local do crime, que se tornara um ponto de peregrinação, e ele se declarou ali, cinquenta anos depois, profundamente arrependido pelo que havia feito. Então, nós sabemos que se retratou como o assassino de Santa Maria Gorete. O assassino de Santa Maria Gorete se converteu, se converteu, pediu perdão à mãe de Santa Maria Gorete, se converteu e trabalhou junto com os franciscanos até morrer.
Então, foi uma conversão sincera. E o agressor da menina Benigna também. Ela foi considerada uma heroína da castidade, né? E o túmulo dela rapidamente começou a ser alvo de peregrinação, as pessoas pedindo graças, as pessoas colocando objetos, agradecendo por graças alcançadas. A menina Benigna foi, então, que o padre que conheceu e foi o confessor da menina Benigna, o padre Cristiano Coelho Rodrigues, começou a tomar as primeiras providências, recolhendo testemunhos sobre a menina, recolhendo dados sobre a vida dela. Incentivou também o povo a que continuasse indo ao túmulo da menina. No tempo do assassinato, o padre
escreveu o seguinte: "Isso aqui está escrito no livro do Tombo da Paróquia e também está escrito no livro de registro de batismo da Paróquia de Santana do Cariri." Ele colocou ao lado do registro de batismo da menina Benigna a seguinte frase: "Morreu martirizada às 4 horas da tarde do dia 24 de outubro de 1941, no sítio Oitis, heroína da castidade. Que a sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa Santinha." Olha que interessante! Então, o padre já reconheceu essa santidade,
assim como aconteceu com Albertina lá em Santa Catarina, né? Que quase que de imediato começou essa veneração. Então, Padre Cristiano pediu à família de Benigna que desse a ele o pote de barro que a menina Benigna carregava no momento do assassinato. Ele guardou esse pote; esse pote existe ainda e é uma relíquia. Em tempos de seca, olha que interessante: o próprio Padre Cristiano costumava rezar por Benigna, pedindo a intercessão dela para que ela pedisse a Deus para que chovesse. E ele faz sempre um gesto simbólico: ele colocava o pote debaixo de uma bica d'água e
às vezes pegava a água desse pote e regava o pé do cruzeiro que ficava na Praça da Matriz, como uma maneira de pedir a intercessão de Benigna. E, quando esse pote da menina Benigna era usado e a intercessão dela era pedida, geralmente chovia. Então, já foi visto como um sinal, né, por aquela gente que viveu e conheceu a menina. Então, no local onde ela morreu, onde ela foi martirizada, foi erigido um monumento com uma cruz e, na beira da estrada, nas proximidades do distrito, né, do povoado de Inhumas, foi colocada uma lápide onde as pessoas
iam pagar promessas, acendiam velas e rezavam, pedindo a intercessão da jovem mártir. Em 2005, então, houve um projeto, né? A ideia de um projeto, e esse projeto a ideia era que ele fosse um mutirão para construir um santuário, um memorial para a menina Benigna. E esse memorial foi inaugurado, foi construído pelo povo, foi inaugurado e entregue à paróquia no dia 24 de outubro de 2005, que é o aniversário da morte, do martírio da menina Benigna. Então, ali estão expostos até hoje, quem vai até lá no memorial da menina Benigna encontra ali em redomas de vidro
o pote da menina Benigna. Esse pote ele foi guardado, né, o vestido da menina Benigna, que foi feito pela sua madrinha Irinei, Sisnando, o seu batistério, e duas esculturas em madeira mostrando a cena do martírio da menina, esculpidas por um devoto chamado Francisco Agostinho Pereira, o artista que esculpiu essas duas cenas. Em 2011, a Diocese do Crato fez o pedido de ingresso, né, do processo de beatificação. Foram feitas várias pesquisas para a abertura do processo e o postulador da causa foi o Monsenhor Vitaliano Matioli. Em 26 de maio de 2012, os restos mortais de Benigna
foram transladados à Igreja Matriz de Santana do Cariri e, em fevereiro de 2013, o Bispo do Crato, que era Dom Fernando Panico, recebeu então um aviso do Cardeal Angelo Amato da Causa dos Santos lá no Vaticano, concedendo o "nil obstat", ou seja, né, uma permissão do Vaticano para o processo começar em nível diocesano. E aí, Benigna foi reconhecida como serva de Deus, e aí a coisa foi se encaminhando. A partir de 2016, eles começaram a recolher, né, testemunhos na causa de beatificação de pessoas que viveram entre 1940 e 1980, eh, para tentar entender como foi
o assassinato da menina Benigna. De fato, o Papa Francisco reconheceu que há no caso de Benigna um martírio, um martírio real. Então, ele reconhece o martírio. E aí, em 2022, vem a beatificação da menina Benigna. Eh, e por fim, nós temos uma outra brasileira ilustre, além da Albertina e da menina Benigna, que é a Isabel Cristina. A Beata Isabel Cristina também é conhecida, né? O nome inteiro dela é Isabel Cristina Mirade de Campos. Eh, e a Isabel Cristina, ela... opa, deixa eu pegar as datas dela aqui, né, de nascimento e morte. Aqui, ela é uma
beata mais recente, né? Ela foi martirizada em 82 e era uma jovem estudante de medicina da cidade de Barbacena, Minas Gerais, e que estava estudando em Juiz de Fora. Então, o martírio foi em Juiz de Fora, mas ela é de Barbacena. Então, Isabel Cristina Mirade de Campos é o nome inteiro dela. Ela nasceu em Barbacena no dia 29 de julho de 62 e foi assassinada em Juiz de Fora no dia 1º de setembro de 82, aos 20 anos de idade. É uma jovem brasileira que foi, eh, considerada mártir também desde a primeira hora. É interessante
a Isabel Cristina, eh, eu me lembro, eu nunca tinha ouvido falar dela, assim que eu entrei no seminário em Aparecida, né? Tinha um padre que era de Barbacena, né, natural de Barbacena, já é falecido até, e ele carregava santinhos, né, com a oração pela beatificação da Isabel Cristina. Então, é interessante que ele já era, né, convencido da santidade dela e falava para nós: "Olha, ela era estudante, né? Vocês que estão aí com dificuldade nos estudos, rezem para ela." E eu me lembro que eu peguei um santinho da Isabel Cristina e guardei comigo, tenho até hoje,
né? E realmente, quando eu tinha alguma dificuldade ali no estudo, alguma coisa, eu sempre me lembrava dela que foi martirizada, eh, enquanto era estudante de medicina, né? Então, eh, ali em Barbacena, no entorno, ela é de fato muito conhecida e venerada, né? Então, ela era filha de José Mendes Campos. Helena Miranda Campos, eles eram descendentes de libaneses maronitas católicos de rito maronita, rito oriental católico ligado a Roma. Ela foi batizada no dia 15 de agosto de 1962, dia da Assunção de Nossa Senhora, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, e foi crismada
em 22 de abril de 1965, na Basílica de São José Operário, em Barbacena. Em 26 de outubro de 1969, ela fez a Primeira Eucaristia no Colégio da Imaculada Conceição, que pertence às irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, ou as Damas da Caridade. Então, ela estudou com as irmãs vicentinas, assim chamadas, ou Filhas da Caridade de São Vicente. Foi justamente ali, dentro do colégio, que ela fez a sua Primeira Eucaristia. Ela era de uma família católica; os pais sempre ensinaram a ela e ao irmão. Enfim, dentro daquela família havia uma vivência de fé.
Ela sempre frequentou a igreja, nunca teve um período de rebeldia ou afastamento. Sempre frequentou a igreja, os sacramentos, era uma moça de oração, tinha uma vida muito reta, mas, ao mesmo tempo, também muito ordinária, muito normal. Era uma jovem do seu tempo, ali, no fim dos anos 70, começo dos anos 80, com seus sonhos e desejos. Ela pensava na medicina, pensava em ter a sua família, enfim, tinha os seus planos. Em 1982, já moça, ela foi para Juiz de Fora para estudar, justamente para fazer faculdade. Ela ia prestar um vestibular para medicina, e foi para
esse cursinho preparatório em Juiz de Fora. A ideia da família e dela era de se mudar para Juiz de Fora junto com o irmão, que iriam dividir apartamento. Ela estudaria nesse cursinho para depois prestar a prova e entrar no curso de Medicina. Essa era a ideia. No começo, ela morou em uma república, junto com algumas amigas, mas não gostou da vida e do ambiente de uma república, com as conversas, bebidas, comportamentos não tão adequados, roupas não tão de acordo com aquilo que ela entendia como o adequado, de acordo com a fé e a doutrina da
igreja. Então, ela pediu ao pai para sair da república. Ela disse que realmente era um ambiente que não dava, e, muito bem, o pai lhe deu essa possibilidade. Com a ajuda dos pais, ela adquiriu um apartamento no Edifício Presidente Vargas para residir na companhia do seu irmão, Paulo Roberto Miranda de Campos, preparando-se desse modo para o curso que ela queria. Paulo Roberto, que é o irmão da Beata Isabel Cristina, esteve presente na beatificação da irmã. Paulo teve a graça de ver sua irmã sendo elevada à honra dos altares. Ele deu algumas entrevistas, e vocês conseguem
até achar as imagens dele, do irmão da Beata. No dia primeiro de setembro, Isabel Cristina e o irmão estavam organizando o apartamento para onde se mudaram, e um homem veio até o apartamento para montar um guarda-roupa. Esse sujeito observou o movimento e viu que o irmão não estava ali, embora tivesse conversado com ele. Isabel Cristina percebeu que o comportamento daquele sujeito era meio estranho. Ele ficou observando-a, já concebendo o seu crime. Então, improvisadamente, ele mandou chamar, interfonando para o apartamento dela. Ela estava sozinha e ele disse que precisava terminar o ajuste do guarda-roupa, e ela
o deixou entrar. Então, ele cumpriu o seu intento. Era dia primeiro de setembro, e esse homem entrou no apartamento, agindo de modo muito agressivo com ela. Trancou as portas, aumentou muito o volume da TV para que nada se ouvisse por parte da vizinhança e tentou violentá-la. Como ela resistiu, foi agredida com uma cadeira; ele deu uma cadeirada nela, a amordaçou, a amarrou, e, ainda assim, ela lutou com todas as forças para não ser violentada, para que sua pureza não fosse manchada. É claro que, se o estupro tivesse sido consumado, não seria de modo algum culpa
dela, e ela teria mantido, mesmo que tivesse sido consumado, essa pureza de coração porque realmente não queria, não consentia. Não se sabe ao certo quanto tempo ela sofreu naquela investida, mas esse homem, vendo que não ia conseguir nada, resolveu esfaqueá-la. Ele não consumou o estupro, felizmente, e quando seu corpo foi encontrado pelo irmão, os vizinhos perceberam alguma movimentação estranha. Quando ela foi encontrada, o corpo foi para a perícia, e constataram que ela havia lutado e a integridade de seu corpo tinha sido preservada, apesar das muitas facadas que recebeu. O seu assassino é um sujeito chamado
Maurílio Almeida de Oliveira. Ele foi identificado quando Isabel Cristina faleceu. A história comoveu Juiz de Fora, comoveu Barbacena e também aconteceu o mesmo que no caso das outras meninas. Grande por parte do povo começou. E aí a igreja foi ajuntando argumentos, juntando material e estudando a vida e as virtudes de Isabel Cristina. No dia 26 de janeiro de 2001, com a concessão do Nihil Obstat do Vaticano, foi aberto oficialmente o processo de beatificação. Ela se tornou Serva de Deus em agosto de 2009. Os seus restos mortais foram trasladados do cemitério para o Santuário de Nossa
Senhora da Piedade, em Barbacena. E, no dia 1º de setembro de 2009, que é o dia do seu martírio, dia em que se celebravam 27 anos da sua morte, encerrou-se a fase arquidiocesana do processo. E aí o processo foi remetido a Roma. Em 27 de outubro de 2020, o Papa Francisco acolheu o parecer positivo da Congregação para a Causa dos Santos e autorizou a promulgação do Decreto de Martírio. Então, primeiro, o Papa reconheceu o martírio de Isabel Cristina, por ódio – o ódio à fé, pela fé dela – ela que não queria consentir naquilo, e
esse sujeito, por ódio, a matou. Então a de Isabel Cristina deveria sair já em 2020, mas aí depois veio a pandemia, vieram uma série de coisas, e a beatificação foi prorrogada. Só no dia 23 de junho de 2022 foi anunciada a data da beatificação. Essa beatificação ocorreu na própria cidade de Barbacena, no dia 10 de dezembro de 2022. A cerimônia foi presidida por um representante do Papa, que era o Cardeal Dom Raimundo Damasceno, e contou com a presença de 10.000 fiéis. O postulador da causa de Isabel Cristina foi o Dr. Paulo Vilot; ele foi o
postulador do Padre Donizete, da Irmã Dulce e de tantos santos brasileiros. Então, meus caros, olhando para a vida dessas três jovens – uma de 20 anos, uma de 13 anos e uma de 12 anos – nós vemos nelas estrelas que iluminam o firmamento da Igreja brasileira. E eu insisto sempre nisso: é necessário que nós, brasileiros, redescubramos a riqueza que nós temos dentro do nosso país. Nós temos santos, bispos, religiosos, religiosas, sacerdotes, leigos e leigas. Essas três meninas eram leigas. Santos, nós temos casais santos na história da Igreja no Brasil. Quando nós olhamos para a história
da Igreja no Brasil, veremos alguns erros, algumas inconsistências, com certeza, porque onde há ser humano há também o mistério da iniquidade. Não se trata de dizer que a história da Igreja no Brasil foi toda repleta de flores; foi um caminho linear. Que bom se tivesse sido assim! Não foi. Mas a santidade de brasileiros como essas três meninas que eu apresentei hoje aqui para vocês é algo eloquente; é algo que deve nos impressionar e nos estimular a conhecer cada vez mais a vida dos santos, dos servos de Deus, dos beatos brasileiros. O Brasil tem uma riqueza
imensa, e por isso que eu insisto muito nisso. Inclusive, nessa tentativa de incentivá-los a estudar mais a história da Igreja no Brasil, é que na semana que vem, segunda, terça e quarta, dias 17, 18 e 19 de fevereiro, eu vou promover o evento "Jornada da História da Igreja no Brasil". Vocês são meus convidados, só que têm que se inscrever. Depois eu vou deixar aqui para vocês o link para que vocês possam fazer a inscrição de vocês. Aliás, eu vou até colocar o link aqui agora para vocês, para não correr o risco de se esquecerem de
fazer a inscrição. Como é um evento que eu estudei, eu preparei, ou seja, é um evento que eu, inclusive, preparei material escrito para cada dia do evento. Quem estiver inscrito, é por isso que vocês têm que entrar no grupo lá de WhatsApp; fazer a inscrição leva menos de um minuto. É por isso que eu insisto muito nessa questão da necessidade da inscrição, justamente porque é fazendo a sua inscrição que você terá condições de garantir a sua participação e receber um material que eu preparo para cada aula. Então, serão três dias de aula, é uma imersão
mesmo na história da Igreja no Brasil. Essa é a ideia: a gente olhar a história da Igreja no Brasil de cima a baixo, sem medo, analisando, entendendo aquilo que é mito e aquilo que é realidade, mas que a gente aprendeu às vezes errado na escola, inclusive. Então a gente precisa ter argumentos, sabe? A gente precisa ter argumentos. É urgente termos argumentos sólidos para entender como, de fato, a história da Igreja no Brasil é uma história grande, que diz respeito... Estou colocando aqui o link para vocês. Aí, ó, está aí o link de inscrição para vocês
poderem fazer a sua inscrição. Leva menos de um minuto, você vai fazer a inscrição, vai cair em um grupo de WhatsApp e é por esse grupo de WhatsApp que eu vou mandar os avisos de cada dia. Eu não fico mandando um monte de mensagens; pode ficar despreocupado. E depois que disparar essas mensagens, lembrando vocês, “olha, o evento é hoje à noite, o link está aqui”, acabou a aula, eu mando PDF com o material da aula que eu dei. São aulas gratuitas, são três aulas gratuitas. Eu vou dar esse panorama da história da Igreja no Brasil
e depois, lá no final, muitos me perguntaram: “Ah, mas depois você vai vender curso? Você vai fazer?”. Falei: “Sim, vou vender curso, porque professor vive de dar aula, né? Esse é o meu trabalho. Eu faço isso profissionalmente há mais de 20 anos.” Então eu trouxe aqui para a internet também muito conteúdo gratuito, como tem toda sexta-feira, e tem todo dia no meu canal, tem conteúdo gratuito, conteúdo que exige tempo e estudo. Investimento, tudo mais, mas é gratuito. Mas, de vez em quando, eu faço abertura dos cursos fechados, né? Então, alguns até me perguntaram: "Eh, ah,
mas o que você vai anunciar no final?" É um curso que é o mesmo conteúdo do "Raízes Católicas do Brasil". É o "Raízes Católicas do Brasil", mas, independentemente de você querer adquirir o curso ou não, fica aqui o meu convite para que você assista à jornada. São três dias de conteúdo gratuito, pelo menos para você ter um panorama, e depois, se você quiser se aprofundar, aí tem o meu curso, onde eu me aprofundo detalhadamente na história da Igreja no Brasil. Tá bom? Então, tá aí o link de inscrição e fica aqui o meu convite para
vocês participarem da jornada. E depois, quem não conseguiu se inscrever naquela primeira turma do curso "Raízes Católicas do Brasil", se inscreva nessa, né? Quem se inscrever vai ganhar alguns bônus exclusivos. Tem um curso lá sobre as Marias brasileiras, as aparições de Nossa Senhora no Brasil; tem também uma masterclass sobre a inserção do negro feita pela Igreja através das irmandades católicas. É um tema muito interessante! Essa aula não será dada por mim; é uma surpresa, né? É uma professora especialista no assunto que virá ministrar essas aulas para os meus alunos lá do "Raízes Católicas no Brasil".
Então, fica esse convite para vocês. Eh... eu vou dar aqui uma olhada em algumas eventuais perguntas para a gente responder um pouco e, depois, no final aqui dessa nossa live do dia de hoje, eu vou colocar para vocês o teaser, o vídeo de divulgação da jornada de história da Igreja no Brasil, para que vocês assistam comigo. Tá bom? Vamos ver aqui: a Eliane Maria fala lá de Recife. "Boa noite, Eliane!" Olha aí, ó, a Rita Paula dizendo: "Eu sou de Barbacena, cidade da beata Isabel." Olha aí, né? Temos aqui uma vizinha da beata Isabel, né?
Que inclusão! Barbacena é muito bem. Eh... aqui, a Aneide comentando: "Rafa, quem consegue perdoar esses parasitas pode se considerar que, quando a pessoa perdoa o seu abusador estuprador, é porque ela alcançou uma graça dentro dela." Certamente, é uma graça sobrenatural, né? É a graça de Cristo que triunfa na pessoa, né? A Beata Isabel foi assassinada ali, mas certamente, se ela resistisse mais um tempo, ela perdoaria o agressor. A Beata Albertina, a Beata Benigna, Santa Maria Goretti, tomou 14 facadas, foi para o hospital ainda viva, né? Ainda não matou na hora, e ela perdoou o assassino
no hospital. Ela ainda disse à mãe dela: "Mãe, diga ao Alexandre que eu o perdoo e quero no céu comigo." Olha a grandeza de alma, né? Dessa menina, né? Muito bem! Aqui, a Solange Sales comentando: "Santa noite! Alcancei já uma graça com a intercessão da Beata Benigna Cardoso, à quem tive a graça de ir à sua beatificação em Santana do Cariri, aqui no Ceará." Ah, lá, Solanja do Ceará! Então, a Beata Benigna já era venerada, né? Lá no Ceará, e agora foi beatificada, né? O seu culto se tornou mais conhecido, né? Mais universal. O Bruno
Marques comenta aqui que mora em Tubarão, Santa Catarina, vizinho à cidade da Beata Albertina, né? Em São Martinho, Santa Catarina. Olha aí, né? Mesma diocese. A Rita Paula comenta: "Existe uma capela aqui em Barbacena dedicada a ela." Eu fui na cerimônia de beatificação. Aí, a Rita esteve na beatificação da Isabel Cristina. Eh... vamos ver quem mais aqui. O Lucas Cauan: "Não consegui assistir ao vivo, mas aguardo o replay." Daqui a pouco, isso daqui a pouquinho. Eu já encerro, tem o replay, né? Eh... Brandili tá dizendo: "Sim, a nossa Igreja é construída, defendida por pessoas que
se entregam de várias maneiras para servir o Senhor." E aqui, um perfil C: "Obrigado, Professor Rafa, por essa aula. Deus abençoe o Senhor e toda a sua família." Boa noite de Campinas, né? Muito bem, né? E aqui, então, no final, meus caros, antes de encerrar, eu coloco aqui para vocês o videozinho do teaser do que vai ser o nosso evento, para vocês terem aqui uma degustação do evento. Vamos ver aí, assistam comigo. "Se Vossa Majestade quiser fazer algum bem a essa gente, faça vir muitos padres para que os batiz." da carta de Pero Vaz de
Caminha ao Rei Dom Manuel I de Portugal. Na ocasião do descobrimento do Brasil, foi com estas palavras que, no dia 22 de abril de 1500, o Brasil católico surgiu no horizonte da história. Mas o que poucos sabem é que, antes de qualquer bandeira ser fincada no solo desta terra, o primeiro símbolo a ser erguido foi uma cruz. O primeiro monumento a ser erguido foi um altar, e a primeira autoridade a ser saudada nesta terra chamada de Santa Cruz foi nosso Senhor Jesus Cristo, presente no Santíssimo Sacramento, durante a celebração da primeira missa no Brasil. A
evangelização de um novo povo surge com a carta de Pero Vaz de Caminha. Mas também o nascimento de um propósito: a evangelização de um novo povo. Hoje, devemos, numa época de incertezas, ter ciência de que há uma batalha sendo travada contra a verdade. A história da Igreja no Brasil tem sido distorcida, apagada, reinventada, reescrita, para atender as narrativas que querem nos afastar das nossas raízes. Muitos já não sabem quem foram os gigantes da fé que nos precederam. Perdemos a conexão com aqueles que há séculos defenderam a verdade, ensinaram, edificaram catedrais, construíram hospitais, fizeram escolas, salvaram
as almas, enfim, forjaram o nosso povo. A pergunta que fica é a seguinte: se não conhecemos a nossa própria história, como poderemos defender aquilo em que acreditamos? Ou, pelo menos, imaginamos acreditar profundamente? A boa notícia é que a verdade está ao nosso alcance, e é por isso que estamos aqui: a jornada da história da Igreja no Brasil terá um espaço durante este evento. Você terá acesso a uma narrativa que foi esquecida. Por muitos, mas que nunca deixou de existir, a nossa proposta é retornar às fontes. Estamos num tempo, sobretudo com a ventania das redes sociais
e da internet, onde lemos muitas coisas que pare, ter uma lógica, parecem ser verdade, mas, na realidade, não passam de recortes dos principais acontecimentos históricos que tocam a história da Igreja no Brasil. A nossa proposta é retornar às fontes, dar voz àqueles que nos precederam, sem distorções, sem omissões, apenas à verdade: a verdade documentada, comprovada, enraizada nos próprios registros deixados pelos missionários, nos relatos dos mártires de tantos brasileiros que derramaram seu sangue pela fé, nas vidas dos nossos santos, nos relatos de tantos leigos que construíram a identidade católica do Brasil. Se você sente que algo
está errado, que falta clareza, que precisamos nos reconectar com as nossas verdadeiras raízes, então este evento foi feito para você. Você já deve ter ouvido falar sobre os jesuítas que cruzaram o Atlântico, por exemplo, para catequizar os nossos indígenas. Alguns dirão que fizeram isso apenas para instrumentalizar os povos originários do Brasil, facilitando assim a dominação, a colonização. Mas, quando olhamos para os relatos históricos dos próprios jesuítas, veremos que, assim que chegaram ao Brasil, uma semana depois, já haviam inaugurado a sua primeira escola, educando essas populações originárias, trazendo para elas o acesso à cultura que já
era conhecida no mundo europeu. Quando olhamos para as fontes culinárias, começamos a ver uma história que talvez não tenha sido apresentada, ou, se foi apresentada para nós, não foi de modo tão profundo, tão detalhado. Você também já deve ter ouvido falar alguma coisa a respeito dos mártires, os fiéis de todos os lugares e de todas as condições que deram suas vidas pela causa do evangelho. Mas, nesse caminho da história da Igreja no Brasil, nós temos luzes e sombras; nem tudo foi como deveria ser: omissões, injustiças, incoerências, mas ações por parte daqueles que deveriam dar exemplo,
submissão do poder religioso ao poder civil, influência descarada de sociedades secretas anticlericais, contrárias à Igreja, mas que agiram desde dentro da Igreja. No entanto, entre luz e sombras, na história da Igreja no Brasil, a verdade do evangelho sempre venceu, resplandecendo. De São José de Anchieta até Irmã Dulce dos Pobres, que é mais recente, o Brasil contou com muitas vidas heroicas que poderiam nos inspirar e poderiam ajudar, com seus exemplos, as novas gerações de católicos. E por que isso acontece? Acontece que muitas destas vidas seguem desconhecidas do grande público, seja porque aprenderam a história do Brasil,
e especialmente a história da Igreja no Brasil, de forma depreciativa, ou simplesmente porque olham para os santos como pessoas notáveis, mas que estão presas num passado distante que nada tem a ver com o tempo presente. Se essas histórias não fazem parte daquilo que você aprendeu, então está na hora de conhecer essas grandes histórias. E, se você já aprendeu sobre elas, está na hora de se aprofundar nesse campo tão importante. Essa é uma jornada que você não pode perder; essa é a sua história, essa é a nossa Igreja. Nos próximos dias, vamos juntos percorrer o caminho
que nos trouxe até aqui. Vamos aprender, nos fortalecer e, acima de tudo, nos preparar para defender e propagar a verdade. A história da Igreja no Brasil não pode ser esquecida e também não pode ser apreendida de qualquer jeito. E agora, você tem a chance de ser parte desse resgate. Clique no link abaixo, inscreva-se na nossa jornada e venha conosco para se aprofundar um pouco mais. O evento será online, totalmente gratuito, e a jornada da história da Igreja no Brasil começa agora. Muito bem, então aqui está o videozinho, né, que apresenta um pouco dessa proposta que
eu coloquei nesses três dias de jornada. E depois, para aqueles que desejarem se aprofundar, nós temos a opção do curso "Raízes Católicas do Brasil". Está bom? Deus abençoe todos vocês. Agradeço pela presença e pela participação. Amanhã, cedinho, temos a meditação de Santa Teresa de Jesus às 7 da manhã. Fiquem com Deus e até semana que vem, se Deus quiser. Tchau, tchau! [Música]