A REPÚBLICA DE PLATÃO por MAURÍCIO MARSOLA | Casa do Saber

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tem um filósofo contemporâneo whitehead que diz que a filosofia ocidental não passa de uma nota de roda pé ao texto de Platão quando a gente pergunta por que ler Platão a gente pode reformular né essa pergunta e eh perguntar por que ler a república de Platão ou por que ler um diálogo de Platão ela é ã o segundo diálogo mais extenso de Platão a república foi interpretada e e assim também os os editores antigos da República colocaram como subtítulo gênero do Diálogo como um diálogo político é lá que vai aparecer a famosa cidade ideal platônica
lá estaria exposta A Utopia platônica que seria uma espécie de idealização de um projeto político de Platão a política ela abrange uma série de outras questões que vão ser tratadas também na república e por isso também a república foi considerada um diálogo sobre a educação ah na verdade uma gama de temas uma complexidade de temas que vão se misturar ali ao longo do Diálogo a gente pode acompanhar um pouquinho o o percurso que os interlocutores do Diálogo fazem ao longo dos 10 livros que compõem a república sendo Sócrates o interlocutor eh o a personagem principal
do Diálogo então o diálogo é construído por Platão na forma de uma narrativa indireta eh na qual Sócrates narra o que havia acontecido com ele no dia anterior que ele então desce ao Peru a famosa primeira frase da República desci ontem ao Peru para as festividades de uma deusa essa deusa é a deusa bendes que é a a deusa ártemis quando o Sócrates já estava indo embora ele é convidado por um amigo Air a casa de um outro amigo esse outro amigo eh se chama céfalo e lá na casa de céfalo então hã Sócrates começa
um diálogo com o seu anfitrião céfalo é um eh estrangeiro mas já bem estabelecido em Atenas numa fase eh final da sua vida e justamente Sócrates Não começa a conversar com ele acerca dos bens e dos males da velice céfalo é alguém muito bem estabelecido e que diz a Sócrates que ele está muito bem que essa fase da vida é muito boa porque eh nó nós ficamos Livres das paixões e ele pode se dedicar ao estudo à filosofia ele pode se ter tempo de se cultivar e também eh o fato dele ter ganhado dinheiro ele
ter tá bem estabelecido isso faz com que ele possa agora eh se é o caso restituir ou reparar as injustiças que ele cometeu ao longo da vida e também eh oferecer muitos sacrifícios aos Deuses então Sócrates vai perguntar se justamente o que faz uma uma vida boa é o fato dele ter ganho eh ganhado muito dinheiro o que é de Fato né a vida feliz ter ganhado dinheiro e que torna portanto daí a vida justa ou a vida justa antecede eh qualquer outra forma e a justiça é a finalidade última da vida a justiça aqui
como uma espécie de resumo ou com uma espécie de síntese de todas as virtudes de ter vivido de maneira ah adequada né virtuosa com ess essa questão se coloca a questão que vai ser o fio condutor de toda a república que é justamente a ideia de Justiça daí é necessário portanto definir o que é a justiça e as dificuldades para se definir esse conceito é que vão Então levar a ao desenvolvimento do Diálogo então céfalo responde a Sócrates que a justiça é dar a cada um o que lhe pertence Sócrates eh vai aceitar num primeiro
momento essa definição mas vai questioná-la e vai refutá-la no seguinte sentido se eu tenho um amigo e e esse amigo eu sei que ele não está bem ele não dispõe totalmente da das suas faculdades esse amigo me emprestou uma arma e ele me pede essa arma de volta mas eu sei que com esta arma ele vai fazer mal a si mesmo ou a outra pessoa é justo que eu devolvo a ele o que ele é próprio céfalo então responde que que não nesse caso não então a justiça não é eh necessariamente em todos os casos
a dar a cada um que ele é próprio se nós temos esse tipo de problema essa definição não é totalmente satisfatória então céfalo constata dificuldade e se retira e diz eu vou deixar a discussão com o meu herdeiro com o seu filho no caso que está ali presente também que é polemarco polemarco então dá a segunda definição de Justiça fazer bem aos amigos e mal aos inimigos Sócrates vai refutá-lo no seguinte sentido fazer o mal nunca é compatível com a ideia de justiça a ideia de justiça é sempre uma ideia positiva e portanto fazer o
mal prejudicar ser nocivo é incompatível com essa ideia logo essa definição insuficiente quando Sócrates termina essa refutação eh de polemarco um outro personagem agora entra em cena e é um personagem fundamental também e esse personagem se chama trasímaco trasímaco é um sofista e trasímaco eh dá a seguinte definição de justiça para Sócrates ele fica um pouco irritado com Sócrates diz que Sócrates está eh ele sim Sócrates sofismando então indo direto ao ponto a justiça Di trasimaco é a conveniência do mais forte ou seja a justiça é uma produção a justiça não tem eh nenhuma relação
com o bem um bem em si mesmo mas simplesmente com uma conveniência com uma utilidade que o mais forte faz valer conforme a ocasião Sócrates eh dá o o exemplo de alguém que seria um um um um homem muito forte que seria o exemplo de um lutador de pancrácio que é literalmente vale tudo e diz também a lenda que ele devorava um boi por dia então sóc conclui o seguinte bom se a justiça é a utilidade ou a conveniência do mais forte então nós seremos justos se nós devor armos um boi por dia e ele
se irrita com Sócrates fala que Sócrates é um H numa tradução da República Sócrates é um nojento trazim Então vai colocar uma segunda posição que é justamente a justiça é não apenas a conveniência do mais forte mas a máxima injustiça Ou seja a máxima conveniência é ser injusto mas parecer justo por quê Porque também a vida do injusto vale mais a pena do que a do justo porque o justo Só se dá mal e o injusto é sempre bem-sucedido aí trasimaco diz que na verdade eh toda em todas as artes em todas as atividades humanas
o que as pessoas buscam é a utilidade e diz o seguinte o médico cuida do paciente porque ele quer ganhar não é el não está preocupado com a saúde Portanto ele Visa a sua utilidade assim como também o pastor que cuida das ovelhas para tosquinho tem uma finalidade própria né então a medicina Visa saúde e o Pastoreio Visa justamente o bem das ovelhas pastorear as ovelhas então o bem é justamente a realização de uma finalidade que já está inscrita na própria noção da arte a arte de ganhar ou de lucrar é uma outra arte que
daí Sócrates não vai definir trazemos se retira da discussão e Sócrates diz que de fato ele também não havia definido o que é a justiça em si e que seria necessário fazer isso e justamente assim se encerra o livro Um da República a dificuldade de se definir a justiça é que vai fazer com que os interlocutores então abram o livro dois e agora ficam só dois jovens dois jovens discutindo com o Sócrates Glaucon e adimanto Glaucon faz uma nova provocação a Sócrates fazendo uma Apologia da Injustiça Glaucon vai defender essa tese e dizer que a
experiência nos mostra isso basta nós olh armos e nós vamos ver que aquelas pessoas que agem segundo a sua própria conveniência sem nenhum critério maior do que isso sempre são melhor mais bem sucedidas e ele vai Ah ainda colocar uma segunda questão que é a seguinte Na verdade nós por natureza não somos justos nós tendemos a agir conforme a nossa própria conveniência ou a nossa utilidade e na verdade mais ainda nós só somos justos ou virtuosos porque nós somos coagidos por medo de sermos punidos então Glaucon vai narrar o primeiro mito da República a história
do anel de gigis gigis diz Glaucon diz conta-se essa história diz Glaucon que gigis era um pastor ele estava pastoreando as suas ovelhas e um belo dia houve um terremoto e a terra se abriu nessa Fenda da terra ele viu um grande cavalo dentro desse desse cavalo havia um um um um homem esse homem Estava morto mas ele viu que ah esse este homem tinha um anel e um anel diferente com uma certa com algumas inscrições que ele não conseguia entender mas ele viu o anel pegou o Anel e colocou o anel e foi embora
quando ele estava na presença de outras pessoas ele viu que eh sem querer ele girou o Anel e esse anel lhe dava o poder de ficar invisível estando Invisível o que que gigis faz consegue uma maneira de eh seduzir a mulher do tirano local do Rei com ela faz um complô assassina o rei e eh assume o poder e quando ele assume o poder ele se transforma no maior tirano daquela região então a conclusão de Glaucon é a seguinte se todos nós tivéssemos o poder de gigis então todos nós agiríamos da mesma maneira E aí
ele diz então e aí Sócrates como é que você responde a isso Sócrates diz que é necessário ler em letras grandes para nós tentarmos definir eh depois entender as letras pequenas ou seja eh para nós tentarmos definir o que é a justiça na alma de um indivíduo seria necessário ampliar o espectro e tentar definir a justiça num plano maior num plano Mais amplo esse plano vai ser justamente o plano da cidade então ele Convida os seus interlocutores a idealizarem uma cidade então essa cidade vai ser imaginada e eh justamente começa a Gênese da cidade se
dá pelo de que as pessoas precisam se agregar para satisfazer as suas necessidades básicas por uma série de mediações eles vão chegar a três categorias na cidade a cidade tem três classes a primeira classe é a classe dos artesãos e dos Comerciantes a segunda classe vai ser a classe dos guerreiros que defendem a cidade e uma outra classe que é a classe daqueles que serão chamados de Guardiões Os Guardiões são Justamente a classe governante da cidade mas a primeira discussão vai ser acerca da educação nessa cidade a educação tem dois pilares a ginástica e a
música a música é a musqué a musqué eh diz respeito às Artes das musas então eh não só o canto a harmonia e sobretudo a poesia a poesia é uma base Educacional na época de Platão é pela poesia que ah as crianças aprendem a ler e também por ela eles aprendem os mais diversos mitos né que fazem parte da tradição de uma determinada cidade ou daquela região esse essa segunda parte do livro do é uma parte muito conhecida da República que é Quando se inicia a famosa crítica à poesia a poesia tal como ela é
ensinada agora aos jovens não pode ser a base Educacional desta cidade ideal Por quê os deuses são apresentados como modelos pros jovens só que esses modelos são ambíguos or eles são Deuses orora eles agem de maneira completamente passional eles se vingam eles traem eles seduzem e assim por diante então é necessário ou reformar ou banir a poesia pelo menos nesse primeiro momento da educação da cidade os livros TR e 4 continuam com a investigação sobre a formulação da cidade ideal até que se defina Então se possa definir a justiça no livro quatro vai ser dada
uma definição da Justiça uma primeira o que que é a justiça a justiça é justamente a harmonia entre as partes da cidade cada qual cumprindo a sua função vai ser apresentado esse famoso também argumento da função a função é dada pela aptidão de cada Cidadão ao exercer as suas tarefas na cidade e ao se colocar na cidade mas não há ao mesmo tempo o que que vem a ser uma cidade injusta uma cidade por exemplo em que há ricos e pobres ou em que há justamente uma uma grande discrepância entre as classes dos cidadãos ora
isso não existe nessa cidade assim também vai acontecer na alma do cidadão na alma de cada indivíduo porque a nossa alma é assim como a cidade é dividida em três a nossa alma também tem três partes a nossa alma tem uma parte racional uma parte apetitiva ou eh eh responsável pelo Desejo pelas emoções etc e uma parte que eh eles chamam de ímpeto ou a parte impetuosa que é essa parte responsável pela nossa ação de fato o que que vem a ser a justiça a a justiça na alma é justamente a harmonia entre as partes
da alma uma alma harmoniosa preservando-se a ideia de que a razão ao cumprir então a sua função ela eh realiza uma função de comando de coordenação e de educação das outras partes sobretudo da parte desejante da Alma da parte apetitiva no livro Cinco os eh interlocutores vão dizer que muas partes eh muitas coisas Ficaram para trás e aí que vão aparecer três grandes dificuldades que precisam ser resolvidas em relação a essa cidade ideal que vão ser tratadas como três ondas que precisam ser transpostas a primeira onda famosas três ondas da República a primeira onda de
respeito a comunhão de bens entre aqueles que governam a cidade os governantes não devem ter nem propriedade privada nem família a segunda onda diz respeito a capacidade ou a igualdade entre os homens e e as mulheres no no que diz respeito tanto ao governo da cidade quanto à guerra a resposta vai ser positiva As mulheres podem governar a cidade podem ir para a guerra agora a terceira dificuldade é a mais famosa que é quando Sócrates enuncia a seguinte tese a cidade não será justa enquanto os reis não forem filósofos ou os filósofos não forem Reis
justamente aí começa então um problema que é da Educação do governante aquele que tem aptidão para governar deverá receber uma educação adequada para isso e essa educação só pode ser uma educação filosófica porque é só a educação filosófica que nos capacita ou que capacita o governante a contemplar a ideia do bem que é a ideia máxima existente no plano das ideias nos livros 6 e 7 vai começar justamente toda uma digressão filosófica que vai tratar do objeto do saber do filósofo o que nós podemos destacar nesses livros 6 e 7 são três comparações que são
feitas que são os famosos também conhecidos três símiles da República de Platão primeiro símile é o símile da a comparação da linha e aqui nós vamos entender essa divisão entre sensível e inteligível depois o segundo símile é o símile do Sol a analogia solar e o terceiro é a famosa alegoria da caverna resumidamente o simini da linha diz o seguinte Sócrates pede para que se imagine uma linha dividida em duas partes essa linha dividida em duas partes representaria dois planos da realidade um plano sensível que é o plano da mudança e é o plano dos
seres que na medida em que mudam não t uma realidade autêntica não tem uma identidade mas apenas participam da sua identidade verdadeira que está num outro plano que é o plano inteligível é preciso percorrer pelo conhecimento e é isso que vai fazer a dialética os vários os vários níveis tanto do ser quanto do conhecimento para se chegar justamente ao máximo conhecimento que é a ideia do bem Vamos pegar uma coisa Bela nãoé alguma coisa que tem uma aparência de Belo não é eh quando você contempla um quadro de uma paisagem Então esse é um conhecimento
da imagem depois nós passamos para um conhecimento da paisagem eu posso descrever a paisagem então isso corresponderia a uma certa descrição que é opinião e aí eu passo para o plano inteligível que é o plano A partir do qual pelo raciocínio Eu chegarei à tentativa de uma definição do que é o belo não é agora o belo em si não será mais a imagem da paisagem mas vai ser aquilo que faz com que naquela paisagem e no quadro da paisagem faz essas duas coisas Belas então nós podemos resumir em quatro níveis de conhecimento o conhecimento
das imagens a opinião a razão discursiva e a intelecção a ilustração que vai ser dada vai ser dada justamente no terceiro símile que é a alegoria da caverna para entender esse terceiro símile e comentar o segundo a segunda comparação que vai ser feita que é a comparação do sol ou analogia solar e Sócrates diz assim eu não posso definir o bem eu posso apenas falar do filho do bem o filho do bem é o sol o que o sol é para o mundo sensível o bem é para o mundo inteligível é por isso que nós
precisamos da ideia do bem porque o que é o sol no mundo sensível ele dirá é fonte de crescimento e de nutrição de todas as coisas e de manutenção da sua vida assim também então no mundo inteligível o bem é aquilo que dá unidade e inteligibilidade às ideias isso capacita os interlocutores de Sócrates a entenderem né a comparação que Sócrates vai fazer no início do livro S que é justamente o livro 7 se abre com a famosa alegoria da caverna T diz imagina alguns homens que algumas pessoas que estão amarradas no fundo de uma caverna
voltadas para a parede dessa caverna elas não conseguem mexer o pescoço e eh no fundo da caverna na parede são projetadas imagens porque entre a saída da caverna e onde eles estão a uma fogueira que projeta como uma espécie de imagem cinematográfica as sombras dos seres dos objetos e das pessoas que passam fora da caverna e Eles tomam as sombras como realidade aí Sócrates então diz que essa é a nossa condição A nossa condição é similar a essa desses prisioneiros que a vida toda tomaram as sombras por realidade ele diz assim um prisioneiro consue de
algum modo se libertar daquelas suas cadeias e consegue subir para fora da caverna e quando ele sai da caverna ele vê os objetos realmente como eles são iluminados pela luz do sol Então essa é a imagem do filósofo que sai da caverna e contempla as coisas enquanto Tais iluminadas pela luz do sol assim também se dá o conhecimento pela ideia do bem a o nosso intelecto é capaz de contemplar as ideias e ao contemplá-las adquirir um critério para distinguir a imagem da realidade e portanto adquirir um um critério para se ter saber conhecimento então agora
nós não estamos restritos ao plano da opinião mas nós podemos ter saber e como se tem saber justamente pelo exercício da dialética o Prisioneiro quando ele volta né para o fundo da caverna ele vai dizer assim olha o que vocês estão vendo não é a realidade a realidade é outra coisa Vocês estão vendo sombras Ele eles dirão Olha você está louco saia daqui senão nós o matamos então aí essa é um é é um Eco de um grande Impacto que Platão sofreu e alguns dizem que foi sobre esse Impacto também esse Impacto ainda motivou Platão
na e escrita da República que é justamente a morte de Sócrates uma cidade que é justa como Atenas ou que pelo menos é extremamente desenvolvida culta uma das cidades mais desenvolvidas da Grécia e no entanto ela Mata pela votação da maioria um homem como Sócrates ora a verdade então pode ser a opinião e mais se a verdade é a opinião da maioria como é que então nós vamos colocar essa questão se a verdade é a opinião da maioria é é justa a cidade que matou Sócrates Mas isso não pode ser uma contradição em termos logo
a verdade não é opinião e muito menos a opinião da maioria que pode ser manipulada então aí vai haver toda uma discussão depois sobre o percurso que vai deve ser feito Ah no currículum né do filósofo a formação do dialético começa com a matemática bem aí vai se percorrer uma série de outras ciências até se chegar a dialética bem aí o dialético vai ser formado mas quando ele é formado é aí que ele vai est capacitado para ao contemplar a ideia do bem governar a cidade ele não vai receber nada para isso ele vai vai
governar por dever por Retribuição a educação que a cidade Deu a ele aí nós terminamos o livro Sete o livro oito vai fazer uma tipologia dos das formas de governo a própria cidade quando se ela se realizar ela vai se degenerar isso é uma característica de tudo que se realiza no mundo do Devir no mundo do sensível no mundo sensível para Platão tudo que nasce se degenera a cada forma de governo corresponde um tipo humano a timocracia corresponde ao homem teocrático ah eh eh oligarquia o homem oligárquico a democracia o homem democrático e a tirania
o tirano que que é a timocracia eu disse é o governo militar que que é o governo militar é um governo marcado pela disciplina eh a disciplina no entanto ela se reverte contra si mesma os governantes vão começar a acumular bens e vão começar a enriquecer porque justamente aquilo que é reprimido e muito disciplinado retorna na forma de uma outra paixão ele terá uma paixão fundamental que é a Paixão da ambição que vai dominá-lo então a timocracia se degenera numa outra forma que é oligarquia que é o governo dos ricos o homem oligárquico e aquele
Justamente que vai ser dominado pela Paixão da ambição a oligarquia gera um abismo entre ricos e pobres uma conun social uma violência comum e então ela vai se degenerar na democracia muitas vezes se confundiu isso Platão não está fazendo uma crítica e nós não podemos identificar essa crítica com as formas de democracia ou o pensamento democrático contemporâneo questão é a democracia lá é entendida como o reino da Liberdade absoluta e há uma grande inversão de valores Na democracia o pai teme o filho o a o professor teme o aluno nem mesmo o animal de carga
Platão faz uma brincadeira obedece o seu dono justamente por causa disso o caos se instaura uma anarquia se instaura e alguém aparece como salvador da pátria ele é eleito mas ele não vai mais sair do poder e aí justamente nós temos a Gênese da última forma que é a tirania e ao tirano que é a figura da tirania vai corresponder o homem tirânico e é justamente assim que vai começar o livro nove com um exame da psicologia do tirano o tirano é aquele que é dominado pelas suas próprias paixões portanto antes de mais nada ele
é tirano de si e por isso também ele tiraniza os outros e o tirano não é só uma figura política Mas é uma figura como tipo psicológico que pode ser encontrado em qualquer lugar ele pode fazer o que ele quer ele pode realizar todos os seus desejos e o tirano então é aquele que faz acordado aquilo que os as outras pessoas só T coragem de fazer sonhando justamente Sócrates vai dizer que é necessário agora uma grande pesquisa sobre os desejos a vida boa vai ser definida por ele como uma mcla um misto de reflexão e
prazer prazer e reflexão é justamente isso que o filósofo tem e o tirano não tem o filósofo fez a experiência de todos os prazeres que o tirano fez só que ele fez um uma experiência a mais essa experiência é justamente a experiência de um prazer que é o mais elevado do que o ser humano é capaz que é o prazer da reflexão e finalmente a República se encerra com um grande mito escatológico que é o mito de ir eh ir era um um um soldado que foi dado como morto e quando ele vai ser cremado
ele acorda ele volta e diz olha eu vou contar para vocês o que eu vi no além que é o destino das Almas de todas as pessoas e sobretudo do tirano e do filósofo a cena mais marcante justamente É aquela em que a necessidade faz um grande discurso para as almas que vão escolher as suas vidas na planície lá das Almas ela vai jogar Os destinos de todas as pessoas e elas vão escolher Então ela faz o seguinte discurso a virtude não tem senhor a responsabilidade é de quem e o Deus é isento de culpa
mas elas escolhem conforme a sua tendência e conforme a sua virtude por isso que a virtude não tem Senhor então aquela questão de trasímaco lá no começo agora retorna e a resposta tá sendo dada mas dentro de um contexto mítico eh que é justamente o primado da Vida boa é a virtude como termina a república nessa caminhada de 1000 anos em direção à felicidade você que tem interesse em filosofia em arte literatura se inscreva no canal da casa do saber e começa essa viagem em direção ao conhecimento e que vai valer a pena
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