O cheiro de mar, já tão característico de Florianópolis, invadia a varanda da minha casa, trazendo consigo uma paz que eu não sentia dentro do meu peito. A vista para o mar, antes inspiradora, agora parecia debochar da tempestade que se formava dentro de mim. As ondas batiam na areia como se quisessem me alertar: “Abra os olhos, Marcela.
” E foi exatamente o que eu fiz, mas não para o mar, e sim para a fatura do meu cartão de crédito: um valor absurdo, nome de um hotel em Balneário Camboriú que eu nunca tinha pisado, e a data. . .
Justo quando Marcos, meu marido, havia viajado a trabalho para São Paulo. A raiva subiu como um tsunami, me afogando em dúvidas e certezas cruéis. Liguei para o banco, a voz trêmula denunciando minha falsa calma, cancelei o cartão imediatamente.
A atendente ainda tentou me oferecer um upgrade para a categoria Platinum, como se um cartão novo pudesse apagar a traição que manchava meu casamento como vinho tinto em carpete branco. No dia seguinte, Marcos ligou, a voz carregada de um falso entusiasmo que eu já conhecia bem: “Amor, como foi o dia? Senti sua falta.
” Desliguei o celular; que ele sentisse falta, como eu senti a falta do homem que pensei ter me casado, do homem que jurou me amar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separasse. A morte da honestidade, da confiança, do respeito. Essa morte já nos havia separado há muito tempo, eu que ainda não tinha me dado conta.
A ligação dele era a confirmação que eu precisava; a raiva deu lugar a uma frieza que me assustava e confortava ao mesmo tempo. Era a hora de agir. A casa, que antes era nosso refúgio, agora era o meu campo de batalha.
Comecei a guardar cada objeto que falava de nós, de um passado que agora me parecia uma mentira bem contada: fotos, presentes, lembranças, tudo cuidadosamente encaixotado e enviado para a casa da minha sogra. Justamente quando eu terminava de empacotar um porta-retrato com a nossa foto do casamento, o telefone tocou. Era minha sogra, a voz estridente traçando o silêncio da casa como um alarme: “Marcela, que história é essa de você cancelar o cartão do Marcos?
Ele está furioso, disse que você não tem o direito de controlar a vida dele. ” Respirei fundo, sentindo um sorriso irônico brotar nos meus lábios. “Diga ao Marcos,” falei pausadamente, “que em breve ele terá todo o controle sobre a vida dele.
Controle total e absoluto. ” “Você está louca! Você não pode fazer isso, Marcela!
Ele vai te deixar! ” A voz dela estava mais aguda do que nunca. “Vai ser uma pena,” respondi, desligando o telefone em seguida, enquanto uma gargalhada escapava da minha garganta.
A casa, antes impregnada pela presença fantasmagórica do meu casamento falido, agora pulsava com a minha própria energia. Marcos e sua mãe voltariam da viagem em dois dias. Dois dias era tempo suficiente.
Os dois dias que se seguiram foram um borrão de atividades frenéticas e decisões libertadoras. A casa, antes um reflexo da minha vida estagnada, se transformava a cada minuto. As paredes, antes em tons pastéis e sem graça, ganharam cores vibrantes, inspiradas nas paisagens exuberantes de Santa Catarina.
O sofá, palco de tantas noites entediantes em frente à televisão, foi substituído por um conjunto de móveis modernos e coloridos que pareciam pulsar com a energia renovada que eu sentia. A mudança, porém, ia muito além da decoração; era como se eu estivesse me despindo de uma pele velha e sem vida, revelando a mulher forte e decidida que sempre esteve adormecida dentro de mim. A cada móvel que eu vendia em sites de usados, a cada objeto pessoal de Marcos que eu doava para a caridade, sentia o peso da traição diminuir, substituído por uma sensação de liberdade inebriante.
Na véspera da chegada de Marcos, a casa já não era a mesma. O perfume doce e enjoativo que ele tanto gostava havia dado lugar ao aroma cítrico e revigorante de velas aromáticas. As cortinas pesadas e escuras, que antes bloqueavam a entrada da luz natural, foram substituídas por persianas leves que permitiam que o sol banhasse cada canto da casa com sua energia vibrante.
Enquanto preparava um jantar para mim, um risoto de camarão com limão siciliano, receita que aprendi em um curso de culinária que decidi fazer por impulso, ouvi o som inconfundível do carro de Marcos estacionando na garagem. Meu coração, que antes disparava a cada retorno dele, batia em um ritmo firme e controlado. Respirei fundo, sentindo o aroma delicioso do jantar invadir a casa, e sorri.
Marcos podia ter levado meu cartão de crédito, minha paz e minha confiança, mas havia uma coisa que ele não conseguiria tocar: a minha força. A campainha tocou, o som estridente ecoando pela casa como um anúncio do confronto que se aproximava. Abri a porta, um sorriso sereno estampado no rosto, e observei a expressão de Marcos se transformar em incredulidade.
“Marcela! O que. .
. o que está acontecendo aqui? ” Ele gaguejou, os olhos arregalados percorrendo o interior da casa, buscando em vão por algum vestígio da vida que ele conhecia.
“Bem-vindo ao lar, querido,” respondi, minha voz calma e firme contrastando com a confusão estampada em seu rosto. “Que goste da surpresa. ” Antes que ele pudesse responder, uma voz estridente se fez ouvir atrás dele: “Marcela, que absurdo é esse?
Onde você colocou as coisas do meu filho? ” A fúria em sua voz apenas aumentava meu sorriso. “Entrem,” falei, dando um passo para o lado e os convidando para dentro da minha nova vida.
Temos muito que conversar. Irritou. Agora estampava uma vulnerabilidade quase cômica.
"Marcela, que brincadeira de mau gosto é essa? " Zenia, ele finalmente perguntou, a voz tensa. "Onde estão nossos móveis, nossos porta-retratos?
Cadê o sofá que você tanto gostava? " Minha sogra, impaciente como sempre, não se conteve: "É algum tipo de vingança? Isso é ridículo, Marcela!
Você está agindo como uma criança mimada! " Enquanto eles despejavam suas frustrações, observei suas reações. Marcos, com os ombros tensos e a mandíbula cerrada, demonstrava uma raiva contida, enquanto minha sogra, com os olhos fulminantes e a voz esganiçada, parecia pronta para explodir a qualquer momento.
Nenhum dos dois, porém, ousava me interromper. "Sentem-se, por favor," falei, gesticulando em direção aos novos bancos em frente ao balcão da cozinha americana, agora integrado à sala. "Podemos conversar enquanto termino de preparar o jantar.
" Eles se entreolharam, hesitantes, antes de se sentarem, a postura rígida denunciando o desconforto. Enquanto eu me movimentava pela cozinha, sentindo o aroma do risoto de camarão perfumar o ambiente, percebi olhares curiosos sobre mim. A cada gesto meu, a cada sorriso que eu deixava escapar, a confusão deles aumentava.
"Marcela, pare de enrolar e explique de uma vez o que está acontecendo," Zenia exigiu, a voz impaciente. "E o que é esse cheiro delicioso? " "Ah, isso," falei, levando uma colher de madeira à boca e experimentando o risoto com um suspiro de satisfação.
"É apenas um risoto de camarão com limão siciliano. Aprendi a fazer essa semana. Gostaria de experimentar?
" Ofereci a colher a ele, que me encarou com a testa franzida. "Não estou com humor para isso, Marcela," ele respondeu, a voz seca. "Quero saber o que você fez com as nossas coisas e, principalmente, por que você cancelou meu cartão de crédito.
" Levantei os olhos para ele, o sorriso desaparecendo do meu rosto. "Seu cartão de crédito? " Marcos, component placement, perguntei, a voz controlada.
"Aquele que você usou para pagar um hotel em Balneário Camboriú? Supostamente, estava em São Paulo a trabalho? " Um silêncio gélido se instalou na sala.
O rosto de Marcos empalideceu, num tom quase translúcido, sob a luz da luminária pendente sobre a ilha da cozinha. Ele abriu a boca para falar, mas as palavras pareciam presas em sua garganta, formando um nó visível sob a pele esticada de seu pescoço. Minha sogra, no entanto, não possuía o mesmo filtro.
"Do que você está falando, Marcela? Você está acusando meu filho de algo? " Sua voz, antes estridente, agora soava perigosamente baixa, como o rosnado de uma onça antes do bote.
"Acho que a fatura do cartão, com o nome do hotel e a data da reserva, fala por si só, não é, Marcos? " Zenia indaguei, erguendo uma sobrancelha. Busquei a fatura sobre a bancada e a coloquei sobre a mesa, bem debaixo do nariz dele.
Ele a encarou por um instante, como se os números impressos pudessem se rearranjar magicamente e apagar a realidade daquela prova irrefutável. Seus olhos, antes arrogantes e evasivos, agora me fitavam com um misto de medo e súplica. "Marcela, eu.
. . eu posso explicar," ele gaguejou, finalmente encontrando a voz.
"Ah, sim, a famosa explicação," interrompi, servindo o risoto em um prato para mim, ignorando completamente a presença deles. "Estou ansiosa para ouvi-la. " Sentei-me à mesa, apreciando o silêncio tenso que se seguiu.
Cada garfada que eu levava à boca parecia ecoar pela sala, amplificando o nervosismo de Marcos e a fúria contida da minha sogra. "Marcela, por favor," Marcos implorou, a voz embargada. "Foi um erro, um deslize.
Eu jamais quis te machucar. " "Não quis me machucar? " repeti, incrédula, largando os talheres sobre o prato com um baque surdo.
"Você usou meu cartão de crédito para bancar uma viagem romântica com outra mulher e ainda tem a audácia de dizer que não queria me machucar? " "Era uma viagem de negócios," Swingle se defendeu, a voz voltando a assumir um tom indignado. "Ela é apenas uma colega de trabalho.
" "Ah, claro, uma colega de trabalho. " Senti o riso amargo me sufocar. "E o nome dela, por acaso, é Tiffany?
E vocês estavam celebrando o fechamento de um grande negócio com champanhe e morangos cobertos com chocolate? " A menção aos detalhes da fatura pareceu atingi-lo como um golpe. Ele se encolheu na cadeira, derrotado, enquanto minha sogra me lançava um olhar assassino.
"Marcela, você está exagerando," ela sibilou. "Homens de negócios precisam fazer esse tipo de coisa. É networking.
" "Networking? " indaguei, erguendo uma sobrancelha. "Interessante definição para infidelidade e desrespeito.
" Levantei-me da mesa, sentindo uma onda de poder me envolver. A casa, antes um palco para a minha infelicidade, agora pulsava com a minha força e determinação. "Acho que já chega de conversa por hoje," declarei, encarando-os com um olhar frio.
"Vocês devem estar cansados da viagem. Sintam-se à vontade para se servirem do jantar. As toalhas estão limpas no armário do corredor, caso queiram tomar um banho.
O quarto de hóspedes está bem vazio, mas tenha certeza de que vocês darão um jeito para se meter. " Deixando-os ali paralisados em meio àquele cenário irreconhecível, murmurei: "Ah, e Marcos," acrescentei antes de desaparecer no corredor, "não se preocupe com o cartão de crédito. Cancelei aquele que você usou.
Mas não se preocupe, fiz questão de solicitar um novo em seu nome: categoria Black, ilimitado. Afinal, homens de negócios precisam de crédito para fazer networking, não é mesmo? " A noite foi pontuada por um silêncio tenso que se infiltrava pelas paredes finas da casa, agora impregnada por um novo aroma: o da minha independência.
Do meu quarto, ouvia os murmúrios abafados de Marcos e da minha sogra, as vozes carregadas de reprovação e incredulidade. Nenhum deles, porém, ousou invadir meu espaço. Pela primeira vez em anos, dormi profundamente, embalada por uma sensação de liberdade desconhecida.
A angústia que me acompanhava como uma sombra havia se dissipado, substituída por uma determinação férrea. Ao acordar com os primeiros raios de sol espiando pelas persianas, já não restava nenhum traço da fragilidade que me definia antes da viagem de Marcos. Enquanto preparava um café da manhã frugal, composta por frutas frescas e iogurte — uma heresia para o paladar de Marcos, acostumado aos meus banquetes matinais — ouvi os passos hesitantes dele se aproximando.
Ele estava abatido, os ombros caídos e os olhos vermelhos denunciando uma noite mal dormida. A aura de arrogância que antes o envolvia havia se esvaído, revelando um homem inseguro, quase patético. "Marcela, precisamos conversar", ele disse, a voz rouca, sentando-se à mesa com a postura de um garoto repreendido.
"Acho que já conversamos o suficiente ontem", não respondi, sem o encarar. "Por favor, me escuta", ele insistiu, a voz embargada. "Eu sei que errei, mas.
. . mas eu te amo.
Você é a minha vida. " As suas palavras, antes capazes de me desarmar com a força de um vendaval, agora soavam vazias, desprovidas de significado. "À sua vida?
", indaguei, finalmente encarando-o. "Interessante. E que parte dessa sua vida você dividia comigo, Marcos?
As contas do supermercado? A roupa passada? O jantar sempre pronto quando você chegava?
" Ele desviou o olhar, incapaz de sustentar meu olhar firme. "Marcela, por favor, não faz assim", ele implorou, a voz embargada. "Eu te amo, eu posso mudar, eu juro.
. . mudar.
" Repeti, sentindo o riso amargo me sufocar novamente: "Você teve anos para mudar, Marcos! Anos presenciando a minha infelicidade, a minha frustração, anos ignorando os meus pedidos, os meus sonhos. E agora, diante da possibilidade real de me perder, você decide mudar?
" Levantei-me da mesa, a xícara de café ainda pela metade, o aroma já não tão convidativo. "Sabe, Marcos", continuei, a voz firme, apesar do turbilhão de emoções que me assolava, "eu realmente acreditei em nós! Acreditei que poderíamos ter uma vida juntos, construir uma família, realizar nossos sonhos.
Mas você se esqueceu de me avisar que, nesse seu script, eu era apenas um figurante, um adereço descartável na sua busca incessante por prazeres efêmeros. " "Não diz isso, Marcela", ele suplicou, tentando se levantar, mas eu o interrompi com um gesto. "Não, Marcos, chega de mentiras, chega de fingimento.
A cortina baixou para nós e, dessa vez, não haverá bis. " As palavras, uma vez ditas, pairavam no ar como pássaros finalmente libertos da gaiola. A cada sílaba pronunciada, sentia o peso daqueles anos de frustração e desamor se esvaindo de meus ombros.
Marcos, diante da minha determinação inabalável, finalmente pareceu compreender a gravidade da situação. A máscara de indiferença que ele usava com tanta maestria se estilhaçou por completo, revelando um homem apavorado diante da iminência de perder o porto seguro que, por pura negligência, não havia percebido que estava destruindo. "O que você quer dizer com 'a cortina baixou'?
", ele perguntou, a voz trêmula, um fio de desespero se infiltrando em sua máscara de autoconfiança habitual. "Para onde você vai? " "Eu não vou a lugar nenhum, Marcos", respondi calmamente, tomando um último gole do café, agora frio.
"Esta é a minha casa; eu a transformei. Assim como estou transformando a minha vida. Você e sua mãe, bem, vocês são livres para procurar um novo palco para as suas vidas.
" Minha sogra, que até então se mantivera em silêncio sepulcral, finalmente resolveu se manifestar. Levantou-se de um salto, os olhos faiscando de fúria contida, as palavras sibilando por entre os dentes cerrados: "Você não pode fazer isso, Marcela! Esta casa é do meu filho; você é uma aproveitadora, uma ingrata!
" Envolvia-me com um olhar gélido, sentindo uma força ancestral a me invadir, a força de gerações de mulheres silenciadas que finalmente encontravam voz em mim. "A casa pode até estar no nome dele", retruquei, com uma calma que beirava a frieza, "mas foi construída com o suor do meu trabalho, com a minha dedicação, com o meu amor. E o amor, minha senhora, quando não é recíproco, se transforma em pó.
E é com esse pó que eu varri você e o seu filho para fora da minha vida. " Diante da minha postura implacável, da minha voz ressoando com a força de mil trovões, minha sogra recuou. Seus olhos, antes arrogantes e desafiadores, agora me fitavam com um misto de medo e respeito.
Ela sabia, assim como Marcos, que a mulher submissa e resignada que eles pensavam conhecer havia partido para sempre. Em seu lugar, renascia uma fênix forte e decidida, pronta para alçar voo em direção a um novo horizonte. "Arrumem suas coisas", finalizei, com a voz firme e segura.
"O táxi chegará em uma hora. " Enquanto eles deixavam a cozinha, cabisbaixos e derrotados, senti um sorriso genuíno, o primeiro em muito tempo, iluminar meu rosto. A cortina havia baixado para o ato final daquela farsa e, no palco da minha vida, finalmente eu era a protagonista da minha própria história.
A hora seguinte passou como um borrão de malas arrastadas, portas batendo e um silêncio pesado que se instalou após a saída do táxi. A casa, antes repleta de uma energia densa e sufocante, agora respirava. A cada canto que eu percorria, senti o peso daqueles anos de infelicidade se esvair, como se a presença deles tivesse deixado em mim uma crosta que agora se desprendia, revelando a minha verdadeira essência.
Fiquei por um longo tempo no jardim, sentindo o sol da manhã aquecer meu rosto, a brisa suave brincando com meus cabelos. O jardim, antes negligenciado e sem vida, agora pulsava com a promessa de um novo recomeço. As roseiras, outrora murchas e sem cor, pareciam se erguer em direção ao céu, como se também celebrassem a minha libertação.
Naquele momento de solitude e introspecção, tomei uma decisão: não apagaria as marcas do passado, pois elas, por mais dolorosas que fossem, me moldaram, me fortaleceram. A casa, testemunha silenciosa da minha jornada, também não seria abandonada. Eu a transformaria num refúgio, um templo dedicado à minha felicidade, um lugar onde o amor próprio seria o alicerce de todos os meus sonhos.
Comecei a planejar as mudanças; contrataria um arquiteto para integrar o jardim à casa, criando um espaço fluido e acolhedor. A antiga sala de. .
. Jantar, palco de jantares solitários e conversas vazias, se transformaria num ateliê onde eu poderia dar asas à minha criatividade adormecida. E no lugar dos móveis imponentes e frios, que mais pareciam peças de museu do que objetos de convívio, eu traria cores vibrantes, texturas aconchegantes e móveis que convidassem ao relaxamento e à contemplação.
Mas as mudanças não se limitariam ao espaço físico; eu também me dedicaria a resgatar sonhos há muito adormecidos. Matricular-me-ia naquele curso de fotografia que sempre me fascinou, viajaria para aquele vilarejo na Toscana que povoava meus devaneios, aprenderia a tocar violão, dançaria sob a chuva e me permitiria amar e ser amada novamente, sem medos ou amarras. Enquanto a tarde se aproximava, senti uma onda de gratidão me invadir.
A traição de Marcos, por mais dolorosa que tivesse sido, me despertou para uma nova realidade; me mostrou que a felicidade não se encontra em promessas vazias ou em vidas construídas em cima de mentiras. A felicidade, descobri, reside em cada batida do meu coração, em cada respiração, em cada passo que eu dou em direção à minha própria verdade. E assim, com o coração leve e a alma renovada, me preparei para escrever o próximo capítulo da minha história, um capítulo repleto de desafios, sim, mas também de novas descobertas, de encontros inesperados e de um amor genuíno: o amor por mim mesma.
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