MÃE IDOSA DE 75 ANOS É HUMILHADA PELA FILHA E NETO, ATÉ QUE UMA VISITA INESPERADA MUDA TUDO...

66.69k views17499 WordsCopy TextShare
Histórias de um User
MÃE IDOSA DE 75 ANOS É HUMILHADA PELA FILHA E NETO, ATÉ QUE UMA VISITA INESPERADA MUDA TUDO... #his...
Video Transcript:
[Música] uma mãe idosa de 75 anos desmaia de exaustão no chão da cozinha ignorada pela filha e pelo neto que seguem suas vidas sem remorço mas quando uma visita Inesperada cruza a porta a verdade brutal dessa família vem à tona e o que acontece a seguir mudará para sempre o destino de todos eles se inscreva no canal para acompanhar mais histórias emocionantes como esta e não se esqueça de deixar seu curtir no vídeo para continuar assistindo a brisa da manhã atravessava as janelas entreabertas da casa antiga mas o frescor do dia não tinha lugar ali
as paredes que outrora abrigavam risos e conversas agora pareciam absorver o peso do Silêncio interrompido apenas pelo tilintar de louças na pia Dona Aparecida com seus 75 anos marcados no corpo franzino lavava cuidadosamente os pratos do café da manhã as mãos trêmulas revelavam uma fadiga que já não era apenas física minha nossa mãe olha essa xícara mal lavada Clara apareceu na cozinha com uma expressão de desgosto segurava uma xícara como se fosse um crime de proporções inaceitáveis Será que nem isso você consegue fazer direito Dona Aparecida SE encolheu como sempre fazia as palavras da filha
não eram novidade mas como da primeira vez eu já vou passar novamente respondeu com a voz Mansa tentando evitar mais uma discussão Clara bufou e saiu os saltos ecoando pelo corredor Aparecida estava acostumada a carregar fardos que não escolheu desde que ficou viúva há mais de três décadas sua vida havia sido dedicada aos filhos criara Clara e Marcos praticamente sozinha equilibrando empregos precários e o pouco dinheiro que tinha para oferecer-lhes o melhor possível Marcos agora era um homem feito morava em outra cidade e visitava esporadicamente ja Clara nunca saiu de casa depois de um casamento
fracassado voltou para a casa da mãe com o filho Artur então uma criança de 5 anos o menino cresceu e agora com 16 anos parecia mais um Eco do desprezo da mãe do que a promessa de algo melhor Artur entrou na cozinha arrastando os chinelos ainda meio sonolento Ele olhou para a avó sem muito interesse murmurou um bom dia quase inaudível e se Serviu de cereal deixando migalhas por toda a mesa que Aparecida acabara de limpar Bom dia meu filho quer que eu prepare alguma coisa para você perguntou ansiosa para agradá-lo não precisa respondeu seco
sem erguer os olhos a solidão de Aparecida era palpável mesmo em uma casa cheia no início da tarde o som de um carro estacionando na frente da casa despertou uma Rara onda de expectativa em Aparecida Marcos estava ali ela abriu a porta antes que ele tocasse a campainha sorrindo como se fosse uma criança recebendo um presente meu filho que surpresa boa Marcos a abraçou com carinho mas ao entrar na casa percebeu rapidamente o peso no ar ele tinha essa habilidade peculiar de ler ambientes e algo estava errado sentaram-se na sala e conversaram por um tempo
mas dona Aparecida evitava detalhar sua rotina sabia que Marcos desconfiava mas preferia manter a aparência de normalidade a última coisa que queria era causar problemas entre os irmãos Clara apareceu no meio da conversa sem esconder seu incômodo com a presença do irmão veio nos dar um sermão Marcos ou só está aqui para fingir que se importa disse com sarcasmo Evidente Marcos ignorou a provocação mas não deixou de notar o Tom Artur ao passar pela sala deu uma risada abafada mais tarde enquanto Marcos tomava um café na cozinha ouviu Clara gritar com a mãe no quarto
ao lado você só serve para atrapalhar se pelo menos tivesse feito algo direito na sua vida eu não estaria que presa nessa casa Marcos apertou a xícara com força Ele queria intervir Mas sabia que precisava de mais do que um impulso no fundo sempre soube que havia algo errado mas a intensidade do que ouviu naquele dia o deixou abalado quando Dona Aparecida voltou à cozinha sua expressão era de cansaço mas ela forçava um sorriso O café está bom meu filho perguntou tentando mudar o foco Marcos segurou a mão com firmeza mãe isso precisa mudar Dona
Aparecida apenas suspirou ela sabia que algo tinha que mudar só não sabia se ainda tinha forças para enfrentar o que viria a seguir a noite caiu sobre a casa com um silêncio quase sufocante apenas o som da televisão preenchia o ambiente com Clara assistindo Distraí m a uma novela no sofá Dona Aparecida estava na cozinha lavando os pratos do jantar o peso do dia Parecia ter dobrado sobre seus ombros mas ela continuava como sempre em silêncio mãe que demora gritou Clara da sala não sei porque você ainda insiste em fazer as coisas se não dá
conta Aparecida apertou os lábios não respondeu apenas aumentou o ritmo das mãos ensaboadas como se isso fosse suficiente para evitar mais uma discussão mas Clara nunca satisfeita se lev Lou e entrou na cozinha os braços cruzados e uma expressão de Puro desdém Olha isso aqui disse Clara segurando um prato com uma mancha minúscula de gordura é isso que você chama de limpar que nojo você quer que a gente fique doente Aparecida parou olhando para o prato como se ele fosse um espelho de sua própria fragilidade antes que pudesse dizer qualquer coisa Artur entrou na cozinha
atraído pelo tom de voz da O que foi agora perguntou ele com um sorriso malicioso percebendo a atenção sua avó acha que isso é lavar pratos respondeu Clara mostrando o prato para o filho Artur riu alto aquela risada desdenhosa que queimava no peito de Aparecida puxa Avó nem isso você consegue tá na hora de se aposentar de vez hein zombou ele se encostando na porta Marcos que havia decidido passar a noite na casa da mãe ouvia tudo da sala ele havia tentado Ignorar as provocações ao longo do dia mas agora era impossível levantou-se rapidamente e
entrou na cozinha o que está acontecendo aqui perguntou a voz firme e os olhos fixos em Clara Clara ergueu as sobrancelhas surpresa com a interrupção nada que seja da sua conta Marcos Estou só tentando ensinar Nossa mãe a fazer algo direito Marcos olhou para o prato na mão de Clara depois para a Aparecida que evitava seu olhar havia algo em sua postura que o partiu ao meio ela parecia uma criança sendo repreendida por algo que não sabia ter feito errado ensinar Marcos respondeu o Tom agora carregado de indignação Desde quando humilhar uma pessoa é a
mesma coisa que ensinar Clara bufou Ah claro o salvador da pátria chegou não vive aqui não sabe como as coisas são mas adora dar lição de moral Marcos deu um passo à frente mas dona Aparecida interveio rapidamente segurando o braço dele não meu filho por favor não precisa disso está tudo bem disse quase em um sussurro está tudo bem Marcos repetiu incrédulo você acha que isso é normal Aparecida não respondeu apenas abaixou a cabeça e voltou a lavar os pratos tentando encerrar a discussão a tensão no ar era quase tangível Clara soltou uma risada sarcástica
e saiu da cozinha puxando Artur consigo o adolescente lançou um último olhar zombeteiro para Marcos antes de desaparecer no corredor Marcos Ficou ali parado observando a mãe em silêncio ela parecia tão pequena tão frágil diante da pia que a raiva que sentia se transformou em algo mais profundo tristeza mãe você não precisa passar por isso disse com a voz mais suave desta vez eles não são maus Marcos só só estão cansados é tudo Clara tem uma vida difícil sabe e Artur é só um menino isso não justifica o que eles fazem com você insistiu ele
Aparecida Secou as mãos em um pano e finalmente olhou para o filho havia algo em seu olhar que doía uma mistura de resignação e esperança como se Esperasse que ele entendesse algo que ela mesma não conseguia explicar eu já passei por tantas coisas meu filho isso isso não é nada Marcos não conseguiu dormir naquela noite ficou horas deitado no quarto os olhos fixos no teto enquanto revivia a cena da cozinha a imagem da mãe sendo humilhada não saía de sua cabeça na manhã seguinte ao descer para a cozinha encontrou parecida cuidando do café da manhã
como nada esse acontecido Clara e Artur já estavam na mesa falando sobre assuntos triviais e atenção da noite anterior Parecia ter evaporado para eles mas para Marcos as fissuras na fachada estavam cada vez mais evidentes Bom dia disse ele sentando-se dormiu bem perguntou a parecida com aquele mesmo sorriso cansado não muito clara deu de ombros TZ vocêe ficar menos preocupado com o que não é da sua conta Marcos a ignorou e voltou-se para a mãe mãe a gente precisa conversar depois a sós Aparecida hesitou Mas assentiu Marcos sabia que a conversa seria difícil mas algo
dentro dele dizia que precisava ser feita Dona Aparecida estava sentada no pequeno banco de madeira do quintal o sol da manhã acariciava suas mãos enrugadas e por num breve momento o peso da vida parecia menor mas a mente inquieta como sempre não dava trégua enquanto olhava para o Céu Azul sua memória a puxava para um tempo distante quando a vida era diferente e igualmente difícil a morte de Vicente seu marido foi o marco de uma Nova Era para Aparecida ele era um homem trabalhador e carinhoso e sua ausência deixou um vazio que parecia impossível de
encher Clara tinha apenas 12 anos e Marcos seis naquele dia a parecida sentiu que o chão sob seus pés havia desaparecido como vou fazer agora Vicente murmurou para o silêncio do quarto apertando uma camisa dele contra o peito a resposta nunca veio no dia seguinte Aparecida se levantou como se fosse uma máquina programada para continuar ela arranjou um emprego como cozinheira em um restaurante saía de casa antes do amanhecer e voltava tarde da noite Exausta mas determinada enquanto cozinhava para desconhecidos pensava em como Clara e Marcos estavam se virando sozinhos em casa houve dias em
que ela não tinha forças para subir as escadas dormia no sofá acordando sobressaltada ao lembrar que precisava preparar algo para as crianças levarem à escola Mãe por que você não descansa Clara perguntou certa vez já adolescente porque filha descansar não paga as contas respondeu Aparecida com um sorriso cansado enquanto esticava a massa de pão na mesa essas noites pareciam intermináveis mas a parecida se agarrava à ideia de que tudo aquilo era temporário o futuro de seus filhos dependia de seu esforço e ela faria o que fosse necessário Clara foi a primeira a mostrar sinais de
rebeldia a adolescência trouxe consigo o desafio de lidar com uma menina que sentia ausência do pai de forma intensa havia discussões frequentes sobre horários roupas e amizades que preocupavam Aparecida uma noite Clara voltou para casa tarde e Aparecida esperava na sala os olhos inchados de preocupação Onde você estava já viu a hora perguntou tentando trolar o nervosismo com amigos mãe eu não sou criança respondeu Clara jogando a mochila no chão não é criança mas também não é adulta enquanto viver sob o meu teto vai respeitar as regras Clara não respondeu apenas subiu às escadas batendo
a porta do quarto foi naquele momento que a parecida sentiu a solidão pela primeira vez mesmo com os filhos Sob O Mesmo Teto Marcos por outro lado sempre foi mais próximo ele a ajudava com as tarefas domésticas e ouvia pacientemente quando ela desabafava era como um sopro de alívio no meio da tempestade uma lembrança específica emergiu na mente de Aparecida uma noite em que Marcos acordou e a encontrou chorando na cozinha ele tinha apenas 10 anos mas se aproximou oferecendo um abraço pequeno porém reconfortante está tudo bem mãe está sim meu filho só estava pensando
no papai respondeu ela enxugando rapidamente as lágrimas ele está no céu né está e ele está muito orgulhoso de você Marcos sorriu e aquele momento deu a Aparecida forças para enfrentar mais um dia os flashbacks a levaram ao dia em que Clara retornou para casa divorciada e com um menino nos braços Artur era pequeno e a parecida o recebeu com amor como se fosse mais um filho mãe eu não tenho para onde ir disse Clara em lágrimas minha filha a casa sempre será sua respondeu Aparecida abraçando-a no entanto o que começou como uma nova chance
de União familiar logo se tornou um ciclo de dependência e ressentimento Clara parecia carregar consigo um peso que descontava na mãe Aparecida por outro lado não conseguia dizer não a brisa do quintal trouxe Aparecida De Volta ao presente olhou para as mãos calejadas e percebeu como haviam mudado ao longo dos anos cada marca contava uma história mas ninguém parecia se importar com elas ela se perguntou se seus sacrifícios haviam valido a pena criar os filhos com amor e dedicação não deveria ser recompensado com respeito o vazio em seu peito medida que essas perguntas ecoavam está
aí mãe a voz de Clara interrompeu seus pensamentos Aparecida olhou para a filha agora uma mulher adulta mas com a mesma expressão impaciente da adolescência estou aqui sim respondeu levantando-se com esforço Artur precisa de ajuda com a lição vai lá enquanto eu termino o que estava fazendo Aparecida assentiu como sempre fazia não havia espaço para protestos enquanto caminhava para dentro sentiu uma pontada de dor no coração não era física mas uma tristeza profunda que parecia mais pesada naquele dia Marcos chegou à casa de sua mãe mais cedo do que o habitual naquela manhã a lembrança
da noite anterior com clara e Artur ridicularizando a parecida ainda estava fresca em sua mente ele sentia A Urgência de fazer algo de tentar reverter a situação antes que fosse Tarde Demais encontrou Aparecida varrendo o quintal os movimentos lentos e calculados ao avistá-lo ela parou encostando-se ao cabo da vassoura como se o simples ato de se manter em pé Já fosse um desafio não precisava vir tão cedo meu filho deve estar cansado de viajar tanto disse ela forçando um sorriso não estou cansado mãe Na verdade queria conversar com Clara o sorriso de apare desapareceu quase
instantaneamente Marcos por favor não quero confusão não é confusão mãe é uma conversa que já deveria ter acontecido há muito tempo Aparecida suspirou mas não disse mais nada ela sabia que quando Marcos tomava uma decisão era difícil fazê-lo mudar de ideia ele entrou na casa e encontrou Clara na sala com Artur ao lado ambos concentrados em seus celulares o som de notificações e vídeos preenchia o ambiente de forma irritante Clara podemos conversar perguntou Marcos direto Clara levantou os olhos surpresa e em seguida arqueou as sobrancelhas conversar sobre o quê sobre como você tem tratado a
nossa mãe Artur desviou o olhar para Marcos mas não disse nada Clara no entanto riu como se ele tivesse contado uma piada Ah então é isso você vem aqui passa um ou dois dias e acha que pode me dar sermão não é um sermão é uma tentativa de entender porque você está descontando suas frustrações nela Clara colocou o celular de lado o sorriso desaparecendo de seu rosto você não sabe nada da minha vida Marcos absolutamente nada não preciso saber tudo para ver o que está na minha frente Clara nossa mãe merece respeito e o que
vocês fazem com ela está longe disso a voz de Marcos era firme mas controlada ele estava tentando manter a calma mas o olhar de indiferença de Clara fazia seu sangue ferver Ah claro porque você é o filho perfeito não é aquele que foi embora que fugiu de tudo enquanto eu fiquei aqui cuidando dela Marcos cruzou os braços sem desviar o olhar você chama isso de cuidar humilhar e sobrecarregar alguém a cuidar Clara se levantou agora claramente irritada sabe qual é o problema Marcos O problema é que você não entende como essa mulher estragou a minha
vida as palavras cortaram o ar como uma faca Marcos piscou atordoado mas não recuou do que você está falando do fato de que ela sempre te tratou melhor você sempre foi o favorito o menino de ouro enquanto eu ficava aqui invisível quando meu casamento acabou eu tive que voltar para cá e ela me fez sentir como um peso então não venha me dizer como devo agir Marcos Balançou a cabeça incrédulo Isso é coisa da sua cabeça Clara a nossa mãe fez tudo o que pode para criar a gente ela se matou de trabalhar para que
tivéssemos o mínimo clara bufou como se não acreditasse em uma palavra ela se matou de trabalhar mas nunca teve tempo para mim sempre era você você você que até então tinha permanecido em silêncio finalmente se manifestou Talvez ele tenha razão mãe às vezes parece que você exagera com avó Clara virou-se para o filho o olhar chocado o quê você está do lado dele agora não é isso só que eu vejo como você fala com ela e sei lá acho que não é certo o comentário de Artur teve um peso inesperado na discussão Clara Olhou de
um para outro como se tentasse processar o que estava acontecendo ah ótimo agora até meu filho está contra mim parabéns Marcos você conseguiu isso não é sobre mim ou você Clara disse Marcos com a voz mais baixa É sobre o que é certo e você sabe que o que está fazendo não é Clara passou as mãos pelos cabelos claramente frustrada mas não respondeu ela apenas pegou o celular e saiu da sala subindo às escadas e batendo a porta do quarto Marcos respirou fundo tentando aliviar a tensão que se acumulava em seus ombros Artur permaneceu sentado
olhando para ele com um misto de desconforto e admiração você acha que ela vai mudar perguntou o adolescente finalmente Quebrando o Silêncio eu não sei Artur mas às vezes a gente precisa ouvir coisas que não quer para perceber o que está errado Artur assentiu mas não disse mais nada Marcos se levantou e voltou para o quintal onde encontrou a parecida sentada no mesmo banco de madeira os olhos baixos ouvi tudo disse ela antes que ele pudesse dizer qualquer coisa Mãe eu ela ergueu a mão interrompendo Obrigada meu filho mas não quero que isso destrua vocês
dois vocês são irmãos Marcos sentou-se ao lado dela segurando suas mãos com cuidado não é sobre destruir nada mãe é sobre te dar a dignidade que você merece ela sorriu mas era um sorriso melancólico carregado de anos de cansaço você é um bom filho Marcos Só espero que Clara consiga enxergar isso um dia eles ficaram ali em silêncio enquanto o vento balançava suavemente as folhas das Árvores O Confronto havia sido Apenas o Começo Mas Marcos sabia que o caminho para resol ver aquele caos familiar seria longo e cheio de desafios Arthur estava no sofá os
olhos fixos na tela do celular mas sem realmente prestar atenção os sons dos vídeos curtos que costumava assistir incessantemente pareciam irritá-lo naquele dia a discussão da manhã ainda ecoava em sua mente especialmente o Tom firme de Marcos e as palavras sobre como tratavam sua avó ele tentou afastar os pensamentos mas algo o incomodava pela primeira vez sentiu que a risada que havia dado na cozinha quando Clara zombou de Dona Aparecida não tinha sido tão divertida assim a voz Suave da avó o trouxe de volta à sala Artur fiz um pouco de bolo sei que você
gosta desse ela segurava um prato com um pedaço Generoso de bolo de cenoura coberto com uma camada espessa de chocolate ele assentiu sem dizer nada e ela colocou o prato na mesinha de centro Antes de Voltar para a cozinha por um momento ele ficou olhando para o bolo era uma das poucas coisas que realmente gostava de comer e sua avó sabia disso mesmo depois do que tinha acontecido mesmo depois de ele ter Rido dela lá estava o bolo como um pequeno gesto de carinho que ele não tinha pedido mas que ela havia oferecido de qualquer
maneira ele pegou o prato e a primeira mordida o sabor era familiar mas agora vinha acompanhado de uma sensação desconfortável no peito na cozinha ele encontrou Dona Aparecida dobrando uma toalha de mesa os movimentos lentos e precisos ele parou na porta observando-a sem que ela percebesse pela primeira vez reparou nas mãos dela finas marcadas por veias proeminentes mas ainda ágeis ele se lembrou de como quando criança Aquelas mesmas mãos costumavam acariciar sua cabeça enquanto ela contava histórias vó você sempre faz bolo de cenoura para mim perguntou a voz saindo hesitante ela se virou surpresa com
a pergunta mas sorriu Claro meu filho desde que você era pequeno é o seu Favorito não é ele assentiu enfiando as mãos nos bolsos É sim ela voltou a dobrar a toalha mas havia algo no sorriso dela que o fez ficar ali mais tempo do que planejava mais tarde Artur estava em seu quarto quando ouviu Clara gritar com a avó novamente ele não conseguiu captar exatamente as palavras mas o Tom familiar de desprezo era inconfundível ele hesitou sem saber se deveria intervir Mas acabou ficando onde estava quando finalmente saiu do quarto encontrou Dona Aparecida na
sala ela estava sentada no sofá costur algo com uma expressão tranquila como se o episódio com clara não tivesse acontecido o que você está costurando vó perguntou sentando-se ao lado dela um remendo para sua calça vi que estava rasgada e achei que fosse precisar Ele olhou para o tecido nas mãos dela e sentiu um nó na garganta era tão simples mas ele nunca tinha pensado em quem fazia essas coisas por ele não precisava se preocupar com isso eu ia dar um jeito disse tentando soar indiferente Mas eu me preocupo Artur você é meu neto quero
que tenha sempre o melhor mesmo que sejam coisas pequenas as palavras dela ficaram ecoando em sua cabeça por horas ele se lembrava de vezes em que tinha ignorado ou até Rido de gestos como aquele mas agora parecia diferente naquela noite Artur ficou acordado ouvindo os ruídos baixos da casa dona Aparecida levantou para ir à cozinha e preparar algo e ele percebeu que nunca havia pensado em como ela fazia tantas coisas para eles sem esperar nada em troca na manhã seguinte ele desceu para a cozinha e a encontrou Já acordada como sempre V vó quer que
eu te ajude com alguma coisa perguntou de forma repentina quase se arrependendo de ter falado ela parou o que estava fazendo e olhou para ele surpresa ajuda ó meu filho não precisa se preocupar você tem coisas da escola para fazer não é ele Balançou a cabeça não tá tudo tranquilo posso lavar a louça ou sei lá qualquer coisa o sorriso dela iluminou o rosto cansado se quiser mesmo pode me ajudar a tirar a poeira da sala mas só se não for te atrapalhar Artur foi até a sala e começou a limpar não era algo que
fazia com frequência mas por algum motivo queria mesmo ajudar enquanto tirava a poeira de uma prateleira encontrou um porta-retrato antigo a foto mostrava Dona Aparecida mais jovem segurando Clara e Marcos ainda crianças ela sorria mas havia algo nos olhos dela que chamou sua atenção um brilho de alegria e esperança que ele não via mais quando ela entrou na sala ele segurou a moldura Essa foto é da época em que minha mãe e o tio o Marcos eram crianças ela olhou para a imagem e seus olhos pareciam vagar por um tempo que existia apenas na memória
dela sim foi pouco antes do seu avô partir eles eram tão pequenos tão cheios de energia Artur olhou para a foto novamente a senhora parecia tão feliz eu era feliz ainda sou de certa forma só que a vida tem formas diferentes de nos mostrar isso ele não sabia o que diz então apenas devolveu o porta-retrato ao lugar mas algo dentro dele parecia estar mudando como se pela primeira vez ele estivesse vendo a avó como ela realmente era alguém que amava sem limites mesmo quando não recebia nada em troca ainda assim Artur não conseguia se libertar
completamente da influência de Clara ele sabia que a mãe ficaria Furiosa se percebesse que ele estava começando a questionar a forma como tratavam dona isso o deixava dividido entre dois mundos o conforto familiar da conformidade e a inquietação de perceber que algo estava errado ele voltou para o quarto naquela noite determinado a observar mais não sabia ainda o que fazer mas sabia que não podia ignorar o que estava sentindo o sol da manhã estava suave iluminando o quintal com uma luz quente e acolhedora dona Aparecida estava ali parada em frente ao que restava de seu
Velho Jardim o pequeno espaço que um dia foi um refúgio vibrante agora era uma mistura de terra endurecida e ervas daninhas os canteiros que antes abrigavam flores coloridas e ervas aromáticas estavam abandonados engolidos pelo tempo e pela negligência ela suspirou passando os dedos pelos cabelos já grisalhos aquele Jardim era um pedaço de sua alma que havia deixado para trás quantas tardes felizes ela havia passado ali plantando cuidando vendo a vida Florescer era como se o Jardim refletisse sua própria jornada um dia cheio de vitalidade mas agora esquecido sufocado por uma rotina que AD drenava sem
pensar muito ela se ajoelhou e começou a puxar as ervas daninhas suas mãos frágeis trabalhavam com cuidado arrancando as raízes que haviam tomado conta do solo a dor nas costas e o incômodo nos joelhos não importavam pela primeira vez em muito tempo sentia que estava fazendo algo por si mesma enquanto trabalhava ela se lembrou de como o Jardim havia começado era um presente de Vicente seu falecido marido ele sabia que Aparecida adorava flores e construiu o espaço com suas próprias mãos era ali que ela ia quando precisava de paz longe das preocupações do dia a
dia ainda estou aqui Vicente murmurou com um pequeno sorriso como se ele pudesse ouvi-la horas se passaram mas ela não percebeu pequenos Progressos começaram a surgir um canteiro Limpo aqui um pedaço de terra revivido ali Aparecida Começou a sentir um novo tipo de energia algo que há muito tempo não experimentava Artur curioso com a ausência da avó dentro de casa foi até o quintal ele parou na porta obando enquanto trabalhava era uma cena que ele nunca tinha visto antes a parecida parecia diferente mais Viva Mais determinada O que você tá fazendo aí vó perguntou cruzando
os braços a parecida levantou os olhos enxugando o suor da testa com as costas da mão estou limpando o jardim Já estava na hora não acha Artur deu de ombros mas se aproximou olhando para o pedaço de terra onde ela trabalhava nem sabia que isso era um jardim parece só terra e mato era um jardim bonito meu filho flores ervas até umas frutas pequenas tudo crescia aqui ele arqueou uma sobrancelha tentando imaginar aquilo por que parou de cuidar dele a pergunta pegou Aparecida de surpresa ela largou a ferramenta improvisada que usava e olhou para o
neto acho que com o tempo fui deixando outras coisas ocupar parem o lugar sempre havia algo mais urgente algo que parecia mais importante Artur não disse nada Mas continuou observando enquanto ela voltava a trabalhar era estranho ver sua avó assim tão focada em algo ele estava acostumado a vê-la como uma figura quase invisível sempre à margem das coisas que importavam precisa de ajuda perguntou de repente Aparecida levantou o olhar novamente surpresa mas sorriu Só se você quiser meu filho ele hesitou por um momento mas depois se ajoelhou ao lado dela pegou um pedaço de madeira
que estava por perto e começou a cavar na terra endurecida os dois trabalharam em silêncio por um tempo mas era um silêncio confortável Arthur não tinha ideia de como cuidar de um jardim mas o simples ato de estar ali fazendo algo ao lado da avó parecia importante como você vai fazer isso voltar a ser um jardim perguntou ele depois de um tempo um pouco de cada vez primeiro limpamos depois plantamos E então cuidamos até que as coisas cresçam de novo parece trabalhoso é mas vale a pena ver a vida crescer É sempre bom Artur olhou
para o solo que havia acabado de remexer não parecia grande coisa mas a forma como a avó falava dava a entender que para ela aquilo era um mundo inteiro mais tarde Clara apareceu na porta do quintal ela olhou para os dois o rosto marcado por uma expressão de incredulidade O que vocês estão fazendo aí perguntou o Tom carregado de desdém cuidando do Jardim respondeu Aparecida sem desviar os olhos do que fazia Clara riu balançando a cabeça como se isso fosse importante vai gastar suas energias com terra agora mãe não acha que tem coisas mais úteis
para fazer Aparecida não respondeu mas Artur olhou para a mãe sentindo uma pontada de irritação não é como se a vó estivesse fazendo algo errado deixa ela cuidar do jardim Clara estreitou os olhos mas não disse nada apenas deu de ombros e voltou para dentro Aparecida olhou para o neto surpresa com o comentário dele mas decidiu não falar sobre isso Ela sabia que Artur estava começando a enxergá-la de uma forma diferente e isso era o suficiente naquela noite enquanto Aparecida tomava banho Artur Voltou ao quintal ele observou o pequeno pedaço de terra que haviam Limpo
juntos e tentou imaginar o que poderia crescer ali talvez flores coloridas como ela havia mencionado ou frutas que ele mesmo poderia comer pela primeira vez o espaço Parecia ter potencial vida crescer hein murmurou para si mesmo antes de voltar para dentro o Jardim ainda estava longe de ser o refúgio que um dia foi mas a parecida havia dado o primeiro passo e sem perceber também havia plantado algo no coração de Artur uma semente de compreensão e empatia que começava a germinar Marcos chegou à casa da mãe no início da tarde carregando uma sacola de compras
era um gesto pequeno mas ele sabia que dona Aparecida insistiria em dizer que ele não precisava gastar dinheiro com aquilo no entanto após os últimos dias ele sentia que precisava fazer mais muito mais encontrou-a no quintal sentada em um banco improvisado próximo ao Jardim que ela havia começado a revitalizar ao lado dela Artur estava agachado mexendo em algo na terra a cena o surpreendeu Então agora você tem um assistente mãe brincou ao se aproximar Arthur ergueu os olhos e deu de ombros visivelmente envergonhado mas não deixou o trabalho de lado ele quis ajudar e eu
achei que fosse bom ensinar respondeu Dona Aparecida com um sorriso discreto está ficando bonito comentou Marcos observando o pequeno espaço jis Limpo com alguns sinais de vida surgindo no meio da terra antes abandonada depois de um tempo Artur voltou para dentro deixando os dois sozinhos no quintal Marcos sentou-se ao lado da mãe colocando a sacola ao lado dela trouxe umas coisas para você uns alimentos frescos e umas mudas para o Jardim ela olhou para ele balançando a cabeça com ternura Você é sempre tão Generoso meu filho mas não precisa se preocupar comigo Sim eu me
preocupo porque você merece mãe e é justamente por isso que eu queria conversar com você sobre outra coisa Dona Aparecida percebeu o Tom sério na voz do filho e ajeitou se no banco o que foi Marcos respirou fundo antes de continuar eu acho que você deveria vir morar comigo O silêncio que se seguiu foi tão denso que até o som dos passarinhos ao redor pareceu desaparecer Dona Aparecida arregalou os olhos surpresa e então soltou uma risada curta quase nervosa não diga essas coisas Marcos minha casa é aqui mãe essa casa pode ser sua mas não
é seu lar não quando você é tratada como é a expressão dela mudou ela desviou o olhar fixando-se no Jardim não é tão simples assim meu filho e por que não seria insistiu Marcos meu apartamento tem espaço e eu trabal perto de você não precisaria seoc n e Clara e Artur Marcos fez uma careta Clara é AD mãe elaia cuid Pria vida e quanto a Artur está mais próximo do dela timamente também tem aprend li próprias responses Dona Aparecida balanou a cabeça não posso fazer isso com eles não é sobre eles mãe é sobre você
quando foi a última vez que você colocou sua felicidade em primeiro lugar ela ficou em silêncio apertando o pano que segurava em mãos Eu sei que você quer o meu bem Marcos mas sair daqui só vai causar mais problemas vai gerar briga entre vocês dois e eu não quero isso e continuar aqui não está te machucando perguntou Marcos com a voz cheia de frustração ela olhou para ele com olhos marejados eu aprendi a viver com isso meu filho Marcos sentiu uma onda de indignação crescer dentro dele mas conteve-se ele não queria piorar as coisas segurou
a mão dela e a apertou suavemente mãe viver não é só aguentar não deveria ser assim Dona Aparecida apertou os lábios sem responder Marcos suspirou percebendo que não seria fácil convencê-la eu não vou insistir agora mas quero que saiba que a porta está aberta sempre se um dia você decidir que já chega eu estarei esperando ela sorriu um sorriso tímido e triste mas cheio de gratidão Obrigada meu filho quando Marcos entrou na casa encontrou Clara na cozinha mexendo no celular ela levantou os olhos para ele e já percebeu que algo estava errado o que você
fez agora perguntou fechando o celular nada que você não devesse ter feito há anos respondeu Marcos deixando claro o tom de reprovação Clara levantou-se cruzando os braços Ah claro o irmão perfeito sempre sabe o que é melhor não se trata de ser perfeito Clara se trata de cuidar da nossa mãe ela não merece viver assim ela vive assim porque quer se quisesse outra coisa Teria feito algo a respeito há muito tempo Marcos estreitou olhos incrédulo com as palavras da irmã ela vive assim porque se preocupa mais com você e Artur do que consigo mesma você
nunca percebeu isso Clara bufou revirando os olhos lá vem você com o discurso heroico de novo é fácil falar quando você não tem que lidar com isso todos os dias e é fácil ignorar quando você só olha para si mesma Clara a tensão entre eles era palpável Marcos respirou fundo tentando manter a calma eu ofereci para ela ir morar comigo Clara congelou você o quê você ouviu Eu ofereci para ela ir morar comigo mas ela recusou porque sabe ela ainda se preocupa com você Clara ficou em silêncio por um momento o rosto indecifrável então soltou
uma risada amarga claro que recusou ela não vai a lugar nenhum essa casa é dela E é exatamente por isso que você acha que pode tratá-la como trata disparou Marcos você não entende nada gritou Clara batendo a mão na mesa entendo o suficiente para saber que isso não é saudável nem para ela nem para você Marcos virou-se e começou a sair da cozinha antes de ir olhou por cima do ombro e disse com a voz firme um dia você vai perceber o que está fazendo Clara Espero que não seja t demais Clara não respondeu ficou
parada na cozinha os braços cruzados enquanto a culpa começava a pesar no quintal Marcos encontrou Artur sentado no banco ao lado de Dona Aparecida ele estava quieto mas o olhar sério mostrava que estava absorvendo tudo o que havia acontecido Marcos sabia que o adolescente estava começando a entender está tudo bem perguntou ur levant os ol para o tio Marcos assentiu Ainda não mas vai ficar ele sabia que o caminho seria longo mas a conversa com Dona Aparecida e o embate com Clara foram apenas os primeiros passos para a mudança que ele tanto desejava o dia
amanheceu abafado e a casa parecia refletir o clima pesado que pairava entre os moradores Dona Aparecida estava na cozinha esfregando o chão com vigor seus movimentos eram lentos e o suores corria pela testa mas ela não parava o calor e o esforço físico exigiam mais do que ela podia oferecer mas como sempre ela ignorava os sinais do corpo pedindo descanso Clara entrou na cozinha apressada com uma expressão impaciente mãe você ainda não terminou isso tenho coisas para fazer e preciso que o chão esteja seco antes de eu sair Aparecida não respondeu imediatamente respirou fundo apoiando-se
no cabo da vassoura para recuperar o fôlego Estou quase terminando minha filha só mais alguns minutos Clara revirou os olhos e saiu murmurando algo sobre como tudo demorava quando dependia de sua mãe quando a porta da cozinha se fechou Aparecida abaixou-se novamente para continuar esfregando sentia as mãos trêmulas e uma tontura insistente que tornava difícil focar-nos a azulejos do chão mas ela continuou tinha que terminar sempre tinha Marcos chegou no fim da manhã trazia um pacote de coisas para a casa e planejava passar mais tempo com a mãe Naquele dia quando entrou pela porta da
frente encontrou Artur no sofá com os fones de ouvido e aí garoto sua vó está por aqui perguntou Marcos Artur tirou um dos fones está na cozinha acho fazendo alguma coisa Marcos seguiu para a cozinha mas parou abruptamente na entrada a cena diante dele fez seu coração disparar Dona Aparecida Estava caída no chão o balde de água derramado ao lado ela parecia inerte os olhos fechados Enquanto sua respiração era irregular mãe gritou Marcos correndo até ela o som fez Artur levantar-se de imediato correndo para a cozinha o que aconteceu perguntou ele a voz carregada de
pânico chama uma ambulância agora ordenou Marcos enquanto tentava acordar Aparecida Artur puxou o celular com mãos trêmulas e discou o número de emergência enquanto Marcos inclinava a cabeça da mãe tentando mantê-la confortável até que o socorro chegasse Clara voltou para casa pouco depois de a ambulância ter levado Dona Aparecida ao hospital encontrou Marcos e Artur na sala ambos visivelmente abalados o que está acontecendo perguntou ela olhando de um para o outro sua mãe desmaiou Clara desmaiou de cansaço de tanto se sobrecarregar com coisas que você deveria estar fazendo disparou Marcos sem conter a raiva Clara
piscou atordoada ela está bem Não sei respondeu Marcos e a culpa disso é sua minha Clara levantou a voz descrente não me vem com esse discurso ela sempre quer fazer tudo sozinha nunca me pediu ajuda porque você a colocou nessa posição você nunca se preocupou com o que ela sente ou com o que ela precisa Artur observava o embate em silêncio o rosto pálido ele sabia que o tio estava certo mas também sentia que tinha parte na culpa vocês dois precisam parar com isso gritou ele de repente atraindo os olhares surpresos de Marcos de Clara
o que importa agora é avó a tensão na sala diminuiu um pouco mas não desapareceu Clara cruzou os braços e desviou o olhar enquanto Marcos respirava fundo tentando recuperar a calma no hospital o médico que atendeu Dona Aparecida explicou que ela havia sofrido um episódio de exaustão Severa O desmaio foi resultado de desidratação e esforço físico excessivo comb com o calor intenso daquele dia ela vai precisar descansar por um tempo disse o médico nada de atividades pesadas e é importante que a senhora se alimente bem e se mantenha hidratada Dona Aparecida assentiu envergonhada obrigada doutor
Marcos estava ao lado da mãe segurando sua mão Clara e Artur haviam chegado logo depois mas Clara permanecia em silêncio Artur por outro lado parecia inquieto vou cuidar da senhora avó disse ele finalmente Quebrando o Silêncio Dona Aparecida sorriu mas seus olhos Estavam tristes eu fico bem meu filho Vocês não precisam se preocupar Como assim mãe questionou Marcos Claro que vamos nos preocupar você não pode continuar vivendo daquele jeito ele está certo vó completou Artur isso nunca deveria ter acontecido Dona Aparecida olhou para Clara mas a filha desviou o olhar o silêncio entre elas era
pesado cheio de coisas não ditas de volta para casa a tensão era quase insuportável Marcos ajudou a mãe a se acomodar em sua cadeira favorita na sala enquanto Artur trouxe um copo de água clara ficou ao fundo observando Marcos decidiu confrontá-la novamente você vai ajudar daqui para frente Clara não tem mais desculpas e você acha que pode ditar as regras da minha casa agora retrucou ela tentando soar desafiadora mas sua voz tremia levemente não é sobre a sua casa é sobre a nossa mãe se você não consegue ver isso Clara Talvez seja você quem precisa
ir embora as palavras atingiram clara como um soco ela abriu a boca para responder mas não conseguiu encontrar o que dizer em vez disso saiu da sala subindo as escadas rapidamente Artur olhou para Marcos ela vai mudar Espero que sim Artur por sua avó enquanto os dois olhavam para a dona Aparecida que descansava com os olhos fechados ambos sabiam que algo Precisava mudar a fragilidade dela havia ficado Clara para todos e ignorar aquilo seria um erro que ninguém poderia se perdoar Dona Aparecida estava sentada em sua cadeira favorita a luz suave da manhã entrando pela
janela a conversa da noite anterior ainda ecoava em sua mente Marcos havia sido enfático algo Precisava mudar mas a mudança que ele esperava parecia cada vez mais distante Clara continuava agindo como se nada tivesse acontecido e Aparecida Sabia que não podia mais viver daquela maneira os últimos dias haviam sido como um alerta O desmaio os olhares preocupados de Marcos e Artur no hospital até mesmo o silêncio desconfortável de Clara tudo indicava que eraa hora de tomar uma atitude pela primeira vez em anos ela permitiu-se pensar em si mesma ela levantou-se com dificuldade e foi até
o quarto pegou uma pequena mala que há tempos não usava tirando o pó acumulado não precisaria de muitas coisas apenas o essencial enquanto dobrava suas roupas o peso da decisão Ava a se dissipar sendo substituído por uma calma Inesperada No fundo ela sabia que essa mudança não seria fácil para ninguém mas Aparecida estava Exausta precisava de um tempo longe um tempo para respirar para redescobrir quem era na sala Marcos chegou e encontrou sua mãe com a mala pronta ao lado da cadeira Ele olhou para ela surpreso mas também impressionado com sua expressão de determinação mãe
o que está acontecendo ela suspirou apoiando-se no braço da cadeira para se levantar vou sair por um tempo meu filho sair para onde ficar com a Dona Célia Você lembra dela não lembra minha amiga de muitos anos ela me chamou para passar uns dias com ela e eu decidi aceitar Marcos encarou a mãe sentindo uma mistura de alívio e preocupação é disso que você precisa mãe sim preciso de um tempo longe Marcos para pensar descansar para ser eu mesma sem o peso que tenho carregado ele assentiu um pequeno sorriso surgindo em seus lábios se isso
vai te fazer bem eu apoio totalmente Obrigada meu filho enquanto conversavam Clara entrou na sala os olhos arregalados ao ver a mala O que é isso Aparecida ergueu os olhos para a filha mantendo a calma vou sair por uns dias Clara sair você não pode simplesmente sair e quem vai cuidar da casa você é adulta Clara sei que pode lidar com isso respondeu Aparecida com firmeza Clara soltou uma risada sarcástica Claro agora você vai embora e me deixa com tudo você acha que isso resolve alguma coisa Marcos interveio antes que a situação saísse do controle
resolve sim nossa mãe precisa de paz Clara se você não consegue dar isso a ela Então é melhor que ela vá procurar em outro lugar Ah claro e você é o herói de novo retrucou Clara com a voz cheia de raiva não se trata de mim é sobre ela e você deveria perceber isso antes que seja tarde demais Clara encarou a mãe mas Aparecida não vacilou havia uma força silenciosa em seus olhos que Clara não reconhecia e isso a desconcertou horas depois Artur chegou da escola e encontrou a casa em um estado de tensão que
era quase palpável ele viu a mala ao lado da porta e olhou para a avó confuso o que está acontecendo vó vou passar uns dias fora meu filho por quê Porque preciso Artur parecia perdido a ideia de sua avó sair mesmo que temporariamente o deixava desconfortável Mas quem vai ficar aqui com a gente vocês vão ficar bem Artur e eu preciso fazer isso por mim ele não disse mais nada mas ficou sentado ao lado dela como se tentasse absorver a ideia no fim da tarde Marcos ajudou a parecida a colocar a mala no carro Dona
Célia A amiga havia combinado de buscá-la e chegou pontualmente Ela desceu do carro sorrindo calorosamente para a Aparecida e a abraçou com força finalmente você aceitou o convite estou tão feliz Aparecida Obrigada Célia acho que isso vai me fazer bem Marcos observou Enquanto sua mãe e a amiga se abraçavam quando Célia entrou no carro para esperar ele se virou para a Aparecida Mãe você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa não sabe sei meu filho e isso significa muito para mim ele a abraçou e a parecida sentiu a segurança que tanto precisava cuida deles
enquanto eu estiver fora sempre quando o carro partiu Clara e Artur observavam da janela Clara estava visivelmente irritada mas Artur parecia apenas confuso ela realmente foi embora perguntou Artur parece que sim respondeu Clara com a voz carregada de amargura Talvez isso seja bom para ela disse Artur mais para si mesmo do que para a mãe Clara o olhou mas não respondeu no fundo algo na decisão de Aparecida havia mexido com ela na casa de Célia Aparecida sentiu algo que há muito tempo não experimentava liberdade sentou-se na varanda com uma xícara de chá nas mãos observando
o céu tingido pelos tons alaranjados do Por do Sol ali longe do peso de suas responsabilidades ela sentiu que havia tomado a decisão certa pela primeira vez em anos pensou em si mesma e percebeu que isso não era egoísmo mas necessidade na casa de Dona Célia as manhãs eram tranquilas acompanhadas pelo aroma de café fresco e o som dos pássaros Aparecida acordava com a luz suave do Sol entrando pela janela Sem pressa ela se levantava arrumava a cama e sentava-se na varanda para observar o dia começar Era Um Ritmo Novo quase estranho mas profundamente reconfortante
pela primeira vez em ano ela não se sentia pressionada por tarefas ou olhares de julgamento Célia sempre animada apareceu com duas xícaras de café e um sorriso largo dormiu bem Aparecida muito bem Célia nem me lembro da última vez que tive uma noite tão tranquila é isso que você merece agora vamos tomar esse café e depois quero te mostrar um lugar especial Aparecida arqueou uma sobrancelha curiosa mas não perguntou nada a amiga sempre tinha um jeito de criar surpresas e ela decidiu confiar no plano mais tarde Célia a levou até um Centro Comunitário local o
prédio simples estava cheio de vida pessoas de idades variadas estavam envolvidas em atividades dança pintura aulas de culinária o ambiente era colhedor e cheio de sorrisos Esse é meu lugar favorito disse Célia venho aqui duas vezes por semana você vai adorar a princípio a parecida sentiu-se um pouco deslocada mas logo foi envolvida pela energia do lugar uma instrutora simpática apresentou as atividades disponíveis e sugeriu que ela experimentasse uma aula de jardinagem no quintal do centro Aparecida encontrou canteiros bem cuidados com flores e hortaliças vibrantes o cheiro da terra fresca e o som das Ferramentas sendo
usadas por outras pessoas despertaram algo dentro dela aqui é onde as coisas crescem não importa a idade de quem cuida disse a instrutora entregando-lhe uma pequena planta para replantar Aparecida sorriu sentindo uma familiaridade reconfortante ao segurar o bruto em suas mãos nos dias seguintes ela começou a frequentar o centro regularmente participou de oficinas de culinária onde aprendeu receitas e em uma aula de dança descobriu que ainda podia se divertir ao ritmo de uma música animada mas o que realmente a tocava eram os momentos no Jardim ali cercada por plantas que floresciam sob seu cuidado ela
sentia uma paz que há muito não experimentava era como se a cada semente plantada uma parte dela renascesse em uma tarde enquanto regava os canteiros apareceu ao seu lado você está diferente sabia diferente como perguntou Aparecida com um sorriso curioso mais leve mais viva Aparecida olhou para as flores diante dela pensando nas palavras da amiga talvez seja porque pela primeira vez estou cuidando de algo que não me exige nada em troca Célia sorriu e a abraçou pelos ombros é disso que você precisava minha amiga enquanto isso na casa de Aparecida a ausência dela era sentida
de formas diferentes Artur passava mais tempo no quintal olhando para o Jardim inacabado que havia começado com a avó ele tentou regar as plantas mas não sabia muito bem o que fazer sentia falta dela não apenas pelo carinho mas porque sua presença parecia dar ordem à aquela casa caótica Clara por outro lado estava lidando com a nova rotina de forma mais difícil tarefas que antes pareciam automáticas preparar o café lavar as roupas organizar a casa agora pesavam sobre ela como uma carga enorme uma manhã ao ver a pia cheia de louça e a sala desarrumada
Clara deixou escapar um suspiro frustrado era como se a casa inteira estivesse desmoronando em sua ausência isso não é justo murmurou para si mesma mas no fundo sabia que suas palavras tinham um tom de autopiedade à noite enquanto lavava a louça sozinha lembrou-se de todas as vezes que havia deixado a mãe fazer aquilo enquanto ela assistia TV ou mexia no celular era estranho perceber como aquelas pequenas ações que ela sempre ignorava eram tão essenciais para o funcionamento da casa ao subir para o quarto Clara viu a mala de Aparecida no canto do corredor por algum
motivo ela ainda não havia guardado aquela visão despertou um incômodo profundo era a primeira vez que ela se permitia pensar no que a mãe sentia em como ela havia aguentado tanto por tanto tempo sem reclamar no centro comunitário a parecida estava em uma reunião do grupo de idosos naquele dia o tema era descobertas tardias um senhor compartilhou como havia começado aend der piano aos 70 anos uma senhora falou sobre sua paixão por viagens e como começou a explorar lugares novos depois de se aposentar quando chegou a vez de Aparecida ela hesitou não sei se tenho
algo tão especial para compartilhar toda a descoberta é especial disse uma das participantes incentivando-a Aparecida pensou por um momento olhando para as mãos acho que o que estou descobrindo é que nunca é tarde para pensar em si mesma passei tanto tempo vivendo para os outros que esqueci o que eu gostava o que eu queria estar aqui estar com vocês tem me mostrado que eu ainda tenho muito para viver os outros aplaudiram suavemente e a parecida sentiu um calor no peito era bom ser ouvida naquela noite Clara estava no quarto mexendo em uma gaveta quando encontrou
uma foto antiga nela a parecida estava sorrindo ao lado do marido Vicente enquanto segurava Clara e Marcos ainda pequenos Clara passou os dedos pela imagem sentindo um nó na garganta sua mãe parecia tão feliz naquela época tão cheia de vida ela se lembrou das palavras de Marcos Ela merece paz pela primeira vez começou a se perguntar se o que vinha fazendo com a mãe não era na verdade roubar a pouca paz que ela ainda tinha era uma reflexão mas Clara não conseguia mais ignorá-la enquanto Clara e Artur começavam a sentir o impacto da ausência de
Aparecida ela por sua vez estava redescobrindo sua própria Essência sentada na varanda de Célia com uma xícara de chá nas mãos ela olhou para o céu estrelado e sentiu algo que há muito tempo não experimentava Liberdade os dias se transformaram em semanas desde que dona apare havia deixado a casa o ambiente antes sustentado por sua presença discreta mas indispensável agora parecia vazio Frio e sem direção Clara sentia o peso de cada pequena tarefa que antes passava despercebida na cozinha Ela olhava para a pia cheia de louça a mesa ainda estava desarrumada do café da manhã
que havia preparado para Artur às pressas antes de sair para trabalhar sua paciência estava no limite e a pilha de roupas para lavar no canto da sala parecia zombar de sua incapacidade de manter a casa em ordem isso nunca acontecia Quando a mãe estava aqui murmurou irritada enquanto lavava um prato com força excessiva ao longe ela ouvia o som da televisão vindo do quarto de Artur subiu às escadas com passos firmes e bateu na porta Artur dá para desligar essa televisão me ajudar aqui ele abriu a porta já com uma expressão de impaciência ajudar com
o quê com tudo A casa está uma bagunça e eu não vou conseguir fazer tudo sozinha mas eu tenho lição para fazer você tem tempo para jogar mas não tem para ajudar Artur suspirou e Desceu as escadas a contragosto enquanto recolhia os pratos da sala Ele olhou para o Jardim pela janela o pequeno espaço que havia começado com a avó agora estava abandonado as plantas pareciam mais frágeis algumas até murchando se a vó estivesse aqui isso não estaria assim disse baixinho mas Clara ouviu ela virou-se para ele segurando um pano de prato com força Não
começa Artur sua avó não está aqui e a gente tem que se virar Pois é mas a gente não sabe como o comentário atingiu clara como um soco mas ela não deixou transparecer naquela noite Marcos apareceu sem aviso Clara já irritada com o caos do dia revirou os olhos quando abriu a porta O que foi agora veio conferir se estamos sobrevivendo sem a sua supervisão não vim ver como estão as coisas e pelo que estou vendo não estão muito bem clara bufou cruzando os braços você não entende Marcos não é fácil lidar com tudo isso
não é fácil porque você nunca tentou antes e o que você queria que eu fizesse ficar em casa e cuidar de tudo enquanto ela descansava não é sobre isso Clara é sobre respeito sobre valorizar o que ela faz você só percebeu o quanto depende dela agora que ela não está aqui Clara ficou em silêncio por um momento mas sua expressão ainda era defensiva é fácil para você falar você aparece aqui de vez em quando Traz umas compras fala umas palavras bonitas e vai embora E é difícil para você aceitar que talvez eu esteja certo Artur
que estava no topo da escada observava a discussão ele desceu lentamente atraindo a atenção dos dois vocês podem parar de brigar não ajuda em nada Marcos olhou para o sobrinho e então para a irmã respirou fundo e tentou mudar o tom clara não estou aqui para brigar estou aqui porque me preocupo com a nossa mãe com você com o Artur Mas sinceramente acho que você precisa começar a olhar para o que está errado errado Como como o jeito que você trata a nossa mãe como o jeito que você trata tudo isso Clara desviou o olhar
incomodada não é tão simples Marcos eu sei que não é mas a mudança nunca é mais tarde enquanto Artur estava no quarto Marcos e Clara conversavam na sala desta vez o Tom era menos acalorado você sente falta dela perguntou Marcos Quebrando o Silêncio Clara não respondeu imediatamente eu sinto mas não sei não sei como dizer isso para ela começa com um pedido de desculpas Clara ela o Olhou os olhos cansados você acha que ela voltaria Não sei talvez não seja a questão dela voltar Talvez o que importa Agora seja mostrar que você entende o que
fez Clara suspirou afundando-se no sofá eu não sei se consigo Marcos você consegue porque se não conseguir vai perder muito mais do que já perdeu enquanto isso no quarto Artur estava deitado na cama olhando para o teto ele sentia falta da avó de um jeito que nunca havia sentido antes não era só pelas coisas que ela fazia Mas pela presença dela pela sensação de que enquanto ela estivesse ali tudo ficaria bem ele se levantou foi até a janela e olhou para o Jardim pegou o celular e abriu a galeria de fotos lá encontrou uma imagem
que havia tirado dela um tempo atrás regando as plantas era uma foto simples mas cheia de significado volta logo vó murmurou para si mesmo na casa de Dona Célia Aparecida estava sentada na varanda lendo um livro O Silêncio Ali era diferente do Silêncio em sua antiga casa era um silêncio confortável cheio de tranquilidade ela se perguntava como Clara e Artur estavam lidando com sua ausência Será que estavam sentindo sua falta Será que entendiam porque ela precisou sair Enquanto Pensava recebeu uma mensagem de Marcos Espero que esteja bem mãe estamos pensando em você volto para te
visitar em breve Aparecida sorriu sentindo-se mais conectada aos filhos mesmo a distân ela sabia que sua ausência era um grito silencioso algo que forçava Clara a refletir e Artur a crescer e no fundo esperava que esse grito fosse ouvido antes que fosse Tarde Demais Artur não sabia exatamente o que o havia motivado a pedir a Marcos para levá-lo até a casa da avó talvez fosse o peso do Silêncio em casa ou a saudade dela mexendo com algo profundo dentro dele tudo o que sabia era que queria vê-la ouvir sua voz e sentir aquela presença acolhedora
que parecia manter sua vida em ordem tem certeza de que quer ir perguntou Marcos enquanto dirigia pela estrada Sim quero ver como ela está respondeu Artur olhando pela janela perdido em seus pensamentos Marcos assentiu respeitando o espaço do sobrinho ele podia ver que algo estava mudando no garoto Artur não era mais o adolescente de algumas semanas atrás algo na ausência de Aparecida havia plantado sementes de maturidade nele quando chegaram à casa de Dona Célia Artur ficou surpreso com o cenário era uma casa simples cercada por um jardim bem cuidado e colorido a varanda tinha cadeiras
confortáveis e o som de Risadas vindo de dentro sugeria um ambiente leve e cheio de vida a parecida apareceu na porta com um sorriso que o rosto meu neto exclamou abrindo os braços para Artur ele foi até ela e a abraçou com força vó senti tanto a sua falta Eu também senti a sua meu filho entre vamos conversar dentro da casa Artur foi apresentado a Dona Célia que o recebeu calorosamente com um copo de limonada Ele percebeu como a parecida estava diferente seus olhos tinham um brilho que ele não via há tempos e sua sua
postura parecia mais firme como se o peso que ela carregava por tantos anos tivesse diminuído E como estão as coisas por lá perguntou Aparecida sentando-se ao lado do neto Artur hesitou ele sabia que a verdade poderia machucá-la mas também não queria mentir bem não estão tão boas ela o olhou com atenção esperando que ele continuasse a casa está uma bagunça minha mãe e o tio Marcos brigaram outro dia e o Jardim tá morrendo o último comentário fez a parecida suspirar mas ela sorriu suavemente Ah meu filho é uma pena ouvir isso mas às vezes as
coisas precisam desmoronar um pouco para que possamos reconstruí-las Artur a encarou surpreso com a calma em sua voz você tá feliz aqui vó estou sim não é que eu não ame vocês ou a casa onde passei tanto tempo mas aqui aqui eu tenho algo que não tinha antes tempo para mim mesma Ele olhou ao redor absorvendo o ambiente não era apenas a casa que parecia diferente era a própria Aparecida ela estava mais leve mais viva é estranho sabe disse ele eu achava que você sempre gostava de estar lá em casa fazendo as coisas pra gente
ela segurou a mão dele apertando-a levemente eu gostava meu filho mas isso não significa que não era cansativo ou que eu não precisava de algo mais Às vezes a gente faz muito pelos outros e esquece de cuidar de si mesmo Arthur ass sentiu lentamente sentindo um nó na garganta ele nunca tinha pensado na avó dessa forma como uma pessoa com desejos e necessidades próprios após o almoço Aparecida o levou para conhecer o Jardim que ajudava a cuidar no Centro Comunitário artura a acompanhou observando como ela falava sobre as plantas com entusiasmo Ela mostrou as flores
que tinha plantado recentemente e uma pequena horta que estava crescendo isso aqui é meu novo Refúgio disse ela ajoelhando-se para ajeitar a Terra ao redor de uma muda É incrível como a gente pode transformar algo não é Artur ficou em silêncio por um momento observando-a acho que é como o Jardim lá de casa né só que eu não sei cuidar dele como você Aparecida parou o que estava fazendo e olhou para ele mas você pode aprender Artur e sabe o mais importante não é saber tudo de uma vez mas começar as palavras dela ficaram ecoando
na mente dele enquanto caminhavam de volta para a casa ele percebeu que o Jardim era mais do que um espaço físico era uma metáfora para a vida da avó na volta Artur estava mais quieto do que de costume Marcos notou a mudança e decidiu deixá-lo processar o que havia visto e ouvido ela está feliz não está perguntou Artur de repente Está sim e eu acho que acho que a gente nunca fez isso por ela sabe deixar ela ser feliz Marcos ficou em silêncio por um momento antes de responder você tem razão Artur durante muito tempo
a gente pensou nela apenas como a pessoa que cuida de tudo mas ela é muito mais do que isso Artur assentiu olhando para a janela do carro ele sabia que precisava fazer algo mas ainda não tinha certeza do que em casa Clara notou a expressão séria do filho e ficou intrigada como foi a visita perguntou enquanto ele tirava os tênis no corredor foi boa A vó tá bem melhor do que eu já vi ela em muito tempo Clara ficou em silêncio por um momento e o que ela disse que ela tá feliz lá e que
às vezes a gente esquece que ela também precisa cuidar dela mesma Clara sentiu as palavras atingirem um ponto sensível é talvez ela esteja certa Artur subiu para o quarto mas Clara Ficou ali pensando no que ele havia dito pela primeira vez começou a se perguntar se não era hora de ela própria aprender a cuidar da mãe ou pelo menos a permitir que ap parecida cuidasse de si mesma enquanto isso Aparecida sentava-se na varanda da casa de Dona Célia observando o céu escurecer pensava em Artur e em como a visita dele havia mexido com ela Ele
está mudando comentou com Célia com um pequeno sorriso e você Aparecida você sente vontade de voltar ela suspirou pensativa Talvez um dia mas quando eu voltar quero que seja diferente a casa parecia mais vazia do que nunca Clara estava na sala olhando para a pilha de roupas acumuladas que precisava dobrar mas não encontrava motivação desde que a parecida partira cada dia parecia mais difícil não era apenas o peso físico das responsabilidades mas também o silêncio aquele silêncio pesado que a fazia confrontar pensamentos que ela normalmente afastaria com ocupações triviais Clara tentou ignorar a inquietação que
crescia dentro dela foi para o quarto decidida a organizar o guarda-roupa algo que sempre adiava enquanto remexia as gavetas encontrou uma caixa de papelão velha coberta por uma fina camada de poeira curiosa puxou a caixa e sentou-se no chão ao abri-la encontrou objetos que não via há anos fotos antigas cadernos escolares e pequenos presentes que tinha feito para a mãe durante a infância no topo da pilha havia um caderno de capa azul já amarelado pelo tempo Clara reconheceu imediatamente era um caderno de desenhos que tinha usado quando era criança ela o abriu com cuidado passando
as páginas rabiscadas com lápis de cor havia desenhos simples representando a casa Onde viviam seu irmão Marcos e claro Aparecida em uma das páginas um desenho chamou sua atenção era de Aparecida segurando uma vassoura em uma mão e uma panela na outra com um enorme sorriso no rosto abaixo uma frase infantil escrita com letra torta minha mãe é a melhor do mundo porque ela faz tudo por mim Clara sentiu uma pontada no peito passou os dedos pela página como se pudesse voltar àquela época na mesma caixa encontrou um lenço vermelho cuidadosamente dobrado ela o reconheceu
imediatamente era o lenço que Aparecida usava sempre que trabalhava na feira vendendo bolos e doces caseiros Clara lembrava-se de acordar cedo e ver a mãe de pé já com o lenço na cabeça pronta para enfrentar o dia o lenço era mais do que uma peça de tecido era um símbolo de tudo o que Aparecida sacrificara por eles Clara o segurou contra o peito e de repente as lágrimas vieram as As Memórias vieram como uma enxurrada Clara se lembrou de todas as vezes em que Aparecida deixava de comer para que os filhos pudessem ter algo no
prato das Noites em que ela costurava roupas velhas para que parecessem novas dos finais de semana em que ela fazia doces para vender garantindo que Clara e Marcos tivessem material escolar e ainda assim ela havia crescido ressentida ressentida pela ausência de cois que Aparecida nunca teve condições de oferecer ressentida pela atenção que achava que Marcos recebia mais do que ela Clara sentiu uma onda esmagadora de culpa não apenas pelas coisas que Aparecida havia feito por ela mas Pelo modo como a tratara nos últimos anos ela sempre justificava sua atitude dizendo que estava cansada que sua
mãe era intrusiva ou que estava apenas retribuindo os erros do passado mas agora enquanto segurava o lenço aquelas desculpas suavam vazias mais tarde Clara foi para o quintal levando o lenço consigo sentou-se em um banco próximo ao Jardim negligenciado que parecia refletir o estado de sua mente abandonado Mas cheio de potencial para Renascer Artur apareceu na porta curioso com o que a mãe estava fazendo tá tudo bem mãe perguntou ele aproximando-se devagar Clara não respondeu de imediato estava olhando para o lenço em suas mãos como se ele contivesse todas as respostas que ela procurava encontrei
isso no meu quarto disse ela finalmente mostrando o lenço ao filho é da sua avó ela usava quando trabalhava na feira eu lembro desse lenço ela sempre parecia tão ocupada quando usava ele Clara riu baixinho sem humor e mesmo assim ela sempre encontrava tempo sentou-se ao lado dela tentando entender o que estava passando pela cabeça da mãe sabe eu achava que avó era forte demais que ela não precisava de nada porque ela sempre estava ali cuidando de tudo Clara olhou para o filho surpresa e agora agora eu acho que a gente foi injusto com ela
eu fui pelo menos Clara desvi o olhar as palavras de ur ressoando em seus pros eu também fui Artur muito mais do que você Artur ficou quieto mas colocou a mão no Ombro da mãe um gesto que ela não esperava naquela noite Clara foi até o quarto de Aparecida sentou-se na cama e olhou ao redor era um espaço simples mas repleto de toques pessoais que a mãe colocava em tudo o que fazia as cortinas que ela mesma costurar o cheiro de lavanda que impregnava o travesseiro Clara pegou o celular e por impulso começou a escrever
uma mensagem para a mãe mãe queria te dizer que sinto muito por tudo por não ter visto o quanto você fazia por nós por te tratar como Eu tratei Espero que você possa me perdoar um dia antes de enviar hesitou era como se as palavras não fossem suficientes para expressar o que sentia salvou a mensagem nos rascunhos decidindo que ainda não estava pronta mas enquanto colocava o celular de lado percebeu que aquele momento de reflexão era um começo talvez pela primeira vez Clara estivesse pronta para encarar seus erros na casa de Dona Célia Aparecida estava
na cozinha preparando um chá o telefone vibrou com uma mensagem de Marcos Clara está começando a entender Mãe estou vendo a mudança nela Aparecida leu a mensagem com um pequeno sorriso mas não respondeu ela sabia que algumas mudanças precisavam de tempo para Florescer enquanto tomava o chá na varanda sentiu uma brisa suave e olhou para o céu estrelado era reconfortante saber que mesmo à distância algo estava se movendo dentro de clara e talvez isso fosse o começo de uma reconciliação que ela sempre desejou mas nunca ousou pedir Clara estava sentada no sofá os olhos fixos
em uma caneca de café que ela segurava com ambas as mãos já era tarde mas o sono se recusava a vir desde que encontrara o lenço de sua mãe os pensamentos não lhe davam trégua a cada lembrança uma nova onda de culpa e saudade se acumulava em seu peito Artur já havia ido dormir e a casa estava silenciosa Clara sentia a solidão como um peso físico Aparecida estava ausente há semanas mas era como se sua ainda estivesse impregnada em cada canto da casa foi quando Clara pegou o telefone e discou o número de Marcos ele
atendeu após alguns toques Clara tá tudo bem Marcos eu preciso falar com você sobre o qu sobre a mãe houve uma pausa do outro lado da linha antes de Marcos responder Quer que eu vá até aí por favor Marcos chegou em menos de meia hora ele entrou na sala e encontrou Clara ainda no sofá com a mesma caneca de café nas mãos agora vazia ele sentou-se na poltrona à frente dela observando a irmã então o que aconteceu Clara respirou fundo tentando organizar seus pensamentos eu eu não sei como fazer isso Marcos fazer o quê falar
com ela pedir desculpas Marcos inclinou-se para frente apoiando os cotovelos nos joelhos e o que te impede tudo ela soltou uma risada curta mas sem humor não sei nem por onde começar Marcos ficou em silêncio por um momento antes de responder talvez comece sendo honesta Clara Balançou a cabeça frustrada não é tão simples passei anos sendo horrível com ela tratando-a como se ela fosse responsável por tudo de errado na minha vida e por você fez isso a pergunta direta de Marcos apegou de surpresa o quê Por que você tratou ela assim Clara desviou o olhar
não sei talvez porque era mais fácil mais fácil culpar ela do que admitir que eu mesma fiz escolhas ruins e o que você acha que ela fez para merecer isso Clara passou as mãos pelos cabelos agitada nada sua voz saiu mais baixa ela não fez nada Marcos recostou-se na poltrona observando atentamente você tem que dizer isso a ela Clara suspirou Exausta com a própria confusão interna Eu sei mas e se ela não me perdoar talvez ela não perdoe de imediato e tudo bem O importante é que ela saiba que você entende o que fez Clara
olhou para ele com os olhos marejados como você faz isso parecer tão fácil não é fácil Clara Mas eu tive o privilégio de estar mais distante de ver as coisas de Fora você estava no olho do furacão ela engoliu em seco refletindo sobre as palavras dele eu sempre achei que você tinha tudo sabe que era o preferido dela preferido Marcos riu mas seu riso era amargo você acha que era fácil para mim viver longe sabendo o quanto ela fazia por vocês e eu não estava aqui para ajudar Clara o olhou surpresa eu nunca pensei nisso
Claro que não você estava presa no seu próprio ressentimento as palavras de Marcos não eram ditas com raiva mas eram honestas e Clara sentia o peso delas e você nunca sentiu mágoa dela Marcos hesitou antes de responder Talvez um pouco quando era mais novo por ela estar sempre ocupada sempre cansada mas quando cresci percebi o que estava acontecendo ela sacrificou tudo por nós como eu poderia Guardar mágoa disso Clara abaixou os olhos sentindo-se pequena diante da Verdade que Marcos trazia e agora o que eu faço você dá o primeiro passo mostra para ela que está
pronta para mudar e se eu estragar tudo então tenta de novo Clara deu um sorriso fraco apreciando a paciência do irmão você acha que ela sente minha falta com certeza mas isso não significa que ela não esteja magoada mais tarde enquanto Marcos se preparava para sair ele parou na porta e olhou para Clara sabe eu acho que esse é o momento não deixe passar Clara assentiu mesmo com o estômago revirado de nervosismo Obrigada Marcos você vai ficar bem e ela também quando ele foi embora Clara voltou para o quarto e pegou o celular desta vez
escreveu uma mensagem para Aparecida mas ao invés de salvá-la ela apertou o botão de enviar mãe será que podemos conversar sinto muito por tudo Queria poder dizer isso pessoalmente enquanto esperava a resposta senti um misto de alívio e ansiedade era apenas o primeiro passo Mas já era mais do que ela havia feito em anos do outro lado da cidade Aparecida viu a mensagem chegar enquanto estava sentada na varanda com Dona Célia seus olhos correram pelas palavras lentamente Como se quisesse absorver cada uma tudo bem perguntou Célia notando o sorriso discreto que surgia no rosto da
amiga sim acho que algo está mudando Célia não perguntou mais nada ela sabia que às vezes o silêncio era o melhor lugar para a mudança começar era uma tarde quente mas Clara sentia um frio constante no estômago enquanto dirigia em direção à casa de Dona Célia Artur estava ao seu lado tão inquieto quanto ela me Endo no celular apenas para disfarçar o nervosismo você acha que ela vai querer falar com a gente perguntou Artur finalmente Quebrando o Silêncio eu não sei respondeu Clara apertando o volante Mas precisamos tentar a mensagem que a parecida havia enviado
pela manhã ainda ecoava em sua mente podem vir estarei aqui a Resposta simples não dava pistas de como a parecida se sentia mas Clara sabia que se significava algo sua mãe estava ao menos disposta a ouvir quando chegaram o coração de Clara parecia estar batendo no ritmo acelerado de uma música tensa a casa de Dona Célia parecia acolhedora mas para Clara era um território desconhecido a parecida estava na varanda regando um pequeno vaso de flores ao vê-los parou o que estava fazendo e colocou o regador de lado Oi mãe a voz de Clara caiu mais
baixa do que pretendia Oi vó completou Artur com um sorriso tímido a parecida os observou por um momento antes de assentir levemente e gesticular para que entrassem entrem está muito quente lá fora dentro da casa Dona Célia os cumprimentou cordialmente antes de sair dizendo que daria espaço para que conversassem Clara sentiu o silêncio crescer ao seu redor enquanto Aparecida os conduzia até a sala e se sentava na poltrona com as mãos no colo Clara e Artur se sentaram no sofá lado a lado o desconforto era palpável então o que os traz aqui perguntou a parecida
com a voz calma mas sem o calor de sempre Clara respirou fundo sentindo o peso do momento mãe eu a voz falhou e ela teve que começar de novo eu vim aqui porque porque preciso te pedir Aparecida inclinou levemente a cabeça mas não disse nada eu errei muito com você por tanto tempo Clara sentiu as lágrimas se acumularem em seus olhos eu te tratei de um jeito que ninguém merece ser tratado muito menos alguém que fez tanto por mim Artur olhou para a mãe surpreso com a sinceridade dela mas não disse nada eu sabia que
você se sacrificava por nós mas mesmo assim eu era cruel porque era mais fácil descontar em você do que encarar os meus próprios erros as lágrimas agora deslizavam pelo rosto de Clara mas ela não tentou escondê-las eu sinto muito mãe de verdade e eu não espero que você me perdoe de imediato Mas eu precisava dizer isso a parecida manteve-se em silêncio por um longo momento seus olhos fixos em Clara havia uma mistura de emoções em seu rosto mágoa surpresa mas também algo mais suave que Clara não conseguia decifrar Artur sentindo o peso do Silêncio decidiu
falar eu também quero pedir desculpas vó Ele olhou para a Aparecida com sinceridade eu te tratei mal às vezes ria de coisas que não eram engraçadas só segui o que via Mas isso não é desculpa Aparecida olhou para o neto e pela primeira vez seus olhos brilharam com emoção meu menino sua voz quebrou e ela enxugou os olhos rapidamente Clara segurou a mão do filho apertando-a como se buscasse força nele nós queremos que você volte para casa mãe Aparecida respirou fundo e olhou para os dois eu não sei se estou pronta para voltar as palavras
soaram como um balde de água fria mas Clara assentiu tentando aceitar eu entendo vocês não entendem não ainda Aparecida ajustou a postura parecendo reunir forças para continuar passei anos colocando vocês à frente de tudo fazendo escolhas que me faziam desaparecer como pessoa eu me tornei alguém que só sabia existir para cuidar dos outros Clara sentiu o impacto das palavras como uma bofetada eu estou aprendendo agora depois de tanto tempo a cuidar de mim mesma a entender o que eu quero e não posso abrir mão disso tão cedo Artur inclinou-se para a frente a gente não
quer que você abra a mão de nada vó só a gente sente sua falta Aparecida olhou para o neto sua expressão suavizando um pouco eu sinto falta de vocês também Artur mas falta não basta para mudar o que precisa ser mudado Clara olhou para o chão tentando segurar mais lágrimas eu sei que não posso apagar o que fiz mãe mas vou fazer o que for preciso para te mostrar que podemos mudar a parecida observou a filha por um longo momento finalmente ela se levantou e caminhou até Clara colocando uma mão Gentil em seu ombro eu
acredito que você queira mudar Clara Mas preciso de tempo Clara assentiu com dificuldade Tudo bem eu vou esperar Aparecida olhou para Artur sorrindo levemente E você meu neto tem regado o jardim sem graça tentei mas não sei fazer direito tudo bem quando eu visitar vocês Posso te ensinar os olhos de Artur brilharam com a promessa mais tarde quando Clara e Artur saíram a parecida ficou na varanda observando o carro deles desaparecer na estrada Célia apareceu ao seu lado segurando uma xícara de chá e aí como foi Aparecida deu de ombros mas havia um pequeno sorriso
seos foi um bom começo C Céli assentiu e o perdão acho que vai levar um tempo mas por enquanto estou satisfeita em ver que eles querem mudar Célia tocou o ombro da amiga e você eu também estou mudando Célia isso por si só já é um começo Aparecida tomou um gole do chá e olou para o cé pela primeira vez sentiu que o peso da mágoa estava mesmo que o caminho ainda fosse longo de volta à casa Clara e Artur estavam mais quietos do que de costume a visita à casa de Dona Célia os deixara
cheios de pensamentos para Clara cada palavra da mãe ainda ecoava em sua mente falta não basta para mudar o que precisa ser mudado naquela noite Clara sentou-se à mesa da cozinha com um bloco de notas era algo que fazia raramente planejar mas dessa vez era diferente ela não estava pensando em si mesma mas em como poderia provar a mãe que estava realmente disposta a mudar na manhã seguinte Artur a encontrou no quintal debruçada sobre o Jardim abandonado ele parou por um momento observando a mexer na terra seca com uma expressão de determinação O que você
tá fazendo perguntou cruzando os braços tentando consertar isso aqui Artur arqueou as sobrancelhas e você sabe como Clara soltou um suspiro e limpou as mãos sujas de terra no jeans Não faço ideia mas a gente precisa tentar não é ele hesitou depois caminhou até ela pegando uma pequena pá que estava jogada no chão tá bom eu te ajudo Clara sorriu para o filho sentindo uma fagulha de esperança passaram a manhã toda mexendo na terra arrancando as daninhas que haviam tomado conta do espaço Artur com seu humor característico fazia comentários que quebravam o silêncio tenso acho
que essa planta tá tão morta quanto meu interesse pela aula de matemática Clara riu algo que não fazia Há dias bem pelo menos Vamos tentar ressuscitar essa sua nota de matemática por outro lado talvez seja um caso perdido eles continuaram trabalhando e aos poucos o Jardim comeou a ser menos abandonado não era muito mas era um começo mais tarde Artur pegou o celular e pesquisou rapidamente como cuidar de plantas ele assistiu a um vídeo rápido sobre jardinagem básica e saiu para comprar sementes e ferramentas simples quando voltou para casa Clara ficou surpresa ao vê-lo com
as sacolas tudo isso pra gente perguntou ela é pro Jardim da avó quando ela vier aqui quero que ela veja que a a gente tá tentando Clara sorriu emocionada com o gesto do filho você tem um bom coração sabia Artur deu de ombros envergonhado não conta para ninguém enquanto Artur se dedicava ao Jardim Clara começou a buscar outras formas de se reconectar com a mãe lembrou-se das tardes em que Aparecida assistia programas de culinária e experimentava receitas novas mesmo com os poucos ingredientes que tinha à disposição Clara decidiu tentar fazer o mesmo pesquisou algumas receitas
simples e começou a praticar na cozinha a primeira tentativa foi desastrosa um bolo queimada e uma pia cheia de lça mas ela não desistiu no dia seguinte Conseguiu preparar algo que pelo menos parecia comestível um bolo de laranja simples como os que a mãe fazia quando Artur provou fez uma careta exagerada não tá igual o da avó mas tá quase lá quase lá já é um progresso respondeu Clara limpando as mãos com o pano de prato enquanto isso Artur dedicava horas ao jardim lembrava-se de como a avó falava sobre as plantas como se fossem pessoas
precisando de cuidado e atenção ele fazia o possível para replicar isso falando sozinho às vezes enquanto plantava as sementes tá bom florzinha cresce direitinho tá avó vai ficar orgulhosa de você ele mal percebia que estava crescendo também com cada pequena ação que realizava certa tarde Clara estava sentada no sofá com o álbum de fotos da família decidiu organizar as imagens antigas criando um pequeno presente para a mãe um álbum renovado com legendas carinhosas em cada foto enquanto folheava as páginas encontrou uma imagem que a tocou profundamente era uma foto de Aparecida com ainda criança ambas
sentadas em um balanço improvisado no quintal o sorriso da mãe era Radiante e Clara parecia tão segura e feliz ela segurou a foto contra o peito e sentiu um nó na garganta é isso que eu quero de volta murmurou para si mesma mais tarde enquanto jantavam Artur olhou para a mãe acha que avó vai perceber que a gente tá tentando Acho que sim mas não podemos apressar nada precisa do tempo dela e a gente precisa mostrar que isso é de verdade Artur a sentiu pensativo acha que ela vai voltar Clara suspirou não sei filho mas
se voltar quero que ela sinta que as coisas vão ser diferentes na casa de Dona Célia Aparecida estava sentada na varanda costurando uma toalha de mesa Marcos chegou com um sorriso no rosto e uma sacola cheia de mantimentos tem novidades da Clara e do Artur perguntou Aparecida eles estão mudando mãe de verdade Clara está se dedicando a coisas que você gosta e Artur tá cuidando do Jardim a parecida arqueou as sobrancelhas surpresa o Jardim Sim ele quer que esteja bonito quando você for visitá-los Aparecida sorriu um sorriso pequeno mas Genuíno talvez eles estejam aprendendo Afinal
Marcos assentiu sentindo que finalmente as coisas estavam tomando um rumo melhor enquanto Aparecida olhava para o horizonte pensava no esforço que Clara e Artur estavam fazendo não era o suficiente para apagar o passado mas era um começo e começos ela sabia tinham o poder de transformar vidas quando Aparecida decidiu visitar a casa novamente fez isso sem alarde Marcos foi buscá-la de manhã cedo e durante o trajeto a mãe permaneceu em silêncio olhando pela janela o brilho suave do Sol iluminava seu rosto tranquilo mas sua mente estava cheia de pensamentos tem certeza de que quer ir
agora mãe perguntou Marcos olhando para ela de relance tenho é hora de ver com meus próprios olhos o que mudou Marcos assentiu respeitando sua decisão ele sabia que aquela visita era um teste tanto para a Aparecida quanto para Clara e Artur ao chegar Aparecida desceu do carro e olhou para a casa parecia igual mas havia algo diferente no ar ou talvez fosse ela mesma quem estivesse diferente Artur foi o primeiro a avistá-la pela janela ele correu para a porta abrindo-a com um sorriso ansioso vó Meu Menino Aparecida o abraçou com força sentindo uma onda de
alívio eu tava esperando por você vem ver o jardim Ele puxou sua mão sem dar tempo para que ela processasse o momento no quintal Aparecida parou e olhou em volta o Jardim que antes estava abandonado agora exibia sinais de cuidado não era perfeito algumas plantas ainda pareciam frágeis mas era evidente que Artur havia se esforçado você fez isso perguntou ela emocionada tentei fazer como você fazia não ficou tão bom mas ficou ela Segurou o rosto dele com as mãos sorrindo estou orgulhosa de você dentro de casa Clara estava na cozinha preparando café quando Aparecida entrou
Houve um momento de hesitação entre as duas mãe Clara começou colocando a xícara na mesa Olá Clara respondeu Aparecida mantendo a voz firme mas tranquila Clara enxugou as mãos no avental e se aproximou obrigada por vir Aparecida assentiu sentando-se na cadeira que sempre foi sua era estranho estar ali novamente mas ela sabia que esta visita era o primeiro passo para reconstruir algo importante durante o almoço a dinâmica familiar parecia mais leve mas ainda havia tensão não resolvida Artur falava animadamente sobre o que havia aprendido cuidando do Jardim enquanto Clara ouvia em silêncio ocasionalmente olhares para
a mãe eu posso te mostrar como cuidar melhor das mudas Artur disse Aparecida mas já estou impressionada com o que você fez sozinho eu adoraria vó vai ficar do jeito que você gosta Clara aproveitou o momento para intervir Você fez falta aqui mãe muito mais do que eu imaginava Aparecida pousou os talheres olhando para a filha e o que você fez com essa falta Clara engoliu em seco mas respondeu com honestidade tentei mudar quero que você veja isso quero que você confie em mim de novo Aparecida Manteve a calma mudanças levam tempo Clara não é
algo que acontece de um dia para o outro Clara assentiu mesmo sabendo que aquelas palavras eram difíceis de ouvir depois do almoço Aparecida sentou-se no quintal com Marcos e Então mãe perguntou ele eles estão tentando é é bom ver isso mas eu preciso ter cuidado cuidado com o quê comigo mesma passei tanto tempo colocando os outros em primeiro lugar que esqueci como é me priorizar não quero cair de novo no mesmo padrão Marcos segurou sua mão você mudou mãe isso é claro e acho que eles também estão mudando veremos Mas desta vez vou deixar claro
Quais são os meus limites mais tarde Clara veio até o quintal havia um nervosismo visível em sua postura mas ela parecia determinada Mãe posso falar com você claro Clara sentou-se ao lado dela respirando fundo antes de começar eu sei que pedir desculpas não é suficiente não apaga o que eu fiz ou como eu te tratei mas quero que você saiba que estou tentando de verdade Aparecida olhou para a filha avaliando sua sinceridade e o que você quer que eu faça com isso Clara Clara hesitou sem saber exatamente como responder eu quero quero que você volte
para casa quero que a gente seja uma família de verdade Aparecida sorriu mas seu Tom era firme eu vou voltar Clara mas com uma condição que as coisas mudem Isso significa que não vou aceitar o que aceitei antes Clara assentiu mesmo que as palavras fossem difíceis de ouvir eu entendo quero ajudar quero estar aqui para vocês mas isso precisa ser uma parceria não vou carregar tudo sozinha de novo você não vai mãe prometo quando chegou a hora de Aparecida ir embora artura abraçou com força você vai voltar logo né vó vou sim meu menino e
quando eu voltar quero ver como o Jardim está crescendo Clara ficou parada na porta observando enquanto a mãe saía obrigada por vir mãe obrigada por tentar Clara enquanto Aparecida entrava no carro com Marcos sentiu que o primeiro passo havia sido dado ainda havia muito trabalho pela frente mas pela primeira vez ela acreditava que a mudança era possível para ela e para todos a noite estava fresca e silenciosa Marcos estava na sala da casa de Clara mexendo no celular Enquanto Artur fazia a lição de casa no quarto Clara na cozinha preparava uma xícara de chá para
si mesma quer um chá perguntou ela erguendo a voz para que ele ouvisse Não obrigado respondeu Marcos sem tirar os olhos da tela ela apareceu na porta da sala com a xícara nas mãos observando o irmão por um momento antes de falar você tem um minuto Claro Clara se aproximou e sentou-se no sofá ao lado dele seu Tom era mais hesitante do que de costume Eu Tenho pensado muito sobre o que você disse sobre o que a mãe disse também Marcos finalmente tirou os olhos do celular e olhou para a irmã e ela respirou fundo
como se estivesse reunindo Coragem eu quero fazer as coisas direito mas sinto que não sei como você está tentando Clara Isso já é um bom começo é mais do que só isso Marcos ela abaixou a xícara na mesa de centro e passou as mãos pelo rosto eu passei tantos anos ressentida achando que a mãe preferia você que você tinha mais oportunidades que as coisas eram mais fáceis para você Marcos franziu a testa surpreso com a confissão Clara nada foi fácil para Nenhum de Nós Eu sei disso agora mas na época na época eu precisava de
alguém para culpar culpei a mãe culpei você mas nunca olhei para as minhas próprias escolhas Marcos inclinou-se para a frente apoiando os cotovelos nos joelhos e o que você vê agora vejo que estava errada a mãe fez o melhor que pôde com o pouco que tinha e você você nunca foi o problema Marcos não respondeu imediatamente ele processava as palavras da irmã algo que esperou ouvir por muito tempo sabe Clara eu também me senti culpado às vezes por ter saído daqui por ter deixado a mãe carregar tanto sozinha Clara o olhou surpresa você não podia
fazer nada Marcos Talvez mas saber que ela estava aqui com você me dava a falsa sensação de que ela estava bem cuidada só depois de ver como as coisas realmente eram percebi que Talvez eu devesse ter feito mais o silêncio que se seguiu foi cheio de significados pela primeira vez em anos os dois estavam se abrindo um para o outro sem acusações ou defesas depois de um tempo Clara quebrou o silêncio eu quero fazer isso funcionar Marcos quero que a mãe sinta que pode contar comigo e eu também quero isso mas Clara você tem que
entender que isso não significa fazer tudo sozinha é sobre equilíbrio eu sei e você pode me ajudar sempre estamos nisso juntos Clara sorriu um sorriso pequeno mas sincero obrigada no dia seguinte Marcos e Clara começaram a planejar mudanças práticas na casa decidiram reorganizar as tarefas e dividir responsabilidades para garantir que Aparecida nunca mais se sentisse sobrecarregada vou me encarregar de cozinhar pelo menos duas vezes por semana disse Clara ótimo e eu posso vir nos finais de semana para ajudar com o jardim ou o que for preciso respondeu Marcos ele eles também discutiram como poderiam tornar
a casa mais acolhedora para a Aparecida Clara sugeriu reformar o quarto da mãe pintando as paredes e adicionando novos detalhes que ela pudesse gostar acho que isso vai mostrar para ela que nos importamos de verdade disse Clara Marcos assentiu ela vai perceber Clara não tenho dúvidas enquanto trabalhavam juntos os irmãos começaram a revisitar memórias do passado Marcos lembrou-se de quando Clara o ensinou a andar de bicicleta e ela riu ao mencionar como ele chorou depois de cair Você parecia um bebezão brincou ela e você parecia uma professora rigorosa retrucou ele rindo essas memórias ajudaram a
aliviar a atenção e criaram uma conexão que os dois achavam ter perdido mais tarde Artur se juntou a eles no Jardim enquanto Marcos e Clara discutiam os próximos passos o garoto os observava com um sorriso discreto vocês dois trabalhando juntos é algo que eu nunca pensei que veria Clara riu e Bagunçou o cabelo do filho não se acostume muito Marcos sorriu para o sobrinho sua mãe está aprendendo e o tio Marcos está tentando ser menos irritante respondeu Clara piscando para Artur ao fim do dia o progresso no jardim e na casa era visível mas mais
importante a dinâmica entre Clara e Marcos parecia mais leve mais colaborativa quando Clara fechou a porta depois de Marcos sair sentiu uma onda de alívio e esperança pela primeira vez em muito tempo acreditava que eles poderiam realmente construir algo melhor para eles para a Aparecida e para si mesma o Jardim estava mais vibrante do que nunca as plantas antes e sufocadas pelas ervas daninhas agora floresciam em tons de verde amarelo e lilás Aparecida estava ajoelhada cuidando de um canteiro de Margaridas que Artur havia plantado essas aqui estão fortes Artur você fez um bom trabalho disse
ela olhando para o neto com um sorriso Artur segurando um regador deu de ombros tentando disfarçar o orgulho só fiz o que você me ensinou vó Clara estava mais atrás podando alguns Galhos com uma tesoura suas mãos ainda eram desajeitadas com o trabalho mas ela se esforçava é impressionante como Isso muda o ambiente todo né comentou ela olhando ao redor muda sim cuidar da terra é como cuidar da gente mesmo dá trabalho mas o resultado compensa respondeu Aparecida sem desviar o olhar das Flores Marcos chegou pouco depois uma pequena árvore de limão em um vaso
trouxe um presente anunciou ele Aparecida levantou-se batendo a terra das mãos uma árvore Achei que o Jardim poderia ter algo mais duradouro Artur Correu para ajudar o tio a descer o vaso onde vamos plantar Aparecida pensou por um momento e apontou para um canto do Jardim Ali vai ficar perfeito o processo de plantar a árvore tornou-se um evento colaborativo o enquanto Clara prepara a terra com adubo acida observava orientando quando necessário mas deixando-os liderar o trabalho vocês estão indo bem elogiou ela não sabia que suar tanto podia ser relaxante disse Clara rindo enquanto limpava a
testa com o braço é você vend crescer quando finalmente colocaram a árvore no lugar e a cobriram com terra todos ficaram em silêncio por um momento admirando o trabalho essa vai durar por muitos anos vó disse Artur orgulhoso Aparecida colocou a mão no Ombro do Neto e vai sempre me lembrar de como a gente cresceu junto com ela mais tarde eles se reuniram na varanda para um lanche Clara havia Preparado um bolo simples e Marcos trouxe café fresco a conversa fluiu naturalmente cheia de lembranças e pequenas piadas lembra quando você caiu da árvore Marcos perguntou
Clara rindo como esquecer fiquei com o braço imobilizado por semanas e a mãe ainda brigou comigo porque tinha avisado para eu não subir e com razão Aparecida riu eu dizia que a árvore era forte mas você não era todos riram e a leveza do momento foi um lembrete de que apesar de tudo havia muito amor naquela família nos dias seguintes o Jardim tornou-se um espaço Central na vida da casa cada um tinha a sua tarefa Artur cuidava da rega Clara podava as plantas e Marcos ajudava a manter o solo saudável Aparecida supervisionava mas também fazia
questão de trabalhar ao lado deles sentindo-se parte do processo o jardim tornou-se mais do que um espaço físico era um símbolo da Renovação familiar Cada flor cada bruto e cada árvore representavam o esforço conjunto de Reconstruir o que havia sido quebrado isso aqui é mais do que só um jardim vó disse Artur um dia enquanto regava as plantas é mesmo meu filho é onde a gente colocou nossas intenções nossa vontade de mudar em uma tarde tranquila enquanto Clara ajudava a parecida a plantar novas flores ela finalmente se stiu confortável para falar algo que guardava no
coração mãe eu sei que não é fácil esquecer tudo o que aconteceu mas estou tentando de verdade Aparecida parou o que estava fazendo e olhou para a filha eu sei Clara e tenho visto isso e você está feliz por estar aqui de novo estou mas sabe o que me deixa mais feliz ver vocês trabalhando juntos como uma família Clara sorriu sentindo que finalmente estavam no caminho certo quando o sol começou a se pôr todos se reuniram no quintal a luz dourada iluminava o Jardim destacando as flores e a pequena árvore de limão que haviam plantado
juntos Aparecida olhou ao redor vendo sua família reunida e em paz pela primeira vez em muito tempo sentiu que o peso do passado estava finalmente ficando para trás Esse é o começo de algo bom disse ela quase para si mesma mas Clara ouviu e a gente vai fazer durar mãe com a promessa de Clara Aparecida sentiu o coração mais leve o jardim com toda sua vida e cor era a prova de que mudanças eram possíveis e às vezes tudo o que era necessário era um pouco de cuidado e amor a manhã estava calma com uma
brisa suave que balançava as folhas da pequena árvore de limão recém plantada Aparecida estava sentada no banco de madeira no canto do Jardim observando o espaço que havia se tornado mais do que um conjunto de plantas era o reflexo vivo de sua jornada de sua família e de sua reconexão consigo mesma com uma xícara de chá nas mãos ela inspirou profundamente o aroma da terra molhada e do café que vinha da cozinha onde Clara e Artur conversavam enquanto preparavam o café da manhã Marcos como de costume nos fins de semana estava na varanda lendo um
jornal e ocasionalmente comentando algo em voz alta aquela cena parecia tão simples mas para Aparecida era um milagre seu olhar repousou na árvore de limão as folhas ainda eram pequenas mas estavam fortes o caule fino prometia crescer com o tempo a imagem da planta a fez pensar na própria vida a força que precisara para resistir às tempestades os cortes que havia sofrido e finalmente o novo crescimento que agora experimentava tá pensando no que vó Artur apareceu ao lado dela sentando-se no chão ele segurava um regador mas parecia mais interessado em ouvir do que em cuidar
das plantas naquele momento na vida meu menino como tudo aqui no Jardim me faz lembrar de como a gente cresce mesmo quando parece que não tem jeito Artur franziu a testa tentando entender Você acha que a gente cresceu Acho sim cresceu muito cada um de vocês mas sabe o que me deixa mais feliz o quê que eu também cresci Artur a olhou com curiosidade como se essa ideia fosse nova para ele mas você já era adulta avó Aparecida riu baixinho acariciando o cabelo dele crescer não tem a ver com idade meu filho tem a ver
com aprender e eu aprendi que precisava me colocar em primeiro lugar às vezes Artur ficou pensativo e depois assentiu acho que entendi Clara apareceu logo depois com uma bandeja de café da manhã trouxe pra gente comer aqui tá muito bom ficar nesse Jardim Aparecida sorriu observando a filha montar tudo com cuidado era um gesto simples mas cheio de significado você está cada vez melhor nisso Clara Clara corou levemente sentando-se ao lado da mãe ainda tô aprendendo mas quero que você saiba que estou disposta a continuar tentando Aparecida segurou a mão da filha apertando-a levemente Eu
sei minha filha isso já significa muito clara olhou para o Jardim ao redor Você acha que a gente conseguiu mudar de verdade vocês mudaram porque quiseram Clara e eu mudei porque percebi que precisava é isso que faz a diferença quando Marcos se juntou a eles o momento parecia completo A família estava reunida compartilhando comida e risos em um lugar que antes simbolizava abandono e dor esse Jardim virou o Ponto Central de tudo hein disse Marcos observando as plantas e por um bom motivo é aqui que a gente cresceu respondeu Aparecida com um brilho nos olhos
Marcos sorriu percebendo o quanto a mãe parecia mais confiante mais tranquila E agora mãe o que vem depois depois Aparecida tomou um gole de chá antes de continuar depois a gente continua crescendo porque a vida é assim Marcos a gente nunca para de aprender de mudar de tentar Enquanto o Sol subia no céu Aparecida sentiu uma onda de paz que há muito tempo não experimentava o caminho até ali não havia sido fácil mas ela sabia que cada passo cada decisão tinha sido necessário ela olhou para os filhos e o Neto ao seu redor havia marcas
do passado sim mas também havia algo novo uma promessa de continuidade de respeito mútuo de amor genuíno eu estou orgulhosa De vocês disse ela Quebrando o Silêncio Clara Marcos e Artur olharam para ela com surpresa por quê perguntou Artur porque vocês cresceram e porque me ajudaram a crescer também o neto sorriu enquanto Clara e Marcos trocaram olhares o orgulho é todo nosso mãe disse Marcos Clara assentiu com lágrimas nos olhos é mesmo mais tarde Aparecida ficou sozinha no Jardim novamente ela se levantou e caminhou até a árvore de limão tocando delicadamente o caule com os
dedos vamos crescer juntas murmurou quase como uma PR o jardim com suas cores cheiros e texturas era mais do que um lugar bonito era um testemunho de resiliência de mudança e de cura e ali naquele espaço que um dia fora negligenciado Aparecida sentiu que finalmente havia encontrado seu lugar na família no mundo e dentro de si mesma e aí o que você achou da história deixe sua opinião nos comentários adoramos saber o que você pensa não se esqueça de dar umur tir no vídeo para nos apoiar e se inscrever no canal até a próxima
Related Videos
MÃE IDOSA É CRUELMENTE ABANDONADA PELOS FILHOS… O QUE ACONTECE DEPOIS DEIXA TODOS EM DESESPERO...
1:39:16
MÃE IDOSA É CRUELMENTE ABANDONADA PELOS FI...
Histórias de um User
27,683 views
"NÃO ASSINE ESSE CONTRATO!" – FAXINEIRA REVELA UM SEGREDO PARA UM MILIONÁRIO DURANTE A NEGOCIAÇÃO...
2:15:03
"NÃO ASSINE ESSE CONTRATO!" – FAXINEIRA RE...
Histórias de um User
43,263 views
MUDAR-SE PARA VIVER COM A NORA... E DESCOBRIR UM SEGREDO SOMBRIO QUE MUDARÁ SUA VIDA...
54:48
MUDAR-SE PARA VIVER COM A NORA... E DESCOB...
TGH HISTÓRIA
13,628 views
JUÍZA ORDENOU QUE TIRASSEM A NETA DE UMA IDOSA, QUANDO A MENINA COMEÇOU A FALAR...
1:22:32
JUÍZA ORDENOU QUE TIRASSEM A NETA DE UMA I...
Contos Impressionantes
185,628 views
O Poder da Fé: Como Acreditar Pode Mudar Sua Vida!
16:21
O Poder da Fé: Como Acreditar Pode Mudar S...
Ecos da Eternidade
135 views
MILIONÁRIO VIU UMA SEM-TETO TREMENDO DE FRIO E A LEVOU PARA CASA POR UMA NOITE. NA MANHÃ SEGUINTE...
1:43:10
MILIONÁRIO VIU UMA SEM-TETO TREMENDO DE FR...
Descrevendo Histórias
33,667 views
MENINA É EXPULSA PELO PADRASTO E ENCONTRA UM HOMEM RICO… O QUE ELE DESCOBRIU SOBRE ELA MUDOU TUDO!
1:43:31
MENINA É EXPULSA PELO PADRASTO E ENCONTRA ...
Histórias de um User
70,544 views
🔴MILIONÁRIO CONVIDOU MENINA DE RUA À SUA FESTA DE ANIVERSÁRIO PARA HUMILHÁ-LA NA FRENTE DE TODOS...
1:56:59
🔴MILIONÁRIO CONVIDOU MENINA DE RUA À SUA ...
Histórias de um User
51,237 views
Milionário NEGRO se disfarça de MENDIGO e é AGREDIDO em sua PROPRIA LOJA
26:57
Milionário NEGRO se disfarça de MENDIGO e ...
CRIAFLIX
111,524 views
O MILIONÁRIO FOI TOMAR UM CAFÉ E AO VER O ANEL DA EMPREGADA COMEÇOU A SUAR FRIO....
1:01:02
O MILIONÁRIO FOI TOMAR UM CAFÉ E AO VER O ...
Emoções Sendo Narradas
770,246 views
PEQUENA MENDIGA GRITA AO MILIONÁRIO NO AEROPORTO 'NÃO ENTRE NESSE AVIÃO!' O QUE ACONTECEU DEPOIS...
2:16:54
PEQUENA MENDIGA GRITA AO MILIONÁRIO NO AER...
Relatos Comoventes
110,332 views
"FELIZ NATAL, PAPAI", DISSE O MENDIGO AO MILIONÁRIO ESTÉRIL, ENTREGANDO UM ENVELOPE DEVASTADOR...
1:55:15
"FELIZ NATAL, PAPAI", DISSE O MENDIGO AO M...
Histórias de um User
46,668 views
MÃE IDOSA VISITOU SUA FILHA... MAS AO ABRIR A PORTA, VIU ALGO QUE A DEIXOU DESESPERADA...
1:30:55
MÃE IDOSA VISITOU SUA FILHA... MAS AO ABRI...
Histórias de um User
477,349 views
MENINA DE 12 ANOS GRÁVIDA É EXPULSA DE CASA, ANOS DEPOIS VOLTA E O QUE ACONTECE CHOCA A TODOS...
1:23:20
MENINA DE 12 ANOS GRÁVIDA É EXPULSA DE CAS...
Histórias de um User
52,377 views
Uma joalheria IGNOROU uma senhora idosa... No dia seguinte, ela COMPROU a empresa e DEMITIU OS ...
55:02
Uma joalheria IGNOROU uma senhora idosa......
TGH HISTÓRIA
99,990 views
Beautiful Relaxing Peaceful Music, Calm Music 24/7, "Tropical Shores" By Tim Janis
11:54:57
Beautiful Relaxing Peaceful Music, Calm Mu...
Tim Janis
AO PASSAR PELO JARDINEIRO, O MILIONÁRIO FICOU PARALISADO AO VER SEU PINGENTE... O MESMO QUE...
1:49:56
AO PASSAR PELO JARDINEIRO, O MILIONÁRIO FI...
Narrativas de Historias
94,639 views
Não Conte Nada Para Ninguém e Terá SUCESSO Na Vida Imediatamente! REFLEXÃO DE SABEDORIA
16:07
Não Conte Nada Para Ninguém e Terá SUCESSO...
otimizaseunegocio
4,694 views
Musicas italianas inesquecíveis com legendas em português
49:29
Musicas italianas inesquecíveis com legend...
Zeka rock
238,690 views
Mãe luta há 38 anos para encontrar seus filhos
1:31:53
Mãe luta há 38 anos para encontrar seus fi...
Hora do Faro
5,461,346 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com