[Música] críticas históri elogios disciplina Rigor estudos memórias reflexões alegria raes consciência realidade o que permanece depois da morte do escritor nada está mais presente do que nós depois da morte do escritor a eternidade nos pertence somos nós que lhe damos vida que prolongamos a sua memória hoje o escritor é lembrado porque soube se transformar num exímio criador imprimiu nas almas e nas mentes dos leitores do mundo todos os nossos conflitos nossos desejos nossos sentimentos nobres e mesquin Hoje fazemos o caminho inverso e damos voz e traço que nos conheceu antes de nós mesmos e nada
vai [Música] [Música] deixar nascia 17 de Dezembro de 1905 sob o signo de sagitário andava no ar ecos da guerra russo-japonesa e os jornais comentavam Os horrores do massacre de São Petersburgo menino um tanto apático cara e olhos de uma melancolia de bugre eu vivia mais no Mundo da Imaginação queo da realidade minha mãe às vezes me surpreendia nesses momentos de tristeza e entre penalizada e terna exclamava tiera ele escreveu sol de clarinete Imagino que com algum gosto né lembrando a vida dele as pessoas que conheceu e tudo mais a infância e adolescência mas eu
imagino que um pouco contrafeito ele não achava que era hora ainda de escrever As Memórias é um depoimento humano e Literário de importância do solo de clarineta pai pelo que ele contava e pelo que escreveu também no solo de clarinete né na autografia tem uma infância normal né de uma infância de cidade pequena do interior né irmão hênio foi uma infância ou talvez mais paraa adolescência marcado por duas coisas primeiro uma crise familiar crise econômica da família né inclusive ele não pode completar o o ginásio porque teve que voltar estudar em Porto AL mas teve
que voltar para cruzalta porque não tinha mais condições de ficar na escola e também uma crise entre o pai e a mãe que se separaram né a mãe da dele não aguentou mais o que o marido aprontava e e se separou dele isso naquela época era uma coisa muito rara né mulher sair de casa separar do marido essa mágoa da saída do pai de casa e da perda de rastros do pai o acompanhou até o fim eu acho que isso foi uma coisa de certa maneira determinante na vida dele né primeiro conto do Érico é
Chico é Um Conto de Natal que foi publicado em cruzalta ainda as instâncias da sua mãe porque ele não queria ele era muito tímido com relação à sua literatura embora ele quisesse escrever nessa época ele devia ter o que uns 18 a 20 anos por aí trabalhou no comércio trabalhou num banco também em Cruz alto e eventualmente fez uma sociedade para com essa farmácia mas que não deu certo né porque ele viu que o negócio dele não era aquele mesmo trabalhando na farmácia e não gostava quando entrava alguém para comprar remédio né porque atrapalhava interrompia
a leitura dele e o nosso escritor embrulhava remédios ou livros em sua memória o autor de fantoches para usar um termo muito em voga hoje em dia era um alienado fugia ao seu ambiente cruzaltense e à pessoas com as quais convivia a sua maneira de extrair de vaga pedindo asilo em embaixadas literárias de países estrangeiros ou então escondendo-se na nuvem da sua fantasia estava convencido de que sua cidade e seus conterrâneos não constituíam boa matéria literária pois representavam o prosaísmo e a Mesmice do dia a dia fantoches é um é um livro único o é
Estava bastante influenciado por alguns autores também de contemporâneos ou de uma geração um pouquinho anterior Ele veio para Porto Alegre sem muita ideia do que que faria em Porto Alegre Mas acabou se encaminhando pro pro jornalismo primeiro né O pai foi um dos primeiros escritores brasileiros a fazer uma literatura Urbana né e a cidade que ele conhecia a cidade grande que na época não era tão grande assim era Porto Alegre é preciso saber que as condições econômicas da vida particular de Érico influenciaram muitos romances que escreveu entre 1933 em 1940 reparem como as personagens dos
livros dessa época preocupavam-se com as contas a pagar no fim do mês o começo dele foi muito difícil né ele só podia escrever os livros de fim de semana de noite em casa tinha expediente completo durante o dia e isso se reflete bastante alguns personagens é justamente isso n a luta pela vida luta por consegui um lugar ao sol né inclusive título de um dos livros né os primeiros romances digamos de Clarissa e olhai os líos do campo mostram um autor apressado o diabo do homem só podia escrever suas coisas nas tardes de sábado pois
tinha de ganhar vida em outras atividades já são livros que se passam na cidade né quer dizer o próprio Eric já estava em Porto Alegre né Trabalhando então na Globo ele começou a a trabalhar na revista do Globo sem nenhuma experiência jornalística né fora essas de ter colaborado com contos pro jornal e ele até conta que quando propuseram para ele trabalhar na revista CL perguntaram se ele tinha alguma experiência em fazer revista ele mentiu disse que tinha que sabia tudo sobre sobre fazer a revista e acabou aprendendo no no próprio trabalho né Porto Alegre é
o cenário dos primeiros romances dele nem sempre identificado com Porto Alegre mas a gente tem a ideia que é Porto Alegre mas o Porto Alegre um pouco mais adiantado do que realmente era na época né Olhava O Mundo do ângulo lírico e na sua boa vontade in achava que lhe bastava pedir aos homens que se amassem e não se destruíssem está claro que era uma grande to havia entretanto nos seus primeiros livros algo de aproveitável a capacidade do autor em contagiar o leitor com seu amor à vida com sua boa vontade para com os outros
homens como escritor que falava para o seu tempo que falava das inquietações do seu tempo da classe mdia Urbana ele logo encontrou um público que o entendeu perfeitamente ele foi um dos primeiros a ser influenciado pela literatura anglos saxônica e por exemplo ele traduzia um livro do aldus hy chamado Point counterpoint contraponto e o Caminhos Cruzados é bastante influenciado por esse livro do alos H maneira de narrativa técnica Eric não era dos escritores que começava do da folha em branco tá era um escritor que pesquisava escritor que tomava notas escritor tava estava permanentemente acompanhado de
um de um caderno de notas o processo dele eh pelo que eu percebo né se dava num momento de intuição mas depois disso submetia a essa ideia a essa essa intuição a um processo de elaboração mental e de tornar aquilo real e visível especialmente visível para ele e também desenhava as os os as suas personagens mas no fundo eu sou também um pintor frustrado e quando eu falo de um país uma cidade eu me preocupo com seus aspectos plásticos quase todos os meus Roman que tem alguma vamos dizer qual é a palavra que eu vou
usar não é crítica porque é uma palavra um pouco forte mas de significação social eu eu gosto de de dar um Panorama há uma declaração do próprio Érico num prefácio ao Caminhos Cruzados dizendo que ele tinha um projeto e que o que ele pretendia era o corte transversal de uma sociedade Eu acho que o escritor moderno tem dois problemas importantes um a manutenção da paz mundial a outra a justiça social a escolha do Realismo é sintomática porque o realismo tende a fazer com que a linguagem se torne transparente para que tu veja o mundo diretamente
dentro da obra e isso aproxima o leitor do do do texto e isso aconteceu com muita rapidez especialmente depois de olhar os livros do campo foi o primeiro livro dele a ter uma venda Nacional ia ter EA atrair atenção né né então passou a viver exclusivamente da literatura olhar os livros do campo foi um fenômeno editorial na época eh ele vendeu muito e com os direitos autorais o Érico começou a poder viver só de direitos autorais nós viamos para cá em 1942 e foi justamente porque ele já tava conseguindo viver dos livros né da literatura
É uma opção por um grande público e não por um público de Elite e eu acho que isso também pza a favor do Érico não contra Porque ele queria o máximo de leitores no sentido inclusive de poder falar com todos e de certa maneira traduzir uma certa conduta ética porque isso nos romã sempre existe o resto de silêncio né É É um livro que levantou uma polêmica porque havia entre a os personagens do livro alguns personagens liados à igreja católica e aos círculos conservadores de Porto aleg situação política aqui no no no Brasil tava difícil
né época do estado novo censura grupos conservadores aí dominando né e tentando dominar o pamento aqui em Porto Alegre inclusive esses círculos conservadores eles se insurgem numa Ampla campanha contra o Érico e o porta-voz é um padre Jesuíta e que termina atacando Érico pedindo a Getúlio Vargas que na época era o governante autoritário eh do do do Brasil a a a cassação do Érico e o recolhimento do livro e o pai achou que era na hora de dar de tirar um umas férias do Brasil né então nós somos para os Estados Unidos ele foi convidado
para lecionar na Universidade da Califórnia lecionar a literatura brasileira e pros Estados Unidos e ao mesmo tempo sair do Brasil que estava digamos assim sob o tacão da ditadura do estado novo de Getúlio era um motivo de Fascinação certamente porque lá existia liberdade que ele foi fazer nos Estados Unidos foi fundamentalmente conferências públic sobre o Brasil sobre literatura brasileira e sobre a sua própria obra durante do anos eu não escrevera uma linha sequer em português banho de silêncio para limpar o espírito da poeira das palavras certo que escritor que produz um livro por ano acaba
sofrendo de uma espci de axica fulas cacetes de estilo e até de técnica para curar envenenamento o melhor que tem a fazer é deixar de escrever por uma larga Temporada durante a qualer obras de outros autores viaj [Música] con cidade possível outro tipo de vida as viagens para ele acabavam sendo no fundo repositório de notas de um grande ficcionista de um grande observador do ser humano ele já tinha escrito sobre a primeira ida dele aos Estados Unidos que foi gato preto em Campo de Neve né depois escreveu sobre a segunda ida quando nós fomos juntos
e passamos do anos lá na Califórnia que chama volta do gato preto e Ele sempre teve esse gosto por viagem minha irmã casou e foi morar nos Estados Unidos então ele voltava frequentemente aos Estados Unidos não sei se você sabe que eu tenho uma filha casado com um americano e que nos deu três netos nós quatro Luiz Fernando eu o pai e a mãe muito Unidos e eu acho que as viagens assim de morar no exterior e morar um tempo fora nos uniu ainda [Música] mais a Clarissa eu li várias vezes quantas eu não sei
te dizer mas eu li várias vezes porque eu acho que eu queria me identificar e todo mundo dizia Ah é parecida contigo daí ela também tem cabelos escuros olhos escuros isso então achava que eu era eu era Clarissa quando eu comecei a ler os livros do pai Clarissa foi primeiro e depois só depois de muitos anos que eu fui ler o segundo que eu li eu acho que o segundo que eu li foi o resto de silêncio porque ele não me deixava ler né não não tinha idade para ler os livros dele mas mesmo em
Clarissa eu me surpreendia que o meu pai entendia de certas coisas que eu achava que o pai não entende disso né não tá sabendo então era uma descoberta as coisas que ele sabia sobre uma adolescente mas a primeira vez que ele foi à Europa foi já com 50 e 54 55 anos né eu viajo com um homem um homem total interess pela vida e apaixonado por ela eu procuro ver como vivem os povos onde gosto imensamente das pequenas cidades eu acho que do meu avô tropeiro essa mania Andara Eu também sou um homem caseiro e
gosto de voltar ao Brasil a minha casa e os meus amigos acho que eu via muito do meu avô na minha avó na mafal com quem eu convivi muito até a morte dela H pouco tempo atrás e eu achava que eles eram realmente na minha cabeça pelo menos uma continuação do outro de certa forma não sei se é uma visão romântica que eu tenho mas de qualquer maneira eu via muito na Mafalda como eu imaginava como eu imagino que o Eric [Música] fosse quando teria me ocorrido pela primeira vez a ideia de escrever uma saga
do Rio Grande do Sul em 1935 quando meu estado comemorou o primeiro Centenário da Guerra dos Farrapos não sei ao certo não creio que ideias como essa nos caiam na cabeça com a força súbita de um raio é mais provável que comecem de ordinário como uma nebulosa de origem ignorada que se mistura com as outras que povoam nossos misteriosos espaço e tempo interiores e aos poucos vão tomando a forma de um mundo o vento de fato é a obra que coloca o éco entre os 10 maiores escritores brasileiros Tempo e o Vento é uma história
do R do Sul romance do Grande do Sul mas não é um romance histórico convencional vamos dizer assim certamente não é literatura regionalista é possível fazer uma literatura com os nossos elementos regionais e é possível que essa literatura seja ao mesmo tempo Universal a o senhor atribui o interesse dos alemães pelas suas obras o autor nunca sabe exatamente o que é que leva um editor a editar o seu livro e o público a lê-lo Mas eu acredito que foi no caso do tempo e o vento o fato de haver uma personagem importante como o Dr
Winter que era alemão e havia também o problema do Colono alemão que chega ao Rio Grande do Sul agora quanto à venda do livro eu acho que foi sorte sorte é é uma é uma coisa muito importante na vida de um escritor a chance a oportunidade o continente para mim é a melhor obra dele né é um livro que eu releio de vez em quando quando ele começou a pensar no tempo Vent que ele se deu conta da riqueza daquela daquela Cultura em que ele vivia né ele começou a a escrever o tempo ventro 1947
e eu me lembro de ver ele batendo a máquina ele batia a máquina com muita rapidez né com uns 10 dedos e ele mesmo depois corrigia e ele mes copiava depois o o as correções eu acho que ele usou muito os personagens da da família dele principalmente da do ambiente que ele se criou principalmente no Tempo e o Vento né no terceiro Volume do tempo e o vento o arquipélago tem vários personagens ali que eu já conhecia de ouvir o pai falar sobre eles né os avós maternos dele se eu perguntar quem é Gabriela todo
mundo sabe mesmo quem não lê o livro se eu perguntar quem é Capitu todo mundo sabe e se eu perguntar quem é na terra todo mundo sabe também tempo e o vento que é a história romanceada do Grande do Sul é uma história contada não vou dizer do ponto de vista feminino da mulher mas é uma história em que a mulher tem uma uma importância enorme né Toda a obra dele tem essa essa essa preferência dele pela mulher que foi a escolha que ele fez quando era garoto que teve que escolher entre o pai e
a mãe n quando se separaram Qual é o segredo do grande escritor é criar Person como seis isso s o grande escritor CONSEG conseguiu ISO eu acabei de dar exemplo de terra pod exemp Debi de Maria Valão Rod Quando nasceu Capitão Rodrigo Cambará eu Mena se respondesse Com certeza essa pergunta Capão Rodrigo fosse apenas uma ideia aqui no meu cérebro de certo modo símbolo de uma Rude estirpe e de uma era áspera desde o momento em que vi o capitão em meus pensamentos com um corpo um n e já com certas tendências ou ímpetos esse
homem passou a existir e como estava vivo e tinha o temperamento fogoso a primeira coisa que fez foi livrar-se do seu Criador quem sou eu para sujeit um potro como o Capitão Cambará apresentou essa fórmula ideal no tempo vento mesclando livremente personagens historicamente reais e existentes com personagens da sua livre imaginação esse difícil equilíbrio entre crônica histórica e imaginação é que vai oferecer a fórmula do romance histórico Bras contemporâneo an Terra estava de tal maneira habituada ao vento que até parecia entender o que ele dizia e nas noites de Ventania ela pensava principalmente em sepulturas
e naqueles que tinham ido para o outro mundo era como se eles chegassem um por um e ficassem ao redor dela contando casos e perguntando pelos vivos Era por isso que muito mais tarde sendo já mulher feita bibian ouvia a vó dizer quando ventava noite de Vento Noite dos Mortos é o primeiro volume de do tempo vento continente Saiu em 49 né Depois o retrato saiu logo em seguida acho que 51 por aí se não me engano mas depois Até saiu o arquipélago se passaram não sei quantos anos né porque nesse meio tempo ele nós
voltamos aos Estados Unidos moramos mais 4 anos nos Estados Unidos tá ele não escreveu nada e e quando ele retomou aqui o arquipélago Ou começou a escrever o arquipélago ele teve um acidente cardíaco né teve um infarte E então todas essas essas coisas no meio né mas ele custou muito a fazer o terceiro Volume justamente porque era a parte da trilogia que seria coincidiria com a vida dele né Floriano Cambará é cer ente uma uma é o autor né mal disfarçado mas é o autor inclusive termina o arquipélago termina com Floriana Cambará Começando a escrever
um romance que é o continente né Ora eu não me considerava ainda um ancião apesar da definição dos dicionários não queria considerar encerrado o ciclo da minha vida de homem e de escritor desejava rever ainda Clarissa Mike Paul Dave sim v o luí Fernando casado sonhava com os netos que ele nos poderia dar um dia precisava rever pelo menos uma vez Portugal a Itália a França a Espanha e é claro tinha que terminar o arquipélago e transferir para o papel Os muitos outros romances que sentia dentro de mim e acima de tudo não podia cometer
a traição de abandonar Mafalda naquele trecho do nosso caminho E por que não simplificar toda a história dizendo simplesmente que amava apaixonadamente a vida o romance que sucede o último volume do do arquipélago é o senhor Embaixador em 65 né E logo depois o Prisioneiro ora esses romances são romances eh de crítica a estrutura política do século XX né a guerra a tortura a a desindividualização o Érico tinha uma vocação política mas ele não se interessava particularmente por ideologias o erco queria de certa maneira um socialismo utópico eu Antigamente eu tinha um pouco de vergonha
de ser latino-americano por causa de guerrilhas de coisas de coronéis políticos agora cheguei à conclusão que nos Estados Unidos também há de certa maneira esti outro modo outro ambiente mas as eleições foram interessantes houve discussão Eu Acho interessante a a discussão livre embora a coisa pareça tumultuada eu acho que ele era antes de tudo humanista né não é uma coisa tão política assim mais uma uma posição dele em geral humanismo em geral uma posição dele em relação a à à situação humana então e eu acho que ele foi coerente a vida toda com essa posição
dele né sempre a favor do do do do humano pela Liberdade e tudo mais né o incidente Antares ele surge num momento muito interessante como divisor das águas eh dos anos 70 sobre um regime ditatorial e Érico é muito hábil a construir Ah uma alegoria né os mortos voltam à cidade para julgar os vivos eh e e com isso de certa maneira ele ilude a censura o incidente é um estuário em que se encontram os rios mais caudalosos de minha personalidade o satirista o poeta o puro narrador o homem interessado nos problemas políticos e sociais
e também o sujeito meio sinistro que com frequência se compraz em descrever velórios e muitas vezes em sua longa vida literária escreveu sobre fantasmagorias pois bem todos esses sujeitos dentro de mim marcaram encontro em antares levantamento que eu tinha feito ele tinha sido traduzido pro inglês pro francês pro alemão pro Holandês pro pro checo pro yugoslavo pro japonês pro coreano pro Russo aí nós temos já nove idiomas e tem o Déo que eu acho muito interessante que é o indonésio Né uma característica grande do é era Toler dele um cara muito tolerante em relação a
tudo assim tentar entender e saber que as pessoas são diferentes né então h de se ter tolerância para gostar da raça humana não porque seja difícil mas porque são todos muito diferentes né não tem não tem um padrão a seguir né e eu acho que isso é é uma uma coisa muito forte na obra dele assim interesse pela pessoa falando com sinceridade ao 6 I dizer 65 aos 61 anos eu creio que me sinto bem hoje pela manhã já caminhei uma hora nas cocidas de Petrópolis não sei se você se lembra de um gaúcho de
Uruguaiana que estava numa cama agonizando e quando um amigo perguntou como vai companheiro disse aqui pelando em retirada com pouca munição eu podia dizer o mesmo porque não posso negar que a Vel é uma retirada o terreno vai ficando cada vez mais curto mas eu posso dizer que eu tenho bastante munição vou continuar pelando até o último carpo muitos [Música] [Aplausos] anos [Música] éo meus livros estão longe de ser memórias disfarçadas uso neles as minhas vivências aqui ali o inconsciente me atra soa eu estou até nas velhas de O Tempo e o Vento o meu
szia espiritual é o Floriano de o arquipélago trata-se de um retrato psicológico Mas que nada tem de autobiográfico No que diz respeito a atos ou fatos quando o consciente percebe o consciente Às vezes ele é meio lerdo em matéria de percepção de coisas sutis que está correndo o risco de copiar uma pessoa na vida real e l trata de despistar e usar apenas em parte ou recuar totalmente as informações do inconsciente o verdadeiro romancista não fotografa eu quero dizer não retrata conscientemente as pessoas que conheceu mesmo que queira fazer isso verá que não é de
todo possível muitas vezes eu fiz planos para um personagem meu tá de repente ele começou a dizer e fazer coisas que eu não tinha previsto era um sinal de que ele tinha vida própria estava vivo remédio sensato foi deixado livre Isso aconteceu com Rodrigo Cambará Ana Terra Bibiana ninguém é o que parece Não tenha dúvidas eu tenho dito escrito muitas vezes que eu gosto de mim mesmo no sentido de que eu não tenho instinto de autodestruição é verdade mesmo se numa dessas esquinas da vida eu encontrasse o éco viris de 20 anos eu puxaria conversa
Sou rapaz mais tímido do que eu talvez não tivesse coragem de dirigir-se a mim falta alguma coisa no Brasil depois da noite de sexta-feira Falta aquele homem no escritório a tirar da máquina elétrico destino dos seres a explicação antiga da terra falta uma tristeza de menino bom caminhando entre adultos na esperança da Justiça que tarda como tarda a clarear o mundo falta um boné aquele jeito Manso aquela ternura contida olho a derramar lentamente falta o casal passeando no trigal falta um solo de clarineta C