Introdução ao pensamento de Patricia Hill Collins | Aula #1: Interseccionalidade | Winnie Bueno

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TV Boitempo
Curso de Introdução ao pensamento de Patricia Hill Collins Aula #1: Interseccionalidade Com Winnie B...
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[Música] Boa tarde sejam bem-vindas bem-vindos e bem-vindos meu nome é Dulce e essa atividade é parte da programação do centro de pesquisa e formação do Sesc São Paulo em parceria com Editora boitempo aqui representada pelo Kim e pela Lígia que tem um recadinho para vocês Lígia [Música] Boa tarde gente muito obrigada por estarem aqui a programação tá tá bem interessante Estamos bem animados com as aulas que estão para vir eu queria só avisar vocês que com o tema do curso a gente está com os livros da Patrícia Nicole com desconto tá rolando agora a festa
do livro da USP então tanto o evento presencial quanto online A gente tá lá ainda é só entrar no nosso site www.bou e tempo editorial.com.br tem títulos com até 50% de desconto Mas se não tiver dentro do cronograma de vocês neste momento a gente também tem um clube do livro O armas da crítica que todo mundo que assina o nosso Clube no livro tem 30% de desconto em todo o nosso catálogo então Caso vocês não consigam aproveitar a promoção 50% agora vocês podem aproveitar mais para frente ensinando o nosso Clube do livro também quero apresentar
a mediadora que vai estar aqui com vocês que a Juliana Borges que é consultora do núcleo de enfrentamento monitoramento memória do Combate à violência da OAB São Paulo e conselheira da iniciativa Negra por uma nova política sobre drogas foi secretária junta de políticas para as mulheres e assessores especial da secretaria do governo municipal da prefeitura de São Paulo entre 2013 e 2016 em autor do livro encarceramento em março e espelho de nós então a Juliana vai ser um uma ótima mediadora aqui vai intermediar o papo entre vocês e a professora quero também pedir a gente
não deixou o microfone aberto pela quantidade de inscritos que a gente teve no curso mas vocês vão poder fazer as perguntas pelo chat eu só peço que coloquem pergunta em maiúsculo na frente para a gente poder selecionar para eu poder passar para Juliana a gente poder responder o máximo de perguntas possíveis então acredito que isso você quer falar mais alguma coisa sim porque antes de seguir aqui com a conversa é importante lembrar uma coisa nessa aula assim como as demais serão gravadas né para posterior de divulgação desse material no YouTube da boitempo então Aqueles que
decidirem se manter com as câmeras abertas estarão autorizando o uso da imagem nessa gravação Ok então se não tá afim de que sua imagem apareça quando esse curso for divulgado por favor fecha a câmera mantendo a câmera aberta tá autorizando os da imagem certo então sendo assim recados dados Juliana por favor pode seguir com a condução do nosso encontro de hoje Olá Obrigada Dulce Olá boa tarde a todos todas e todos boa tarde Dulce Lígia aqui antes de mais nada gostaria de agradecer a boitempo e o Sesc por esse convite Boa tarde e essa oportunidade
de ver mesmo que online é o inimigo faz tempo que a gente não se vê né por conta de pandemia de monte de coisa mas é um prazer imenso estar aqui nesse curso fazendo essa mediação e principalmente sobre com enfoque no pensamento na formulação né de uma intelectual tão importante que a Patrícia Hill Collins e conversando sobre a temática que é o ine vai expor para gente que é da interseccionalidade né que dá o que falar né no conceito de interseccionalidade e por isso eu fico Fiquei super empolgada com essa aula para a gente ter
oportunidade né de se aprofundar um pouco mais sobre a construção desse conceito sobre a sua utilização para que a gente navegue contra Maré Do esvaziamento né de conceitos formulados por intelectuais negros e negras então sem mais delongas eu queria antes apresentar o hino que além de ser uma pessoa que é uma querida para mim que eu admiro muito a William e a orixá Doutor Ali sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul é mestre bacharella em Direito escritor militante do movimento negro ela atua como consultora professora e também palestrante além de produzir conteúdo nas
redes sociais né para disseminação do conhecimento da informação né e eu gosto que ela coloca na inibiu dela com uma leve pitada com um pouquinho de ironia importante né o seu primeiro livro foi publicado em 2020 pela Editora azul que imagens de controle né tá discutindo essa formulação também da Patrícia conceito também formulado pela Patrícia Hill Collins e foi indicado ao prêmio Minuano em 2021 então é um prazer imenso poder te ouvir hoje já vou passar a palavra para você e obviamente que a gente vai ter esse momento de troca de perguntas Eu sempre me
empolgo pensei um monte mas eu me comprometo a dividir com vocês as dúvidas as possibilidades de extrair o máximo possível de conhecimento da winnie hoje obrigada então boa tarde todo mundo queria dizer que tô muito feliz com esse tanto de gente se propondo a me ouvir numa tarde né quatro horas da tarde não é um horário que geralmente as pessoas têm né estão com outros compromissos né acho que a questão online também ajuda a gente nesse sentido que nos permite encontrar mais pessoas e debater com mais pessoas e sempre que eu tenho a oportunidade de
debater o pensamento da colins eu fico muito feliz e fico muito feliz de cada vez ter mais pessoas né interessadas no pensamento da Patrícia porque enfim é um pensamento bastante complexo não é exatamente fácil entender a maneira com que a Patrícia organiza os seus conceitos suas categorias né e de minha parte o que eu tenho tentado fazer nesses últimos anos desde que eu tomei contato com o pensamento dela e na própria dissertação é facilitar né facilitar esse excesso é descomplicar esse acesso deixando ele né um pouco mais [Música] facilitado mesmo e desdobrando mesmo esses conceitos
e essas categorias então que a gente vai fazer aqui hoje um pouco isso assim é tentar entender Como cole Spencer interseccionalidade porque no que diz respeito a interseccionalidade a gente tem muitas formulações né tem muitos teóricos estudando interseccionalidade tem muitas formas de pensar em interseccionalidade então é um tema que que foi navegando inclusive no contexto brasileiro num primeiro momento muito a partir do que a Kimberly Shopping estava de interseccionalidade mas que não se resume o que aquilo ele pensa de interseccionalidade né Tem um processo anterior a construção da interseccionalidade a gente vai dar intersexualidade como
conceito né nomear isso como interseccionalidade tem um processo anterior que a gente vai conversar aqui hoje e tem uma série de formas uma série autoras né tem todo uma discussão sobre interseccionalidade que há muito tempo vem vem aí pelo menos os últimos 20 anos é nos possibilitando pensar de maneira mais robusta de maneira mais complexa a partir desse conceito queria também agradecer a boi tempo pelo convite para mim sempre é muito legal participar de eventos né com a editora e com também agradecendo ao Sesc porque acho que o processo né de ampliação do próprio pensamento
da colins ele tem uma relação muito importante com a possibilidade né de editoras como obra e tempo não só traduzirem esse trabalho mas se preocuparem em utilizar outras ferramentas para que esse pensamento circule Então esse curso é um exemplo mas não é o primeiro tempo já fez outros cursos a gente vê a honra de participar de outros cursos né envolvendo pensamento da Collins e toda a possibilidade da gente poder dialogar sobre esses livros também é importante processos de construção de conhecimento eles também se dão numa perspectiva coletiva então poder fazer isso com a Juliana e
com todos vocês É uma honra para mim bom eu não vou usar slides porque eu realmente tava conversando antes que eu acho mais fácil para vocês e para mim de gente ter uma compreensão né mas completa do que a cola inspenso sobre intersexualidade em uma hora sem os slides né se a gente tivesse uma possibilidade aqui tivesse dando um curso de mais longo prazo eu já dei alguns cursos sobre o pensamento da Collins a gente até usaria os slides Porque daí a gente tem mais aulas mas como eu vou dar uma aula sobre um tema
que é Central no pensamento que é interseccionalidade eu vou não usar os slides Porque daí eu não vou perder esses tempinho passes likes eu não vou utilizá-lo para melhor desdobrar com vocês como a patricinha interseccionalidade apesar da gente ter dois livros né inclusive os meus estão aqui e foram os livros que tem por traduziu que tratam diretamente do tema da interseccionalidade que é o bem mais que ideias que é esse aqui né que vai tratar da interseccionalidade como teoria crítica e o interseccionalidade que é um livro esse que é um livro escrito em qual autoria
com acima billger que é uma intelectual que tem também uma outra parte de um outro lugar para pensar a interseccionalidade né e no próprio livro As duas compartilham como esses lugares distintos possibilitaram diálogos importantes para pensar em interseccionalidade né Patrícia tem uma trajetória é bastante voltada a produção de teoria acadêmica é uma mulher negra estadunidense né que tem toda uma trajetória voltada a pensar formulação de conhecimento de resistência desde a própria academia e assim uma tem um outro contexto um texto que está relacionado também ao norte global ao Canadá mas também de ser uma mulher
que tem uma trajetória Imigrante de ser uma mulher que tem outros atravessamentos então esses atravessamentos dialogados Dão origem a esse livro aqui que é também foi né traduzido recentemente pela boitempo e que é uma espécie de introdução mesmo a interseccionalidade então aqui a gente tem uma obra que vai desdobrar de maneira mais tranquila mais fácil o que é interseccionalidade e aqui a gente tem mais detalhadamente o que a cola sem pensado da interseccionalidade no sentido de pensar a interseccionalidade como teoria social crítica que é um outro uma outra forma de pensar na interseccionalidade né mas
antes da gente aprofundar nesses dois nessas duas obras especialmente essa aqui essa aqui que a gente vai se aproximar hoje é preciso dizer que Todo pensamento da Patrícia e o Collins é atravessado pela interseccionalidade então todos os livros todos os livros da polis Em algum momento vão tratar da interseccionalidade e essa trajetória é uma trajetória que começa lá no pensamento aqui deve ter ouvido meus livros tudo caindo aqui em que ela começa a trazer a interseccionalidade né pensando uma perspectiva mais relacionadas a uma práxis interseccional né então é importante a gente também observar que para
collies a interseccionalidade tem relação com sistema de poder em todo momento ela vai tratar da interseccionalidade A partir dessa perspectiva né de pensar relações de poder ter um pouco diferente de como a gente vê a intersexualidade circulando mais comumente né mais comumente a gente percebe a interseccionalidade muito relacionada com debates a respeito de identidades né então a gente como no geral a gente pensa entre sexualidade conceitue intersexualidade ah são como as identidades né se relacionam se cruzam é muito muito relacionado com o pensamento da timbre no primeiro momento né porque que isso no Brasil tem
uma uma centralidade né porque é justamente a partir da relação da Kings com o Brasil especialmente eu vi a Maria Silvia por aí que também é uma honra né tá nesse mesmo espaço que ela Maria Silva é uma das diretoras dez e a relação da química em choque com os movimentos é negros no Brasil especialmente com os movimentos de mulheres negras especialmente como a Kimberly foi relatora para o Brasil da conferência de duban esse documento que ela trata de interseccionalidade ele circulou né no primeiro momento circulou antes de tudo que a gente tem de interseccionalidade
né circulou inclusive mais fortemente que por exemplo a declaração do com né que é um documento importante que é anterior a conceituação de interseccionalidade circulou no primeiro momento mais rapidamente que era um documento oficial né e a gente a minha geração de mulheres negras por exemplo teve acesso a esse documento traduzido antes de ter acesso às obras da geladeiras ou mulheres com as classe por exemplo que é uma obra importante para pensar em interseccionalidade antes mesmo na nomeação da interseccionalidade como interseccionalidade então a gente ficou muito com essa relação com a interseccionalidade de pensar interseccionalidade
justamente relacionada com identidade e essa uma forma de pensar interseccionalidade tem outras né Então no que pede a interseccionalidade ser um termo que não aparece com frequência na vida concreta da gente assim eu tenho certeza que a maioria de vocês não deve ter parado num bar tomando cerveja para debater interseccionalidade né É ou Enfim uma resenha com os amigos vamos discutir interseccionalidade conversando com a mãe não é um termo em si ele não tem uma não aparece com frequência no nosso cotidiano Mas apesar da gente não ouvir a interseccionalidade na resenha com os amigos ela
parece de muitas formas né então a interseccionalidade ela também é uma forma da gente perceber os nossos diferenças né E como essas diferenças afetam o nosso cotidiano então ela não se resume a uma ideia acadêmica que caiu do céu né É como muitas vezes tem uma acusação nesse sentido né Não ela tem relação a gente pode considerar interseccionalidade como uma série de ideias e práticas que auxiliam na sobrevivência das pessoas afetadas pelo sistema Dominação e é por isso que poder é importante quando a gente pensa interseccionalidade né então acolhem Em algum momento ela vai inclusive
dizer que a intersexualidade é uma práxis cotidiana né aí vocês vão me perguntar Taline mas o que que é praxe né Talvez esse não seja um termo tranquilo para todo mundo né como é que se dá uma práxis cotidiana a práticas tem a ver com um trabalho teórico com um trabalho prático né é uma profundamento teórico comprometido com uma prática então a Praxis interseccional tá relacionada também com a construção da interseccionalidade com uma teoria social crítica porque a construção a formulação de uma teoria social crítica relação dela exige Prates né então navegar interseccionalidade é menos
fácil do que a gente pensa né então a interseccionalidade é como se fosse um grande mar né um grande mar e eu colher de Iemanjá vou usar metáforas nesse sentido é um grande mar né e o que a gente vai fazer aqui de alguma forma esses pensamento da colins é um grande barquinho e eu vou tentar oferecer para vocês algumas ferramentas para navegar um par de remo um par de remos e algumas outras ferramentas que lhe permitam compreender um pouco um pouco melhor né esse grande mar que é interseccionalidade então a gente tá navegando uma
parada complexa né que enfim demanda tempo de estudo demanda dedicação demanda diálogo e eu mesma venho estudando interseccionalidade é pelo menos oito anos e eu sempre me deparo com alguma coisa que eu não sabia né Toda vez algum autor que eu não conhecia alguma questão que não não ainda tinha sido apresentada Então a gente vai ter uma versão muito condensada disso aqui mas sobre tudo a gente entender e aí eu quis fazer esse recorte pensando na nossa conjuntura atual pensando o que nós podemos esperar de 2023 para diante que a gente entender e aplicar interseccionalidade
né é entender o que isso significa e aplicar isso aplicar interseccionalidade nas nossas relações né nos nossos espaços de trabalho na nossa produção acadêmica Enfim no nosso ativismo das maneira que vocês aí melhor entenderem né Especialmente porque as ideias sobre interseccionalidade elas são debatidas em muitas áreas né a gente não consegue constrangir a interseccionalidade não interseccionalidade é uma questão da Sociologia a interseccionalidade é uma questão do direito a gente não consegue fazer isso ela tem uma amplitude né importante então desde acadêmicos influenciadores digitais políticos enfim muita gente tem usado a interseccionalidade E são muitas formas
como eu disse para vocês de utilizar a interseccionalidade né mas tem algumas questões que me parecem mais ou menos consensuais e a colas também é Explicita isso né nas suas obras Especialmente na obra que ela escreve com acima que eu que eu venho também observando e que nos vão ajudar aqui a entender esse pensamento a entender esse conceito e poder melhorar mas antes de mais nada a gente vai precisar de um conceito meio que tentar achar um conceito consenso né para interseccionalidade esse conceito consenso para interseccionalidade uma forma meio Vamos pensar assim mais ou menos
apesar das muitas definições dilemas de definição da interseccionalidade a gente consegue achar um conceito mais ou menos que dá mais ou menos conta de tudo o que a interseccionalidade pode ser e esse conceito consenso tá lá na primeira página do livro e acolhemos e assim uma vão escrever da seguinte maneira a interseccionalidade ela investiga vamos lá e aí eu vou ler para vocês esse conceito e a gente vai pensar no que Ele tá nos dizendo né então a interseccionalidade investiga como as relações interseccionais de poder isso é importante pensar o que são relações interseccionais de
poder então interseccionalidade investiga como as relações interseccionais de poder influenciam as relações sociais em sociedades marcadas pela diversidade bem como as experiências individuais na vida cotidiana como analítica a interseccionalidade considera que as categorias de raça classe gênero orientação sexual nacionalidade capacidade etnia e faixa etária entre outras ou seja tem possibilidades em aberto aqui são inter-relados e moldam-se mutuamente a interseccionalidade é uma forma de entender e explicar a complexidade do mundo das pessoas e das experiências humanas então aqui a gente tem um conceito bastante amplo vocês devem ter percebido né que dá conta de várias possibilidades
de pensar em interseccionalidade né Por que que ele dá conta porque ao mesmo tempo que a cola está falando de que a interseccionalidade tem a ver com como racismo o sexismo o classicismo o etarismo se moldam mutuamente ou seja essas sistemas de poder eles não atuam de forma separada eles atuam de forma eles são mútuos né eles se comunicam uns aos outros ela também está dizendo que aspectos da nossa identidade ou seja a nossa Classe A nossa raça a nossa orientação sexual A Nossa Idade a nossa etnia o território onde a gente vive também vão
ter impactos nas nossas relações sociais né então ela ao mesmo tempo em que ela traz né caracteriza como se dão essas relações de poder ela também abre espaço para algo que é muito importante na obra da Collins para a gente pensar subjetividade lá no pensamento feminista negro ela vai escrever um pouco essas essas relações da construção da subjetividade de mulheres negras né especialmente com a partir da auto-definição e vai ter uma relação ali importante para a gente entender também a interseccionalidade com as imagens de controle ela vai demonstrando como que racismo sexismo classismo e a
construção de imagens de controle vão ter um desdobramento na subjetividade de pessoas negras né em geral de mulheres negras em específico porque é o que ela tá analisando na obra e estas estes desdobramentos né para que esses desdobramentos não impeçam a construção da subjetividade dessas pessoas ou seja eu não impeçam que essas pessoas se entendam enquanto sujeito ela vai trazer a categoria de auto-definição e os processos de construção de auto definição né onde eles se dão como eles se dão E aí um exemplo muito rapidamente vou passar por isso muito rapidamente vocês podem aprofundar isso
tanto no pensamento feminista negro quanto no meu próprio livro que também está com desconto de 30% ela vai demonstrar isso pensando como se dão esses espaços Seguros então um espaço seguro que ela traz é a relação mãe e filho né como a relação de maternidade de mulheres negras constituem processos seguros para que essas mulheres não sejam afetadas pelas imagens de controle um outro exemplo que ela vai dar é a própria Literatura e a música né a Literatura e a música como um espaço seguro para que essas mulheres possam enunciar uma definição de si mesma né
que é auto definida e que confronta essas imagens de controle então tem toda uma relação aqui também com subjetividade né E aí este conceito mais amplo né esse conceito que é o que apresentam no livro vai nos ajudar a entender como pensar a interseccionalidade para investigar relações de poder né e justamente como essas relações de poder vão influenciar essas relações então a gente pode pensar e no próprio livro A colônias e acima elas vão fazer essa aplicação um primeiro momento né Elas vão pegar alguns eventos né E vão analisar esses eventos a partir da interseccionalidade
e um exemplo que eu acho bastante interessante é um dos mais que eu acho um dos mais interessantes na obra é a análise que elas fazem da copa do mundo a partir da interseccionalidade essa análise então tratando especificamente da Copa de 2014 mas a colisíssima também vão desdobrar isso pensando em instituição FIFA e pensando também é como futebol né o futebol que para nós sobretudo para o povo brasileiro né a gente tem uma relação bastante bastante profunda bastante íntima né com o futebol de Paixões de ódios enfim mas como o futebol que pode parecer algo
completamente afastado da intersexualidade ele tem tudo a ver com intersexualidade porque a gente consegue compreender pensando a partir da Copa do Mundo como que se dão o que como que se dá o que acolhe se chama de domínios do poder e aí é justamente A partir dessa explicação né do que são domínios de poder que a gente também vai entender um conceito que é Central para pensar interseccionalidade com a colins que é o conceito de Matriz de dominação e que também é um conceito difícil que também não é um conceito fácil não é um conceito
que a gente consegue dar Pega sim é um conceito um conceito complexo que de novo como eu disse para vocês tá relacionado com poder então a matriz o conceito de Matriz de dominação associado a interseccionalidade é o que vai mexer né um pouco na forma com que se lê interseccionalidade a gente vê que a matriz que essa categoria né a categoria de dominação ela tá tão bem relacionada com esse termo né E aí o que que é a matriz de dominação que que é a ideia de Matriz de dominação a matriz de dominação se refere
ao modo como as opressões interseccionais são organizadas então a qualidade vai dizer isso tá lá no pensamento feminista negro ela vai dizer que a ideia de interseccionalidade se refere a essas né forma uma pressão interseccional ela vai dizer que as intersecções entre raça e gênero ou entre sexualidade e Nação por exemplo vão criar né vão vão demonstrar uma outra forma de opressão né você não é ela vai vai trazendo isso junto com as próprias com os próprios sistemas de dominação Então o que ela tá dizendo em última análise é que a opressão ela não se
reduz a um tipo fundamental ou seja não faz sentido quando a gente pensa complexidade do sistema de dominação e quando a gente pensa as experiências individuais né as experiências das pessoas não faz sentido para colins a gente pensar numa espécie de opressão que nasce primeiro né Então as bom gênero primeiro raça primeiro classe primeiro isso não faz sentido né justamente pela complexidade dessas relações e pela complexidade das experiências individuais mas o que que a ideia de Matriz dominação vai nos possibilitar pensar como essas opressões são de fato organizadas e como elas são de fato organizadas
tem uma independência das intersecções específicas então assim os domínios de poder eles vão se articular de forma independente essas intersecções específicas né então tem quatro domínios de poder né no pensamento da colins ela vai explicar esses quatro domínios de poder essa é uma explicação que tá lá no pensamento feminista negro e que também tá no interseccionalidade no interseccionalidade ela faz essa explicação justamente nessa quando ela tá discutindo a questão da Copa né Quais são esses quatro domínios de poder Então a gente tem o domínio de poder estrutural a gente tem o domínio de poder disciplinar
né o domínio disciplinar do Poder a gente tem esses domínios de poder tem o domínio de poder cultural Então a gente tem esses domínios de poder que vão reaparecer de formas diferentes né em situações diferentes e é justamente porque a gente tem o dom esses domínios do poder que as várias formas de opressão elas se manifestam em contextos diferentes Então vamos pensar o racismo né se a gente a matriz de dominação que organiza o racismo no contexto brasileiro não é a mesma Matriz de dominação te organiza o com o racismo no contexto estadunidense por exemplo
ou no contexto vão pensar no contexto dos países africanos especialmente da África do Sul mas no que pede a matriz de dominação não será a mesma os domínios de poder vão se manifestar independentemente destes destes contextos certo então aqui a gente vai ter um desdobramento importante da teoria né interseccional enfim das possibilidades aqui de pensar em interseccionalidade vivendo pensamento da Colinas a partir desse conceito do conceito de Matriz de dominação né então para a gente entender como a gente pensa interseccionalidade é importante a gente entender o que é a matriz de dominação Mas apesar da
cola ter nomeado né isso que a gente chama de Matriz de dominação esse próprio conceito a gente a gente já vinha trabalhando ele sobretudo as mulheres negras especialmente os coletivos de mulheres negras né especialmente a partir dos movimentos de mulheres negras então por exemplo é lá no combate River collect quando a gente lê a declaração do coletivo que é do final da década de 80 essas mulheres elas vão usar expressões como sistemas de opressão interligados sistemas simultâneos sistemas múltiplos no contexto brasileiro isso também tá colocado no pensamento de Sueli Carneiro no pensamento de Lellis tem
uma outra forma de descrever né e é justamente Esse sistema de opressão interligados Esse sistema de opressão simultâneos que acolhem vai chamar de Matriz de dominação e no que pede também isso é importante a interseccionalidade tá muito associada ao ativismo de mulheres negras essa obra que a gente está dando hoje ela também nos possibilita entender que não é só ao pensamento ou ativismo de mulheres negras que se deve a interseccionalidade né a gente tem uma relação no contexto estadunidense importante com o movimento de mulheres chicanas né que são mulheres grandes que são consideradas enquanto grupos
racializados no contexto estadunidense a gente tem no contexto europeu toda uma relação de novo com a questão é migração né então tem formas outras aí também que são anteriores e que vão ser importantes para construção da interseccionalidade então isso foi uma coisa que eu aprendi no caminho tá gente Porque durante muito tempo fui aquela que achava que não a intersexualidade é um conceito né uma teoria das mulheres negras né a história da intersexualidade ela tá a distrita as mulheres negras né mas não só as mulheres negras tem outros grupos né outros grupos subordinados que também
foram importantes para a construção da interseccionalidade E aí é justamente estas coalisões né as qualições Entre esses grupos subordinados que possibilitaram inclusive uma ampliação e um aprofundamento dessa dessa teoria né então a própria circulação da interseccionalidade entre os movimentos sociais tem relação com isso e o processo posterior que é o processo de incorporação da interseccionalidade no meio acadêmico E aí é que é onde a gente vai começar também a pensar numa perspectiva mais crítica da interseccionalidade tá relacionado com o sistemas de poder né porque porque a gente vai ter uma espécie um momento realmente no
contexto do lidense é de mudança no ativismo né então especialmente a partir de 80 e 90 a gente vai ter diferentes formas de ativismo são muito diferentes do cenário da década de 60 e 70 onde e vai correr sobre isso onde a gente tinha uma ebulição né dos movimentos sociais então era um movimentos sociais mas visíveis né movimentos sociais em que tinha uma participação maior de Protestos de marketing E aí esses movimentos né esses ativistas eles vão também formular teorias de conhecimento né então porque essas coisas não estão dissociadas especialmente no contexto do ativismo de
mulheres negras né então o conhecimento de resistência ele está relacionado com essa atuação ativista mas nesse período e aí tô falando especialmente do contexto estadunidense do contexto brasileiro isso vai ter um salto para bastante bastante para frente né é a verdade é que essas atividades elas aconteceram especialmente fora das instituições políticas né até mais ou menos a década de 80 e 90 Então tinha uma demanda muito forte de justiça social né de justiça por meio da inclusão e essa demanda de justiça social também vai se relacionar com a interseccionalidade então é muito comum a gente
ouvir não ter muita sexualidade associado com justiça social bom não há o que falar de interseccionalidade sem falar de justiça social num primeiro momento isso é verdade sim né quando a gente vê o surgimento da interseccionalidade enquanto teoria especialmente a partir de mulheres negras de pessoas negras que vão circular a interseccionalidade nessa perspectiva mais acadêmica no tanto no contestadonidense e depois para gente aqui também no contexto brasileiro isso faz sentido mas tem um momento de apropriação né E quando tem esse momento de a propressão que é o momento de a propressão que está relacionado especialmente
as setores de um feminismo mas não Liberal mais branco mas também de empresas de corporações né que vão trazer essa questão da diversidade da inclusão para dentro dessas empresas e vão utilizar a interseccionalidade né como uma espécie de estofo de política de diversidade e inclusão tem um processo de esvaziamento da sua dimensão ativista então toda essa caraterística né da dimensão da dimensão ativista da interseccionalidade ela vai sendo esvaziada e vai ser desvaziada também por uma espécie de institucionalização da interseccionalidade né Então essas instituições né Essas instituições sociais Elas quando vão responder as críticas dessas dessa
exclusão histórica né seja por ordem judicial seja de forma de forma espontânea né parte significativa então desses ativistas E aí tá falando do contestadonidense eles vão ingressar nessas instituições né E aí Vamos ingressar nessas instituições tanto nas empresas nas escolas nas agências e anteriormente eram aquelas com as quais se protestava a gente está vendo isso mais agora no Brasil nesse momento né a gente tem muitas tem algumas experiências aí né de críticas né vou dar um exemplo para vocês aqui um exemplo que Imagino que a parte significativa de vocês acompanhou que é o exemplo do
Carrefour né o Carrefour eu não preciso repetir para vocês a história todo mundo sabe efetivamente foi responsável pelo assassinato de um homem negro né a gente teve uma série de ações de ações ativistas relacionadas a este fato mas a gente também teve um movimento de esvaziamento dessas ações e com uma posterior construção de uma política interna para essa empresa onde figuras importantes né deste movimento social no contexto brasileiro do movimento negro passaram a atuar né a pensar diversidade neste nessa mesma empresa Nesse Mesmo Lugar que não era a primeira vez né não era não talvez
tenha sido mais mais escandaloso para gente mas brutal mas não era o primeiro caso de racismo por parte dessa empresa eu nem sei se eu podia falar isso com todo gravado Mas é isso no limite que que vai acontecer o que tem que me responsabilizar pelos meus próprios advogados Mas isso é importante para a gente entender também como que determinadas categorias a gente tá falando especialmente da interseccionalidade Mas a gente pode pensar isso para outras categorias né a gente pode pensar isso por exemplo para o empoderamento Né empoderamento É uma categoria que passou por um
processo de esvaziamento e que a gente meio que perdeu a mão assim não conseguiu conter o significado de empoderamento né tanto o significado político quanto antes gente não conseguiu segurar né esse significado a interseccionalidade hoje passa por um processo semelhante né um processo de esvaziamento um processo de desfazimento que tem aí Alguns algumas teóricas alguns teóricos preocupados em segurar assim vamos tentar minimamente frear esse desfazimento né E aí como é E aí aqui eu quero fazer um parênteses com vocês porque essa formulação essa ideia é mais relacionada né como eu penso a interseccionalidade porque eu
depois de tanto ler tanto ler tanto ler tanto ler já conseguiu feliz momento em que eu consigo fazer algumas críticas as teorias que eu leio né mas que eu acho que são importantes também para a gente entender o que tá colocado que é justamente como que a gente vai preá certo este processo de esvaziamento esse processo de desfazimento que está muito localizado especialmente dentro da academia dentro da própria academia né porque como já diria odilord as ferramentas do mestre não vão desmantelar Casagrande né então a gente também vai percebendo que essa circulação maior da interseccionalidade
ela tem um processo aí de captura né esse processo de captura Tá bastante relacionado com a canonização do Conselho quando a gente coloca um conceito do cânone quando a gente tem um cano ali a respeito de determinada de determinado de determinada ação de determinado pensamento crítico coletivo quando a gente tem esse cânone a gente também possibilita que a instituição controle o que é a gente consegue de certa forma a gente cede a possibilidade de manutenção de práticas de resistência e acaba de certa forma né nesse esforço de categorizar a gente oculta os desafios que esses
grupos estão efetivamente enfrentando né então esse esse momento né esse momento de desfazimento da interseccionalidade que passa por exemplo é eu disse para vocês né uma série de coisas que a gente pode utilizar para pensar interseccionalidade falei para vocês que a definição de interseccionalidade é uma definição em aberto e não é uma definição em aberto porque o conceito é ruim ou porque o conceito é fraco ela é uma definição em aberto justamente pelas possibilidades de construção dialógica que esse conceito tem é por isso que ele é em aberto né Essa é uma crítica muito comum
na interseccionalidade e que tá relacionado também justamente com esses movimentos de coalizão que historicamente foram feitos por mulheres racializadas especialmente pelas mulheres negras né Essa é a história da nossa trajetória essas mulheres esses coletivos os coletivos de mulheres negras sempre foram coletivos em que se precisou do Diálogo né se precisou criar políticas de coalizão que descem possibilidades de diálogos Porque nós não somos só negras e nós não somos só mulheres né nos as formas com que essas opressões as formas com sistemas de dominação nos atinge nos exigem essa capacidade de diálogo que foi o que
desdobrou também nessa construção e nessa ferramenta que a gente chama de interseccionalidade mas em algum momento houve uma espécie de redução da intersexualidade há um diagnóstico que se contenta meramente em apontar que as mulheres brancas são mais privilegiadas que as mulheres negras e de um fazer também que parece que bom ah uma vez que eu contrate uma pessoa negra Então estou sendo interseccional né Parece que é isso assim e na verdade é a redução da intersexualidade é esse debate e mesmo a redução da interseccionalidade a uma vertente feminista e eu quero deixar claro que que
eu não estou dizendo que não exista feminismo intercepcional uma vez que mulheres se organizam certo enquanto feministas e nomeiam esse feminismo enquanto interseccional é óbvio que eu não posso dizer que ele não existe ele existe e ele é real né o que eu quero dizer aqui é que desdobramento né como uma forma de nome alvo feminismo da interseccionalidade como uma forma de nome o feminismo ou uma redução da interseccional da interseccionalidade a esse debate né é como uma vertente feminista ela retira o potencial crítico dessa teoria né porque porque ela dessa forma ela fica caracterizada
como uma olimpíada das opressões e nem mesmo as teóricas né como ele alguns Aliens que a gente assustou aqui Felipe Carneiro que a gente assustou aqui podemos trazer aqui a outra e Lorde para esse debate a própria geladeira essas mulheres nunca utilizaram essa esse conhecimento de que o sistema de poder ele se organizam de forma é a se comunicar e não de forma mutuamente excludente como durante muito tempo ficou parecendo né bom ou você resolve a questão de classe ou você resolve a questão de raça ou você quer resolver questão de gênero ou você resolve
a questão de classes as coisas elas não são não se dão de forma separada né Elas dão de forma mútua elas não são excludentes entre si essas nem mesmo estas colocaram nesse lugar né é o que essas mulheres fizeram foi justamente pensar e pensar uma forma né de produzir diagnósticos denúncias análises enfim para compreender justamente as interações no interior das dinâmicas de poder que vão atravessar né os eixos de identidade mas reforço com vocês tem relação justamente com o poder como o poder se manifesta como poder se mobiliza Então esse esforço né da participação integração
nos projetos de justiça social que eu já falei para vocês que é uma característica da prática interdicional de mulheres negra de mulheres negras que vão se dispor né a integrar lutas coletivas onde nem sempre as suas vozes vão ser ouvidas essa disposição em compartilhar diversas experiências e articular novos olhares sobre os sistemas de dominação e sobre os variados domínios de poder é o que vai informar Justamente que vai fortalecer a interseccionalidade não é a canonização da interseccionalidade que vai fortalecer a interseccionalidade né é a possibilidade dessa construção justamente de pensar em interseccionalidade como uma ferramenta
de luta né uma ferramenta de enfrentamento a esses domínios do Poder de historicamente vão prejudicar os grupos subordinados né E que a partir da interseccionalidade podem ser melhores compreendidos é isso gente super Obrigada por essa primeira exposição gente eu vou precisar de cinco dois minutos para abrir a porta ali porque chegou dois minutos E aí a gente vai organizando aqui as perguntas eu vou aproveitar para ver que tem perguntas que foram de encontro a questões que eu tinha pensado também para trazer aqui você é ótimo porque a gente já já soma aí os esforços das
perguntas já tô quase aqui quem tiver alguma outra para fazer aproveitar esse momento da pausa Pronto voltei Então vamos lá eu tenho algumas perguntas que elas dialogaram com coisas questões que eu tinha pensado também mas enquanto eu dou uma organizada aqui nelas para para a gente trocar uma coisa que você trouxe que eu acho que é Um Desafio assim eu fiquei tentando muito pensar perguntas que a gente pudesse pensar nossa realidade assim né pensar onde os nossos pés pisam né e a gente tá nesse momento aí de volta de possibilidade de discutir políticas públicas né
volta de possibilidade de praticar eu acho que uma coisa que você trouxe que é muito importante da característica assim do que constitui o conceito de interseccionalidade mesmo ele tendo essa riqueza de diversidade né de contribuições foi essa relação que tá mais marcado Eu acho no pensamento da Patrícia que é dessa relação de construção teórica e de prática política né E a gente vai perceber que isso tá muito presente no pensamento nas formulações de pensadoras teóricas negras né então a gente não tá aqui só aterrorizando né a gente está teorizando e colocando em prática e fazendo
esse esse processo como você disse nessa relação dialógica né também com esses conceitos né então fico a primeira pergunta enquanto aí depois eu vou organizar as outras nesse desafio assim né de que me parece que é interceptando interseccionalidade pode ser uma uma ferramenta para gente e eu acho que você terminou falando disso né ferramenta de Treinamento as opressões não sei se nesse horário já combater essa ideia universalista que eu acho que ela acaba excluindo não é muitos outros grupos mas como a gente pode pensar praticar a interseccionalidade na formulação de políticas públicas por exemplo né
como que a gente pode é porque me parece que isso é um embate muito presente hoje na sociedade brasileira né então é parece que parece que se você for vai formular uma política focal né para mulheres negras ai então você tá excluindo outras pessoas Então você não tá né Você não tá levando em consideração uma política Universal que vai atingir a todos e todas né então eu queria que você falasse um pouco dessa relação né de como interseccionalidade pode nos ajudar nesse desafio que no final assim nesse desafio da luta contra as desigualdades que é
o que se propõe o conceito né mas pensando mais nessa experiência prática de formulação de política né acho que a área das políticas públicas inclusive foi uma das principais áreas onde se viu a aplicação da interseccionalidade pensando especialmente no norte Global mas não só né e pensando também pode pensar a experiência brasileira anterior né vamos esquecer que a gente teve esses oito anos de fatos em que a gente vivenciou um golpe e depois quatro anos né de um governo que nos deu que nada só problema para resolver Vamos pensar o processo que a gente vinha
antes fazendo antes né E nesse processo a gente teve uma série de formulação de políticas públicas que não necessariamente foram nomeadas como bom aqui a gente tem uma política pública interseccional mas que utilizaram né esse olhar tiveram esse olhar para formular justamente né projetos que descem conta da realidade social brasileira Essa é a forma de pensar em intersexualidade é bom não vamos vamos não vamos longe o bolsa família né tinha uma série de desdobramentos articulados que sim facilitavam eram deslocados embora não talvez não enunciados mas deslocados para mulheres negras né quando a aplicação do programa
ela vai dar preferência para mulheres mães né chefes de família quando ela vai dar preferência para mulheres Isso é uma política que dá conta de uma política pública que tá dando conta justamente dessa interseccionalidade né porque a gente sabe que quem são no contexto brasileiro você não precisa nem anunciar e você tá né bom estou fazendo uma política que favoreça mulheres negras mas a gente sabe que no contexto brasileiro quem são as mães que chefiam as famílias na sua grande maioria mãe solteiras que ser fiel que chefiam suas famílias um territórios né empobrecidos são mulheres
negras né Então você já tá desdobrando eu acho que o desafio agora é a gente não ter vergonha de nomear que nós estamos propondo políticas né políticas que são políticas não são políticas exclusivas mas que são políticas que dão conta dos Desafios que os sistemas de poder encontrar nós né os desafios de sistemas de poder impõe nessa Matriz de dominação que é o contexto social brasileiro e aí uma outra coisa que eu queria também trazer para vocês a partir da pergunta da Juliana é que a questão da relacionalidade né no pensamento da Collins ela vai
trazer a relacionalidade como essa estrutura analítica que muda o foco da oposição entre as categorias para o exame das interconexões né então a gente vai tirar essa essa coisa binária das diferenças entre raça e gênero para pensar como existem conexões entre Racing então a relacional ela vai assumir várias formas dentro da interseccionalidade que são justamente essas que eu falei para vocês a ideia de coalizão a ideia de diálogo a ideia de solidariedade a ideia de conversa tudo isso tá englobado com a relacionalidade né e é essa relação né justamente essa relacionalidade e vai abrir essas
possibilidades para investigação e para práxis da interseccionalidade vou dar um exemplo bem afetuoso aqui para vocês né Eu conheço a Ju de um tempo assim muito muito antigo e que tudo que a gente tinha né da mesma geração da minha tudo que a gente tinha gente tinha o computador a gente tinha internet mas a gente não falava inglês a maioria de nós não falava inglês a gente tinha vontade de um tradutor é isso que a gente E aí a gente pegava esses textos e Lia e discutia em grupos aí afora e fazia circular essas coisas
a partir de como a gente estava pensando né naquele momento já faz uns anos eu não vou dizer-los não vou enuncia-los porque para não né não a carinha de Moleca não não cair por terra aqui era menos Central para gente porque não era uma realidade da maioria de nós que compunham esses grupos pensar por exemplo identidade de gênero não era uma coisa que não tava colocada para gente a gente refletia sobre isso mas não era não era Central Quando que a gente começa a pensar de fato identidade de gênero como a gente começa a pensar
de fato políticas públicas para as mulheres travestis e transexuais Quando essas mulheres passam a fazer parte desses grupos e a gente passa até a possibilidade de dialogar com essas mulheres né porque porque para gente ter conhecimento dessas situações a gente ter conhecimento dessas experiências a gente não precisa que essas pessoas estejam lá dentro mas para a gente saber e aplicar a política correta para que essas pessoas tenham possibilidades de maior dignidade de vida elas precisam estar né então quando a gente pensa né no governo futuro não há como a gente pensar possibilidades de ampliar dignidade
de vida de mulheres negras de mulheres travestis pessoais de mulheres indígenas das pessoas indígenas sem que essas pessoas estejam fazendo parte né porque porque a gente não a gente não consegue dar conta do que realmente eu não tô falando de pessoas individuais né tô falando inclusive dos movimentos sociais eu tô falando de que a gente não vai conseguir construir políticas importantes de moradia se a gente não dialogar com MTC a gente não vai conseguir construir políticas a gente tem a gente tem quatro anos aí importantes de diálogos né a gente não vai conseguir colocar de
novo essas políticas e esses direitos em prática se a gente não discutir com a anta A gente não vai conseguir fazer isso se a gente não tiver discussão e permeabilidade com movimento social negro Então aí é que tá essa essa relacionalidade né é a possibilidade justamente de você investigar a partir não só da experiência né dos jeitos né mas justamente como a gente vai precisar de mais do que a classe de mais do que a raça não dá para a gente pensar essas coisas em separado né porque senão elas não dão contas de explicar as
desigualdades né porque porque as desigualdades sociais são complexas né Então as análises interseccionais vão nos possibilitar examinar essas relações certo as análises interseccionais a partir dessas análises também vão nos possibilitar construir políticas públicas que atendam as necessidades né enfim então que tão em jogo para a gente refundar esse país assim né então acho que pensar a relacionalidade que também é uma categoria importante que tá no livro no interseccionalidade que é o livro que atualiza escreve para cima pensar em relacionalidade me parece que nos permite né justamente pensar também essa práxis né pensar essa prática no
sentido tanto da construção de conhecimento quanto no sentido e aí sim das ideias e ações que formulam a interseccionalidade né elas elas não elas não há como a gente pensar em interseccionalidade sem a gente entender que essas ideias estão a serviços de ações e essas ações estão a serviços dessas ideias né Tem uma sinergia importante que é isso te responde direitinho eu acho eu uma pergunta que eu tinha pensado com uma com uma outra pergunta que chegou aqui que é da Viviane Ramiro e eu achei muito interessante que ela fez essa pergunta porque surge assim
já surgiu muito principalmente quando a gente vai falar de mim de nos cursos nas mentorias acadêmicas eu sei que você faz também mentoria então você deve ter já passado por essa experiência que é E aí por que que tá relacionado com uma pergunta que eu ia fazer né porque eu tinha pensado uma pergunta eu pensava no livro pensamento feminista negro acolins ela vai posicionar interseccionalidade ela faz uma divisão né de O que é paradigma que é metodologia e ela vai posicionar a interseccionalidade como paradigma né mas a pergunta da Viviane é justamente de como a
gente pode utilizar intersexualidade como uma ferramenta de análise da pesquisa acadêmica isso aparece muito quando a gente vai vai conversar com pessoas que estão né querendo entrar na pós-graduação que são negras né Como que eu posso absorver sexualidade na no meu projeto de pesquisa né Será que eu posso a interseccionalidade com uma metodologia né E como fazer isso então queria Como eu sei que você também ajuda muita gente a entrar na pós-graduação eu acho que faz todo sentido assim porque com certeza você já deve ter lidado com essa pergunta para você né Então essa é
a pergunta é de milhões assim né E ela é fácil de resolver ele é muito fácil de resolver porque como eu disse para vocês como a interseccionalidade a gente tá pensando que é intersexualidade enquanto o conceito né mas a interseccionalidade também é um método e também é uma metodologia a primeira circulação da interseccionalidade quando ela parte para academia é justamente ela a utilização da interseccionalidade enquanto método e aí como a Ju disse a gente pode pensar em perfeccionalidade como paradigma Mas a gente pode também pensar em intersexualidade com metodologia a gente pode pensar a interseccionar
um método de pesquisa interseccional né esse método de pesquisa interseccional a definição do que é um método de pesquisa interseccional é justamente a gente produzir uma análise que não é redutível a uma categoria em si mesmo né então você vai ter mais né só o fato de você tá cruzando categorias né você está cruzando ali categorias de análise Você já está aplicando um método interseccional né Qual é a dificuldade no contexto Brasileiro né essa dificuldade tá geralmente relacionada com a defesa né e com quem defende entende então uma coisa é uma acadêmica Branca defender um
método interseccional outra coisa bem diferente é uma acadêmico negro defender um método de pesquisa interseccional e aí quando a gente vai defender um método de pesquisa interseccional a gente necessariamente vai ter se desdobrar e estudar e explicar o que é um método de pesquisa interseccional né a gente vai ter que demonstrar todas as possibilidades já utilizadas né todos os diálogos já feitos da interseccionalidade enquanto um método de pesquisa e aí tem muitos muitas obras que nos ajudam nesse sentido né Tem obras específicas por exemplo no campo das políticas públicas tem obras internacionais importantes né da
metodologia interseccional no campo da Psicologia a gente tem obras importantes também a maioria delas ainda em inglês e por que que a maioria delas ainda em inglês porque nós as pessoas negras elas ainda estão experimentando após graduação nós continuamos não sendo a maioria do corpo docente nas universidades né a gente continua não sendo a maioria dos bolsistas a gente continua não sendo sequer a maioria dos pós graduandos né E quando a gente começa a ingressar vocês podem percebam a trajetória do nosso país né quando a gente começa quando a política de ações afirmativas ela começa
a ter des é agora que ela tá tendo esses desdobramentos os desdobramentos esperados da política de ações de ações afirmativas de cotas raciais é ele tá começando ele não deu conta ainda né de estruturar e uma universidade uma academia que seja mais plural mas só o fato de ter alguém já é suficiente para que se ataque essas políticas a ponto de impedir né que se mantenha esse processo de mudança da paisagem acadêmica né academia que eu entrei eu ingressei na universidade em 2007 em Agronomia porque não sabemos passei minha mãe disse tu vai tu passou
na Universidade Federal Não é todo dia que as pessoas Vai tu vai fazer e eu fiquei lá quatro anos fazendo movimento estudantil mas Aprendi algumas coisas importantes e a universidade que eu entrei em 2007 era uma universidade absolutamente branca absolutamente Branca né quando eu troco de curso e vou para o direito em 2010 a universidade já era diferente porque a gente já tinha o Sisu né Inclusive eu convivi com pessoas ele foi fazer direito né então convivi com pessoas de regiões que eu nunca nem imaginava conviver conviver cotidianamente meus colegas de algo né porque porque
essa política possibilitou também essa essa interação né que aí tava associado inclusive com acesso a bolsas acesso a casa de estudante acesso a comida com acessos e permanências que não eram assim um universo perfeito mas que existiam essas políticas elas foram reduzidas a nada nos últimos quatro anos né então aqui a gente e aí a redução dessas políticas análises também significa uma diminuição da possibilidade de utilização desses métodos que possam ser defendidos no contexto das academias brasileiras né quando eu escrevi a dissertação quando eu escrevi imagens de controle eu tinha uma preocupação muito grande para
explicar a metodologia né que eu fiz um trabalho teórico né totalmente teórico porque porque eu explicar a metodologia que eu tinha utilizado e depois transformar essa dissertação em um livro que era minha preocupação era que eu pudesse transformar em livro justamente para facilitar a circulação e facilitar que outras pessoas tivessem um lugar para referenciar o seu método né então o problema da metodologia interseccional no contexto brasileiro é justamente essa possibilidade né a possibilidade de utilizar a interseccionalidade mas a possibilidade de o processo de validação né Desse conhecimento não seja um processo de validação que suprima
esse saber né então no Brasil a gente ainda tem os processos de validação do conhecimento no âmbito acadêmico eles vão suprimir o saberes de grupos modernizados né Então as comunidades negras os povos tradicionais a população indígena né Elas têm os seus conhecimentos silenciados apropriados alterados de diversas formas e esse processo de alteração de apropriação de silenciamento ele tem uma um intuito de estabelecer uma dinâmica ou de apenas aquilo que é produzido intelectualidade branca pode ser qualificado enquanto teoria né Então essa é uma lógica que não tá inscrita enfim só na experiência brasileira né E que
é uma maneira de manutenção dos privilégios da branquitude então que vão Então consolidando essas epistemologias exclusivas e é lá no capítulo que a colins fala de uma epistemologia feminista negra em que ela vai trazer a interseccionalidade como paradigma porque porque é desde esse paradigma que a gente pode interpretar nossa própria experiência né a interseccionalidade enquanto paradigma vai nos permitir uma interpretação da própria experiência porque porque como ela tem essa tendência uma universalidade ela permite a interpretação de experiências múltiplas Mas por que que isso não é reconhecido né como uma forma de produzir conhecimento ou é
menos reconhecido do que deveria ainda no contexto brasileiro justamente porque isso possibilita essa manutenção de epistemologias exclusivas onde as aqueles e aquelas historicamente tiveram né o poder de ser quem nomeia experiência dos outros ou seja o poder de enunciar a experiência do outro Continue dessa mesma forma Essas epistemologias são enunciadas de onde não só se pode interpretar a própria experiência mas a experiência de todos aqueles que são considerados enquanto outros e é isso tem a ver justamente com o processo de outraificação dos grupos subordinados né então quando a gente pensa após graduação eu escrevi um
artigo sobre isso junto com meu orientador do doutorado que se chama da interseccionalidade A Encruzilhada né que é onde a gente vai também aprofundar uma crítica interseccionalidade No que diz respeito a experiência da pós-graduação né após graduação sobretudo não agradação também mas após a graduação sobretudo vai nos demonstrando como a gente enquanto grupo subordinado a gente vai precisar de criatividade epistêmica tem sido um termo que eu tenho trabalhado muito né justamente porque o que tá colocado para gente não dá conta muitas vezes não dá conta da nossa pesquisa não dá conta de anunciar Nossa experiência
então a gente tá aqui falando de interseccionalidade Mas a gente pode pensar por exemplo Como que o conceito de escrever vivência da Conceição Evaristo E aí isso é que eu tô fazendo na construção da Minha tese agora a gente pode pensar como que o conceito de escrever vivência ele tem se constituído enquanto um método a concessão não pensou essa vivência como é como método acadêmico com uma metodologia de pesquisa né mas cada vez mais mulheres negras brasileiras têm colocado a escravivência enquanto o método e defendido a escrever em quanto um método né então a gente
vai de certa forma precisando criar ferramentas né que tem conta que tem conta de estruturar o que a gente quer colocar no papel porque as ferramentas que estão colocadas para a gente hoje muitas vezes não vão dar conta as ferramentas que estão colocadas os conceitos que estão colocados os métodos que estão colocados não vão dar conta não vão dar conta porque o pensamento acadêmico ele continua estruturado numa ideia de neutralidade de afastamento da pesquisa do que é pesquisado e do pesquisador quem compatível com a experiência de pessoas negras Eu agora tô estudando né os processos
de produção de conhecimento de mulheres negras como é que eu vou me afastar disso está relacionado comigo né Tá relacionado com a minha para trajetória tá relacionado com E aí a gente pode pensar isso para várias outras questões né para várias outras experiências aí de pesquisadoras de mulheres acadêmicas que tem elas mesmas construindo os conceitos as categorias e os métodos para descrever a sua própria experiência né isso assusta academia porque a partir do momento em que por exemplo o conceito de descrevivência começa a ser utilizado como um método né a possibilidade de controle de controle
das instituições ela vai diminuindo né porque essas pessoas estão propondo outras coisas elas estão trazendo outras coisas elas estão relacionando né a sua própria experiência com a experiência de produção de conhecimento assim então pensar uma metodologia interseccional é importante é importante é super importante mas a gente também pode pensar [Música] inclusive te enfiais é o esforço que eu tô fazendo na tese né é pensar Justamente esse mapa conceitual esse mapa metodológico que já tá colocado aí para gente e que são Empreendimentos intelectuais de mulheres que tem uma trajetória diretamente associada né com as lutas de
resistência dos movimentos sociais especialmente do movimento negro do movimento de mulheres negras né então é uma é uma forma de resistência ao epistemicídio que se dá a partir da utilização de categorias outras porque a gente não não precisa mais né necessariamente se associar né autorizar disciplinas A métodos que não dialogam conosco né já tem um esforço anterior feito nesse sentido assim então eu acho que a gente pode hoje ter um pouco mais de facilidade ainda é difícil mas um pouco mais facilidade nessa possibilidade de manter o método criativo a criatividade epistêmica que as nossas mais
velhas tiveram e não só na produção de teoria mas na produção de resistência né teve uma criatividade importante aí que eu acho que muitas vezes o fato de a gente tá meio que indo assim para sobretudo as experiências de Vanguarda do movimento negro né Muito focados a institucionalização muito focados à academia muitas vezes acabam academia acaba nos matando essa criatividade então manter esse diálogo constante também faz parte de uma metodologia interseccional poder articular né diferentes experiências com a própria experiência também faz parte de uma metodologia interseccional né E por aí a gente vai conseguindo reduzir
o impacto do racismo epistêmico nas nossas escolhas metodológicas porque toda vez que a gente faz uma escolha como essa a pode estar sim e isso eu digo para todos os meus meus mentorando a gente está expostos sim a uma possibilidade de violência epistêmica grande né então a gente também tem que ter estratégia né a gente tem que saber que banco a gente vai escolher a gente tem que saber com quem a gente vai dialogar a gente tem que saber o quanto esse orientador está ou não possível né de ser permeado Pelas nossas Pelas nossas experimentações
acadêmicas tudo isso tem que estar pensado não adianta você querer utilizar uma metodologia interseccional ou por exemplo é sobrevivência enquanto metodologia se você tem um orientador que por exemplo Vai dizer que não faz sentido falar em epistemologia feminista Negra Não tem como você dialogar com essa orientação né então a gente tem estratégia de sobrevivência na acadêmica na academia também é importante totalmente o interessante também é pensar que esses questionamentos também é o uso da nossa experiência né como um ponto de partida é sempre um questionamento quando isso se é realizado pelo pessoas negras né porque
a gente vai falando isso muito porque já Participei de discussões assim sobre isso e aí você vai pensar o que que impulsiona por exemplo né um focou a pensar né sei lá genealogia né ou a pensar algum tema que ele se debruçou como pesquisa aí você vai pensar o contexto de história daquela pessoa tem ali um acontecimento que foi né marcante para ela poder iniciar aquele estudo por exemplo né Isso também a partir da sua experiência né mas o questionamento é sempre em relação a gente por isso que eu acho Super Interessante essas dicas que
você deu assim também de ser estratégico né de com quem a gente vai dialogar e tudo mais eu vou a gente já tá não a gente ainda tem um tempinho Então vou trazer algumas outras perguntas aqui tem uma pergunta da Taís da Taís Alves que ela perguntou bem no comecinho assim se qual seria a abordagem da Patrícia Rio Collins né Isso é uma abordagem sistêmica se é uma abordagem contra perdão constrcionista né depois ela perguntou também quais eram os domínios de poder mas o pessoal respondeu aqui no chat Então acho que essa questão já já
passou é uma é uma teórica crítica sobretudo né e uma coisa que ela sempre fala nas palestras delas quando ela é questionada sobre sobre isso assim é que o pensamento dela forma com que ela pensa ele não cabe numa caixa né então a abordagem que ela vai trazer tá muito relacionada especialmente com a própria experiência né não tem como você nomear essa abordagem assim né é uma abordagem que tá é bastante relacionada com a própria experiência né Então ela tá sempre dialogando com isso assim todos os livros delas vocês forem ler ela vai trazer vai
colocar a experiência dela é com bastante ênfase né em vários momentos o pensamento feminista negro ele já começa com ela narrando né um episódio da infância dela tem um outro livro que eu gosto muito inclusive eu acho que é muito deveria ser traduzido fica a dica muito tempo que é o another caindo essa publicado como Educadora né E aí ela vai colocando né Essa como essa experiência foi importante para ela entender perceber esses como esse sistema de dominação eles vão ter um impacto na educação das crianças negras e o papel da mídia na manutenção do
racismo pensamento da colins ele é muito encadeado né então você vai quando você se debruça assim e não é simples mas quando você vai se debruçando sobre a obra você vai percebendo que ele inclusive tem uma certa linearidade né ela vai dando pistas do que ela vai fazer né lá no pensamento feminista negro já tem uma série de pistas para onde ela vai caminhar né depois no site Words que é que é um livro muito importante muito importante em que ela vai trazer especialmente Aí sim especialmente essa ideia de conhecimento de resistência né como que
se dá esse conhecimento conhecimento de resistência conhecimento de oposição ela vai trazer muito isso assim nesse livro e depois ela vai desdobrar isso mais adiante no bem mais que ideias que vocês vão ter a oportunidade de conversar sobre ele na terceira aula eu acho que é um livro mais complexo né que o interseccionalidade Mas esta essa construção encadeada da obra da Collins né Ela é muito importante para a gente entender de fato o que que ela tá observando né e o que ela tá observando Como eu disse para vocês é a construção do poder em
última análise isso que ela tá fazendo né mas como ela tá fazendo essa observação ela tá fazendo essa observação a partir da experiência de pessoas negras de pessoas da realizadas de grupos subordinados né Tem um outro livro dela esse foi recentemente traduzido que é a política sexual negra que é um dos que eu mais gosto que é black sexual aprimorando o conceito de imagens de controle né ela tá trazendo outras outras identidades outras outras experiências de subordinação para essa conversa para esse diálogo especialmente a experiência de homens negros né então é esse esse pensamento essa
teórica né ela tá todo tempo todo tempo todo tempo desafiando que tá posto né ela tá todo tempo pensando e produzindo comprometida com a mudança social né e eu acho que o que faz um pensamento social crítico isso é uma coisa que eu aprendi com ela é justamente essa esse compromisso né Porque que a gente vai dizer porque que eu digo né que cole está muito nesse lugar assim do campo da teoria social crítica porque ela tá todas as obras dela são obras que se propõe Ah não só fazer uma análise um diagnóstico mas também
a entregar uma perspectiva em uma possibilidade de mudança social de mudança desse diagnóstico né de subordinação deixei diagnóstico de desigualdades diagnóstico de injustiça social né ela tá o tempo todo entregando ferramentas que nos ajudem nesse sentido assim e o faz a partir não só da própria experiência mas de um lugar que é muito dialógico com outras experiências né então ela vai falar de feminismo negro num primeiro momento muito centrada nas experiências e ela ela avisa todo tempo ela Avisa o que ela tá fazendo ela diz olha eu tô aqui escrevendo um livro sobre o pensamento
feminista negro mas esse livro tá centrado nas experiências de mulheres negras norte-americanas eu não estou dizendo que essa é a experiência universal de mulheres negras não é né mas eu tô escrevendo desse lugar vai escrever sobre interseccionalidade ela vai ser Da onde ela tá anunciando a intersexualidade vai escrever sobre mídia ela vai então a todo momento ela entrega ela é muito honesta e eu sou muito fã como vocês podem ver ela é muito honesta na produção acadêmica dela né a cola eles não oculta O que ela tá fazendo ela não oculta como ela fez ela
não oculta os processos de pensamento dela assim né Eu acho que essa é uma qualidade Rara para Quem produz teoria né Tem um jogo na academia que tinha todo o momento as pessoas parece que querem ficam com medo até de compartilhar os seus processos de conhecimento né a colins não a colins é muito generosa nesse sentido assim Enfim vocês já devem ter tido a oportunidade de assisti-la falando né tem muitos vídeos delas de muitas palestras que circulam no YouTube e é sempre muito impressionante isso assim o comprometimento que ela tem compartilhar o processo os processos
de conhecimento né de dizer o que ela tá fazendo como que ela tá fazendo com uma possibilidade realmente de ampliar né os Leques de conhecimentos de produção mesmo de que eu ia crítica assim então acho que é mais nesse Campo que ela tá assim eu não gosto de enfiar cólicas numa caixinha assim porque ela mesma não se permite enfiada numa caixinha né ela dialoga com muitos Campos teóricos dialoga com muitos pesquisadores já logo com muitas formas de fazer pesquisa de produzir teoria que encaixava um determinado Campo me parece um pouco injusto com os esforços que
ela tem feito nos últimos anos eu vou agora tem a pergunta tinha perdido aqui do Wellington Severino que ele pergunta que a intersexualidade em geral né ela ela é um conceito que tem a raça no na não sei se uma centralidade né mas ele tá dizendo que subentende a raça né eu tô falando é possível analisar outras identidades interseccionadas que não seja racial sim bastante assim você pode usar o livro lá no interseccionalidade da colins ele te dá três exemplos e dois deles não necessariamente tem a ver com Raça né É você pode pensar desde
uma perspectiva agora assim bom a gente tá pensando identidade né a gente tá pensando atravessamentos de identidade e aí a gente quer produzir uma análise que usando a interseccionalidade como metodologia pensando como se dá esse atravessamento para classe e gênero não é impossível de fazer né O que que tá centralizando raça aqui é que você vai em algum momento na sua análise Você vai precisar estabelecer o seu canto teórico né E aí de onde é que você tirou a interseccionalidade aí sim aí você vai ter que entregar né vai ter que dizer que todo esse
conhecimento eu pelo menos parte desse princípio que esse conhecimento passa e passa justamente pelas discussões que estão relacionadas com o racismo enquanto o sistema de poder né Não dá para dissociar interseccionalidade certo da dimensão do enfrentamento ao racismo isso não dá pra gente fazer né agora quando eu vou aplicar esse método eu vou aplicar a partir dos eixos das categorias que me são que eu tô ali né de alguma forma é debatendo né mas o esqueleto teórico vamos dizer assim desta aplicação não pode estar dissociado de fato de raça porque senão você não consegue explicar
não tem como explicar o surgimento da teoria interseccional o método interseccional sem posicionar rápido isso você não tem como fazer né mas a aplicação não necessariamente está a questão racial não sei se eu te respondi mas acho que que é um pouco essa tua a tua Tu é dúvida e eu recomendo demais gente o se vocês assim ainda não estão bem Seguros especialmente Quem tá aí na no lugar da academia da produção né tá fazendo doutorado tá fazendo do que é intersexualidade é como ela funciona vocês Leiam fazendo aqui fazendo propaganda para firma Vocês compra
e Leiam o primeiro que você tem que comprar e ler é o intersexualidade Esse aqui esse aqui porque se você sem esse aqui vocês não vão entender esse aqui esse aqui é um Calhamaço uma surra um grau assim não tem como então tem que pegar esse aqui primeiro esse aqui é um é uma delícia assim ela Cola e assim uma pegam a gente na mãozinha assim explicam replicam tem né voltam o tema mostra as relações tá isso aqui é interseccionalidade como ferramenta de análise isso aqui interseccionalidade como práxis aqui tá uma aplicação aqui história aqui
Você entende tudo aqui já é outro departamento aqui é assim aqui para vocês terem uma ideia esse livro é tão complexo mas tão complexo que a qual Jesus o sabor de botar um mapa nele Tem literalmente no final do livro tem uma Pinha assim para você se achar no livro entendeu de tão complexo que ele é né então minha dica para vocês ou talvez eu seja estúpida mas assim eu acho esse livro aqui um parque ler um Capítulo aí tu pensa pensa volta nele aí você chega no segundo capítulo tá não mas isso que eu
não entendi direito volta e assim tanto é que ele tem um mapa de navegação esse aqui não esse aqui é pegar é assim rolinho sabe bota no colinho a pessoa e você acho que aqui tá tá mais fácil assim essa possibilidade de por exemplo explicar académicamente uma escolha de uma metodologia interseccional né aqui tá mais tá mais fácil de entender e o capítulo que acolhe nos fala é de epistemologia feminista negra no pensamento feminista negro é também é importante para sustentar né Vocês podem utilizar tá utilizando aí essas esses dois dois textos né É para
legitimar as escolhas né epistemológicas E metodológicas de vocês eu acho que facilita por aí bastante Maravilha é outra pergunta é do Emerson Ele pergunta o seguinte pode-se falar em polissemia no conceito de interseccionalidade ou as múltiplas possíveis definições não constituem necessariamente uma variedade de significados tem variedades de significado sim porque a gente tem significados inclusive algumas vezes são que não necessariamente são confusões né dá para falar sim de uma polissemia interseccional Especialmente porque a interseccional pela teoria interseccional ela é uma teoria que tá colocada hoje em múltiplas possibilidades né então você tem um contexto lá
um contexto importante na Europa que vai ter outras formas ali de categorização você tem um contexto importante da interseccionalidade pensada né no contexto da educação que é um pouco diferente você tem aí a interseccionalidade já sendo utilizada no campo da saúde tem muita pesquisa em saúde no contexto que utiliza a interseccionalidade Nem sempre [Música] o significado desses conceitos dessa aplicação infeccionalidade é o mesmo tanto é assim é que quando a gente a gente né navega essa obra A gente vai vendo que há um grande desenvolvimento de ideias né que há e que para esse para
que a gente tem a possibilidade essa possibilidade é tão grande a ponto de a gente ter um processo de desfazimento né da interseccionalidade a sirma e acolhem elas vão dizer que há um desfazimento da infeccionalidade E que esse desfazimento da interseccionalidade tá relacionado inclusive uma espécie de essa espécie de esvaziamento mas está relacionado justamente com o fato de que não necessariamente a interseccionalidade diz o que ela é né E como não necessariamente a interseccionalidade diz o que ela é outros podem dizer por ela né então por isso que a gente nessa nessa Perspectiva da Collins
e Dacima a gente vai vendo a interseccionalidade vai puxando para interseccionalidade questões como práxis né é questão de como críticas né ou seja justiça social a gente vai trazendo o termo crítico para rejeitar ou corrigir problemas sociais que surgem situações de justiça social vai trazendo para essa para esse debate a respeito da interseccionalidade outras categorias que não necessariamente são categorias delas em si mesmo né e apesar de acima vão dizer para a gente por exemplo né bom é possível a gente pensar né é a interseccionalidade como uma ferramenta com uma ferramenta que não seja uma
ferramenta de justiça social sim a interseccionalidade como ferramenta analítica pode ser empregada como uma ferramenta que justifique segregação inclusive que segregação de gênero que justifique segregação de sexual de enfim ela ela pode inclusive ser utilizada ela vem sendo utilizada em projetos controversos que sustentam lógica supremacistas brancas né então assim se é se é interseccionalidade pode servir para isso né É [Música] óbvio que a gente tem um processo aí de necessidade né de discutir Justamente a interseccionalidade dentro de um esforço crítico né E nem sempre a interseccionalidade é entendida e praticada dessa maneira né então é
preciso quando a gente olha a interseccionalidade quando a gente olha algo como intercepcionar é importante a gente entender né como esses pensadores como esses pensadores como esses profissionais estão exercendo a crítica né então tem uma retórica interseccional mas às vezes a própria estrutura interseccional é utilizada para criticar a inclusão democrática né então elas dão um exemplo inclusive assim lá na no livro tem um exemplo que é um exemplo de um estudo que fala especialmente sobre a Literatura supremacista Branca né E vai demonstrando assim tipo vai mostrando como essa como essa como a literatura supremacia está
branca identifica as conexões entre mulheres entre pessoas negras entre pessoas de origem Judaica entre lésbicas né E vão e vão usar essas conexões para dizer que essa é a origem do declínio dos homens brancos né então ou seja você tá utilizando uma ferramenta interseccional aqui mas você tá utilizando uma ferramenta intersexual utilizando a interseccionalidade para manutenção dos sistemas de poder sobretudo para manutenção e de violência né então é muito possível que tenham significados inclusive contra como que se contrapõe né E que nada tem a ver com a vamos dizer assim a origem da interseccionalidade né
por isso que tem essa crítica esse processo de desfazimento da interseccionalidade a crítica não é só em relação ao uso que as feministas brancas dão a interseccionalidade esse é o menor dos nossos problemas né tem problemas maiores aqui em jogo e que a gente precisa observar com atenção assim né acho que a possibilidade é essa possibilidade de significados amplas é um problema é um problema da interseccionalidade no sentido justamente nesse sentido assim né de que bons uma vez que nem sempre intersexualidade diz que vem é possível que digam por ela né então tem um esforço
aqui um esforço muito amplo né de teóricas e teóricos comprometidos justamente com a justiça social é de não permitir esse processo de desfazimento da interseccionalidade justamente por essa por essa multiplicidade aí né de significados que podem estar Associados a ela perfeito acho que pelo tempo aqui talvez vamos ver se a gente faz vou caminhando para a última pergunta e aí eu vou fazer um esforço aqui de juntar porque eu acho que elas já logo de alguma maneira então São perguntas que estão querendo entender diferenças e limites né do conceito de interseccionalidade então uma da Bibiana
naquela pergunta se a diferença né se a diferença e quais seriam essas diferenças ou complementações de como a cola inchou interseccionalidade e aí eu sou uma Isso é uma pergunta também que relembra por exemplo que as feministas de coloniais né O que curiel olha o dexmino's Elas vão apresentar uma crítica ao conceito de interseccionalidade né então ela ela pede para gente Para você comentar assim um pouco em que medida essa em que medida essa crítica se realiza e quais são os diálogos entre elas proximidades e distanciamentos teóricos entre essas autoras né tentei aqui burlar regra
né eu vou começar pelo fim tá porque essa pergunta é uma pergunta que eu adoro assim eu eu a gente se impressiona muito nós no contexto brasileiro com a possibilidade de mulheres negras criticarem umas as outras criticarem o pensamento uma das outras de forma aberta e eu acho isso um saco porque a gente inclusive perde a possibilidade de ao conhecimento né porque a gente fica cheio de dedo é Juliana sabe disso tanto quanto eu a gente fica cheia de dedo de olhar e olha só que é uma coisa que eu não concordo né e no
fora do contexto brasileiro e acho que isso é muito da nossa geração assim a geração anterior a nossa era mais tranquila nesse sentido assim as dissidências estavam colocadas de forma muito aberta muito tranquila e depois todo mundo sentado para tomar cerveja assim numa boa né hoje não hoje parece que você se você coloca explicitamente né qualquer tipo de divergência parece que você tá desrespeitando o outro então as coisas ficam meio engessadas assim né e bom fora do contexto brasileiro isso não é assim né é muito tranquilo entre essas mulheres elas se criticarem epistemologicamente se criticarem
no métodos criticarem textos e por quê Porque essas mulheres Estão criticando estão fazendo o que é para fazer elas estão fazendo crítica né essas críticas elas não estão associadas e que é o que a gente vê muitas vezes no contexto brasileiro elas não tão associadas a diminuições no campo em Campos da estética elas não estão associadas a desrespeitos da trajetórias das pessoas elas não estão associadas formas de tentar [Música] violentar essas pessoas é uma crítica né é uma crítica ao que tá ali colocada então é muito tranquilo entre elas e a outra curriel ela vai
dizer que a que o problema do conceito interseccionalidade é que ele é um conceito que ele ele já nasce problematico o conceito de interseccionalidade né porque ele já nasce comprometido com o neoliberalismo isso é hoje que tá dizendo né E aí ela tá sobretudo pensando assim esse esse conceito ela não tá pensando ela não tá fazendo essa crítica pensando as opressões como as opressões atravessadas ela não ela tá falando do conceito de interseccionalidade esse que eu tô explicando para vocês né E ela vai dizer isso que ele já nasce comprometido com uma lógica neoliberal que
ele já nasce comprometido já nasce dando possibilidades né de [Música] vamos dizer assim ele vai dando possibilidades de distensionar né de detecionar tensionamentos históricos né é especialmente porque porque a história o conceito de interseccionalidade o conceito de interseccionalidade que vai tá lá associado né a Kimberly ele nasce justamente numa mediação com uma grande empresa até a forte né ele então A Crítica da noite tá muito nesse sentido assim né e as feministas de coloniais no geral a crítica tá associada Justamente a essa centralidade da experiência estadunidense e com a desconsideração de que em outros contextos
né nos contextos latino-americanos no contexto do continente africano no contexto asiático do contexto indiano essas mulheres né as mulheres elas mulheres elas já vinham também sendo mostrando e demonstrando esses atravessamentos né os atravessamentos desses sistemas de opressão a partir de outras categorias e essas categorias de certa forma são silenciadas invisibilizadas pela interseccionalidade são críticas que eu acho que são bastante justas né E aí a gente tem por exemplo no contexto no contexto do feminismo negro críticas à interseccionalidade que estão relacionadas a possibilidade da interseccionalidade silenciar né então porque uma vez que esses E aí essas
esta crítica está relacionada com a gente pensa em interseccionalidade na sua dimensão identitária né quando olha a interseccionalidade a partir dessas construções né da experiências de identidade ela pode acabar por silenciar a centralidade do racismo isso muito no Brasil tem essa crítica inclusive no Brasil e no contexto no contexto das diáspora né Isso tá muito colocado porque é como se como sempre sexualidade pudesse de alguma forma retirar a centralidade do racismo enquanto o sistema de dominação na conformação da sociedade diabólicas né como se tirasse de alguma forma o impacto da escravização na construção desses territórios
uma vez que se pensa sistemas de dominação como se eles tivessem a mesma como se eles tivessem ligados né interligados E aí por isso que eu falei para vocês da importância do conceito de Matriz de dominação porque eu particularmente acho que quando a cola nos explica o conceito de Matriz de dominação ela resolve esse problema né porque ela resolve esse problema porque aí a gente consegue olhar e dizer olha no contexto brasileiro não tem como você não centralizar que as relações sociais as relações de classes relações elas estão permeadas pela centralidade do racismo enquanto o
sistema de dominação que dá sentido para essas relações porque que ele dá sentido para essas relações é simples Se você olhar quem é pobre no Brasil é o negro Se você olhar onde estão concentradas né onde tá concentrado os problemas esses problemas estão concentrados manifestados na experiência do negro no contexto Brasileiro né então é óbvio que esses sistemas de poder eles estão se manifestando de forma comunicada sim é mas a matriz de dominação que organiza esses temas de poder no contexto brasileiro centraliza o racismo né então E aí se a gente for pensar isso para
outra experiência tô pensando para experiência brasileira mas a gente for pensar para outras experiências isso também é possível né então eu acho que o conceito de Matriz de dominação resolve essa questão é mas de outro lado acho que é importante a gente olhar também essas críticas sabe quero dizer para você pensando nesses últimos minutos assim que a gente precisa também olhar teoria olhar produção acadêmica olhar esses livros olhar essas obras e os autores que a gente gosta não como time de futebol sabe que a gente só tem um e se agarra nesse esse é o
nosso a gente Nossa Senhora Deus o livre critica minha autora não pode pode gente não só pode comer útil né é útil para que a gente eu mesmo já cheguei no colo e dizer a minha autora tipo assim a minha autora é a que eu mais ia que eu mais estude que é o mais me debrucei e eu sabia que eu chegar em algum momento de tanto ler como eu já falei para vocês hoje de tanto ler de tanto me debruçar que eu ia ter coisas a criticar né E aí foi justamente o momento que
eu me dei conta que eu tinha entendido alguma coisa né porque para eu poder criticar algo eu tenho que ter entendido o mínimo né então o processo de estudo o processo de leitura o processo de construção de conhecimento ele é um processo que ele é muito que a gente lida né com essas paixões a gente tem as nossas paixões é teóricas né mas essas paixões a gente precisa levar elas também não dessa forma tão que a gente tende a fazer isso assim tão Clube besta né Porque isso pode invalidar inclusive avanços na nossa forma de
pensar né Tem coisas que a gente vai discordar Tem coisas que a gente vai criticar e tá tudo bem a gente fazer isso né especial se a gente fizer isso com respeito a gente fizer isso é não atacando as subjetividade das pessoas sabe não atacando o sujeito né não atacando o mensageiro porque eu acho que a gente no contexto brasileiro tem uma dificuldade tremenda com isso assim e que é compreensível porque a gente ainda tá caminhando nesse sentido né a gente receita sendo reconhecida como intelectual como acadêmica né é um espaço como esse é um
evento como esse que tem duas intelectuais negras debatendo discutindo né sobre uma obra de uma terceira intelectual Negra há 30 anos não era possível né então a gente ainda tá num processo aqui de construção de construção na nossa legitimidade de construção e denunciação né da nossa da nossa experiência de articulação de conhecimento que ainda é muito recente então acho que também por isso que a gente tem que tentar dificuldade né de fazer essas críticas assim mas com eu eu entendo que a crítica é importante eu gosto de ser criticada né porque ela a crítica me
permite eu eu sou criticada pelas minhas mais velhas né Eu sou muito criticada por Sueli sou criticada por Lula sou criticada por Lúcia Mas é uma crítica que sempre me permite pensar melhor né aprimorar o que eu tô pensando aprofundar melhor o que eu tô fazendo não fazer o que é fácil né Fazer o que é complexo por essa responsabilidade também né de entregar um conhecimento que esteja a serviço da justiça social Eu acho que isso não é possível fazer sem esses diálogos assim então eu acho que a gente estimular a crítica também é importante
Obrigada William acho que a gente está chegando acho que não chegamos no né no nosso limite aqui de horário queria antes de passar para Dulce para ali já agradecer mais uma vez essa super aula tô aqui com a cabeça fervilhando depois aguenta os lápis que eu vou te mandar com dúvida com questões é pedir desculpas para as pessoas que tinham outras perguntas né a gente não pode trocar aqui queria ver depois da gente pode talvez mandar para William né e ter um retorno Talvez para as pessoas posteriormente das perguntas e agradecer mais uma vez a
presença de vocês e essa troca tão maravilhosa na tarde como hoje mandar também um beijão para Maria Silvia que eu tô vendo aqui também super incrível pessoa que admiro muito
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