Aula: Farmacologia - Introdução e Farmacocinética (parte 1) | Farmacologia Médica #1.1

462.87k views4796 WordsCopy TextShare
Teoria da Medicina
Resumo explicativo de farmacologia: Introdução à farmacologia e farmacocinética (parte 1). Inscreva-...
Video Transcript:
[Música] a farmacologia não é uma disciplina muito cumulativa no sentido de que não existe uma única ordem certa de você estudar cada tópico da matéria você não precisa saber sobre antibióticos por exemplo para poder estudar corticoides ou saber anti hipertensivos para estudar hipoglicemiantes enfim mas existem sim alguns conceitos que servem como base entendimento de qualquer classe farmacológica que você fori estudar e esses conceitos se encontram no que é chamado de fármacos sinética e fármaco dinâmica na fármaco cinética a gente estuda o caminho que um fármaco qualquer percorre desde o momento que ele entra no corpo
até quando é eliminado e na fármaco dinâmica a gente entende os princípios básicos do funcionamento dos fármacos ou seja como eles de fato atuam para gerar seus efeitos em outras palavras a farmacocinética é o estudo do que o corpo faz com o fármaco e a fármaco dinâmica o estudo do que o fármaco faz com o corpo nesse vídeo que você tá assistindo agora a gente vai falar da fármacos sinética e no próximo da fármaco dinâmica mas antes de entrar na farmacocinética é preciso definir o conceito mais básico de todos o que é um fármaco um
fármaco ou droga é qualquer substância de estrutura química conhecida que quando administrada a um organismo vivo produ algum efeito biológico que pode ser benéfico ou não e assim temos substâncias que produzem algum efeito benéfico estudadas na farmacologia médica e substâncias que são puramente danosas produzindo só efeitos maléficos os tóxicos ou venenos que são estudados na toxicologia a distinção entre essas duas categorias Nem sempre é tão Clara levando em conta que virtualmente qualquer substância pode apresentar efeitos indesejáveis dependendo de variáveis como a dose administrada ou a capacidade do organismo de eliminá-la com o tempo o termo
droga Tecnicamente é sinônimo de fármaco mas criou-se todo um estigma social em torno da palavra de modo que atualmente muitas pessoas entendem droga como uma substância que seja ou ilegal ou de abuso ou Que altere o nível de consciência Mas isso não é verdade bom esse é o conceito de fármaco agora o que é um medicamento o medicamento é a associação de um ou mais fármacos que nesse caso são chamados de princípios ativos com outras substâncias como recipientes conservantes solventes que tornam o seu uso mais conveniente essas outras substâncias podem prolongar o tempo de liberação
do fármaco no organismo por exemplo fazendo com que seja necessário um menor número de tomadas ao longo do dia ou então podem facilitar su absorção tornando o efeito mais rápido enfim são substâncias inertes funcionalmente falando que ajudam a regular como o fármaco é recebido pelo corpo tornando seu uso mais conveniente E é isso que você encontra na farmácia medicamentos preparos farmacêuticos que contém na sua composição um ou mais fármacos e temos ainda um outro termo muito comum que é o remédio um remédio é qualquer dispositivo usado na tentativa de Se Curar uma doença ou aliviar
um sintoma e esse dispositivo Pode ser ou um medicamento ou uma outra coisa como uma massagem uma conversa ou mesmo um Placebo qualquer é comum que o público Lego considere esses termos como sinônimos até os dicionários colocam isso dessa forma mas na verdade farmacologicamente falando existem essas diferenças que eu falei e ainda antes de falar da farmacocinética é preciso também que você conheça os compartimentos do corpo a água total do organismo representa de 50 a 70% do Peso corporal de uma pessoa e essa água se distribui por diferentes compartimentos temos primeiro o líquido do compartimento
intracelular ou meio intracelular que responde por 30 a 40% do Peso corporal total e temos as modalidades de líquido do meio extracelular que são os líquidos que estão fora das células do corpo que podem ser divididos em intersticial que é o tecido conjuntivo que permeia as células de cada tecido respondendo por cerca de 16% do Peso corporal total intravascular que são os vasos sanguíneos da circulação sanguínea que representam em média uns 5% do Peso corporal o líquido transcelular 2,5% que são as cavidades isoladas dos outros compartimentos por uma barreira celular o que inclui nisso o
líquor do sistema nervoso central o líquido intraocular dos olhos o líquido pleural dos pulmões o líquido sinovial das articulações sinoviais o líquido peritoneal do abdome e a secreções digestivas do trato gastrointestinal e por fim temos a linfa dos vasos linfáticos que responde por 1,2 por do Peso corporal em média tem várias formas de simplificar esses compartimentos no estudo da farmacocinética para entender o caminho que o fármaco percorre dentro do corpo o ideal é que a gente Considere os três principais compartimentos que são esses que eu representei aqui que são o intravascular de vermelho os vasos
sanguíneos que a gente vai chamar de compartimento Central o meio intersticial aqui de verde que é o tecido conjuntivo entre as células e o meio intracelular dentro das células que estão representadas aqui nesse azul e o meio intersticial intracelular em conjunto podem ser chamados de compartimento periférico segundo o modelo que a gente vai adotar aqui vamos então agora pra forma mocinética a fármacos sinética como eu falei é o estudo do que o corpo faz com o fármaco Isso é o que acontece com o fármaco desde o momento que ele entra no organismo até o momento
que ele é eliminado isso pode ser dividido em quatro grandes etapas que são primeiro a absorção depois a distribuição em terceiro lugar a metabolização ou biotransformação e por último a eliminação ou excreção mas antes que esse processo comece é preciso que o fármaco seja administrado de alguma forma no corpo da pessoa isso pode ser feito de várias formas que são as diferentes vias de administração de um fármaco temos em primeiro lugar a via oral famosa vo também conhecida como uso interno que é mais comum quando o fármaco é administrado pela boca e deglutido a via
sublingual ou SL quando ele é administrado pela boca sem ser deglutido sendo absorvido na própria boca a via retal que é pelo anos quando ele é administrado na forma de um supositório as vias por injeção que é quando se perfura ativamente as barreiras impostas pela pele e pelas mucosas para administ est o fármaco e dentro dessa categoria tem várias vias possíveis eu vou citar aqui para você as principais que são a intravenosa ou IV a intramuscular ou im que é dentro do músculo a subcutânea ou SC que como o nome diz é por baixo da
pele ou seja na hipoderme que é o tecido subcutâneo a intraóssea dentro da medula óssea a intraarterial diretamente dentro de uma artéria a epidural no espaço epidural das meninges do sistema nervoso que às vezes também é chamado de extradural ou peridural ainda nas meninges temos a subaracnoide no espaço subaracnoide que também é conhecida como intratecal a intraarticular Mais especificamente nas articulações sinoviais daí o outro nome possível intras sinovial a intraocular e a intradérmica que não deve ser confundida com a subcutânea porque nesse caso o fármaco é administrado diretamente dentro da aderme mesmo e não abaixo
dela como na subcutânea geralmente são quantidades mínimas é uma via mais usada para testes diagnósticos tipo PPD da tuberculose temos ainda a via inalatória quando o fármaco é administrado através da Inspiração sendo absorvido nos pulmões e as vias pelas demais superfícies epiteliais que as principais são a pele podendo ser tanto cutânea como é o caso dos cremes ou pomadas ou transdérmica que são aqueles adesivos de liberação prolongada mucosa nasal pelo nariz pela córnea nos olhos e pela vagina Essas são as principais embora essas vias de superfície epitelial muitas vezes possam ser usadas de forma tópica
ou seja com objetivo de se criar um efeito só no local da administração elas apresentam sim algum grau de absorção sistêmica algumas mais que outras como a mucosa nasal por exemplo que absorve bastante essas três primeiras aqui que eu coloquei de laranja podem ser chamadas de vias enterais o que quer dizer que a absorção é feita no trato gastrointestinal no estômago intestino no caso da vi oral na boca no caso da sublingual e no reto no caso da retal se você for procurar o significado da palavra interal você vai ver em muitos lugares que significa
intestino mas o significado lado mais amplo da palavra na verdade Trato gastrointestinal como um todo Incluindo aí boca e reta só que mesmo assim é comum você ver o uso de enteral como uma referência especificamente a via oral isso pode acontecer por dois motivos primeiro que a via oral É de fato a via mais comum de administração a mais usada e a mais conveniente Mas acontece também que há uma certa discordância de alguns autores quanto a isso que consideram de fato a via oral como a única via interal por entender que a maior importância desse
conceito é dizer se há o efeito da primeira passagem hepática ou não que é algo que a gente vai discutir daqui a pouco e esse efeito de fato só acontece plenamente na via oral acontecendo apenas parcialmente na retal e praticamente não acontecendo na sublingual mas a gente vai voltar nisso daqui a pouco todas as outras podem ser chamadas de vias parenterais o que quer dizer que a absorção não é feita no trato gastrointestinal para enteral fora do intestino mas nesse caso também você vai ver que na prática muitas pessoas e até mesmo alguns autores usam
o termo parenteral para se referir ou só somente as vias por injeção ou mesmo especificamente essas três principais vias injetáveis que são intravenosa intramuscular e subcutânea isso acontece em parte porque essas são as vias parenterais mais comummente usadas e em parte por força do hábito e confusão como outra coisa que é a nutrição parenteral nutrição parenteral que é administração de nutrientes não fármacos é sempre IV Porque macromoléculas como é o caso de muitos nutrientes não poderiam ser administradas por nenhuma dessas outras vias mas quando a gente fala em fármaco Tecnicamente essas três primeiras de laranja
aqui são vias enterais e todas as outras são parenterais bom administrado o fármaco para alguma via chegamos Então à primeira etapa da farmacocinética que é a absorção o grande objetivo nessa etapa é fazer o fármaco chegar na circulação sanguínea ou seja naquele compartimento intravascular ou Central que a gente comentou porque só assim ele vai poder ser distribuído pelo resto do corpo que é a segunda etapa mas eu não ser que o fármaco seja administrado diretamente na circulação como é o caso das intravenosa intraarterial ele vai ter um desafio a superar para conseguir chegar no meio
intravascular pelo seguinte vai haver uma barreira de células como eu representei aqui do sítio de administração se interpondo entre ele e os vasos sanguíneos que ele quer atingir imagina que isso aqui são as moléculas do fármaco chegando ó eles vão ter que atravessar uma barreira celular para poder cair na circulação podem ser as células da parede gástrica intestinal no caso da via oral ou da mucosa nasal ou dos alvéolos pulmonares ou da pele enfim e o fármaco precisa dar um jeito de atravessar a membrana celular dessas células de alguma forma ele pode fazer isso basicamente
de três maneiras diferentes A primeira é por difusão direta através da membrana dessas células que é chamada difusão passiva e as outras duas são um transporte mediado por proteínas de superfície da membrana das células que pode ser ou uma difusão facilitada que é um processo passivo ou seja sem gasto de energia que acontece a favor do gradiente de concentração da substância ou transporte ativo que acontece através de bom BB movidas por ATP ou seja com gasto de energia que independem do gradiente de concentração só que pra difusão facilitada e pro transporte ativo é preciso que
a molécula do fármaco seja reconhecida por alguma proteína de superfície dessas células com essa finalidade mas isso raramente acontece via de regra o fármaco precisa mesmo seguir essa primeira opção que é de fusão passiva passando sozinho através da membrana e para entender o que ele precisa ser ou como ele precisa estar para conseguir fazer isso é preciso lembrar duas características básicas da membrana celular eu representei aqui uma célula Qualquer meio achatada para facilitar o meu desenho e por trás dela um vaso sanguíneo fármaco vai estar chegando por aqui a primeira coisa que a gente tem
que lembrar é que essa membrana é uma bicamada lipídica e daí advém a primeira característica necessária pro fármaco poder atravessá-la com facilidade ele precisa ser lipofílico ou seja ser solúvel em meios lipídicos se ele for hidrofílico que é solúvel em água é verdade que ele pode até tentar atravessar os pequenos poros que existem na membrana pra passagem da água mas a área de superfície disso não se compara com a área total da superfície da própria membrana e por isso um fármaco lipofílico Vai ter muito mais vantagem na hora de fazer essa travessia já que ele
pode passar por ela como se não tivesse nada ali praticamente daqui a pouco eu vou explicar o que determina se o fármaco é lipofílico ou não e preste atenção em um detalhe ele também não pode ser lipofílico demais que é o mesmo que falar hidrofóbico demais porque senão ele não vai se diluir o mínimo necessário na água que banha a super fície dessas células e Portanto ele não vai conseguir sequer se aproximar delas para poder atravessá-las por isso ele não pode ser nem lipofílico de menos senão ele não consegue atravessar a membrana direito e nem
lipofílico demais senão ele não consegue chegar até ela é preciso então que o fármaco seja lipofílico bastante Vamos colocar assim vai vendo aí como a coisa não é tão simples o segundo problema é que a membrana das células do corpo em geral é polarizada ou seja ela apresenta um potencial elétrico de repouso ela tem cargas elétricas diferentes em cada Face no caso uma carga mais positiva na face externa e mais negativa na face interna e acontece que a maioria dos fármacos é ou um ácido fraco ou uma base fraca Isso significa que eles podem se
apresentar em duas formas diferentes uma forma ionizada com carga elétrica e uma não ionizada sem carga ou neutra as moléculas do fármaco que estiverem na forma ionizada Independente de ser uma carga positiva ou negativa vão ter um problema sério para atravessar essa membrana já que a polarização da membrana vai servir vi como uma barreira elétrica a passagem do fármaco isso porque essa Face positiva vai repelir moléculas negativamente carregadas e a face negativa de dentro vai repelir moléculas positivamente carregadas por isso tanto faz ser uma carga positiva ou negativa na molécula vai dar lenha do mesmo
jeito então ela precisa ser neutra e o que define se ela vai est na forma ionizada ou na forma não ionizada bom como eu falei os fármacos são em sua maioria ácidos fracos ou bases fracas e para entender o que significa isso e quais são as implicações disso é preciso considerar o principal personagem dessa história de ácidos e bases que é o hidrogênio o hidrogênio é de longe o átomo mais abundante no universo já que ele é o mais simples de todos é o átomo com apenas um único próton no seu núcleo Lembrando que prótons
tê carga elétrica positiva e um único elétron orbitando esse núcleo lembrando também que o elétron tem carga negativa como o hidrogênio tende a perder com muita facilidade esse elétron por aquela regra do octeto que a gente estuda na química é comum que ele seja encontrado na sua forma iônica isso é com carga no caso a carga positiva do seu próton daí temos o famoso h+ que é o íon hidrogênio e no nosso corpo o h+ é que nem uma batata quente que fica sendo jogada de uma molécula para outra e daí Chegamos em uma das
definições possíveis do que é um ácido e o que é uma base os ácidos são os doadores de prótons entenda que quando a gente fala só próton querendo dizer hidrogênio que como eu falei é átomo com um próton só e as bases são os receptores de prótons ou receptores de H mais mas é preciso que você entenda o seguinte uma coisa é a molécula do fármaco que pode ser ácido ou básica e outra coisa é o meio onde ele vai ser administrado que é essa água que banha a célula que pode também ser ácido ou
básico dependendo do que prevalece nas moléculas previamente diluídas ali O que define se o fármaco é ácido básico é o pka da molécula do fármaco e o que define se o meio é ácido básico é o PH desse meio ou seja o pka é a acidez da substância o fármaco no caso enquanto o PH é a acidez da solução aquosa onde ele vai ser lançado o meio onde ele vai se diluir PH significa a potência do hidrogênio naquele meio no sentido da afinidade que o meio tem com os prótons de h+ o valor neutro é
o PH = 7 que seria um meio que não é nem ácido nem básico qualquer valor abaixo disso significa que a potência do h+ ou afinidade pelo h+ nesse meio é menor e portanto ele vai se comportar como um doador de prótons um meio ácido ele não tá nem ir para hidrogênio quer ver ele longe agora um meio com valores de PH acima de sete significa que ali a potência do hidrogênio é maior o que quer dizer que o meio é um receptor de hidrogênio ele gosta do hidrogênio Ele quer o hidrogênio um meio básico
e o mesmo pros fármacos quanto menor o pka mais ácido ele é e quanto maior o pka mais básico bom E daí como eu disse por ser um ácido fraco ou uma base fraca o fármaco pode se representar de duas formas uma ionizada e outra não ionizada se o fármaco for um ácido qualquer que a gente vai chamar de a a relação entre essas duas formas é a seguinte aqui ha é o ácido ligado ao hidrogênio ou forma protonada do ácido e aí quando ele se dissocia ou quando se separa do hidrogênio ele forma um
ânion com a molécula original do ácido e o h+ fica separado e se for uma base qualquer que a gente vai chamar de B A relação é essa aqui a gente tem a base protonada ou seja ligada ao hidrogênio e desse lado da reação ela dissociada do hidrogênio repare que no caso do ácido a forma protonada com o próton de hidrogênio é eletricamente neutra ó não tem carga aqui em cima enquanto na base essa forma eletricamente carregado Olha o mais aqui a base só fica neutra quando tá dissociada do h+ tá vendo que some aqui
o sinal uma forma de lembrar isso é pensar que já que o Ácido é um doador de prótons ele fica feliz quando consegue se dissociar do h+ quando se livra dele doando ele para alguém nesse momento ele fica alegre eufórico elétrico quando cumpre o que tem que fazer que é do h+ um ácido fica carregado ele vira um anion no caso e o contrário pra Base como a substância básica é uma receptora de prótons só quando recebe Seu Precioso ion hidrogênio que ela fica feliz eufórica elétrica e daí você lembra que a forma protonada da
base é a sua forma carregada mas o que define se eles vão ficar na forma protonada ou não o PH do Meio onde ele tá dissolvido repare que essas reações têm duas setinhas uma para cada lado o que quer dizer que elas são reversíveis se se fosse um ácido forte ficaria totalmente na forma dissociado e uma base forte ficaria totalmente associada mas como os fármacos são ácidos e bases fracos Isso significa que uma parte das moléculas do fármaco vai ficar na forma protonada e uma parte na forma dissociada mas qual forma vai prevalecer bom se
ele for um ácido fraco que é o primeiro caso aqui e tiver sido administrado em meio ácido como o estômago no caso da via oral que tem um PH muito ácido por causa do suco gástrico que varia aí de 3 a 1,4 raciocino comigo o fármaco ácido que chega aqui imaginando que isso aqui seja um meio ácido gostaria muito de doar seus prótons mas o meio não tá disposto a recebê-los já que ele também é um ácido pelo contrário o meio também vai tentar doar seus próprios prótons para essas moléculas que acabaram de chegar e
sendo assim a forma associada do fármaco vai prevalecer e como essa é a forma eletricamente neutra ou seja Não ionizada essa é a forma que tem mais facilidade de atravessar a membrana das células lembra que ela precisa ser neutra para não ser repelida por essas cargas aqui da célula só que eu chegar no sangue do outro lado que é um meio mais básico com ph entre 7,35 e 7,45 o fármaco aproveita para se livrar finalmente do h+ que ele não queria passando então pra sua forma dissociada e essa forma é carregada por isso o fármaco
não consegue voltar por onde ele veio então em o meio mais ácido ele vai ficar como ha e no meio mais básico ele vai se dissociar e virar um ânion esse processo em que uma substância ácida vai tender aí pro meio mais baixo básico é chamado de sequestro iônico e o fato de ela não conseguir voltar depois para onde veio é o que se chama de aprisionamento iônico por isso aoral geralmente é uma boa opção para um fármaco ácido já que ele vai ser a princípio muito bem absorvido no estômago e o contrário aconteceria com
uma base nesse caso chegando aqui no suco gástrico que é ácido ela receberia Alegremente os prótons que ele tem para doar ficando na sua forma protonada que é carregada e por isso seria incapaz de atravessar bem a barreira dessas células por isso ela não seria muito bem absorvida a aqui no estômago mas acontece que a maior parte da absorção da via oral é feita no intestino delgado que é mais básico que o estômago mesmo pros fármacos ácidos a maior parte da absorção acontece no intestino já que a área total de superfície disponível para isso é
infinitamente maior no intestino do que no estômago por isso qualquer coisa que acelere o esvaziamento gástrico como tomar um procinético tipo a Metoclopramida aumenta a velocidade na absorção da via oral e o que retarda o esvaziamento gástrico reduz a velocidade de absorção mesmo para um fármaco ácido mas esse aprisionamento iônico é importante também em outros momentos da fármacos sinética como a eliminação se o rim tá tentando eliminar um fármaco básico por exemplo e a urina se encontra muito alcalina ou seja básica vai acontecer o mesmo que eu expliquei aqui pros ácidos o fármaco básico vai
querer receber prótons mas o meio básico da urina não tá disposto a doar os seus e então a substância prevalece na sua forma dissociada que é neutra esse B aqui sendo então reabsorvida pro organismo antes que possa ser eliminada e o mesmo acontece se o fármaco a ser eliminado é um ácido e a urina se encontra no momento mais ácida que o sangue ele vai ficar sendo reabsorvido tornando-se eliminação muito mais difícil mas esse processo todo chamado de partição pelo PH é relevante só quando há uma diferença significativa entre o PH dos dois meios envolvidos
na etapa de distribuição por exemplo que é a próxima que a gente vai falar isso não é tão relevante já que o PH do sangue é bem parecido com ph dos tecidos nesses casos prevalece aquela primeira condição que eu falei do fármaco é lipofílico ou não e o que define isso é a distribuição dos elétrons presentes nas moléculas dessa substância se a distribuição for desigual a molécula vai ter polos elétricos diferentes sendo por isso chamado de Polar isso não quer dizer necessariamente que ela seja eletricamente carregada a água por exemplo a molécula de h2oo principal
exemplo de uma molécula polar que é eletricamente neutra ela é polar pela disposição dos hidrogênios se ligando ao oxigênio que seria assim ó compartilhando quatro elétrons aqui nesse Polo com os hidrogênios ligados e apresentando seis elétrons no outro Polo do oxigênio sozinho mas ela não tem carga elétrica as moléculas polares se dissolvem bem na água e por isso são chamadas de hidrofílicas ou seja tem afinidade por meio acosos já as moléculas apolares em que os elétrons são igualmente distribuídos sem apresentar polos diferentes não se dissolvem bem na água sendo então chamadas de hidrofóbicas mas essas
moléculas se dissolvem bem em outros meios apolares como é o caso dos dos meios lipídicos como a membrana das células sendo por isso também chamadas de lipofílicas que tem afinidade Por meios lipídicos como a absorção é a etapa em que o fármaco tá tentando chegar no sangue tem aqui uma variável muito importante que é a seguinte Qual é a fração ou quantos por do que foi administrado vai efetivamente chegar na circulação isso é chamado de biodisponibilidade a biodisponibilidade é total Ou seja 100% quando o fármaco é administrado direto na circulação como pela Via IV mas
pelas outras vias de administração ela varia tanto por causa desses dois fatores sobre a molécula do fármaco que a gente discutiu agora quanto por características peculiares de cada via o principal exemplo disso é um fenômeno que acontece na via oral quando é absorvido pel o intestino o fármaco não cai direto na circulação sistêmica que é onde ele quer mesmo chegar ele cai primeiro na circulação post hepática sendo levado ao fígado antes de poder circular pelo resto do corpo e no fígado pode ser que ele seja metabolizado ou biotransformado que é a terceira etapa da farmacocinética
mas nesse caso a metabolização tá ocorrendo antes que a absorção se complete isso pode interferir drasticamente no efeito do fármaco porque ao ser metabolizado o fármaco pode ser inativado isso é chamado de efeito da primeira passagem hepática ou simplesmente efeito da primeira passagem isso amplia o nosso conceito de biodisponibilidade biodisponibilidade então é a fração ativa do fármaco que chega na circulação sistêmica outra coisa que influencia a idade é a velocidade da absorção um fármaco que seja administrado por uma via que o absorva muito rapidamente vai apresentar um pico de concentração na circulação podendo atingir o
máximo da sua biodisponibilidade possível para uma determinada dose é o que acontece na injeção IV por bolos que é quando o fármaco é lançado todo de uma vez na circulação da pessoa agora se ele for administrado aos poucos como na injeção IV por bomba de infusão que vai liberando ele aos poucos na circulação ou nos adesivos cutâneos que funcionam por aquela absorção transdérmica que eu falei em que a absorção é muito lenta as demais etapas da farmacocinética vão acontecer junto com a absorção ou antes da absorção terminar e assim não há pico de concentração do
fármaco na circulação reduzindo o limite da sua biodisponibilidade em um dado momento só para dar um exemplo então do que a biodisponibilidade imagina que foram administrados 100 mg de um fármaco qualquer por via oral se só 70% dessa quantia foi absorvida no trato gastrointestinal e mais 20% foi inativada pela metabolização hepática temos que apenas 50% do valor original que é no caso 50 mg vai ser a fração ativa a chegar na circulação sistêmica Então nesse caso se diz que o fármaco teve uma biodisponibilidade de 50% por via oral supondo que ele tenha sido administrado por
via oral é possível evitar o efeito da primeira passagem usando uma outra via de administração a via sublingual por exemplo faz com que o fármaco caia direto na circulação sistêmica por ser drenado para ver a calva superior na Via retal esse desvio é parcial porque as veias hemorroidárias da Porção inferior do reto drenam direto para ver a cava inferior caindo então na circulação sistêmica mas a porção superior do reto Drena também para veia porta então uma parte do fármaco nesse caso vai ser exposto de qualquer jeito ao efeito da primeira passagem
Related Videos
Aula: Farmacologia - Farmacocinética (parte 2) | Farmacologia Médica #1.2
14:12
Aula: Farmacologia - Farmacocinética (part...
Teoria da Medicina
161,157 views
Aula: Farmacologia - Farmacodinâmica | Farmacologia Médica #2
27:50
Aula: Farmacologia - Farmacodinâmica | Far...
Teoria da Medicina
202,627 views
Aula #01 - Como estudar farmacologia?
1:17:14
Aula #01 - Como estudar farmacologia?
Farmacologia na Prática
76,973 views
Aula: Microbiologia Médica #2 - Microbiota Normal #1
19:14
Aula: Microbiologia Médica #2 - Microbiota...
Teoria da Medicina
124,799 views
FARMACOCINÉTICA - ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, METABOLIZAÇÃO E ELIMINAÇÃO - FARMACOLOGIA (AULA COMPLETA)
59:16
FARMACOCINÉTICA - ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, ...
Facilitando a Medicina
76,626 views
Introdução à Farmacologia: Conceitos e Histórico
28:33
Introdução à Farmacologia: Conceitos e His...
Bio Aulas - Prof. Matheus Moura
2,445 views
Aula: Psicofarmacologia - Opioides #1 - Aspectos Farmacológicos | Farmacologia Médica
17:12
Aula: Psicofarmacologia - Opioides #1 - As...
Teoria da Medicina
221,246 views
Aula: Benzodiazepínicos #1 - Farmacocinética e Farmacodinâmica | Farmacologia Médica
15:00
Aula: Benzodiazepínicos #1 - Farmacocinéti...
Teoria da Medicina
71,535 views
Curso de Farmacologia: Aula 29 - Introducao a antibioticoterapia
38:54
Curso de Farmacologia: Aula 29 - Introduca...
Posologia By Sérgio Araújo
196,294 views
Conceitos de Farmacologia
37:02
Conceitos de Farmacologia
Prof. Cássio Rossi - Mentor de Alta Performance
107,327 views
Aula de Farmacologia - Conceitos Básicos | Farmacologia Fácil | Prof. José
37:35
Aula de Farmacologia - Conceitos Básicos |...
Farmacologia Fácil
8,352 views
Aula Farmacologia | Resumo Introdução a Farmacologia, Farmacocinética e Farmacodinâmica
1:11:37
Aula Farmacologia | Resumo Introdução a Fa...
Farmacologia Fácil
106,546 views
Resumão de Farmacocinética - Aula do Prof. Felipe Magalhães
1:01:23
Resumão de Farmacocinética - Aula do Prof....
Felipe Magalhães
25,775 views
Aula: Neurofarmacologia - Fármacos Sedativo-Hipnóticos - Visão Geral | Farmacologia Médica
9:50
Aula: Neurofarmacologia - Fármacos Sedativ...
Teoria da Medicina
29,691 views
Curso de Farmacologia: Aula 20 - Corticoides - fisiologia
27:40
Curso de Farmacologia: Aula 20 - Corticoid...
Posologia By Sérgio Araújo
307,235 views
FARMACOLOGIA CLÍNICA: Vias de Administração (Farmacocinética)
37:22
FARMACOLOGIA CLÍNICA: Vias de Administraçã...
Prof. Andre Cruz
1,538 views
Aula: Benzodiazepínicos #3 - Clonazepam, Diazepam e Bromazepam | Farmacologia Médica
21:58
Aula: Benzodiazepínicos #3 - Clonazepam, D...
Teoria da Medicina
42,009 views
Лимфома ч.2 Реакция на первые курсы химотерапии. Лекарства от сопутствующих недомоганий
22:48
Лимфома ч.2 Реакция на первые курсы химоте...
Дмитрий Паап
4,901 views
Farmacocinética - Absorção, Distribuição, Biotransformação e Eliminação (Farmacologia) - Bio Aulas
19:58
Farmacocinética - Absorção, Distribuição, ...
Bio Aulas - Prof. Matheus Moura
341,670 views
FARMACOCINÉTICA em 15 Minutos! - Farmacologia
15:20
FARMACOCINÉTICA em 15 Minutos! - Farmacologia
Noturama Fut
592,620 views
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com