[Música] Eu me chamo Carlos e trabalho como caminhoneiro há mais de 15 anos viajando por todo o Brasil transportando cargas pesadas sempre gostei da Liberdade da estrada e da Tranquilidade de Dirigir à noite mas aquela viagem estava era uma noite escura e chuvosa enquanto voltava para casa depois de uma longa entrega eu estava cansado com a mente já focada em chegar em casa e descansar a estrada estava vazia apenas eu e o barulho suave da chuva batendo no para-brisa do meu caminhão então em uma curva mais fechada algo chamou minha atenção uma figura Estava à
beira da estrada se destacando no brilho dos faróis a princípio pensei que fosse uma pessoa comum Talvez um caminhoneiro como eu com algum problema reduzi a velocidade para entender melhor a situação quando acendi os faróis altos pude ver com mais clareza a figura Parecia um anjo com asas enormes mas estavam quebradas caindo de forma estranha ao redor de seu corpo sua aparência era sombria e pálida como se tivesse saído de um pesadelo a figura levantou uma das mãos pedindo ajuda me senti dividido como um caminhoneiro experiente sempre pensei em ajudar quem estava em perigo nas
estradas mas algo naquela visão me deixou desconfiado talvez fosse o cansaço ou o medo do desconhecido mas hesitei em parar mesmo assim não podia deixar alguém naquele estado sozinho Na chuva apesar da aparência assustadora não consegui simplesmente ignorar a figura pedindo ajuda a beira da estrada reduzi ainda mais a velocidade mas algo dentro de mim gritava para continuar dirigindo e deixar aquela cena para trás quando me aproximei um pouco mais percebi que a figura não se movia apenas continuava parada com uma expressão que parecia uma mistura de dor e Súplica suas asas estavam visivelmente machucadas
retorcidas de forma antinatural e eu comecei a sentir um arrepio subindo pela minha espinha Foi então que algo estranho aconteceu a figura abriu a boca e soltou um grito que soou mais como um Lamento ecoando pela estrada vazia a intensidade do som me fez pisar no acelerador sem pensar deixando para trás a figura na estrada meu coração estava disparado e minhas mãos suavam enquanto dirigia rápidamente tentando me afastar daquela cena perturbadora mas não conseguia tirar a da figura da minha mente o silêncio era opressivo e a Escuridão parecia mais pesada agora apesar de ter deixado
a figura para trás a sensação de medo permaneceu tentei me acalmar lembrando a mim mesmo que podia ter sido apenas um pesadelo ou uma Alucinação causada pelo cansaço mas uma parte de mim sabia que algo muito estranho estava acontecendo naquela noite após deixar para trás a figura da estrada continuei dirigindo com pressa tentando me afastar o mais rápido possível daquele encontro perturbador minhas mãos tremiam no volante e eu podia sentir o peso da Noite ao meu redor Mas então algo inesperado aconteceu de repente as luzes do meu caminhão começaram a piscar e falhar deixando a
estrada ainda mais escura do que já estava minhas tentativas de ligar os faróis de volta não funcionavam e eu mal conseguia enxergar a minha frente estava dirigindo praticamente as cegas Tentando Manter o caminhão na pista foi quando ao fazer uma curva percebi uma figura no meio da estrada exatamente a mesma figura que tinha visto antes Tentei desviar mas perdi o controle do caminhão que saiu da pista e bateu com força em uma árvore à beira da estrada a colisão foi forte mas eu estava usando o cinto de segurança e por sorte não fiquei gravemente ferido
quando me recuperei do Choque saí do caminhão e olhei ao redor mas não vi sinal algum da figura que havia Aparecido no meio da estrada Tremendo e assustado comecei a caminhar pela estrada na esperança de encontrar ajuda algum tempo depois fui resgatado por um motorista que passava por ali e levado ao hospital para cuidos médicos após ocidente a ouvir histórias de outros motoristas que também haviam visto a figura do Anjo com asas quebradas na estrada e sofreram acidentes parecidos com o meu o que me deixou mais preocupado foi descobrir que nenhum daqueles motoristas que pararam
para ajudar a figura sobreviveu passei a evitar aquela Estrada desde então e o medo daquele encontro ainda me assombra à noite muitos na cidade acreditam que o anjo da estrada é uma maldição uma entidade Vingativa que busca Vingança sobre aqueles que cruzam seu caminho embora eu não possa explicar exatamente o que aconteceu naquela noite sei que fui um dos poucos sortudos a escapar com vida meu nome é luí sou caminhoneiro e passo muito tempo nas estradas do Brasil especialmente nas regiões mais remotas e e desertas sempre ouvi boatos e lendas sobre as três Marias Três
Irmãs Fantasmagóricas que aparecem nas noites escuras pedindo carona aos motoristas desavisados as histórias dizem que elas aparecem de repente sempre em grupos de três com roupas brancas e cabelos compridos alguns Dizem que as irmãs têm um olhar vazio e uma expressão assombrada enquanto outros afirmam que elas pedem ajuda com vozes sussurrantes muitos colegas de estrada me contaram histórias assustadoras sobre isso mas eu sempre achei que eram apenas boatos ou invenções para assustar Afinal já vi muita coisa estranha nas estradas mas nunca presenciei nada parecido com essas três marias Os relatos variam mas todos concordam em
uma coisa quem para para ajudar as três marias nunca mais é visto isso sempre me deixou com um pé atrás e eu aprendi a ser cauteloso ao dirigir nas estradas à noite apesar disso a curiosidade sempre esteve presente o que acontece com aqueles que param para ajudar são apenas lendas ou realmente algo de Sobrenatural envolvendo essas irmãs essas perguntas sempre me acompanharam mas eu nunca tive coragem de tentar descobrir a verdade por conta própria uma noite estava dirigindo meu caminhão pela estrada em uma uma região Deserta do interior do Brasil era uma noite de céu
nublado sem lua ou estrelas visíveis tornando a estrada ainda mais escura e silenciosa estava começando a sentir o cansaço do dia longo de trabalho quando de repente avistei algo estranho à frente três figuras estavam paradas à beira da estrada aparentemente pedindo carona ao me aproximar percebi que eram mulheres com roupas brancas e logo soube Quem eram as três marias meu coração acelerou ao ver aquelas figuras sombrias e suas expressões vazias elas acenaram para mim pedindo carona mas Lembrei das histórias e decidi continuar dirigindo sem parar o caminhão mantive os olhos fixos na estrada e respirei
fundo para me manter calmo no espelho retrovisor pude ver as três irmãs observando enquanto eu me afastava as histórias diziam que elas poderiam desaparecer tão rápido quanto surgiram mas naquele momento não me importava olhar para trás continuei dirigindo tentando afastar as imagens das três marias da minha mente mas o susto foi grande nunca imaginei que realmente poderia encontrar as irmãs Fantasmas na estrada depois de continuar dirigindo pela estrada pensei que tinha deixado as três marias para trás tentei me concentrar na direção e manter a calma mas algo parecia errado o ar estava carregado de uma
sensação de tensão como se estivesse sendo observado de repente para meu horror avistei as três irmãs novamente mais adiante na estrada elas estavam de pé ao lado da pista na direção que eu seguia o choque foi Grande pois não fazia sentido elas estarem ali depois de eu ter dirigido por tanto tempo elas continuavam com suas roupas brancas cabelos soltos e rostos sem expressão as três marias acenavam insistindo para que eu parasse o caminhão a atmosfera ficou ainda mais sinistra quando percebi que o silêncio ao meu redor era absoluto como se o mundo todo tivesse parado
eu sabia que não devia parar Então reduzi a velocidade apenas o suficiente para passar por elas com cautela tentei não olhar diretamente para as irmãs enquanto passava mas era difícil não sentir a presença perturbadora delas assim que as deixei para trás novamente acelerei o caminhão tentando ao máximo me distanciar delas o medo era grande e o clima tenso Fazia cada quilômetro parecer mais longo do que realmente era não sabia se elas iriam reaparecer novamente então permanecia Alerta dirigindo com todo cuidado e tentando me manter acordado para evitar qualquer incidente na estrada as três marias reapareceram
na estrada me encarando com seus olhares vazios mesmo com o medo dominando meus pensamentos decidi parar o caminhão para ver o que era achei que talvez enfrentá-las de frente pudesse acabar com aquilo de uma vez por todas Estacionei o caminhão ao lado da estrada e desliguei o motor o silêncio tomando conta do ambiente as irmãs continuavam paradas com as mãos estendidas como se aguardassem que eu saísse do veículo decidi abrir a porta e descer mesmo com o coração acelerado e a respiração pesada me aproximei lentamente das três figuras mas elas não se moviam quando cheguei
mais perto percebi que seus olhos eram escuros e sem vida como se estivessem olhando diretamente para minha alma de repente as três marias começaram a murmurar algo em uma língua que eu não conseguia entender a atmosfera ficou ainda mais sombria e senti um calafrio intenso percorrer meu corpo à medida que as irmãs murmuravam senti um peso no ar uma presença sinistra que parecia puxar minha energia antes que pudesse reagir As Três Marias desapareceram repentinamente em uma nuvem de névoa fiquei sozinho na estrada confuso e abalado pelo que acabara de acontecer rapidamente voltei ao caminhão e
fechei porta tentando recuperar o cont de mim mesmo a situ tinha se tornado ainda mais assust e eu queria sair ridgi o camão e acelerei deix aqu Pesadelo para sensação de ter sidado porg sobrenat não me abandon acelerei oão as mã trêmulas tentando me distanciar o máximo possível daquele lugar amaldiçoado as luzes dos Faróis pareciam iluminar pouco a estrada à minha frente mas eu não queria desacelerar só queria sair dali os murmúrios das três marias ainda ecoavam na minha mente e aquela sensação de ter sido marcado pelo encontro com elas não me deixava em paz
enquanto dirigia tentei me concentrar no asfalto à minha frente e em seguir em direção à cidade mais próxima depois de alguns minutos me permitiu olhar no retrovisor para minha surpresa e alívio Não havia mais nenhum sinal das Três Marias no entanto o que quer que elas tenham feito ou dito ainda me perseguia finalmente avistei a entrada de uma cidade pequena e senti um alívio imenso ao passar pelo portal de luzes e ver pessoas nas ruas Parei em um posto de gasolina para respirar e me recompor precisei de alguns minutos para me acalmar e entender que
tinha sobrevivido aquela noite terrível conversei com alguns caminhoneiros no posto mas ninguém parcia acreditar na minha história eles Ram de mim e disseram que eu devia estado demais ou que tesse sonhado acordado saí dali com um misto de alívio e inquietação sem conseguir entender completamente o que havia acontecido umais Era certa aquele encontro mudou minha visão sobre as estradas para sempre meu nome é Jairo e estava dirigindo meu caminhão por estradas desertas em uma região remota já era noite quando decidi parar em uma cidade pequena para esticar as pernas e pegar algo para comer a
cidade tinha uma aparência antiga com casas de madeira e ruas vazias enquanto dirigia pela estrada principal Notei uma Encruzilhada à frente algo chamou minha atenção uma cruz de madeira gasta pelo tempo estava fincada bem no meio da Encruzilhada achei curioso pois Cruzes em Encruzilhadas não eram algo comum por ali continuei dirigindo e achei um lugar para estacionar o caminhão enquanto estacionava o caminhão o ambiente ao redor parecia ficar mais pesado a cidade estava tão tranquila que o silêncio era quase ensurdecedor como se todos os sons tivessem parado de uma hora para outra Estacionei em frente
a um pequeno bar onde parecia haver um pouco de movimento entrei no bar para comer algo rápido antes de seguir viagem mas a conversa lá dentro parou assim que entrei todos os olhares se voltaram para mim era como se tivessem visto um fantasma pedi uma coxinha e um café enquanto tentava ignorar o clima estranho enquanto comia perguntei ao dono do bar sobre a cruz que vi na ilhada ele me encarou com um olhar sério quase assustado e disse que era melhor não falar sobre aquilo segundo ele todos na cidade sabiam da Cruz mas ninguém ousava
tocar nela ou falar sobre ela em voz alta o dono do bar me deu um aviso melhor não mexer com o que não entende meu amigo essa Cruz traz desgraça a quem se envolve com ela a conversa foi encerrada por ali e logo voltei ao meu caminhão inquieto com o que havia acabado de ouvir enquanto dirigia para sair da cidade não conseguia tirar a cruz da cabeça aquela Encruzilhada Parecia ter algo Sombrio mas eu não conseguia entender exatamente o qu o aviso do dono do bar ecoava em minha mente me deixando ainda mais curioso sobre
o mistério por trás daquela cruz enquanto saía da cidade o silêncio se mantinha assustadoramente opressor a estrada à frente parecia mais escura do que o normal mal e uma sensação de desconforto tomou conta de mim continuei dirigindo mas a imagem daquela cruz na encruzilhada não saía da minha cabeça então a poucos quilômetros de distância vi algo que me deixou com um frio na espinha outra cruz Idêntica à primeira fincada em uma nova Encruzilhada isso era estranho demais duas Cruzes em Encruzilhadas tão próximas dessa vez decidi parar o caminhão para observar melhor assim que parei comecei
a sentir uma presença estranha ao meu redor saí do caminhão com cautela e me aproximei da Cruz olhei para a cruz de madeira gasta e desgastada pelo tempo mas nada parecia Fora do Comum Além disso no entanto enquanto estava lá percebi algo ainda mais perturbador um vento frio começou a soprar de repente mesmo sem nenhuma nuvem no céu Me virei para voltar ao caminhão quando uma sensação de algo tocando meu ombro me fez parar olhei em volta mas não havia ninguém ali a sensação persistiu e eu sabia que algo estava errado voltei apressadamente ao caminhão
determinado a sair dali o mais rápido possível enquanto dirigia senti como se uma presença invisível estivesse me seguindo acompanhando meu caminho o clima misterioso da noite parecia não querer me deixar em paz a dúvida sobre o que estava acontecendo com aquelas Cruzes nas Encruzilhadas crescia em minha mente e eu começava a sentir medo do que poderia acontecer se continuasse minha Jornada ao continuar minha jornada pela estrada escura eu estava cada vez mais tenso com a sensação de estar sendo perseguido o ar ao meu redor parecia carregar um peso sobrenatural e cada Cruz que via me
deixava ainda mais inquieto de repente comecei a ouvir sons estranhos ao meu redor um sussurro baixo quase indistinguível mas que me arrepiava olhava pelos espelhos do caminhão tentando encontrar alguma explicação para os barulhos mas não via nada a estrada continuava vazia sem sinais de vida ao redor minha preocupação aumentou quando comecei a perceber vultos ao longo da estrada sombras que pareciam surgir e desaparecer rapidamente tentei manter a calma e a concentração na direção mas o clima tenso estava me deixando cada vez mais ansioso Depois de alguns minutos uma figura Apareceu à minha frente bem no
meio da estrada a imagem era assustadora Parecia um homem com um capuz segurando uma cruz de madeira nas mãos Pisei no freio imediatamente parando o caminhão a poucos metros da figura quando Olhei novamente a figura desapareceu como se nunca tivesse estado ali o mistério daquela noite estava me deixando cada vez mais assustado não sabia se estava perdendo a mente ou se algo realmente Sobrenatural estava acontecendo decidi acelerar e continuar minha jornada tentando escapar daquela atmosfera macabra ao chegar na próxima cidade respirei fundo aliviado por finalmente estar fora daquela Estrada sombria Estacionei o caminhão e saí
para esticar as pernas Sabia que aquela noite seria difícil de esquecer e que a lembrança das Cruzes e da figura misteriosa me perseguiria por muito tempo com o caminhão estacionado na próxima cidade respirei fundo para tentar me acalmar a experiência na estrada ainda estava me deixando abalado Mas eu precisava continuar com minha rotina entrei em um bar próximo para tomar um café e conversar com os morad locais talvez pudesse entender o que aconteceu comigo naquela noite ao contar minha história para alguns caminhoneiros locais eles ficaram em silêncio parecendo compartilhar do meu medo um deles comentou
sobre as Cruzes nas Encruzilhadas dizendo que eram sinais de proteção mas que também poderiam atrair espíritos malignos para proteger a área segundo ele remover ou mexer nas Cruzes poderia desencadear uma perseguição Sobrenatural os moradores confirmaram que essas Cruzes eram antigas e que sempre estiveram nas Encruzilhadas ao redor da cidade eles recomendavam não mexer nelas de jeito nenhum para evitar problemas com espíritos vingativos apesar de não ter tocado em nenhuma Cruz senti que poderia ter irritado algo sobrenatural apenas ao me aproximar demais delas decidi evitar as estradas à noite por um tempo e procurei uma hospedagem
na cidade para descansar no dia seguinte segui minha viagem tomando caminhos alternativos para evitar as Encruzilhadas não contei a ninguém da minha família sobre a experiência para não preocupá-lo mas carreguei o medo daquele encontro sobrenatural comigo a estrada me ensinou que há muito mais mistérios do que eu imaginava e que a prudência é uma companheira valiosa para quem vive nas estradas solitárias do Brasil por hora vou respeitar os sinais da estrada e evitar Cruzes misteriosas tentando não me meter em novas situações [Música] [Música] assustadoras eu sou Fernando Um Caminhoneiro com mos anos de estrada nas
costas Já rodei o país de ponta a ponta várias vezes então estou acostumado com a vida na estrada naquela noite estava dirigindo sozinho em uma viagem longa que parecia não ter fim a estrada estava deserta e o silêncio era quase Total o relógio marcava já bem tarde e eu estava determinado a chegar ao meu destino na manhã seguinte para fazer a entrega estava perdido nos meus pensamentos quando vi alguém à beira da estrada Parecia um homem com um casaco escuro acenando para pedir carona no começo fiquei um pouco hesitante pois não é sempre que você
encontra alguém no meio da estrada tão tarde assim Mas resolvi parar para ver o que ele queria abri a porta e ele entrou agradecendo pela carona ele se acomodou no banco do passageiro E estávamos prontos para seguir viagem depois que o passageiro entrou seguimos viagem pela estrada escura ele parecia calmo e para quebrar o gelo começamos a conversar um pouco ele se apresentou como Lucas e começou a contar algumas histórias principalmente sobre viagens noturnas enquanto dirigia percebi que Lucas tinha um jeito meio estranho de falar quase como se estivesse contando histórias de terror ele falava
sobre lugares abandonados avistamentos de coisas estranhas e até mesmo sobre almas perdidas nas estradas a cada história que ele contava a atmosfera dentro da cabine parecia ficar mais tensa era como se os faróis do caminhão fossem iluminando trechos cada vez mais sombrios da estrada as histórias dele me deixaram com uma sensação de inquietude mas continuei ouvindo enquanto dirigia seguimos viagem por um bom tempo com Lucas contando suas histórias ele me perguntou se poderíamos parar em um posto de gasolina para ele comprar algo e eu concordei quando chegamos ao posto estacionamos o caminhão e Lucas saiu
dizendo que logo voltaria fiquei ali no caminhão esperando o posto estava bem vazio com poucas luzes acesas esperei alguns minutos mas Lucas não voltou comecei a me perguntar se ele tinha resolvido ir embora sem me avisar sai do caminhão e fui procurar por ele no posto procurei em volta mas não encontrei ninguém perguntei ao atendente do posto se ele tinha visto alguém parecido com Lucas mas ele disse que ninguém tinha passado por lá achei tudo aquilo muito estranho e decidi retornar ao caminhão para ver se Lucas tinha voltado enquanto eu procurava quando voltei ao caminhão
não havia sinal dele senti um arrepio pensando no que poderia ter acontecido Era como se Lucas tivesse desaparecido no ar eu não sabia o que fazer então deci de seguir viagem com uma sensação de inquietude na mente com o sumiço de Lucas me incomodando continuei minha viagem não tinha muito o que fazer além de seguir em frente mas aquelas histórias que ele me contou ficavam martelando na minha cabeça as histórias eram bizarras quase irreais algumas horas depois já perto do fim da viagem Parei em um pequeno restaurante para descansar e tomar um café enquanto esperava
meu pedido puxei conversa com o atendente e comentei sobre o passageiro que havia desaparecido o atendente ficou curioso e me fez algumas perguntas sobre Lucas quando mencionei as histórias que ele tinha contado o atendente ficou sério e disse que havia lendas locais sobre um caminhoneiro que pega carona para um passageiro misterioso Que Desaparece depois de contar histórias assustadoras fiquei surpreso e me arrepiei a isso será que Lucas era uma dessas lendas vivas ou talvez apenas minha mente pregando peças em mim de qualquer forma saí do restaurante com mais perguntas do que respostas ao chegar ao
meu destino não consegui deixar de Pensar em Lucas e nas histórias que ele me contou ainda não sei o que realmente aconteceu naquela noite mas uma coisa é certa aquela viagem foi a mais estranha que já fiz não sei se vou pegar carona novamente tão cedo meu nome é Carlos sou caminhoneiro há mais de uma década tô acostumado a longas viagens mas mesmo assim nunca sei o que esperar nas estradas à noite naquela noite dirigia pela estrada Deserta em uma viagem longa e cansativa de repente o caminhão começou a falhar tentei acelerar mas o motor
não respondi direito como se estivesse prestes a parar parei o caminhão no acostamento preocupado com o que poderia estar acontecendo olhei para os lados e a estrada estava completamente vazia só o breu e o silêncio da noite eu sabia que precisava resolver o problema antes que o frio se intensificasse ou que algum perigo maior aparecesse o lugar parecia um deserto e não era uma boa ideia ficar parado ali por muito tempo do caminhão com a lanterna na mão para ver o que estava acontecendo levantei o capô e comecei a mexer nos cabos tentando entender o
problema não sou um especialista mas com tanto tempo na estrada já aprendi um ou dois truques para manter o caminhão rodando enquanto estava mexendo ali embaixo senti algo estranho era uma sensação de estar sendo observado mas não havia ninguém por perto eu olhava para os lados tentando enxergar algo noc mas não via Nada Além da Escuridão tentei me concentrar no conserto mas não conseguia parar de sentir aquela presença esquisita meu coração começou a bater mais rápido e a ansiedade começou a aumentar mesmo assim continuei tentando arrumar o motor precisava sair dali o quanto antes enquanto
mexia no motor comecei a ouvir um barulho Sutil como se algo ou alguém Estivesse se movendo na escuridão atrás de mim tentando enxergar alguma coisa com a lanterna mas não via nada o som parou Mas a sensação de estar sendo observado continuava meu corpo ficou tenso e eu comecei a me perguntar se deveria voltar para o caminhão e trancar as portas mas sabia que precisava consertar o motor para sair dali resolvi tentar ignorar a sensação e continuar trabalhando de repente senti uma rajada de vento frio como se alguém tivesse passado mim Me virei de novo
mas mais uma vez não havia ninguém ali meu instinto me dizia que eu precisava sair dali o mais rápido possível mas não podia deixar o caminhão na estrada assim assim que voltei minha atenção para o motor ouvi um estalo alto na escuridão atrás de mim pulei para trás assustado Meu Coração batia forte no peito enquanto eu tentava me recompor peguei a lanterna e apontei para a direção barul mas não vi nada além da estrada vazia a tensão aumentava e comecei a pensar se aquilo não era minha imaginação pregando peças em mim voltei ao caminhão para
buscar meu celular Pensando em ligar para alguém mas percebi que estava sem sinal naquele momento me senti ainda mais isolado e vulnerável decidi que precisava consertar o caminhão o mais rápido possível e sair dali me forcei aign a sensação de estar sendo observado mas não conseguia me livrar daquela sensação de medo crescente enquanto lutava para consertar o caminhão senti novamente aquela presença Estranha como se algo ou alguém estivesse me observando de perto era uma sensação desconfortável como se olhos invisíveis estivessem fixos em mim tentei manter a calma e me concentrar na tarefa de consertar o
motor mas toda vez que olhava não via nada a escuridão da noite e o silêncio tornavam a situação ainda mais assustadora por fim consegui fazer o caminhão pegar no tranco novamente Subi na cabine mas antes de sair dali olhei uma última vez para trás não vi ninguém mas a sensação de estar sendo observado ainda estava ali pairando no ar Decidi não perder mais tempo e acelerei o caminhão para sair daquela Estrada Deserta o mais rápido possível mesmo depois de deix o lugar para trás a lembrança daquela noite sombria continuou me acompanhando sem explicações para o
que aconteceu assim que o caminhão começou a se mover a sensação de estar sendo observado não sumiu era como se algo estivesse me seguindo ainda que eu não conseguisse ver nada continuei dirigindo tentando focar na estrada à minha frente quanto mais me distanciava daquela parte isolada da Estrada mais eu tentava convencer a mim mesmo de que tudo não passava de uma imaginação exagerada causada pelo cansaço da viagem mas a sensação de ser observado permaneceu comigo fazendo minha espinha arrepiar de tempos em tempos depois de rodar por algum tempo finalmente cheguei a Uma cidadezinha com mais
movimento Estacionei em um posto de gasolina para descansar um pouco e tentar me recompor era bom estar cercado por outras pessoas novamente enquanto refletia sobre o que tinha acontecido comecei a me perguntar se aquilo era uma história para contar a outros caminhoneiros ou se era melhor guardar para mim mesmo de qualquer forma naquela noite decidi que evitarei aquele trecho isolado em futuras viagens Meu nome é Marcos sou caminhoneiro há anos e estou acostumado a passar madrugadas na estrada era uma madrugada tranquila dirigindo meu caminhão pelas estradas desertas apenas pensando em chegar ao próximo destino para
descansar um pouco a noite estava silenciosa com poucas luzes na estrada e o brilho suave do painel do caminhão como única companhia eu estava no trecho do interior sem movimento quase não vi nenhum carro desde que comecei a ada algumas horas antes estava acostumado com a solidão dessas viagens noturnas até curtia a paz e tranquilidade que elas proporcionavam aproveitava para colocar minhas músicas favoritas deixar o tempo passar e focar na direção era para ser uma noite comum sem nada demais apenas mais uma longa viagem pela frente eu seguia pela estrada quando notei algo estranho acontecendo
do Canto do olho comecei a ver uma a sombra acompanhando meu caminhão Era um negócio meio esquisito porque não dava para ver de onde ela vinha ou como ela estava ali pensei que era coisa da minha cabeça Talvez o cansaço falando mais alto então tentei ignorar e continuei dirigindo mas a sombra não sumiu parecia estar andando ao meu lado como se estivesse flutuando no ar Me deu um arrepio na espinha pois era uma coisa que eu nunca tinha visto antes em todas as minhas viagens fiquei de olho tentando entender o que estava acontecendo mas não
conseguia explicar ela não parecia ameaçadora mas a presença dela Ali era desconfortável acelerava o caminhão mas a sombra não sumia só continuava ali sempre ao meu lado quanto mais eu tentava acelerar para me livrar da sombra mais ela parecia se manter ao meu lado era como se estivesse brincando comigo me desafiando tentei acender os faróis no máximo para ver se conseguia enxergar melhor mas não adiantou a sombra não tinha um corpo definido era apenas uma silhueta que se movia com o caminhão comecei a me preocupar não queria admitir mas estava com medo de verdade tentei
ligar o rádio para ouvir alguma coisa e me distrair mas só consegui sintonizar estática a estrada estava cada vez mais vazia e a sensação de estar sendo acompanhada só aumentava olhei para todos os espelhos e não vi mais nada além da sombra que continuava ali grudada no meu caminhão não sei quanto tempo passou mas aquela sensação de ter uma companhia indesejada na estrada era de arrepiar eu só queria chegar logo ao meu destino e me livrar dessa sombra fosse lá o que fosse o tempo parecia passar lentamente enquanto eu dirigia com a sombra ao meu
lado tentei não dar muita atenção a ela me concentrando na estrada e tentando manter a calma mas era difícil ignorar aquela presença constante conforme a madrugada avançava o céu começou a clarear aos poucos as primeiras luzes do Amanhecer estavam surgindo no horizonte Foi então que notei algo estranho a sombra que havia me acompanhado durante toda a noite começou a enfraquecer e aos poucos desapareceu eu mal podia acreditar a sombra sumiu completamente assim que o sol começou a nascer não restou nenhum vestígio dela a estrada estava mais clara agora e o silêncio da noite foi substituído
pelos sons da manhã apesar de estar aliviado por a sombra ter sumido ainda fiquei pensando no que tinha acontecido Será que era algo real ou apenas minha imaginação me pregando Peças na madrugada o fato é que nunca tinha vivido algo parecido na estrada continuei dirigindo tentando deixar aquela experiência assustadora para trás mas mesmo com o sol já iluminando a estrada não pude deixar de olhar para os espelhos de vez em quando só para ter certeza de que a sombra não voltaria [Música] eu havia acabado de pegar uma carga em São Paulo com destino final a
Belo Horizonte o funcionário do depósito um sujeito magro com olhar apressado me informou que eram manequins destinados a uma nova loja que seria inaugurada no centro da cidade normalmente isso não teria nada demais já que na minha carreira como caminhoneiro já transportei de tudo um pouco de eletrônicos a móveis antigos e até algumas cargas que preferi não saber o conteúdo verifiquei a lista de entrega e contei cada manequim enquanto eram carregados no caminhão eram um total de 25 peças todas embaladas em caixas de papelão com plástico bolha e amarradas com fita adesiva cada caixa estava
rotulada cuidadosamente indicando partes específicas do corpo ou manequins completos depois que tudo estava mod dei uma última olhada para garantir que a carga estava bem segura experiências anteriores me ensinaram que um contêiner mal fechado pode resultar em mercadorias danificadas e isso era algo que eu queria evitar a todo custo Além do mais com a chuva que estava prevista para cair durante a noite era essencial garantir que nada se molhasse assim que terminei de fechar o contêiner eu subi na cabine do caminhão e liguei o motor sentindo o familiar ronco do diesel dando vida ao veículo
iniciei a viagem já no fim da tarde observando as luzes da cidade que lentamente se acendiam enquanto o Crepúsculo dava lugar à noite Estava ansioso para entregar esses manequins e encerrar o serviço havia algo sobre manequins que sempre me deixou um pouco desconfortável talvez fosse o jeito como pareciam observar tudo com seus olhos vazados ou como a luz às vezes jogava sombras estranhas em seus rostos inexpressivos de qualquer forma eu estava pronto para me livrar dessa carga o mais rápido possível com o endereço do destino programado no GPS e uma longa noite de estrada pela
frente ajustei o rádio para uma estação de música sertaneja me acomodei no assento e segui rumo à Estrada que cortava a paisagem noturna rumo a Minas Gerais a viagem pela Rodovia Fernão Dias estava tranquila com pouco tráfego e uma noite estrelada acima a estrada iluminada apenas pelos faróis do caminhão se estendia como um rio de asfalto escuro à minha frente tinha planejado fazer apenas uma parada para um café e esticar as pernas mas a vida como sempre tinha outros planos eram quase meia-noite quando os primeiros primos Pingos de chuva começaram a cair marcando o início
de uma tempestade que prometia ser forte eu aumentei a velocidade do limpador de para-brisas e diminuí a do caminhão mantendo uma distância segura dos poucos veículos que compartilhavam a estrada comigo a música sertaneja que tocava no rádio agora estava misturada com os boletins de tráfego e alertas meteorológicos Foi então que ouvi pela primeira vez som baixo quase abafado como se algo estivesse batendo de leve contra o interior do contêiner no início pensei que fosse o efeito da chuva forte no metal ou talvez algum equipamento que não tivesse sido acomodado corretamente mas à medida que a
chuva diminuía o som persistia mais distinto agora como pancadas deliberadas deve ser algum equipamento solto murmurei para mim mesmo tentando ignorar a crescente de inquietação decidi que pararia no próximo posto para verificar a carga não queria correr o risco de danificar os manequins ou a carga se soltar completamente quando finalmente parei o relógio marcava quase uma da manhã o posto de gasolina estava praticamente vazio iluminado por luzes fluorescentes que davam um tom fantasmagórico ao lugar desliguei o motor e peguei minha lanterna o som das minhas botas no falto molhado ecoando no silêncio da noite abri
o contêiner com uma sensação de hesitação a luz da lanterna cortou a escuridão revelando as caixas de manequins aparentemente como eu as havia deixado por um momento pensei terme preocupado à toa foi então que ouvi novamente mais claro desta vez o som de algo batendo vindo do fundo do contêiner meu coração acelerou enquanto caminhava entre as caixas a luz da lanterna levemente em minha mão ao chegar ao final do contêiner parei abruptamente não eram as caixas que estavam fazendo barulho era algo ou alguém batendo de dentro de uma delas meu primeiro instinto foi recuar o
Coração batia forte no peito enquanto a mente tentava processar o que estava acontecendo algo dentro de uma das Caixas estava se movendo batendo nas paredes de Papelão com força suficiente para ser ouvido invés do contêiner engoli em seco a mão firme na lanterna tentando iluminar cada canto escuro à minha frente aproximei-me cautelosamente da caixa de onde vinham os sons estava um pouco afastada das outras escondida atrás de algumas maiores a etiqueta estava virada para baixo tornando impossível ver o que deveria conter com uma respiração trêmula puxei a caixa para um espaço mais iluminado e usando
um canivete cortei as fitas que assavam o barulho parou assim que coloquei a mão na tampa um silêncio pesado caiu sobre o contêiner tão denso que podia sentir o peso dele lentamente levantei a tampa e olhei para dentro esperando encontrar algo Talvez um animal preso que tivesse entrado por engano mas não havia nada disso em vez disso vi um dos manequins mas não como os outros que estava transportando este parecia diferente seus olhos de estavam abertos muito abertos e havia uma expressão no rosto que parecia de medo quase humano parecia que estava tentando escapar da
posição em que foi colocado recuei um passo a respiração presa na garganta não fazia sentido manequins não mudam de expressão não t emoções mas a luz da minha lanterna revelava claramente o terror em seu rosto não querendo ficar mais nenhum segundo naquele lugar fechei a tampa rapidamente e empurrei a caixa de volta para seu lugar meu corpo inteiro tremia enquanto fechava o contêiner e trancava o cadeado com mais força do que o necessário voltei para a cabine do caminhão tentando afastar os pensamentos do que tinha visto liguei o motor e saí do posto de gasolina
o mais rápido possível eu precisava colocar alguma distância entre mim e aquela carga pelo menos até poder entregar tudo em Belo o horizonte e esquecer o que tinha acontecido mas enquanto dirigia pela estrada escura e vazia o som das batidas começou novamente desta vez mais alto mais desesperado era como se aquilo que eu tinha visto quisesse me dizer algo ou como se estivesse tentando escapar as batidas continuavam cada vez mais fortes ressoando pelo espaço confinado do contêiner e invadindo a cabine do caminhão onde eu tentava focar na est à frente a cada pancada um arrepio
percorria minha espinha um lembrete constante da carga inquietante que eu transportava apesar do medo que me dominava decidi que não abriria mais o contêiner o que quer que estivesse acontecendo Eu não queria ver novamente aqueles olhos cheios de terror A madrugada avançava e com ela a minha ansiedade crescia a estrada parecia não ter fim cada quilômetro se estendendo mais do que o último o cansaço batia forte mas o medo de parar e enfrentar novamente o contêiner me mantinha acordado a cada posto de gasolina que passava pensava em parar pedir ajuda mas o que eu diria
que minha carga estava viva que manequins estavam tentando se comunicar ninguém acreditaria seria motivo de chacota ou pior poderiam pensar que eu estava delirando de cansaço então continuei and o volante com força suficiente para fazer as mãos doerem os olhos fixos na estrada que se desenrolava sob a luz dos Faróis a música do rádio há muito tinha sido desligada substituída pelo som incessante das batidas finalmente as primeiras luzes do Amanhecer começaram a atingir o céu de um Azul pálido Belo Horizonte estava próxima e com ela a promessa de me livrar daquela carga maldita Quando entrei
na cidade o tráfego começou a aumentar um lembrete reconfortante de normalidade que ajudou a acalmar um pouco meu espírito atormentado Cheguei ao depósito ainda no início da manhã o funcionário que veio receber a carga olhou surpreso para o meu estado visivelmente abatido sem esperar ajuda abri rapidamente o contêiner e sem olhar para trás comecei a descarregar as caixas o funcionário tentou fazer algumas perguntas provavelmente preocupado com a minha pressa e aparência desgastada mas eu ignorei focado apenas em me livrar dos manequins o mais rápido possível quando a última caixa Foi retirada senti um peso imenso
sendo levantado dos meus ombros informei ao funcionário que todos os itens estavam entregues assinei os papéis necessários e voltei para o caminhão sem dizer uma palavra ao dar a partida dei uma Tima olhada para o depósito não houve despedidas nem olhares para trás eu só queria colocar tanta distância quanto possível entre eu e aqueles manequins dirigi de volta para casa em um estado quase automático os eventos da noite anterior girando em minha mente decidi que após aquela viagem precisava de um tempo longe das estradas talvez até buscar um novo tipo de trabalho algo longe de
cargas misteriosas e batidas inexplicáveis na noite era uma daquelas noites de chuva pesada que fazem qualquer um pensar duas vezes antes de sair de casa eu estava na BR 116 voltando de um frete no sul com a cabine do caminhão só para mim e o barulho dos pneus na pista molhada como companhia a estrada estava quase Deserta o que não é nenhuma surpresa para uma noite assim passava de meia-noite quando vi um vulto acenando na beira da estrada diminuí a velocidade ainda meio na dúvida era um homem completamente encharcado sem capa de chuva só ali
no Meio do Nada contra melhor julgamento parei e abri a porta para ele precisa de uma carona perguntei e o homem aliviado só acenou com a cabeça enquanto entrava assim que ele se acomodou no banco ao lado do meu fechei a porta e voltei minha atenção para a estrada o homem tremia de frio os dentes batendo num ritmo constante Você parece congelado cara quer que eu aumente o aquecedor ofereci já estendendo a mão para o controle sem esperar resposta ele apenas assentiu envolvendo-se mais no próprio casaco que estava tão molhado que pouco ajudava a aquecê-lo
de onde você veio numa noite dessas perguntei o gelo e preencher o silêncio que começava a se tornar desconfortável o homem olhou para mim com um olhar vago como se precisasse de um momento para formular uma resposta Ah estava visitando um amigo e perdi a noção do tempo a chuva começou e não tinha mais ônibus passando Obrigado por parar muita gente não teria feito isso seu agradecimento soou sincero mas sua voz carregava um peso como seada palavra fosse um esforço Decidi não pressionar com mais perguntas a chuva aumentava batendo forte contra o parabrisa e o
foco precisava estar na estrada porém enquanto os limpadores trabalhavam sem parar uma parte de mim ficava curiosa sobre as histórias que aquele estranho caroneiro poderia contar conforme a estrada desaparecia sob o manto da chuva forte o silêncio entre nós se tornou mais presente meu pai passageiro que se apresentou apenas como Carlos parecia se perder em pensamentos olhando pela janela como se cada gota de chuva trouxesse uma memória distante eu mantinha meus olhos na estrada mas minha curiosidade sobre ele crescia após alguns quilômetros de um silêncio quase ensurdecedor Carlos começou a falar não perguntei nada ele
simplesmente começou a contar ele falou sobre as estradas que conhecia sobre as viagens que fizera mas não eram histórias comuns de viagens eram relatos que beiravam o macabro ele mencionou motoristas que haviam encontrado caroneiros nas noites chuvosas como Aquela e como esses encontros às vezes terminavam de maneiras que não se esperaria Carlos contou sobre um motorista que havia dado carona para uma mulher na mesma Estrada onde estávamos e que essa mulher havia desaparecido do carro sem deixar rastros deando para trás apenas um lenço úmido outra história foi sobre um jovem que pegou um caroneiro que
supostamente conhecia atalhos Por uma estrada secundária o motorista nunca foi visto novamente as histórias de Carlos traziam um clima pesado para dentro do caminhão cada relato era entregue com detalhes vívidos que faziam você sentir como se estivesse lá observando os eventos desdobrem conforme ele falava chuva parecia responder aumentando e diminuindo como se pontu asse as narrativas enquanto ouvia Não pude deixar de sentir um arrepio ocasional as histórias eram intrigantes mas havia algo nelas que perturbava profundamente talvez a maneira como Carlos As contava com uma voz calma quase distante ou talvez o olhar vazio que acompanhava
suas palavras não eram apenas contos passados para matar tempo pareciam mais como advertências ou talvez confissões mesmo assim não interrompi nem questionei a veracidade do que ele dizia parte de mim não queria saber mais enquanto outra parte estava presa na Teia de suas palavras conforme ele falava a estrada à nossa frente parecia cada vez mais desolada e a tempestade não mostrava sinais de trégua as histórias de Carlos preenchiam o espaço criando uma atmosfera que eu não estava certo de querer escapar mesmo que pudesse a noite avançava e cada história que Carlos contava parecia trazer mais
escuridão para dentro do caminhão a chuva ainda batia forte contra o para-brisa e o som monótono dos limpadores se tornou um acompanhamento sinistro para suas narrativas enquanto ele falava a estrada parecia cada vez mais isolada como se estivéssemos nos desviando da realidade para algum lugar suspenso no tempo e na lógica quando Carlos começou a contar a história de um caminhoneiro que desapareceu depois de pegar um estranho passageiro sentiu um frio na espinha ele descreveu como o Caminhoneiro havia sido encontrado dias depois o caminhão abandonado na beira da estrada o motor ainda ligado mas nenhuma outra
pista sobre seu paradeiro ou do misterioso o passageiro foi nesse momento enquanto meus olhos ainda estavam fixos na estrada que senti o ambiente ao meu lado mudar virei-me para fazer uma pergunta a Carlos Talvez para tentar aliviar a tensão que suas histórias haviam criado ou para ver se ele mostrava algum sinal de que apenas brincava comigo mas quando meu olhar se desviou para o banco do passageiro Ele estava vazio Carlos tinha desaparecido no lugar onde ele estivera sentado restavam apenas suas roupas molhadas dispostas de maneira que quase pareciam ter forma humana como se o corpo
que as ocupara tivesse evaporado deixando para trás apenas um molde vazio por um momento fiquei paralisado o coração batendo tão forte que seu Eco parecia preencher o caminhão engoli em seco tentando racionalizar o que tinha acontecido pensei em parar em examinar as roupas procurar por alguma pista que me desse uma explicação lógica mas algo dentro de mim uma voz quase sussurrada pela intuição me disse para continuar dirigindo para não olhar para trás para deixar as roupas e a memória de Carlos para trás Dirigi o resto da noite em um estado quase automático os pensamentos girando
entre o que era real e o que poderia ser fruto do cansaço e da estranha companhia quando finalmente Cheguei ao meu destino O sol estava começando a raiar lançando luz sobre a paisagem que depois daquela noite nunca mais pareceria a mesma para mim deixei as roupas molhadas de Carlos em um banco de uma parada de descanso na estrada junto com um bilhete que dizia Cuidado Com quem você dá carona talvez fosse um aviso para outros motoristas ou talvez fosse apenas uma maneira de me despedir daquele estranho passageiro e de suas histórias terríveis que mesmo agora
ainda ecoam em minha mente toda vez que pego a estrada eu estava dirigindo pela estrada BR 22 no meio do Mato Grosso do Sul numa noite escura e sem lua a única luz vinha dos Faróis do meu caminhão que cortava a escuridão enquanto eu seguia para minha próxima entrega de repente me deparei com uma barreira no meio da estrada que Definitivamente não estava lá na última vez que passei há uma semana atrás a barreira era robusta feita de troncos de árvores e grandes pedras bloqueando completamente a passagem não tinha como continuar sem descer e resolver
aquilo desci do caminhão peguei minha lanterna e comecei a inspecionar a situação o local era isolado sem de celular e o mais próximo de civilização era uma pequena cidade a alguns quilômetros dali enquanto avaliava a barreira ouvia um som vindo da Mata ao lado da estrada parecia o estalar de Galhos como se algo ou alguém Estivesse se movendo por lá direcionei a luz da minha lanterna na direção dos ruídos mas a densa vegetação não me deixava ver nada claramente o som parou subitamente deixando apenas o silêncio da noite e o ocasional assobio do vento resolvi
então que o melhor a fazer era começar a remover os troncos e pedras com algum esforço consegui mover os primeiros pedaços grato pelo treinamento que tinha com minha rotina de carregamento e descarregamento de cargas a cada tronco que arrastava para o lado olhava ao redor sentindo uma estranha sensação de estar sendo observado Depois de alguns minutos de de trabalho pesado um nevoeiro começou a se formar baixando rapidamente e reduzindo minha visibilidade a quase nada o ambiente começou a ficar ainda mais sinistro E eu acelerei o passo tentando limpar o caminho o mais rápido possível Justo
quando estava removendo um grande tronco ouvi novamente o som de algo se movendo na mata desta vez mais próximo apontei a lanterna novamente para a direção do barulho e por um instante pensei ter visto algo se mexendo entre as árvores meu coração acelerou e uma sensação de urgência tomou conta de mim decidi que precisava terminar logo e sair dali limpei o suficiente para passar com o caminhão e corri de volta para a cabine trancando a porta assim que entrei olhei pelo retrovisor e vi que o nevoeiro agora cobria completamente a área onde a barreira estava
Como se quisesse esconder algo dei a partida e me afastei o mais rápido que pude a sensação de olhos observando cada movimento meu só desaparecendo quando finalmente reencontrei a estrada iluminada pelos postes da cidade à frente segui pela estrada tentando relaxar e focar na viagem não demorou muito para que o cansaço da tensão acumulada começasse a pesar e a necessidade de um Lugar Para Descansar se tornasse mais urgente decidi que pararia no próximo posto de gasolina para tomar um café e esticar as pernas mas antes que pudesse chegar a qualquer posto uma luz fraca chamou
minha atenção à margem da estrada era uma trilha Estreita que levava para dentro da Mata com uma placa de madeira gasta pelo tempo onde se Lia Vila Esperança a curiosidade e o desejo de entender mais sobre a região talvez até perguntar sobre a barreira me fizeram O desvio com um suspiro resignado virei na trilha guiando o caminhão por um caminho que rapidamente se mostrou mais estreito e menos cuidado do que parecia à primeira vista após alguns minutos de uma condução cautelosa as árvores começaram a se abrir para um pequeno Vilarejo que parecia ter saído de
outra época casas de madeira com telhados de palha e uma pequena praça com um chafaris desativado formavam o coração do Vilarejo não havia sinais de carros modernos ou qualquer tecnologia recente tudo parecia incrivelmente preservado como um pedaço de história esquecido pelo tempo assim que parei o caminhão um grupo de moradores se aproximou eram pessoas de várias idades vestindo roupas simples mas limpas e bem cuidadas um homem mais velho com cabelos grisalhos e um Largo sorriso se apresentou como seu João o líder do Vilarejo com uma cordialidade que há muito não encontrava ele me convidou para
jantar com eles insistindo que era perigoso seguir viagem pela noite movido por uma mistura de gratidão pela hospitalidade e interesse pela peculiaridade do lugar aceitei o convite Jantamos uma comida caseira simples mas deliciosa e conversamos sobre a vida no vilarejo eles falavam pouco sobre o mundo exterior focando mais nas alegrias e desafios de sua vida isolada conforme a noite avançava seu João começou a falar sobre como o vilarejo era um bom lugar para se viver mencionando como alguns visitantes decidiram ficar por lá encontrando paz e propósito ele olhava para mim com uma intensidade que começava
a me deixar desconfortável suas palavras insinuando um convite para que eu considerasse fazer o mesmo a situação começou a me deixar apreensivo a hospitalidade Inicial parecia agora um velado esforço para me convencer a permanecer no vilarejo quando mencionei que precisava continuar minha viagem logo cedo Notei uma troca de olhares entre os moradores a atmosfera amigável começou a ficar tensa e uma sensação de estar preso em algo que não compreendia totalmente começou a crescer dentro de mim à medida que a conversa se desenrolava a insistência de seu João e dos outros moradores para que eu considerasse
ficar no vilarejo tornava-se cada vez mais intensa eles falavam das dificuldades da vida moderna do Caos das cidades grandes e como ali na Vila Esperança eu poderia encontrar um refúgio daquilo tudo aparentemente vários visitantes tinham se tornado residentes permanentes após cobrirem a paz que o lugar oferecia apesar da gentileza deles um alarme interno começava a suar em minha mente algo não parecia certo a maneira como alguns olhavam para mim quase como se estivessem avaliando e a forma insistente de persuadir começaram a me deixar desconfortável tentei mudar de assunto perguntando sobre a barreira na estrada e
se eles sabiam algo sobre isso a reação foi imediata e um tanto evasiva seu João apenas Balançou a cabeça dizendo que às vezes árvores caíam na estrada devido ao tempo mas nada mais Notei uma rápida troca de olhares entre os moradores como se compartilhassem um segredo que não queriam revelar esse momento fez minha desconfiança crescer ainda mais conforme a noite avançava fui ficando cada vez mais ansioso para deixar o lugar a hospitalidade havia se transformado em uma Sutil mas firme pressão para me integrar à comunidade deles quando mencionei que precisava ir dormir pois pretendia partir
cedo na manhã seguinte seu João ofereceu que eu ficasse em uma das casas vazias do Vilarejo apenas para sentir como é viver aqui segundo ele agradeci mas declinei insistindo que preferia dormir no camão seu João apontado mas não insistiu mais acompanhou-me até onde o caminhão estava estacionado desejando-se uma boa noite com um sorriso que embora amigável carregava um peso que eu não conseguia decifrar de volta ao caminhão travei as portas e deitei mas o sono não vinha a mente girava tentando conectar os pontos porque eles eram tão insistentes para que eu ficasse qual era o
segredo por trás daquela barreira e do isolamento do Vilarejo a sensação de estar sendo observado continuava e eu passava cada momento olhando pelas janelas do caminhão esperando ver algo ou alguém lá fora decidi que ao nascer do sol partiria imediatamente independentemente da insistência deles para que ficasse a Vila Esperança embora pacífica à primeira vista escondia algo que eu não estava disposto a descobrir a madrugada lentamente se transformou em Alvorada e eu sentindo uma mistura de apreensão e decisão comecei a me preparar para deixar a Vila Esperança a despeito da gentileza e das estranhas ofertas dos
moradores algo dentro de mim gritava que eu precisava manter minha liberdade minha vida na estrada liguei o caminhão enquanto ainda estava escuro tentando fazer o mínimo de barulho possível para não atrair a atenção dos moradores olhei pelo retrovisor e notei que algumas figuras começavam a aparecer entre as casas movendo-se lentamente em minha direção não queria confrontos nem discussões eu só queria sair dali quando me aproximei da saída do Vilarejo vi que a barreira de troncos ainda estava lá bloqueando o caminho sem hesitar desci do caminhão e comecei a remover os troncos rapidamente o ar fresco
da manhã me deu a energia que eu precisava e a urgência da situação me dava força seu João apareceu enquanto eu trabalhava você não precisa ir ele disse sua voz calma contrastando com a firmeza de suas palavras aqui você poderia encontrar paz uma vida sem O Caos das cidades grandes eu parei encarando diretamente eu agradeço sua hospitalidade e por me oferecer um lugar aqui respondi mantendo meu tom respeitoso mais firme está lá fora nas estradas eu não posso ficar percebendo minha determinação seu João deu um passo para trás acenando lentamente com a cabeça então vá
com segurança amigo a estrada está chamando e é a sua escolha segui-la uma vez que a passagem estava livre voltei rapidamente para o caminhão dei a partida e não olhei para trás enquanto dirigia para fora do Vilarejo sentia uma mistura de al e uma estranha tristeza a estrada à frente estava aberta e a luz do Amanhecer começava a banhar a paisagem Eu sabia que talvez nunca mais encontrasse um lugar como a Vila Esperança e parte de mim questionava se minha decisão havia sido a correta mas conforme a Vila desaparecia no meu retrovisor senti uma sensação
familiar de liberdade que apenas a estrada poderia oferecer aquele era meu lar meu destino sempre mudando sempre à frente e Enquanto o Sol nascia marcando o começo de um novo dia eu seguia em frente pronto para o que quer que a estrada trouxesse a Vila Esperança agora era apenas uma memória um breve desvio na longa jornada da minha vida [Música] Olá a todos do canal me chamo Carlos e sou caminhoneiro durante 20 anos de estrada nesse brasilzão já passei por muitas coisas mas tem uma história que não sai da minha cabeça aconteceu há uns 5
anos numa viagem pela Serra do Mar no Paraná era uma noite chuvosa de outubro e eu estava indo de São Paulo para Curitiba tinha acabado de pegar uma carga pesada e sabia que a viagem seria longa e complicada a Serra do Mar já é Traiçoeira em condições normais mas naquela noite a coisa estava pior a chuva caía forte e a neblina densa deixava a visibilidade péssima liguei os faróis de neblina e reduzi a velocidade Tentando Manter o caminhão estável nas curvas fechadas o limpador de para-brisa trabalhava no máximo mas parecia inútil contra a quantidade de
água que caía as árvores altas e fechadas ao redor da estrada aumentavam a sensação de isolamento estava cansado mas tinha que seguir viagem lembrei de uma história que ouvi de outros caminhoneiros sobre aquela Estrada de como ela podia ser perigosa especialmente em noites chuvosas alguns até falavam de acidentes estranhos que aconteciam por ali mas como sempre achei que eram só lendas urbanas enquanto dirigi ouvia o barulho constante da chuva batendo no para-brisa o ronco do motor e o som dos pneus enfrentando a pista molhada de vez em quando passava por pequenos vilarejos ou postos de
gasolina mas a maior parte do tempo era só eu a estrada e a escuridão já passava da meia-noite quando comecei a descer um trecho mais íngreme da Serra o caminhão estava pesado e cada curva exigia muita atenha entrar para não derrapar ou perder o controle a tensão no volante era constante e minha mente estava focada na estrada à frente foi então que na curva mais fechada e Traiçoeira do trecho avistei uma figura no acostamento uma mulher vestida de branco completamente encharcada pela chuva ela estava parada ali imóvel e parecia me olhar fixamente enquanto eu me
aproximava a primeira reação foi de susto meu coração disparou quase perdi o controle do caminhão desviei o olhar por um segundo Para retomar o controle e quando olhei de novo ela ainda estava lá como uma estátua parei o caminhão um pouco à frente com a intenção de ajudá-la algo me dizia que ela precisava de ajuda saí do caminhão mas quando cheguei ao local onde a vi não havia ninguém a estrada estava deserta e o único som era o da chuva e do vento fiquei ali parado por por alguns segundos tentando entender o que tinha acabado
de acontecer resolvi voltar para o caminhão e seguir viagem mas a imagem daquela mulher não saía da minha cabeça voltei para a cabine liguei o motor e continuei a dirigir a sensação de que algo estava errado não me deixava em paz e eu não sabia que aquela seria apenas a primeira de muitas experiências estranhas naquela noite depois de voltar para o caminhão tentei deixar o incidente para trás e me concentrar na estrada Mas a sensação de estar sendo observado continuava forte o clima dentro da cabine estava estranho pesado liguei o rádio para tentar distrair a
mente mas a música não ajudava muito a estrada parecia cada vez mais Deserta quanto mais eu dirigia mais eu tinha a impressão de que algo ou alguém estava comigo de repente comecei a ouvir um som bxo quase imperceptível vindo do banco de trás era um sussurro uma espécie de murmúrio olhei pelo retrovisor mas não vi nada de anormal a sensação de presença ficou mais intensa olhei para o banco do passageiro e tive um choque por um breve momento vi a silhueta da mulher de branco sentada ali molhada e com os olhos fixos em mim pisquei
e ela desapareceu meu coração disparou e a adrenalina tomou conta estava ficando difícil manter a calma e a concentração na direção tentei me convencer de que era só a minha imaginação a estrada a chuva o cansaço tudo isso poderia estar pregando Peças na minha mente mas os sussurros continuaram ficando cada vez mais claros pareciam dizer meu nome Carlos repetidas vezes de forma Quase melodiosa mas assombrosa a cada curva a cada quilômetro aumentava eu olhava constantemente para os retrovisores esperando ver algo mas a estrada estava vazia decidi acelerar um pouco na esperança de chegar logo a
um posto de gasolina ou qualquer lugar com gente foi quando em uma curva mais acentuada senti um toque gelado no meu ombro um calafrio percorreu minha espinha e meu corpo inteiro ficou tenso olhei rapidamente para o banco do passageiro e lá estava ela nova a mulher de branco com os olhos vazios e uma expressão de desespero gritei e virei o volante bruscamente quase saindo da Estrada o caminhão derrapou mas consegui retomar o controle a mulher tinha sumido outra vez mas agora eu estava certo de que não era apenas minha imaginação parei o caminhão no acostamento
tentando recuperar o fôlego e entender o que estava acontecendo as mãos e a mente estava uma confusão a chuva continuava a cair forte e a neblina parecia ainda mais densa Pensei em ligar para alguém pedir ajuda mas que desculpa eu daria Oi estou vendo Fantasmas na estrada ninguém acreditaria em mim respirei fundo e decidi continuar mesmo com todo o medo e a atenção engatei a marcha e voltei à Estrada mais atento do que nunca o caminho até Curitiba ainda era longo e eu só ia chegar logo e sair daquela maldita Serra Mas a sensação de
que algo estava me seguindo me observando não me deixava em paz a cada quilômetro o sussurro voltava mais forte mais claro Carlos Carlos Eu sabia que aquela viagem seria uma das mais longas e aterrorizantes da minha vida e mal podia esperar para deixar aquilo tudo para trás finalmente depois do que pareceram horas de tensão interminável avistei as luzes de um restaurante à beira da estrada era um daqueles lugares que funcionam 24 horas muito frequentado por caminhoneiros senti um alívio imenso ao ver movimento e pessoas Estacionei o caminhão e praticamente saltei da cabine ainda com o
coração acelerado entrei no restaurante e o cheiro de café fresco e comida quente Me acalmou um pouco o lugar estava relativamente cheio com vários caminhoneiros conversando em suas mesas encontrei um canto vazio me sentei e pedi um café enquanto esperava fiquei olhando ao redor tentando afastar a sensação de que ainda estava sendo observado Foi aí que notei um grupo de caminhoneiros olhando na minha direção um deles um homem robusto com uma barba grisalha se aproximou tá tudo bem amigo você parece ter visto um fantasma ele disse meio brincando meio sério respirei fundo e apesar do
receio resolvi contar o que tinha acontecido falei sobre a mulher de branco na curva os sussurros no caminhão e a sensação constante de estar sendo observado quando terminei esperava risadas ou olhares de descrença mas para minha surpresa os rostos ao meu redor estavam sérios você não é o primeiro a ver essa mulher disse o homem barbudo já ouvimos essa história antes mos que passam por essa estrada à noite acabam vendo ela outro caminhoneiro um sujeito mais jovem com um boné surrado disse dizem que ela é o espírito de uma mulher que morreu num acidente naquela
curva há muitos anos os locais chamam ela de a mulher da curva o problema continuou o primeiro caminhoneiro é que muitos que veem ela acabam sofrendo algum acidente depois como se ela estivesse avisando ou pior atraindo desgraça senti um frio na espinha ao ouvir aquilo e o que eu faço perguntei tentando manter a calma reza meu amigo disse o homem mais velho Reza e fica de olho evita dirigir por essa estrada à noite se puder e se acontecer de novo não entra em pânico continua firme e não perde o controle fiquei mais um tempo no
restaurante conversando com os caminhoneiros e tentando absorver tudo o que tinham me contado mesmo com medo ainda presente a companhia deles me deu um pouco de coragem pedi um lanche Tomei mais um café e depois de um tempo me senti um pouco melhor mas sabia que precisava voltar para a estrada meu destino era Curitiba e não podia ficar ali para sempre com as palavras de conselho na cabeça e uma oração silenciosa voltei para o caminhão a noite ainda estava escura e chuvosa mas eu me sentia um pouco mais preparado para enfrentar o que viess a
seguir engatei a marcha liguei o rádio e continuei minha jornada atento a cada curva a cada sombra e com a esperança de que aquela viagem terminasse sem mais Encontros com a misteriosa mulher da curva voltei para a estrada ainda abalado mas decidido a chegar ao meu destino ouvia as palavras dos caminhoneiros ecoando na minha mente Reza e fica de olho liguei o rádio mas mantive o volume baixo só para ter algo que me fizesse companhia e quebrasse o silêncio assustador da noite a cada curva a cada sombra eu sentia meu coração bater mais rápido a
chuva continuava e a estrada parecia mais Traiçoeira do que nunca comecei a murmurar uma oração pedindo proteção e força para enfrentar qualquer coisa que aparecesse no meu caminho para minha surpresa e alívio a viagem seguiu sem mais incidentes a sensação de estar sendo observado se dissipou aos poucos e os sussurros não voltaram a presença que senti no caminhão Parecia ter desaparecido deixando apenas o som constante da chuva e o ronco do motor depois de algumas horas finalmente avistei as luzes de Curitiba no horizonte um misto de alívio e cansaço tomou conta de mim quando cheguei
ao meu destino e Estacionei o caminhão senti um peso enorme sair dos meus ombros estava seguro e longe daquela Estrada Maldita desde aquele dia sempre que tenho que passar pela Serra do Mar evito dirigir a noite a experiência me deixou marcado mas também mais cauteloso continuo rezando pedindo proteção em cada viagem E agradecendo por ter superado aquela noite sem maiores problemas hoje 5 anos depois desse ocorrido ainda estou nas est dirigindo o meu caminhão e graças a Deus nunca sofri nenhum acidente como aqueles caminhoneiros disseram que quem viu a mulher da curva sofria a história
da mulher de branco na curva continua sendo um mistério para mim mas uma coisa é certa nunca mais vou esquecer aquela noite e o terror que senti cada vez que passo por uma estrada solitária ou uma curva escura lembro de rezar e até agora tem funcionado continuo seguindo minha vida levando carga para lá e para sempre atento sempre agradecido por mais um dia seguro estada me Marcelo e sou caminhoneiro um temp Fi daques não metus e vivem a vida na boa Conheço cada Estrada do Brasil como a palma da minha mão tenho uma esposa maravilhosa
a Ana e dois filhos o Pedro e a Mariana que são meu orgulho sempre faço questão de estar presente na vida deles mesmo com a rotina puada de caminhoneiro Mas tem uma história que mudou minha vida para sempre aconteceu numa noite sem lua enquanto eu dirigia pela estrada Deserta do Mato Grosso era uma noite bem escura apenas o brilho das estrelas e os faróis do caminhão iluminavam o caminho eu já estava acostumado com a solidão da estrada mas naquela noite senti um arrepio estranho foi quando vi bem ali na beira da estrada uma criança sozinha
parecia perdida e eu não podia deixar de ajudar desci do caminhão o coração batendo forte sempre pensei em como eu reagiria se visse uma situação dessas meu filho Pedro de 7 anos sempre me abraça forte quando volto de viagem e não pude deixar de pensar nele ao ver aquela criança ali tão vulnerável a menina tinha cabelos escuros e um olhar vazio que me deu um calafrio chamei por ela mas não obtive resposta a sensação de que algo estava muito errado só aumentava quando me virei para pegar uma lanterna a menina tinha sumido procurei ao redor
mas não havia sinal dela nada além do silêncio da noite e o som dos Grilos voltei para o caminhão confuso e um pouco assust decidi seguir viagem pensando que talvez estivesse cansado demais e vendo coisas mas então algo começou a acontecer sempre que ligava o rádio ouvia risadas de criança como se estivessem vindo do nada troquei de estação desliguei o rádio mas as risadas continuavam cada vez mais altas e mais próximas eu não sabia o que fazer Parei em vários postos pedi ajuda mas ninguém acreditava em mim diz diam que era estresse cansaço que eu
precisava descansar mas eu sabia que não era nada disso algo tinha acontecido naquela Estrada algo que eu não conseguia explicar os dias se passaram e as risadas não paravam já não dormia direito não comia não conseguia me concentrar na estrada decidi então que precisava voltar aquele lugar precisava entender o que tinha acontecido após terminar minha entrega peguei meu caminhão e dirigi de volta para aquela Estrada Deserta para tentar encontrar respostas chegando lá desci do caminhão e comecei a procurar qualquer pista qualquer coisa que pudesse explicar a presença daquela criança andei pela beira da estrada entrei
na mata chamei por ela mas só o Eco da minha própria voz respondia Foi então que vi algo brilhando no chão era um pequeno pingente parecia antigo com uma foto dentro era a foto da menina que tinha visto na Estrada senti um calafrio guardei o pingente no bolso e voltei para o caminhão decidido a descobrir quem era aquela criança seguindo por aquela estrada havia uma pequena cidade praticamente um Vilarejo decidi parar meu caminhão e ir conversar com os moradores de lá ao mostrar o pingente com a foto ninguém reconhecia aquela menina até que uma velha
senhora reconheceu quando Mostrei a foto para ela ela ficou presa e ao mesmo tempo parecia assustada ela me disse que aquela menina se chamava Alícia que fazia anos que ela tinha visto a menina pela última vez disse que era uma história antiga de uma família que tinha desaparecido naquela região há muitos anos e que a filha mais nova Alícia nunca foi encontrada mas o resto da família teve um destino Cruel seria possível que aquela criança fosse ela Fiquei mais assustado com aquela história uma história triste e de tragédia resolvi que era hora de sair dali
o mais rápido possível achei que tudo aquilo iria passar entrei no meu caminhão e comecei a dirigir mas as risadas continuavam e agora eu sentia que não estava sozinho algo ou alguém me observava seguindo cada passo meu após algum tempo em uma parada em Mato Grosso enquanto eu tomava meu café e esticava um pouco as pernas depois de dirigir muito ouvi outros caminhoneiros comentando sobre ter passado pelo mesmo que eu viu uma garota na estrada ela desapareceu e ele começou a ouvir risadas do nada percebi que eu não era o único mas fiquei na minha
não queria reviver aquela história Afinal essas histórias muitos acham que é apenas uma lenda urbana uma história para assustar Viajantes na estrada mas para mim era real tão real quanto as risadas que ainda ouço no rádio do meu cão lembrando-me constantemente daquela noite na estrada Deserta até hoje anos depois continuo dirigindo pelas estradas do Brasil aquelas risadas nunca mais pararam completamente Mas aprendi a conviver com elas vou contar uma história que aconteceu comigo a alguns anos sou caminhoneiro sempre gostei dessa vida na estrada conhecendo o lugar novos e encontrando gente diferente passo mais tempo no
meu caminhão do que em casa e isso me ensinou a ser esperto e cuidadoso era uma dessas Noites em que você só quer achar um lugar tranquilo para descansar um pouco eu estava dirigindo H horas exausto depois de uma entrega no interior de São Paulo o cansaço estava batendo forte e meus olhos mal conseguiam ficar abertos Foi então que vi um lugar que perfeito para parar e dormir um pouco era um santuário abandonado com uma Capela Velha e um Pátio grande não tinha ninguém por perto e parecia ser o lugar ideal para uma pausa encostei
o caminhão desliguei o motor e me preparei para dormir o silêncio era quase absoluto só quebrado pelo som dos Grilos e o vento nas árvores Achei que seria uma noite tranquila sem problemas fiquei no caminhão olhando para aquele lugar meio Sombrio pensando no tanto de história que um lugar assim deve ter mas no fim das contas o cansaço venceu a curiosidade e fechei os olhos esperando ter uma boa noite de sono no meio da noite fui acordado por sons estranhos era como se alguém estivesse rezando e não era uma reza comum parecia que havia um
grupo de pessoas todas murmurando ao mesmo tempo o som era baixo mas constante e ecoava pelo Santuário abandonado fiquei deitado por alguns minutos tentando entender o que estava acontecendo quem em sã consciência viria até um lugar desses no meio da noite para rezar minha primeira reação foi pensar que talvez fossem alguns moradores locais mas o lugar parecia completamente deserto quando eu cheguei levantei devagar tentando fazer o mínimo de barulho possível e olhei pela janela do caminhão lá fora a lua iluminava o pátio do Santuário de maneira sinistra Foi então que eu vi umas figuras encapuzadas
andavam lentamente pelo Pátio elas se moviam em fila como se estivessem em algum tipo de procissão o coração disparou e senti um arrepio percorrer a espinha fiquei paralisado sem saber se era seguro sair para ver mais de perto a curiosidade foi maior que o medo peguei uma lanterna e saí do caminhão tentando fazer o mínimo de barulho possível cada passo era um desafio pois o chão de Pedrinhas soltas parecia amplificar qualquer som as figuras encapuzadas continuavam a andar pelo Pátio murmurando orações que eu não conseguia entender direito pareciam falar em uma língua antiga algo que
eu nunca tinha ouvido antes aproximei-me lentamente a lanterna tremendo na minha mão a luz da lanterna iluminava o caminho à minha frente mas quando apontei para as figuras a luz parecia passar direto por elas sem iluminá-las era como se elas fossem feitas de sombra uma escuridão sólida que a luz não conseguia penetrar cada figura estava envolta em um manto escuro com capuzes cobrindo seus rostos não dava para ver nenhuma expressão nenhum detalhe de quem ou o que elas eram tentei chamar por elas mas minha voz saiu fraca e abafada como se o PR Ar ao
redor estivesse pesado cheguei mais perto sentindo o calafrio aumentar a cada passo a procissão continuava e as figuras não pareciam notar minha presença era como se estivessem em um trans presos em um ciclo eterno de murmúrios e passos lentos de repente uma das figuras parou e virou-se na minha direção Senti meu coração parar por um segundo a figura não tinha rosto apenas um vazio escuro onde deveria estar à face soltei um grito abafado E recuei quase tropeçando nas Pedrinhas voltei correndo para o caminhão o medo tomando conta de mim entrei e tranquei a porta respirando
com dificuldade olhei para o pátio e as figuras continuavam sua procissão como se nada tivesse acontecido liguei o motor do caminhão e Fiquei acordado até o amanhecer sem conseguir tirar os olhos daquelas figuras sombrias Quando o Sol começou a surgir no horizonte as figuras desapareceram como fumaça ao vento e o som das orações cessou abruptamente o lugar parecia exatamente como quando eu tinha chegado completamente abandonado e silencioso sem sinal de ninguém a única prova do que eu tinha visto eram minhas lembranças aterrorizantes e o medo que ainda apertava meu peito saí do caminhão para ver
se encontrava algum sinal delas mas não tinha nada nenhuma Peg nenhum Rastro nada o lugar parecia exatamente como quando eu tinha chegado completamente abandonado e silencioso Fiquei me perguntando se Aquilo tinha sido um sonho uma Alucinação causada pelo cansaço sem querer arriscar mais nada liguei o caminhão e saí dali o mais rápido que pude durante todo o caminho até o destino fiquei com aquela imagem na cabeça aquelas figuras aquelas orações não saíam da minha mente chegando na cidade contei a história para alguns colegas caminhoneiros alguns riram outros ficaram sérios e me disseram que já tinham
ouvido histórias estranhas sobre aquele Santuário não era a primeira vez que alguém via coisas esquisitas por lá depois dessa experiência nunca mais passei por aquele lugar sempre que tenho que fazer uma entrega naquela região dou um jeito de desviar o caminho não sei exatamente o que aconteceu naquela noite mas sei que não quero repetir e assim sigo minha vida de caminhoneiro carregando essa história comigo uma história que mesmo depois de tanto tempo ainda me dá arrepio só de [Música] lembrar meu nome H 25 anos e conheço cada trecho da BR 101 como a palma da
minha mão faço essa rota de Curitiba para Salvador transportando cargas variadas eletrônicos Autopeças alimentos o que o frete determinar naquela noite a chuva era Implacável tinha deixado o depósito em Curitiba por volta das 9 da noite com meu Volvo Branco carregado um companheiro fiel já percorremos mais de 1 milhão de quilômetros juntos a estrada estava completamente escura o farol alto mal conseguia furar a cortina de água que descia do céu Nessas horas penso na minha família minha esposa sempre reclama que estou mais na estrada do que em casa tenho dois filhos um de 18 e
outro de 20 anos que cresceram me vendo partir e voltar der repente avistei uma figura à beira da estrada um homem com os braços levantados ped aud normalmente sou cauteloso com caronas noturnas ouvi tantas histórias sobre essa Rodovia desaparecimentos assaltos histórias de fantasmas não que eu acredite em tudo mas a experiência ensina a ser Prudente algo naquela noite me fez parar talvez a intensidade da chuva Talvez o desespero no gesto daquele homem parei o caminhão e buzinei ele aproximou-se rapidamente e entrou obrigado disse ele com uma voz baixa nem me olhou nos olhos suas roupas
pingavam um líquido estranho no tapete não era apenas água da chuva um cheiro indefinível algo entre Barro E algo mais pairava no ar para onde vai perguntei tentando iniciar uma conversa para a frente respondeu secamente Voltei minha atenção para a estrada os primeiros quilômetros foram em um silêncio absoluto até que ele começou a falar e o que ia contar mudaria tudo o que eu pensava saber sobre aquela Rodovia Foi então que ele começou a falar sua voz era baixa quase um sussurro que mal se ouvia sobre o barulho da chuva no para-brisa Você sabe quantas
pessoas desaparecem nessa estrada perguntou sem me olhar nos olhos limitei-me a balançar a cabeça negando algo no tom dele me fez ficar atento só no trecho entre Campos dos tacazes e São João da Barra mais de 30 pessoas sumiram nos últimos 5 anos disse ele com uma precisão que me intrigou começou então a descrever casos um caminhoneiro que parou para trocar um pneu e nunca mais foi visto uma família inteira que simplesmente evaporou numa viagem noturna estudantes que desapareceram sem deixar rastros Cada história Era contada com um nível de detalhes que me deixava arrepiado não
era apenas um relato parecia que ele conhecia Cada história por dentro como se tivesse estado lá as pessoas acham que são só boatos continuou mas tem algo nessa estrada algo que não se explica olhei rapidamente para ele nesse momento percebi que algo estava definitivamente errado sua pele parecia mais pálida quase translúcida sobre a luz fraca do painel e as histórias seguiam uma após a outra cada vez mais estranhas as histórias do passageiro se tornaram cada vez mais perturbadoras ele falava com uma precisão que me deixava inquieto como se estivesse descrevendo cenas que havia testemunhado pessoalmente
em 2017 uma família inteira desapareceu nessa estrada disse ele seu olhar fixo no horizonte escuro um pai e uma mãe e dois filhos pequenos último registro era um Fiat Uno vermelho próximo umit e Cachoeiro de Itapemirim movo involuntrio de olar para ele fez com que notasse algo estranho o homem não piscava nem uma única vez desde que entrar no caminhão sabe o mais estranho sem esperar minha resposta dias depois o carro foi encontrado intacto as portas fechadas sem um arranhão Mas nenhum vestígio dos ocupantes a cada história sentia um desconforto maior as histórias não pareciam
apenas relatos mas memórias vívidas e havia algo mais um tom de conhecimento íntimo que me fazia sentir um medo Sobrenatural tem trechos nessa estrada disse ele agora virando lentamente o rosto para mim onde o tempo parece se perder onde as pessoas simplesmente desaparecem foi quando notei algo definitivamente errado o reflexo dele no vidro lateral do caminhão estava diferente Houve um momento de silêncio antes dele começar a me contar um relato sua mão apoiada no painel parecia mais transparente Sob a Luz fraca do caminhão conheço uma história que nunca saiu em lugar nenhum ninguém conhece disse
ele a voz carregada de um peso que não era só tristeza uma família estava viajando Carlos sua esposa Marina e os filhos Lucas Ana e Pedro ele pausou como se cada palavra lhe custasse um esforço imenso era uma viagem de férias iam visitar os avós das Crianças Saíram cedo num domingo ensolarado sem nenhum sinal de problemas o passageiro olhou diretamente para mim pela primeira vez seus olhos pareciam opacos sem brilho nunca chegaram ao destino a polícia encontrou o carro dias depois numa curva isolada nessa BR aqui sem marcas de colisão sem sinais de violência como
se simplesmente tivessem desaparecido sua voz tremeu levemente ao mencionar desaparecido como se aquela palavra escondesse um segredo que ele mal podia conter o único sobrevivente concluiu ele quase em um susurro fui eu uma névoa estranha parecia envolver suas palavras como se a própria memória da estrada pudesse materializar-se no ar úmido do caminhão viajávamos eu minha esposa Marina e nossos três filhos começou ele sua voz baixa era uma viagem que parecia normal no início contou que saíram de São Paulo por volta das 2as da manhã todos dormindo no carro exceto ele que dirigia a estrada estava
completamente vazia luminada apenas pelos faróis do Fiat Uno vermelho aquele mesmo Uno que ele tinha mencionado anteriormente de repente algo mudou primeiro foi um ruído estranho vindo do motor depois uma vibração diferente no volante quando olhou pelo retrovisor seus filhos dormiam e Marina Tinha a cabeça Tombada para o lado foi quando vi disse ele pausando algo se movia no acostamento algo que não era humano uma sombra algo grande mais alto que as árvores que se movimentava de forma não natural não era um animal não era algo que ele conseguia explicar o carro começou a perder
velocidade os faróis piscaram e apagaram e então o silêncio total quando acordei continuou ele estava sozinho no carro não havia sinal da minha família o banco traseiro vazio nenhum vestígio de que alguém estava ali ele disse que dirigiu por uns quilômetros procurando ajuda até encontrar uma pequena cidade à beira da estrada as as ruas estavam desertas algumas luzes fracas piscando nos postes Linhares disse ele apontando para uma placa que passávamos naquele exato momento foi aqui senti um calafrio estávamos Entrando nos limites da mesma cidade sobre a qual ele falava parei naquele posto ali apontou para
um posto de gasolina abandonado chamei por ajuda Mas ninguém respondeu foi quando vi meu reflexo no vidro da loja de conveniência ele fez uma pausa suas mãos tremiam levemente percebi que estava morto eu tinha me enforcado naquela árvore ali apontou para um jequitibá enorme próximo ao posto depois que não encontrei minha família não aguentei quando voltei meus olhos para o banco do passageiro ele não estava mais lá parei o caminhão no acostamento minhas mãos tremiam no volante enquanto tentava processar o que tinha teido o banco do passageiro ainda estava molhado como se alguém realmente tivesse
estado ali peguei meu celular e com dedos trêmulos pesquisei notícias antigas sobre Linhares encontrei uma matéria de 5 anos atrás família desaparece misteriosamente na BR101 corpo do pai é encontrado próximo a posto abandonado a foto mostrava o mesmo Fiat Uno vermelho que ele descrevera o nome da família Silva Achei que poderia ser uma coincidência sobrenome comum mas os fatos me deixaram mais intrigado o pai Carlos Silva 42 anos a esposa Marina e os três filhos nunca foram encontrados Olhei novamente para a árvore através do para-brisa a chuva tinha diminuído e a Lua agora iluminava parcialmente
o local por um momento pensei ter visto uma corda balançando em um Galhos mais baixos 25 anos dirigindo nessa estrada e nunca tinha vivido algo assim liguei o caminhão e parti decidido a nunca mais dar carona durante a noite mas às vezes quando passo por Linhares especialmente em noites de chuva olho pelo retrovisor esperando ver aquele homem pálido com suas roupas molhadas pedindo carona à beira da estrada e me pergunto se sua família ainda está por aí em algum lugar entre este mundo e o outro vagando por aquela BR eram 3 da manhã quando começo
a subida da Serra do Mar o peso da carga faz meu Scania roncar mais forte nas curvas fechadas a chuva Começou assim que passei por Morretes primeiro uma Garoa fina depois uma tempestade Furiosa que faz os limpadores de para-brisa trabalharem no máximo o rádio só pega estática e o sinal do celular morreu faz tempo reduzo para segunda marcha A neblina está tão densa Que Mal consigo ver as placas de sinalização Nessas horas agradeço por conhecer cada curva dessa Serra São 16 km de subida íngreme com mais de 40 curvas algumas tão fechadas que é preciso
manobrar o cavalo mecânico com precisão milimétrica é quando ouço pela primeira vez o som de outro motor diesel grave potente ecoando entre as paredes de pedra da Serra olho pelo retrovisor mas não vejo faróis a estrada atrás de mim está completamente vazia o barulho continua não é imaginação é o som inconfundível de uma carreta grande daquelas antigas consigo até identificar parece um Volvo N10 pelo ronco característico do motor mas não há ninguém na deve ser o eco do meu próprio caminhão penso tentando me convencer mas não é o som vem de outro lugar como se
houvesse uma estrada paralela que não posso ver na curva do Véu de Noiva uma das mais perigosas da Serra o barulho fica mais forte e então ouço algo que me faz arrepiar o som de freios sendo acionados pneus derrapando na pista molhada e um Ronco de motor se aproximando rapidamente instintivamente jogo o caminhão mais para a direita próximo ao paredão de pedra o som da outra carreta está tão próximo que parece estar ao meu lado mas não há nada ali Além da Escuridão do precipício e a cortina de chuva e então no meio do barulho
da Tempestade escuto uma voz no rádio cortando a estática cuidado com a curva do qum 48 cuidado a voz some deixando apenas o chiado do rádio e o Eco cada vez mais próximo do motor Invisível o aviso no rádio me deixou em Alerta qum 48 uma das curvas mais Traiçoeiras da Serra onde o paredão de pedra forma uma espécie de meia-lua anos atrás instalaram Barreiras de concreto depois que Vários acidentes aconteceram ali o ronco do motor fantasma agora parece acompanhar cada movimento do meu caminhão quando reduzo ele reduz quando acelero ele acelera como uma sombra
mecânica me perseguindo Serra acima olho para o odômetro quilômetro 47 o suor escorre pela minha testa apesar do frio a chuva continua castigando e a neblina parece mais densa que nunca o farol alto mal consegue iluminar alguns metros à frente de repente o rádio volta a chiar entre a estática a mesma voz não deixa ela te pegar não deixa ela te alcançar 47,5 k o barulho do outro motor está ensurdecedor agora posso ouvir até o rangido da suspensão o chiado dos Freios parece que está logo ao meu lado mas só vejo o abismo escuro pela
janela quando entro na curva do qum 48 meu sangue gela nos reflexos das muretas de proteção molhadas vejo algo impossível os faróis de uma carreta antiga mas não atrás de mim e sim acima de mim oam um fantasma parecia flutuar acima do meu como se estivesse dirigindo em uma estrada invisível a luz dos seus faróis era diferente não amarela como as modernas mas de um branco azulado quase fosforescente foi quando me lembrei uma história que os caminhoneiros mais velhos contavam no posto Gaúcha lá em Curitiba em 1976 um Volvo N10 carregado de madeira tinha desaparecido
nessa mesma curva o motorista o veículo a carga tudo sumiu na neblina nunca encontraram nada nem mesmo destroços o ronco do motor fantasma aumentou pelo retrovisor viu impossível a frente de uma carreta antiga da cor de ferrugem materializando-se na neblina o para-choque amassado os faróis quebrados marcas profundas de batida na lataria no vidro do caminhão um rosto pálido encarava a voz no rádio voltou agora mais clara Ela Quer companhia não deixa ela te pegar pisei fundo no acelerador o Scania protestou na subida íngreme mas respondeu 50 m 30 m 20 m até o fim da
curva o motor fantasma rugia cada vez mais próximo e então algo ainda mais aterrorizante aconteceu o retrovisor do lado direito explodiu em 1 pedaços um cheiro forte de diesel e metal queimado invadiu a cabine a carreta fantasma estava tão próxima que eu podia ver os detalhes da placa antiga coberta de lama e sangue no rádio a voz começou a ficar mais clara em 76 Eu Tentei desviar mas ela não deixou foi quando entendi Não era o caminhão que estava me perseguindo era a própria Serra algo nela atraía os caminhões para o Abismo como um ímã
gigante em aquele motorista tinha sido a primeira vítima mas quantos outros depois dele a curva Estava acabando agarrei o volante com força lutando contra uma força invisível que puxava meu caminhão para a esquerda em direção ao precipício o motor do Scania urrava as marchas rangiam então tão repentinamente quanto começou Tudo parou saí da curva do qum 48 e a neblina se dissipou o o ronco do motor fantasma foi diminuindo até sumir completamente no rádio apenas estática parei no primeiro posto que encontrei já no Alto da Serra minhas mãos tremiam quando acendi um cigarro o frentista
um senhor de idade me olhou com curiosidade o senhor parece que viu assombração disse ele você não acreditaria se eu Contasse respondi Ele sorriu um sorriso triste deixa eu adivinhar curva do qum 48 a serra escolhe suas vítimas Você teve sorte Nunca mais fiz aquela rota de madrugada hoje quando outros caminhoneiros me perguntam sobre a Serra do Mar só digo uma coisa algumas curvas escondem mais que apenas neblina e nem todo Eco é apenas um Eco meu relógio marcava 11:40 quando o tanque começou a dar sinais de que estava acabando a br16 estava Deserta naquele
trecho e eu sabia que os postos eram raros naquela região foi quando o rádio que até então só tocava música foi interrompido por uma voz atenção motoristas na br16 Posto Cruzeiro oferece diesel a preço especial localizado no qum 432 após Miracatu achei estranho conhecia cada posto dessa estrada cada parada possível em tanto tempo de estrada nunca tinha ouvido falar desse Posto Cruzeiro o ponteiro do combustível continuava baixando não tinha escolha quando vi uma placa pequena e desbotada indicando Posto Cruzeiro 2 Km virei à direita numa estrada de terra o posto surgiu depois de uma curva
fechada era um lugar parado no tempo bombas antigas uma cobertura de zinco enferrujada uma loja de conveniência com vidros embaçados e uma lanchonete que emitia uma luz amarelada e fraca Estacionei lá o lugar estava vazio exceto por uma F1000 antiga estacionada num canto escuro coberta de poeira o frentista apareceu sem fazer barulho era um senhor de idade usando um uniforme desbotado com um nome bordado no bolso José 1983 Boa noite ele com uma voz áspera quanto de diesel tanque cheio respondi tentando ignorar o arrepio que subia pela espinha enquanto ele abastecia percebia algo errado os
preços no painel da bomba estavam em cruzeiros não em reais e havia algo mais perturbador quando olhei para o reflexo dele no vidro da loja não havia nada lá melhor dar uma parada para descansar disse o frentista guardando a mangueira da bomba noite não está boa para viajar algo na voz dele soou como um aviso não uma sugestão olhei para a lanchonete através da janela embaçada notei algumas pessoas sentadas entrei o ambiente era como uma cápsula do tempo banquetas de couro rachado um balcão de fórmica amarelada cardápio escrito à mão em uma lousa antiga uma
música baixa tocava num rádio de pilha Último desejo na voz de Nelson Gonçalves a garçonete se aproximou usava um uniforme tão antigo quanto o do frentista café perguntou aceitei incapaz de falar havia algo errado com ela também sua pele tinha uma palidez normal e seus movimentos eram lentos demais foi quando notei os outros clientes três caminhoneiros sentados em mesas diferentes todos parados olhando fixamente para suas xícaras de café nenhum deles piscava um deles virou a cabeça lentamente em minha direção reconheci seu rosto de algum lugar você não lembra de mim perguntou ano passado na Serra
do Mar você passou direto quando eu pedi ajuda meu sangue gelou agora eu lembrava o Caminhoneiro que pedia Socorro na chuva o acidente que vi no jornal no dia seguinte o homem morto no local o café na minha frente soltava um vapor estranho quase azulado os outros caminhoneiros começaram a se levantar arrastando suas cadeiras num rangido metálico que parecia durar uma eternidade todo mundo que passa por aqui tem uma dívida disse o primeiro caminhoneiro aproximando-se a minha era com você podia ter me salvado os outros dois se aproximaram também agora eu podia ver seus rostos
claramente um deles tinha marcas profundas no pescoço o outro um corte que atrav Ava sua testa você lembra da gente também perguntou o do pescoço marcado br13 3 anos atrás estava dormindo ao volante passou por mim buzinando mas não parou para ver se eu estava bem o terceiro apenas apontou para a própria testa Paraná mês passado me viu perder o controle na curva continuou dirigindo levantei-me bruscamente derrubando a xícara o café não derramou subiu como fumaça e desapareceu no ar a garçonete bloqueava a porta o frentista estava parado na janela lá fora a noite parecia
mais escura que nunca não adianta fugir disse o primeiro você tem uma escolha a fazer qual escolha perguntei minha voz tremendo ficar ou ajudar respondeu o frentista da janela quem não para para ajudar na estrada um dia para aqui para sempre olhei ao redor a lanchonete parecia ainda mais as paredes descascando revelando outras camadas de tinta por baixo o rádio ainda tocava músicas antigas mas agora parecia vir de muito longe mas tem um jeito de sair continuou o primeiro caminhoneiro se prometer que vai sempre parar sempre ajudar e dessa vez cumprir a promessa nesse momento
faróis iluminaram a janela da lanchonete um caminhão estava parando no posto pela primeira vez vi um sorriso no rosto do frentista hora de escolher ele disse eu prometo falei sem hesitar prometo que vou parar sempre a porta da lanchonete se abriu o motorista do caminhão que acabara de chegar entrou olhando confuso para o lugar vazio e escuro porque agora estava vazio não havia mais garçonete nem os outros caminhoneiros apenas um posto abandonado há décadas corri para meu caminhão e parti hoje sempre que encontro alguém precisando de ajuda na estrada eu paro não importa a hora
não importa o lugar e às vezes quando passa da meia-noite e o sono aperta evito olhar para postos abandonados à beira da estrada Principalmente quando tocam músicas antigas no rádio toda região tem suas histórias mas nas Serras de Santa Catarina principalmente na Serra do Rio do Rastro algumas delas são sussurradas com medo real não aquele medo de lendas antigas mas um pavor que faz os caminhoneiros mais experientes mudarem suas rotas em certos dias do ano descobri isso numa terça-feira de Outubro estava no meu primeiro ano como caminhoneiro ansioso para provar meu valor a carga de
soja precisava chegar em São Francisco do Sul antes do Amanhecer e a serra era o caminho mais rápido o Posto Bela Vista Último Ponto de parada antes da subida estava normalmente vazio para uma tarde de terça apenas alguns caminhões estacionados seus motoristas reunidos em volta de uma mesa no canto da lanchonete Ei garoto chamou um deles quando entrei era seu Ademir um senhor de seus 60 anos rosto marcado por décadas de estrada Que rota você vai pegar Serra do Rio do Rastro respondi pedindo um café O silêncio que seguiu foi pesado os caminhoneiros se entreolharam
até que seu Ademir falou você sabe que dia é hoje terça-feira respondi dando um gole no café por quê seu Ademir trocou olhares com os outros antes de continuar terça-feira 27 de outubro disse ele sua voz mais baixa faz 50 anos hoje 50 anos desde que a blina vermelha desceu a serra uma inquietação tomou conta da lanchonete Percebi que os outros motoristas tinham parado de comer atentos à conversa em 73 continuou ele 27 caminhoneiros desapareceram Numa Noite Como Essa encontraram os caminhões vazios como se seus motoristas tivessem evaporado no ar meu tio estava lá disse
outro motorista mais jovem o caminhão dele foi o terceiro que acharam vazio com o motor ainda ligado e a cada 50 anos seu Ademir baixou ainda mais a voz dizem que a serra cobra seu preço de novo sorri tentando parecer despreocupado e vocês acreditam nessas histórias histórias Ademir apontou para a janela olha lá fora você já viu nuvens dessa cor antes me levantei e fui até a janela o céu estava mesmo diferente um roxo pesado como se uma tempestade Sobrenatural Estivesse se formando acima da Serra as nuvens se moviam de forma estranha como se convergissem
para um único ponto no topo da montanha tô com prazo para entregar falei mais para mim mesmo que para eles não posso esperar todo mundo que sumiu naquela noite também tinha prazo disse um terceiro caminhoneiro até então calado era um senhor magro cabelos brancos meu irmão era um transa café o camão foi encontrado na curva 27 ocado até o café estava lá mas dele nem Rastro seu Ademir se levantou colocou a mão no meu ombro Olha filho tem uma estrada alternativa é mais longa mas não posso cortei el preciso fazer essa entrega até amanhã cedo
paguei o café e saí oo tinha ficado mais forte gelado trazendo um cheir estanho metálico Quando entrei no caminhão notei que todos os motoristas ainda me observavam pela janela da lanchonete seus rostos tin umapressão que eu nunca vou eser ligi oor no rdio o locutor F sobre previsão de tempest na serra olhe mais vez para cé nuv agora tin um tom ainda mais eso quase Violeta são só histórias murmurei para mim mesmo engatando a primeira mas enquanto manobrava para sair do posto uma gota de chuva caiu no para-brisa era vermelha entrei na rodovia s390 lá
paraas 5 da tarde as primeiras curvas eram tranquilas mesmo com aquela Garoa estranha caindo tentei me concentrar na estrada ignorando as gotas vermelhas que manchavam o para-brisa o rádio começou a falhar na terceira curva entre a estática captei pedaços de uma transmissão atenção motoristas Serra do Rio do visibilidade zero cuidado com desliguei o silêncio era melhor que aquela voz entrecortada foi na curva 15 que a neblina começou a descer no começo era normal aquela brancura típica da Serra mas conforme avançava a coloração mudava o vermelho se intensificava como se a própria névoa estivesse sangrando reduzi
para a segunda marcha os faróis mal conseguiam penetrar a cortina Escarlate à minha frente o caminhão parecia mais pesado como se algo estivesse segurando ele para trás em outra curva vi o primeiro sinal um caminhão parado no Acostamento faróis acesos motor ligado vazio e na lateral escrito com a mesma substância vermelha que caía do céu faltam sete tentei ignorar o caminhão vazio e continuei subindo a neblina estava tão densa que mal CONSEG ver 2 met à frente o velocímetro marcava 20 km/h mas parecia que estava arrastando toneladas extras em cada curva que passava lá estava
outro caminhão abandonado todos iguais faróis acesos motor ligado ninguém dentro e em suas laterais aquela escrita vermelha que parecia Sangue Fresco Faltam seis meu rádio ligou sozinho entre a estática uma voz rouca Car olava uma música antiga a melodia parecia vir de todos os lados como se a própria Serra estivesse cantando mais uma curva outro caminhão faltam cinco minhas mãos apertavam o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos pensei em dar meia volta mas algo me dizia que já era tarde demais o ar dentro da cabine começou a ficar estranho com
aquele cheiro metálico cada vez mais forte A neblina vermelha começou a entrar pelas frestas do caminhão foi quando vi algo se movendo dentro dela silhuetas escuras como sombras de pessoas caminhando na direção do precipício vultos que pareciam flutuar na névoa vermelha na próxima curva mais um caminhão abandonado faltam dois o próximo caminhão apareceu na curva mais fechada da Serra falta um dizia a mensagem vermelha mas havia algo de diferente neste reconhecia a pintura desbotada o adesivo antigo no para-choque era o caminhão do tio daquele motorista da lanchonete abandonado há 50 anos A neblina ficou mais
densa comecei a ver vultos andando na pista silhuetas de homens caminhando em fila indiana em direção ao precipício conseguia ver seus rostos parcialmente expressões vazias olhos sem vida o rádio voltou a funcionar a voz era Clara agora bem-vindo ao clube irmão estávamos esperando você percebi que meu caminhão estava parando sozinho como se uma força Invisível o puxasse para o acostamento o motor falhou uma duas vezes e morreu tentei dar partida nada o silêncio era absoluto exceto por um som distante de Passos olhei pelo retrovisor uma fila de homens se aproximava do meu caminhão 27 sombras
caminhando em sincronia perfeita foi quando entendi eles precisavam do 28 o cheiro metálico ficou insuportável A neblina vermelha invadiu completamente a cabine senti uma vontade Irresistível de sair de me juntar àquela procissão silenciosa minhas mãos se moveram sozinhas em direção à maçaneta na manhã seguinte os jornais noticiaram caminhoneiro desaparece na Serra do Rio do Rastro enc intacto com motor ligado 50 anos depois outro jovem Motorista vai parar naquele mesmo posto seu Ademir não estará mais lá mas alguém vai perguntar você sabe que dia é hoje e na serra quando a neblina vermelha descer novamente 27
sombras caminharão em direção a precipício esperando a próxima alma para completar o ciclo essa história aconteceu faz alguns anos na época em que eu ainda pegava viagens mais longas meu nome é Rodrigo e trabalho como caminhoneiro há muito tempo já perdi a conta de quantas estradas eu percorri pelo Brasil naquela época o rádio CB era essencial pra gente para quem não conhece o rádio CB é um aparelho de comunicação usado nas estradas a gente usa para conversar com outros caminhoneiros pedir ajuda saber sobre a estrada era nossa companhia nas viagens já que celular não era
comum como hoje naquela noite eu estava voltando do Sul para São Paulo depois de entregar uma carga de grãos gostava de Dirigir de madrugada com menos movimento na mas tem coisa que você só percebe quando dirige a noite por muito tempo a estrada à noite tem seus mistérios eu tinha acabado de sair de um posto de gasolina e liguei o rádio CB como de costume era por volta da meia-noite e eu estava procurando algum canal com conversa para passar o tempo e me manter acordado fiquei girando os botões mas todos os canais estavam vazios só
aquele chiado comum no fundo de repente sintonizei numa frequência e Ouvi uma voz era meio abafada parecia longe e o que mais chamou minha atenção foi que a pessoa estava pedindo ajuda alguém me escuta Por favor me ajudem a voz parecia desesperada e aquilo me pegou de jeito numa situação dessas a gente sempre tenta ajudar vai que era outro caminhoneiro em Apuros peguei o microfone e respondi Aqui é Rodrigo Tô na escuta Onde você tá precisa de ajuda mas no exato momento em que eu tentei responder a comunicação sumiu o rádio ficou em silêncio de
novo e aquilo me deixou desconfiado mas segui viagem pensando que podia ser algum problema na transmissão segui viagem tentando esquecer o que tinha acabado de acontecer mas aquele pedido de ajuda ficou na minha cabeça não era comum ouvir um pedido tão desesperado e depois tudo sumir daquele jeito continuei na Estrada atento aos sinais e esperando que a qualquer momento a pessoa Voltasse a falar no rádio mas tudo que eu ouvia era o chiado constante a madrugada estava tranquila o trânsito praticamente inexistente e eu já estava me aproximando de um ponto onde sabia que poderia parar
para descansar Foi então que de novo o rádio CB fez um barulho como se alguém estivesse tentando se comunicar dessa vez a voz estava ainda mais fraca como se viesse de longe quase incompreensível parei o caminhão no acostamento coloquei o rádio no volume máximo e fiquei tentando entender o que a pessoa dizia por favor alguém Socorro era tudo que consegui captar a voz parecia cansada como se estivesse lutando para ser ouvida Tentei responder novamente alô aqui é o Rodrigo Onde você está o que tá acontecendo esperei alguns segundos mas o silêncio tomou conta de novo
o chiado voltou e eu comecei a sentir uma sensação estranha como se algo estivesse errado de verdade resolvi seguir viagem mas o clima já não era o mesmo o rádio que antes era minha companhia agora parecia ser a fonte de algo sinistro continuei dirigindo olhando de vez em quando para o aparelho como se ele fosse dar uma resposta continuei dirigindo tentando afastar da cabeça o que tinha de acontecer o rádio agora estava em completo silêncio Mas a sensação de que algo estava errado não me abandonava cada vez que olhava para o aparelho parecia que ele
ia voltar a chiar e a voz misteriosa reaparecer depois de uns 15 minutos de estrada tranquila o rádio voltou a estalar desta vez a voz estava mais clara e próxima me ajude por favor o sangue gelou nas minhas veias Tentei responder mais uma vez mas nada Apertei o botão do CB falei meu nome Novamente tentei perguntar onde a pessoa estava mas só ouvia o mesmo chiado cortante de sempre foi aí que algo estranho aconteceu o som da voz não vinha mais do rádio e sim do próprio caminhão como se estivesse me cercando me ajude você
não vai me ajudar aquilo foi demais meu coração disparou a voz continuava ecoando no caminhão como se estivesse sendo transmitida pelo próprio ar cada vez mais próxima cada vez mais nítida eu tentei me convencer de que era coisa da minha imaginação mas a realidade não deixava espaço para dúvidas de repente o som começou a variar como um Eco Rodrigo a voz disse meu nome desta vez com uma nitidez assustadora não tinha como ser uma pessoa comum eu já tinha falado meu nome antes mas aquela voz parecia vir de outro lugar de um lugar que eu
não conseguia entender tentei acelerar minha única reação foi me afastar o máximo possível daquela estrada e daquele som enquanto acelerava a voz ficava mais Intensa como se estivesse se aproximando cada vez mais de mim ecoando dentro da cabine do caminhão eu olhava para os lados nervoso tentando achar uma explicação mas a estrada estava completamente deserta e o rádio CB já estava desligado Fazia tempo o ar parecia mais denso pesado e cada segundo que passava aumentava a minha ansiedade Por que você não me ajuda Rodrigo a voz continuava mas agora parecia desesperada não era um pedido
de socorro comum era como se a pessoa já soubesse que não poderia ser ajudada meus dedos apertavam o volante com tanta força que doíam acelerei mais tentando escapara mas a voz não ia embora ela estava em todos os lugares como se estivesse dentro do próprio caminhão Foi então que o inesperado aconteceu o farol do caminhão começou a piscar e o motor falhou por um segundo o caminhão perdeu velocidade mesmo com o pedal do acelerador pressionado até o limite o medo começou a se transformar em Pânico o rádio que estava completamente desligado acendeu de repente emitindo
chiado contínuo e antes que eu pudesse reagir a voz retornou mais próxima do que nunca você não pode fugir Rodrigo parei o caminhão no acostamento sem escolha o som estava insuportável e eu não conseguia mais entender o que estava acontecendo quando o motor parou completamente fiquei sentado no banco imóvel enquanto a voz sussurrava uma última vez você nunca vai me deixar para trás Depois de alguns minutos no acostamento o rádio voltou a ficar em silêncio o caminhão que tinha apagado por completo de repente deu sinal de vida com o coração ainda disparado tentei ligar o
motor novamente para minha surpresa ele funcionou olhei ao redor tentando encontrar qualquer sinal daquela presença mas tudo parecia calmo a estrada estava deser e o céo most nenuma que antes seria reconfortante agora parecia sinistro decidi seguir viagem com as mãos ainda tremendo no volante não tinha explicação para o que tinha acontecido e a única coisa que eu queria era me afastar daquela área o mais rápido possível dirigi por mais algumas horas atento a qualquer som ou movimento mas a voz não voltou Cheguei ao meu destino no dia seguinte exausto e ainda abalado contei o que
tinha acontecido para alguns colegas mas todos riram e disseram que eu devia estar cansado demais que era só coisa da minha cabeça ou que eu estava inventando ninguém acreditou até hoje quando passo por aquela região sinto um frio na espinha Nunca mais ouvi aquela voz mas a sensação de que algo ficou para trás esperando ainda me acompanha e todas as noites ao Ligar o rádio CB fico esperando o momento em que ela vai voltar trabalho como caminhoneiro há mais de 10 anos meu nome é Sérgio e comecei nessa vida ainda jovem logo depois que saí
do serviço militar a estrada sempre foi meu refúgio meu jeito de fugir da monotonia de uma vida parada sempre gostei da liberdade de estar ao volante com horas de silêncio e quilômetros de asfalto pela frente o único problema é que com o tempo essa solidão começou a pesar tem dias que você sente falta de conversar com alguém ou simplesmente ouvir uma voz que não seja a sua própria minha rota geralmente era no interior de Minas Gerais passando por estradas longas e mal iluminadas cortando montanhas e áreas rurais era uma rotina que já conhecia de cor
mas como muitos caminhoneiros sempre acabava ouvindo histórias estranhas cada parada em um posto de gasolina trazia relatos de outros colegas que falavam sobre avistamentos bizarros luzes estranhas no céu sombras que apareciam e sumiam na beira da estrada ou até mesmo caminhões Fantasmas eu nunca acreditei muito nessas coisas sempre preferi manter os pés no chão focado no trabalho e sem dar muita atenção para o que parecia ser só conversa de quem estava cansado mas em uma noite dessas a coisa mudou para mim enquanto continuava a dirigir aquela luz no horizonte me deixava cada vez mais inquieto
ela estava lá firme como se estivesse me seguindo mas sempre mantendo a mesma distância a estrada era longa e deserta o que só aumentava a sensação de isolamento Fiquei me perguntando o que podia ser aquilo um reflexo algum tipo de farol mas não fazia sentido nada ficava parado desse jeito no horizonte por tanto tempo por um momento considerei acelerar para ver se ela se afastava mas antes que eu pudesse tomar qualquer atitude a luz simplesmente sumiu desapareceu do nada como se nunca tivesse estado lá olhei para os lados para o céu tentando entender o que
tinha acabado de acontecer a estrada continuava escura e silenciosa como sempre era o ronco constante do motor do camão e o vazio ao meu redor fiquei com aquilo na cabeça o que quer que fosse parecia não querer ser visto por muito tempo continuei dirigindo por mais uns 20 minutos mas a ideia de parar e perguntar sobre a luz não saí da minha mente foi então que avistei um posto de gasolina à beira da estrada decidi parar para esticar as pernas e talvez pegar um café quem sabe alguém ali soubesse explicar o que era aquela luz
estranha Estacionei o caminhão desci e fui em direção à loja de conveniência o ambiente era simples com algumas prateleiras de salgadinhos e bebidas e um atendente que parecia tão cansado quanto eu fui direto ao balcão e perguntei você já viu alguma luz estranha por aqui no horizonte o atendente levantou a cabeça devagar Me Olhou de um jeito que mistur curiosidade e uma certa preocupação como se já tivesse ouvido essa pergunta antes o atendente me olhou por uns segundos e antes de responder um outro caminhoneiro que estava sentado num canto Tomando café se Intrometeu na conversa
você viu a luz né A tal luz que aparece no horizonte já passei por aqui várias vezes e havia algumas delas também fiquei meio confuso mas ao mesmo tempo aliviado por não ter sido só minha imaginação perguntei ao caminhoneiro se ele sabia o que era aquela luz mas a resposta dele me deixou mais inquieto ninguém sabe direito o que é cara dizem que a luz aparece de tempos em tempos sempre nessa mesma Estrada Alguns falam que é coisa de disco voador outros acham que é uma alma penada de algum acidente antigo por essas bandas só
sei que quando ela aparece a melhor coisa que você pode fazer é é seguir em frente e não parar o atendente que estava ouvindo a conversa concordou com a cabeça é verdade vários motoristas comentam sobre essa luz mas ninguém sabe explicar às vezes ela some do nada outras vezes Segue o caminhão por quilômetros como se estivesse brincando com a gente essa resposta Me deixou pensativo eu já tinha ouvido muitas histórias de estrada mas essa era diferente havia algo de em uma luz que te persegue e some quando quer tomei meu café rápido e voltei para
o caminhão ainda com a cabeça cheia de perguntas Será que veria a luz de novo quando seguisse viagem o som do motor ligado sempre me trazia uma sensação de controle mas naquela noite tudo parecia Fora do Normal liguei os faróis e segui viagem tentando afastar os pensamentos sobre a tal luz a se esquecer a curiosidade continuava cutucando minha mente quem ou o que estava por trás daquela luz a estrada continuava Deserta o céu escuro e as estrelas mal podiam ser vistas por causa das nuvens a calmaria da estrada geralmente me ajudava a relaxar mas não
naquela noite estava mais atento do que nunca os olhos grudados na estrada esperando que a qualquer momento algo estranho pudesse acontecer e aconteceu depois de uns 30 minutos na estrada a mesma luz que eu tinha visto antes apareceu de novo no horizonte só que dessa vez algo estava diferente a luz Parecia um pouco mais próxima como se estivesse testando até onde podia chegar meu estômago revirou e o suor começou a escorrer pelas minhas mãos mantive a velocidade do caminhão tentando não demonstrar Pânico mas era possível ignorar o fato de que a luz estava lá de
volta me seguindo novamente por quilômetros ela permaneceu sempre no mesmo ponto como se estivesse me vigiando de longe não tinha uma explicação lógica e quanto mais eu olhava para aquela luz mais estranho me sentia de repente o caminhão pareceu dar uma leve falhada um solavanco rápido mas o suficiente para me fazer segurar o volante com mais força eub que algo estava acontecendo mas não fazia ideia do que era a única coisa que eu sabia Com certeza é que a luz não iria embora tão cedo a estrada continuava a mesma vazia e escura Mas aquela luz
ela estava diferente agora depois de seguir por mais alguns quilômetros algo inesperado aconteceu a luz se aproximou de mim e foi rápido tão rápido que eu mal tive tempo de reagir em questão de segundos elas saiu do Horizonte e ficou bem acima do meu caminhão como se estivesse me sobrevoando eu congelei meu coração parecia que ia sair pela boca e minhas mãos começaram a suar ainda mais o caminhão continuava seguindo a estrada mas aquela luz agora não estava só me seguindo estava me cercando o brilho era tão intenso que iluminava tudo ao meu redor e
foi então que o pânico se instalou de vez a luz repente virou fogo era como se uma chama gigante estivesse flutuando logo acima do caminhão sem queimar nada ao redor só existindo eu podia sentir o calor mas era algo estranho porque ao mesmo tempo que queimava parecia queimar por dentro na minha mente de repente eu ouvi uma voz só que não era como se alguém estivesse falando do lado de fora a voz parecia vir de dentro do caminhão como se estivesse dentro da minha ecoando por todo o espaço Por que você está aqui a voz
perguntou e ela tinha um tom grave cheio de eco algo quase impossível de ignorar eu não sabia o que responder meu corpo tremia o medo tinha tomado conta de mim e naquele momento tudo o que eu queria era que aquilo acabasse mas a voz continuava repetindo a mesma pergunta por você está aqui a chama continuava a do caminhão voz repetia a pergunta de novo e de novo eu não sabia o que fazer minhas mãos agarravam o volante com força mas era como se eu não estivesse mais no controle por alguns segundos pensei que tudo aquilo
fosse algum tipo de Delírio causado pelo cansaço mas o calor que sentia era real demais a voz dentro da minha cabeça era Clara demais para ser só imaginação de repente como num piscar de olhos a chama e a luz desapareceram sumiram sem deixar rastro como se nunca tivessem estado ali o caminhão voltou a responder normalmente e o silêncio que ficou foi tão absoluto que me deixou tonto por alguns segundos olhei para os lados para o céu para os retrovisores nada a estrada estava vazia e a luz que antes me atormentava tinha sumido Sem Explicação minha
cabeça ainda ecoava com aquela pergunta por que você está aqui eu não sabia o que aquilo significava Mas uma coisa era certa eu não estava mais disposto a descobrir continuei a viagem até chegar ao meu destino e depois disso tentei seguir com a vida mas até hoje quando pego a estrada de noite fico de olho no horizonte esperando que aquela luz apareça de novo nunca contei essa história para ninguém porque quem acreditaria né Mas até hoje ainda me me pergunto Será que algum dia vouver aquela luz de novo e mais importante o que ela queria
depois daquela noite eu continuei a pegar a estrada como sempre é a minha vida não tem jeito de fugir disso mas a sensação de que algo me observa nas longas viagens noturnas nunca foi embora sabe quando você sente que alguém está te olhando mesmo sem ver ninguém Era exatamente assim que eu me senti todas as vezes que passava por aquela Estrada voltei a fazer o mesmo percurso algumas semanas depois com o caminhão carregado e a mesma rotina de sempre meus olhos automaticamente procuraram por qualquer sinal de luz no horizonte mas nada só o céu escuro
e a estrada à minha frente fiquei aliviado mas o desconforto continuava lá como uma sombra sempre me acompanhando aquela pergunta que a voz fez a ainda ecoava na minha cabeça por que você está aqui nunca encontrei uma resposta Mas uma coisa ficou Clara para mim Seja lá o que fosse aquela luz ela estava tentando me avisar de algo talvez sobre a própria Estrada talvez sobre alguma coisa que ainda não entendi direito mas desde então decidi tomar mais cuidado prestar mais atenção nas minhas viagens nos detalhes que a gente ignora no dia a dia eu nunca
mais vi aquela luz mas também nunca mais me senti completamente à vontade ao dirigir a noite o silêncio da estrada que antes me trazia uma paz agora me deixa em Alerta Sempre esperando que algo estranho possa acontecer de novo o tempo passou a vida seguiu mas toda vez que alguém menciona algo sobre luzes estranhas na estrada ou fenômenos inexplicáveis eu lembro daquela noite e para ser sincero não sei se quero voltar a viver algo parecido eu sempre fiz longas viagens pela estrada principalmente à noite quando o tráfego é menor e consigo rodar mais quilômetros naquela
madrugada eu estava indo em direção a uma cidade do interior para fazer uma entrega de carga o cé estava limpo a estrada praticamente vazia quebrado apenas pelo do motor me deixava tranquilo foi aí que depois de passar por uma curva vi algo no acostamento um caminhão parado com as luzes de emergência piscando Pensei que talvez fosse algum motorista em Apuros precisando de ajuda como também sou caminhoneiro sei que pode ser perigoso ficar ali na estrada sem Socorro Parei Meu Caminhão um pouco à frente e desci para ver alguém precisava de ajuda o que eu achei
estranho logo de cara foi que não havia Ninguém ao redor o caminhão estava ali com as portas fechadas e luzes piscando mas não vi nenhuma movimentação me aproximei olhei pelas janelas mas o interior estava vazio Nem sinal de motorista Aquilo me deixou com uma sensação esquisita mas a princípio Pensei que talvez o motorista tivesse ido procurar ajuda a pé para o meu caminhão e segui viagem tentando esquecer o ocorrido continuei pela estrada por alguns minutos mas aquela situação não saía da minha cabeça O que teria acontecido com o motorista estaria ele com algum problema esses
pensamentos me acompanharam enquanto eu olhava para o espelho retrovisor onde ainda conseguia ver as luzes piscando do caminhão abandonado se afastando de repente algo me chamou a atenção as luzes que antes estavam paradas no mesmo lugar começaram a se mover olhei mais uma vez para o retrovisor e percebi que o caminhão aquele que estava abandonado agora estava vindo atrás de mim Achei que o motorista tinha voltado e estava retomando a viagem mas havia algo estranho o caminhão estava vindo rápido muito rápido e ao observar mais atentamente notei que o veículo não tinha motorista o pânico
começou a me dominar como isso era possível um caminhão em movimento sem ninguém ao volante eu tentei acelerar mas por algum motivo ele parecia acompanhar meu ritmo como se estivesse me perseguindo a estrada estava vazia apenas eu e aquele caminhão Meu Coração batia rápido e o suor escorria pelo meu rosto não sabia o que fazer não havia desvios naquela estrada apenas uma longa reta cercada por árvores de ambos os lados o caminhão não dava sinais de ultrapassar nem de reduzir a velocidade ele apenas continuava atrás de mim como se estivesse me observando esperando algo acelerei
mas ele Manteve a mesma distância como se estivesse sincronizado com Meus movimentos olhei pelo retrovisor várias vezes tentando ver algum sinal de vida no volante mas o caminhão parecia estar vazio não conseguia ver o motorista eu tentei me convencer de que estava imaginando coisas que talvez o cansaço da viagem estivesse me afetando mas era difícil ignorar aquela presença sombria logo atrás de mim o tempo passava devagar cada segundo parecia uma eternidade e o caminhão continuava lá seguindo meus passos as luzes de emergência piscavam incessantemente iluminando a estrada escura em flashes regulares que me deixavam ainda
mais nervoso era como se o próprio caminhão estivesse vivo decidindo me perseguir Sem Explicação eu dirigia sem parar o coração batendo forte no peito o caminhão não se afastava não acelerava nem diminuía apenas mantinha o ritmo Eu sabia que precisava fazer algo mas não havia para onde ir a estrada era uma linha reta interminável sem nenhum sinal de civilização ou algum ponto de parada em meio à tensão algo ainda mais perturba dor aconteceu de repente o som do motor do caminhão atrás de mim desapareceu continuei vendo as luzes piscando no retrovisor mas agora em um
silêncio assustador era como se o veículo tivesse desligado o motor mas continuasse se movendo flutuando pela estrada não era natural e aquilo me fez arrepiar dos pés à cabeça como o caminhão podia estar em movimento sem fazer barulho algum tentei acelerar novamente mas de nada adiantava ele me acompanhava em uma marcha constante como se estivesse brincando comigo me forçando a permanecer naquela Estrada Deserta Sem chance de escapar finalmente depois do que pareceram horas de perseguição decidi que não adiantava mais correr reduzi a velocidade sentindo que algo terrível estava prestes a acontecer olhei mais uma vez
no retrovisor e para minha surpresa o caminhão simplesmente não estava mais lá as luzes piscantes haviam sumido e o silêncio voltou a dominar a estrada como aquilo era possível em um momento esta atrás de mim e no outro tinha desaparecido completamente que o ar ao meu redor tinha ficado mais pesado eu estava suando frio sem entender o que tinha acabado de acontecer Será que tinha sido tudo coisa da minha cabeça uma Alucinação causada pelo cansaço nada fazia sentido acelerei novamente agora tentando deixar aquele lugar o mais rápido possível não queria mais saber daquele caminhão só
queria terminar minha viagem e esquecer o que tinha acontecido mas algo me dizia que aquele encontro na estrada não era uma simples coincidência dias depois ainda perturbado pelo que aconteceu comentei sobre o caminhão com outros caminhoneiros em um posto de combustível para minha surpresa um dos caras mais velhos um motorista experiente olhou para mim com um olhar sério e disse Você viu o caminhão fantasma não foi ele me contou que há muitos anos naquela mesma Estrada um caminhoneiro sofreu um acidente fatal o caminhão dele perdeu o controle em uma noite de tempestade e caiu em
uma ribanceira o corpo do motorista nunca foi encontrado E desde então os caminhoneiros que passam por ali à noite relatam ver o caminhão com as luzes piscando seguindo-os por longos trechos sempre sem motorista Meu Sangue gelou ao ouvir a história naquele momento eu soube que o que vi não foi uma Alucinação o caminhão estava mesmo lá e me seguia Como se quisesse algo desde então evito passar por aquela Estrada especialmente de madrugada nunca mais vi o caminhão Mas a sensação de que ele ainda está por lá esperando por outro motorista para perseguir nunca desapareceu já
estava há alguns anos na estrada então não era qualquer história que me fazia ficar nervoso ou perder o foco mas naquela viagem em especial algo mexeu comigo estava num posto de gasolina abastecendo o caminhão e conversando com um dos frentistas locais ele com uma expressão séria me perguntou se eu já conhecia a estrada que pegaria dali para a frente respondi que sim mas que fazia um tempo que não passava por lá foi quando ele me deu um alerta que me deixou com a pulga atrás da orelha cuidado com a curva dos desaparecidos ele disse sem
tirar os olhos do chão achei estranho e perguntei o que era aquilo ele me contou que nos últimos anos alguns caminhoneiros simplesmente sumiram ao passar por aquela curva nada de sinal nada de destroços só o caminhão e o motorista que nunca mais foram vistos sabe como é estada tem suas histórias e claro eu não ia cair naquela de primeira agradeci paguei o combustível e segui viagem mas conforme me aproximava daquela tal curva comecei a me lembrar do que o frentista havia dito aquela sensação de desconforto cresceu no peito mesmo sendo alguém experiente E calejado é
difícil ignorar certos avisos Especialmente quando são Dados com tanta seriedade a estrada estava calma a noite já tinha caído e o som do motor do caminhão era a única coisa que quebrava o silêncio ao redor conforme me aproximava do trecho que o frentista mencionou comecei a ficar mais atento sabia que curvas em estradas desertas e mal sinaliz eram sempre um perigo então diminuí a velocidade com os olhos grudados na pista e as mãos firmes no volante Era só mais uma curva só isso mas quando finalmente entrei naquela curva uma sensação estranha tomou conta de mim
o volante ficou pesado como se algo estivesse forçando o caminhão a sair da pista tentei Manter o controle mas era como se o próprio caminhão quisesse sair do meu comando puxando para o lado em direção à escuridão além do acostamento meu coração disparou e por um segundo achei que fosse sair da estrada com muito esforço consegui estabilizar o caminhão suando frio e com as mãos tremendo olhei pelo retrovisor tentando entender o que tinha acontecido mas não vi Nada Além da Escuridão era como se algo ou alguém tivesse tentado me puxar para fora dali seguia em
frente mas aquela esto doam depois daqu suoi convencer de queo não pass deum Nain erli mais ló certo quanto mais eu mais deado inod contin a cada quilômetro ficava mais difícil ignorar o que tinha acontecido naquela curva o clima dentro da cabine parecia mais pesado e até o motor do caminhão suava estranho como se o veículo tivesse ficado mais lento faltava pouco para o próximo posto então decidi parar para esticar as pernas e tentar esquecer o que tinha passado assim que Estacionei fui direto tomar um café precisava clarear a mente no balcão puxei conversa com
um caminhoneiro mais velho que estava por ali e acabei perguntando sem querer suar paranoico se ele já tinha ouvido falar da tal curva dos desaparecidos o homem largou a xícara e me olhou por um instante com uma expressão de quem sabia exatamente do que eu estava falando ele me contou que há alguns anos um acidente grave aconteceu naquela curva um caminhoneiro perdeu o controle e caiu em uma ribanceira mas o corpo e o caminhão nunca foram encontrados dizem que quem passa por lá à noite sente a mesma coisa que você como se alguma coisa puxasse
o caminhão alguns acham que é o espírito daquele motorista tentando levar outros com ele ele falou num tom Sombrio Aquilo me gelou a espinha não acreditei de cara Claro mas era difícil ignorar o desconforto que sentia ao ouvir aquilo saí do posto mais desconfiado ainda mas sabia que precisava seguir viagem depois daquele susto Inicial segui viagem sem maiores problemas o resto do trajeto foi tranquilo e consegui entregar a carga no horário previsto fiz o que tinha que fazer descarreguei o caminhão e apesar de ainda ter aquela sensação esquisita no fundo da mente o trabalho precisava
continuar depois de algumas horas de descanso me preparei para a volta só que dessa vez ao invés de me sentir aliviado por estar voltando para casa uma ansiedade Começou a tomar conta de mim eu sabia que para chegar em casa teria que passar de novo pela tal curva dos desaparecidos tentei afastar o pensamento dizendo a mim mesmo que tudo o que aconteceu na Ida foi fruto do cansaço que não havia nada de Sobrenatural ali mas conforme me aproximava da estrada o peso daquilo voltava a cair sobre meus ombros no caminho de volta a estrada estava
ainda mais vazia do que na Ida o céu já estava escuro e o farol do caminhão era a única coisa que iluminava a estrada à frente tudo estava quieto silencioso demais a cada quilômetro que eu avançava mais próximo eu ficava daquela curva meu coração começou a bater mais rápido e o suor escorria pelas minhas mãos no volante finalmente vi a placa de aviso da curva dessa vez reduzi ainda mais a velocidade tentando me preparar para o que quer que fosse entrei na curva com cuidado com o pé leve no acelerador e os olhos atentos em
cada detalhe a estrada parecia a mesma de antes mas aquela sensação aquela força invisível voltou era como se o caminhão quisesse sair da estrada de novo diferente da primeira vez no entanto eu estava mais preparado lutei contra aquela força segurando o volante com toda a minha energia e passei pela curva suando frio quando olhei pelo retrovisor Vi apenas a estrada vazia e escura nada aconteceu mas o medo que senti naquela curva Foi algo que nunca mais conseguia esquecer passei o resto da viagem em silêncio e só me tranquilizei de verdade quando vi as luzes da
cidade ao longe não sabia se aquilo era minha mente pregando peças ou algo que realmente existia naquela Estrada Mas uma coisa eu decidi nunca mais passaria por aquela curva durante a noite estava na metade de uma viagem longa uma dessas que você precisa encarar de tempos em tempos como caminhoneiro a noite já tinha caído e o relógio no painel marcava quase 2as da manhã a estrada estava deserta e a única coisa que me mantinha acordado era a expectativa de chegar ao hotel que ficava cerca de 50 km dali sabia que era o único lugar decente
para parar tomar um banho e descansar a viagem estava tranquila até então o que era raro nada de problemas com o caminhão nada de trânsito Mas de repente comecei a sentir um certo desconforto uma sensação estranha de que eu não estava sozinho mesmo naquela Estrada completamente vazia na nossa profissão passamos tanto tempo na estrada que acabamos ignorando esses sentimentos é só o cansaço eu pensei tentando me concentrar no som monótono dos pneus no asfalto de repente os faróis iluminaram algo inesperado no meio da estrada uma figura pequena meu coração disparou parei o caminhão bruscamente era
uma criança sozinha em plena madrugada aquele momento foi surreal a criança estava parada no meio da estrada olhando diretamente para os faróis do caminhão era um menino devia ter uns sete ou 8 anos ele usava uma roupa simples mas algo na sua expressão me deixou desconfortável tinha algo de estranho na maneira como ele apenas ficava ali imóvel como se estivesse esperando por mim desci do caminhão pegando a lanterna no banco do passageiro o silêncio da noite era tão pesado que eu conseguia ouvir minha própria respiração Ei tá tudo bem minha voz ecoou pela estrada vazia
mas o garoto não respondeu fui me aproximando devagar meus passos ecoando no asfalto mas quando estava a poucos metros dele ele simplesmente desapareceu não houve nenhum som nenhum movimento brusco nada um segundo ele estava lá e no outro tinha sumido Fiquei parado sem saber o que pensar olhei ao redor mas não havia nada além da estrada escura e a luz da lua iluminando o caminho voltei para o caminhão trêmulo sem conseguir entender o que havia acabado de acontecer subi no caminhão e segui viagem mas a sensação de que alguma coisa não estava certa não me
deixou aquela estrada que parecia tão normal minutos antes agora parecia outra coisa como se algo estivesse me vigiando a estrada parecia mais longa do que o normal depois do que aconteceu meus olhos estavam fixos no asfalto mas minha mente não conseguia deixar de pensar no que vi ou melhor no que eu achava que tinha visto tentei me convencer de que era o cansaço Afinal já estava há horas dirigindo e os olhos às vezes veem o que querem mas aquela sensação de que algo estava errado não me abandonava enquanto tentava manter o foco na estrada olhei
para o retrovisor e senti um calafrio aquele menino ele estava lá de novo correndo atrás do caminhão com a mesma roupa a mesma expressão acelerando o passo sempre acompanhando a velocidade do veículo Eu pisei fundo no acelerador o coração disparado mas a criança continuava lá no retrovisor correndo incansavelmente Foi então que de repente ele sumiu de novo do mesmo jeito que apareceu desapareceu sem deixar rastro tentei me acalmar dizendo a mim mesmo que aquilo não podia ser real talvez fosse o estress talvez fosse só mais uma D histórias que os caminhoneiros contam para assustar uns
aos outros mas a pior parte estava por vir continuei dirigindo tentando me livrar daquela sensação de que algo ou alguém ainda estava ali a estrada estava vazia e eu já podia ver as luzes do hotel ao longe acelerei pronto para deixar tudo isso para trás e tentar dormir um pouco mas então algo estranho aconteceu quanto eu me aproximava do hotel vi a mesma figura parada à beira da estrada como se estivesse me esperando não podia ser o garoto estava lá de novo meu coro travou e eu instintivamente diminuí a velocidade quando passo ponto onde ele
estava olhei para o lado dessa vez não desapareceu apenas fic parado me olhando com aqueles olhos sem expressão e uma sensação de pânico tomou conta de mim finalmente Estacionei o caminhão no hotel entrei no lugar correndo e com a respiração ofegante contei o que tinha acontecido para o recepcionista o homem me olhou com uma expressão séria e apenas Balançou a cabeça lentamente você não é o primeiro a ver essa criança ele disse como se aquilo fosse algo comum dizem que muitos anos atrás Um menino morreu atropelado aqui na estrada desde então de vez em quando
ele aparece sempre à noite esperando que alguém o veja depois de ouvir aquilo senti um arrepio percorrer meu corpo aquela criança o que eu vi não era apenas imaginação algo naquela Estrada naquela noite queria ser visto subi para o quarto mas o sono não veio fácil naquela noite tudo que eu ouvia era o eco dos meus pensamentos e o barulho distante dos caminhões passando pela estrada me lembrando que por mais que tentasse esquecer aquela estrada nunca mais seria a mesma para mim