[Música] Então vamos começar pessoal muito boa noite a nossa nona aula do curso livre de filosofia sobre a Suma Teológica essa é uma aula muito importante e eu espero que ela seja decisiva na nossa compreensão porque a gente vai fazer uma dialética entre o ti que a gente apresentou na aula passada que é a prova ou a demonstração racional da existência de Deus e agora que é essa existência é desafiada pela maior contraprova da existência de Deus nos termos que a tradição teísta predominante no Ocidente que é a tradição teísta Cristã o concebe então é
como se fosse um submódulo dentro do módulo TRS então módulo um foi introdução geral a vida e obra de Tomás ja Aquino o módulo dois foi a questão Um da Suma Teológica da teologia como ciência o módulo TRS é a existência de Deus tá dentro desse módulo três a gente vai abrir como que um submódulo decidido na última aula que vai durar duas aulas esta e a próxima sobre o problema do mal o problema do mal é tratado na filosofia e na teologia sob a espécie da te Odisseia então te Odisseia é o nome da
ciência filosófica e da ciência teológica que trata da questão do mal em grego palavra teodiceia vem do grego justificação de Deus ou a justiça de Deus a pergunta te Odisseia é muito simples como pode existir um Deus bom se há mal no mundo então é isso que a gente vai refle problema do mal esse problema é extremamente complexo é extremamente desafiador não tem nenhum filósofo sério Digno desse nome que não tenha enfrentado esse problema ou teólogo que não tenha enfrentado esse problema como eu pretendo não me perder aqui passar um semestre nesse problema que seria
um curso a parte sem exagero eu me es merei para preparar um plano de aula com previsão de duas aulas para que a gente tenha uma noção base elementar dessa questão Então qual é o nosso ponto de partida acompanhe aí no na página Um item um ponto de partida o nosso ponto de partida é aquilo que segundo Peter crift considera ser a única objeção possível a existência racional de Deus que é a existência do mal na questão 2 artigo 3 Então se vocês lembram nós vimos isso a primeira ele começa a debater a terceira questão
dizendo parece que Deus não existe primeira prova dessa desse parecer negativo que ele refuta que ele desabona pois um dos contrários sendo infinito destrói o outro totalmente e como pelo nome de Deus se intelige um bem infinito Se existisse Deus o mal não existiria o mal porém existe logo Deus não existe então Se Deus é um é bondade infinita e o mal é o oposto do bem não pode haver um uma bondade infinita junto com o mal porque a bondade infinita iria pagar o mal é simples Tá certo então isso aqui a gente vai trabalhar
hoje a gente vai estudar esse problema hoje tá e como é que São Tomás de Aquino na mesma questão nas objeções na segunda parte dialética da questão que eu tenho mostrado para vocês resolve esse problema ele resolve esse problema com base na doutrina do maior filósofo desse assunto Sem nenhuma dúvida que é Agostinho de ipona Santo Agostinho e a doutrina de Santo Agostinho é a doutrina do bem maior é a resposta teísta à objeção da teodiceia a objeção do mal que diz o a bondade infinita de Deus permite o mal para dele extrair um bem
maior então o mal não é querido não é desejado por Deus e não pode ser tributado a Deus mas Deus o permite para dele extrair um bem maior acontece que nós homens na nossa vida limitadíssima e nós enquanto sociedade enquanto civilização não conseguimos perceber certos bens que são extraídos de certos maus e nós tendemos a achar que h o mal absoluto que é o mal autônomo que é o mal próprio que é o mal sem sentido que é o mal radical o cinema do l frones por exemplo que é um dos cineastas importantes da atualidade
é todo marcado pela positividade do mal e pela afirmação da existência real compreensível e incoercível do mal então se você pega o anticristo desde dogville que eu acho o melhor filme dele eu acho aí um um um cineasta filósofo um dos poucos Embora esteja em Total oposição à filosofia dele é um claramente um cineasta ateísta de tipo apologeta do ateísmo que tenta comprovar entre aspas a existência real do mal sem sentido sem nenhuma inteligibilidade e um mal que não pode ser interpretado religiosa ou filosoficamente o que a gente pode chamar do Mal radical e ele
não ele não ele é um cineasta de boa por assim dizer especulação filosófica principalmente no no anticristo e no melancolia por exemplo que são obras mais recentes dele mas isso tá claro no dogv né o mal não tem sentido e não tem explicação e você não consegue equacionar com bem a leitura moral do mal a leitura ontológica do mal né o mal acontece Ele simplesmente raspa o sentido da Bondade das coisas e e nos deixa sem armas de interpretação sobre ele né o mal nos desarma o mal literalmente nos assalta e nos assassina mas assassina
não só do ponto de vista eh físico ou sensível mas assassina o sentido assassina o significado porque toda a interpretação do teísmo toda interpretação da filosofia e da teologia é tentar compreender o sentido do mal ora o sentido do mal é o bem que ele priva tanto quanto o sentido da doença é a saúde mas o que eu tô chamando de mal radical é dizer que há uma positividade e uma afirmativ do mal por exemplo no cinema do l tá e se você pegar os grandes ateístas da antiguidade na Idade Média não tinha tinha poucos
ou pouco conhecidos e da modernidade vocês vão ver ocupação deles de e do ponto de vista racional e lógico entender a existência de um Deus bom então esse argumento é que a gente vai desenvolver hoje qual é o problema o ponto de partida aqui pra gente entender o problema que a gente vai enfrentar nessas duas horas ou Deus não é bom aqui 1.1 ou não é sumamente bom perfeitamente bom ou não é onipotente ou não existe deste modo como sumamente bom ou de nenhum modo Então a gente tem várias opções aqui vamos com calma o
postulado desde a república de Platão no livro dois é de que se há Deus se há um ser chamado Deus eles tem que estar acima de nós que somos Mortais corruptíveis imperfeitos e eh limitados então tem que ser ilimitado perfeito Imortal incorruptível tá E aí tem que ser bom E aí tem que ter poder nós somos ora bons horas maus nós temos ora poder ora fracos ora incapazes Então Deus tem excelência o que nós temos em imperfeição ora ele tem dois atributos fundamentais tudo que ele tem ele tem de modo super nativo que senão não
seria Deus seria um Super Homem então ele se for rápido ele é o mais rápido possível se for inteligente ele é o mais inteligente possível se for bom ele é o melhor possível por quê se ele for bonzinho Digamos que ele tira 9 e meio na prova quer dizer que tem algo neste ser de incompleto de imperfeito de corruptível que o que caracteriza o que nos caracteriza por exemplo nós nos esquecemos Deus não pode se esquecer de alguma coisa tem tem uma memória perfeita nós não compreendemos tudo Deus compreende tudo Deus nós não podemos certas
coisas por exemplo voar sem avião digamos Deus pode fazer o que bem entender então Deus não conhece limitação logo se ele existe ele nunca deixa de existir ele é eterno ele é infinito tão acompanhando E se ele for bom ele não pode ser Quase 100% bom ele tem que ser 100% bom de todas as maneiras de todos os modos Então esse essa especulação racional sobre a existência de Deus como ser onipotente ou Super Poderoso todopoderoso que é como nós confessamos inclusive no Credo Então tá claro esse ponto se você dissesse não professor pode haver um
Deus que não é todo-poderoso então não é esta concepção de Deus que nós estamos tratando tá nós estamos tratando de uma concepção monoteísta desta tradição que como eu disse desponta com Platão e que se desenvolve especificamente no cristianismo mas que tem raiz por assim dizer platônica aristotélica e Judaica tá olha ele pode ser todo poderoso mas ele pode não ser todo bondoso e aí o mal pode existir tranquilamente porque ele até pode fazer o que ele quiser mas ele não quer ele não é bom ou ele pode ser todo bondoso mas não todo poderoso ou
seja ele quer ele quer como muitos de nós queremos o bem da humanidade inteira A Felicidade Plena de todas as pessoas né Nós temos digamos muito amor no coração agora não pode fazer quase nada pela humanidade inteira infelizmente mas claro nós não somos Deuses E aí veja se há um ser todo poderoso mas não todo bondoso não é Deus se há um ser todo bondoso mas não todo poderoso não é Deus então tá claro essa é a poria do ateísmo Essa é a a poria ateísta tá São Tomás de Aquino neste momento resolve entre aspas
o problema em três linhas dizendo Agostinho autoridade Santo Agos que pensou aí uns 40 anos sobre isso todos os dias porque essa é a questão central para Santo Agostin Essa é a questão mais central da vida e da teologia filosófica de Santo Agostinho é a questão do mal e eu vou e por isso que ele é o grande autor da aula de hoje ele resolve esse problema com a doutrina do Bem Maior a doutrina do bem maior é uma doutrina em Total consonância com o argumento cosmológico que nós estudamos na aula passada é a doutrina
de que você pode não entender enquanto paciente aquilo que o médico faz a minha filha tá gripada e realmente não gosta do xarope a doutrina do bem maior é que tem que ser utilizada para convencê-la acredite que você vai ficar bom que esse desgosto esse desabor na sua boca duas vezes ao dia compensa o bem muito maior que você vai ter de voltar a estudar o latim litúrgico é começou com do anos ela pode não entender ela pode ver naquele momento do xarope um mal radical absoluto Tiziano um desabor profundo um desgosto pode estragar o
dia dela por causa daquele xarop tem tem exemplos muito piores o exemplo que Santo Agostinho dá é o exemplo de perder um membro gangrenado desal mesmo que era muito comum na guerra na antiguidade você tá com um braço ferido olha duas umas ou você tira o seu braço ou você morre que que você quer tira Hã Está no evangelho também que é melhor entrar no reino sem um dos membros do que perdê-lo por causa dos membros É isso mesmo então o problema do mal vai ser estudado por nós em quatro momentos aqui no item dois
tem o plano de aula o problema do Mal uma exposição de Santo Agostino que é o maior pensador do problema de todos os tempos os argumentos teístas organizados por quando eu preparei essa aula essas duas aulas eu preparei na verdade um curso e eu vi ali que tinha feito umas oito aulas e eu sintetizei essas Oito aulas e chamei de argumentos teístas que eu vou começar com os argumentos ateístas e a gente vai fazer uma dialética entre o ateísmo e o teísmo e a próxima aula 2.4 os argumentos do próprio São Tomás de Aquino E
aí nós vamos fazer o seguinte nós vamos ver a questão seis vamos pular então da questão do pra questão se por quê Porque as questões três 4 C são questões já sobre os atributos de Deus se Nós aceitamos a premissa de que Deus sim existe agora nós vamos ver a a existência de Deus está aceita ou aceitada nós vamos partir para a essência de Deus se ele é simples ou composto se ele é perfeito ou imperfeito e aí Vejam a questão cinco é do bem em geral que que é o bem que já é o
nosso tema para questão se tratar Se Deus é bom Tá certo e depois nós vamos pular pra questão 48 e 49 dentro do tratado da criação do mundo em seis dias dentro de um tratado sobre a a criação e a providência de Deus em relação ao mundo porque lá existe a explicação de Tomás ja Aquino sobre o surgimento do mal que não estava no plano originário de Deus mas s a liberdade e o amor e como o mal de algum modo pode entrar no mundo Vejam Só o paradoxo e por isso que os ateístas não
aceitam por causa do amor e da Liberdade Ok então vamos lá problema do Mal formulação Inicial O mal pressupõe o bem como seu oposto ou privação então a gente tem não quer não tem acabar os planos de aula Nós temos duas opções aqui a Sofia e o ncolas não tem aqui na frente nós temos duas opções básicas para pensar ao mal não são as obviamente não são as únicas mas temos duas opções básicas a primeira é como uma força oposta ao bem tá nós podemos considerar essa a grande versão oriental do mal e a grande
versão eh que para nós chegou através de zoroastro na Pérsia zaratustra né que no no no influxo ali do Oriente Médio chegou a nós vamos chamar assim na cultura ocidental como uma heresia muito poderosa segundo fenin a heresia mais poderosa que enfrenta a ortodoxia Cristã que é a erosia gnóstica tá ou maniqueísta tem diferença aqui eu vou aproximar então eu coloquei Zoro zoroastrismo maniqueísmo e gnosticismo Quais são as características básicas ou melhor qual é a característica básica dessas metafísicas elas são dualismos ou bite ismos então há como que dois Deuses há dois princípios universais motrizes
e motores do mundo o princípio da luz do bem e o princípio das trevas e do Mal são duas forças co eternas Opostas que constituem uma litigância cósmica fundamental presente em tudo são duas forças ou duas realidades positivas que existem uma contra a outra e a alternância e a confluência e a convergência dessas forças em entrechoque constitui a realidade Tá certo se você pegar a filosofia do grande Heráclito de Éfeso por exemplo embora erá tu seja um Pensador extraordinário e extremamente complexo e difícil principalmente pela forma literária aforism mática com que ele escreveu ou em
que ficou a obra dele para nós registrada por ter se perdido e se fragmentado né intuía que essa oposição macho e fêmea dia e noite agudo e gra compõe uma Harmonia tensa e dinâmica e essa harmonia que era a o Amor e a divindade então ao mesmo tempo que Heráclito de algum modo percebe herda esse dualismo e sabe que o primeiro grande aforismo estudar por a guerra é a mãe de todas as coisas de um faz escravos de outro senhores então que é uma oposição na realidade mas que essa oposição Só existe para a composição
então macho e fêmea só se abraçam porque são opostos e esta oposição Só existe para a composição então a oposição e a diferença só existe para a convergência e a música ele fala muito do sexo da sexualidade ou do erotismo por isso o homem e a mulher não há homoerotismo para não não teria sentido né e é você e o a música o grave e o agudo né o grave e o agudo então o grave e o agudo macho e feia mas também dia e noite essas diferenças elas se harmonizam mas não se harmonizam deixando
de ser diferentes elas se o morno é o quente fervendo e o gelado é isso que gera o mno mas o não não não se não é uma mistura de uma água fervendo com uma água gelada que dá uma temperatura agradável tão acompanhando então erao a me veja tá dando um passo muito além do dualismo existe uma outra versão de compreensão do mal que é a a versão eminentemente católica e Ortodoxa de Santo Agostino que é a consideração neoplatônica ou platônica do mal como privação Isto é o mal não existe em si por si ele
não existe positivamente ele não existe eh efetivamente como uma realidade criada por Deus e com uma finalidade oposta ao resto da criação a gente vai entender isso então o que a gente gente tem aqui no item dois é exatamente essa compreensão a positividade do bem e a negatividade do mal o mal figura como uma disfunção veja que nós vamos explicar o mal com prefixos negativos uma disfunção uma anomalia um desvio de um plano pré-estabelecido por Deus e vejam que esse plano pré-estabelecido por Deus foi o que nós vimos na aula passada para explicar a existência
de Deus Deus existe porque ele é um arquiteto ele é um planejador ele é um engenheiro que arquitetou cada parte organicamente integrada ao resto do tudo e aí o corpo humano é um microcosmos eloquente para isso quem criou o corpo humano tinha uma régua uma balança uma um conjunto de elementos físico-químicos biológicos metabólicos e teve que ver lá as Emas o sangue teve que organizar tudo né não foi fácil p o corpo o olho o ouvido para escutar o nariz para respirar e tudo para digerir im na hiper complexidade do corpo humano por isso a
medicina é tão admirável que é a tentativa hercúlea de decifrar todo esse código e esse funcionamento Integrado de vários órgãos de várias partes do corpo humano né então tudo tem uma função a unha do pé tudo tem um papel cósmico nesse sentido e aí vem Santo Agostinho explica muito bem a doença aflige o corpo inicialmente sadio ora o que vem primeiro a doença ou a saúde É claro que é saúde é óbvio que é a saúde mais a a saúde poderia vir das doença tem algum sentido isso Nenhum tem nenhum sentido é impossível que de
um estado intrinsecamente patológico essencialmente patológico surja do a saúde vou dar um exemplo infeliz É como se eu tivesse pouco dinheiro e desse pouco dinheiro saísse mais dinheiro isso não tem sentido agora do muito dinheiro eu posso perder dinheiro então da Saúde positiva eu posso perder a saúde É simples eu posso perder um braço posso perder a memória eu posso perder e todos nós vamos perder a saúde quando morrermos pronto estamos lutando para manter a saúde e a saúde vai sendo subtraída a gente vai gripa não gripa volta dorme acorda come então a gente tá
buscando Olha como tem razão tá buscando uma Harmonia a saúde é uma Harmonia né então toda a normalidade pressupõe uma normalidade e aqui nesse a normalidade eu coloquei o a em Itálico porque se você entender esses prefixos privativos anormalidade disfunção anomalia você percebe o argumento de Agostinho o o mal será um câncer que corrói algo que existe mas ele não existe em si tá então Deus Criador e bondoso a existência e a bondade de Deus são inferidas na existência e a bondade da criação como a causa inferida do efeito aqui é é necessário entender o
seguinte tudo o que existe é bom essa é a interpretação platônica da frase do Gênesis e Deus viu que era bom Deus não falou caramba fiz um negócio aqui 75% Bom tem 2% ruim eu criei vermes que V dar doena pros corpos e por isso eu fiz umais mal feita e agora não viu que tudo era b então existe uma positividade ontológica na criação Tá ora então surge uma ressalva ateísta o louvor e a adoração que os fiéis que os crentes em geral tributam a Deus como um ser onipotente bodoso não condiz porém com o
mal no mundo eu não posso louvar um ser que ou criou ou que permite o mal no mundo ora 4.1 se Deus é o designer palavra inglês que se usa americana que se usa né Eu prefiro arquiteto ou Engenheiro do mundo é o projetor é o maestro do mundo e o mundo tem falha logo Deus tem falha se ele tem falha ele é perfeito e portanto não é digno de adoração logo ele não merece adoração e culto vocês vejam que eu t organizando os argumentos de forma bante Clara eu espero e silogística aqui com o
metre p Da Lógica que é meu ver o maior O Pensador mais lógico do mundo que é são tom de aqu mais do que Aristóteles tudo que ele constrói ele constrói em formato Logístico Isso é muito bom é maravilhoso isso é um pensamento bem formalizado tá então o argumento ateísta sustenta que há três proposições incompatíveis quando consideradas juntas você não pode afirmar essas três coisas ao mesmo tempo você não pode afirmar um que Deus é onipotente dois que Deus é plenamente bom e três que o mal existe você vai ter que escolher tirar uma das
três que as três juntas não podem coexistir você poderia tirar a terceira dizer o mal não existe só que há uma contraprova empírica diária e Santo Agostinho diz mais e o chest Repete eu sou prova de que o mal existe a minha vontade detp eu sou mal É ISO que nós confessamos todos os dias na missa e quem não confessar a própria maldade não tem a virtude da humildade é indigno de sequer se aproximar de Cristo então isso chon diz que o pecado original é o postulado teológico mais empiricamente comprovável que existe porque o pecado
original é o postulado de que eu não faço o bem que quero mas o mal que não quero é é a incompreensível e insondável atração do mal é é o por nós fazemos aquilo que não não quereríamos querer fazer mas que queremos E acabamos tem duas dimensões ou não nós não gostaríamos de querer fazer o mal mas nós queremos fazer o mal e não fazemos ou nós não queremos fazer o mal e o Fazemos o que ainda pior as duas coisas compr o pecado original Deu para entender isso é não querer querer fazer o mal
ou não querer fazer o mal e fazê-lo tá eu não gosto de pensar isso que eu penso todo dia mas eu penso isso todo dia e eu eu não faço nada digamos mas eu não gostaria sequer de pensar ou de querer me imaginar fazendo isso tá então eu tenho aut controle do pensamento por exemplo tenho não tenho aut controle das palavras por exemplo ou eu não quero fazer certas coisas que eu faço isso é pecado original do ponto de vista psicológico bem Santo Agostinho estava plenamente advertido da versão maniqueísta eu vou abordar aqui Santo Agostinho
é um é um monstro é um autor de uma obra quilométrica assim São 50 livros a obra completa de Santo Agostin eu vou usar aqui os dois lotes Class os dois locais clássicos da obra de Santo Agostinho sobre a problemática da teod seio do mal que são um o livre arbítrio e dois As Confissões Tá ora nas confissões Santo Agostinho registra Que café por favor o problema do mal é o grande problema da vida dele Obrigado e é o grande problema moral psicológico filosófico e teológico o fato de ele se sentir mal o f dele
fazer o mal por exemplo com os pais com a mãe especial o f dele sofrer o mal que nós somos agentes e pacientes do mal e o fato do mal cósmico uma enchente uma um terremoto então o mal nas suas mais variadas dimensões e ora muito obrigado meu caro tanto quanto muitos aderem ao espiritismo hoje em dia por exemplo com argumento de que é uma doutrina racional quantos de nós não escutamos disso né Eu acho que preciso de cerca de 30 minutos para refutar o espiritismo se a pessoa tiver paciência porque o espiritismo é facilmente
refutável nas suas premissas suas premissas não se sustentam tá certo só que as pessoas consideram que ele tem uma uma fundamentação racional né ora Santo Agostino era um intelectual Universitário por assim dizer culto tinha um blog ia lia o jornal era instruído era assim formador de opinião tá lá cara culto professor de retórica erudito bem então ele queria uma coisa racional né tinha lá uma Fan Page um Facebook todo mundo curtia compartilhava fazia like fazia carinha de espanto com as posições estão inteligent e ele falou então eu quero uma doutrina racional tenho que entender esse
negócio Ele conheceu lá uma doutrina que expli Ava chamada maniqueísmo então ele passou pouco tempo entre os maniqueus 9 anos 9 anos com o maniqueu entrou na seita dos maniqueus eraa o mesmo tempo uma religião uma seita própria seita era toda religião não oficial tá certo o cristianismo era uma seita até Constantino era nessa época o cristianismo já não era mais Aceito o cristianismo era inclusive uma religião el tava nessa fase entre a permissão e a oficialização do cristianismo num pelo império e ao mesmo tempo uma heresia cristã porque os maniqueus passaram a usar a
Bíblia e passaram a dizer que explicavam o gênesis e passaram a dizer que toda a cosmovisão Cristã e toda essa explicação que passou a ser cresceu muito e virou Como você sabe a religião depois dominante do império e inclusive entre os intelectuais o cristianismo cresceu primeiro lugar entre as mulheres a primeira grande difusão do cristianismo entre as mulheres depois entre os militares explicação sociológica para isso e depois em terceiro lugar entre os intelectuais intelectuais bem ele adere ao maniqueísmo e explica o mal como um componente essencial em conflito cósmico com o bem o mais importante
aqui filosó amente é a postulação do Mal como substância o que significa isso significa que ele subsiste em si mesmo independentemente do bem então Imaginem a doença sem a saúde só a doença só o ruim só alo que afeta só alo que destrói a positividade do mal que a meu ver é a tese que explica L fronteiras hã ou me parece ser a tese subjacente ao cinema dos las fon ele conhece então uma outra seita e Vejam uma outra religião de filósofos que era o neoplatonismo Santa Agostinho não fala neoplatonismo porque os neoplatonista-moderna se chamavam
de platonistas como por exemplo os reformados se chamavam de neocristãs chamam de cristãos e ao contrário aav que estava recuperando o queam primitivo tanto quanto os platonistas do século terceo e quto depois de Cristo quando explodiu né o platonismo se chamavam de platonistas que estariam recuperando a metafísica platônica originária o que me parece é verdadeiro Tá certo por entre a morte de Platão ali 360 aproximada ente antes da Encarnação do verbo e plotino ali século Tero e quto época século de origem Agostina quto e 5to depois de Cristo não há nenhuma filosofia que se compare
de em densidade metafísica e espiritual a Platão e plotino então você tem aí uns 600 anos mais ou menos de filosofia ética e autoajuda porque é muito comum como como a filosofia da nossa época Basta ver aí os os filósofos do do momento ão todos filósofos sem metafísica a se caracteriza a filosofia Ant metafísica e filosofia nesse sentido completamente fechada a questões metafísicas e ontológicas uma filosofia toda pautada na sociedade na psicologia na economia Isso se chama filosofia e ele percebe o seguinte Olha esses neoplatônicos eles T uma resposta filosófica a questão do mal e
ele começou a especular e aqui pessoal e o Derval Edilma outro o Nícolas Ana a gente fez um curso Santo Agostinho isso aqui sinceramente dava para ficar facilmente no se meses eu vou sintetizar o tema central da especulação agostiniana Agostinho como filósofo pagando a dívida anunciada n no primeiro módulo de que estudar Tomás ja Aquino seriamente é estudar toda a história da filosofia anterior e posterior ele funciona como um um núcle núcleo prismático do qual irradia tendências anteriores e posteriores e a principal tendência Cristã anterior é o agostinismo tanto quanto a principal tendência filosófica anterior
é o aristotelismo e vocês vão sair daqui sabendo o aristotelismo eu falei muito de Aristóteles vão saber daqui sair daqui sabendo agostinismo qual foi o gesto primordial de Santo Agostino Bispo de ipona cidade ali no atual Argélia hã norte da África ele fundiu a revelação judaico cristã Bíblica da criação do mundo por um Deus bom amoroso que nos criou Livre com a ontologia platônica então especulação metafísica e teológica Platônico Cristã é assim que vai cair na prova então tema da dissertação caiu isso Explique a fusão metafísica ontológica da Revelação bíblica e da metafísica platônica eu
vou fazer aqui passo a passo pra gente tentar entender e e é por essa razão que eu considero Santo Agostinho um dos maiores gigantes da da história humana isso aqui não é brincadeira o que ele fez é muito elaborado é muito bem feito ele pensa assim olha só a partir de tudo isso não tira do nada incriado Isto é não criado Deus é perfeito incorruptível e imutável tá Deus é perfeito porque ele não pode ele é perfeito por dois motivos ele é perfeito porque ele não pode nem melhorar porque senão ele não seria perfeito e
nem piorar porque também senão ele não seria perfeito então ele é o máximo possível e praticamente impossível vamos dizer assim ok ele é incorruptível que é sinônimo porque ele não pode se corromper Tá e por isso que os antigos o chamavam de Imortal eu não coloquei Imortal aqui porque o Cristian já o platonismo descobre que nós também somos Imortais embora não sejamos Deuses alma hum é imortal isso aqui é compreensível filosoficamente filosoficamente exp alma Imortal Platão explicou que a alma é imortal mes orgulhoso e ele é imutável e ele é imóvel porque el imutvel imóv
vi isso aqui el que ainda não estava se ele mudasse Ele muda as duas uma ele mudaria para melhor ou para pior se ele mudasse para melhor ele não seria Deus antes e se ele mudasse para pior aí não seria Deus então ele não pode mudar tá entendendo isso aqui é lógica a criação em geral por sua vez é corruptível E mutável então quando Deus cria o mundo instaura-se uma gradação ontológica no Cosmos uma gradação do nível de ser ele cria uma realidade estratificada de cima para baixo e por isso o céu é todo hierarquizado
então a Bas Deus por exemplo há uma hierarquia de nove espécies de anjo na verdade anjo é uma metonímia para as nove espécies ou categorias Angélicas que são substâncias separ criadas Tá qual essa categoria geral pertence por exemplo os demônios que são anjos caídos tá o mal é a corrupção o mal é exatamente a mudança pra pior daquilo que pode mudar então nós podemos mudar para melhor ou para pior então o mal afeta algo que já existe então a pergunta que eu fiz ainda há pouco o que vem antes a saúde ou a doença a
saúde a doença vem depois para tentar destruí-la e estragá-la e diminuí-la tudo que existe existe de forma ordenada a existência para Platão plat vamos chamar platonismo em geral é a formação de uma matéria de forma de de modo bom a existência é boa em si mesma de cada coisa e de modo contextual ou orquestral porque as coisas se associam ao Princípio associativo das coisas os antigos deram o nome de amor amor é a Associação das coisas é a aproximação das pessoas ou das coisas então os antigos olhavam pro para uma floresta e viam que há
o que nós chamamos de cadeia animal e que que cada animal tinha uma função no interior da cadeia e tudo funcionava direitinho até que haja uma estiagem ou uma seca que é o mal e aí e se para lembrar do Bye Bye Brasil do Chico Buarque puseram uma usina no mar talvez fique ruim para pescar se eu interrompo o fluxo natural no caso dos peixes como Belo Monte por exemplo estraga tudo então o impacto socioambiental de Belo Monte por exemplo para usar um um tema da pauta é absolutamente destruidor para um ecossistema e para uma
uma sociedade principalmente indígena né que tá a quilômetros de distância mas que não vai ter peixe para pescar que não importante não vai ter pescador E aí não vai ter o pai de família não vai ter aí te estraga tudo então entendam isso existir é existir numa ordem Só existe alguma coisa por uma ordem que dá uma estabilidade ôntica que dá uma presença física uma substância ontológica para cada coisa então essa mesa existe existe sabe por ela existe como mesa sabe porque ela é uma mesa porque ela tem pé por exemplo e porque ela tem
sustentação aqui para ela ela pode aguentar aqui um peso por exemplo se eu sento em cima dessa mesa ela quebra por exemplo eu acabei de imprimir um mal a mesa eu destruí a forma da mesa porque eu atentei contra a sua função que era de apoiar computador papel e lápis e para uma aula como essa e não para pular nessa mesa então eu teria deformado a mesa então a destruição é a deformação da estrutura que confere existência aente tanto quanto a doença atua no corpo deformando o corpo desorganizando o corpo mudando a temperatura do corpo
mudando a a função dos órgãos e aí o corpo você espel por onde não deveria espelir você espirra toce sai sangue pelo nariz que não era para sair Tem alguma coisa errado dentro do dos seus órgãos tá então vejam que essa ordem os antigos achavam que era a bondade das coisas as coisas existem são boas porque elas são ordenadas a gente vai ver que Santo Agostino organiza três palavras as coisas TM medida ordem e forma nesse momento eu quero chamar de sinônimo essa mesa existe porque porque ela tem uma medida olha essa mesa não poderia
existir se ela não tivesse uma proporção matemática da finura ou da grossura da perna em relação a ao não é isso isso é arquitetura básica o carpinteiro sabe José era Carpinteiro tinha que saber direitinho aqui como é né minha filha tá brincando de Lego é um brinquedo extraordinário você precisa exercitar no Lego um senso de proporção Então ela tem um castelo que tem uma espé de Sacada em cima para que se sustente a sacada é necessário que tenha um pilar proporcional porque ele fica um boneco se ela colocar só com um pilar o boneco cai
é simples então a existência da sacada do Castelo Depende de uma forma que estruture a sua existência e por isso E assim a sacada e ela é poética porque ali fica princesa se a sa cada existir ela existe por causa de uma forma e de uma ordem intrínseca que a constitui tá claro isso isso aqui quando Santo Agostinho intui isso aqui percebe isso aqui diz a existência é boa formada ordenada e comur ele pega sabedoria é um trecho do livro da sabedoria que diz Deus criou o mundo com ordem medida e proporção tradução livre que
ele usa né olha que coisa maravilhosa F Deus Deus é um músico Deus é um matemático Deus criou o mundo com uma régua com um metro com uma Batuta de de maest Batuta Ele criou o mundo pensando calculando pera aí como é que eu faço uma sacada uma câmera dessa a tecnologia milimétrica is só número então se o Jorge nas forem reduzir a escrito todas as proporções só número número número número de de luz número de né quando Galileu for fazer revolução científica no século quando for afirmar que Cosmos é escrito numericamente nós podemos ler
o livro da natureza se aprendermos a linguagem matemática na qual ela é expressa ele tá restaurando um gesto tipicamente Platônico que não é nem Platônico para ser mais preciso é pitagórico é pitas que intuiu isso pitas é um dos Mestres de Platão que é um dos Mestres de plotino que é um dos mestes de agustino E aí vai a brincadeira o telefone sem fio então tudo que existe 2.3 existe forma ordenada o que que é o mal então o mal é a desordem o mal é a privação olha só que que vem da ordem existencial
que destrói o ente por privalo da ordem ôntica ou ex existencial de que é a dele só pode ser corrompido Portanto o que é bom já que a corrupção é a perda da Bondade é a desorganização então que que Santo Agostino tá afirmando aqui a primazia da Bondade sobre a maldade a primazia do ser sobre o a corrupção a primazia da da Saúde sobre a doença o que que ele tá fazendo refutando os maniqueus não me venha com essa que tem a doença e a saúde estão lutando não não a saúde vem depis para estragar
a festa estragar a brincadeira ou estragar Prazer Só não se corrompe o que é absolutamente perfeito só tem um ser absolutamente perfeito é Deus e o que está absolutamente corrompido Então olha olha como ele é gênio quase gênio mesmo sen Agustinho é realmente genial ele diz assim dois entes duas coisas não podem ser corrompidas ou que é absolutamente perfeito Deus ou que é absolutamente imperfeito e corrompido e E isso não existe o que é privado de toda bondade mas isso tá escrito aqui não existiria porque estar privado de toda bondade é estar privado de todo
ser porque tudo que é é bom não é possível ser sem a bondade porque a bondade é a ordem que delimita a existência de alguma coisa e que a distingue ticamente de outras coisas como eu distingo mesa de caneca caneca de copo copo de pasta só um minutinho Fábio então vocês precisam entender nesse momento para o bem da argumentação o sentido ontológico teleológico e formal de bondade porque a maldade será exatamente a interferência metafísica nessa estrutura primeva ou primitiva ou primordial tudo que existe é bom por existir tá certo não tem nenhum pai que diante
de um filho que acabou de nascer não considere Belo porque a e não é belo o bebê quando sai da barriga por acaso é uma figura estranha Então os pais se tornam nesse momento corujas e falam que lindo mas a beleza que é afirmada ali não é uma beleza estética é a beleza da superabundância da existência que se afirma na positividade do seu ser foi isso que eu disse quando eu vi a Maria pela primeira vez ela ass tá claro então o 2.7 o mal não é uma substância uma realidade positiva não poderia nascer o
mal como nasce o bem tão entendendo a concepção de um novo ser por exemplo o milagre da vida humana no ato íntimo é a afirmação a geração de um novo ser geneticamente distinto dos do ser dos pais que o conceberam que é positivamente bom e existe E aí Claro ele pode ter doença a partir daí ele pode sofrer doença e pode sofrer ataque ele pode até morrer Fábio depois o Gabi considerando que é uma negatividade é uma ausência uma falta tudo que nega né como é que eu posso afirmar a existência seres que na Essência
são malignos existência dos demônios por exemplo já que eles são por Def eles deveriam ser por definição não existên não se a gente vai chegar lá eles não são essencialmente malignos eles são essencialmente bons eles são eles são criados bons eles são existencialmente bons eles são moralmente maus Ou seja a gente vai chegar lá ainda não comecei a falar do Mal moral atualização zero da potência perfeito e desvio da finalidade da vontade eles desejam na forma de um bem o que lhes é e nos é o mal mas eles querem o bem é impossível que
querer o mal só que eles querem um bem errado e eles querem o que eles querem é mal na forma de um bem sob a aparência ou sob o aspecto de um bem eu vou explicar isso Fábio eu garanto que eu vou explicar isso ainda hoje a tua pergunta ela antecipa dois pontos Gabi Por isso que diz que ele é asuto né o Fábio não porque ele desejou mal que faz capa de bem né claro mas eu ia perguntar quando tu falas que todo tudo que é criado é é bom eh e aí vem a
as críticas que a gente enfrenta assim diante do do ateismo eh como é possível terem fenômenos por exemplo naturais que provocam tantos desastres Vamos chegar lá matam tantas pessoas e assim o o que eu enxergo aqui a ânsia às vezes do mundo é em e até nosso desespero é de dizer que esse fenômeno ele é indesejável ele é um mal porque a gente não consegue enxergar o bem que está para além do de todo mod que é colocado né só que qual é a dificuldade desse ponto é que um desastre natural é muito difícil justificar
que pode ter uma um bem maior em relação a isso né então minha pergunta é é é é a gente vai é uma discussão bem sim essa vejam não há uma solução totalmente pacífica e aceitável Esse é um é um drama humano é uma questão filosófica permanente e muito difícil de ser equacionada eh me parece que a o gesto Agostiniano é o mais sábio possível para o homem diante do mal orrendo mas a gente pode chegar lá especificamente no mal moral e no mal natural embora tu Tenhas antecipada a resposta a resposta é que deve
havir por necessidade ontológica um bem maior que nós não sabemos e eu não sou Deus para comciência para saber o que se aconteceu de bom com tsun ou com holocausto mas há um bem que eu não sei por necessidade ontológica não é possível que não haja um bem do tsunami ou do holocausto é Hugo é professor se tudo que existe é bom isso corrobora o argumento de Rous de que todo homem nasce bom não não o argumento de rousse boa pergunta Hugo excelente pergunta parece mas não é o tipo da coisa bem vamos lá o
russ é um calvinista que nasceu em Genebra que é por acaso a grande cidade do calvinismo e o calvinismo é uma tendência agostiniana daí você pode fazer uma um inventário de história das ideias de algum modo articular que ele teve essa intuição e o que o r tá pensando numa chave de tipo social e de tipo moral e política é a corrupção da sociedade sobre o indivíduo no esquema contratualista de um estado de natureza superado por um estado social mediante um contrato social que fornece a homem meio de convivência jurídica pacífica mais ou menos pacífica
com sua chave então no primeiro discurso que é o discurso sobre desigualdade dos homens que o homem nasce bem bom ingênuo puro e é corrompido pela sociedade não é Nesse sentido porque eu não tô dizendo que tudo que existe é bom do ponto de vista moral eu disse apenas que tudo que existe é bom do ponto de vista ontológico e não poderia existir na pela desordem se de repente tem um um redemoinho se tem uma um uma monstruosidade qualquer você é Pensa bem isso não existe é como o desafio da arte vanguardista do nonsense que
é um um negócio literalmente um negócio das ding dizem os alemães uma coisa sem forma sem sentido sem significado sem ordem sem literalmente sem medida sem forma e sem ordem não é nada é uma destruição uma privação de alguma coisa e a e o dadaísmo que é esse tipo de tendência é exatamente negar o ser da da arte e negar o significado ontológico da arte é apenas um Manifesto de um de um sujeito psicologicamente afetado que compartilha sua afetação com os que o contemplam tá então e isso faz sentido do ponto de vista social e
cultural mas não do ponto de vista estético então por isso que eh quando eu estudei as vanguardas eu aprendi muito eu gostei muito foi um estudo que me me surtiu grande cognição não de arte porque não é arte mas de psicologia da arte de psicologia do homem que desesperado faz aluma coisa dessa né porque isso tem sentido cultural mas não o que ele faz então eu não tô dizendo se o homem é ou não bom por ser criado e eu já antecipo que eh Rousseau de algum modo seculariza um gesto de a tua pergunta ela
não é boa viu ela é maravilhosa eu vou me permitir abrir um grande parêntese aqui para explicar isso porque Rousseau é um protagonista junto com Marx e todo que vem depois da modernidade que que Rousseau faz ele pega o modelo Cristão que é o seguinte no modelo Cristão o homem é criado bom das mãos de Deus e é conspurcado pelo pecado original do primeiro homem da primeira mulher e de por isso nós temos o pecado original e nó nós atribuímos a culpa dos nossos erros a nós mesmos meia culpa meia culpa meia máxima culpa né
confit então o que que c faz faz a culpa é da sociedade a culpa é do Capital a culpa é dos meus pais a culpa é da minha professora e eu sou inocente isso é simplesmente uma inversão e aqui eu vou usar um termo teológico lamente preciso diabólica porque a estrutura diabólica é a culpabilização alheia então Você cometeu você ter um problema moral a culpa é da cultura brasileira a culpa é da sua mãe que lhe traumatizou do seu pai que lhe abandonou do seu avô que não sei o qu a culpa é do Capital
internacional do FMI da ONU a culpa é do Bird a culpa é da da OMC a culpa é da da opep a culpa é do petróleo internacional Por isso que você tá é tão ruim assim a culpa é da Rede Globo da TV Liberal tá vendo a culpa é da escola dos livros da escola e você não não eu sou vítima então a vitimização do culpado é uma inversão diabólica da estrutura Cristã de responsabilidade moral e aí Hugo Tu pode ter certeza que rousse e Marx São protagonistas desse papel porque a culpa é da sociedade
isso é a coisa mais fácil de dizer né a culpa é da sociedade e você não eu sou vítima não você come acabou de cometer um crime pois é tá vendo só como eu fui influenciado por pessoas mais ao longo da vida e essas pessoas mais são culpadas Não elas são vítimas também coitadas também foram influenciadas Então esse gesto é o gesto antic crístico de Adão foi a mulher e a mulher diz foi a serpente então essas teologias que são teologias perdão essas políticas essas teorias políticas da modernidade como as de rousse e Marx são
todas teorias pol teologias secularizadas ter certeza absoluta disso no caso de russ em chave calvinista no caso de Marx em chave Judaica aconselho muito a leitura de um gigante chamado fel com v vegelin que ele que estuda isso hã Vamos fazer um intervalo não vamos concluir essa página que eu praticamente já vi como a gente vai até meia-noite a gente não precisa ter pressa hoje então 2.7 o mal não é uma substância uma realidade Positiva subsistente em si mesma mas simplesmente privação de algo existente e bom ou seja o mal é uma falta de ser
uma falta de bondade ali onde a bondade deveria estar então eu chego na aula hoje com uma rasgadura na roupa um rasgão aqui na roupa um buraco na roupa tá o buraco existe o furo na roupa existe não ele arranca ele rasga a roupa que antes tava unida e a roupa unida é o sentido da roupa ninguém costurou a roupa com com buraco eu não sei essas modinhas malucas hoje que as casas são todas rasgadas E se eu vejo al com uma calça dessa eu falo tua calça rasgou e eu fui falar isso uma aluna
Ela falou isso é uma coisa que a minha avó me [Música] diz Claro porque a vó dela tem senso de ordem Então Deus é criador de tudo logo nada existe que não seja a criação de Deus olha que a gente tá recuperando o argumento Inicial Deus é bom logo tudo que ele criou É bom assim o mal não existe em si não tem substância própria não subsiste independente do bem que ele corrói ele é mera privação falta de medida forma e Ordem a gente vai fazer um intervalo e eu vou explicar para vocês como Santo
Agostinho divide cada um desses três modos de ser ser como medida ser como ordem e ser como forma e aqui Fábio e gab a gente vai conseguir discernir mal moral mal natural e mal ontológico que não são expressões do próprio Sant Agostinho mas dos comentadores como eu então Santo Agostinho diz o seguinte tudo que existe tudo que é é bom em três dimensões tudo o que é é na medida que tem forma medida e Ordem então o mal é privação ontológica de uma dessas três dimensões do ser ou é privação da medida ou é privação
da forma ou é privação da ordem então a gente pode dizer que o mal é das três uma ou vez ao mesmo tempo ou duas das três desmesura deformação ou desordem e com isso a gente pode começar a explicar e conceituar o mal moral o mal natural e o mal ontológico tá acompanhe aí na página TR pegaste o plano de aula tá 2.11.1 medida é a grandeza ou excelência de uma natureza então a medida da natureza é a sua proximidade relativa a Deus que é a medida das medidas que é o métron ontológico do Cosmos
então quanto mais medida ou grandeza tiver uma coisa mais parecida ela é com Deus A privação de medida é um mal ontológico porque as coisas que sofrem deste mal continuam boas na medida em que existem mas de forma má Porque desmesurada então vejam que mal ontológico não é a substancialização do mal porque eu tô aqui há uma hora dizendo que o mal não existe que o mal não existe ontologicamente que o mal não existe em si que o mal é a privação de de alguma coisa boa Então o mal ontológico é a desmedida é a
desmesura de uma coisa boa que significa a redução da natureza ontológica de uma coisa e é como se fosse descer de andar é como se fosse rebaixar vejam que essa estrutura de medida vertical é muito presente na simbologia bíblica Jesus S à montanha por por exemplo sobe ao Tabor o Calvário é uma montanha um Monte das Oliveiras se você perceber toda essa estrutura assim como os infernos é um são um nível inferior de existência a punição na Serpente por exemplo será é rastejante irás rastejar né então a ideia da perder a medida segundo elemento e
Santo Agostinho Diz que esse mal inicial ess mal dos três é o que menos o homem influencia é o menos pautado na realidade humana por assim dizer que é a terceira forma é a deformação moral segunda estrutura é a da ordem as coisas existem em relação então ordem é relação ordem é o modo com que as coisas se relaciona o modo como os homens se relacionam e o Cosmos se relaciona então a chuva alimenta ou confere água para as raízes das plantas das Árvores as árvores T frutos que alimentam os animais que alimentam Então essa
cadeia ordenada a que eu me referi ainda pouco então quanto mais ordenadas as coisas Isto é quanto mais elas emergirem quanto mais elas tiverem orquestradas mais Integradas ao plano de vida Divino que as criou de forma ordenada ou orquestrada o mal natural parece ser uma desordenação mas ele não existe quando considerada a totalidade do Cosmos governada pela providência divina então a tese é que otimista do cristianismo é de que jamais Deus abdica e renuncia da sua criação Deus não é um pai que que abandona o seu lar ou um arquiteto que deixa a obra correr
por se só ou um Maestro que deixa os seus músicos desafinar e abandona o palco não sempre Há uma razão de ser que nós não conhecemos pela limitação do nosso intelecto pela limitação da nossa inteligência no campo da Providência e por isso a providência com P maú todo mundo sabe que é a providência é ordenação cósmica e moral de Deus em relação ao mundo mundo natural e mundo social e mundo pessoal na vida de cada um que supera a nossa compreensão então por isso a confiança na providência é a confiança em alguém cuja inteligência eu
não alcanço confere sentido a tudo então o homem piedoso tem que tirar uma palavra do seu vocabulário que é coincidência não tem nenhuma coincidência no mundo existe uma estrutura de causalidade cuja função interna de no todo da do mundo nós não conhecemos só isso é isso que nós chamamos de acaso o acaso é uma ignorância da causa mas não existe nada sem causa e a causa aqui é a causa contextual de cada elemento num todo cósmico o Cosmos é ordem é organização Tá certo tá então v a pergunta do Gabi ah um terremoto um tsunami
uma seca uma usina hidrelétrica pros indígenas uma coisa que des Essa desculpa essa é Moral é moral perdão mas um tsunami um terremoto uma seca uma agento Embora esteja sempre ligado a questões Morais mas vamos ver sempre tenta encontrar uma questão moral né que também existe uma busca incessante culpado daquela ação O que é um antropocentrismo quando na verdade durante muitos séculos e milênios também tiveram causas naturais e que o homem não teve um controle disso perfeito uma visão de que o homem pode controlar tudo tudo também é uma visão antropocêntrica então retirando os exemplos
imperfeitos humanos como no caso da Usina como no caso do do alagamento que eu pensei em ruas alagadas que tem uma causa humana que permite mas também pode ter uma chuva torrencial não prevista que impede a enfim otimismo Agostiniano diz há um sentido providencial por trás que eu não conheço e é soberba axar aqui pelo f eu não conhecer não tem Deus no fundo O ateu ele é muito Soberbo porque ele fala eu primeiro você não tem como provar nem que se nem que não tá certo então o O ateu dá um passo pra frente
e fala como eu não entendo a ordem cósmica ela não existe tá claro eu tô aqui na pauta eu fiz primeira eh parte ateísta agora tô na parte teísta tá uma p pode ser considerada natural sim como aconteceram peste negra sim dúvida terceiro ponto é o mais importante o que que é um um mal no sentido da forma forma alguns Aristóteles aqui comigo As quartas tão tão aprendendo vocabulário aristotélico forma é o padrão de ser de um ente a forma é a estrutura inteligível de uma espécie vamos lá quando a gente vai jogar futebol tem
a bola platônica né Vocês sabem bola platônica se reun de sexta no Remo todo mundo chegava lá parecia mais um circo do que um futebol E aí chega um e diz eu tô em forma o que significa isso tem a forma de barré eui essa filosofia vamos Tô em forma o Fábio chegou em forma assim na primeira aula tava lá filosofia tranquila ou seja ele tá atualizado na sua potência intelectual tem gente que eu recebo muitas mensagens uma das partes que eu gosto de deixa eu ver se tá gravando aqui acho que tá Então nesse
sentido de estar em forma ou na forma é estar atualizar as mensagens desculpa ah Professor tive dificuldade de acompanhar não tô acostumado Professor eu tô lendo e não consigo ler mais do que 30 minutos bem Tem gente que lê 3 horas tem gente que lê 6 horas dá para ler 10 horas se você estiver em forma né eu conseguiria ficar falando aqui umas 6 horas sem o NC já acompanhou porque eu tô em forma eu faço isso há uns 10 anos então a forma estar em forma é está atualizando e está em plena atualização de
uma faculdade qualquer tem gente que anda 6 horas Sei lá tá viajando lá vamos fazer uma passeio anda o dia inteiro tranquilo tá em forma física tá em forma intelectual tá em forma do futebol tá em forma sei lá de bebida bebe bem tá acostumado isso tá em forma tá desenvolvendo alguma faculdade tá alguma aptidão isso aqui é muito importante porque isso aqui é conceito de virtude Aristóteles Tá certo virtude é excelência num comportamento por um hábito e uma disposição permanente para fazer o bem tá fazer o fim específico de uma ação ética anômica livro
um capítulo um então a forma é a dimensão moral quanto mais bem formado estiver uma coisa mas atualiza a sua potência natural is aqui é Aristóteles Tá ora o mal moral é uma deformação da natureza humana pela privação da finalidade da ação humana então por exemplo qual é a finalidade da fala é falar a verdade é falar o que pensa é falar o que vê por isso a virtude da fala é honestidade é a sinceridade agora você pode mentir né Nós podemos mentir temos a faculdade de usar a fala não para dizer o que vemos
que pensamos ou que sabemos mas para dissuadir esconder enrolar isso não é uma virtude é um vício porque eu tô desviando a finalidade da fala que é falar a verdade então tudo que existe existe com uma final a gente po chamar de natural em Aristóteles isso aqui é bem mais complexo porque essa finalidade também é social Então você tem uma profissão Você tem uma ocupação social qualquer E aí tem uma finalidade da prática social específica em que você está inserido tá então a deformação não vai ser da natureza metafísica do homem mas vai ser vamos
chamar assim da natureza social daid que ele está inserido a forma do jogador em futebol vai ser correr tocar driblar marcar meter gol agarrar Isso vai ser a a forma atualizada daquele Esporte daquela prática assim como a forma de virtuosa do estudo vai ser a leitura a tradução a assimilação as notas a preparação tá a a a retenção e assim por diante e aqui surge um problema que para Agostinho é grave gravíssimo é o problema mais grave que existe e do qual ele nunca se distanciou e do qual ele nunca parou de refletir a vida
inteira que é o primeiro ato de deformação então ele diz o seguinte o primeiro pecado que é o pecado de Adão e Eva foi um pecado cometido de forma libérrima absolutamente Livre absolutamente radicalmente livre de toda e qualquer influência mesmo que que a estrutura ali seja uma estrutura de Tentação como vocês sabem né ação Demoníaca no mundo ela se dá de três maneiras a tentação a obsessão e A Possessão ali provavelmente foi uma estrutura de Tentação bem independentemente disso e e da que eu acabei de explicar da desresponsabilização individual não foi e Adão disse não
foi perdão foi a serpente e Adão não foi a Eva essa estrutura de se desculpar literalmente se tirar a culpa de si para Agustinho não não redime ou não isenta o caráter livre desse primeiro pecado estrutural que deformou e condicionou toda a natureza Human doravante né então o pecado original mancha já imacula toda a humanidade né Essa é a estrutura do dogma da queda né e Santo Agostino pensa o seguinte não tem explicação possível para esse ato racional aqui a gente sai por completo de uma teologia racional você não tem como entender isso aqui porque
se você entender é encontrar causa né se você encontrar a causa do Pecado original do pecado de Lúcifer da queda você dispensa a fé a Encarnação de Cristo vai se tornará uma explicação filosófica e aí a gente dispensa a fé dispensa a religião você não precisa mais ter fé em Cristo Então olha qual é a argumentação que no fundo tá em São Paulo isso tá em romanos Santo Agostinho não pensa que tá inovando tá Para que você entenda o mistério da Redenção de Cristo deve ter havido um mistério da iniquidade O Mistério da queda e
por isso a estrutura que São Paulo estabelece entre Adão e Jesus Eva e Maria o o mistério o pecado entra no mundo por um homem sai do mundo por um homem o pecado entra no mundo por uma mulher e sai do mundo por uma mulher a analogia estrutural entre Adão e Eva Jesus e Maria é uma você não entende a primeira parte o pecado original mas para você crer na segunda dimensão da salvação da Redenção é como se tivesse um médico e eu creio que o médico vai me curar euo bem você deve est doente
né Por que você tá doente isso eu não tenho como saber eu sei que o médico me cura ora mas ele não poderia me curar se eu não tivesse doente então a fé em Cristo torna necessa a queda cuja razão é um mistério e é isso que São Paulo chama de mistério da iniquidade O que significa O Mistério da iniquidade o ato livre porque se você dissesse assim olha Adão tinha uma inclinação pro mal aí você perguntar bem quem infundiu essa inclinação Por que tinha essa inclinação nós temos a inclinação por causa de Adão tá
certo mas porão tinha essa inclina inclinação porque senão Deus poderia teria que ser responsabilizado pela inclinação dele seria uma inclinação natural tão entendendo isso então Santo Agostinho resolve entre aspas veja não é uma resolução filosófica uma resolução teológica e aqui entra o doutor da igreja aqui entra o santo aqui entra o homem de fé que eu vou aceitar eu vou aceitar ess Elo não pela razão mas pela fé quem levantou o Chico inicialmente eu a pensar que o mistério da iniquidade podia se resolver pel pela pela concepção de acrasia porque Adão tava no momento em
que ele conhecia tudo ele tinha perfeito conhecimento que era bom do que era mal porque Deus dito dessa maneira revelou que o mal estava na na maçã eh mas aí depois eu eu eu tava pensando aqui que não era no no na no momento vamos dizer assim que Adão estava no Paraíso estava num numa situação de perfeita vontade porque não existia ainda essa privação ele tava num momento de Perfeição absa no Paraíso então a medida era perfeita a ordem perfeita e a forma do mundo era perfeita verdade eh então é por isso que é um
mistério elesse porquee tivesse conhecimento ele tivesse uma situação de perfeição moral perfeição natur perfeição ele ainda assim optou isso olha o que tu acabaste de dizer perfeito Chico tu acabaste de formular o mistério como a forma psíquica perfeita de Adão poderia permitir alguma coisa como a acrasia nós somos ACR táticos nós sofremos acrasia porque somos da formados estruturalmente deformados nós não obedecemos a nossa vontade quando São Paulo diz não pratico o bem que quero mas o mal que não quero ele tá dizendo nós somos acros a nossa vontade é fraca a gente não obedece a
nossa razão a nossa a gente quer uma coisa e faz outra a gente é fraco Muito obrigado amigo agora como é que Adão cuja forma é naturalmente perfeita porque vem diretamente de Deus sofreu essa queda ou num outro numa outra chave já do Apocalipse como o primeiro anjo rebelou-se isso não tem explicação isso não tem nenhuma explicação causal e filosófica estiv essa sim essa é por isso é Mas isso não é a causa isso é a forma isso é a condição de possibilidade da ação isso sim liade E tu vist que eu enfatizei aqui uns
5 minutos na Liberdade porque Santo Agostinho enfatiza muito por que Santo Agostinho precisa enfatizar muito na Liberdade e ele usa esses superlativos eu acho lindo liberrimo adoro por que ele enfatiza isso porque ele quer isentar Deus porque na época o os Manique Tá vendo só foi Deus que que fez essa uma força equivalente ou uma força equivalente exatamente Santo Agostino diz não foi a liberdade humana sem a qual o homem não poderia amar a Deus então liberdade e amor é a base da criação e por e responsabilidade e justiça e misericórdia teologia que vocês conhecem
a gente estudou muito isso no Dante porque isso é um tema muito caro a especulação escatológica emal como um Deus misericordioso e amoroso pode conceber algo como o inferno o inferno é o maior mal para Santo Agostin maior mal é pecado eh sofrer o mal não é mal praticá-lo é que é o mal porque é a ação então sofrer um mal provavelmente se dá se for um mal humano por um por uma deformação de outrem que foi quem me causou o mal e não o mal que eu pratico por deformação própria isso é um outro
tema isso aqui é ética e moral a prec de mais tempo vamos pra página 4 O Mistério da iniquidade Confere o mal moral não seria um mal ontológico que o homem Ele nunca vai conseguirão ontologicamente da muito boa questão Fábio se for mal também muito boa Agostino não fala disso deixa só dizer uma coisa bem clara Santo Agostino não usa a expressão no li arbítrio é mal ontológico mal moral e mal natural os comentadores Brian Davis por exemplo que é um tomista consignado aí na bibliografia de vocês o BR Davis ele fala usa essa expressão
o próprio acho que o Monsenhor Urbano zes usa essa expressão o próprio Batista M Isso é uma expressão consolidada na filosofia da religião e mal moral mal ontológico mal natural Então vamos usar tá olha que f argutamente percebeu o homem decaído perde uma natureza pura ele é maculado ele é conspurcado da isso aí também tem uma você sab que isso aqui tem uma outra dimensão fundamental que é a necessidade do Sacramento do batismo paraas crianças toda a discussão do pedobatismo que a reforma vai trazer de volta com os Batistas pedobatistas anabatistas e toda discussão que
eu imagino que vocês conheçam porque é muito importante e muito decisiva na história da igreja mas o O Fábio tá perguntando se essa queda estrutural desmesura o homem diminui o homem de natureza tira a natureza sim eu acho que a gente pode considerar Fábio e ao mesmo tempo que ele é rebaixado ele se afasta de Deus a queda Olha como o próprio nome disse eu falei da queda como se fosse descer um andar foi isso metaforicamente e o Fábio muito bem tá perguntando bem se eu cair e agora eu tô rastejando com a serpente agora
tô andando de quatro patas como animal concupiscente agora a concupiscência Me Domina por assim dizer eu perdi a minha medida ontológica e nesse sentido é um mal ontológico só que Santo Agostinho nesse texto el não trabalha com essa ideia tu podes Veja a gente tá falando o que a gente tá fazendo aqui pessoal é teologia filosófica e e filosofia teológica a gente tá especulando filosoficamente eu registro vez por outra os dogmas da ortodoxia mas porque não é uma aula de catequese não é uma aula de de Direta do dos dogmas das doutrinas a gente tá
especulando então eu acho que cabe Fábio a gente dizer aqui a Santo Agostinho a tratado do Mistério da iniquidade é dialogar com São Paulo que tá enfatizando a superabundância da Graça que nos catapulta para um outro nível E aí olha qual é o paradoxo por causa de Cristo que se fez homem não Anjo de algum mod nós estamos além dos Anjos porque nós temos uma comunhão muito profunda com Cristo com Cristo Eucarístico por causa da Encarnação Ele se fez um de nós para que nós nos fizéssemos um deles uma das pessoas da Trindade um dos
uma espécie de Deus e por isso que a teologia oriental dos Pais da igreja oriental falam fala de de deificação divinização para usar uma uma imagem ou uma concepção que o Chico gosta e que a gente estudou com o Sandro no inferno de Dante que é o discurso sobre o homem de São Basílio Magno o primeiro né Imagem e Semelhança já falei disso aqui até no grupo A imagem é a a imagem é a medida do homem a essência Idêntica e nesse sentido a de Maria é Idêntica a a minha a Virgem Maria é o
ser mais excelso depois de Cristo Cristo Deus é Deus ela é ser o ser humano maisels mais perfeito mais Sublime mais extraordinário agora a semelhança é moral e por isso Alguns são mais semelhantes do que outros por isso que São Francisco é mais semelhante até mesmo pelos estigmas de Cristo do que eu tá então a aqui é questão moral da forma porque a forma é ação é moral e a e semelhança é a natureza é a é a medida o que nessa parte de porque Adão sendo perfeito ainda caiu na tentação uma solução talvez possível
não seria que o livre arbítrio no no princípio Eh pressupunha que Deus não tivesse se mostrado totalmente aí com a graça e resistível só só depois do li bío ele podia escolher porque se Deus se mostrasse totalmente na sua glória a graça Irresistível ele não teria bebido para esolir porque ser tão Irresistível que ele não teria como esolir outra coisa perfeito daí isso eu não sei se foi Santo rineu de leão quem falou isso Quem disse isso isso está na patrística Salv engano está na patrística Mas é isso mesmo imagino que ele tenha caído por
causa que ele não tinha visão da gra tinha Claro porque senão seria absolutamente Irresistível isso mesmo muito boa mas e e Satanás e o demônio isso é um mistério tinha ele sabia mas ele não tinha tido a não tinha visto Adão não provavelmente não mas o demônio sim Satanás sim Hã o o argumento aqui é foi levantado na patría esse argumento que o livre arbítrio deu a Adão a possibilidade de pecar porque ele não sabia de fato plenamente da glória de Deus que se soubesse tivesse visto digamos com a Olhos Nus a a Graça seria
tão Irresistível que ele não seria livre para errar e Se ele não fosse livre para errar ele não seria livre para acertar então a existência do Mal passa também pela possibilidade de amar livremente Então Deus não se mostrou plenamente para poder não aprisioná-lo isso mesmo isso mesmo respeitando a liberdade dele isso mesmo eu só não par aí a gente teria é Bréa total porque nós tememos feito a escolha isso a escolha e daí teremos aão isso mesmo vamos concluir aqui na página quatro sintetizando os argumentos teístas então vimos argumentos ateístas o problema do ateísmo vejam
pessoal se vocês pegarem assim o Epicuro David him alguns argumentos de Nietzsche e começarem a fazer a filosofia do ateísmo a tentar entender as at teologias tem uma figura hoje bastante famosa na França vários O contes sponville ateu né o essa esses filósofos contemporâneos no Brasil muitos deles são ateus mas a o a figura do Michel onf esse mesmo que escreveu uma teologia você vai ver que a estrutura do argumento sempre passa por aqui tá a gente viu então o o enfrentamento dessa questão com Santo Agostinho e agora vamos sintetizar os argumentos ateístas na página
4 item 3 tá um Doutrina do Bem Maior a doutrina do Bem Maior ela se baseia no na argumentação de meios e fins então acontece alguma coisa que é ao mesmo tempo resultado de uma ação que é um meio então eu posso pegar esse copo deágua e tomar água ação pode ser dividida em meio e fim tá por outro lado tomar água é um meio para me alimentar e assim por diante então o argumento meio e fim é tomar o mal não como um fim mas como um meio de um fim fora dele e o
fim do mal vai ser um bem tá quando Maquiavel fala que os fins justificam os meios Na verdade essa frase nesses nesses termos aí nunca foi dita ou escrita por Mael mas há esse sentido em Maquiavel né é Reconhecer essa estrutura de ação tá pode perguntar essa pergunta que fazer se o argumento Inicial deav é inocente nesse sentido não é nada inocente não é uma pessoa inocente este não era inocente ao contrário utilizou também então como de uma secularização não bem aí precisaria de mais tempo para explicar Maquiavel mas o que interessa nesse momento eu
posso explicar depois mais sobre Maquiavel que é um autor muito desafiador da história da filosofia política mas eh o argumento é meios e fins tá esse é um argumento formal básico da ética pensa meios e fins tá E aqui ele se desdobra em vários pontos eh primeiro limitação do conhecimento humano diante da insab dos desígnios de Deus ora quando nós começamos a aula disse Deus é um ser perfeito onipotente oniciente incorruptível e eu sou um pedacinho eu sou uma um grão de areia no na praia eu sou uma gota no oceano aí eu falo assim
bem eu vou querer entender porque Deus fez isso tem algum sentido a gota se voltar pro oceano e falar assim bem deixa eu ver porque tá tendo essa onda aqui e porque eu fui jogado aqui eu tô eu sou um grãozinho de areia tá tendo uma um uma uma tempestade de vento e eu quero entender porque ten Essa tempestade de vento eu sou um grão de areia eu tô aqui vendo nessa duna quilométrica porque tá acontecendo isso não tem nenhum sentido o homem querer entender a ordem cósmica e a providência divina questão a primeira questão
da suma é tentativa hercula de alcançar o máximo que o homem pode da natureza de Deus sem ente a entender os desígnios divinos não não há essa proposta essa proposta ela é marcada pela ibris pela desmesura de um homem que se alça num patamar acima do dele é um mal natural é um mal ontológico mas não para baixo para cima que é o tema geral da trajédia grega a trajédia grega tem como temática estrutural a tentativa de um homem ou de um herói ir acima do que pode tentando e enfrentando os deuses e é castigado
é uma uma constante notra réa grega isso aqui dois fatos aparentemente maus isso aqui é muito importante considerados isoladamente podem compor uma orquestra de coisas boas como sons de uma Sinfonia Vocês já viram um ensaio de uma Sinfonia só os naipes você afinação tá não não faz sentido esse negócio feio estranho fazer uma marcação lá qualquer agora põe isso no todo tão entendendo então se eu isolo um fato o argumento cosmológico é o argumento da reunião das partes de um todo agora você não sabe o todo sabe por quê Só quem entende aquele Bom bom
é um Maestro porque o maest está aqui e é único que tá vendo todos os naipes e é único que tá integrando cada cor no contexto geral da orquestra tá então esse argumento é muito forte a meu ver não nos é dado a Nenhum de nós conhecer todos os fatos em articulação pensando numa constelação familiar por exemplo Acontece uma coisa com um ente da família qualquer é um mal fez mal não isso aqui tá integrado num contexto cujo resultado histórico você não tem ideia você não tem como saber o resultado histórico da ação que a
sua tataravó fez ou o que isso Vai resultar pro seu tataraneto mesma ideia ou pra história do país ou pra história da Universidade ou pra história sei lá do que então a ordem cósmica pressupõe um tipo de conhecimento geral no presente e geral na história e no futuro que nós simplesmente não temos e que ninguém tem nem o bge nem a NASA nem o Google Maps só só um ser onisciente que tá vendo bem ISO que tá acontecendo essa amizade aquele contato aquele dia aquele isso foi gerando uma série de de efeitos que nos será
e que vem uma outro dado importante revelado no fim dos tempos e aí se a gente vai entender ah olha só porque aquilo lá paraa gab nisso eu posso transpor a ideia do Mal menor para ação humana CL assim eu posso fazer um mal porque no contexto ele pode se tornar um bem ou só Deus que pode ser assim não a tua pergunta é muito boa ela foge um pouco diretamente do tema mas eu vou responder mesmo assim a pergunta Gabi é maravilhosa ele perguntou a sobre a famosa Doutrina do Mal menor do ponto de
vista moral um médico por exemplo que se vê no desafio trágico de abortar um bebê para salvar a vida da mãe por exemplo por exemplo tá sefal uma vida é o mal em si isso é um mal mas nesse caso vai ser um mal que não é tolerado como efeito colateral de um bem que é salva a vida da mãe pois não essa possibilidade não existe ido não de uma uma uma uma mãe uma mãe tá em risco por causa da o info ou embrião nunca é uma ameaça pra mãe o inverso pode pode ser
por causa da ameaça de de ser abortado de provocado mas essa possibilidade não existe o feto nunca é uma ameaça para mais a as complicações da gravidez elas são explicadas mas o feto nunca é uma ameaça pra mãe e sim IMP tá então eu vou Obrigado D Derval eu vou dar um outro exemplo eu fui mal ensinado então inclusive nos manuais de bioética mas eu vou dar outro exemplo então no caso de uma guerra com escassez de equipamentos em que haja a necessidade de escolher entre fazer uma um único médico vários feridos ou equipamentos escassos
para uma única e eu tolero o sacrifício de uma vida em proveito de outro então a doutrina do Mal menor ou do bem maior que é a mesma coisa mal menor ou bem maior se dará exatamente como suportar o efeito colateral então a intenção não vai ser sacrificar a pessoa a intenção vai ser salvar outra só que não é possível salvá-las ao mesmo tempo o o outro exemplo famoso é o do bote o bote que só comporta três pessoas mas tem quatro está de necessidade quem vai ser o quarto que vai se ficar né então
sim isso cabe no raciocínio humano mas é uma outra o raciocínio humano vejam é você sabe Qual é você tem aqui bem eu tenho que salvar um só eu vou sacar salvar a caneca e não o copo plástico aqui nesse caso Gabi tu como agente moral Sabes o que tá na mesa o que tá em jogo e tu escolhes por uma por uma ponderação moral e e tu tu determinas olha esse é um mal menor e esse é um bem maior o que o argumento aqui é o seguinte nós não sabemos Qual é o bem
maior a gente ao contrário só vê um mal morreu alguém Puxa não tem nenhum nada de bom nisso é só uma privação é só uma morte só é só não tem nada só só sofrimento é um v de lágrimas um exemplo falando é uma coisa que a gente todo dia administração pública limitação orçament Sim e como é o nome disso reserva do possível isso acontece todo sim é três o argumento da recompensa tá o argumento da justiça divina se não houvesse atitudes ruins ou mais não poderia haver atitudes boas se não houvesse demérito não haveria
mérito se não houvesse mérito e atitudes boas não poderia haver recompensa de justiça divina Então se Deus é justo ele deve recompensar no sentido mais básico de justiça como dar a cada um que lhe é devido a partir do mérito então o mal é o demérito de quem não merece de quem é privado ou melhor de quem se priva voluntariamente de algo que merece quarto argumento infelizmente não dá tempo Chico depois tu fazes eh quarto argumento pra gente concluir existem virtudes que desde Aristóteles se chamam virtudes de segunda ordem que dependem de situações ruins por
exemplo não é possível ter bravura se não houver perigo não é possível haver generosidade se não houver carência e assim por diante Então para que haja um bem maior de certas virtudes é necessário certos maus tá o argumento do livre arbítrio já já falamos ninguém teria o mérito moral se não praticasse livremente uma ação e não pudesse preri a uma alternativa pior seis aperfeiçoamento moral item dois te diser do livre arbítrio o melhor mundo possível é aquele em que os homens agem livremente para o bem tá esse argumento é muito forte qual é o melhor
mundo possível Deus criou o melhor mundo possível porque Deus é um ser perfeito o melhor mundo possível é um mundo em que há liberdade e Amor em que há Liberdade ordenada ao bem de amar e obedecer a Deus esse é o melhor mundo possível Agostino pensa assim se Deus criasse um mundo de autômatos e se Deus criasse um mundo de cachorros adestrados se Deus criasse um mundo de robôs tudo direitinho pa parece um computadorzinho sem vírus sem emperramento sem bateria que acaba mundo tudo direitinho um mundo que fosse um um um uma máquina mecânica perfeita
esse seria um mundo bom não esse não seria um mundo bom é uma outra reflexão de Santo Agostinho comentando o evangelho de São Lucas sobre o filho pródigo ele é muito bom nesses comentários ele diz assim a possibilidade de o filho se arrepender e voltar para casa é a condição da Liberdade que o pai lhe conferiu o pai poderia não ter deixado o filho fala o quê Me dá minha herança que eu vou fazer eu vou para sacanagem o pai poderia não ter deixado não você não vai você não é livre você não vai eu
não vou deixar porque Esso é um erro o pai deixa vai tá aqui mas na tua volta a festa vai ser a maior alegria do mundo do pastor que deixa todas as 99 vezes e vai atrás da única perdida então diz Santo Agostinho Esse é o melhor mundo possível um mundo livre mas a liberdade pressupõe que os homens também possam fazer o mal caso contrário não seriam nem Livres nem bons então é o preço o mal a existência do mal é o preço que se paga por algo muito melhor que é a liberdade e o
amor tá o argumento da irrealidade do mal ou privação que agustin apresenta nas confissões também é retomado por São Tomás por fim os teístas são os que afirmam a existência de Deus a revelia da existência do mal ou da forma como o mal se dá no mundo dizem que não se pode jamais realizar um julgamento moral de Deus que isso é um erro conceitual você não pode chamar Deus de ruim ou de bom ou de feio ou de injusto porque o julgamento moral é sempre contextual histórico social pautado em certos critérios por exemplo hoje a
gente vi numa sociedade Liberal democrática relativista e subjetivista tolerante e irreverente a gente acha que Deus tem que ser assim um Democrata que Deus tem que ser igualitário que Deus tem que ser relativista que Deus tem que compreender cada um como ele é porque nós Nós pensamos assim essa é a moralidade pública de uma sociedade democrática relativista e pluralista então tem que ter vários Deuses claro que a gente vai projetar o pluralismo num politeísmo É claro é claro que a gente vai projetar um subjetivismo na teologia então não tem nenhum cabimento você simplesmente proferir um
julgamento social e moral de Deus você tem ao contrário que purificar as suas concepções sociais e Morais para começar a pensar a Deus na próxima aula a gente vai aí sim vir paraas três questões da suma em que são Tomás trata especificamente disso muito obrigado e boa noite