muitos de vocês devem estar aqui no meu canal me amando ou me odiando por causa de um vídeo que eu fiz há mais ou menos um ano e meio atrás sobre apropriação cultural e aí durante esse período vocês continuavam sempre me perguntando Natalie você ainda acredita em apropriação cultural mesmo depois de tanto tempo e aí eu vou dizer que depois de muito tempo de muito estudo de novas leituras eu não acredito em apropriação cultural da forma como vocês acham que ela existe branquitude uma das coisas que vocês criticam tanto a apropriação cultural e assistiram o
meu primeiro vídeo ignoraram ab amente foi que eu comecei falando que para falar sobre apropriação cultural a gente tinha que falar sobre sociedade sobre grupos falar de apropriação cultural não foi naquela época que continua não sendo falar sobre individualidades falar sobre pessoas então eu peço que você só continue esse vídeo Se isso tiver ficado muito claro falar sobre apropriação cultural é falar sobre sociedade sobre estrutura não é falar sobre individualidades não é se ela não é falar sobre indivíduos então a gente já pode estabelecer aqui de contrapartida que a ção cultural Definitivamente não é uma
caça a dreds loiros ou um arranque coletivo de turbantes de mulheres brancas recentemente um evento veio à tona e trouxe todas as discussões que estavam adormecidas sobre apropriação cultural o que aconteceu foi que uma moça de Curitiba estava no metrô e foi abordada por um grupo de mulheres negras e que pediram para que ela retirasse o seu turbante fora todo o drama que envolviam esses indivíduos que estavam nessa cena que aconteceu essa moça se tornou um mártir para rank Tude E aí a gente vai começar a falar de apropriação cultural e depois eu volto paraa
questão dessa moça para finalizar e eu vou usar alguns argumentos que vocês branquitude adoram usar para questionar apropriação cultural Vamos começar com o clássico e mais falado cultura não tem dono Afinal estamos no Brasil terra de todos Miss nação né carnaval folclore ninguém de ninguém índios negros europeus todo mundo junto e eu devo dizer que eu concordo de fato cultura não tem dono E aí eu já começo dizendo que reclamar elementos que são cheios de significado para algum grupo específico por fazer parte da sua cultura não quer dizer automaticamente que aquele grupo seja dono daqueles
elementos ou daquela cultura eu tô há 4 anos fazendo censes sociais e até hoje não existe unidade no conceito de cultura Então como a gente vai dizer que cultura é uma coisa específica e que essas pessoas específicas são donas daquela cultura qu a gente fala da origem que turbante é africano também as pessoas acham que a gente tá ignorando O que é África nós falamos de enquanto continente e nós sabemos sim que o turbante pertence sim a culturas afro-orientais e à Ásia Isso é óbvio só que aí um argumento que muitas pessoas estão usando neste
momento é que o turbante por exemplo que é o nosso a nossa Estrelinha do momento que o turbante não é negro não tá presente necessariamente na cultura Negra porque antes de tudo o turbante era asiático e para começar a apropriação cultural nem existe porque o que existe se chama aculturação e a assimilação cultural existe a culturação existe assimilação cultural e existe apropriação cultural para quem não entende do que eu tô falando eu vou dar aqui um Panorama geral a culturação ao contrário do que possa parecer ou Suá não significa ausência de Cultura a culturação significa
um contato constante entre duas culturas distintas vai fazer com que elas se alterem em alguma medida e não de maneira simétrica e o processo de assimilação cultural é quando você é uma cultura dominada se relaciona com uma cultura dominante e absorve em absoluto os elementos culturais os modelos daquela cultura dominante são processos muito mais raros uso de assimilação cultural porque aí o grande argumento do momento é que a apropriação cultural na verdade é algo que já existe que é a culturação e o movimento negro esquizofrênico tá usando apropriação cultural para arrancar turbante de branca na
rua quando a gente fala de apropriação cultural a gente tá falando de outro momento histórico a gente tá falando da modernidade da pós-modernidade a gente tá falando de contextos sociais capitalistas a gente tá falando sobre mercadoria a gente tá falando sobre outras formas de troca e outras formas de valorização do ser humano e dos elementos que carregam as culturas então falar de aculturação falar de assimilação e falar de apropriação são coisas diferentes as três válidas não deixa de poder falar sobre herança Negra porque eu falo português ou porque eu uso computador ou porque eu uso
chinelo né que esse é o argumento clássico e mais ridículo que eu já vi na minha na face da minha terra então afinal O que é apropriação cultural e por que a gente fala sobre ela se ela não é falar sobre você se ela não é falar sobre mim nós estamos falando sobre processos de construção identitária que palavrão é esse para entender a apropriação cultural falar sobre a necessidade da valorização e da lembrança constante da simbologia desses elementos as nossas guias os nossos turbantes tambores dreds coisas que estão ligadas a essas culturas e a religiosidade
africana afro--brasileira não é colocar a população negra fora desse contexto de globalização falar sobre apropriação Cultural de uma forma muito mais profunda é te dizer que a cultura afro brasileira passou por processos violentíssimo de apagamento de forma institucionalizada a história maravilhosa nos conta que pessoas negras quando saíram da África e vieram para cá para ser escravizadas foram intencionalmente esvaziadas culturalmente porque era necessário que elas se tornassem massas ocas e vazias prontas para exploração os negros saíram das costas africanas e vieram pro Brasil sem absolutamente nada só com a roupa do corpo e ainda como se
não fosse suficiente a necessidade de apagar a história daqueles sujeitos negros institucionalmente também foi simbolicamente por exemplo eles faziam os negros darem voltas em torno de árvores nessas costas para que a história deles ficassem com aquelas árvores esses negros que foram escravizados foram misturados nos navios Negreiros apesar do que muitas pessoas acham África não é um bloco Então existe um tronco troncos linguísticos Gerais mas as línguas que são faladas são muito diferentes existem muito dialetos já em terras brasileiras como se não bastasse todas as atrocidades que essas culturas sofreram era negada a qualquer tipo de
expressão cultural ancestral então você não podia bater tambor o cabelo era raspado como forma de castigo porque os senhores de gênios entendiam como era importante o cabelo e as tranças pra maioria dos povos africanos Então o que eu tô falando aqui para vocês é sobre um processo histórico que simplesmente destruiu de todas as formas possíveis objetivas e subjetivas qualquer traço de ancestralidade negra no Brasil Então hoje quando a gente olha pra sociedade atual e aponta apropriação cultural a gente não tá falando com você eu sinto muito Eu sei que você quer que isso seja sobre
você mas isso não é necessariamente sobre você indivíduo Branco a gente tá falando sobre a história se repetindo em alguns níveis a gente tá falando novamente sobre um processo reformatado da indústria da indústria cultural do mercado esvaziando os nossos poucos elementos de significado o que é cultura afro-brasileira ela é riquíssima Ela é riquíssima mas você sabe o que é porque essas informações não são valorizadas porque existem bloqueios constantes para que a gente não entenda e não saiba que o negro fez muito mais pelo Brasil do que simplesmente trabalhar nos engenhos a população negra afro--brasileira construiu
esse país e você não sabe disso então quando a gente aponta essa indústria novamente esvaziando os nossos elementos de significado a gente tá falando sobre processos que estão se repetindo constantemente sobre uma identidade que novamente está sendo apagada a apropriação cultural não é falar sobre você pessoa branca apropriação cultural não é falar sobre seu gosto sobre a sua liberdade apropriação cultural não é falar sobre o que você vai vestir de manhã a gente não vai entrar dentro da sua casa eu não tô nem aí para o que você veste E aí tem aquele clássico argumento
Ah mas é a candomblecista de turbante mulher branca que usa turbante porque participa do candomblé a gente tá falando de indústria de moda a pessoa tá lá inserida dentro da religiosidade por raios que ela não vai usar eu vou dizer que não dói para mim enquanto indivíduo ver que mulheres brancas de tranças de dreds São hiper valorizadas e saem nas capas das revistas dizendo que elas estão lindas e maravilhosas estão com novo Trend e quando eu saio de trans drad chamada de preta suja fedida eu vou dizer que não dói dói dói para caramba porque
isso só escancara o racismo que a gente vive entendeu não é só sobre isso é muito mais amplo do que esse caso dessa garota de Curitiba em termos midiáticos é tudo que a branquitude a mídia racista precisavam para chacotear das pautas dos movimentos negros é tudo que a mídia racista é tudo que as pessoas racistas é tudo que a branquitude racista precisava para deturpar os nossos conceitos e fazer com que mulheres negras que falam sobre a pração cultural soem como loucas esquizofrênicas que arrancam turbantes de de mulheres brancas na rua porque elas são muito más
porque elas são vilãs de desenhos animados moça de Curitiba eu sinto muito se você se sentiu maltratada se você se sentiu abusada se você sentiu que a sua liberdade foi podada e que as pessoas estavam tentando dizer o que você deveria fazer ou não fazer com a sua vida que bom que você viralizou que bom que a mídia te escutou porque eu por exemplo só essa semana fui duas vezes abordada encostada por homens brancos que pediram para eu arrancar o meu cabelo porque ele era muito feio duas vezes infelizmente eu não saí nenhum meio aí
de comunicação infelizmente a juventude Negra morre cada dia mais infelizmente a polícia mata faz chacina com jovens negros o tempo inteiro isso mal sai no jornal que sorte você terem moça de Curitiba que sorte porque a mídia Ela te ama recapitulando apropriação cultural não é sobre você indivíduo esse caso da moça de Curitiba foi um caso uma cena entre indivíduos pessoas que discutem apropriação cultural não estão formando é guerrilhas Armadas PR arrancar turbant de pessoas pela rua não é sobre isso que a apropriação cultural se trata ação cultural é um conceito para criticar a sociedade
criticar a forma como a história vem se repetindo e atrapalhando essa reconstrução e essa valorização da identidade afro-brasileira se você não entendeu esse vídeo ou se você com certeza vai det trupar tudo que eu falei nos comentários eu sinto muito porque isso também não é sobre você pessoa que fica gritando o dia inteiro aqui no meu canal pode fazer à vontade porque eu não tô nem aí queridos se eu sobrevivi ao primeiro vídeo porque que eu não vou sobreviver é esse né eu peço que você deixe um super like nesse vídeo que você compartilhe muito
e se você não gostou de nada deixa deslike também ajuda muito o canal ajuda o vídeo a ser divulgado o importante é você interagir Fala aí nos comentários isso ajuda demais a propagar esse vídeo fazer com que ele chegue em muitos lugares eu conto com você PR essa mensagem sair daqui chegar ao mundo passa esse vídeo para quem tá falando bosta é muito importante e acompanha também outros canais aqui no YouTube que estão discutindo sobre isso eu vou deixar aqui embaixo os links comenta aqui o que você você acha comenta o que você não acha
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