Bom dia a todos sejam todos bem-vindos aqui presencialmente também no canal do YouTube do ia USP estamos muito felizes com esse encontro hoje essa Manhã Tão especial com convidados muito especiais que a gente agradece muito pela presença eh o a nosso encontro de hoje se chama sonhar e criar na função da poética visual ancestral é uma iniciativa do grupo de estudos né o grupo de pesquisa do do Instituto de estudos avançados eh da Universidade de São Paulo Esse grupo é coordenado pela professora Marina mime do qual eu lutiano e muitas pessoas que estão aqui hoje
fazem parte que a gente agradece demais por essa oportunidade eh de de reunir essas pessoas eh tão importantes nesse debate nesse diálogo conosco aqui na universidade a gente sabe de todas as dificuldades né para elas eh conseguirem dentro das suas agendas movimentadíssima eh terem esse espaço para dividir conosco e com a nossa turma né maravilhosa aqui presente hoje de estudantes da faculdade de arquit ura urbanístico da Universidade de São Paulo o curso de história da arte dois né Eh disciplina sejam super bem-vindos né todo mundo adorou que tem um sofazinho sejam super bem-vindos aqui ao
Instituto de estudos avançados é esse diálogo com vocês né a turma super jovem os super jovens pesquisadores né e estudiosos e Futuros arquitetos e urbanistas que vão movir entar esse campo né aqui em São Paulo no Brasil e no mundo a gente fica muito feliz de ter vocês aqui conosco Esse realmente é um grande presente então vamos dar continuidade agora eh também essa parceria né lutiano vem com ausp também por conta de um projeto que nós desenvolvemos na fal eh que é o projeto Jovem Pesquisador da Fapesp da fundação de Amparo pesquisa do Estado de
São Paulo que também apoia essa iniciativa né Eh com o projeto Barroco a sul então a gente agradece também a todos os apoios que a gente tem para poder eh viabilizar né esse esse encontro de hoje então muito obrigada a todos a gente vai eh já já chamar as nossas eh eh queridas Ana Eloísa e depois a Angélica que vão fazer a mediação a gente vai ter o debate com a maravilhosa Marília cu a Cristiana Barreto tá com problema de saúde ela pediu milhões de desculpas né de não poder comparecer e a gente deseja que
ela que é ser nossa debatedora é Nossa parceira nos projetos todos eh do Museu Paraense Milo Gu e a gente manda um beijo pra Cristiana que ela se recupere e logo então bem-vindo a todos eu sou para agradecer a presenç de todos os nossos [Música] convidados o nosso convidado e amigo ter acado partecipe incontro a pes situação Porto allegre port teric Muito obrigado a Nosa convidada Bel també para e para mar Professora Maria conosco eca e obg presenza da da da oo che se Man proveitosa para todos realmente muito muito obrigado agradecer muito especialmente a
Cláudia do ia toda a equipe de de transmissão também da organização muito obrigada chadal Vânia não tem palavras para agradecer vocês e a Sandra também ontem a gente teve um dia Sandra Benites que participou de forma online ontem eh na fa USP né na nossa universidade foi um dia super bonito também uma manhã super bonita a gente continua né Vocês podem assistir inclusive também no canal do YouTube então assim essa é uma outra conversa tão importante quanto aquela outra conectada com aquela de ontem também então an elía segata por favor a nossa Eh querida representante
decente do do grupo fundadora do grupo de estudos AB bi lafal obrigada anilu obrigada E obrigada a todos pela presença Obrigada pela oportunidade de tá aqui eh acho que essa conversa hoje vai ser muito inspiradora a gente tem convidados em incríveis e eu vou sem mais delongas chamar nosso primeiro convidado eh Chad luto Pan copé para fazer uma fala sobre o bioma Pampa tempo espaço memória por favor xadalu xadalu é artista indígena nascida em Alegrete no Pampa Gaúcho tem sua origem Guarani ligada aos indígenas que historicamente habitavam as margens do rio Ibirapuã da antiga Terra
de Araranguá os Guarani chuas minuanos jaros e embon em suas obras usa serigrafia pintura fotografia e diversos objetos para abordar a tensão entre a cultura indígena e ocidental nas cidades tendo sua pesquisa voltada aos processos Coloniais de catequização dos povos indígenas como artista residente já esteve em países como França Espanha Itália além de ter participado do programa de residências da 35ª Bienal Internacional de São Paulo com foco no território no Chile palavra é sua eh diav Bom dia a todos todas todas eh queria agradecer imensamente a presença de vocês aqui e agradecer todo mundo que
trabalhou envolvido pra gente tá aqui hoje né agradecer o lutiano a Renata o grupo abala a Cláudia a Vânia e e toda a mesa que vai participar hoje do da nossa troca de ideias né e gerar pensamento e conhecimento sou Chad luto po copé sou do Extremo Sul da Fronteira Oeste com Argentina hoje moro em Porto Alegre e e vim aqui falar um pouco de eu acho que só quando fala arte é muito limitado né porque a arte se estende pela vida e a vida é os nossos costumes né do dia a dia quando eu
era criança ainda eu nasci na beira de um rio muito bonito um dos principais rios do Rio Grande do Sul que permeia a Argentina e Uruguai ele se chama Rio Ibirapuã e e eu me lembro de dormir ao som do Rio acord d o som do Rio e o pátio da minha casa era o rio desse Rio a minha trisavó tirava sustento a minha bisa tirou sustento até a minha avó porque lá ainda vive e mesmo que em outro plano o povo Guarani que aos poucos foi sendo catequizados eh a cidade vai entrando dentro da
Aldeia e a gente vai tendo os costumes diferentes mas tentando sempre lutando né com essa engrenagem de manter alguns para nos manter manter vivo até hoje mas eu lembro de de que tinha nós tínhamos um enorme respeito pelo rio Ibirapuã eh não foi nemuma nem duas mas foi em diversas madrugadas em todo o inverno a gente tinha que sair de madrugada de dentro de casa porque a água do rio subia e nós tínhamos que sair pra mata e eu era pequeno naquele tempo eu não tinha muita noção e e a gente sempre eh a gente
sempre entendia que a margem do rio era o termômetro da nossa terra aquilo era o balizador quando a água subia é porque a a natureza tava se manifestando de uma forma natural que a gente chama lá de Enchente mas não é essa enchente que uma enchente que aconteceu que logo eu vou falar de Porto Alegre no qual eu fui afetado era uma coisa da natureza Então se respeitava a natureza na beira do rio onde eu nasci não se pode ter Casa dos ricos porque a natureza ela devoraria a casa dos ricos e a gente sempre
entendeu isso então lá moraria só quem respeita a natureza então a gente era acostumado a a a água ala depois ela baixa a gente volta paraa nossa casa eh Sandra Benites a primeira curadora indígena né que foi curadora do MASP mulher eh um dia eu tava conversando com ela sobre isso e e ela falou uma coisa muito importante que esse movimento que quando começava a chover a minha avó que é aquela senhora ela ia pra beira do rio e batia com a so Taquara com uma linha marcada era para delimitar até aonde a gente podia
ficar se a água passasse do da marcação tínhamos que sair paraa mata então porque aquilo ali era o sinal que o rio ia subir muito mais a Taquara que ela segurava e balançava e ao mesmo tempo rezava para Santa Bárbara dona da Tempestade fruto da catequização Jesuíta que nos fez no Pampa Gaúcho ela simbolizava muita coisa porque parecia que a aquelas simpatias com curanderismo com crença indígena tentava segurar o raio da tempestade e ao mesmo tempo me acalmava como criança ao lado dela e no fundo a imagem da Minha Atriz avó e enquanto isso as
lavouras de transgênicos avançavam pelo esmagando a nossa casa aquela chuva não era mais uma chuva de Deus era uma chuva diferente era uma chuva transgênica o em cima de tudo is ainda se tinha Fé e a gente vê no canto da imagem essa fé sendo devorada pela água e era uma mistura né de angústia mas ao mesmo tempo de força eh tudo isso que eu tô falando aqui no Guarani se chama andu ou Arandu que é escutar o próprio corpo a gente tem que escutar o corpo para poder entender a natureza porque lá no primeiro
mundo a a mãe terra se chava se chamava inand e no útero dela do útero dela saiu o Sol e a Lua e e depois ela virou um mortal e esse mortal que virou a terra por isso que a nossa terra é perecível a na terra ela é Ela é castigada o tempo todo e ainda permite que a gente viva em cima dela a Terra é um elemento dos Deuses mas eu vou continuar falando da enchente porque a enchente não para por aqui né Eh então eu saí de uma situação de de final de Aldeia
mas num uma antiga Terra indígena fui para Porto Alegre e agora a gente vem para 2024 eu pintei essa obra em janeiro e em maio conteceu uma das maiores catástrofes ambientais do Brasil no Rio Grande do Sul e e eu acho que a coisa tá tão complicada eh que eu penso todos os dias no atelierê quando eu tô pintando e trabalhando tô junto com os parentes da audeia essa semana eu lembrei da Vânia porque Porto Alegre foi tomada pel uma grande fumaça o sol não nasceu e a cidade continuou triste porque a cidade ainda lá
tá tá muito triste as coisas que vocês vem na televisão não é nem 10% do que realmente aconteceram a aquilo que aconteceu se chama a rebeldia da natureza a minha avó falou quando o homem Castiga natureza a natureza não quer saber se a pessoa é rica ou é pobre é branca ou indígena ela vai castigar todo mundo ela é castigada Castiga todo mundo só que a gente vive num mundo que o castigo ele chega nos mais pobres podendo porque lá em Porto Alegre alargou tudo alargou casas de pessoas muito ricas casas de pessoas ricas casas
de pessoas muito pobres e de pessoas Miseráveis em situação de rua eh as pessoas que tinham mais dinheiro elas conseguiam se deslocar para outros lugares as pessoas que não tinham dinheiro tinham que ir para abrigos e morar na rua e e é segundo aviso que a gente tem eh é o segundo aviso que a gente tem de que por mais que se tenha o maior dinheiro do mundo tem coisas que a gente não vai conseguir salvar a pandemia mostrou que não tinha valor uma vacina não tinha era um valor que era inestimável E se fosse
a vacina vendida naquela época pessoas pagariam milhões para fazer quem tinha pagaria para fazer e e dessa vez em Porto Alegre foi a mesma cois a água ela comeou a subir subir subi eu fiquei CCO Dias dentro da água porque nós do Guarani não morre né da água porque a gente respeita a água e sabe como lidar com ela mas eu acho que as pessoas na cidade elas elas tão tão numa ignorância espiritual tão grande que elas não consegue mais escutar o próprio corpo a água veio e levou tudo e eu fico muito triste em
em ver que as pessoas não pensavam porque aquilo aconteceu elas só queriam acusar e o o prefeito que deveria ajudar ele ocupava enchente ele era uma pessoa que sabia das coisas o governador mudou mais de dizem mais mais de 100 leis ambientais isso é muito complicado porque na hora que deu a catástrofe os grandes empresários que compraram o estado e compraram a cidade eles não podiam fazer nada também Eles estavam sem luz Eles estavam sem água Porque as pessoas não entenderam que a natureza é muito maior que nós e dentro da nossa Cosmo cosmovisão e
cosmologia a gente sabe como funciona as coisas vão indo num limite que uma hora acaba e e aos poucas a gente não tá vendo mas a gente tá tentando se adaptar de todas as maneiras sabe tudo tudo tudo antidepressivo ã tudo a gente arcondicionado a gente tá todo momento tentando se adaptar e a gente não tá sentindo porque é de pouco a pouco Pouco a Pouco pouco a pouco e e o que eu mais pensei dentro desses dias dentro da água lá eh eh de como a gente é ignorante mesmo sabe é uma coisa assim
é chega a ser Fantástico da ignorância e e e de como H as pessoas ainda são negacionistas de não procurar nós temos uma Universidade Federal do Rio Grande do Sul que temos excelentes profissionais lá e pessoas que eh que moram e são da própria da própria terra né Eh eu se eu fosse um acadêmico eu não sou um acadêmico e e Acontece uma catástrofe dessas eu queria ajudar o meu povo eu queria aí chamaram as pessoas da de da Holanda para estudar o que nós já sabia e Qualquer um sabe pagaram 1 milhão esse 1
milhão podia ser destinado a programas de bolsas e de e de de estudos né pros estudantes lá e eu fico pensando assim quem paga essa conta às vezes é o grande empresário quem é o grande empresário pode pode futuramente ser algum de vocês que estão estudando aqui E por que não valoriza as pessoas que são daqui isso é ficou um sentimento de de raiva lá para todo mundo né mas a água veio e mostrou que a gente é muito frágil pessoas morreram pessoas ainda estão desabrigadas lá eh algumas aldeias foram atingidas da Aldeia ninguém não
teve óbitos graças a nhanderu mas e mostrou que o estado é muito frágil o estado como um todo né eh é muito difícil assim as pessoas saírem correndo das casas foi um cenário de guerra porque a água foi subindo e Porto Alegre também tem uma grande população de pessoas de idade né O nossos nossos velhinhos né Eu costumo dizer na aldeia que nossos velhinhos são as nossas bibliotecas vivas do tempo a minha avó deu uma angústia assim né porque as pessoas tiveram que se ajudar e se abraçar independente do partido político porque senão as pessoas
iam morrer mas foi muito complicado mas só o que eu fico mais triste em ver que não se parou para refletir sabe não a vida continuou normal os políticos continuaram mentindo eh é uma coisa muito complicada agora Setembro tá marcando enchente de novo né então não arrumaram ainda os muros eu acho que é uma coisa pra gente refletir Porque da mesma maneira que venderam Porto Alegre se tornou esse caos podem vender São Paulo também e aqui pode acontecer a mesma coisa lá no Porto Alegre tem um rio o rio se chama dilúvio ele era um
rio o antigo Rio chamado Rio Jacarei o Jacarei era um rio lindo era um rio cheio de veias Porque os rios eles são as as veias abertas da natureza quando um pássaro ele voa ele vê lá de cima as aveias abertas do corpo da terra o rio a água é o sangue da Terra isso queem me contou foi carit tanda ocan de 104 anos Meu pai espiritual e já complementando o cacique Cirilo e verat Tucum Bó liderança do Rio Grande do Sul ele complementa junto nessa fala que a gente teve junto que foi uma aula
sobre os rios eh que os rios eram nossas estradas quando não havia as estradas eram pela passagem dos rios que as populações né nossos parentes os nossos irmãos se comunicavam não tinha a estrada sabe ou eram tril ou eram a beira dos rios e e esse term Termômetro da terra aqui para mim são a beira dos rios que é os termômetros eles guardam dentro das frestas dos rios os espíritos dos Deuses e até dizem que esses espíritos conseguem entender quando o rio enche pela maldade ou ele enche pela natureza e dentro da água nesses dias
eu eu continuei pintando porque eu fiquei tava frio eu tava na água na parte de cima da onde eu fico lá e eu fiquei pensando sobre a criação e a destruição do universo né então eu vou passar aqui para não me estender muito eu tô não sei quanto tempo tá tá contando o meu eu vou passar aqui rapidamente né a gente às vezes quer falar o texto que eu preparei ele tem oito laudas ou nove então não vai dar eu vou falar só um pouquinho aí depois eu acho que eu vou deixar o texto disponível
no ia pra gente não sei eh poder depois ler o texto é um texto bem bonito aqui eh no no quando não existia nada no meio da escuridão do útero do universo havia uma bola de água que se mexia parecia viva e Em algum momento surge uma luz um raio e nhanderu eneng gua ele aparece num banco num banco do pensamento que é um um banco chamado apic e ele nesse momento cria as primeiras árvores as primeiras árvores são as Palmeiras azuis são cinco Palmeiras azuis e as Palmeiras uma fica na terra e as outras
quatro vão paraos quatro pontos cardeais esses quatro pontos cardeais são as quatro cidades Celestiais porque para nós não existe Oeste leste sul e Norte existe caret que é a cidade do tempo no Sul decairá que é a cidade da Neblina no norte eh tupet que é a cidade do Oeste né que é a cidade da água do trovão e nas e a Cidade da Luz que é em amandor retã é onde o sol nasce eh em amandu pai do sol e da lua e nós viemos à Terra da nossa morada de cada um desses pontos
então eu sou do Oeste é um exemplo só por exemplo se a Vânia vem do Norte a gente só tem a oportunidade de se ver na terra essa vez depois quando a gente voltar paraa nossa morada a gente não se vê mais e então a gente tem que fazer o melhor de nós aqui porque depois a gente vai só voltar pros nossos e aqui fala do dessa criação esse mundo ele ele tinha uma era um mundo teste aí V ten né que é terra do Futuro ele tinha era analisar como é que se comportariam as
coisas o os animais e as pessoas falavam a mesma língua e e esses mesmos tinham o privilégio de poder conversar com Deus nesse mundo ainda não havia nascido o sol nem a Lua as pessoas se guiavam pela luz do próprio coração então ali são os primeiros habitantes chegando na iven passado um tempo a a convivência dos animais e das pessoas e foi destruída pelo único sentimento o primeiro sentimento que existiu de inveja e traição Então Deus resolveu acabar com aquele mundo se passou muitos invernos no meio da Escuridão e logo se cria um portal para
criar a segunda terra que a gente vive hoje que é o nome da terra Ivan vai Ivan Vai quer dizer Terra feia Terra perecível porque o original a imagem verdadeira Nossa tá em outro lugar a imagem infinita tá em outra dimensão aqui a gente é só imagem logo a gente se vai e na criação da segunda terra a gente tinha [Música] ã algumas na Seg na segunda terra a gente tinha as etapas do tap né tap é caminho o o caminho tinha três etapas ivab té que já ivab té é o umbigo da terra né
que é no Paraguai dizem que de lá Saíram todas os habitantes da terra Paramirim que era entre a Argentina e o Brasil onde eu nasci que seria a caminhada esses três etapas a caminhada para chegar a terra sem males no Paramirim e depois no decorrer da caminhada chegando até a costa do Brasil ali né o Paraguaçu que era o final né quando conseguia chegar na caminhada mas isso é há muitos anos tu chegava na beira do Oceano e aonde o sol nasce lá é a terra sem Mares esse esses caminhos essas etapas que seriam de
desde criança adulto e já velhinho foram quebradas pela invasão Colonial não foi descobrimento foi uma invasão um massacre e e depois disso eh se criou as fronteiras se repartiu Os territórios se diferenciaram as pessoas se fraquecer algumas se fortaleceram outras e a gente vive guerras processos de catequização e lutas de resistências na América do Sul eu tô localizando essa luta e toda essa história dentro do território vup para nós o território vup é o território Sem Fronteira é o território a gente tá livre e e a partir do momento que a gente sofre os processos
de catequização eu vou falar muito especificamente do do Rio Grande do Sul onde eu nasci no Pampa Gaúcho que a gente chama lá de bando oriental né a gente porque é do lado do do Uruguai a banda oriental do Pampa eh dentro do Rio Grande do Sul houve um dos maiores processos de apagamento da cultura indígena do Brasil eh muitas etnias foram extintas e E se a gente for Nessas cidades de fronteira a gente vai ver pessoas indígenas mas muitas muitas muitas que que não se identificam mais como indígena porque os processos de apagamento foram
agredindo tanto a cultura indígena que ficou marginalizada tanto que se houve no início do século dois séculos atrás os processos de [Música] guaranizinho né do Povo em geral do Oeste do Rio Grande do Sul foi feito um um um um exame de sangue nas populações ribeirinhas da onde eu nasci de Bajé onde se tinha o índice de indígenas maior que no am no na Amazônia por metro quadrado né não era E essas pessoas quando se deparado com o o o exame de sangue elas não aceitaram ser indígenas elas falavam que eram espanhóis ou portugueses Então
os processos de apagamento Eles foram de diversas formas e agindo de uma maneira que silenciosamente as pessoas mendos tendo sangue eh o fenótipo elas não se aceitam por vergonha hoje se fala de uma maneira mais tranquila não se assumindo assim com os mais velhinhos né mas quase todos que a gente sabia dos aldeamentos lá se conhece então por exemplo a minha avó consegue se ver a foto apontar um por um das pessoas que viviam lá aqui é uma das da do das falas da minha avó da da beira do ibirapuitã em 1944 onde ela conta
eh levantar para poder comer levantar para dar poder comer era que só havia um jeito para se alimentar era indo pro mato né não tinha dinheiro não tinha era caça e pesca todo dia plantação plantações e muito a história de que um um dragão um dragão gigante viria destruir né a as capelinhas que se tinham na beira do rio e que viria uma tempestade e um raio atingiria esses dragões e matarias claro que a gente sabe que isso é uma história Colonial para amendrontar né a cultura indígena aqui é uma das obras que é o
o a morte do rio ibirapuitã o ibirapuitã era era um indígena charu que morreu numa batalha com os espanhóis e tem uma longa história dele mas esse ibirapuitã eu consigo ver ele hoje Onde o Rio está completamente poluído e é uma coisa que é muito duvidosa de quantas plantações de soja tem em volta e e quanto o rio tá seco sabe uma coisa aqui essa obra e essas duas obras eu tive o prazer de ter a curadoria da Vânia Leal da que logo vai falar aqui da Bienal da das Amazônias a primeira Bienal eh aquilo
era muito diferente de centralizar a arte e acreditar que isso seria muito potente dentro de umas camadas e de um sistema muito diferente e só parabenizar tu e a Lívia porque foi um projeto Fantástico e e foi bonito tudo aquilo o povo lá do Pará é uma coisa muito linda né as pessoas e estando na Bienal das Amazônias eu era o único artista Gaúcho né Eu acho e eu quis tratar do Pampa porque o que que a gente entende tudo se apoia existe uma um é uma visão Guarani dos mais velhos que é assim quando
Deus criou o mundo ele colocou uma varinha só que sustenta esse mundo e no dia que essa varinha quebrar todo mundo vai junto então as pessoas têm que entender que o bioma é essa varinha os biomas e quando faz mal lá na Amazônia por isso que eu lembrei de tivia eu vi a fumaça lá da minha casa a c ficou parecia o final do mundo porque tá a cidade tá tão suja ainda tão suja com barro nas paredes e não é o barro que é o nosso Barro que a gente tinha na casinha lá é
o barro da destruição mesmo sabe é o barro da nossa ação e aquele dia eu fiquei olhando o sol só o círculo do quara sabe parecia filme assim e na nas notícias passando a fumaça da Amazônia chega a Rio Grande do Sul e se a gente pegar o tão longe é o nosso Brasil ele é um país um tamanho Continental de tu acreditar o quanto tá sendo destruído e independente do governo o quanto não fazem nada porque se a gente tem exércitos que ganham uma fortuna Sargentos tenentes por não pega toda essa gente tira do
quartel e manda lá para para combater os garimpeiros Sabe por que que não acontece isso Por que que não faz uma operação para pelo menos estancar esse sangue que tá saindo lá da Amazônia que tá saindo do Pampa de outro jeito no Pampa é uma coisa muito ligada ao Agro porque a vegetação do Pampa é gramine a gente não consegue ver a gente só consegue ver quando estragou tudo e então eu consegui eh foi uma obra comissionada pela Bienal das Amazônias né e a gente teve muitas conversas com a Vânia e o nome dessa obra
é Uirá é a árvore da vida né e virar ov te cov é árvore da vida então fala sobre o tronco da árvore azul que sustenta os últimos animais da terra e o último guerreiro que sobrou e o sol sendo uma grande bola de fogo que não é uma bola de fogo vista de cima parece uma fogueira e esses animais né com o espírito e as raízes ainda eh na beira do rio poluído do ibirapuitã a outra obra falava dos processos da primeira Paixão de Cristo Guarani na beira do rio ibirapuitã onde foi sacrificado um
indígena e ainda fruto da da catequização Jesuíta deixa eu ver aqui eu quero chegar aqui e aí finalizando aqui para não não não ultrapassar muito tempo e a gente poder eh passando todos esses processos que a gente vem falando a gente esquece também que a gente tá em território indígena né as cidades foram criadas em cima de aldeias indígenas a gente pisa sobre cabeças sem conhecer o passado a terra ela ela é uma linha do tempo em camadas que vai guardando as histórias e e nós muitas vezes não conhecemos a história ignoramos e claro que
aqui dentro do nosso da nossa pequena bolha a gente sabe respeitar o indígena a gente sabe porque que o indígena tá hoje na cidade porque tá na faculdade mas 9 9,9 da população não não entende isso porque isso é reflexo de um um de um sistema de Educação Básica que faliu e não é pelos professores porque o professor da rede Municipal Estadual eles dão o sangue por pelo que fazem mas é pelo um sistema de apagamento mesmo né as pessoas que trabalham em escolas estaduais federais municipais são heróis assim porque e também eu falo porque
e a a própria van professora a Vania sabe disso tu entrar numa sala de aula e ter diversos tipos de problema de criança que levam para dentro da sala de aula como é que tu vai explicar sobre decolonial Para eles um exemplo então a gente vê só um avanço dentro das escolas particular que consegue investir no em algum tipo de Educação de decolonial e algumas tentativas heroicas da rede pública porque a rede pública ainda ela resiste em implantar um sistema que reconheça que reconheça a história do Brasil realmente como ela é não como um fetiche
de livro onde se fala índio você fala oca você fala cocar a gente tem um grave grave porque as crianças de hoje são os ignorantes de amanhã que a gente vai ver na rua e vai xingar e vai gritar e vai enganar porque hoje não existe mais debate né a gente começa a ver eu tô vendo os debates lá do Rio Grande do Sul daqui é uma gritaria eh não tem mais a pessoa não responde assim que que tu pensa da educação ele vai falar outra coisa el não eles tentam desviar todo momento a atenção
e as pessoas acreditam nisso acreditam né e começam a ver essas pessoas que são feitas para governar como Ídolos sendo que a gente tinha que ver eles Como funcionário eles são contratados para fazer as coisas funcionarem não são Ídolos sabe ídolo é a minha mãe a minha avó eles são meu ídolo sabe cara tando cã mas político não vai ser meu ídolo hum hum posso ter admiração por ter feito coisas pela educação pela cultura mas ele recebeu por isso também né Eh então aqui essa obra fala sobre eh é uma é uma cripta é uma
cabeça é uma cabeça que Ela sustenta os pilares da principal Catedral de Porto Alegre e e essa cabeça ela foi colocada porque a igreja foi construída em cima de um território indígena e aí eu fiz uma releitura da cabeça essa cabeça ela faz parte do acero do Museu das culturas indígenas e e bem essa ela é do acero do do Museu de Arte Moderna de São Paulo e essa cabeça ela tem uma frase que a gente colocou não tá dando para ler ali mas quer dizer o i PTI Tet nhar então é um espírito porque
para nós é assim quando o guerreiro luta na terra pelo espaço e ele morre a alma dele não não sobe ele fica aguardando o espaço para dizer que esse é o verdadeiro dono do espaço é o inero e esse é um dos dos dos inus e ele tá dizendo ali existe uma cidade sobre nós então fala muito muito também relacionado a Porto Alegre porque Porto Alegre como uma antigal indígena Hoje os parentes vão para o centro da cidade vender artesanato e as pessoas que olham porque olha de qualquer maneira né Por exemplo eu já fui
eu acho que cinco ou seis vezes pra Europa todas as vezes eles me pegam na revista todas as vezes no Rio Grande do Sul quando entro no mercado é todos os dias eles vão atrás de mim a pessoa no hotel ali eu vou pegar café ela me dá bom dia e tudo bem quando passa a outra pessoa ela fala ótimo café para você é coisas pequenas que a gente Claro não vai potencializar no romântico né A minha mãe falou assim se tu for dar bola para isso tu vai brigar todos os dias então Eh aí
então as pessoas na cidade elas vão vão vão ver ver o indígena vendendo o artesanato porque a a lá a gente tem as periferias nas periferias dos cantos da cidade onde tem mato ainda o as aldeias as aldeias são pequenas então elas têm que vir paraa cidade todo dia vender artesanato né é o grande fonte de renda e quando as as as pessoas vão até o centro muitas ficam ah o que que eles querem ali vagabundo não quer trabalhar aí pensa que o artesanato que é uma escultura de Demorou quanto tempo para fazer né pessoal
não entende falta de Cultura de uma ignorância que podia ser sanada no na Educação Básica sabe e E aí o que acontece é que eh as pessoas não sabem que aquele território era é um território indígena não existe foi mas é né então é isso e E aí eu vou deixar aqui paraa Vânia falar e eu nem falei de arte né de Museu nem nada porque eu acho que isso era mais importante nós falar porque e numa exposição a gente tem acesso a todo momento né mas falar do que realmente eh eu escutei da An
Ana shutz que foi curadora da Bia na Bienal eu fui fazer uma residência numa escola Jesuíta lá em arévalo e eu tive o o prazer dela me acompanhar junto com aldon Zino que foi um curador Então ela me viu lá e se encantou pelo trabalho e eu vi ela falando sobre [Música] eh o o que o que era preciso para chegar antes no museu sabe com quando vai levar as pessoas e e antes de chegar no museu a pessoa tem que ter uma estrutura emocional eh humanitária para te porque senão a gente vai sempre falar
para nós mesmos na mesma bolha sabe então não faz sentido eu podia falar aqui do Ateliê eu eu pinto às vezes 15 horas por dia 14 agora eu tô fazendo três obras ao mesmo tempo Museu de Belas Artes e outras duas instituições que não pode falar agora né mas eu acho que o mais importante era nós falar dessas criações e destruições né de nós mesmos né porque eu acho que é isso eh e muito [Aplausos] obrigado Obrigada xadalu pela fala poético visual de tratando assuntos muito difíceis Na verdade acho que a arte ajuda né a
a falar dessas coisas que são muito importantes e difíceis da gente lidar eh antes de chamar a nossa próxima convidada eu queria eh eh informar que as perguntas devem ser enviadas por e-mail eh pros nossos convidados pelo iea responde @ USP BR tá aí depois que a gente tiver as sessões expositivas a gente Abre pro debate e as perguntas vão ser trazidas pra mesa pra conversa eh a nossa próxima convidada que vai somar nessa conversa tá online A Sandra eh Sandra Benites fazer uma fala sobre o olhar poético e a resistência Guarani Sandra Benites Araré
como é conhecida em seu eh entre o seu povo guaran e nasceu na aldeia Porto lindo em japor Mato Grosso do Sul e hoje ela vive e trabalha entre o Rio Grande entre o Rio de Janeiro e São Paulo ela é ativista curadora Educadora pesquisadora iniciou suas atividades como agente comunitária de saúde lecionou no Hammer Museum em Los Angeles no Museum of Modern art no mom de Nova York no P Museum da Harvard em Boston e entre outras instituições estadunidenses e participou de ência artística no Clark institute em massachusets ela é doutorando e mestre pelo
programa de pós-graduação em antropologia social do Museu Nacional da federal do Rio de Janeiro e concluiu a licenciatura intercultural indígena no sul da Mata Atlântica pela Universidade Federal de Santa Catarina eh e recentemente foi nomeada diretora de artes visuais da Fundação Nacional de artes a funar bem-vinda Sandra Bom dia Obrigada eh vocês estão me ouvindo bem Vocês estão me ouvindo bem é que eu não tô ouvindo vocês agora oi perdão consegue ouvir Sandra sim eu tô eu tô agora sim mas vocês estão me ouvindo bem Sim estamos tá tá eh Bom dia primeiro quero muito
eh eh agradecer e também eh pedir desculpa também pro xadalu e pra Vânia e pra Sônia que foi ontem foi belíssima apresentação e hoje também não foi diferente e e eu acho que para mim assim foi muito importante nesse momento eu eu fui na [Música] verdade chamado para acompanhar eh a chegada do manto Tupinambá através da funat como a funat já teve eh história também com manto né primeiro eh exposição que começou a circulação do manto Tupinambá eh começou na verdade com com a funar né então eu acho que foi muito importante também a gente
eh se envolver nesse nessa chegada do manto ambá e eu achei ontem foi muito já começando a partir disso que o o xadalu falou eu acho muito interessante e muito provocador e também revoltante né porque eh Ontem nós fomos andando né em eh eh marcando reunião com vários eh com vários instituições de Secretaria de Estadual Municipal e junto com que funar Ministério dos povos indígenas são pessoas envolvido para organizar a O Ritual né a para o manto né no no Museu Nacional dia 10 dia 11 e dia 12 né de Setembro aí curiosamente né a
gente tava falando sobre repatriação aí teve uma moça que falou sobre repatriação que eles estão organizando a festa paraa chegada do manto da repatriação E aí eu lembro que o não sei se é o diretor do museu eh é eu acho que é diretor do Museu Nacional falou que que não era para pra gente falar ter cuidado paraa gente falar da repatriação que a que a a origem do desse desse manto como se não fosse no Brasil quer dizer a origem é agora onde eles estão doando segundo ele diz que a a gente tem que
dizer a doação nem não é repatriação eu fiquei muito chocada né agora a gente tem a gente é roubado massacrado e aí a gente tem que dizer que é doação é muito assim é é bem revoltante né dizer que o manto foi doado agora para nós no Brasil pro Brasil ou seja pro Tupinambá eh enfim eu acho que só queria assim falar um pouco da do meu desabafo mesmo de de como isso é tão cruel com a gente enquanto nós aqui no Brasil a gente vive essa situação terrível como o xadalu acabou de falar né
e eu acredito que isso e eh eh não é tão diferente que a gente tá vivendo hoje né E aí eu sempre costumo dizer que eu gosto de falar poético mas no mesmo tempo também eh eh a revolta né um desabafo mesmo eu acho que esse lugar esses espaços que a gente discute também não tem como a gente diferenciar ou seja a eh simplesmente esquecer né que também nós estamos vivendo de eh eh um momento de massacre o massacre continua de uma outra forma mas eh que é bem difícil ainda praa gente entender que o
massacre continua né E aí eu só queria falar sobre a [Música] partirda da a minha trajetória um pouco não assim eh separando muito sobre essa questão do que eu que eu faço na sociedade Juruá né que eu acho que esse é o nosso papel que hoje em dia também se discute muito o que que é curadoria indígena a o que que é o papel de uma curador ou curadora indígena aí o que que é uma um um um um papel de eh eh de um artista indígena o que que é eh acadêmico indígena pesquisador indígena
pesquisadores indígenas Então tudo isso ela vem de uma forma que a gente eh eh eu eu eu entendo que embora que nós estamos aqui eh na cidade eu saí de 2015 eu fui morar no Espírito Santo em 2000 aí em 2015 eu vim morar aqui no Rio de Janeiro onde eu tô agora e nessa minha caminhada eu já fiz curadoria eu já fiz eh eh que vocês acabaram a a apresentar então a minha curadoria ela sempre vem a partir desse olhar como o próprio chadal sempre fala a partir das minhas inquietações e pra gente falar
sobre inquietações a gente fala de monte de coisa né que eh Uma das coisas que fica muito claro que essa questão da da violência que a gente vem sofrendo né então voltando em relação a esses corpos que estão circulando por aí enquanto acadêmico enquanto curador enquanto pesquisador enquanto eh escritor né uma escritora ela também traz uma forma de militância é uma forma de de de de eh de militância mesmo que não a gente não tem como a gente se separar dessa eh eh desse outro lugar que a gente vem enfrentando da questão da violência que
é eh eu diria que todos nós somos lideranças embora que tem alguns parentes que não aceita né achar que a gente não é liderança né Eh por a gente estar na cidade achar que é ou está na academia ou está ou na na curadoria achar que isso também não é uma coisa eh eh não é uma coisa de luta de enfrentamento depende muito de curador e de curadora porque e eh como é que a gente também tem muitos não tô dizendo que outros curadores não são importantes eu tô dizendo que muitas das vezes depende muito
dos curador do curador muitas das vezes para não enfrentar né acaba cedendo ficando silenciado mais uma vez para não enfrentar porque a gente carrega tanta coisa nas nossas costas pra gente enfrentar e muitas das vezes a gente cansa a gente se silencia pelo cansaço né então eu acho que quando a gente faz algo reagindo de Fato né aí a gente acaba sendo mal vista como radical como principalmente nós mulheres a gente é visto como doida ou como eh isso é muito comum na sociedade chuá que eu vejo que eu a achava que assim no meu
costume Guarani por exemplo mulher eh maluca muit das vezes não é que a gente é maluca porque a gente é doida ou de que a gente isso não é visto de fato e eh não é visto negativamente é pelo contrário quando a gente é maluca né a gente fala que emata emata essa mulher que é maluca ela é perigosa ela pode fazer muita coisa não coisa ruim eu tô falando tô querendo diferenciar que é essas mulheres maluca a gente diria mulheres corajosas não são mulheres maluca né que é diferente na Perspectiva ocidental desculpa eu tô
engajando aqui e eu acho que aí que vem o outra perspectiva quando a gente fala de Cultura de conhecimento não são a mesma coisa né não é e eu preciso pegar água mas eu tô aqui longe da cozinha eh Sandra eu acho que agora agora tá tá tudo bem tá bom eh o que eu tô querendo dizer que quando a gente fala sobre essa questão e é um exemplo né das mulheres malucas não é na verdade as mulheres doida de maluca mas até doida pra gente é bom para para para mim para nós Guarani até
mulheres pode ser doida pode ser maluca pode ser qualquer nome negativo que o Juruá falam pra gente é positivo porque é isso que nós encoraja e nós eh eh se coloca porque essa é encorajamento isso é sabedoria isso é enfrentamento é diferente eh na Perspectiva do Juruá por isso também que eu acredito que também nós curadores também tem esse papel de traduzir e quando a gente tenta Traduzir por exemplo uma exposição é para determinado espaço não é a mesma coisa é diferente sempre vai ter um afeto vai ter um sentimento vai ter eh enfrentamento nesses
espaços que a gente tá curando como diz o Juruá né que a gente tá curando essas exposição essas obras então é é diferente outra coisa que eu acho que é muito importante também aqui destacar eu tô destacando isso enquanto mulher enquanto eh curadora também né eh e aí a gente eh faz essa essa essa mediação né e e e aí quando a gente faz curadoria nós enquanto de mulher da base é a gente começa também começa a negociar quando a gente negocia com nossos parentes que a gente vai fazer uma exposição eh eh de uma
de uma de um conhecimento daquele povo a gente precisa negociar E aí onde a gente fica me meio desse meio tanto no meio da sociedade uruá e no meio dessa sociedade que a gente tem que negociar E aí eu sempre isso é o conflito direto para nós que está no meio entre meio esse sociedade de uruá e do meio do eh desse outro que é tem uma outra perspectiva sobre a relação do do conhecimento a forma de entender aquele objeto que é diferente né E aí eu fiquei pensando sobre esses dia para para eu falar
aqui por exemplo para vocês né O que que eu ia trazer embora que a gente ia falar já já tinha pensado para falar várias coisas aqui a gente já tinha organizado para nossa a a nossa fala eu acho que às vezes eu chego e às vezes sempre vem mais coisas me desculpa se eu falar outra coisa agora mas assim e aí o me veio a partir de ontem que veio essa questão do do que o manto Tupinambá não vai ser mais repatriado mas sim eh doado né isso me deixou totalmente desconcertado porque eu fiquei desconcertada
é como eu dizia eh eh eu fiquei doida né então e me encoraja mais para poder seguir em frente na minha luta porque às vezes eu canso quero descansar e eu não quero mais falar mas aí eu começo a falar de novo por causa dessa doideira que a gente começa a criar na nossa no nosso corpo na nossa trajetória por conta dessa provocações que a gente o tempo todo a gente recebe né então voltando à relação da mediação eu acho que é uma forma também de a gente fazer essa mediação então muas das vezes eu
inclusive ontem eu tava falando com algum com algumas amigas de curadores curadoras sobre essa questão hoje eu percebo que muitas instituições muitas das vezes chama parente para fazer curadoria eu lembro recentemente que eu fui em Santa Catarina aí teve uma aluna jovem e licen que faz licenciatura também Aí ela falou comigo que me perguntou se eh perguntou sobre o que que é curadoria qual seria caminho mais Eh mais viável né a curadoria de uma de uma indígena para fazer um trabalho mais eh eh digamos mais certeiro sem deixar de eh eh sem Romantizar né Sem
eh eh Porque também tem isso né hoje Se a gente não tiver muito cuidado tem feitiço a a galera também começa a fazer trazer essa ideia também reforçando às vezes eh esse estereótipo mesmo né Isso não é muito comum quer dizer isso é é é é é comum hoje em dia até hoje ainda tem lugares que assim ainda continua fazendo esse tipo de questão aí o que que acontece aí eh Ela me perguntou aí eu perguntei para ela quanto que ela eh eh como que ela vai fazer a pesquisa de curadoria é por bolsa é
pelo eh pelo contrato como que eles vão fazer essa essa ess essa essa pesquisa o trabalho de curadoria ela falou que não sabe porque chamaram um grupo para fazer curadoria em grupo e aí me remeto de novo agora quando a própria eh O Tonico benit ele tá fazendo trabalho de pesquisa de curadoria agora pro Museu Nacional E aí eu me perguntei para ele eh como que seria esse processo de curadoria o que que como que seria eh essa questão né E aí ele falou que tinha tinha muita dificuldade para fazer para continuar para fazendo pesquisa
Porque de fato ele eh não tinha não tinha recurso para fazer pesquisa e aí o que me veio agora tô me remetendo de novo sobre a ideia da de doação parece que agora a gente tem que ser ficar satisfeito com aquilo que foi roubado e depois devolvido pra gente parece que a gente tem que ficar feliz com aquilo sem discutir nenhuma política pública inclusive reparação histórico né para populações indígena para Tupinambá não só paraos Tupinambá mas sim para nós indígena de modo geral que foi massacrado saqueado E aí agora só porque pegou moda muitas das
vezes as pessoas chama a gente para fazer qualquer coisa aí Depois justifica que a gente isso é para nós para nós mesmo então para nós mesmo significa que ninguém pode receber nada então eu eu Sandra não tô querendo dizer justificar que a gente tem que ganhar tem que ganhar bem sim sabe por porque a gente tem que ganhar muito bem para fazer essa mediação tradução né negociação a gente tem que ganhar muito bem para fazer isso porque principalmente Quem tá na base quando a gente negocia com nosso isso também tem tem também o seu corpo
também por exemplo chadal né Sempre quando ele faz uma obra quando ele quando ele vende uma obra falando porque porque eu conheço e acompanho o trabalho né a Vânia que tá aí também é uma uma uma uma pessoa muito eh guerreira né muito guerreira de enfrentar mesmo e nós sabemos como a gente enfrenta esses espaço institucional pra gente se fortalecer pra gente se emponderar inclusive naquilo que a gente quer trazer né então então eh eh eh o xadalu sempre ele divide as coisas pra comunidade mas o xadalu nunca colocou no jornal para dizer que ele
tá distribuindo cesta básica ele nunca disse isso na na na por aí afora eu vi e ele sabe por que que a comunidade confia nele por que que a comunidade confia em mim por que que a comunidade confia na Vânia porque ela é séria porque nem Não tô dizendo que todo mundo também é assim tem depende também de curadores e curadores depende também artistas e artistas por isso que eu não tô desmerecendo nenhum outros artistas mas muitas das vezes vocês T que Juruá tem que perceber Também quem são e e e artista com carreira solo
e quem são artistas que faz essa mediação que faz essa negociação que faz esse esse eh eh eh essa essa tradução pra comunidade né então eu acho que essas são triplamente trabalho muito eh eh trabalhoso então a gente faz e e outra coisa quando a gente recebe o dinheiro pela curadoria pelo pelo trabalho pela obra pelas coisas que a gente na qual a gente recebe a gente não recebe só pra gente a gente distribui com os parente também muita das vezes quando preciso então eu acho que para mim assim só queria deixar em vez de
falar poeticamente eu acho que eu eu falei mais do desabafo do que eh eh falar sobre algo que eu gostaria de trazer mas realmente peço desculpa por ter trazido essa esse desabafo porque eu acho que é importante também a gente pensar né Eh eh Nessas questões eu falo isso porque quando eu saí do MASP eu fui curadora de junta de brasileira no Masp E aí eu saí porque eu não eu eu não tive eh autonomia de fazer essa negociação de mediação de tradução não tive essa oportunidade de fazer Então logo depois que eu comecei tentar
trazer outras coisas eh eh simplesmente né a gente é entendido como eh eh como incompetente porque a gente é incompetente por isso a gente entrega coisas atrasado e aí começa as coisas o problema surgir em cima da gente então eu acho que essas coisas que eu acho que é importante As instituições refletirem sobre essa questão que é muito importante também e não só chamar a gente para chamar por chamar para prencher lacuna E aí assim para encerrar mesmo a minha fala eu acho que eh trazendo esse um pouco minha revolta né não que eu sou
revoltada mas assim e é a revolta o tempo todo muitas das vezes a gente tem que engolir mesmo e não dá para engolir seco isso né então eu acho que assim eh fazendo esse esse trabalho né a gente precisa ter essa também esse olhar eh eh eh específico de cada curador de cada de cada curadora de cada artista né e muit das vezes Eh esses artistas que estão fazendo essa mediação essa tradução essa negociação na base muit das vezes ela não é tão vista ou seja ela não é tão eh eh valorizado né então eu
acho que isso para mim assim o que eu tô querendo dizer Exatamente isso né que eh que não dá pra gente agora inventar moda de que chamar o artista ou o curador para fazer curadoria porque isso vai fornecer a sabedoria para aquele curador na verdade a gente vem trazendo um monte de coisa para somar a gente pode fazer sim eu eu também não tô dizendo que a gente não pode eh aprender a forma ca eh eh a forma de curar a arte na Perspectiva do Branco ocidental isso eu fiz isso eu fui fazer eh eu
fui fazer um um eh uma residência exatamente para estudar a história da arte para poder entender qual cabe a gente entender e e o por isso né então por isso hoje né eu entendo que a arte indígena né a arte indígena eh eh eh para mim enquanto curadora eu percebo ou na arte ou arte indígena não sei como que a gente pode chamar ainda eu ainda não defini como que seria isso né Eu percebo que na entendendo um pouco na lógica na perspectiva de uruá a arte eh pro Juruá né Eh tá resumido no num
objeto no objeto que é separado do do do corpo que não tem nada a ver com a vida da do do do da do sujeito parece que a a essa admiração tá todo concentrado no objeto objeto separado e aí eu fiquei pensando né e e e e também depende muito de qual objeto que a gente tá falando não é qualquer objeto também né não é qualquer objeto não é uma obra do xadalu né não tô falando eh eh eh na Perspectiva do Juruá aí para nós indígena Pelo que eu entendi né nessa nesse dois olhares
que eu fiz tanto com a arte a história da arte de uruá né E também eu tive que olhar paraa história da arte na Perspectiva indígena como indígena e aí onde eu pude entender um pouco melhor né Eu acho que assim isso na minha na minha opinião né eu eu opinião não na minha no meu entendimento tá no meu entendimento e entendo que para nós indígena a arte ela é todo ela já nasce é quer dizer ela nasce com a gente eh eh eh enquanto ser humano a gente já vem com esse com essa perspectiva
por isso que nós indígena não tem como a gente separar a luta dores nossas emoções eh eh eh quando se trata de arte né então ela já vem com essa ideia da arte onde a gente já vem um um conjunto da da do do ser né Eh eh na verdade junto nesse eh eh nesses corpos digamos assim mas não é só o corpo separado da árvore da terra do da água não do ar é tudo junto e aí onde a gente vai buscando como a gente vai caminhar po [Música] poética junto com esse outros elementos
que tá em torno da gente eu acho que aí que vem essa ideia da cosmologia onde a gente sabe que a gente cada povo tem o seu eh eh eh eh tem seu cosmológico né pensar a forma de perceber o mundo então a partir daí que a gente vai criando algo que é importante pra gente também e a forma de resistir a forma de preservar a forma de Educar a forma de sentir Então tudo isso tá ligado tá tá conectado né nesse nessa guarda-chuva que é nós mas não é só apena eu Sandra é gente
e não gente então eu acho que eh é assim que nós entendemos né esse esse lugar de arte como vamos dizer então ess coisa é é difícil a gente traduzir para a sociedade ocidental que tem uma outra perspectiva sobre a questão da arte É lógico que a gente também produz tela né a gente produz vídeo a gente produz eh eh eh eh eh eh objeto né como cexto né como cestaria por exemplo aqui tem eu tenho várias coisas né Essas foram feito por mulheres com palha e aqui tem todo conhecimento tem conhecimento em que em
que em que momento que tem que tirar se na lua certa se no tempo certo como tirar aonde tirar tem que pedir permissão para ir tirar aquele aquele tem que pedir permissão pros zidara do Rio das Árvores das plantas tudo isso tá tá conectado nesse objeto que esse é sexto né que é o objeto que é mais aí e como se fosse essa aqui só apenas uma artesanato né Isso é uma outra questão outro debate mas eu não vou mais me estender né Eu acho que eu só queria dizer isso na verdade isso é uma
uma tradução é uma mediação é uma negociação o tempo todo que a gente faz eh eh com o espírito das árvores com o espírito da água com o espírito das plantas né então eh não só com o espírito das planta mas quando a gente chega no museu também a gente também negocia E por aí vai então era isso que eu queria falar muito obrigada desculpa por me estender e é [Aplausos] isso Sandra muito obrigada pela fala que você acha que não é poética mas é elegante incisiva importantíssima corajosa Obrigada por ser essa pessoa corajosa que
vem dizer as coisas que precisam ser ditas eh a partir dos afetos né que é esse trabalho de de mediação e de diplomacia entre vários vários mundos várias realidades é muito corajoso muito muito corajoso eu Convido você a permanecer com a gente para acompanhar a fala da Vânia chadal também quiser voltar eh com vídeo sem vídeo que foi melhor eh para você e aí depois a gente vai abrir pro para as perguntas do público aliás vou reforçar que as perguntas devem ser encaminhadas por e-mail Pro iea responde @uspicaretas é graduada em artes plásticas especialista em
história da arte mestre em comunicação linguagem e cultura coordena cuidadoria Educacional do projeto Arte Pará sendo responsável pela organização do catálogo anual do salão e do encarte especial Arte Pará no Jornal Liberal atua na área de curadoria pesquisa em artes tendo participado de jures de seleção e premiação eh e organizações de salões como o nono salão de arte contemporânea do SESC Amapá em 2013 ela é curadora de mapeamento da Região Norte no projeto rumos e Taú Cultural de artes visuais nas edições de 2011 2012 2013 e avaliadora do Rumos Itaú Cultural na edição de 2015
2016 2017 201 curadora do premo pipa também em 2017 e recentemente assumiu a diretoria de projetos especiais do Centro Cultural eh Bienal das Amazônias bem-vinda bem a gente pode ver isso mas a minha questão era gente bom dia a todos e todas eu agradeço muito a presença de vocês Quero agradecer imensamente a professora Renata Maria a Cláudia Regina pela articulação desse encontro com o chá Lu Sandra que faz muito sentido para mim né a gente tem uma história construída juntos Quero agradecer ao Professor Luciano migo pela acolhida a Ana Eloí aqui fazendo essa mediação muito
obrigada eu quero agradecer visual Elan Arruda que é do Belém do Pará que está aqui conosco Obrigada Elane bom e a fala da Sandra mexeu muito comigo é inegável né Nós somos mulheres muito des aguerridas e não é fácil ser mulher curadora nesse país até porque esse país é permeado por curadores homens e ser curadora na região norte desse país é um grande desafio sempre é um campo muito político como mesmo a Sandra colocou arte é política não tem como a gente ficar a isso e a gente precisa saber negociar precisa ter um equilíbrio emocional
para não adoecer para trabalhar com muita alegria né naquilo que a gente acredita gosta ama e faz né então a as relações são muito é conflitantes o tempo todo né então quando você tá de fora você pensa assim o que é a arte né como é esse universo da arte eu sempre brinco muito eu falo assim olha se tu não sabe brincar não desce pro play porque a arte ela é vida ela é afeto Mas ela é também um conflito e a gente precisa saber lidar né com todas as questões que envolv a minha fala
ela vai centrar um pouco nesse Imaginário amazônico eh quem pode passar aqui como é eu mesma Ah é você quer sentar aqui do meu lado chadal por favor vem cá Vem sentar aqui comigo a gente faz é eu eu não vou ficar muito focada no no no no PPT mas eu vou assim pode passar pode passar mas eu vou só contextualizar um pouco né Eh depois eu entro no processo da Bienal das Amazônias que é o foco da minha palavra aqui que eu CNE da palavra da da da minha fala né mas eu trouxe esse
contexto de Amazônias interpretações equivocadas e Amazônias vidas né então eu trouxe alguns itens aqui desse grande equívoco que é o mundo pensar que a amazônia é o pulmão do mundo né isso aí nos causa isso dentro do processo de ocupação na Amazônia isso causa muito eh muita inquietação muito imaginário né de que a amazônia é um lugar de cobiça é Amazônia é um lugar que sempre dentro do processo de ocupação É um lugar que aonde todos vão e pensam em negociar essa Amazônia Amazônia né como negócio né E a Amazônia não é o pulmão do
mundo só vem despertar ainda mais esse imaginário de que Amazônia precisa salvar o planeta a gente precisa desmistificar muitas questões acerca disso né quando você começa a falar em Amazônia né então tem isso é interessante pensar porque muitos líderes Mundial inclusive eles ficam t que a amazônia pulmão do mundo eles influenciam o mundo isso fortalece ainda mais a a questão desse Imaginário né o pulmão do mundo são os oceanos é importante a gente verificar que pulmão é esse Amazônia não é essa sustentabilidade que vai segurar como fio como xadalu falou aquilo que segura o mundo
né então isso causa muita muito equívoco né de toda ordem epistemológico eh equívoco eh de cobiça principalmente né quando todos pisam lá é nesse movimento processo de ocupação de ocupação desses lugares mesmo em termo de cobiça né Eh a questão da exo ificação da vida esse é um ponto muito interessante da gente pensar né porque quando a gente fala nessa questão dessas influências do Imaginário europeu sobre a Amazônia né A gente vai ver o mundo Além do Mar né perspectiva do Eldorado né quem criou esse essa mítica do Eldorado né as guerreiras Amazonas o jardim
do Éder Amazônia como inferno V verde né então assim esses termos que foram né cunhados no decorrer do processo de ocupação e da Amazônia pass parte muito da influência desse Imaginário né das narrativas através de encontro entre europeus né Eh povos indígenas né E claro muito pelo pensamento Colonial pensamento de vás acerca dessa produção de Amazônia né Muito que se deu pela pela questão dos naturalistas em busca de fazer sim uma taxon né desses povos nativos da fauna e flora Então essa exoti ela é muito perigosa e ela permeia entendo no contexto no qual a
gente vive até hoje né e a gente precisa ter muito cuidado quando se fala nesse nesse território Amazônia né Amazônia então é um pouco do que eu queria dar uma introdução sobre a questão desse Imaginário então Eh pode passar jalu por gentileza então Amazônia sempre falo né que é esse encontro de mundos contradições a gente não pode Romantizar amazia como o Éder um paraíso exótico É lógico que existe toda uma questão de um bioma né maravilhoso existe é inegável existe um bioma Mas a gente não pode eh a gente precisa tirar embaçar tirar essa fumaça
que embaça os olhos de ver né que existe muito de contradições queimadas formas de crimes ambientais garimpo predatório que o chadal falou aqui no garimpo genocídio massacre crimes encomendados sim eh trabalhos escravos racismo corrupção política impunidade baixo índice de DH e tudo se vincula muuito pobreza Então esse bom selvagem idealizado da Visão romântica o inferno verde aí eu digo assim que cabe ao artista criar Pontes críticas com Real dar asas a esse Imaginário e fortalecer um coletivo simbólico né então assim quando a gente fala muito inferno verde foi um termo cunhado por eí da Cunha
quando no periodo da Borracha né Eh se incidia muito nesse universo de viver imerso nessa Floresta que é muito estudado as dificuldade de se ver nesse lugar né que é um clima extremamente quente e extremamente úmido Então esse cunho ele faz falar desse inferno Verde mas também do ponto de vista mesmo do colonialismo né então a gente precisa ficar um pouco atenta a essas questões então a gente pode passar né E aí eu quando a gente entra no Imaginário que eu falo que cabe aos artistas dar asas essa questão que aí eu falo pro Imaginário
da Perspectiva da arte né a gente se Embasa muito nas nossas questões epistemológicas locais né então assim eh o João de Jesus P Loureiro eu di que ele é o nosso poeta profeta né ele tem muitas publicações que perpassam por esse Imaginário amazônico né que ele fala de né de vários conceitos né Eh o aí eu vou focar aqui né Ele fala de cultura amazônica poética do Imaginário né a arte como encantaria de linguagem encantamentos e o deboísmo Né que é um termo que ele traz o di bibu ismo E aí eu vou voltar para
Bienal das Amazônias que a gente vai trazer essa Bienal e eu quero ressaltar que a Sandra Benites ela iniciou todo esse diálogo como curadora da Bienal das Amazônias que foi a primeira Bienal que aconteceu no ano de 2023 em Belém do Pará junto comigo com Sandra a Benites a neleo e a Flávia mutran então foram quatro mulheres que pensaram o início né de todo esse disparador que foi abal das Amazônias que foi um grande movimento interno que reverberou e ainda reverbera muito porque foi a primeira vez gente que nós atiramos uma flecha de dentro para
fora foi a primeira vez que a gente rompe com todo o sistema da arte que nós estávamos muitos acostumados aos eixos centro sul sim vale é importante a gente falar região norte Como como que nos vei E aí eu comecei a fala falando dessa visão exo ficada que quando se pensa em Norte se pensa em Amazônia Então a primeira eal das Amazônias ela é um movimento muito importante porque ela nos coloca nesse lugar né de eh e é uma curadoria de mulheres a Lívia Conduru que foi a pessoa que pensou esse projeto por uma década
quando ela instaura uma curadoria de mulheres né Ela é um campo político muito forte que ali se alinha que ali se afirma então nós mulheres Vamos pensar essa primeira Bienal pensar todo esse processo e o deboísmo que é um um conceito do João de Jesus P loureiros Nós tomamos para nós que foi o partido curatorial que chama bubuia né fontes de águas imaginações e desejos então bubuia é eh popularmente é muito conhecido assim ai o que tu tá fazendo Ah eu tô de bubuia como se tivesse à toa mas o Loureiro traz pra gente o
bubuia ele Conta essa história daquele Caboco ribeirinho né que tem todo o conhecimento do ciclo das das marés do ciclo de tudo que acontece no seu entorno Por exemplo quando tu viaja de barco de Belém para Marajó você percebe terras que se desprendem da margem e se fixam no meio do rio então Loureiro fala pra gente né que esse Caboco atraca sua Canoa ali no meio do rio né e nesse meio do rio ele deixa a canoa ficar ali né e ele fica pensando ele fica de de bubuia ele fica Bubu mas esse bubuiar dele
ela eu faço muito uma análise comparativa com com aquela questão do flaner Bod deliano né de de flanar de estar à toa mas ele tá à toa ali mas ele tá pensando coisas ele tá sabendo o ciclo das da de tudo que vai acontecer quando tá bom para pesca né quando vai chover quando vai dar Maré quando não vai dar Maré então é todo o conhecimento é muito forte do Caboclo Ribeirinha que nós Amazônia Nós também temos né Isso se estende também para as pessoas do que do que é do que é viver ser e
estar na Amazônia né ser viver e estar na Amazônia é um ato né de muita também resistência pra gente né primeiro por todo todo o processo que se constituiu a nossa historicidade né Desse território amazônida então a gente carrega mesmo com a gente né um ato político constante assim como a Sandra eh e ela falou isso muito muito bem eh eh colocou muito bem para nós mulheres e a gente traz isso com muita né Muito afinco no sentido de negociar tudo que a gente tá pensando em termo de curadoria né então eu queria passar um
pouquinho né eu não vou eh ler o slide mas eu vou deixar aqui depois com Renata mas eu eu descrevi um pouquinho de que cada item né de que Loureiro traz né acerca desse Imaginário quando ele fala de uma cultura amazônica essa poética do Imaginário uma análise dessa cultura amazônica e eu e eu super recomendo quem quer mergulhar na Amazônia estudar Loureiro né Não só Loureiro mas outros eh eh outros autores paraense né que que nesssa questão é muito forte lá dentro né da questão mesmo epistemológica né de de escritores da auxílio girandi também que
discorre Sobre as Águas do Marajó é imprescindível para para para você você ficar atento né a todas essas questões que que permeiam né a intelectualidade dos nossos escritores no Pará Então esse Imaginário ele não é só uma mera abstração né é o Imaginário como se como manifesto né essa reflexão é como devaneio né então vivenciar Amazônia aprender com esse Imaginário amazônico é um exercício cotidiano é um exercício que exige sabe o quê uma intimidade com o lugar então ser curador na Amazônia é preciso estar nesse lugar você não pode ser curador na Amazônia vivendo longe
desse lugar você precisa conhecer as vias de deslocamento da Amazônia eu tenho muito orgulho gente com muita humildade de conhecer toda a Amazônia brasileira que ela colocou aqui o romos Né o romos me colocou nessa estrada de vivenciar né através do meu trabalho vivenciar o cotidiano de cada lugar Rondônia Roraima Porto Velho eh Tocantins o Amapá percorrer todas essas vias de deslocamento muitas das vez vezes eu pego o avião depois eu chego nesse lugar eu pego um barco depois eu chego desse barco eu pego um carro e eu me desloco por três às vezes até
4 horas para chegar a um determinado lugar fim de semana passada eu estava em Canaã dos Carajás que é Sudeste do Pará né para chegar em Canaã eu fui de avião para para Marabá que é uma hora chegando lá eu peguei um carro Fui para Canaã eu passei pela curva doest onde houve aquele massacre Dourado eu passei pela Serra Pelada eu passei por terra de conflitos e eu sou muito intensa para o carro eu preciso tirar meu sapato eu preciso caminhar nesse lugar aonde os artistas pisam nesse solo pensam o trabalho sobre arte política então
quando Loreiro diz que o Imaginário amazônico que cabe aos artistas Trazer isso num perspectiva crítica sem ser Clichê isso faz muito sentido para mim enquanto curadora que é né que eu sou uma curadora da Amazônia né e ser curadora da Amazônia não me deixa numa situação de ser uma curadora localizada aí eu vou usar o termo do Canin ada isso me coloca também em qualquer lugar do mundo porque E aí eu gosto muito do Milton Santos ele diz assim daqui ou do Congo eu consigo me comunicar com o mundo e eu consigo me comunicar com
o mundo do meu território Amazônia isso me dá muito orgulho né inclusive de tá aqui hoje Calma eu sou muito parecida com a c da gente é muito aguerrida mesmo n questões né Isso faz parte pode passar essa é intensidade do povo do Norte gente e aí eu quero falar da minha final das Amazônias quando eu pensei e o núcleo curatorial que pensei que foi sobre Amazônia brasileiro eu eu eu tomei uma atitude para mim sabe como curadora né Eu falei assim Bom eu tô dentro de um de um lugar que tem um sistema da
arte muito intenso que é Belém do Pará mas eu vou fazer as minhas escolhas e eu venho de um processo que eu participei de um projeto de arte contemporânea por 17 anos que é o Arte Pará Aliás o meu currículo está desatualizado eu não estou mais no Arte Pará né fui trabalhei com Paulo heckenhof que todos aqui devem conhecer fez parte da cátedra da USP né eu eu eu trabalhei com ele 17 anos e nesse país eh ter sido curadora com o Paulo e ter aprendido curadoria eh ao lado dele para mim também é um
privilégio muito grande né que eu sou uma catalisadora eu aprendi muito com ele sou muito grata também né e eu disse assim mas agora eu vou romper com todos os meus olhares que eu venho vivenciando nesse processo de R de Arte Pará né de todos esses processos de juro de seleção de salões que eu organizo pelo norte do país então eu vou me despedir disso vou fazer as minhas escolhas e eu não me dei conta que naquele momento eu tinha uma missão né que tava muito intrínseca em mim né nesse nessa questão da arte que
eu vivo e eu optei por artistas que muitos deles são invisíveis tá estão esperando a terminar no momento n como participar de algo de um projeto assim e não optei por por artistas tipo que estão em grandes benais que artistas que estão em grandes Galerias daqui de São Paulo de outros lugares do país e apostei numa curadoria de artistas que estavam nessa margem de invisibilidade né Eu não tô dizendo que Miguel Penha é invisível Miguel Penha é um artista indígena mateiro que vive no mato grosso eu sentei com Miguel caminhei nessa na floresta ele todo
dia ele pinta com a luz da floresta ele sai para caminhar na floresta e eu fui Fi visitar o Miguel para convidá-lo para benal a gente passou um dia conversando e Miguel me falava né que Ele pintou essa tela que é enorme que foi a tela que abriu a primeira Bienal que chama Igarapé dentro dessa tela tá com tá tem todas as raízes medicinais da Amazônia Inclusive essa mauma que é uma árvore sagrada para os seringueiros paraos amazônidas mas as árvores de cipós de cura porque a Amazônia ela é um lugar de cura mesmo tem
né Toda Uma um bioma né que que os indígenas t esse conhecimento muito muito forte profundo eu sou uma mulher da Amazônia eu eu uso Medicina né florestan também a Andiroba em todas outras coisas nós usamos isso a gente toma nossos banhos faz parte do da nossa Cultura né E o Miguel Penha ele traz essa tela quando tão que dessa tela ela abre a benal das Amazônias ela quer chamar a atenção da gente né E o Miguel diz que essa Floresta não é mais a mesma Floresta o Igarapé límpido que ele percorreu Quando Ele pintou
e uma pintura quase que traz uma cientificidade porque ele procura trazer pra pintura dele ele diz que ele pinta com a luz da Floresta né quase seim mesmo a raiz a textura da raiz da Terra das Folhas e aquela questão de captar aquela luz da essência da Floresta né que é uma luz que tu vê que não é uma luz muito ampliada muito Espraiada Devido as copas das Árvores né então eu senti que Miguel tinha que abrir né com esse trabalho para trazer essas grandes reflexões pra gente né e foi muito incrível trazer ele nunca
tinha colocado essa obra em lugar nenhum do país somente na França e ela estava na primeira da benal das Amazônias e fez muito sentido para todo mundo por favor né E aí eu trouxe também uma uma cineastra nossa que é joran Castro e ela tem um filme que chama eh ribeirinhos do asfalto ela faz uma ponte por exemplo quando tu chega em Belém do quem conhece Belém do Pará aqui gente só ren Ó tem uma galera ali atrás que conhece legal PR Car legal ótimo eh quando tu cheg em Belém sabe tu olha pro outro
lado é tem uma ilha que chama tem várias ilhas na verdade né Nós somos permeado por águas rios e né Ilhas e tu te depara com a ilha do kumbu então quando tu chega lá no kumbu o os ribeirinhos enxergam a cidade grande do outro lado né então ela faz esse filme né de uma personagem uma moça que que vive isolada né E ela quer contemplar essas distâncias Como que o ribeirinho vê a Uber como vê a grande cidade de lá então essa interrelação que nós temos nós Bel nós paraenses nós nortistas temos com o
rio com as águas com as Ilhas né e com eles nos vem do outro lado então ribeirinhos do asfalto ele é muito interessante pra gente pensar eu não gosto de usar a palavra narrativa porque narrativa se prente muito em começo meio fim eu gosto de pensar nesses partidos curatoriais nesses conceitos curatoriais que não se que não ficam apegados a um fim Ah mas sim a um espraiamento de ideias de confluências né como que isso me faz levar para outros lugares né então a a joran é uma cineastra importante para nós é da Amazônia né e
e e ela fala desses dessas contemplações à distância né que que às vezes quem tá na cidade tem de lá para cá e quem tem de lá para cá e é tão perto tem daqui para lá agora imagina o colonizador imagina quem tá em outros eixos do país como nos vê como nos exo ficam né de uma certa forma então a gente também tem o colonialismo interno e é importante ressaltar isso né que a gente precisa se aproximar cada vez mais vamos lá então assim e a arte e a quando eu também Tomei essa decisão
como curadora né e eu e eu assim fui fazendo as coisas mas eu não me dava conta da missão e eu quero terminar minha fala falando dessa missão de como foi a me descoberta né ela não pode ser mais a expropriação dos valores simbólicos saberes materiais exo ficar o ar o ribeirinho os povos indígenas os quilombolas citadinas assentado moradores das palafitas e periferias acabou-se graças a Deus acabou aquela coisa de tu ir para lá e ficar fotografando o indígena sabe fazendo eh eh eh documentários sobre os quilombola o quilombola tá com a câmera na mão
os indías são os artistas são protagonistas vivas as pautas identitárias elas são necessárias eu acredito nessa Pedagogia da pauta até o momento que não vai mais ser preciso participar de um juro que participei da funar recente né Sandra e ter que ficar atenta né a quantas mulheres T né quantos artistas trans Eh quantas mulheres pretas eu quero que um dia isso tenha uma naturalidade tão fluente na curadoria né né que isso seja para nós algo que seja um um necessário não porque é uma exigência né como a Sandra mesmo falou muito bem no começo eu
não quero mais ser convidada aqui para sentar nessa cadeira porque eu sou uma pauta porque eu sou uma mulher e sou do Norte não eu quero ser convidada para sentar aqui e falar com vocês porque eu tenho um trabalho e o meu trabalho ele é tão importante quanto qualquer pessoa que tá aqui no eixo do do país entende isso precisa ser derrubado isso precisa tirar sabe isso é um objeto de preconceito territorial Nós temos nossas questões epistemológicas nós temos nosso pensamento e nós comungamos com o mundo né E E é isso que é importante eu
est sentada aqui falando isso para vocês que são futuros né historiadores futuros arquitetos né Vocês vão pensar arquitetura Ribeirinha quem sabe lá na Amazônia que é incrível né então como pensar essa arquitetura nessa cência Amazônica é um grande desafio né Para nós que estamos aqui para vocês que estão aqui então vamos lá então e defende-se que a arte não L limita mais a expropriação né Vamos acabar com isso é preciso acabar e a minha curadoria ela foi muito permeada nessa nessa decisão mesmo sabe bom eu não tô mais aqui sujeita né a um projeto engessado
um projeto né que que eu comungo mas que tem as limitações agora a gente tá apontando essa flecha de dentro para fora então chegou o momento é aqui agora vamos lá chal e aí eu quero trazer aqui a Bárbara Savana eu tô curadora do projeto ling lá na cidade do do xadalu no qual eu tenho que levar quatro artistas né Eh para lá durante anual e a Bárbara é uma artista Nativa do da Ilha do Marajó também nunca tinha estado em lugar nenhum e ela foi pintar lá o painel da do Ling antes da da
enchente que foi em abril né e foi muito bonito ouvir a Bárbara falar assim que ela f ficava na rede dela pensando assim qual qual como vai chegar a minha hora quando vai chegar o dia que vou furar essa bolha e vou participar de algum projeto interessante e eu tô aqui agora sabe ela falava né então isso foi me dando conta também da minha missão sabe do que é ser curador gente curadoria não tem glamor vamos desmistificar isso não tem glamor tem muito trabalho muita hra de pesquisa muita hora agora o Instragram é uma plataforma
tenho que ficar ali no Instagram também buscando artistas eh a pandemia nos trouxe isso e isso acabou se tornando né algo muito interessante também que nos aproxima é é uma pessoa catalisadora constante de andar pelo mundo prestando atenção nas coisas isso exige um poder mental muito grande não existe glamor nenhum sabe é é também muito trabalho e também principalmente gente pensar coletivamente pensar no outro pensar no teu território sabe eh quando a Sandra fala que Te chamam às vezes por uma pauta né muita das vezes por exemplo quando eu tava aqui no Centro Cultural São
Paulo no júri Quando eu vinha pro júri eu vinha muito munida porque a dis ass eu vou para uma eu não vou me lançar de mãos vazias eu vou para uma guerra e o meus nossos artistas do Norte vão entrar nesse edital mas vão entrar para eu preciso mostrar o trabalho potente que é né então é é um pouco disso assim que a gente tem a nossa luta né política isso é muito político é um ato muito político não vou mais me deter aqui nesse slide né E aí eu vou me deter na na na
questão da própria Bienal E aí eu queria eh chamar um pouco uma coisa que a gente construiu que partiu muito da Sandra eu sou uma pessoa muito que opero muito na Just a Sandra saiu da minal por conta que ela não podia mais eh cumprir a pauta devido a uma exigência da Funarte que exigia que ela tivesse mesmo né uma questão mesmo muito eh não poderia ter vínculos Então ela ela ficou com a gente ela fez uma imersão acho que a gente fez umas quatro imersões ela chegou em Belém e a gente construiu e o
o corpo curatorial partiu da Sandra Benites que chama sapukai né E ela eu gostei muito quando ela falou essa questão do doida né que na nossa cultura ocidental nos cham de histéricas né quando a gente precisa se reivindicar precisa falar alguma coisa tu já tá histéricas né Isso é né isso a gente a gente vivencia muito isso mas eu gostei de saber S que eu posso ser doida também assim agora isso é algo muito bom né E sapukai que é uma palavra Tupi substantiv que vem de galo clamor grito é um verbo intransitivo Clamar cantar
gritar Então e o corpo catorial se intitulou sapukai que são essas mulheres que gritam né e a gente muito lê um texto também da a Lor que falava sobre sobre histerismo né Eh sexualidade e a gente se fortaleceu muito nesse conceito de sapukai que é uma emblemática que transfigurou mesmo essa voz curatorial que nasceu como um galo que canta de escuta de muitas outras vozes não só de cada uma dos quatro das quatro curadores mas as vozes dos Artistas Principalmente as vozes dos Artistas eh que muniu né Muito as nossas escolhas curatorial então assim gente
eh a ainal eu queria só mostrar um um um slide da na não sei se tu Consegues achar tu podes passar ela passou muito por essas questões né E foi a primeira vez que reuni pode passar a pana Amazônica como todo que é a Amazônia brasileira e Amazônia internacional das Goianas ah Equador a na pode voltar a slide da nai né A Nai foi uma das artistas convidadas por mim né e e a nai ela ela atravessa muito esse território ela ela fotografa no vero peso né E aí eh eu queria passar a próxima foto
eu disse nai eh tem uma festa lá que chama pretinhas do mang que é a outra que é uma festa que acontece num carnaval né no lugar que chama me lembro o nome Elan me deu um branco agora Pretin doang eh no interior do Pará né E ela foi fotografar eu disse nai tu tás convidada eh para participar da primeira benal das Amazônias eu quero que tu fotografe uma entidade e eles se colocam eles se Peg tem uma lama medicinal e todo mundo se se lambuça dessa lama depois as pessoas saem nesse carnaval né dançando
eh com essa Lama no corpo eu disse eu quero que tu me retire eh eh uma entidade a nossa matinta Pereira já ouvi ele falar Pereira todo mundo né Tem matinta Pereira também aqui já viram mas a gente acreditava muito na matinta Pereira 6 horas da tarde a minha mãe fechava a porta olha não abre a porta mais para ninguém se a subir ar na porta não não abre a porta Matita Pereira pode bater a gente acreditava acredita nós foi as nossas questões axiomática né que a gente acredita né e e faz parte da do
nosso Imaginário e eu disse eu quero que tu me fotografe é uma matinta Pereira E aí foi muito legal porque ela era uma festa de carnaval e olha como o artista ele é interessante né ele vai ela vai para para esse lugar e ela fotografa essa mulher que tá brincando carnaval eu disse e ela F me mostrar as fotos eu disse tá aqui a matinta Pereira então é esse que é o olhar é o Curuçá né Obrigada é o cursar que é um um lugar interessante que tem essa festa de carnaval lá no Pará e
eu desta aqui a nossa matinta Pereira tem tá com toda a ambiência do mang né E ela sai e foi muito incrível trazer a Nanai né Essa conversa curatorial que tu tem com o artista de trazer e foi muito legal porque também nas guianas trouxeram também uma entidade que chama mam De low E assim a gente sabe pensava na uma tinta Pereira temia uma tinta Pereira mas ninguém nunca via uma tinta Pereira Então como tu imagina uma tinta Pereira traz transfigura para mim ela ela trouxe né uma tinta Pereira e lá nas Goianas também tem
um artista que trouxe uma entidade que chama mama De low também nunca ninguém viu a partir de 6 horas da tarde ninguém podia poderia pronunciar Ah mais o nome Eu nem eu nem me atrevi a pronunciar né Deixa eu ver as eu não pronunciei m de longe após as 18 horas então eu fiz um cruzamento curatorial né da mama De low com a Nai que a nossa entidade da matina Pereira Então foi uma conversa que teve uma imersão mesmo na Amazônia sabe assim mas de uma de uma universalidade muito incrível né em termos de de
poética de de de trabalho xadalu eh o núcleo indígena foi foi formado pela Sandra Benites quando ela sai ela me passou né essa missão de continuar os diálogos com o núcleo indígena que tá tá foi muito forte também né Eh e a gente trouxe povos ribeirinhos povos quilombolas eh indígenas eh mulheres né então todos os países naquela comunhão da pana amazônica foi um diálogo muito grande a gente esita que por isso teve uma reverberou de uma forma muito positiva né então a gente acredita muito nessa perspectiva deixa eu ver se tem mais um outro artista
aí a Bona que eu queria ressaltar também a Bona nunca tinha estado gente em nenhum salão de nenhum lugar do país não faz parte de galeria não faz parte de sistema da arte eu disse bonica tu vai participar da Bienal das Amazônias Bienal é vai participar e a Bona foi participou acho que tem um textinho do trabalho dela logo seguinte né Eh ela parte do Imaginário ribeirinho amazônico de fotografia colagem intervenções digitais Então ela ela usa essa lingu assim cuidado né ela usa isso por onde mergulha cuidado por onde anda Então ela usa esses lambes
sobre tapume e ela faz uma intervenção de picho e grafismo você pode voltar pra imagem da da Porque isso tem muito a ver com o Imaginário Então ela mergulha ela é de Garapé eh Mirim né de um também que é um lugar do Pará e ela mergulha nesse universo e foi muito interessante porque eh teve um curador que foi na Bienal né E quando ele visitou a Bienal comigo ele pediu para fazer um do comentário e tal e ao final ele disse assim que queria falar com a bonique e coincidentemente eu eu onde tu estás
mana aí tô aqui na esquina corre aqui ela foi lá sentou ele falou tu vai comigo pra Colômbia e levou a bonica tá pra Colômbia ela fez uma intervenção urbana e muito bem grande lá na Colômbia num grande festival né e a benal tem levado nosso artistas para vários lugares e ela vai est na Bienal do Mercosul também porque o Rafael pediu para ver a minha curadoria do Ling e a bonica tá comigo no ling e vai levar também a bonica tá para abal do Mercosul para fazer um trabalho então assim gente o nosso trabalho
é isso na Amazônia é um trabalho eh de grande intensidade né a gente tem um fluxo um sistema da arte muito forte agora o Centro Cultural Bienal das Amazônias tá movendo eh um sistema muito mais intenso né Vamos abrir quatro Exposições agora né sempre nessa pesquisa Estamos fazendo itinerancia também pelo norte do país já estivemos em Marabá Canão dos Carajás vamos para Manaus Amapá Maranhão né e a segunda Bienal já vem aí né e a gente tá falando de cop também né e tem muita coisa acontecendo no Pará que deixa a gente eh assim atenta
a tudo isso que tá acontecendo mas a gente tá muito atenta também a a muitas muitas pessoas que estão querendo salvar a Amazônia né a gente não tá muito preparado assim para isso eh salvar o qu né e a gente quer ressaltar que os povos amazônidas estão que é um termo cunhado por Chico Mendes que ele chamou de povos Amazônicos que são esses povos que habitam a floresta que tratam a floresta com sustentabilidade que estão lá cuidando desses lugares né existe um interesse muito grande na Amazônia a gente sabe disso e a gente tá muito
na expectativa e preparada para que der vier é isso gente é um ato mesmo de coragem né Muito obrigada né se vocês quiserem perguntar não pode né Sé pô um e-mail eu não tô muito acostumada gente eu gosto dessa conversa ass E aí mana que que tu quer perguntar tal mas tudo Eu prometo Se vocês perguntarem para mim eu vou responder gente eu eu quero muito responder e eu quero muito ficar em contato com todos vocês né dentro do pelas redes sociais né é importante vocês acompanharem o que tá acontecendo né Eh no norte do
país tá bom nas Amazônias Obrigada Vânia muito obrigada por trazer esse olhar centrado Fora do Eixo sudestino né que é uma cegueira seletiva essa nossa daqui para outros lugares eh do país é muito importante a gente olhar numa outra perspectiva mesmo não de imem mas de vários centros possíveis sim sim falou isso tou colocar né o norte nordeste do país né como um e isso é muito necessário essa troca Inter que eu aprendo muito com vocês mas vocês podem aprender vocês podem também né Essa troca eu gosto muito dessa troca relacional de que eu aprendo
contigo tu aprende comigo né a gente constantemente eu vinha no carro falando com a Elane constantemente é muito ingênuo tu pensar que existe uma cultura pura ingênua nós somos constantemente confrontados com a cultura do outro a cultura do outro me interessa muito e eu e Eu quero que você se interesse também por nós né a gente precisa eh somos todos irmãos e eu poderia só finalizar uma fala dá tem tempo temos temos tem man não tem tempo aí então vamos lá eu não falei do meu encontro né e eu eu é muito importante eu falar
isso gente eu eu o o xadalu começou falando que ele nasceu a mais do Rio dos rio do Rio né Eu tô no tom meota que aí uma discussão desde segunda terça-feira que tudo permeia pelo Rio né e eu nasci Macapá mapag mais do Rio Amazonas né que lá eu me criei todo nesse Imaginário também é um lugar que fica 45 minutos de voo de belé do Parato S Entra lá for de avião ou de barco Macapá mapá tem muita muito mais relação com as Goianas do que com o resto do país ainda tem um
certo tipo de isolamento né e e eu fui e o Rio Amazonas é muito imenso ele é muito estrondoso ele é muito poderoso ele é bravo ele é Bravio sabe é um rio potente sabe é a mãe d'água são os animais bravios foi criado né como ele fosse o Rio dos rios sabe é um rio muito grandioso gente vocês precisam ver o Rio Amazonas ele fala muito contigo sabe e eu fui eu estava na Colômbia tenho acho que umas três semanas sve engano é e eu fui para um projeto eu fui convidada por encontro de
comunicação de comunicadores de lá Amazônias eu fui a única mulher para falar nesse encontro né e foi muito importante falar com essa pana amazônica de perto que eu curei né junto com a Ken le né mas que ali eu tava pertinho de todos meus irmãos e irmãos amazônidas né e eu do Norte jornalista do Pará Mia Ninja tava representada né e o suma uma jornal que é um jornal muito importante que fala da Amazônia e a gente ficou em Letícia na primeira etapa do projeto depois a gente deslocou de barco pro lugar que chama eh
eh que a gente ia percorrer 3 horas de barco né E aí quando a gente ia percorrendo para esse lugar lugar para esse rio que é o Rio Amazonas Olha só o rio que eu nasci que nasce no peru né então quando a gente estava indo para Porto narino uma hora o barco fazia assim eu tava no peru uma hora o barco dobrava tava na Colômbia mas eu tava em casa porque eu tava no Rio Amazonas eu não me dei conta disso assim sabe assim dis meu Deus essas água me Trouxeram até aqui sabe a
água da minha terra onde eu nasci né né então é isso foi muito forte para mim né E a minha fala Foi uma fala assim que muito aproximada dos meus irmãos e eu uso muito o conceito de agora estudando a profundamente por conta desse projeto que eu tô envolvida de hidrosolar o rio ele é muito solidário Não Tem Fronteiras isso nos aproxima né e eu percebi naquele rio que nós todos somos irmãos e irmãs todos todos né os rios estão enterrados vocês estão em São Paulo mas tem muito Rio enterrado aqui debaixo Mas eles estão
lá esperando uma hora eles não morrem eles resistem muito os rios resistem muito né então Eh e eu tive esse encontro e eu fui batizada lá eu recebi isso aqui dos ticunas Eu sempre falei que eu sou muito que eu viro onça o chadal me deu uma onça de presente que tá lá na meu meu lugar do pensatório quando eu falo através do computador a onça do Charada da Luz já prá e eu não sabia porque eu gostava tanto de onça né e eu falo que eu viro muito onça quando com as minhas questões assim
e e e eu fui batizada lá e a ela disse que meu nome é vaná e que eu sou curadora Rio eu quero tatuar bem aqui para ninguém ver mas só eu saiba que meu corpo vai ter essa marca de um batismo por uma indígena né onça e que eu sempre fui onça né e eu vim de lá muito mexida com isso e eu entendi minha missão que começou realmente na Bienal quando eu me desprendi de projeto inados de projetos que eu tava sempre ali cumprindo uma missão agora de um projeto mais autoral que é
trabalhar com os artistas na invisibilidade exatamente agora 10:5 tem um artista lá na floresta produzindo que é muito bom maravilhoso mas ele não tá sendo chamado para participar do Circuito das Artes e eu quero ser essa pessoa gente eu quero ser essa pessoa que tem essa missão de trabalhar com esses artistas das amaz eh Gostaria de reforçar que as perguntas devem ser enviadas para o e-mail para quem tá nos assistindo online pro e-mail Ia responde @ usp.br a gente vai seguir agora com debate aqui também é não acho que eu que não fui enfática na
na informação perdão eh e eu vou passar a palavra pra minha colega Angélica Brito que vai continuar na condução dessa conversa a Angélica historiadora formada pela Universidade de São Paulo hoje é doutorando aqui pela fa USP eh na área de história e fundamentos da arquitetura e do urbanismo e ela colabora com os grupos de pesquisa do Jovem Pesquisador do Barroco Açu pela F eh e tempo e memória e pertencimento aqui no iea USP ah eu apresentou não apresentou tá Tá bom obrigada bom bom dia a todos eh gostaria de agradecer a presença de todos que
estão aqui conosco hoje no ia para você que também tá em casa acompanhando esse evento eh reforçando como a Ana Eloí mencionou eh as perguntas de quem tá assistindo pela internet mande pelo e-mail e a responde @ usp.br e quem estiver aqui na plateia a gente eh vai abrir ao final uma sessão para as perguntas então fiquem até o final vai valer muito a pena eh pra gente poder fazer esse debate de forma mais colaborativa e saber também as impressões de quem tá aqui conosco presencialmente eh e bom só para reforçar mais uma vez esse
evento é um evento promovido pelo grupo de pesquisa tempo memória e pertencimento que tá sediado aqui no ia USP em parceria com JP Fapesp eh sediado L nafal Barroco Açu tá bom bom agora eu vou chamar eh para compor aqui a nossa mesa para abrir o debate e trazer algumas impressões algumas falas e e propor questões pra gente refletir eh a partir eh do que foi colocado até agora da professora Marília Xavier Curi Uma salva de palmas para para ela a professora Marília ela é museóloga e Educadora museal ela poss mestrado e doutorado em ciências
da comunicação pela Universidade de São Paulo e desde 92 é docente na universidade atuando no museu de arqueologia e tecnologia da hosp Então seja bem-vinda muito obrigada pela presença eh Bom dia a todas e todos eh Muitíssimo obrigada por esta oportunidade esta grande oportunidade de estarmos aqui Reunidas e reunidos agradeço profundamente a a Renata o Luciano A Querida Ana nós somos parceiras né e bom e cumprimento todos né que fizeram fazem parte né dessa dessa mesa Ah tá ali a nossa a nossa Sandra Benites a nossa maluca eu lembrei do Raul cechas maluco beleza eu
acho que todas nós mulheres aqui temos uma boa dose cada uma no seu lugar da sua eh possibilidades limitações e cerceamentos sofremos por isso também com isso também né temos esse lado eh eh maluco beleza né e bom viva coragem né respira a fundo e vai em frente é muito bem eh eu Nossa é muita muita coisa incrível que foi colocada aqui não é e quando o x xadalu né falava né que ele falou nessa eh questão né de escutar o corpo né escutar a natureza a natureza com um corpo né eu fiquei eh pensando
nisso né o quanto Nós não sabemos fazer isso não é a gente não sabe nem escutar próprio corpo dessa sala que é tão pequena mas que também tem muitas muitas vidas acontece muitas coisas né e eu fiquei também pensando no meu próprio corpo humano eh de mulher mulher colonizada né e em certa medida colonizadora também dos corpos de outros corpos né mas eu fiquei ã tentando me escutar nãoé escutar o da Lu naquilo que ele falava e na forma como ele falava nas obras que ele apresentava então eu fiquei escutando ele e fiquei me escutando
para entender melhor né como essa escuta né de um de um parceiro né de um colega de um indígena né Eh pode entrar o o meu próprio corpo afetar a minha sensibilidade mexer com a minha razão aquilo que eu achava que acreditava e deixo de acreditar ou que de alguma forma me mobiliza ou desmobiliza não é então eu parei um pouco para deixar que essas ideias essa sensibilidade né essa espiritualidade né fosse entrando né no no meu corpo nãoé para me entender né O que que é que eu estou vivendo e o que que é
que eu estou sentindo o que que é que eh tá passando pela minha cabeça né e o que é que tá circulando no meu corpo através das minhas próprias veias né e e sobretudo isso que outros pensamentos entram na minha cabeça que não são meu mas está lá dentro também né está também me dizendo coisas então eu comecei a fazer isso né Eh e a fala a poética o Tom o ritmo do chadal né foi me envolvendo nesse processo e e continui nesse exercício eh com a Sandra Benites né e depois com a Vânia então
Eh por que que eu tô falando tudo isso porque agora eu vou me apresentar eu sou parceira não é então sou tudo aquilo mestr mas tudo que está no meu L ele só serve para que eu possa ser uma parceira é isso que eu sou parceira parceira eh especialmente particularmente né Eh trabalho conjunto né com três eh povos indígenas eh kaingang guaran adeva e terena que viv no interior do Estado de São Paulo Aldeia os Guarani andeva da Aldeia nind juu USTA Irena na aldeia e Quiruá e da terra indígena Icatu eh e os kaingang
da terra indígena avanir da terra indígena e Catu e porque eu sou uma parceira eu tenho que me fazer as referências a eles Quem são e onde estão então a questão é a minha missão é ser parceira e tudo que eu fiz é para ser cada vez mais eh uma parceira eh melhor porque eu sou uma aprendiz mas a minha missão é né é ser parceira Mas eu sou sempre uma aprendiz por mais que eu faça eu continuo sendo eh uma a Aprendiz né mas o fato é que a gente falou aqui eh a gente
falou de respeito Não é então a natureza a natureza nos chama a atenção para o respeito a natureza nas suas respostas duras né E severas ela está nos educando né ela está nos chamando a a a atenção nãoé a respeito das nossas eh das nossas atitudes nós falamos também né em equilíbrio né A cosmovisão é uma forma de equilíbrio não é que nós devemos cuidar da cosmovisão ou das Cosmos visões né porque são formas né de de equilíbrio diversos n é eh também como escutamos né de um jeito ou de outro a respeito da maldade
da ganância da ignorância n é eh que a que paira né nesse nosso mundo nesse nosso eh mundo né E que a gente vê tanto na nas Amazônias né como a gente vê na cidade como a gente vê no Rio Grande do Sul como a gente vê não só todo o Brasil eh mas no no no mundo né E daí eh isso por um lado né então isso também está presente na fala da Sandra Benites né as comos visões né como também tá presente na fala da Sandra eh a questão né H da da dessa
do protagonismo né dos indígenas né então o protagonismo né na curadoria indígena como artista indígena pesquisador pesquisadora indígena n é e o que que e centrando num ponto que é muito eh importante na fala dela né embora ela mesma tenha dito não é que existe né a pode existir a individualidade Mas no geral né O um um curador né uma curadoria indígena né processo artístico indígena de pesquisa indígena também envolve né todo um trabalho de mediação tradução eh negociação né Eh com a com as comunidades né E então né E e esse eh essa imersão
da da Vânia né que ée mergulhando né Eh eu gostei do gerum mergulhando mesmo mergulha sai pega fôlego mergulha de novo né nesse Imaginário né amazônico me parece eh de extrema riqueza eh h e sobretudo uma coisa muitíssimo importante né riqueza existe mas a gente precisa H nessa constante né nesses constantes mergulhos né E imersões também usando uma uma expressão que ela usou não é eh também ter os nossos momentos né né de dibuia né de bubuia vou sa em casa é eu gostei É então muito bem o o que eu eh o que eu
gostaria então né de trazer aqui eu sou uma profissional de Museu né e eh nesse trabalho de parceria né com os kaingang Guarani andeva e terena né das três terras indígenas Araribá Icatu e e noiri eh o essa parceria ela é Ela é constante e contínua nãoé já me perguntaram Quando vai acabar esse trabalho nunca porque ele vai se transformando o que era ontem já não é mais hoje não é então as coisas vão acontecendo dentro de uma perspectiva de parceria mas sobretudo numa perspectiva das relações entre povos indígenas e museus então é aí que
eu queria chegar Exatamente porque no fundo a gente falou isso não é então h o artista indígena ele H expõe as suas obras né em galerias de artes mas particularmente em museus não é Ou organizações com uma estrutura museológica vamos dizer assim como pode ser uma Bienal não é o próprio centro Centro Cultural né eh eh bem pode ser visto né como uma estrutura museológica não precisa chamar Museu mas eh a gente reconhece que ali tem algo né do pensamento eh da da da museologia não é então mas por outro lado eh Então essa relação
é uma relação que a gente tem que trabalhar nela porque ela não é boa historicamente não é ela foi mal na historicamente ela foi mal construída e ela e ela desemboca no hoje a gente tem que mexer nela tem que trabalhar nela não tem jeito não é por isso que a Sandra eh Parabéns C você tem que tocar em certos assuntos temos que tocar temos que verbalizar temos que questionar temos que discutir temos que entrar na questão não tem outro caminho a não ser encarar de frente eh digamos assim o modus operand não é o
modus operand quando a Sandra quando a Sandra fala né de uma série de coisas de questões né que ela viveu né mas que eu pude ver enxergar vivenciar também é um mal des operante como muitas vezes acontece na nossa sociedade mas que a gente vê muito concretamente dentro do Museu não é então discriminação diminuição tudo é difícil não sei se já passaram por estudo a indí é difícil você entendeu Falei gente difícil é fazer uma licitação é sempre não para mim difícil é isso o resto é muito fácil fácil mas não esvaziado de complexidade não
é fácil no sentido porque as coisas fluem desde que elas sejam estruturadas numa relação dialógica não é considerando que o espaço do dos museus são hoje a gente tem que eh na Perspectiva di lógica a gente tem que considerar as as autoridades né Tá sentar na mesa né quem são as autoridades não é então S são várias as autoridades eu sou uma autoridade a direção da minha instituição é uma autoridade mas o pajé Os pajés que trabalham comigo são autoridades os caciques que com os quais nós trabalhamos são autoridades os mais velhos são autoridades o
diretor das escolas os diretores das escolas indígenas são autoridades os pesquisadores professores pesquisadores das escolas indígenas são autoridades não é então é tem que tem aí nessa parceria né e e mexendo modificando passo a passo essa relação no sentido de transformá-la é passo a passo porque é assim mesmo tem que ser passos muito firmes não é que V que vão eh consolidando né novo novas formas de se trabalhar eh em em conjunto não é e quando por né el Lógico que nós precisamos de melhores políticas públicas né que sustentem isso políticas públicas que sustentem a
curadoria indígena apoie né sustenta no sentido de apoie para o o indígena fazer a sua arte fazer a sua curadoria com autonomia com Liberdade né políticas científicas né que apoie Ah o pesquisador indígena também na sua autonomia realizar os seus trabalhos eh eh políticas públicas eh no da da dos museus né museais no sentido né Eh de eh cada vez mais apoiar né e a museologia indígena tem mais aí Um item museologia indígena e não sou eu que faço a museologia indígena eu vou até a museologia indígena para poder como profissional da museologia eh recolocar
as minhas ideias em outros lugares em outras posições sobretudo ampliar né O que se entende do que seja eh museologia a partir das práticas museológicas eh indígenas Então o meu o meu ponto né de vamos assim dizer de de debate não é eh bom primeiro é a gente o o meu Ponto Central do meu trabalho hoje das minhas preocupações que eu acho que de certa forma integra o que foi falado aqui eh eh é a questão da política de gestão de acero dos museus porque os nossos museus são públicos a instituição onde eu trabalho é
uma instituição pública então ã nós temos que pensar cada vez mais essa política de gestão de acero a política ela integra tudo que acontece dentro do Museu n é no único ponto que é a política né as questões políticas que envolvem né a as coleções os acervos né tudo que está sobre a guarda dos museus e por está sobre a guarda dos museus n é então porque justamente nessa nesse ponto da política da gestão de acero é que a gente pode né eh podemos e devemos não é trazer o trazer essas lógicas indígenas eh eh
eh para os espaços museais de forma que a gente possa trabalhar eh junto e com conjuntamente não é eh e sobretudo pensar a partir de agora né Eh por exemplo né que outras coleções eh eu não sei que outras coleções não é então as coleções elas são formadas muitas vezes na grande maioria das vezes por autoridades os curadores né então mas se os indígenas são curadores e não é né se é uma mediação né com os eh né uma mediação uma tradução uma negociação a parte de Agentes indígenas né que atua na sua comunidade né
como é que pode a partir disso levar eh eh princípios ideias e ideais né para essa política de gestão de acero e formação de coleções indígenas contemporâneas para as futuras gerações eh indígenas e não indígenas sendo o museu um bom lugar de guarda né mas não só não só de guarda o museu é um bom lugar de visibilidade de comunicação não é então também na mesma forma né então a gente pensa que que é só reunir objetos em coleções e guardar não é mas o comunicar envolve né o não é o o que nesse grande
processo de aprendizagem vamos dizer assim em todas as falas de alguma forma tá falando de aprendizagem aprendermos né uma uma atitude Educacional né de constante de transformação que é um processo de aprendizagem aliás aprendizagem é um grande processo de transformação não é então como é que os museus podem né não só se transformar dentro de um processo né de eh eh autoeducação autorreflexão né Mas também como é que eles vão se colocar nessa comunicação né se organizar para que comunicação eh pelos eh pelas curadorias indígenas pelos artistas indígenas pelos pesquisadores indígenas dentro do espaço museal
e sobretudo olhar para as coleções formadas no passado né e delimitar mais claramente mas sobretudo politicamente nãoé até onde nós podemos trabalhar com aqueles objetos A exemplo dos objetos sagrados A exemplo dos objetos ritual A exemplo dos remanescentes humanos que estão indígenas que estão nos nossos museus Nossa me dá até o negócio só de de falar então o que eu gostaria de trazer é para especialmente para debate é eh como é que a gente pode eh nutrir uma um trabalho maior Mais amplo sobre reflexões né mas que Nutra de fato políticas né de gestão eh
eh dos museus de forma a a a colocar eh tantas e tantas outras questões né para dentro dos da estrutura do que seja eh museus não é inclusive eh entendendo melhor né O que que é repatriação o que é restituição O que é reparação O que é ou não é uma doação e assim por diante só para citar a alguns poucos exemplos dentre tantos outros né que eu eh que poderíamos falar mas seria uma fala muito mais longa Então é isso gente que eu gostaria de trazer é isso que eu estou cada vez mais na
minha parceria com meus parceiros né meus é uma forma carinhosa não é uma forma de posse Tá certo com os parceiros queridos né Eh refletindo e eh desenvolvendo Então é isso e obrigada Obrigada professora e bom quem gostaria de começar comentando um pouquinho da Fala da professora María Teria algum ponto eh sobre essa questão das políticas acho que é uma questão importante paraa gente refletir eh de como construir nesse caminho né e consolidar que essas conquistas que são né Eh são seguidas com tanto esforço elas eh se perpetuem no seja uma coisa momentânea também né
e Bom enfim eh eu achei muito interessante né quando ela ela fala desse lugar né das coleções que o museu é um lugar de visibilidade né e de comunicação né a gente também tá construindo nosso acervo no ccba Inclusive a gente vai fazer uma vamos recebeu um acervo da dugó da sunpan e da wiik que é uma são artista de Manaus a gente vai fazer momento mesmo dessa entrega na Nosa construção de acervo e eu fiquei muito pensando aqui no que você falou né notei algumas coisas até para eu estudar mais também sobre isso gostei
dos termos de repatriação doação que perspectividade são né a partir desse momento que a gente recebe esse acervo mas eu fico muito pensando assim né quando você constitui um acervo não é só constituir o acervo mas o que fazer com esse acervo né como tornar público esse acervo né Eh e a gente tem um museu parense amho Guil em Belém que é o museu assim Acho que mais antigo do país nesse sentido né que tem um acervo incrível assim maravilhoso e eu fico muito feliz assim do do museu Gu de tá abrindo mesmo né assim
a reserva técnica e fazendo muitas Exposições mesmo de acervo porque isso traz também pra comunidade né Eh o que tava ali né e como que a gente vai est comungando com esse acero né então isso é muito importante eu fiquei refletindo muito nessa política mesmo eh de Museu né que de gestão também que você falou de gestão de acervos isso me chamou Mita atenção que incide muito no que é no na na no que a Sandra tá vivenciando agora né né um algo que meu Deus que ela né que era nosso né E agora tem
um termo de doação né então assim que política né a gente tem que se questionar que política é essa né Eh porque não né acho que acho que era um momento muito maravilhoso pro país fazer um texto sobre isso né e dizendo não voltou para nós era é nosso né tal mas e assume esse lugar assim eu acho que é um ato é um ato político também isso não acho que como a Sandra fala né Acho que sabe até mais a Sandra se colocar mas eu fiquei muito pensando Nessas questões sabe que que são que
às vezes o próprio sistema ele coloca para outro caminho modos operante de outro caminho que envolve uma política de tratativa que a gente sabe que isso é muito mais para além do Poder de decisão da própria Sandra mas que envolve uma uma política de tratativa entre países né então isso eh como você muito falou né nada né esvaziado de complexidade eu gostei muito desse termo que você usou tudo envolve uma complexidade em tudo o que a gente faz né E a gente não tem que ter eh eh medo mesmo a gente tem que dizer assim
não a gente consegue fazer né E vamos desenrolar essas complexidades Eu acho que eu eu fiquei muito pensando no que você falou sabe posso falar né só eh eu acho que tá desligado Tá ligado eh fico muito feliz com a tua fala eu acho que a parte do escutar para escutar o corpo a gente tem que respeitar o silêncio então é uma atividade que a gente faz muito né tando na aldeia ou na cidade de quando acordar respeitar o silêncio no na no assunto do dos acervos para nós é uma coisa nova ainda muito nova
na parte da arte contemporânea porque na parte etnográfica a gente já tem já desde sempre né agora eu fiz uma residência artística no Instituto geográfico brasileiro então eles tem um acervo muito muito potente da coleção e ano que vem eu faço a reabertura do Museu Nacional de Belas Artes com uma grande exposição então eu tô trabalhando muito com as museólogos assim uma maneira de troca né e e o que a gente vê que uma coisa que o no Rio Grande do Sul teve a primeira curadoria de um um cur indígena fez uma curadoria né o
cacique Cirilo com min exposição IATA né que depois a a Sandra sumiu aqui em São Paulo e a segunda curadoria também foi com uma curadora indígen que foi a Sandra Benites lá no Galeria carta né e e eu acho que quando a gente vai eh tratar abordar o tempo o tempo o espaço a memória dentro de um objeto visual a gente tem que ter cuidado também para onde vai e de que maneira vai e o valor que vai porque normalmente assim não vou expor instituições porque eu sobrevivo disso também faz parte da Sobrevivência né mas
às vezes as instituições elas querem de graça e aí a gente tem que dar um retorno paraa comunidade que nem uma queria fazer um acervo da da arte indígena do Rio Grande do Sul porque lá cada povo é bem específico não tem cada povo vai ter um seu jeito como lá teve uma forte influência ainda tem do Jesuíta até na no em tudo na minha pintura no artesanato eles queriam fazer uma coleção do Rio Grande do Sul só que aí como é que eu vou aí eu avisei lá né pro pros artistas né senhores eu
trabalho muito com o tarami Né que é o nosso e tav que é os senhores né né então como é eu faço eu eu busco na oralidade dos meus próximos narro a ele ele entalha na madeira depois ele me manda Eu transformo em pintura então é sempre assim então esse trabalho ele é um trabalho que é feito a muitas mãos e o que a gente chama o dinheirinho passa por todo mundo sabe agora essa semana tô fazendo um tá fazendo uma pintura enorme lá tava faltando a onça chegou a onça o o kpot trouxe a
Onça Onça aí agora a gente vai começar a pintar a onça então é tudo assim vai só que aí às vezes a a instituição não é por às vezes ela não tem mesmo ela não ela quer fazer mas não tem e tem outras que prefere comprar dos Artistas muito famosos entendeu e não quer botar dinheiro no apostar no no na arte indígena Ela prefere comprar o sei lá não tem comparação assim comparar artista é uma coisa mas tipo ah um artista Modernista que tem uma pintura que também é histórica no para vocês assim né Para
nós é outra coisa assim a gente respeita tudo mas eles preferem pagar muito caro naquilo do que comprar às vezes ajudar uma comunidade a fazer uma coleção e não é só é pessoal da nossa bolha também que é não não é assim às vezes às vezes o prefere eh convidar quem tá no Hype assim no do que apostar né então porque tudo é aliança e parceria como tu falou então tu eu também quem me ajudou muito foi o Paulo reen hof e ele me falou uma vez tu tem que cuidar bem as tuas alianças porque
quando a gente tem uma aliança assim para nós é aliança paraa vida toda entendeu é aqui dentro e fora daqui como eu tenho com a Renata o lutiano vane a irmã Sandra aret né que é a Sandra Benites é não é só aqui dentro entendeu então por isso que aqui eu não preciso de papel de nada eu preparei texto mas eu sei o que eu vou falar tá aqui dentro sabe eu sou tupé eu sei o que eu tô falando e que nem a Sandra não deve estar com nada anotado lá porque ela sabe o
que tá falando porque eh O nossos velho ensinou a gravar as coisas verdadeira dentro de nós né e mas eu fico pensando sempre nessa coisa da do valor e isso que a Sandra falou se ela for explicar pro Juru aquer ele não vai entender que ele só ele pensa que aparece assim do nada o copo assim apareceu aqui porque ele não entende o o valor que o trabalho nosso ele só acha que é o dele que estudou 10 anos e foi ele vai achar sempre isso que vale muito mais o que ele vai falar e
aí com essa coisa do decolonial ontem eu eu falei hoje vou falar e depois eu vou eu vou registrar isso com uma licença poética porque senão os brancos pega e se apropia das nossas palavras que a gente tá em um corpo o o a instituição é um corpo é um e eu vou buscar quando eu V em algum lugar eu vou dizer ah não esqueceu de me de de me citar a gente eh essa experiência no no Museu de Belas Artes foi muito boa a a diretora maravilhosa lá a Daniela e eu tô produzindo a
exposição para lá então eu tô dentro de um espaço Colonial que é um corpo o o instituição é um corpo colonial com o pensamento e o Espírito de colonial de hoje porque as pessoas que habitam ali agora estão tentando ou fazer essa reparação ou estão tentando eh repensar que aí dessa vez eu vou ter que falar que é uma narrativa mesmo né que é uma história que tem e levando nós né levando Sandra levando a Vânia levando com esse pensamento lá para dentro e e quando leva nós lá para dentro leva nossos espíritos também então
eu posso afirmar que as instituições de hoje são corpos coloniais com pensamento e espíritos decoloniais ou uma tentativa né então eu fico sempre pensando nisso na questão do do valor mas também pensando eh desse momento das pessoas que se aproveitam para chamar por exemplo a a Sandra às vezes ela a Sandra tem para nós é uma liderança tem um trabalho de excelência um trabalho que quando eh tu fala o currículo dela dá vontade de pessoal ir embora né eu vou embora sabe vou falar o currículo da Sandra um currículo vasto assim e todo o lado
dela da Vânia de ti eh falando então às vezes eles querem que a pessoa esteja lá só por estar e façam a coisa que eles querem e quando tu vai argumentar eles tem desculpa para tudo e nunca é o que a gente quer é sempre o que eles querem E aí tu tem que escolher se tu é o bobão Legal ou o brigão que é contra ou que tu como é que é fala a palavra discorda né se tu discordar aí mas eu eu só me Curvo para nhanderu e para minha avó e para minha
mãe o resto Hum isso Sandra você queria comentar alguma coisa eu só queria dizer que eu tô muito feliz também de estar de de de poder estar dividindo né Essa nossa conversa com a Vânia e e com xadalu e com quem estão aí né Eh eh presente e aqueles que não tão presente também eh fiquei muito sentida de não poder estar com vocês mas por uma outra razão que também é muito importante né então só só queria dizer que na verdade eh pra gente eh trazer essa experiência Nossa eh às vezes não é eh eh
eh a nossa pesquisa é muito importante nunca disse que isso não é importante é muito importante né mas muitas das vezes a gente o que amadurece a gente paraa gente ter força eh Nessa Loucura eu acho que é exatamente a nossa vivência né a nossa vivência a nossa a nossa experiência que muit das vezes não não é muito saudável é a gente carrega ferida A partir dessa dessa vivência né que a gente vai se ferindo no no no meio do caminho então eu acho que é é é muito importante né os museus né Principalmente os
museus tem esse cuidado de escuta mesmo eh e de negociação o tempo todo porque eu não tô dizendo que não pode entrar certas questões né como por exemplo a gente quer fazer e e é é impossível a gente fazer uma fogueira dentro do MASP né isso Eu entendo e fica muito claramente para mim o que que é eh eh eh O que que é é é perigoso eh eh fazer uma fogueira de uma numa casa que tá cheio de de inflamação inflamação de fios que é pode pegar fogo né eu tenho tenho clareza disso né
Nós temos clareza disso os parentes tem clareza disso então por isso que aquela ali não é a nossa casa aquela ali não é a nossa casa então a gente tem um um um um muitas das vezes ali é um certo eh confuso mesmo de não poder fazer aquilo numa casa eh eh dentro do Masp que eu tô falando assim eu tô falando de fogo literalmente fogueira literalmente e para nós conversar eh pra gente conversar fazer uma roda de conversa como a gente tá fazendo isso agora né Para nós é muito importante e muito eh poético
e muito eh é muita é cura mesmo quando a gente desabafa algo né que a gente precisa resolver como por exemplo na aldeia a gente tem 15 15 dias a gente faz a união Exatamente pra gente dialogar conversar concordar discordar e a partir disso a gente vai levando pensamos junto coletivamente contemplando Tod mundo ouvindo todo mundo qual o caminho que a gente vai construir a partir desse desse dessa conversa né então eu acho que eh eh eh voltando a relação no fogo né na aldeia a gente sabe que a gente pode fazer a nossa fogueira
porque ali existe chão e ali a gente prepara a casa o espaço ou pode ser uma casa ou pode ser um um um um local de reunião para atender a nossa necessidade de acordo que a gente entende que tem que ser assim que a roda de conversa tem que ser e em círculo que o a fogueira tem que tá ali enquanto a gente conversa a gente não sabe que hora que a gente vai acabar e a gente já traz comida as mães já leva comida ali já tem fogueira pra gente assar batata a gente fazer
chimarrão e a gente já tem coisa para comer ali a gente vai conversando naturalmente eh eh eh naturalmente não porque isso tá é uma coisa boa que a gente tá conversando Claro que não a gente conversa problema a gente busca eh eh resolver vários outros problemas da comunidade Então eu acho que o museu eh eh eles T não é pra gente fogueira fazer fogueira dentro do do do do museu mas sim trazer essa possibilidade aonde a gente vai fazer essa fogueira aonde é é fortalecer através do Diálogo claro que o museu sempre vai ser um
lugar de conflito porque exatamente não a gente não dá fazer eh a nossa reunião exatamente que a gente gostaria de fazer como a gente faz na aldeia Então eu acho que eh eh eu só penso nessa o que vem me veio agora nesse lugar para eu poder dizer isso mas isso não significa que a gente também tem que eh eh eh retirar todo isso que tá no museu Juruá da forma que foi construído claro que a gente respeita a gente respeita a regra até então a gente respeita demais muitas das vezes mas tem coisas que
dá para levar para aquele Museu eh a fogueira mas também tem lugar que o museu precisa fortalecer para que a gente faça a nossa fogueira em outro lugar não aquele lugar né então eu acho que para mim assim esse é o é o movimento né Eu gostaria de mas para isso também requer uma escuta requer um debate uma discussão trazer todos esses eh eh eh esse sujeito pesquisadores curadores e liderança eh artista também para dialogar em círculo na verdade para que a gente como que a gente pode negociar com Museu e como é que a
gente vai caber nesse museu que tá na cidade onde a gente não pode fazer fogueira Mas como que a gente pode negociar esse esse nosso esse nosso desejo né então para isso também ela requer também precisa não hoje eu vejo que nenhum Museu tem um indígen [Música] atuando como eh eh corpo eh da equipe do museu né quando a gente é chamado a gente é chamado a gente muitas das vezes para ser curadora para ser artista para ser pesquisadora para compartilhar Nosa pesquisa mas em determinado hora o minuto e aí acaba e eu acho que
isso também precisa ser discutido querem chamar a gente para eh dividir se responsab Izar também com tudo que a gente tá discutindo que cham para ficar nem que seja para 2 anos para 3 anos para ter essa experiência para ter essa troca eu não diria troca não gosto de falar Troca é encontro seria encontro porque troca a gente não troca nada de igual para igual não eu acho que é é é é encontro e eu gosto também de dizer que é soma né Eh eh quando eu cheguei no Masp eu falei que muitas perguntas me
me vieram falaram que será que eu o que que eu gostaria de eh eh eh terminar no no Masp eu falei que não que eu não nunca jamais eu gostaria de retirar qualquer trabalho que qualquer pesquisa que foram pesquisados a século tem muita coisa pesquisa tudo é pesquisa só que na outra perspectiva na outra com outra eh confluente né como a a a Vânia falou que não não é narrativa Não dá paraa gente se apegar na narrativa mas com outro olhar né então eu acho que eu não sou capaz de fazer isso porque aí eu
tô dizendo que eh quem manda sou eu não é assim eu não penso assim eu não quero mandar eu não quero eh ter eh eh eu não quero dizer que o meu jeito de pensar é melhor não não é isso o meu jeito de pensar é para me somar com aquilo então quando a gente se soma a gente amplia coisa a gente vai ampliando e isso é um Desafio n não só para para para Museu mas sim para nós também enquanto indígena enquanto pesquisadores enquanto curadores enquanto liderança e para todos nós somos isso é é
é é Um Desafio que a gente tem que encarar com todos juntas né a gente tem que encarar isso mas como que a gente pode ampliar e até aonde a gente pode ampliar né então eu acho que aí onde eu quero assim eh eh eh ressaltar eh eh Por que que a gente quer trazer esse objeto para para e pro Museu né ou a gente quer falar sobre esse objeto como fogueira por exemplo eu acho muito importante a gente falar sobre encontro como é que na aldeia é é feito diálogo na aldeia diálogo em torno
da fogueira tomando chimarrão fazendo isso fazendo aquilo mas todo mundo Tenta resolver ali de uma forma mais humano mesmo assim com afeto né não pra gente excluir o outro eu acho que outra coisa né que eu acho só queria ressaltar bem rápido que quando a gente o xadalu tanto a a Vânia falou sobre essa questão de que quando a gente chama aquele artista que não é reconhecido não é porque a gente quer ar com outros artistas que são renomados Não não é isso a gente quer trazer com outro olhar que existe outros olhares outro debate
outras provocações né que muitas das vezes não é reconhecido e isso faz parte da soma né E muitas das vezes eh o própria a as instituição muitas das vezes quando chama o artista renomado para fazer aquele eh eh aquel exposição eh eh coloca também esse próprios artistas individual contra outros parentes que tem outro outro olhar de conhecimento e aí a gente vira uma competição entre nós indígena e isso eu vejo muito acontecendo hoje né Tem um artistas tal que são muito a as pessoas fica querendo né Não tô dizendo que isso não é importante e
eh eh Como Eu por exemplo as pessoas Mita fala assim para mim nossa Sandra a nossa você é incrível muitas das vezes a a a pessoa chega até querer fazer bênção para mim eu falei não eu sou gente eu sou pessoa que sabe brigar e gosta de brigar por por questão que na qual eu acredito não não não não não não me endeusa na por causa disso não é porque eu sou gente pessoas eu só busco me fortalecer com outras pessoas então a admiração muitas das vezes vem por conta dessa nossa encorajamento dessa coragem né
então eu eu acho que porque a a a própria Vânia fala isso né quando a gente eh eh traz um artista que tá lá não são lembrado mas ela não é apenas artista é um conhecedora das coisa quando a gente traz claro que e eh o xadalu fala isso e a gente torna uma família a gente torna uma aliança pra gente eh estar junto nesta batalha né não tô falando batalha de guerra mas na verdade eh resumindo é guerra também né porque no campo da arte é uma guerra mesmo então eu acho que eh eh
é ter cuidado também com essa ideia porque muitas das vezes o próprio eh eh principalmente com Arte contemporâneo né Eh existe essa essa disputa na mesma forma na mesma lógica dos do do do do artista ou arte ocidental isso nos coloca eh assim em disputa entre infer e e e superioridade né Eu acho que essas coisas também é importante né refletir então mais ou menos isso que eu tenho para dizer e eu venho sempre batendo na tecla para dizer Exatamente pra gente ter esse cuidado e eu acho que nós conversamos muito sobre isso na na
com a Vânia quando eu fiz parte da curadoria das Amazônias eu fiz a gente conversa muito sobre isso e na minha curadoria sempre vem essee esse olhar né de eh já tem pessoas famoso que fiz Eh que que fez eh eh eh eh parte da minha curadoria né então eu eu isso eh Não tô dizendo que não pode ser famoso né eu tô dizendo que a a o meu receio e o cuidado que eu tenho é exatamente para não colocar os parentes contra parentes né sabe para para disputar a mesma coisa a curadoria também hoje
muitas das vezes eh me falam que eh eu sou uma das curadoras mais importante eu acho também mas isso é mais importante não foi uma uma coisa que eu sou muito inteligente não é isso eu sou pode ser eu posso ser mais importante porque eu carreguei muitas feridas porque eu carreguei muito enfrentamento isso não não não se aparece no no no eh eh quando eu me coloco não é que eu me coloco as pessoas me coloca nesse lugar de eh de onda do do maioral né que eu acho que eh eu reconheço que exatamente eu
eu eu tenho essa capacidade de discutir todas as questões porque eu pesquisei como a Vânia falou pesquisou botou o pé o pé na lama Vai lá vai busca e tal eu fiz isso também né Eh não é porque eu sou curadora indígena que eu não tinha que pesquisar sobre curadoria não indígena claro que eu pesquisei estudei eu tô continuando estudando eu acho que a pesquisa isso ajuda a gente nós colocar nesse lugar de conflito também mas outra coisa também Fala assim ah nossa você é curadora muito importante eu sei mas assim também eu sou curadora
importante mas essa curadora é importante também tem seus conflitos todo dia porque eu tenho que ficar nesse meio de negociação de tradução e de mediação isso é o tempo todo a gente carrega o nosso a nossa tristeza nosso ão a nossas eh muitas das vezes eh eh quando eu saí do mais por exemplo eu não tinha para onde ir eu não tinha emprego eu não tinha trabalho não tinha eu não tinha mais bolsa mas pela pela para honrar o meu o aquilo que eu acredito né Eu tive que eh eh eu tive que pedir minha
demissão mas eu enquanto Sandra benit sozinha indivíduo eh eu não não tava eu não tinha dinheiro e eu moro na cidade estudando trabalhando né e E aí eu não tinha dinheiro para pagar aluguel não tinha dinheiro para comer não tinha da onde eu vou tirar isso eh isso fica totalmente invisível quando a gente trata de uma pessoa indivíduo né agora coletivamente eu sou fortalecida assim de Fato né então eu acho que para mim foi uma experiência muito importante e aí aí eu falo eu brinco muit das vezes eu falo assim eh eho das vezes as
pessoas fala ah eh quando eu chego na casa deles fala assim não vamos tomar café eu falo assim ah eu quero lavar o copo e acha que eu não sei lavar Copo e Já não eu falo não eu sou eu venho da base e eu sei lavar o copo e eu eu sei fazer outras coisa que eu sempre faço e eu não vou negar que eu faço como eu sou artesã também né Eu já faço artesanato eu gosto de fazer isso às vezes eu vou na comunidade eu sento faço artesanato e levo para minhas amigas
e assim eu sobrevivo mas isso é para mim é uma honra e alegria né de resistência eh eh não porque eu sou eh curadora muito importante que não vou fazer uma um brinco né com minhas com minhas eh com minhas eh com minhas amigas com minhas parentas o que me fortalece né quando tô muito triste eu vou lá e sento e faço meu Eh meu brinco e de semente de miçanga eu vou aprendendo né e eu acho que isso para mim é é o dia a dia né E como a professora falou né que eu
acho que é um aprendizado constante diário e o que vai colocar a gente nessa alegria nessa maluquice nessa nessa criatividade Exatamente isso essa relação com diverso porque essa diversidade coloca a gente no no adrenalina né de de de fazer o esforço que você tem que eh buscar entender compreender o outro para poder ficar bem porque se se a gente ficar dentro da nossa somente da nossa bolha muit das vezes isso adoece porque exatamente você vê que você não tá sendo Mita das vezes eh eh eh acolhido da forma que você não tô dizendo que a
gente tem que deixar nosso modo de ser para ser acolhido por outro não é isso tô falando como por exemplo Eh agora para para finalizar mesmo eu lembro que quando cheguei aqui no Rio de Janeiro muitos parentes falavam assim para mim você não tem que agir como guarani aqui porque você tem que ser tem que tem que falar tem que se espor senão eles não vão entender que você é Guarani o jeito Guarani é aqui ninguém sabe e é verdade e onde eu comecei falar alto Eu comecei falar aprender falar português e falar é falar
às vezes falar também na na Língua Portuguesa e aí muit das vezes quando eu chego na comunidade muit das vezes eu sou meio estranho para pro meu povo porque aí fala assim nossa Sandra agora parece e outra coisa a Sandra era muito quietinha muito é muito calada ela era muito tranquila agora os meus parentes me vê como se fosse mais agitada né E aí eu acho que esse estranhamento eh também existe isso dentro da gente e aí eu fico rindo às vezes eu falo assim que eh eu gosto de falar português porque na língua Guarani
não existe palavrão assim como existe no português e aí às vezes quando tô com eh tô com eh eh ansiosa para não eh raivosa ou para não ficar deprimida eu falo palavrão claro que eu tenho que falar e aí assim isso também é uma é uma forma de Resistir não é porque o eu falo português que eu mudei outra eh eh literalmente outra coisa não ah o português me me me me me dá uma soma de resistência também de uma outra forma de Resistir Então eu acho que é isso muito obrigada E eu fico muito
feliz de compartilhar essas coisas com vocês e E aí eu falo assim que uma vez falei que eh Me perguntaram que que palavra que eu gosto de falar em português eu falei assim várias coisas uma delas eu falei aí eles falam e começaram a rir na minha cara todo mundo mas é isso eu acho que para mim é uma forma de de de também resistir de uma forma mais criativa Sandra obrigada pela sua fala eh e muito do que você chegaram para mim quatro perguntas aqui da Internet e eu irei lê-las né agora e duas
são para você e você eh de certa forma já abordou um pouco então vou fazer o seguinte vou ler para você Verê se tem mais alguma coisa que você acha pertinente pontual deixar mais reforçado e e depois as outras são mais gerais eh e aí depois a gente retoma eh as respostas e comentários a partir das perguntas que foram colocadas mas basicamente as duas perguntas que chegaram uma da Cintia Lana ela perguntou justamente Como foi a sua experiência de trabalhar como curadora no Masp você mencionou um pouco na sua fala já de algumas situações né
que você vi venu lá e a segunda pergunta vi do Cau Volp que também vai um pouco nessa linha eh ele queria que você comentasse um pouco sobre eh o protagonismo da curadoria indígena nos principais museus das maiores capitais do Brasil como esse processo vem se dando né vem acontecendo eh e aí como a partir da sua perspectiva né de como primeira curadora indígena do MASP eh você que participou desse processo como você vislumbra um futuro para esse cenário né qual seria o futuro ideal né para para esse campo da curadoria indígena de certa forma
você já mencionou um pouco né sobre essa questão mas eu já deixo aqui a pergunta dos dois eh e aí depois a gente retoma se você quiser complementar ou colocar mais alguma coisa eh a gente retoma a essas perguntas essas questões e a as outras questões que vieram eh uma é da Raquel Oliveira ela parabenizou a todos parabenizaram na verdade né parabenizou as falas agradeceu pela oportunidade de dessa troca desse encontro eh e e ela fez uma pergunta para todos né os palestrantes eh como vocês percebem essa questão dos pesquisadores brancos produzirem pesquis sobre comunidades
de povos tradicionais né eh e aí ela coloca né Que pergunta isso porque num seminário eh um quilombola fez um apelo para que os brancos deixassem suas pesquisas né sobre eles Porque somente eles poderiam falar sobre as suas próprias real sobre a sua realidade e aí ela queria saber né como vocês acreditam e vem essa discussão eh e Acerca das Produções né Eh E essas pesquisas eh sobre as linguagens sobre a arte sobre essas questões étnicas né Como que essa relação de pessoas que não estão ali naquele meio né no não pertence a aquele grupo
étnico cultural como que fica essa questão da pesquisa como vocês vem né eh no caso de pessoas brancas realizando essas pesquisas e uma última pergunta que veio da internet seria da Flávia toquet ela queria saber né de vocês a perspectiva de vocês a respeito da questão da colonização da mente humana pela perspectiva do tempo e aí ela cita aqui né que eh a gente Eh vive muito hoje a questão do tempo do colonizador né mecanizado e baseado eh numa tradição eh Romana e de uma vida eh ligada a um tempo que não segue um tempo
eh de ciclo de natureza eh e que não enxerga o tempo né Eh tempo arte eh e como uma arte da Vida em sua totalidade eh existem reflexões nesse Campo da colonização do tempo mecânico se seus impactos da vida Son imaginário no coletivo humano e se vocês puderem comentar alguma coisa também sobre Esse aspecto foram as perguntas que chegaram aí eu não sei se a gente começa eh pela Sandra de novo só para ver se ela gostaria de comentar ou pontuar alguma coisa a partir do que foi trazido por essas outras pessoas né E aí
a gente depois retoma aqui PR pro xadalu e PR Vânia para mim agora é Pode ser ou ou vocês querem comentar e ou ou depois vocês passam para mim ou ou vocês acha que eu posso comentar e passar para vocês vocês decid se você puder já tá com o microfone aí tá legal só queria assim ressaltar eh bem breve mesmo sobre a questão do protagonismo indígena isso é uma coisa que eh eu ainda não não entendo muito bem o que que eu acho que é importante discutir o que que é protagonismo indígena numa perspectiva de
uruá dentro numa instituição porque eh quando eu entrei no Masp né eu entrei para ser curadora adjunta de arte brasileira para discutir depois fazer a curadoria também sobre eh eh história indígena brasileira né no no que não é só era história indígena brasileira que também da história indígena de outro país e onde eu fiz parte desse desse desse corpo curatorial né Mas eu sempre fui entender que a minha presença sempre é é é ela é silenciado de vários aspecto né Eh quando chego ali né muitas das vezes eu eu me vi assim eh ninguém dialogando
comigo como se eu fosse imaginar coisa que eu tenho que criar da minha cabeça para poder eh eh entender como que é a lógica do Da Da Da minha presença ali no máo que é já tem histórico a século né como eu falei se eu não vou desmanchar e se se eles não me deram autonomia para fazer o que eu bem entender eu nunca vou ser protagonista eu sou apenas uma parte para discutir sobre uma questão que é indígena questão indígena e o meu ponto de vista Eu acho que isso é uma coisa bem complexa
mas é importante a gente de fato eh eh discutir o que que é protagonismo indígena na Perspectiva eh eh o eh ocidental digamos assim na Perspectiva eh eh do dos museus ou das instituições que nos chama para fazer algo Eu acho que é importante a gente repensar essa essa lógica Será que eu vou só para prencher a lacuna ou para dizer que eu tô aí não sei eu não não não saberia dizer nesse momento só trazendo esse um pouco então isso me gera uma angústia certas angústias porque eu não sei com quem dialogar eu não
sei o que fazer aí me mandaram que eh só me mandava para escrever um artigo sobre determinado artista a partir do meu pensamento né E para isso eu preciso levar um pouco mais tempo para eu pesquisar para eu entender porque isso Nessas horas não é só eu Sandra benit que eu tô aí não é só uma Uma curadora indígena que tá aí aí eu preciso entender a partir da perspectiva como todos para eu não dizer coisas errado né porque quando a gente eh eh se coloca enquanto indígena muitas das vezes a gente não se coloca
como Sandra eu eu não me coloco como Sandra eu me coloco como todos porque qualquer coisa que eu falo eh eh Mita das vezes equivocada eu posso ser cobrada pois não só pelo meu povo mas sim pelo outros indígenas e para isso eu preciso pesquisar para entender para dizer o que que é determinada arte o que que é então e aí quando me trazei aí falar ah mas a gente mandava para você escrever artigo e você não escreveu e como se eu fosse culpabilizado por aquilo que eu não sei responder de acordo com a a
a com a com a forma com a perspectiva deles que é outro lugar que não é meu lugar então eu acho que isso é uma coisa que eu queria falar assim em relação sobre a questão do eh na verdade outro que seria eh pesquisadores branco é isso que faz trabalho na comunidade é isso ISO isso eh como que vocês enxergam essa questão da eh então como eu falei no no no começo tá como eu falei no começo né que quando a gente entra nesses lugares né quando eu entrei no no no no no Museu Nacional
eu entrei e aí eu fui pesquisar para ver se eu encontrava alguma coisa sobre nós Guarani existe nes coisas sobre nós Guarani só que eh eh a sociedade não Guarani tem que entender que nós Guarani Temos vários eh eh eh eh digamos eh vários entendimentos dentro da própria eh eh do do do dentro da própria comunidade Guarani Como por exemplo o que que é eh ser criança o que que é o que que é eh O que que é aí a gente chama de tecor né tecor das crianças tecor das mulheres tecor dos mais velhos
isso tem a ver com a questão do tempo tem a ver com questão do momento né tem a ver questão do do de gerações né de outras gerações então a gente não eh a gente não vai eh eh eh entender as coisas apenas a partir da lógica de uma perspectiva né que no caso eh eh no caso do das mulheres e aí eu achava só a partir da perspectiva do Juruá com interlocutor homem né eh Guarani Não tô dizendo que isso não é não é certo eu tô dizendo que existe uma uma lacuna e cadê
as mulheres as mulheres têm uma outra perspectiva de contar a história porque a gente vai falar sobre o parto de par e filho de menstruação a gente vai falar sobre educação dos filhos Como que o a mãe e o pai educa os filhos tem uma função diferente né E aí nessa questão a gente dialoga entre a gente independente da da da da de ser adolescente ou mais velho ou as mulheres ou mais velha ou mais nova a gente tem esse esse essa nossa política de de de discutir as questões nosso enquanto enquanto gerações e também
enquanto gênero não tem essa essa essa essa coisa de que H quem vai falar por todos né não existe a gente falar por todos é por isso que eu falo quando eu vou escrever um artigo eu preciso compreender a a coisa mais genérico para eu poder não especificar mas sim dizer eh eh eh minimamente aquilo que eu compreendo como geral que atende todas as expectativa ou perspectiva de todos né pode ser a questão das mulheres e os homens então quando eu falo sobre quando a gente fala né sobre a questão da de trazer na nossa
curadoria exposição ou independente o acervo né a gente sempre vai trazer a partir da questão poético e a partir dos conflitos que é uma denúncia que a gente sempre vem fazendo isso é o geral isso eu posso falar geral porque isso tá acontecendo mas tem coisas que é específico que a gente precisa eh eh não é à toa que o xadalu sempre sempre vai consultar os parentes esses orientadores dele para poder produzir a obra ele não vai produzir a obra sozinha a partir do pensamento da qual ele entendeu um artigo tal né a a a
gente recebe claro que a gente respeita o o o o o a a pesquisa né então eu acho que assim para mim não não podemos também né Eh eh ser cal dizer que ah essa esse essa pesquisa não não presta não eu acho que eu eu diria assim que a gente tem que nós sabemos Quem Somos quem são nossas alianças como por exemplo né Eh tem uma a a uma uma pesquisadora eh daqui do Rio de Janeiro Ana Paula Silva ela fez uma pesquisa sobre o rio continua índio e ele traz essa memória de de
violência de estupro das mulheres eh eh que era levado e no convento desde pequenininha existe muito tráfico de criança aqui no Brasil existe criança indígena que foram levado para outro país e também do próprio convento era levada como empregada e aí essa pesquisa ela existe porque teve outra mulher corajosa para escrever eu Sandra benit eu não consigo escrever isso porque eu entro em crise eu entro em depressão eu eu não consigo falar sobre isso e que bom que existe Juruá embora que você e eh Juruá mas Traz essa essa essa essa história Conta essa história
pra gente eh mostrar pro pro pra outra sociedade Como por exemplo o Marco temporal tá discuti sobre que queer acabar com Nosa com nossos direito para dizer pra gente que a gente começou a partida só a 88 mas existe vários relatório Figueiredo por exemplo existe então esse Juruá eles ajudaram a gente embora que eu não tenho o estômago para ler o relatório fedo a precisa para esse outros parceiros que tem essa estômago para trazer esse essa essa história essa eh essa narrativa do do do da violência extremo que nós vivemos eu acho que nesse sentido
é importante Sim a gente sempre trazer e se aliar né com nossos parceiros Independente de de de de parceiros branco Preto indígena eu acho que é importante nessas alianças a gente precisa se eh eh eh eh se apoiar né eu assim não vejo problema eh desde que eh eh eh não tira meu meu meu lugar de mulher para falar sobre eh eh eh sobre o parto só eh só as parteiras sou eu eu enquanto mãe que eu vou falar mas eu acho que eh eh existe eh alguns equívoco agora realmente não dá pra gente também
eh eh eh definir alguma coisa a partir só daquele olhar eu acho que é isso que é a grande questão né para dizer que o eh eh eh e aí só eu vejo um eu li um um texto de um autor antropólogo que fala que eh um Senhorzinho né o o tiam em Guarani um ancião falou que contou a história diz que quando eh o nhanderu foi embora pro pro ambá isso é a nossa cosmológico a narrativa cosmológico né Eh quando o nhanderu foi embora voltou pro ambar que é o lugar sagrado a NH se
recusou a ir só que na minha na a minha avó falava que o nhess não foi avisado que o nhero ia voltar pro pro ambá olha a diferença do da da da da da percepção Então aí tem uma política aí a gente precisa levar em conta as duas versões Então eu acho que é nesse sentido que a gente tá falando Não tô dizendo que o trabalho dele não foi legal eu tô dizendo são eh eh eh eh vozes diferentes verão diferente é disso que eu tô falando tá é é isso muito obrigada e não sei
se o Chad Lu gostaria de comentar sobre essa questão também da professora María se quisesse sobre esse ponto trazer também a sua perspectiva Agora sim e não tava assistindo aqui a aula da da Irmã Sandra né Eh a a nossa deusa mãe da natureza né e o ieru tem várias versões e eu não tinha eu não tinha me atido a esta versão que quando ele vai pro ambá ele não avisa ela e ela se perde depois né irmã e ela continua caminhando né grávida depois muito bonito eu fiquei agora eu fiquei pensando nessa versão eu
vou conversar com o c agustino sobre essa versão vamos ver o que ele vai pensar também eu acho que a relação do ela é Ela é muito importante hoje em dia eu me apoio na oralidade nas pesquisas em em arquivos e e também na cosmovisão né então é esse o meu tripé eu passei agora pel uma residência em numa escola Jesuíta na Espanha fiquei três meses lá fui pro arquivo de simancas que é muito famoso e lá eu acho que os arquivos Claro a história tem várias Faces né como a gente vai falar por exemplo
no Rio Grande do Sul os indígenas que foram aldeados por isso que a a palavra Aldeia né pelos Jesuítas eh foram muito questionados porque não foi Obrigado né foi aceitaram a mas também tá dentro de uma aldeia era uma maneira de se defender porque os bandeirantes eles desciam com as exões e pegavam os indígenas escravizavam mas aqueles outros indígenas que nós aceitaram eram chamados de infiéis então eles andavam no meio da Mata os infiéis né Mas aonde que eu quero chegar eu quero chegar aqui eh as pesquisas elas elas são muito importantes a pesquisa Sim
a gente pode falar que elas são diversos olhares de os pontos de vista de diversos olhares com as suas narrativas e e tudo vai depender da fundamentação do pesquisador do fundamento dele por exemplo a Sandra Ela tem um fund e base antes de tudo do do núcleo familiar dela que imagina é a avó dela é a biblioteca dela é a primeira pesquisa desde pequenininha que a gente faz quando a pessoa não tem a a fundamentação da sua base por exemplo por mais que o pesquisador ele ele tenha uma boa intenção ele não pode esquecer que
ele tá num sistema de apagamento dentro de uma escola que vai dizer que o índio mora numa oca que a palavra é índio totalmente diferente da cosmovisão da da tir viive que é tira viiv nossos velhinhos né comh Acaraí que é a avó da Sandra então a relação é totalmente diferente por exemplo quando a Sandra começa a contar sobre aande eu começo Já já eu já eu já entendo sabe a cosmovisão tô por dentro Eu sei o que tá acontecendo né e Então São pontos de vistas diferentes que eu acho que quanto mais tiver pesquisadores
indígenas quilombolas que conhece a a que nem aquele eh tem vários eh eu acho que antropólogo que fala sobre a Cosmologia Guarani aí tu pega o livro vocês não vão entender porque tem muita coisa que ele coloca junto falando com o cacique ali o cacique fala as palavras e a pessoa tu não vai entender o que que é pind doov aí fala ah o pindan o pindan é o coqueiro azul aí ele fala o nome dos deuses eh nhem mandur etã caret então tem várias coisas que a academia ela não a não facilita sabe pro
pro não facilita para que as pessoas tenham uma uma compreensão na sociedade em geral é uma é uma bolha assim né então quando a gente eleva isso de um indígena ver a pesquisa [Música] do do não indígena ela sempre vai ter um conflito eu acho mas como a a Sandra falou pontou eh nada é despresivel é tudo uma pesquisa que tem que ser valorizada sim com ponto de vista diferente né a gente não pode entrar num ambiente de radicalismo o radicalismo ele adoece depois ele mata então acho que tem que ser algo assim eh tem
que entender né Eh entender Até na na tqu quando gente vai lá tu faz às vezes uma alguma coisa que não é tão boa assim é coisa errada mas bobagem sabe o velho lá que tem 104 anos a nossa tira viiv que tem 90 e tantos ela vai dizer não vamos pensar de novo né não é assim matar sabe eu acho que não é nem muito nem eu tentar a caminhar né É só uma informação bom como eu falei eu trabalho no museu de arqueologia arqueologia e etnologia aqui na USP nós temos um programa de
pós-graduação em arqueologia e a informação é nós temos um edital específico para indígenas Então gostaria muito né que a Sandra né você também né e os indígenas pudesse levar paraas suas comunidades eh essa possibilidade né pro jovem né que quer seguir o seu seus estudos na pós--graduação no mestrado e doutorado e isso é muito importante né para que esse essa arqueologia indígena eu falei museologia indígena aqui que eu tenho maior Ah maior admiração né mas também muita admiração pela arqueologia que tá sendo feita né Por por indígenas e aqui na USP nós temos esse lugar
né então é isso obrigada Ah agora tá bom pessoal eh gostaria de saber se tem alguma pergunta da plateia eh tem ali se pode ah tem uma microfone para você aí você fala seu nome pode fazer eh meu nome é Pablo eu sou doutorando aqui da psicologia social eh minha pergunta é paraa Sandra Ela não tá me vendo né Tá ótimo eh Sandra é sobre a questão do manto que que eu acho que você descreveu lindamente assim um problema gigantesco eh é muito absurdo né isso do do BR exigindo eh de vocês todo um ritual
diplomático e de tratar isso como uma doação e não como uma repatriação como estava dizendo de enfim de de todas essas exigências né E aí pro manto e para de um museu na Dinamarca para um museu no Rio de Janeiro né Eh e não ir para pros pro povo indígena né não voltar para pra terra e ficar lá o o manto estático e e não em movimento né como ele foi pensado de origem e aí eu fico me perguntando e eu eu quero perguntar para você porque eu não encontro eh eu fico me perguntando ciclicamente
eh primeiro especificamente sobre a questão do Manto É É de fato uma reparação alguma coisa foi reparada né quando a gente pega um manto e leva ele de um museu de outro país para outro Museu que tudo bem É no Brasil mas é um museu eh Então se no se nesse caso você vê alguma forma de reparação nessa ação e de forma mais geral eh se sim ou se não o que que é realmente uma reparação né é possível realmente reparar o colonialismo o genocídio dos povos indígenas tem alguma forma de reparação possível ou é
tudo eh uma palavra bonita que a gente tá usando para para D pintas de generosidade plamação que é o mínimo do mínimo é obrigado bem eh desde o começo eu sempre nós fizemos essa pesquisa sobre o que que é repatriar E tem alguns grupos de mulheres eu acho que mulheres Sam Sam não não sei muito bem eh traduzir e ela discute sobre a questão do rematri né é que seria mais essa é uma outra forma de intervenção das mulheres eh se colocar nessa negociação né mas eu não tô não tô aprofundada sobre essa questão da
pesquisa né Eh assim desde o começo eu percebo que isso ia ter muito problema problema eu tô dizendo assim levantar o problema né qual seria o problema primeiro problema é que eu acredito que o Brasil inteiro o Rio de Janeiro ontem nós fomos paraa secretaria e secretaria para discutir sobre a chegada do manto Para apoiar pro pro pro pro paraa questão do evento e a galera do Rio de Janeiro não saber que o o manto tá chegando quer dizer eu ouvi dizer ninguém se mobilizou para essa a questão então quer dizer eu acho assim na
minha simples entendimento isso tem que ser movimentado tem que ser extremamente discutido em todos os espaços Educacional eh eh eh eh eh eh principalmente no museu Educacional desse espaço cultural né tem que discutir eu achava que poderia minimamente fazer tirar uma data especial pelo menos pro Rio de Janeiro para chegar esse manto porque o Rio de Janeiro é Tupinambá né e o os carioca por exemplo os carioca é carioca é língua tupi mas n isso tá sendo conversado e agora eu fiquei sabendo ontem nessa conversa de negociação pra gente arrumar minimamente o pros parente vi
no Rio de Janeiro a gente arrumar o espaço para acampar é para acampar E aí e a gente foi eu fiquei sabendo nessa conversa que a gente foi ah você aí a menina do do do Ministério dos povos indígenas falou que eh eh explicando né Porque que a gente estava na secretaria para poder pedir eh apoio para trazer os parentes aí ela falou a gente tá num movimento de repatriação do do manto e o indivíduo levantou e falou que a gente não pode falar repatriar porque isso foi uma forma de negociar de Museu para mandar
para para o Museu Nacional porque não seria repatriado eh repatriação seria eh doação aí eu fiquei muito chocada nem eu sabia disso assim depois disso eu fiquei muito eu fiquei chocada e outra coisa eu não eu não sei não tenho palavra para dizer mas eu sempre fui eh não sou contra de de repatriar mas sim sempre a favor de primeiro movimentar responsabilizar o governo brasileiro né como deveria ser é é discutido Aquilo é politizado mesmo assim para entender que o que seria o o a reparação né mínimo que a gente pode fazer é uma reparação
histórico e não é só o manto e outra coisa só se centraliza do manto Tupinambá e os outros indígenas que foram saqueado que existe mil coisa em outro país na Alemanha na França eem tudo quanto é lugar e aí parece que como eu falei no começo parece que a gente tem que agradecer por devolver pra gente isso é muito eu diria assim palavra palavrão muito bizarro é bizarro E aí e o que que a gente tem que fazer agora assim no meu entendimento nós indígena não indígena parceiro a gente agora tem que começar de novo
a enfrentar e eh eh criar uma estratégia para enfrentar para discutir esse outro lugar que a chegada do mano do pinamba que foi doado não foi mais repatriado então esse tempo vai desgastando a gente e aí a gente não pensa do do reparação o que que seria reparação então é uma reparação que eu assim genericamente eu sei eu falei isso lá quando eu fui na na na na Universidade do museu de Harvard né chegamos lá eu falei assim aí tem vári teve uma peça Guarani lá do povo Guarani e E aí e eu falei assim
aí como é que a gente faz isso para poder discutir sobre isso ah pra gente repatriar eu falei assim primeiro não pensam em repatriar primeiro eu quero reparar discutir a reparação eu acho que e foi deveria ter discutido o que que seria reparar o que que reparar como se reparar como se faz reparação eu acho que é esse que seria primeiro depois repatriar né Eu eu acho assim no meu entendimento porque senão a gente tira responsabilizar responsabilizar a assim tira essa responsabilização de todo mundo e aí a gente carrega como a gente recebe como doação
e a gente se vira para trazer os parentes 200 parentes só do da Bahia e sendo que o Tupinambá não existe só na Bahia existe lá na lá em Santarém lá em Belém e cadê esse outros parentes de Tupinambá que tá espalhado por aí e pra gente trazer todos os parentes aqui a gente tem que se virar nos 30 para arrumar barraca comida e para acampar água banheiro é isso que a gente quer é isso que é uma política depois depois disso não sei então eu acho assim muito bizarro eu eu uso essa palavra bizarro
porque eu acho que agora nós brasileiro parceiro né Você sabe que existe parceiro brasileiro parceiro e ex não parceiro também né E aí a gente continua vivendo numa situação muito terrível porque os parentes do do Guarani Caiuá tá lá tá sendo assassinado massacrado e a gente é chamado do que a gente é chamado paraguaio diz que a gente é do Paraguai sendo que a gente não tinha essa divisão de Fronteira nós não tínhamos isso Quem colocou foi o branco e o próprio a séria A glicéria Tupinambá ela foi presa por ela ter retomado o território
porque ela não era reconhecido como indígena então a pesquisa dela a Guerrilha dela ela começou a partir disso e por isso que o manto tá voltando então quer dizer eu vejo quando a gente se coloca fazer as coisas acontecer a gente é é largado a gente é é é é abandonado é isso que me veio essa palavra abandonada pra gente se virar nos 30 e depois quem que vai est com a gente depois nessa luta depois quem não sei então acho que é um convite pra gente estar na luta agora e aí eu lembro que
eu um aqui de uma pessoa de cultura da da cultura do Rio de Janeiro ele falou assim a gente precisa fazer um cartaz enorme se manifestar no dia porque dia 12 vai ser o o evento grande que vai vir o Lula vai vir Essas pessoas aí para para pra recepção do manto e a galera precisa se manifestar para dizer repatriação sim e cadê reparação nós queremos reparação em ouro em dinheiro nós queremos várias coisas E aí esse papel sobra pra gente de novo pra gente fazer então é uma loucura é uma loucura que eu não
sei nem o que falar e aí eu falei ontem pra minha amiga Juruá uma amiga não indígena eu falei minha amiga eu acho que eu vou surtar às vezes que eu não quero mais falar então fica quietinha eu falei eu tenho meus netos Eu tenho meus filhos que eu gosto e aí eu não quero surtar agora essas coisas não mas é isso obrigada Sandra e voltando aqui pra plateia Mais alguma pergunta não bom então sei se a professora Renata gostaria de uma palavrinha Ah eu só tenho nós todos aqui que assistimos essa Manhã Tão Linda
só agradecimentos a vocês pela presença pela disponibilidade do tempo e estar conosco compartilhar essas questões tão importantes pra gente pensar aqui na universidade a gente tá aqui eh Sandra e todos com uma turma de história da arte Como eu disse no início da aula da faculdade de arquitetura Ontem nós debatemos também com uma turma que faz parte da história da arquitetura o grupo de estudos da bala tem pós-graduação graduação pessoas que vêm também de outras eh faculdades então é um momento realmente muito importante xadalu falou é momento histórico né também para nós né Eh faz
5 anos que a gente eh fundamos juntos né esse grupo de estudos do Abala eh que dialoga né através desse projeto da Fapesp com o tempo memória e pertencimento que tratava eh sobretudo trata né também dessa a desse desse importante né Eh tema que é o das que o xadalu tá trabalhando agora das Missões jesuí em relação às Comunidades Guarani revendo esses documentos né doloros Simos eu sou da Amazônia trabalhei sempre também com as missões né na Amazônia e são documentos realmente muito fortes às vezes parava realmente de ler não conseguia muitas vezes ir adiante
interrompia né as leituras né então ter essa hoje para mim né E tenho trabalhado um pouco mais vendo l procurando né Essas notícias das mulheres das mulheres que fazem né coisas maravilhosas nessa época das Missões né que são mães que são eh que estão nas roças que estão eh fazendo cerâmica descendo mil coisas então é tanto um é um trabalho tão são tantas notícias importantes dentro dessa coisa né que escorre né essas dores todas eh São Tantas notícias relevantes que eu acho que a gente na Parceria pode eh trabalhar juntos né então tem sido um
desafio para nós quanto as pesquisadores e também né na universidade da gente trazer De que forma a gente traz eh e traz as pessoas e consegue né reunir as pessoas e e e tornar possível dentro dessas estruturas que a gente conhece e das dificuldades e na gente poder fazer né esse encontro como hoje então para para mim é muito valioso é precioso ter amigo Chad Lu aqui conosco de novo que acompanhou né e vem apoiando todo esse processo dentro da Faculdade nos apoiando nisso a Vânia que eu admiro muito como curadora esteve graças ao Chad
Lula né e na na Vial das Amazônias eu fiquei muito Encantada porque claro eu como né do Pará me né me toca tudo isso é foi muito forte para mim participar e ver aal e estar lá e foi foram dias realmente eh também de espera dessa preparação né de da surpresa dessa dessa Bienal foi Foi incrível Então queria muito que te ouvir v e foi maravilhoso trazendo também Eline bem-vinda uma artista também do Norte é tão importante a gente ter isso aqui né e a Marília que é a gente se encontra né e em vários
lugares pelo mundo e é uma professora minha né que respeito muito que eu aprendi muito que eu também já admirava muito né Eh que é justo eh colaborou muito com Museu também através do mai e e né hoje Ana el Luísa também faz uma uma pesquisa muito linda sobre as coleções indígenas São Paulo esses levantamentos que são super necessários né que a gente faça então muitas iniciações científicas muitas pesquisas sobre eh coleções que estão aqui hoje que são importantes e que a gente pode compartilhar essas esses resultados né Eh como ontem né no Museu das
culturas indígenas o Museu í vanir que a que a Marília trabalhou também né Eh são assim mais sem a parceria de vocês sem essa presença Isso fica muito no vazio então é o que a gente quer muito né e teve essa semana também discussão da presença indígena aqui na USP n das todas as dificuldades que se impõe pros estudantes para quem vem de fora para quem vem da Amazônia né de uma idade chega aqui em São Paulo as dificuldades que tem que enfrentar né de deslocamento de distância familiar das comunidade de tudo isso e que
como que a gente apoia tudo isso a gente quer né a gente quer a gente valoriza a gente precisa né dessa dessa presença aqui então muito muito obrigada pela disponibilidade de vocês eu agradeço Sandra eh muito obrigada por ter acompanhado né aí do Rio de Janeiro todo sucesso e toda a luta para você sempre Eh estamos aqui acompanhando também de perto que dar notícias pra gente pra gente poder eh também eh apoiar vocês no que a gente puder né Vamos postar esse cartaz né cartaz que vocês querem mande para nós a gente posta nas nossas
nas nossas redes a gente mostra nas nossas aulas a gente tá fazendo eh isso com muita também com uma certeza absoluta de que é o que tem que ser feito agora então assim estamos errando acertando À vezes mas a gente faz também com com muito coração né hum junto com com o grupo aqui a gente tem muita paixão por essa por isso tudo né por essa causa pela causa de vocês admiração e por tudo que que vocês fizeram acontecer e fazem eu sempre falo né finalmente a gente pode fazer uma aula de história da critura
indígena graças a quem a mim a não a vocês a vocês a gente pode fazer essa propor essa aula propor outras coisas falar mas a gente também não consegue né pelas estruturas sem essa força eh de vocês então a gente agradece muito por tudo que tá acontecendo aqui na universidade tamb é obra de vocês n das culturas indígenas dos Quilombolas das pessoas pretas dos coletivos de tudo isso isso que nos dá força também para seguir nosso trabalho e tentando melhorar n t discutir e melhorar então muito obrigada te agradece de coração vai ficar gravado is
tá muitas vezes e vocês todos também que a gente siga nesse diálogo e eu e ludian toda a turma da bala e o pessoal da tempo e memória pertencimento todos os pesquisadores a professora Marina a gente agradece a presença de vocês dessa mesa fantástica desse bate-papo incrível que a gente espera continuar Angélica muito obrigada Ana elía e todo mundo que ficou aqui forte Resistindo até o final as perguntas que vieram do público e é isso gente um beijo para todo mundo e uma boa tarde bom moço né para quem tá aqui no Brasil