[Música] [Música] [Música] Olá pessoal como vocês estão falando aqui diretamente do semiário nordestino em Petrolina agradecendo a participação de todos os cantos do Brasil já vimos aí a participação toda a quinta-feira de todos os colegas eh que Estão interessados na formação da classe trabalhadora né numa perspectiva eh contra-hegemônica Só lembrando né curtam o vídeo para que a gente tenha um maior alcance do conteúdo que produzimos com muito cuidado com muito critério eh como o professor Zé sempre fala eh assina um canal Ele disse que é menos do que um cafezinho eu coloco também que é
um copo de água de coco para ser refrescar no calor nordestino então agradeço aí a todos os participantes né que vem eh colaborando também com essa produção do conteúdo do nosso canal eh agradecendo aqui a participação logo cedo né da Patrícia Zane da Gislene lá da Marin tubarão os nossos colegas Aí lá do do do Pará Santarém eh Professor os colaboradores também da da nossa do nosso grupo aqui né de mídias é o professor Márcio Professor Ribamar eh eu como vocês eh estão devem estar estranhando eu estou a professora Jan Dalva estou aqui como mediadora
da aula de hoje nós temos todo esse trabalho aqui colaborando uma equipe enorme para que esse curso eh possa acontecer né Bom dia Ana Cristina lá de Campos de Goiânia já tá aí eh e o pessoal também do Estado de do Distrito Federal também participando do Espírito Santo a Patrícia Reis eh Então vamos trazendo aqui o pessoal e da ufopa né então todos sejam bem-vindos e bem-vindas mais uma manhã de muita muito conhecimento muita troca né da formação de professores da classe trabalhadora eh Então temos aí muita gente né do do doutorado em em em
Tocantins Maria Raimunda Então temos muita gente é do Rio de Janeiro temos também o pessoal do Sul né do sudeste que aí o Rio de Janeiro e aqui do Nordeste também eh Ceará Andresa muito bem-vinda aqui bom dia a todos e todas novamente eh como lembrando né a nossa eh programação vocês podem e adquirir e acompanhar lá no site do do curso Lembrando que as perspectivas do curso eh hoje na aula oito trabalharemos né a pedagogia do oprimido e a pedagogia da Esperança em Paulo Freire eh teremos também dando continuidade né as histórias pedagógicas contra
hegemônicas Então temos toda essa essa colaboração dos nossos convidados e convidadas Eh quero agradecer também a participação aí de do Alessandro de Guararema que tá acompanhando e fazendo as atividades domésticas né então é sempre assim o nosso interesse de nós nos qualificarmos a classe trabalhadora sempre dividindo as tarefas com o nosso um enrequecimento né da nossa do Nossa compreensão de mundo então também saudações lá da Universidade de Brasília com Roberto e e a Bento Gonçalves juraciara veja então nós temos aqui participantes dos quatro cantos do Brasil nas suas mais longínquas e também do nosso das
capitais e abraçando esse curso todo território brasileiro então eh só a lembr aqui eh nos nossos recados né para vocês não não esquecerem Então curtam lá no canal o vídeo o curso de extensão e também uma disciplina de de pós-graduação né de de seis instituições parceiras eh Lembrando que as inscrições foram feitas justamente com essas instituições parceiras tanto do como eh disciplina de pós-graduação como de curso de extensão E aí vocês como sempre perguntam né então a a a a inscrição não a ficha de frequência é relacionada à indicação dessas instituições né então o curso
Lembrando aqui um pouquinho das nossos recadinhos ão no site do steed BR tem todas as informações do curso vocês acompanharam aí eh também a jornada né do sted BR que vai acontecer em Fortaleza de 11 a 14 de novembro eh tivemos inscrições recordes né estamos muito felizes com a a participação mas também a nossa eh fortalecimento da União né nesse nesse sentido de discutir a pedagogia histórico-crítica então acompanhe elá as algumas informações no site da jornada estad BR que esse ano eh vai estar acontecendo em Fortaleza de 11 a 14 de novembro estaremos lá né
Inclusive eu eh também eh Lembrando aqui o o colóquio quinto colóquio nacional e o oitavo colóquio internacional do museu pedagógico que também acontecerá em novembro uma semaninha antes eh lá no sul da Bahia né se eu não me engano e por fim então aí os as inscrições para o ouvintes estão lá no site vocês acompanham tão direitinho e também o dossier do 4º aniversário do livro escola e democracia contribuições e novos desafios aí também no link eh Tanto para quem já estuda phc como também que está começando a se interessar e a estudar a pesquisar
e fazer se fazer presente nesse grupo né que tem um tão revolucionado que a gente pensa numa educação contra hegemônica né Então a nossa equipe só Relembrando e o Ribamar a Luciana c fisc o Ribamar Unicamp e eu aqui da univas estarei mediando a a fala de hoje a Sol zot da do do if if e do Ceará e tantos outros que sempre acompanh o professor zeso também eh supervisionando os trabalhos sempre colaborando com seu bom humor e sua perspicácia intelectual então quero chamar o nosso convidado de hoje professor eh jaason Mafra eh Doutor e
mestre né em educação pela Universidade de São Paulo eh graduada e licenciado em História desenvolveu no doutorado estudos sobre o conceito de conectividade Paulo Freire tem experiência docente nas redes públicas e privada da Educação Básica e superior eh lecionando pesquisando especificamente eh e orientando né também eh temas relacionados à metodologia de pesquisa teoria e práx freiriana etn rrai realidade e educação é docente do programa de pós--graduação magistrado e doutorado em educação da Universidade 9 de Julho diretor do programa do mestrado profissional em gestão e práticas educacionais na mesma Universidade desenvolve e orienta pesquisas nas linhas
de metodologia da aprendizagem e práticas de ensino educação popular e cultura e é membro do Conselho internacional de assessores do Instituto Paulo Freire onde coordenou de 2000 a 2010 eh também é um autor né de a livros e artigos científicos em educação entre os quais nós destacamos Paulo Freire contribuições para eh para pedagogia publicada em 2005 pela Class clo eh valores e diálogos para uma cidade Educadora publicada em 2010 eh volumes eh quatro volumes do da história para educação em jovens e adultos eh livros eh publicados eh sobre eh Universidade Popular teorias práticas e perspectivas
do publicado pelo Instituto Paulo freira em 2013 a ditadura espelhada no em 2014 Paulo Freira o menino conectivo Paulo Freire e a educação das Crianças educação a importância do ato de reler então é um dos organizadores do livro Pedagogia do Oprimido o manuscrito e entre os projetos que atuou como pesquisador a gente destaca também o Observatório da Educação do obeduc Universidade popular no Brasil financiado pela Caps e o programa Marco interuniversitário para la cuá e l coesão social deas instituições de educação superior na América Latina e é líder do grupo de pesquisa do CNPQ e
ler educar educação e questões ético-raciais Bom dia seja bem-vindo professor jazon e as palavra com você para essa manhã Eh entusiasmada sobre Paulo Freire né Então seja bem-vindo e com você deixo todo esse momento agora muito obrigado Jane eh Bom dia a todas as pessoas que acompanham essa aula eh nesse momento e as pessoas que vão eh eh eventualmente assistir né Eh também essa aula em outro contexto né Eh cumprimento a todas e a todos toos portanto eu queria inicialmente fazer meu agradecimento né A Jane que tá aqui com a gente coordenando mediando né esse
nosso encontro ao professor zeso né Eh que fez contato comigo desde o início né para me convidar eh para essa honraria que é estar aqui né nesse grupo e no meio de tantas tantos estudiosos antes da educação alguns inclusive comos que que fazem parte da minha formação né e e outros muito próximo como o professor Evaldo Vieira que foi meu orientador inclusive no mestrado né ao professor Ribamar pelo apoio técnico e o diálogo muito pontual na preparação desse encontro ao máo Solange Luciana enfim demais colegas que compõem toda a equipe do steed BR e quero
dizer também que eh eu conheço o grupo já há tanto tempo né desde os anos final dos anos 80 se eu não me engano e ainda não me filiei ao grupo Mas farei isso estava conversando com o professor zeso vou fazer a minha afiliação ainda hoje né Eh porque notadamente né a eh a pedagogia histórico-crítica e sobretudo né na na na na configuração desse grupo que é um coletivo né da tradição eh do professor saviani e tantos outros né Eh Newton duart e tantos colegas que seguem essa trajetória da da pedagogia histórico-crítica trazem de fato
uma contribuição eh definitiva né pro cenário da educação brasileira quer dizer eh eh não é possível falar na história da educação no Brasil sem destacar né Eh a imensa contribuição da pedagogia histórico-crítica e portanto também da presença desse coletivo que tem dado segmento né a a essa corrente eh Educacional contra hegemônica né e certamente eh atualizando também esse debate entre nós e portanto prosseguindo com a nossa formação também né e eu me considero que como um um afiliado também a à corrente eh histórico-crítica né durante muitos anos estudei e a a proposta sobretudo dos clássicos
né do do professor savian escola de democracia do senso comum a consciência filosófica ajudei a construir projeto político-pedagógico eh em escola baseado né na proposta do professor saviani né na verdade a proposta inicial do professor saviani que se amplia né com com tantos pesquisadores e pesquisadoras que tem eh dado a sua contribuição para esse trabalho o o professor eh eh zeso falou disse assim ora jaason vai ter sua apresentação mas fala um pouco mais do seu contexto né meio que dizendo assim né Qual é o seu lugar de fala aqui né uma vez que eu
não sou conhecido eh como os os nossos grandes Mestres né que passaram por aqui que vão passar por aqui eh E então É nesse sentido que eu falo um pouco de mim também como uma uma um uma apresentação de um contexto para aqueles e aquelas que não me conhece que são a maioria A grande maioria daqueles que estão aqui né então Eh eu né já foi dito aí que eu sou formado em História fiz mestrado e doutorado na USP mas atuei também na educação básica por 20 anos né meu primeiro trabalho na verdade foi com
crianças em situação de rua em Lorena né Na época que eu fazia história ainda então trabalhei eh quase três anos né Foi um momento riquíssimo de aprendizagem para mim né para pensar Como lidar com a educação em contextos de grande informalidade também grande violência né para mim uma uma uma das experiências mais marcantes como pesquisador também mas como como educador e trabalhei na educação básica em São Paulo na prefeitura 2 anos mas no estado por quase 20 anos né na na na Educação Básica como professor de história e no período tamb bem eh de 2000
a 2010 eu integrei a a equipe do Instituto Paulo Freire né E lá na Instituto na na na na na equipe do Instituto eu dentre outras coisas coordenava a unifreire né que é eh essa vamos chamar assim né uma espécie de Universidade Aberta Paulo Freire que ministra cursos e sobretudo eh faz essa comunicação com pessoas da Comunidade freiriana espalhadas pelo mundo né Eh organizando inclusive os os eventos internacionais Paulo Freire que são os encontros internacionais do fórum Paulo Freire que ocorre a cada 2 anos né Eh e eventualmente e evidentemente também trabalhando com pesquisa no
Instituto Paulo Freire e formação né Eh desde 2010 Eu sou professor eh na Uninove na pós--graduação entrei inicialmente no no programa de eh acadêmico né do do de educação como professor no ano seguinte fui solicitado também para para ajudar a montar uma proposta de um programa profissional e esse programa foi aprovado em 2011 e iniciou as atividades em 2012 tenho coordenado esse programa também além de atuar como professor Em ambos os programas orientando mestrandos doutorandos eu coordeno o programa ah de profissional em Educação que trabalha que tem foco prioritário na Educação Básica né nós trabalhamos
com três linhas de pesquisa e a área de concentração é eh focada na Educação Básica enfim essa é um pouco a minha trajetória né e eu tenho estudado Paulo Freire foi Minha tese de doutorado defendida em em 2007 né Eh portanto desde o início dos anos 2000 eu tenho estudado sistematicamente Paulo Freire né e eh portanto eu tenho envolvimento com esse legado tenho um certo eh posso dizer eh conhecimento também dessa dessa teoria né E como o Paulo freir escreveu muito né Eh e falou muito também né então Eh dizer que eh a gente Domina
toda a teoria do Paulo Freire é muita pretensão né porque a cada momento a gente vai encontrando coisas novas e abordagens novas do Paulo Freire que ainda vão aparecendo inclusive né Paulo fre tem mais de 40 obras publicadas em autoria e coautoria são 20 tantas obras individuais né Eh autorais e e outras V tantas em coautorias Então são é muita produção né pra gente também estudar e trabalhar enfim e a uma das e uma das temáticas de pesquisa Prior quer dizer na verdade a temática foco da minha pesquisa diz respeito às questões de educa as
questões étnico-raciais e educação não tenho orientado trabalhos basicamente sobre isso né Ah muito bem pessoal eu né Eh convidado para falar nesta nesse curso eh eh me sugeriram o título né da Pedagogia do Oprimido a pedagogia da Esperança né acho um recorte muito importante pra gente compreender o Paulo Freire porque são dois momentos marcantes né da trajetória intelectual do Paulo Freire eu diria trajetória intelectual e e trajetória política também de Paulo Freire né Eh eu considero que nós temos Esses são dois momentos mas eu considero que nós temos quatro momentos de grande relevância nessa trajetória
Ah nós temos o final da década de 50 quando Paulo Freire publica educação e atualidade brasileira né E esse livro aqui que foi eh na verdade teve a primeira edição feita pelo Instituto Paulo Freire digamos assim uma edição profissional propriamente dita né porque o livro de 59 ele é resultado daquele concurso de Paulo Freire eh paraa cadeira de história e historiografia da educação feita na escola de Belas Artes que hoje eh Universidade Federal de Pernambuco né e e o Paulo Fei fez uma publicação digamos caseira e muitos e e e algumas pessoas T essa publicação
inclusive mas a publicação digamos mais profissional aconteceu nos anos 2000 né Eh Então essa é uma obra marcante publicada lá quer dizer cuja primeira publicação foi feita em 59 uma época em que o Paulo Freire ainda não tinha uma série de leituras e experiências inclusive como educador eh mas que já estava eh organicamente engajado na educação popular né profundamente engajado na educação popular então ele desenvolve essa tese né falando da de da atual da educação e a atualidade brasileira né o debate do da obra se dá muito em torno da questão da inexperiência democrática no
Brasil eh e esse contrac Seno do papel da escola né inserida nessa inexperiência democrática do Brasil né Eh um país que estava na fase de industrialização né pós Segunda Guerra Mundial mas que convivia com esses dois modelos né ainda colonialista eh e o e o modelo Urbano que estava se impondo naquele contexto né do industrialismo E então a a nessa época a grande influência do Paulo Freire ainda foi o movimento is zebian que muitos conhecem né na história da educação depois 10 anos depois quase a a pedagogia do oprimido né 1968 que é a obra
prima do Paulo Freire né a mais conhecida mais citada tantas edições no mundo a gente vai falar sobre isso depois em que o Paulo Freire já está fora do Brasil e ele tem contato com os estudos marxistas e com vários outros estudos e isso impacta diretamente a sua visão de educação a sua Praxis político-pedagógica e portanto também a sua teoria né uma outra outra obra ah Pedagogia da Esperança né que é essa que a gente também vai discutir aqui em parte né porque não dá para fazer uma discussão Total desses desses materiais nesse tempo tão
pequeno que foi publicada em 92 que tem um recorte temporal também muito importante depois a gente vai falar dele né contexto em que eh o Paulo Freire tava saindo da Secretaria de Educação de São Paulo contexto da chamada queda do socialismo real eh para para alguns analistas né queda da da da das utopias e tudo mais e em que ele revisita né também a pedagogia do oprimido passados V tantos anos depois a Pedagogia da Autonomia né Essa obra né Essa aqui é uma reedição ela na época ela é de 96 a pedagogia do autonomia né
um dos livros também mais publicados de Paulo Freire em vários idiomas Já que é uma espécie de síntese né é o último livro do Paulo Freire em Vida uma espécie de síntese na verdade de toda a sua produção ou das ideias centrais né da Pedagogia do Oprimido que não é só o livro Como a gente vai dizer quando falamos de pedagogia do oprimida muito bem falando portanto da Pedagogia do Oprimido né primeiro o contexto da obra né ã mas antes um pouquinho eu queria o que o Ribamar eh pusesse na tela aí antes de entrar
nesse debate isso a educação e atualidade brasileira eu acabei de falar dela aqui né O que que eu tô chamando a atenção porque antes de entrar nesse debate também eu eu queria chamar atenção para todas nós e todos nós eh sobre o Paulo Freire acadêmico e o Paulo Freire cientista também da educação né Por que que eu tô chamando atenção um pouco para isso porque uma fala recorrente em alguns meios a respeito de Paulo Freire meios acadêmicos inclusive isso é muito mais dentro do Brasil do que fora do Brasil eh eu sei porque nesse período
sobretudo da época do Instituto Paulo Freire a gente pode fazer esse diálogo e conhecer vários eh centros de pesquisa institutos E participar de eventos internacionais em que essa questão não era colocada né mas sempre se colocou um pouco que o Paulo Freire eh eu diria um certo preconceito em relação ao Paulo Freire porque ele não fez essa trajetória acadêmica que hoje por exemplo nós fazemos né de fazer a graduação fazer o mestrado fazer um doutorado tal é claro há um outro contexto né 1950 o Paulo fre ele se eu não me engano ele conclui o
direito em 57 né então num contexto em que não tinha curso de pós--graduação no Brasil basicamente né Eh não lembraria exatamente mas quando surgiu nem educação com certeza não existia né posso estar enganado se estou enganado podem colocar informação mas se eu não me engano a a a primeiro programa de pós-graduação em educação em em educação no Brasil vai surgir nos anos 60 né então era natural até né que eh né O Paulo freir não fizesse mesmo mestr não seguisse essa trajetória por outro lado né quando esses cursos começaram a aparecer eh no Brasil bom
o Paulo Freire logo saiu do Brasil né ele já foi tomado por uma quantidade de agendas né sobretudo de trabalho eh mas também uma agenda intelectual que já não tinha mais condições né de tomar essa carreira acadêmica como nós conhecemos né por isso colegas muitas vezes a gente ouviu isso em alguns lugares né Paulo feir não era rigoroso né Eh Paulo feire não era um cientista clássico da educação e tudo mais Olha a meu ver isso é um grande desconhecimento né Eh da própria história do Paulo Freire e da própria produção do Paulo Freire né
Eh eu trouxe esse livro aí educação e atualidade brasileira apenas para mencionar um exemplo eu poderia dar vários aqui vários mas eu vou dar só esse né da rigorosidade científica do Paulo Freire né esse livro que vocês estão vendo aí essa cópia ela pertence na verdade original ao Professor Adriano Nogueira meu amigo né que inclusive trabalhou com Paulo Freire na Unicamp foi orientando do Paulo Freire e ele era professor junto comigo no programa de educ lá da Uninove ele dava uma disciplina inclusive sobre Paulo Freire e a gente ao trabalhar esta disciplina essa esse livro
Educação e atualidade brasileira Ele trouxe falou olha eu tenho Ten o original lá da da primeira da primeira edição do da da educação e atualidade brasileira o Paulo Freire fez umas anotações vou trazer aqui para você ver aí me trouxe e eu fiquei espantado diria vocês né e a história é a seguinte nos anos logo que o Paulo Freire retornou né que ele assumiu a atividades na Unicamp né com na docência docência na Unicamp ele foi convidado para dar um curso sobre esse livro Educação e atualidade brasileira e Ele resistiu durante falou não esse livro
tá desatualizado precisa fazer atualização e e o pessoal Insistiu muito porque gostava da obra e falou assim então faz o seguinte me dá um tempo eu vou fazer uma uma leitura e tentar atualizar algumas coisas do que eu escrevi para poder dar Esse seminário para vocês e aí ele tirou lá um ou dois meses para fazer essa atualização E aí olha o que que aconteceu aí eu peço o Ribamar para ir passando devagarinho olha só essa é a primeira é a contracapa do livro né ele começa fazendo as anotações E aí pode seguir Ribamar né
para mostrar e que ele vai fazendo essas atualizações do trabalho eh do trabalho dele escrito lá em 59 Ele leu o livro inteiro ele releu esse livro inteiro mas não só releu dialogou consigo mesmo fazendo esses acréscimos todos que vocês estão vendo aí grifando né Eh problematizando o que ele já tinha escrito eh acrescentando negando algumas afirmações inclusive vocês vê tem nota de rodapé tem se vocês pegarem e esse livro de capa capa vocês vai ver que todo ele tá anotado tá lido e relido né E aí então eu eu eu peguei inclusive um orientando
meu para poder transcrever esses escritos marginais essas chamadas marginalias né Eh do texto do Paulo Freire eh e acrescentou isso aí a obra original 38 páginas né digitadas em um Word em espaço normal né 38 páginas de anotações do Paulo freir sobre uma própria obra eh e se quem tiver a oportunidade e quiser eh né fazer uma visita ao Instituto Paulo Freire tem a a a biblioteca pessoal do Paulo Freire que tem mais de 7.000 livros e vocês vão ver que aqueles livros estão lidos comentados né e Paulo freit tinha um hábito inclusive de na
primeira página aqui do livro depois que ele ia lendo né enquanto ia lendo anotando as categorias conceitos trabalhados na obra né E no final fazia uma resenha né eh então Eh em conversa com o próprio filho dele né o lut lembrar o lut gardes Freire né com quem convivi esses anos no Instituto o Lu Lembrava que ele tinha todos os dias né o seu tempo Obrigado Ribamar né Eh eh era só mesmo para mostrar ilustrar um pouco essa questão do Paulo freir pesquisador mas o lute dizia que o Paulo Freire quando ele entrava na biblioteca
da casa dele né E todos os dias a não ser quando ele tinha uma agenda externa e tudo mais mas aquele momento era sagrado ele sempre atendia muito bem as pessoas mas aquele momento era quase que um decreto Olha estou em momento de estudo né então isso é para para um pouco ilustrar né E e desmistificar essa ideia né de que o Paulo Freire por não ter feito essa carreira acadêmica tradicional que se faz hoje né no Brasil e no mundo todo ele ele né não seria rigoroso né ele era tão rigoroso que na própria
Pedagogia do Oprimido eh se eu não me engano a 13ª ou 14ª edição Ele também fez uma revisão e mandou paraa editor olha atualize eh eh essa eh esse livro porque eh há novidades aqui e tal então ele tinha essa preocupação né e o respeito profundo né com o os autores e a autoras né Eh que né Eh para ele né Eh estava muito mais eh eh vin esses autores e autoras muito mais vinculados né a ao seu interesse pela autoridade do discurso do que pelo discurso de autoridade é por isso que ele não tinha
problema o Paulo Freire em ao tratar de uma questão eh né Eh teórica como por exemplo a luta de classes de colocar ao lado do do do do do Marx nos seus escritos a fala de um camponês retratando digamos até né empiricamente o que significava né a luta de classes no cotidiano da história né então Eh Valeria para para falar só sobre isso seria muito tempo também né mas é um pouco para ilustrar isso isso aí no segundo momento eu queria também falar da da do impacto né da da obra Pedagogia do Paulo Freire Pedagogia
do Oprimido né Eh no Brasil e no mundo eh Aliás a obra no geral mas sobretudo a pedagogia do oprimido né E como os colegas sabem a pedagogia do oprimido ela foi traduzida para mais de 40 idiomas uma pesquisa feita né pelo pelo pela escola de economia de Londres em 2018 18 né pelo pelas citações do Google Acadêmico mostrou que eh o Paulo Freire a pedagogia do oprimeiro é o terceiro livro lá era né Não sei atualmente mas era o terceiro livro mais citado entre eh os livros das Ciências Sociais né o primeiro era o
livro do Thomas Kun né a estrutura das revoluções científicas depois um outro um um um um outro Pensador estadunidense E aí vinha o Paulo Freire então uma obra que publicada primeiramente em 1970 na verdade a primeira publicação da Pedagogia do Oprimido as pessoas pensam que é em inglês mas foi no Uruguai foi em espanhol um mês depois ela é publicada em inglês nos Estados Unidos e nós ficamos sabendo disso inclusive por contato né com a editora lá da da do Uruguai que fez a primeira publicação e Então essa obra logo em seguida né ela foi
eh eh publicada primeiramente em espanhol depois em inglês depois eh francês aí eh italiano alemão né Eh e só depois né que ela foi publicada em português a primeira edição em português é de 1972 Lembrando que todos os países né de língua portuguesa estavam submetidos a ditaduras no caso o Brasil os países africanos né pelo colonialismo europeu e e e não tinha como publicar portanto e Portugal sobre o salazarismo né E então ela vai sair em 1972 então é interessante que uma amiga por exemplo me relatou que em 1971 a pedagogia do oprimido já estava
nas ilhas sige né onde ela desenvolvia um trabalho também Educacional nessa época né uma amiga que conheci por essa rede né Essa comunidade digamos eh freiriana né e mais um outro ponto né Eh o caráter transdisciplinar e Universal da obra né quando eu eu a minha referência no mestrado de estudo não o interesse não é não foi sobre Paulo Freire né Eh vindo da formação de história e como professor de história eu queria discutir um pouco eh esse trabalho né sobre o tema ditadura militar nas escolas né então Eh no mestrado a minha abordagem foi
sobre essa questão né a ditadura militar e e foi no doutorado ainda no no processo de Mestrado quando eu retomo a obra de Paulo Freire que eu conhecia apenas de leituras esparsas né e e mas eh fazendo uma disciplina inclusive com o professor mor Gadotti que foi meu orientador depois no doutorado foi que eu te comecei me aprofundar né na na na teoria do Paulo Freire então no doutorado eu tentei falar um pouco né da do caráter transdisciplinar e Universal da obra né transdisciplinar Por né Eh uma obra que nasce no contexto da Educação né
mas que ela eh se reverbera para inúmeras outras áreas né E então nós temos estudos em antropologia inspirado na pedagogia freiriana né Nós temos estud estudos na semiótica né no campo da linguagem ah na psicanálise né Tem um trabalho Lacan e Paulo Freire né Eh no no âmbito da própria história né Eh só para citar algumas áreas e áreas bem distintas como por exemplo medicina popular e enfermagem e tudo mais né eu eh nessa época mapeei mais de 30 áreas de conhecimento Onde o Paulo Freire tem essa inserção a teoria do Paulo Freire teve essa
inserção no Brasil e fora do Brasil né Então ela tá muito além da disciplina da educação né por isso podemos dizer também que a pedagogia do ido é na verdade uma filosofia né não sou eu quem apenas afirmo isso né o professor ceverino por exemplo Já escreveu inclusive sobre isso e outras pessoas e fora do Brasil Paulo Freire inclusive ele nem é conhecido muito como pedagogo mas como filósofo né e o caráter Universal da obra porque veja né Eh é uma obra de contexto Educacional né de um contexto dos povos mais marginalizados no planeta que
é o contexto da América Latina né Eh e África também evidentemente Mas é uma obra que nascida no contexto da América Latina ela acaba transcendendo a América Latina né então ela vira referência no continente africano né vira eh referência eh em em estudos em contextos de eh populações originais originárias perdão eh na Austrália né Eh comos inuítes né no no no no norte da da América do Norte né Eh movimentos revolucionários como por exemplo um movimento zapatista né E só para dar alguns e também uma obra que é objeto de estudo nas principais universidades ou
mais conhecidas esses principais é complicado né Mas e as maisen digamos assim universidades no mundo como por exemplo em Harvard em que o Paulo Freire próprio trabalhou eh na yele né E tantas universidades na Europa e em outros lugares do mundo né quer dizer e E aí eu vou acabo publicando escrevendo uma tese que foi a partir de uma ideia do Paulo Freire quando lhe perguntaram como é que ele se situava né nesse contexto de corrente eh filosófica ou corrente pedagógica eh né já que tem você encontra abordagem marxista em Paulo Freire a abordagem de
gram em Paulo Freire existencialismo Paulo Freire influência do cristianismo e tudo mais quando lhe pergunto no último evento em que ele participou né Eh poucos meses antes de falecer lá em Vitória debatendo inclusive o legado dele eh o Paulo freiro como é que você se identifica ele desconversou e falou assim olha eu costumo dizer que eu me considero um menino no conectivo Então essa ideia eu tomei como Claro é uma metáfora e tentei entender essa metáfora eh falando um pouco dessa dimensão transdisciplinar e Universal do Paulo Freire pegando três né eixos da da da biobibliografia
de Paulo Freire né ou da antropologia de Paulo Freire né A questão epistemológica a questão axiológica e a questão da Praxis eh pois bem entremos então né no contexto da Pedagogia do Oprimido propriamente os colegas sabem né esse livro eh ele foi produzido no Chile né Eh primeiro né quando falamos de Pedagogia do Oprimido uma coisa é a obra né tá aqui né Isso aqui é o manuscrito depois eu falar um pouquinho dele né a obra datada né Pedagogia do Oprimido escrita entre 19 67 1968 outra coisa é a o conjunto da obra do Paulo
Freire né Eh por que que a gente tá dizendo isso né porque na verdade eh o próprios um dos primeiros estudiosos da do do do Paulo Freire foi o professor Celso ru beisel né Professor lá na Universidade de São Paulo nosso professor que querido companheiro também eh que faleceu alguns anos e o e o o Celso ele dizia né que o Paulo freia só escreveu uma obra a pedagogia do oprimido todas as outras de certa maneira estão vinculadas a ela estão mesmo né quando a gente vai observar né a a pedagogia da Esperança né quando
a gente vai olhar a Pedagogia da Autonomia a pedagogia da indignação eh e outras pedag que o Paulo fre escreveu elas estão potencialmente lá na Pedagogia do Oprimido na verdade esses muitos trabalhos de Paulo Freire muitos deles posteriores à Pedagogia do Oprimido é essa é uma das edições não lembraria nem de quando essa edição aí né Lembrando que tem mais de 50 edições só na versão em português né mais de 60 na verdade né Eh nós fizemos recentemente um levantamento das tantas edições agora já não me lembro de cabeça mas o o Celso bais tem
razão né porque muitas obras posteriores são teses que o Paulo Freire Vai desenvolver depois que estão eh colocadas já em pedagogia do oprimido e que ele desenvolve depois né portanto a pedagogia do oprimido ela é um um livro mas ela é a obra Total também do Paulo Freire né então a gente pode encontrar realmente momentos Diferentes né Eh na na na história do Paulo Freire eh por exemplo né eh o aquilo que ele escreveu quando tava no Brasil e depois quando ele sai do Brasil né sobretudo a partir das influências eh marxistas e marxianas né
ah aquilo que o Paulo fez escreveu quando ele sai do Chile e vai pra África né Aliás ele vai paraa Genebra na verdade né fica eh 10 anos trabalhando no conselho mundial das igrejas mas ele trabalha sobretudo no continente africano como os colegas sabem trabalhou assessorando o governo de gbs de São Tomé e prncipe de tanzania dentre outros lugares né Cabo Verde aliás cab Verde ele teve passagens lá mas não não assessorou o governo mas o Paulo Freire vai receber também essa influência africana né Não só na sua prax mas também no seu na sua
produção intelectual tanto que o Cabral que inclusive é muito desconhecido entre nós uma Grand no continente africano que pelo que já observei né escreveu bem mais que thara por exemplo né E que tinha uma escrita densa rigorosa né conciliando A reflexão teórica com a prática revolucionária exemplo do né impactou muita a obra né do Paulo Freire e a gente pode até dizer que houve um processo de reafricanização né E de de do do Paulo Freire né nesse período né e ou de africanização melhor dizendo né então a pedagogia do oprimido é isso né Ela é
essa obra eh que ganhou uma vitalidade e ela continua contemporaneamente sendo muito estudada né sendo eh objeto de referências para inúmeras situações né eu posso dar um exemplo aqui para vocês né mais um né ah universo hip hop e a Fúria dos elementos esse trabalho aqui é da minha companheira Cida Costa né que fez um doutorado sobre o a temática hip hop né E ela pesquisou muito talvez tenha sido na época dela a pessoa que mais leu sobre esse assunto e buscou sobre esse assunto e em todo lugar Ah ao discutir eh o Hip Hop
né que são que é um conjunto de elementos não é só o rap né mas ela foi identificar a presença do Paulo Freire como referência teórica nesses lugares em que o Hip Hop se assume muito mais como elemento de transformação social né Por exemplo um um evento que ela participou lá eh nos Estados Unidos um evento mundial sobre hip hop a grande referência né para iluminar digamos assim esse movimento eh juvenil que já faz 50 anos né que nasce nos Estados Unidos Unidos eh que é da Periferia né E que faz uma leitura muito particular
do mundo e uma intervenção muito particular do mundo inclusive né Eh no Combate à violência né na no no debate sobre a igualdade e na proposição sobre igualdade inclusive né Eh tem no Paulo Freire essa grande referência né E então isso é um pouco né o a ência né da da da Pedagogia do Oprimido enquanto livro enquanto conjunto da obra do Paulo Freire o livro propriamente Pedagogia do Oprimido eh aqui é o manuscrito a a minha edição inclusive ficou na universidade eu levei para lá e e acabei tô em casa agora não não trouxe a
a a a edição impressa pela pela paz e terra né mas o livro ele tá dividido em em quatro partes inicialmente ele foi escrito em três partes né E esse livro é interessante porque o Paulo fo ele comenta muito da obra né em em pedagogia da da Esperança aliás é o subtítulo é um reencontro com a pedagogia do oprimido e e foi um livro que o Paulo Freire escrevia nos momentos exatamente vocês têm aí o manuscrito né Eh depois eu vou falar um pouquinho del bom já Fale então né já que tô aqui então o
manuscrito né É essa obra aqui é o Paulo Freire quando escreveu a pedagogia do oprimido eh ele transcreveu manual Aliás ele só escrevia manuscrit né e e ele copiou e né sistematizou a obra e depois passou a limpa essa obra em folhas de papel sulfite ah essa obra ela ficou muitos anos né nem o Paulo freir se lembrava ele passou a limpo e e e depois em acho que em 68 ele tava saindo do Chile ele deu de presente por um amigo dele que o recebeu lá o Jackson Shaw né que foi ministro eh da
no governo de Eduardo Frei quando Paulo Freire trabalhou e depois do Salvador alender Ministro da Economia E aí como vocês sabem ele ele presenteou o o o o Jack choncha e a esposa dele com esses manuscritos E aí eh como todo mundo sabe na década de 70 isso na década de 70 teve o golpe eh no Chile e ah o jaon teve sua biblioteca confiscada foi para foi lá na França e 20 anos depois só 20 anos depois a mãe dele falou Olha tem uns papéis jogado no canto aqui que eu acho que pode ser
importante para você vou te mandar mandou de navio para ele inclusive ja que chó contava essa história né E e aí ele o Jackson Shaw pensou que esses documentos tinham sido confiscados também pela ditadura eh chilena e e ele aí que ele retoma os manuscritos quando ele volta pro Brasil nós encontramos jackon Shaw em 2000 2001 lá no Fórum Social de Porto Alegre e ele falou olha eu tenho um manuscrito original eu tenho uma cópia aqui e nos trouxe uma cópia quando foi em 2014 graças ao empenho do meu amigo Romão né também que é
um estudioso do Paulo Freire muitos devem conhecer Ah ele Romão vai ao Chile e consegue convencer o jackon showw a entregar os manuscritos para o Brasil então Esses manuscritos foram entregues e nós fizemos essa publicação que vocês estão vendo na tela aí olha eu eu mandei o eu mandei o o pdf né desses manuscritos então vocês têm a versão eh original da publicação aí né esse aqui é o que tá impresso Então como vocês podem ver né Toda a obra dele aqui olha escrita à mão né e interessante observar como algumas coisas foram suprimidas né
da da dos Originais inclusive esquemas né que o Paulo Freire ilustrativos que o Paulo Freire fazia para eh eh Demonstrar um pouco aquela discussão teórica que ele tava fazendo naquele momento e hoje eh esses manuscritos esse ano inclusive Eles foram entregues paraa Biblioteca Nacional né o Luque que que é hoje o responsável pela não o luques o nosso pedag estudioso pesquisador da educação da avaliação né mas o o Marco luquezi eh que foi presidente da Academia Brasileira de Letras Hoje ele Preside né a Biblioteca Nacional e ele que recebeu esses manuscritos e eles estão lá
agora eh entregues né portanto ao estado brasileiro a nossa tentativa foi entregar isso durante o governo Dilma né Eh mas aí logo veio o movimento golpista e E aí Achamos melhor não entregar esse material e portanto esse material ficou guardado pelo Romão durante esses anos todos até essa oportunidade agora de poder garantir a segurança do manuscrito né então nós já fizemos duas publicações desse material tem uma publicação em em em espanhol também tá aqui na M instante um texto muito bonito eh uma edição muito bem reproduzida mas interessante notar chamar atenção que esse livro do
Paulo Freire ele foi um livro dialógico ele foi construído dialogicamente como outros aliás todo mundo sabe né que Paulo freile publicou vários livros dialogados inclusive né resultados desses diálogos mesmo feito ao vivo né com seus eh parceiros interlocutores e tudo mais e mas o Pedagogia do primeiro Paulo freir escrevia os textos e fazia roda círculos de cultura na casa dele o próprio lut lembra muito bem disso lembra da presença do Fernando Henrique lá do Betinho né Eh eh do hernano Fiori que inclusive prefacia o livro né Eh dentre outros o d Ribeiro né e outros
intelectuais que passavam pelo pelos intelectuais brasileiros e internacionais que e o Paulo fre distribuía mandava imprimir esses texos pedia para as pessoas lerem e fazia ciclo de Cultura debatendo aquilo que ele tinha escrito e foi assim e aí ele sistematiza as ideias iniciais em três capítulos da Pedagogia do Oprimido E aí ele entrega pro Professor Hernani Fiore que é né um grande filósofo brasileiro que faleceu alguns anos atrás e o hernan Fiori vai ler esse material entrega um belo prefácio ao Paulo Freire um longo prefácio inclusive sobre a pedagogia do oprimido E aí o Paulo
freit se motiva a escrever o quarto capítulo mas o livro inicialmente tinha três capítulos então o primeiro é um texto sobre a justificativa da Pedagogia do Oprimido o segundo né sobre a conceção bancária da educação como instrumento de opressão seus pressuposto sua crítica o terceiro capítulo a dialogicidade essência da educ ação como prática da liberdade e o quarto a teoria da ação antidialógica né em que ele trabalha né tanto a concepção da da da da da teoria da ação antidialógica quanto uma proposição de uma teoria da ação dialógica e suas características né Eh então é
isso né mas olha que interessante para encerrar essa parte do manuscrito né o Paulo Freire esse aqui não foi publicado em lugar nenhum foi publicado só aqui nesse material mesmo que vocês podem baixar aí mais uma vez Eu repito né disponível para todo mundo ele entrega esse manuscrito né pro Jackson Shaw e diz assim olha queridos amigos Jaques e Maria Edi né Tá aqui o a a dedicatória dele faz este ano exatamente 4 anos que eu cheguei ao Chile deixava a Elsa deixava os filhos nossos deixava uma velhinha atônita ante o que lhe Parecia Impossível
compreender deixava o Recife seus Rios suas Pontes suas ruas de nomes GO osos saudade União sete pecados Rua das criolas do chor menino Rua da Amizade do Sol da Aurora deixava o mar de água morna as praias largas os coqueiros deixava os pregões doce de banana e goiaba deixava o cheiro da terra e das gentes do trópico deixava os amigos as vozes conhecidas deixava o Brasil mas trazia o Brasil chegava aqui no Chile sofrendo a ruptura entre o meu projeto e o projeto do meu meu país encontrei vocês e acreditei em vocês comprometi com seu
compromisso eh no Instituto no indap que você partejar queria que vocês recebessem esses manuscritos de um livro que pode não prestar mas que encarna a minha profunda crença que ten nos homens Como nessa simples homenagem a quem muito admiro e estimo Paulo Santiago Primavera de 68 né tá aqui ó o o texto e pois bem né Então essa é um pouquinho Uma Breve História do do manuscrito Mas quem tem acesso essa história tá contada aqui também né numa numa apresentação da obra quando a gente fez essa organização eu professor Romão e professor gadot ah portanto
falando dessas partes do livro entramos então na na algumas questões relacionadas à própria Pedagogia do né primeiro Por que que o Paulo Freire vai escrever Pedagogia do Oprimido não a sociologia do Oprimido não a filosofia do Oprimido ou antropologia do Oprimido Afinal o Paulo freir não era pedagogo né ele ele era educador né mas é formação em direito como todo mundo sabe mas ele vai escrever a pedagogia do oprimido né primeiro a escolha da pedagogia porque ele poderia escrever a filosofia do Oprimido ele não tinha escrito ainda pedagogia né embora ele já fosse conhecido como
um educador pelo chamado método Paulo Freire né desenvolvido no nordeste brasileiro cuja experiência de anicos foi a mais conhecida estudada e tal mas eh ele era eh um Pensador né ele vai escolher a pedagogia Paulo fez vai escolher a pedagogia porque eminentemente não a filosofia não a antropologia não a sociologia e com isso nós não estamos diminu indo nenhuma ciência mas eminentemente a pedagogia é que nos mobiliza para dois movimentos fazer uma leitura da realidade e propor uma intervenção à realidade né a pedagogia para o Paulo Fred é isso né a pedagogia ela é uma
maneira de entender o mundo de ler o mundo né com uma visão portanto Educacional sobre o mundo né e ao mesmo tempo propor uma intervenção do mundo por isso ele vai escolher a pedagogia e o Paulo Freire inclusive na sua trajetória ele vai escrever outras pedagogias como todos sabem vários livros do Paulo Freire tem esse título eh na capa né pedagogia de alguma coisa veja aí Pedagogia da da Esperança Pedagogia da Autonomia pedagogia diálogo e conflito entre outras né e ele vai incentivar as pessoas por quê porque cada dimensão da vida ou muitas dimensões da
vida requerem portanto uma maneira de olhar sobre o mundo e de intervir sobre o mundo é por isso nós seguimos um pouco essa linha né Por exemplo orientando meu acaba des escrever a pedagogia preta orientando de doutorado de Jalma né ele faz uma varredura sobre a história da pedagogia Preta desde o kemete né Eh no Egito passando né pela África e chegando ao Brasil e e ao movimento negro no Brasil né E e aí um outro orientando vai escrever a pedag pedagogia afrocalipse é importante né a escolha do Oprimido e da oprimida né ao escrever
a pedagogia do oprimido e não para o Oprimido né Eh está marcada aí uma posição muito eh própria do Paulo freir que ele vai sustentar a vida toda até aos seus últimos escritos né que que ele vai dizer Nós não precisamos escrever uma pedagogia para o Oprimido e para a oprimida nós precisamos eh estando ao lado deles né ajudar quem sabe a sistematizar eh essa pedagogia então a pedagogia do oprimido ela é portanto evidentemente uma opção política de Paulo Freire ela é uma opção política como a a pedagogia histórico-crítica É uma opção política como as
pedagogias anarquista são opções políticas e tudo mais aliás como toda a pedagogia é em si uma opção política né mas também a pedagogia do oprimido ela é uma uma clara evidência epistemológica de Paulo Frei tô chamando de Clara evidência no sentido de convicção de Paulo Freire Qual é a convicção de que os oprimidos e as oprimidas não apenas produzem saberes é óbvio que Eles produzem saberes Porque toda a cultura todo ser humano em qualquer condição produz saber né mas que em determinadas situações em determinados contextos são exatamente os oprimidos e as oprimidas Por estarem eh
no centro das contradições de opressão que encontram as melhores soluções e portanto podem fazer as suas revoluções epistemológicas aí o Eu recomendo né Aos colegas tem vários autores que têm estudado inclusive né Eh a os o os conhecimentos subalternizados né Eh o Boaventura tem sido um deles né com a os estudos eh das epistemologias do Sul né mas nós temos aqui na América latiba Aníbal kirano né Eh temos na Argentina temos no Uruguai no Paraguai no México em tantos lugares em tantos lugares no mundo né grupos fazendo esses estudos né das pedagogias ou do melhor
dizendo né das epistemologias subalternizadas não são subalternas né Elas são subalternizadas eh para mostrar também né que ao varrer a história da humanidade nós vamos percebendo que em inúmeros contextos desde a situação dos impérios né até a situações por exemplo de fenômenos da arte e da própria ciência as revoluções operam nos contextos oprimidos vamos pegar ciência né Nicolau Copérnico ao propor essa ruptura do geocentrismo né Eh para o heliocentrismo o que que ele era na verdade um Oprimido né Por quê Porque o Gelson estava sendo era era tese defendida milenarmente pela né e não era
só defendida ideologicamente pela igreja era defendida cientificamente na pela igreja né que eh apoiava as suas afirmativas né do geocentrismo eh na visão ptolomaica né nos estudos de pitolomeu e e o Nicolau Copérnico tão Oprimido que era teve que negar teve que esconder a sua teoria né e a a escrever a a a evolu a a revolução das esferas celestes eh ele não pode nem publicar isso né sobre a ameaça da Inquisição e quem vai sofrer Inclusive essa censura Mais logo em seguida vai ser eh eh eh perdão né Galileu né vai ser Galileu e
e o Galileu inclusive para escapar da da fogueira vai negar a teoria coisa que vai negar só de fachada evidentemente vai continuar trabalhando a teoria do cop então só para dar um exemplo né Eh se a gente pega na arte né Eh a a hoje na na arte da música popular né Eh aquilo que há de mais sofisticado consensualmente né digamos assim entre grandes músicos no mundo eh seria o o jazz e a Bossa Nova né qual é a origem do Jazz e a Bossa Nova como é que eles se constituíram a partir das da
arte oprimida né e população negra nos Estados Unidos né no sul dos Estados Unidos fazendo né uma música de lamento negro no Blues é que vai dar origem ao jaz pois e aqui nos Estados Unidos no Brasil como a gente sabe a Bossa Nova a contribuição do samba né a origem da bossa nova no samba como todos nós sabemos só para então a opção dos dos saberes pelos saberes oprimidos e oprimidas das pessoas oprimidas melhor dizendo ela tem uma Dimensão epistemológica em Paulo Freire né Isso é muito importante eh portanto eh se de um lado
né a pedagogia do oprimido ela é explicitamente né uma opção política dos oprimidos seja pelo nome seja pela pela própria dedicatória na abertura aos farpados do mundo e aos que nele se descobrem assim descobrindo-se com eles sofrem mas sobretudo qu eles lutam a pedagogia do oprimido é uma outra visão também de conhecimento né é um outro olhar sobre o conhecimento e Ah nós vamos falar dessas teses da de algumas dessas teses da Pedagogia do Oprimido E ao entrar também na na na outra obra do Paulo Freire a ped da Esperança Mas como eu tô dando
esse Panorama Inicial né eu vou entrar agora na Pedagogia da esperança para depois retomar aquelas ideias que o Paulo Freire mantém né algumas dessas ideias né que o Paulo Freire mantém na naquilo que ele produziu ainda na Pedagogia do Oprimido Então esse livro né Pedagogia da Esperança um reencontro com a pedagogia do primido o Paulo freira vai escrever em 92 né 92 é importante da mesma maneira como é importante lembrar o contexto da Pedagogia do Oprimido período marcante 1968 né 68 o ano que não terminou né o ano dos movimentos estudantis né dos movimentos juvenis
o movim o ano né das inúmeras ditas revoluções culturais né Eh contexto de revoluções Armadas na América Latina quando o Paulo frc P agogia do Oprimido nem sabia ele nem sabia ainda que o thgo evara já tinha sido assassinado né e coisa que vai ser revelada depois e a a pedagogia da Esperança Ela também tem esse contexto particular 92 lembrando o Paulo freir tinha acabado de sair da prefeitura como secretário de educação né Lembrando que 92 corresponde a aquele período muito próximo né Eh de grandes mudanças estruturais no nos no na nas disputas geopolíticas do
planeta né a queda do muro de Berlim a queda da da da União Soviética né e e a queda sucessiva né das experiências socialistas no leste europeu né então e e e no Brasil né embora não mais sobre ditadura militar mas sob um governo lastreado na ditadura militar que sofre o impeachment exatamente nesse ano o caso do do colo né e particularmente de Freire né Eh um período em que o Paulo Freire ainda né tava se recompondo né da da da da morte da sua companheira Elsa ainda no final dos anos 80 então é nesse
contexto de desesperança que dialeticamente o Paulo freiro vai escrever a pedagogia da Esperança um reencontro com a pedagogia do oprimido e ele vai dizer lá no início né logo na nas primeiras páginas o que que é a pedagogia da Esperança ele vai dizer assim ó é um livro assim escrito com raiva com amor sem o que não há esperança uma defesa da tolerância que não se confunde com a conivência uma defesa da radicalidade uma crítica ao sectarismo uma compreensão crítica eh da pós-modernidade Progressista e uma recusa conservadora a pós-modernidade conservadora neoliberal né então o Paulo
freira vai dizer né que escrever a pedagogia do Esperança significava para ele eh um compromisso ético também ele vai dizer olha Nesse contexto de esperança Mundial nós temos que esperançar né aliás esse verbo esperançar não foi criado pelo Paulo Freire né não tem nenum alguns atribuem por aí né mas eh não há nenhum contexto em que ele tem escrito realmente sobre isso mas ele dizia isso de uma outra maneira ele vai dizer olha não somos seres humanos esperançosos por teimosia né Por birra Mas nós somos por imperativo ontológico né E aí que ele vai produzir
esse livro que se intitula um reencontro com a pedagogia do oprimido com essa perspectiva de eh trazer algumas memórias né sobre as histórias e andanças da Pedagogia do Oprimido assim como ele diz né as histórias e andanças da Pedagogia do Oprimido não dá momento fazer um debate sobre algumas críticas feitas à obra né E também num terceiro momento uma uma espécie de resposta a ao momento de desilusão das esquerdas né lembrando colegas né que esse contexto ele coincide eh com um momento muito forte da da da da inserção das ideias da pós modernidade no Brasil
no mundo todo né mas no Brasil também né Eh e uma parte dessa pós-modernidade é muito mais preocupada né com a desconstrução das grandes narrativas e nem um pouco preocupada com as proposições para um novo tempo porque na visão de alguns estudiosos muitos estudiosos aí posso citar o próprio Paulo Freire O Milton Santos dentre outros né florestan Fernandes né muitos intelectuais migraram né e cederam a a essa falsa premissa do fim da história de fukuyama né Milton Santos que tem uma fala muito bonita sobre isso né Eh ele no velório do Paulo Freire O que
ocorreu na PUC de São Paulo o o a rádio a TV PUC faz um documentário e tem vários depoimentos e tal e o Milton Santos dá um depoimento ele vai dizer assim olha num tempo em que os intelectuais do mundo e do Brasil né Eh migraram pro outro lado cederam as avalanches a fala textual dele tá aqui depois eu falo né Eh cederam a esse discurso né negacionista do fim da história o Paulo Freire se Manteve como um Bastião da Utopia né e portanto em grande parte desse livro Paulo freira tá falando disso né retomando
a história como possibilidade né E não como determinação e interessante hoje dizer isso parece que é óbvio né mas naquele contexto né muita gente inclusive de esquerda eh se situando à esquerda acreditava que de fato né a a história tinha chegado ao fim com a Vitória aspas né do capitalismo né e e cederam a esses discursos ditos eh neoliberal né e muito bem portanto aí a gente pode perguntar né Pedagogia do Oprimido a pedagogia da esperança que é o título da nossa fala aqui significa dizer um pouco também o que é que eh ficou da
teoria do Oprimido Nesse contexto né ou da Pedagogia do Oprimido Nesse contexto eh é verdade que o Paulo Freire né nesse livro ele vai retomar algumas coisas e dizer olha né naquele contexto não é possível cobrar eh ao escrever a pedagogia do primeiro coisas que só foram discutidas muito tempo depois né e e vou dar um exemplo né Por exemplo eh uma das questões que embora o a o a o livro do Paulo Fei tenha tido esse Impacto imediato como eu já já comentei com vocês né logo da sua publicação Paulo freir passou a participar
de debates eh no mundo inteiro né mas muito também nos Estados Unidos eh sobre a obra e em vários contextos em que o Paulo Freiria ele recebia a crítica né da linguagem do livro né uma dessas críticas inclusive feitas pela AB hooks né Eh sobre o caráter ainda machista da linguagem E aí ele vai dizer olha eu realmente né o livro foi escrito com essa marca né com essa estrutura machista que eu me formei Mas a partir daí desse diálogo com essas mulheres é que eu percebi que esse não era um problema menor falar que
eh o homem faz a história e achar que as mulheres estão aí necessariamente incluídas é uma questão apenas ideológica Ela não é uma questão de fato da linguagem né Ela não é uma questão objetiva da linguagem essa linguagem eh aparentemente genérica ao dizer os homens fazem a história é um falseamento né da estrutura patriarcal e portanto machista do domínio do ser humano masculino sobre sobre o ser humano feminino então ele vai inclusive dizer que muda isso né A partir dessas críticas e tudo mais mas algumas ideias eh eh eh centrais aqui que se mantém né
na no pensamento do Paulo Freire que são gestadas na Pedagogia do Oprimido e outras que se acrescentam também com o livro Pedagogia da Esperança né primeiro né ah o Paulo Freire lá desde os seus primeiros escritos mas isso de uma forma muito mais Evidente em educação como prática da da liberdade e depois na Pedagogia do Oprimido depois ele vai prosseguir por aí né ele vai eh a todo momento explicitar a sua noção ontológica de ser humano né e o Paulo freir vai negar né a essencialidade humana nesse sentido né do ser humano como um ser
eh precisamente Universal né Por quê Porque a concepção ão ontológica de Paulo Freire é que o ser humano como todos os seres portanto ela está aportada numa visão dialética de ser humano eh marxista de ser humano também lucax Siana também de ser humano né o ser humano ele é como todos os seres inconcluso inacabado incompleto Portanto o ser humano não é o ser humano está sendo né portanto não há o ser rigorosamente em Paulo Freire Poderíamos dizer né mas o sendo em Paulo Freire Então esse caráter né de uma de de de uma de uma
estrutura provisória do ser humano que está sempre em busca de ser mais né ele vai se manter né na ontologia do ser social que o Paulo freira vai defender né o Paulo freira nesse sentido recorre a lucax né recorre também a a Goldman né Para pensar o ser humano e ao próprio Max né ele vai manter firme a tese da perspectiva do Oprimido e da oprimida né ou seja ele tinha essa convicção lá já nos seus primeiros estudos e aí veja essa convicção do Paulo Freire de que as oprimidas e as oprimidos né Eh não
apenas tem outros saberes e e tem saberes mas que podem ter saberes revolucionários e portanto epistemologicamente superiores eh não não nasce na Pedagogia do primeiro embora ali a ênfase seja muito maior né mas já nasce desde nasce com Paulo Freire nos seus desde a época que ele ainda tava pensando o famoso método de alfabetização né Eh eh lá eh com a na na sua prática nas suas aprendizagens nos movimentos de cultura popular de que o Paulo Freire foi um dos fundadores né eh do do movimento de cultura popular no nordeste né sobretudo em Recife e
Olinda né então nasce ali por quê ao propor o cículo de cultura que é uma crítica à educação bancária eh o Paulo Freire ele tá exatamente afirmando assim olha nós estamos aqui né sentados como professores e professoras para ouvir vocês não apenas por demagogia porque nós acreditamos sinceramente que conhecer o que vocês conhecem eh nos dá elementos para aprimorar os nossos saberes e quem sabe também poder eh podermos ensinar melhor aquilo que já fazíamos né e não deu outra né foi exatamente por conta dessa perspectiva né do ciclo de cultura que se coloca né eh
em que o educador e a Educadora não se colocam superiores mas ao lado dos educandos e das educandas que o Paulo Freire vai eh ter os seus lampejos né e as suas influências inclusive né Eh de outros companheiros que trabalharam com ele para poder sistemar o sistemar sistematizar um método adequado aquele contexto para a alfabetização de pessoas adultas né que fica em que a situação mais conhecida é e é é a o processo de alfabetização de anicos né Eh cujas eh eh pessoas eh cerca de 300 pessoas foram alfabetizadas em 40 horas aí pergunta ah
foram 40 horas tem estudo sobre isso sim foram 40 horas de prática com essas pessoas né Mas é claro que essas 40 somam-se a essas 40 horas todo um trabalho de estudo antropológico de estudos sociológico de uma equipe né coordenada pelo Paulo Freire ele não fez isso sozinho de profissionais dedicados a compreender esses processos para apresentar uma proposta de alfabetização não é então nós caímos aí na outra categoria né na leitura do mundo né portanto essa sacada do Paulo Freire veja só né de que antes das pessoas lerem as palavras escritas elas leem mundo né
Eh o Paulo freir vai manter isso paraa sua Praxis né paraa sua Praxis em todos os graus veja né Eh Nesse contexto da Pedagogia do Oprimido Paulo Freire eh não tá trabalhando particularmente com alfabetização Paulo Freire já rodou o mundo né Paulo Freire Aliás está rodando o mundo né e na Pedagogia da Esperança o Paulo Freire Nesse contexto Ele é professor universitário inclusive né então a leitura do mundo precede a leitura a palavra isso é uma coisa óbvia mas eh embora seja óbvia ela precisa ser pensada por ao darmos atenção para essa coisa óbvia de
que as pessoas leem o mundo nós compreendemos que as pessoas de fato só podem ler a palavra escrita se essas palavras forem lidas socialmente no mundo né portanto a leitura do a leitura da palavra implica uma leitura do mundo né então ele vai manter é portanto esta categoria ou esse conceito né ainda muito presente na na na sua eh né nos seus escritos né tanto em pedagogia da Esperança como nos seus escritos escritos posteriores né bom o Paulo Freire Vai portanto né nesse livro em vários momentos né fazer a defesa da Utopia e a crítica
ao fiso né Ele sempre vai retomar isso aqui e dizer né que essa essa ideia ela é a a um dos carros chefes né do conto enganoso do neoliberalismo né que avassala o mundo todo e sobretudo a América Latina né e alguns países muito mais né e e e o Paulo Freire Vai em vários momentos nesse livro na retomar o conceito de Utopia mostrando Olha né O que é que nós entendemos por Utopia né Talvez uma definição o Paulo Freire não cita isso quem cita na verdade é Eduardo Galeano né que não é uma fala
dele uma fala de um cineastra argentino que o Galeano cita né que a ideia de que é a ideia que o Paulo Freire defende né de Utopia quer dizer a Utopia é o Projeto né é o sonho que tá lá no horizonte nós caminhamos 500 m quando chega a Utopia se afasta 500 caminhamos mais 500 se afasta 500 afinal de contas como resolver bom é que a Utopia serve para isso mesmo né para fazer a gente caminhar é a fala né do do do do Fernando birre né cineasta argentino e o Paulo freir vai dizer
mas como é que a gente lida com isso olha fazendo o possível de hoje para amanhã fazer o impossível de hoje né aí Nós entramos também numa outra categoria que o Paulo Freire já defende né lá em educação como prática da Liberdade o inédito viável né quer dizer é é possível que hoje não tenhamos as condições objetivas para fazer a mudança mas o nosso trabalho hoje ele pode criar condições para amanhã né Eh criar a as saídas autênticas as saídas originais os inéditos viáveis né para os nossos enfrentamentos o Paulo feire ele vai na Pedagogia
da Esperança também trabalhar um certo alargamento do conceito de opressão né Essa é uma pergunta que muita gente faz né O que que é a opressão o que que é Oprimido e oprimida por Paulo Freire né E aí ele recebeu críticas de vários lados né alguns dizendo que o Paulo Freire falava de opressão no sentido subjetivista do termo e outros fazendo crítica que a ideia de opressão do Paulo Freire eh era restrita né a perspectiva macro da luta de classes e tudo mais então Paulo vai retomar isso e ele e ele mostra inclusive com dados
aqui olha quantas vezes eu falo sobre isso na Pedagogia do Oprimido quantas vezes eu falo sobre aquilo na Pedagogia do Oprimido o Paulo Freire ele vai trabalhar a em vários momentos também a dimensão da subjetividade e da objetividade essa dialética né subjetividade e objetividade e mostrar Olha a luta de classes né ou o domínio de classes sobre outras né Ela é um fator eh real de opressão claro né Ela é um fator real de opressão e vai reafirmar isso aqui na Pedagogia da Esperança né quando muitos já não falavam de classes vai dizer não estão
aí enquanto há contradições né Eh eh na na maneira de distribuir e de produzir a riqueza a luta de classe está estabelecida essa portanto no campo macro a maior forma de dominação é a maior forma de dominação mas essa forma de dominação ela não é única né Essa forma a a a sociedade se ela se nós podemos falar né que há uma dominação geral né Eh empreendida pela burguesia né sobre o proletariado Ah isso não se dá de maneira homogênea e não se dá de maneira única né Nós podemos dizer que nas classes nas frações
de classe essas opressões ocorrem distintas maneiras é aí que o Paulo Freire também vai alargar esse conceito entrando por exemplo num debate que já tava estabelecido já tinha se iniciado com movimento feminista nos Estados Unidos o debate da interseccionalidade quer dizer eh se há uma ção de Classe A mesmo mas quando nós olhamos no cotidiano da história para usar um termo um termo de Agnes heller né que que era uma referência também do Paulo F Aliás ele cita a Agnes H aqui também eh nós observamos o qu né que essa opressão ela não se dá
da mesma forma o homem branco pobre numa sociedade de classe sofre um tipo de opressão o homem preto po numa sociedade classe sre outro tipo de opressão a mulher branca sofre um outro tipo a mulher preta sofre um outro tipo e aí Nós entramos nesse nesse destrinchamento que que que vai vai longe né então quer dizer o Paulo Freire vai mostrar que a luta contra a opressão ela se faz no âmbito da libertação e se faz no âmbito da Liberdade portanto a pedagogia do oido é a educação como prática da liberdade e da libertação essa
dialética não é possível então uma luta pela libertação numa esfera macro dos movimentos da luta de classes se essa luta não se faz também eh no mundo subjetivo onde as coisas acontecem onde a a a as opressões ou as micro ou macro né Nós não podemos dizer que a opressão sobre a mulher é é menor do que a de classe né aliás precisamos analisar né precisamos fazer essa pergunta né a opressão machista sobre o corpo da mulher né que é a forma de opressão mais longeva da história e mais eficaz da história Porque ela passou
todos os modos de produção Ela tá no modo produção primitivo asiático feudal capitalista socialista né ah o machismo estrutural o patriarcalismo né ah que tá estabelecido aí para além da para além das da luta de classes eu diria né porque me digam em que sociedade socialista a mulher não sofreu com o domínio sobre seu corpo e sua mente eh eh do do homem sobre ela né ou do patriarcalismo do machismo estrutural quer dizer ela tá colocada né E então o Paulo Freire Vai ampliar também esse conceito de opressão ao fazer esse diálogo ao fazer o
diálogo com os movimentos eh que antigamente eram chamados de de minoria né eles são minorias em direitos né mas são maiorias né porque Sobretudo o caso do Brasil né quando nós falamos da população preta né que até a década de 90 não chegava a 50% do Brasil né esse número não era contabilizado e Hoje sabemos né que quando falamos da população afrodescendente no Brasil nós estamos falando de 56 por c da população né Então essa forma de opressão ela é trabalhada aqui e mais né a forma de opressão ela se dá na a a as
formas de opressão né ela se dá tanto nas estruturas econômicas e políticas como na relação interpessoal então isso tem que ser levado em conta né Nós podemos ter companheiros e companheiras que tem Horizonte comum de luta contra o domínio estrutural da sociedade portanto né contra as formas de exploração mas ao mesmo tempo estabelecer uma relação de opressão com o seu companheiro que tá Ao lado né então o Paulo Freire vai também tratar dessa questão é por isso que há muitos estudos ah da Psicologia em diálogo com o pensamento de Paulo Paulo Freire né eu falei
aqui Paulo Paulo Freire Lacan só um um dos exemplos que eu conheço de uma tese defendida na USP né aqui em São Paulo né o Paulo Freire vai vai reforçar aquilo que ele já fazia antes né uma crítica ao intelectualismo ele vai dizer o seguinte Olha gente os intelectuais qual quaisquer que que sejam nunca deveriam ser arrogantes né agora a arrogância do intelectual de direita ela é esperada a arrogância do intelectual de esquerda é uma distorção da sua opção política né então em vários momentos o Paulo Freire vai vai dizer olha Eh nós precisamos sentar
com o povo estar ao lado do povo não demagogicamente mas porque nós apostamos de fato que eles têm saberes e que podem nos ensinar portanto nós caímos aí o quê na crítica educação bancária né a educação bancária ela é criticada pelo Paulo Freire antes de publicar seus livros né a sua a proposta dele de alfabetização de pessoas adultas gestada no ciclo de Cultura já é a crítica a educação bancária ele não vai agora veja um detalhe ao contrário de algumas pessoas que chegaram a falar isso né n e como por exemplo cambi que escreveu aquela
história das ideias pedagógicas que coloca o Paulo Freire Ivan Elite dentro do da mesma proposta né filósofos ou pedagogos da desescolarização o Paulo Freire não é pela desescolarização né Paulo freira defende sim a educação escolar né tanto não por outra razão né ele foi secretário de educação aqui mas naquele contexto do analfabetismo né em que ele tava vivendo vendo aqui no Nordeste aquela educação colocada bancária seja na escola formal seja em outro tipo de escola fora do sistema eh do do do sistema de ensino né ela não respondia às necessidades e aliás nunca respondeu e
o Paulo Freire vai continuar assim até o fim da vida defendendo isso né então vejam eu gostaria inclusive de fazer um parêntese aqui e primeiro lugar né Eh reiterar aquilo que o que o professor Miguel Arroio falou né sobre a ousadia né da equipe do sted BR eh em trazer esse curso sobre as pedagogias contra hegemônicas né que é um debate Mundial que já se inseriu há algum tempo né E que precisa cada vez mais a meu ver eh ganhar espaços né porque isso não pode ficar nos guetos e a a dimensão que hoje eu
percebo que toma né com essa disciplina é por exemplo com esse curso né que é um curso interuniversitário Inter movimento social né em diálogo né da Universidade com os movimentos né Eh isso é fundamental né Isso é fundamental e mais ainda abrir o espaço pras diferentes perspectivas das pedagogias contra hegemônicas é esse debate que nos ajuda tanto né não é cada um ficar no seu Gueto e há distinções entre as Vertentes entre diferentes Vertentes das pedagogias contra hegemônicas Há distinções sim uma delas por exemplo é a concepção é a crítica que o Paulo freir faz
a educação bancária né para o Paulo Freire e aí entramos numa outra categoria aqui que Ele defende desde o início a relação autêntica da Educação autenticamente adora da Educação não se faz por meio de um depósito de conhecimentos daqueles daquelas que são senhores do conhecimento sobre aqueles que vão apenas aprender ele vai dizer que a prática educativa a prática pedagógica ela tem as duas dimensões ela tem a a dimensão da dod discência Aliás ele vai falar desse esse conceito de docência não nesse livro né ele vai falar em Pedagogia da Autonomia é quando ele sistematiza
essa ideia né mas desde muito tempo ele tá dizendo isso né lá lá em pedagogia do oprimido ele vai dizer olha rigorosamente ninguém educa ninguém ninguém educa sozinho ninguém educa a si mesmo as pessoas se educam em comunhão mediatizadas pelo mundo pela realidade e portanto a prática Educacional ela ocorre o fenô Educacional não ocorre por essa transmissão por uma transmissão daqueles que sabem para aqueles que não sabem ela ocorre pelo diálogo né o fenômeno Educacional ocorre porque aquele que ensina aprende no processo de ensinar e aquele que aprende ensina no processo de aprender Foi a
ensinança que o Paulo freir a equipe dele teve no cí de Cultura a ensinança que eles tiveram portanto né a aprendizagem que eles tiveram com aqueles e aquelas que lá estavam que possibilitou eh o fato de criarem um método autenticamente adequado àquela realidade para alfabetização de pessoas adultas né portanto a crítica à educação bancária que passa sim né pela concepção eh de dod sência né de eh reconhecer né a dimensão docente e descente em cada um de nós e sobretudo a primeira dimensão que é a dimensão de cente de cada um né Eh Porque Nós
aprendemos antes de ensinar não é eh ISO isso é fundamental para essa perspectiva do Paulo Freire que sim é uma Pedagogia contrahegemónica da educação popular né por isso que não é possível falar né Eh de educação freiriana que não seja educação popular e colegas né educação popular não é só aquela que nós fazemos com as massas do Campo né Eh não a educação popular é uma perspectiva de educação que se faz inclusive na universidade eh o Romão que alguns devem conhecer Professor José ust Romão trabalha comigo também um dos fundadores do Instituto Paulo Freire trabalhou
com Paulo Freire também e coordena também um outro programa programa acadêmico lá na Uni nós temos discutido bastante sobre isso temos um grupo freiriano de educação lá e nesse momento ele tá lançando mais um livro né mais um porque ele lançou dois livros ainda esse semestre né mas livros que estavam sendo redigidos né paralelamente inclusive né Eh mas eu acabei ele me convidou né generosamente para fazer o prefácio desse último livro dele que se chama recomendo Paulo freir em todos os graus até para desmistificar a ideia né de que o Paulo Freire é aquele Pensador
para educação de jovens e adultos e pessoas jovens e adultas né Eh aliás pessoas adultas no caso e ele vai demonstrar a tese dele eh né que já é a chamativa do do título da obra né Eh Paulo Freire em todos os graus já diz isso olha é possível não só é possível Como tem gente praticando isso né a trabalhando a teoria do Paulo freir e a Praxis freiriana digamos assim freirianas né Eh nas diferentes idades educacionais nos diferentes ciclos nos diferentes graus de ensino Então eu tenho aqui por exemplo ó só para dar um
exemplo né esse livrinho aqui Paulo Freire a educação das crianças né um livro que eu organizei eh junto com a professora Marta Regina né Eh de da Universidade de São Caetano do Sul é que um nós temos já eh dois livros dessa coleção vai sair o terceiro mostrando só de pessoas que estão aplicando a teoria de Paulo Freire ou a Praxis de Paulo Freire porque fala de teoria né Nós temos que lembrar da Praxis né proposta eh na na educação infantil com pessoas que trabalham por exemplo em creche com pessoas que trabalham de zer a
3 anos com pessoas que trabalham crianças até 6 anos então Eh esse para dar um um desses exemplos né de como a proposta do Paulo Freire ela se radicaliza também nesse sentido de eh ser possível de ser trabalhada né nos diferentes níveis da educação uma outra categoria aqui né Eh eu não sei nem quanto tempo eu tenho mais não sei se a Jane pode me dizer porque talvez eu esteja meio descontrolado com o meu tempo Jane Por gentileza não você tenho aí uns 15 minutos Ah tá bom então tá bem só para eu me organizar
Aqui muito obrigado viu senão a gente se Prende muito numa questão e mas eu eu certa maneira tô tô avançando também para para finalizar mas uma outra categoria importante que o Paulo Freire resgata né Eh aqui nesse livro e que ele trabalha em pedagogia do oprimido e tal é a categoria da conscientização E por que que ele resgata Então veja o Paulo Freire curios mente depois a pedagogia do oprimido e tudo mais eh houve um período em que ele parou de falar da conscientização embora ele tenha escrito um livro sobre isso né escreveu um livro
sobre conscientização mas ele ele tinha deixado um tempo essa categoria aí porque ele dizia que por mais que ele tenha discutido as pessoas muitas vezes não estavam entendendo o que ele tava propondo né de conscientização porque eh atribuíam que ao falar de conscientização você estava eh exatamente caindo na proposta de uma educação bancária como se alguém pudesse de fato conscientizar uma pessoa né e ele vai retomar isso né depois ele retoma ele na verdade ele retoma até antes disso ele vai retomar essa discussão num debate que teve lá no México ainda nos anos 90 né
no no aliás acho que no final dos anos 80 e tudo mais porque ele escreve isso aqui em 92 então ele vai retomar a ideia de conscientização e mostrar né que a proposta conscientizadora é é a ideia de que eh o processo eh de conscientização que se dá por meio da educação que se dá por meio do trabalho que se dá em em diferentes contextos né ele não é um processo de transmissão de consciência de alguém para alguém mas é um processo eh de construção coletiva né portanto eh na na na verdade eh ninguém conscientiza
ninguém ninguém se conscientiza sozinho as pessoas se conscientizam em comunhão mediatizadas pela realidade Então veja que a a conscientização para o Paulo freile ela também dá uma ênfase aos movimentos sociais uma atenção aos movimentos sociais né uma chamada importante né o Paulo Freire embora professor na Unicamp muitos anos professor na PUC de São Paulo até a época da sua morte ele nunca perdeu o o espaço o diálogo com a a a os movimentos sociais né ele tava o tempo todo inserido nos movimentos sociais no Brasil e fora do Brasil estabelecendo esse diálogo particularmente no Brasil
né Eh eh conhecida a a a Praxis do Paulo Freire né no movimento dos Trabalhadores Rurais né seja por ele próprio né que em vários momentos esteve nesse debate com o movimento se seja por meio de outros eh companheiros e companheiras que partilham desse legado freiriano e trabalham isso dentre eles aliás eu gostaria de salientar aqui de nessa nesse destaque Eu quero fazer a minha reverência a minha homenagem ao nosso querido amigo Carlos Rodrigues Brandão né que faleceu o ano passado e que foi essa que essa a meu ver né um dos costumo dizer né
mais freiriano entre os freirianas eh para quem conhece conviveu com Brandão sabe Exatamente isso né e o Brandão um profundo estudioso do Paulo Freire né e o cara que vai escrever o primeiro sobre o método de Paulo Freire depois vai escrever vários outros trabalhos de Paulo Freire né e ele e o Brandão como colegas sabem eh é um desses grandes freirianas que vai levar o trabalho do Paulo Freire eh pros movimentos sociais poros vários tipos de movimentos movimentos culturais movimento eh eh artísticos eh movimentos dos trabalhadores eh rurais né e publica inclusive vários trabalhos eh
com esses grupos né um deles conhecido inclusive muito conhecido é Paulo freiro o menino que queele o mundo né publicado eh destinado ao sem Terrinha né como o Brandão eh gostava de dizer né então o Paulo freir retoma esse esse conceito também de conscientização né Eh depois um outro conceito importante aqui né que eh está eh junto aqui da da da na tomado aqui que é enfático na Pedagogia do Oprimido o diálogo ou a dialogicidade Mas vamos pensar no diálogo né A Crítica de do Paulo freira educação bancária também o leva né a fazer Profundas
reflexões sobre a necessidade do diálogo e que que nós podemos chamar de de diálogo em Paulo freira Olha nós poderíamos dizer que a pedagogia do oprimido em grande medida né Ela é o livro né falando mas a obra também mas o livro ele é uma grande Apologia do Diálogo né no primeiro e no segundo capítulo Paulo Freire fala de diálogo inúmeras vezes inclusive brilhantemente num dado momento falando sobre as condições sociais do Diálogo E por que que isso é importante porque isso aqui tem a ver com a perspectiva fundamental de Paulo Freire sobre o que
é a educação ou para que serve a educação na Perspectiva do Paulo Freire a educação como o próprio Professor fiora destaca né no prefácio do livro eh fundamentalmente serve para que as pessoas digam a sua palavra ele vai dizer olha uma educação que não propecia né a as condições para que a pessoa diga a sua palavra não pode ser uma educação libertadora ela é uma ela é um tipo de educação mas ela é uma uma educação silenciadora e portanto reprodutora né das condições socio estruturais e culturais da própria sociedade Paulo freir vai dizer isso né
E para ele o diálogo ele não é só ferramenta ele não é só começo ele é começo ele é o meio e ele é o fim da prática Educacional porque a educação existe para que as pessoas digam a sua palavra né entendendo que dizer a palavra aqui é tanto se manifestar é o direito de se manifestar politicamente sobre qualquer tema como o direito de expressar uma resolução matemática o direito de expressar e uma análise literária né o direito de expressar eh uma abordagem artística né ou uma apresentação artística ou seja né as pessoas se educam
na medida em que se apropriam desses conhecimentos e que portanto criam a sua palavra sobre eles né ou a partir deles Então essa é uma outra categoria também Central na na retomada pelo Paulo Freire em pedagogia da Esperança crítica ao sectarismo e defesa ao radicalismo Paulo fre falar de sectarismo desde de educação como prática liberdade e mais intensamente em pedagogia do oprimido e vai retomar isso né ele vai fazer a distinção entre o sectário que é o doutrinário né e o doutrinado melhor dizendo para o radical que aquele aquela que desenvolve uma perspectiva a partir
dos princípios fundamentais né da da ética humana né o Paulo Freire vai também eh retomar também a necessidade de o diálogo entre aquilo que chamamos de saber científico e saber de experiência feito né Eh por quê né Eh não apenas por eh razão política e ética por solidariedade aos oprimidos as oprimidas mas por esse diálogo entre os diferentes saberes ele pode produzir um novo saber né e portanto um saber que responda de uma maneira muito mais ah autêntica né Eh E adequada aos Desafios que a realidade apresenta E aí eu poderia sim por dar dar
alguns exemplos mas vou ficar só em um aqui né desde os anos 90 né aliás desde antes mas os anos 90 São um Marco né Eh se a gente tomar né O Grande Encontro que teve no Brasil sobre sobre a a questão ambiental né a eco92 foi lá na Eco a eco-92 é que talvez tenha eh eh publicizado né esse debate eh e popularizado o debate sobre a questão ambiental que estava muito circunscrito né a pesquisadores pesquisadores as aos movimentos e tal ambientalist e tudo né e o Paulo Freire né Eh eh bom se a
gente pegar de lá para cá desde então o mundo todo tá falando de sustentabilidade né tá fazendo crítica né a agressão ambiental né ou a agressão socioambiental e a sustentabilidade virou uma um carimbo né uma figurinha carimbada colocada no peito de todo mundo mundo de todas as instituições inclusive de instituições do Capital que produzem a agressão né e a opressão ao planeta e portanto ao todos os seus seres inclusive humanos e tudo mais pois bem se escreveram cartas né se escreveram documentos um desses documentos importantes sobre a questão ah socioambiental a meu ver o documento
mais importante né e do ponto de vista do a síntese daquilo que poderíamos pensar né de uma ética Universal do ser humano que é o que o Paulo freir também trata aqui é a carta da terra né carta da terra né um documento discutido com em todos os continentes por inúmeros grupos e que foi sistematizada inclusive com uma participação muito grande do do Leonardo bof também né que participou dessa equipe coordenadora do debate da carta da terra e tudo mais mas ali sim esse documento é resultado do debate dos povos com os povos originários com
os intelectuais né com a ciência né enfim com toda a sociedade que a gente pode chamar de sociedade organizada e Ah mas aí eu volto à questão né veja só né essa esse mundo eh científico nosso né esse mundo ordenado sistematicamente pelo capital enfim que é o é o mundo que produziu esse Impacto absurdo que nós estamos sentindo literalmente na pele e é literalmente mesmo né pelo ressecamento da nossa pele né pela dificuldade de respirar Ah só para dar o nosso exemplo mais próximo aqui né Essa questão Veja bem se fala no se se trata
do conceito de sustentabilidade que é fundamental para se pensar o futuro o presente e o futuro da existência humana no planeta mas aí nós perguntamos os povos que mais praticam a a sustentabilidade onde é que eles participam desse debate concreto no mundo quem são esses povos são os povos originários são os povos originários do Brasil são os povos originários do Norte da América eh de vários países da América do Sul são os povos originários na África são os povos originários na Ásia povos originários ah da da do da da Oceania enfim de todos os lugares
por quê eles são sustentáveis sim né ao ao ao produzirem uma outra visão diferente daquilo que nós chamamos de humanismo aquilo que nós chamamos de humanismo é uma visão em que o ser humano Iluminista mas ainda né antes do Iluminismo e renascentista do ser humano como centro do mundo portanto antropocêntrica do mundo os povos originários não cultivam Essa visão os povos originários cultivam uma visão cosmocentrica da vida portanto Inclusive essa distinção de cultura e não cultura de natureza e não natureza conversemos com aon Ken com neg Bispo Vamos ler o que nego Bispo escreveu Vamos
ler o que aen está escrevendo neg Bispo faleceu recentemente vamos dialogar com Esses povos que eles vão nos mostrar o que significa sustentabilidade o que que é isso saber de experiência feito Esses povos sempre produziram a sua economia sempre produziram a sua política sempre produziram os seus bens não materiais bens culturais portanto nesse sentido São povos como todos os outros povos no entanto a prática Econômica a prática política a prática social a prática cultural né a prática ambiental socioambiental ela se deu de maneira sustentável com Esses povos Por que que não vamos perguntar a ele
Como fazer ilidade Por que que nós não dialogamos com esses saberes de experiência feito tem pessoas dialogando né Tem grupos dialogando mas são contra-hegemônicos hoje nós temos aí eh segundo alguns estudiosos né estamos vivendo a era do do estamos entrando né na era da depressão né da ansiedade da sociedade da depressão da sociedade da ansiedade cheio de medicamentos o que não falta são medicamentos industriais para poder tentar resolver esses problemas né No entanto os povos originários têm medicamentos naturais utilizados a milênios por exemplo como a iasca né que tem sido estudada por várias universidades não
sei se a Unicamp tem feito estudos Acho que sim mas a Unifesp São Paulo a universidade do Rio Grande Federal do Rio Grande do Norte e outros lugares do mundo mostrando que isso não é exotismo o que Esses povos há mais de 1000 anos descobriram nos nos rituais né Eh terapêuticos da easc que implica processos psicanalíticos e processos químicos com uso né Desse chá eh a ciência tá descobrindo agora né tá reconhecendo agora e tá vendo poxa Por que que isso tá fazendo muito mais efeito do que a maioria dos consultórios de psicanálise do mundo
ou é a maioria dos medicamentos do mundo que produz uma série de efeitos e tudo mais saber de experiência feito né para finalizar ah colegas né eu só quero dizer muito obrigado nesse momento e fico aqui à disposição para eh estabelecer um diálogo né Eh naquilo que eu puder e contribuir também agradeço Jane e me coloco à disposição nós vamos fazer um intervalinho né de 5 minutinhos para o banheiro 10 minutinhos é uns 10 minutinhos aí para dar uma esticada na coluna né dar uma circular na nas pernas e beber mais água Professor a gente
que agradece eu Eh tava borocochô mas a a conversa aí e a seu sua perspectiva né histórica e uma nuance poética né dos textos do do Paulo Freire né sobre humanismo então e educação Então me deu uma eh revigorada mas não só mim todos os nossos participantes aqui elogiando parabenizando a forma como eh você vem trouxe né as informações eh tanto dos livros do Paulo Freire mas também contextualizando essa Esse aspecto dos bastidores né que a parte da história eh que a gente Eu particularmente adoro eh e também a revitalização do próprio pensamento do Paulo
Freire né com o alargamento né tanto de questões ambientais eh do machismo estrutural olha assim foi eh é uma daquelas aulas que a gente plasma né sai daqui com um tocado em várias direções então todos os participantes aí elogiando bastante eh e esses participantes né Vale salientar que é do oiapoc chui né então de de Amapá do Sergipe eh Rio Grande do Sul Paraná Bahia Ceará Piauí São Paulo obviamente né que eh temos aí um um grupo significativo né com a Unicamp p fisc a fisc Sorocaba Unesp e também as professoras né da Educação Básica
que participam do curso inclusive eh o curso aqui é também além do da fala do professor a o quão o quão é privilégio da gente de ter esse curso no momento de muita Como é o termo do do Dr duart né de uma um contexto eh eh beligerante né Eh eh autoritário né de uma versão eh de humanismo que não é um humanismo né sobretudo ocupando eh cargos de direção né ou disputando né as eleições municipais em que nada disso que o Paulo Freire estudou e se dedicou estar nas pautas e agendas desses dessa desse
dessas dessa galera né então is muito muito muito gratificante por todos os o que a gratidão eh em em placa né Não só da sua fala da sua dedicação aí como estudioso e Paulo Freire mas também da forma como você contribui para o entendimento da obra do Paulo Freire então então é muito gratificante para nós que e também nos dedicamos à educação né Eh nessa perspectiva contra hegemônica Então tou deixar um pouquinho aí eu acho que o ribar também tem algumas eh informações que aí depois eu retomo isso muito obrigado Jane bom eu queria na
verdade né fazer basicamente dois avisos né o primeiro ele envolve o nosso site eu vou aqui compartilhar minha tela com vocês eh para quem tá chegando agora né para quem de alguma maneira tá conhecendo o nosso grupo né sted BR eh a partir desse curso nós não iniciamos essa iniciativa nesse semestre né Eh nós praticamente aí desde da pandemia a gente está com a iniciativa de produzir esse tipo de eh de oferta de curso através a internet de maneira que no nosso site né Se vocês forem aqui na agenda em cursos vocês vão observar que
há ofertas anteriores disponíveis no site e por que que isso é importante né Eu queria chamar a atenção de vocês é que como esse curso ele tem a temática de tratar das pedagogias contra hegemônicas também os outros cursos tiveram temáticas específicas né então eu vou colocar aqui eh no primeiro semestre por exemplo de 2001 né o curso Pedagogia histórico crítica e prática transformadora o o site tá organizado da mesma maneira dessa oferta Então a gente vai ter para cada aula né uma uma página específica que vai contar não apenas com vamos essar aqui a aula
dois eh não apenas aqui com a o link né para ter acesso direto à transmissão da aula mas também aquela ideia de ter né a a biografia como Vocês encontraram no curso desse semestre eh não apenas aqui nesse semestre também não apenas eh está disponível aqui para vocês de maneira organizada cada aula mas também no site de sed BR ou perdão no canal do steber no YouTube né que tá lá no steber oficial vocês encontram também essas aulas organizadas nas playlists então também é possível acessar aqui nas playlists né não só os cursos que foram
ofertados ah nos semestres anteriores mas também o material eh do nosso repositório de vídeos eh produzidos a na década de 2000 né Eh cursos que eram antes transmitidos e alvos gravados lá através da sala de Conferência da Unicamp da facade de educação que a gente recuperou e colocou aqui também no canal né então fica o indicativo não apenas para vocês participarem né ou melhor vocês acompanharem né e terem acesso aí a a esses cursos através do site que estão organizados aqui mas também através do canal e daí vem a a minha segunda meu segundo aviso
a minha segunda dica na verdade né é para vocês utilizarem esse material ah como forma de vocês eh terem acesso a esses vídeos né e utilizarem nas formações locais né a gente sabe que eh Há um espaço em todas as escolas da Educação Básica seja ali na educação infantil seja ensino fundamental das reuniões de atpc que é um espaço formativo né então o que que eu vou indicar para vocês que vocês passem né essas informações pros seus coordenadores né tanto da Educação Infantil quanto do do ensino fundamental para aqueles que não são coordenadores já né
e surgiram né a a utilização desses materiais durante esse esses momentos né que não fica uma coisa só reservada para transmissões ao vivo para essa interação que a gente tem aqui porque é o material riquíssimo na formação aí da da classe trabalhadora né da educação brasileira que tá aqui no nosso repositório e tem que ser de alguma forma divulgado tem que ser difundido porque a gente consiga chegar a mais pessoas né então fica aí a a não só a indicação mas também o pedido que vocês façam aqui a partir de nosso site justamente vou relembrar
aqui para vocês de novo né o caminho né que é importante para vocês terem uma ideia de como é que chega lá então o nosso site eh vocês têm que acessar aqui a agenda cursos para poder ter acesso a esse material tudo bem outra coisa importante também que aproveitando eu queria comentar com vocês eh diz respeito à questão que a gente insiste sempre de vocês enviarem as questões através do formulário permanente né nós teremos a semana que vem a do professor Valdo Vieira né o próprio Professor jazon comentou né que ele foi orientando dele no
mestrado e está aberto lá o formulário para aula do professor Evaldo então vocês aí que são participantes do curso eu peço que entre no formulário e envie as questões a partir das leituras Que professor eval enviou né Isso é muito importante porque logo na sequência que o retorno o professor jazon nós iremos tratar das questões que foram enviadas pra aula dele então ele vai iniciar a questão de perguntas a partir das questões das perguntas que foram enviadas de maneira prévia para daí fazer abertura para as questões eh aqui no chat ao vivo eventualmente como vocês
têm observado a gente não consegue dar conta de fazer as perguntas ao vivo né então quem tem alguma questão referente à temática da aula é importante que envie previamente porque a gente consiga né apresentar ao menos essas questões então fica aí a a as minhas dicas as minhas sugestões e retorno aqui a palavra PR J para ela poder fazer uma interação com vocês Tudo bem muito obrigado J por nada e vejam que a gente tem um repositório significativo né para secretarias de educação na escola vocês se organizarem para fazer também a continuidade dessa formação em
loco né contextualizando para as realidades escolares e as demandas né Eh dessas comunidades escolares eh e aí ressaltando também como a professora Bruna Raiol falou de engajar o conteúdo desses cursos né já que é o o dispositivo que nós temos no momento para poder alcançar né o maior número de pessoas e e espalhar de forma sistemática né essa esse conteúdo que produzimos aqui com de forma coletiva né com a participação de várias instituições né Relembrando eh essas instituições que participam da tanto na oferta de disciplina de pós-graduação como no curso de extensão são elas o
programa de pós-graduação educação da Unicamp da ofis São Carlos da Federal da Paraíba da Federal do Ceará da Estadual do Ceará da eh o fiscal Sorocaba e no curso de extensão n RIO eh a Federal de Santa Maria com o grupo cairos eh o emp a ufd Tocantins de Miracema de Tocantins não é Márcio eh a UFMA né o Federal do Maranhão a Uen a ueso que é o museu pedagógico wif Camburiu e Concórdia e a Estadual do Ceará junto com a Federal do Ceará Então são essas instituições que eh estão responsáveis pela emissão de
certificados né já que eh são elas que organizam a inscrição dos dos participantes tanto na modalidade de disciplina de programa de pós--graduação como de curso de extensão então Relembrando eh essa necessidade de o canal pra gente poder ter um maior alcance eh e eh de fato agir de forma contag Mônica né e pegando aí o o conceito do do Paulo fre de pedagogia né que eu aprendi hoje com com o jazon professor que é uma maneira de entender o mundo ler o mundo mas também uma ação de intervenção no mundo então vamos né diante de
dessa galera aqui eh colocar em prática esse conceito Pedagogia do Paulo freed de forma bem sistemática e engajada né então a palavra da vez Então Professor eh eh sempre retomando essas questões como o rar disse eh as questões né que foram direcionadas a essa aula e especificamente ao professor jazon vão vão ser eh discutidas aqui eh conforme a sua o tempo e a ência ver aqui como a gente pode também serir os que foram feitas no na aula mas eh são as perguntas enviadas até terça-feira à noite para o professor né convidado a professora ter
tempo hábil para né elaborar as as respostas Então vamos lá Professor eh na sua vasta experiência e conhecimento como classificaria a nossa sociedade letrada e contemporânea ela é mais crítica mais igualitária e menos opressora bom eh Muito obrigado pela pela questão né Eh o Adilson né se eu não me engano da Universidade Federal de Dourados Grande Dourados eh primeiro lugar eh Adilson eh se parte de uma de uma ideia de que a sociedade é letrada né que a nossa sociedade letrada Eu particularmente não gosto muito inclusive desse termo né Eh eu prefiro ainda alfabetizada ou
alfabetização do que letramento mas aí é uma discussão que não caberia fazer agora por causa do tempo também se hver tempo podemos fazer eh mas na verdade a nossa sociedade eh Será que ela seria letrada mesmo né Eh Pando né ou seria alfabetizada deixando de lado a questão do analfabetismo funcional né que é uma outra questão né mas falando do analfabetismo nesse sentido da não leitura da palavra escrita rigorosamente né Eh Hoje os os números se eu não me engano publicad em 22 né pelo IBGE nós temos ainda 7% de analfabetos de pessoas alfabetas no
país Isso corresponde a quase 11,5 milhão de pessoas isso é muito mais do que a população do Uruguai muito mais do que o Paraguai equivalente à população Cubana né E se a gente pegar os países tirando os países grandes da América Latina praticamente superior a grande parte dos países da América Latina então primeiro eu acho que precisamos ter como meta eh de que a nossa sociedade ela não pode ter pessoas sem analfabetas né não o o a alfabetização é um direito de todas as pessoas e 11,5 milhão de pessoas praticamente a população de São Paulo
inteira da cidade de São Paulo praticamente toda a população né Tem eh aqui tem 12 mil mil né Mais ou menos a população da cidade de São Paulo então é um contingente que equivale a alguns países só para você ter uma ideia isso ainda é muito próximo em números absolutos quando o Paulo Freire desenvolveu o seu trabalho de alfabetização lá em anicos na década de 60 lá eram cerca de 14 milhões É verdade que o que eu respondia a quase 40% da população naquele momento pessoas analfabetas mas 14 milhões e 11 milhões continuam sendo 14
milhões né porque quando a gente fala do direito à educação não podemos admitir que uma pessoa fique sem educação eu gosto muito daquela daquele pressuposto cubano né quando se fez a revolução 1959 e logo mais para frente se instaurou instaurou o socialismo né eh ao tratar da questão da educação o critério para ter uma escola num raio de 5 km era uma criança né então por isso né Eh se extinguiu o analfabetismo no país naquele contexto né hoje não saberia dizer como é que tá a situação em Cuba mas acredito que tá muito próximo do
que era sim né Eh praticamente analfabetismo zero eh num país que tinha mais da metade da população analfabeta então o direito a a essa ferramenta desenvolvida pelo ser humano que é escrita é um direito de todas as pessoas né ela foi num dado momento né um direito das castas né que eram os escribas né mas eh sempre PR privilegiadas evidentemente mas ela passou a ser um direito de todas as pessoas né então eh eu não reconheço que nós vivemos ainda numa sociedade letrada Claro que ela é podemos falar hegemonicamente alfabetizada né mas nem por isso
eh eu sinto que nós vivemos no momento mais crítico e mais igualitário então nem se fale né eu fui né verificar os dados atuais nós temos hoje né um relatório da oxfam né 63% da riqueza do Brasil tá na mão tá está nas mãos de 1% da população enquanto 50% mais pobre det temm apenas 2% então e aí nós observamos né É verdade que nós não temos uma eh e sobre a questão da da da sociedade ser mais ou menos opressora né Eh é diferente em algum sentido né a forma de opressão que se dava
na década de 60 60 no Brasil e sobretudo daquele período da década de 60 a ditadura militar né Eh são formas distintas de opressão né mas hoje quando nós observamos né que em 2017 se eu não me engano né 32.000 pessoas jovens eh negras né foram mortas em razão da violência eh no nosso país de corrente do racismo estrutural né sobretudo pela mentalidade que eh eh dirige as forças de segurança e sobretudo a polí a polícia né Eh nós falamos que sociedade é essa né que sociedade é essa que nós vivemos então Eh Com certeza
né Nós o desafio que nós temos eh não podemos negar né que durante um período da história do Brasil e esse período ele tá bem demarcado né do início dos anos 2000 até o o impeachment né da da da presidenta Dilma eh nós tivemos políticas sociais e políticas né de distribuição de renda e políticas eh de minima de de minimização dos impactos dessa estrutura racista do nosso país sobretudo e ainda colonialista nesse sentido das estruturas né Eh nós tivemos políticas que conseguiram né Eh concretamente Minimizar esses impactos mas o desafio que e sobretudo por conta
do retrocesso que tivemos logo em seguida nós temos ainda uma sociedade eh estruturalmente opressora a próxima questão há entre nós vários tipos de oprimidos como como emancipá-los para que desenvolvam o pensamento crítico para que lutem por melhores condições sociais e Respeito Pois é eh primeiro assim né Eu concordo né a a a opressão ela não se dá de maneira horizontal né a opressão ela se distribui como diria di né em processos de desigualdade mesmo né Ela é desigual ela é antidemocrática para usar um temo que parece ser contraditório ao lidar com o conceito de opressão
ou seja né Nós temos diversos tipos e aquilo que comentamos agora a pouco né se nós temos a opressão de classe e temos a opressão de classe que se dá pela exploração daqueles que têm os meios de produção né Para aqueles que só tem a mão de obra eh como como eh eh domínio de trabalho né E isso ocorre evidentemente mas ela ela vai se redistribuindo de outras maneiras né sendo sendo mulher sendo Preto sendo preta sendo indígena né ela vai se dar eh ela é multifacetada portanto E então eu concordo nós temos os variados
tipos de opressão agora na sua pergunta Adilson né como emancipá-los para que Desenvolva o pensamento não cabe uma resposta de Paulo Freire porque nós não emancipam as pessoas né a emancipação ela só ocorre e só é possível mesmo a partir do protagonismo das pessoas oprimidas o Paulo Freire disse textualmente em vários momentos eu até destaquei agora não vou encontrar aqui né mas lá na Pedagogia do Oprimido que os oprimidos e as oprimidas são os sujeitos da sua libertação né então o nosso trabalho enquanto educador e Educadora né Eh que eh eh nos inserimos Nesse contexto
do pensamento crítico da educação crítica eh junto com eles e elas e aprendendo com eles e elas né encontrar os melhores caminhos para as suas formas de emancipação nos seus diferentes diferentes tipos né Isso se dá nesse diálogo eu posso até dar um às vezes é bom dar exemplo né Porque a gente fica muito às vezes no campo teórico e as coisas parece que eh não existem em contextos práticos mas existe Eh vou dar um um exemplo de como é importante né mais um como é importante estarmos atentos e atentas eh junto com os grupos
oprimidos e oprimidas aprendendo com eles e elas para superar as nossas formas de opressão à medida que eles vão superando as próprias formas de opressão eu estava eu a minha a minha esposa ela é ritmista de um grupo aqui de São Paulo eh de mulheres negras 450 mulheres né ele iniciou com grupo majoritariamente de mulheres negras e aí foi se ampliando mulheres brancas também ainda algumas participam eh mas o grupo se define como chama-se ilu obad minim mãos femininas que tocam tambores Para Oxalá né e e eu estava num desses Esse grupo ele abre o
carnaval de São Paulo Carnaval de rua de São Paulo né já se não me engano completou 20 anos né e é um grupo formado basicamente por por mulher totalmente por mulheres a participação de mulheres trans também e uma meia dúzia de homens porque tem uma uma estrutura que requer a presença de homens na hora de eh montar né Eh as a os o os processos para a a celebração que é feita nas ruas de São Paulo né o cortejo e como por exemplo orixás né a representação de orixás e tudo mais mas ele é eh
quase 100% feminino né as mulheres negras e eu estava num desses ensaios Ah quando Sueli Carneiro todo ano esse grupo escolhe eh uma pessoa uma mulher para ser homenageada e há dois anos atrás foi su Sueli Carneiro né e eu estava num desses ensaios o ensaio ocorreu no centro de São Paulo numa ocupação eh Popular aqui 9 de julho lá no centro de São Paulo quem é daqui deve conhecer e estava assistindo e quando eh uma das cantoras a principal cantora vocalista que é a nega Duda baiana que faz essa ponte aérea Bahia e São
Paulo porque ela tem né muitas atividades relacion tem um terreiro lá inclusive na em Salvador e e ela abriu dizendo assim olha Gente esse ano nós estamos femage Sueli carneiro e eu na bancada levantei eu tava com a cabeça até baixo levantei quê femage and Sueli Carneiro né pois bem e aquilo entrou assim eu já não prestei muita atenção naquele momento em outras coisas fiquei pensando sobre a questão né Por que essa essa essa essa palavra né porque esse grupo de mulheres e o movimento feminista né Eh e o movimento feminista negro né eles têm
uma preocupação legítima com a com a linguagem eles não querem eles compreenderam muito antes de nós homens e muito antes do Paulo Freire depois vamos falar disso também que a linguagem Sim ela é uma forma de opressão né aquilo que nós já discutimos aqui ainda nesse encontro né quando falamos que os homens se organizam para mudar o mundo e achamos que as mulheres estão incluídas aí é porque nós estamos caindo num discurso ideológico de que ao falar de homem estamos falando de de toda a humanidade Mas por que falamos assim Ué porque o o o
o ser masculino domina a tempos né longinquos né E para além dos modos de produção eh eh o feminino né Então as mulheres sim elas acham que consideram que isso é importante então vejamos a palavra o verbo feminarum neologismo criado recentemente veja nós falamos assim vamos homenagear ara Jane né que está aqui conosco na verdade a palavra homenagem para quem é da história deve se lembrar disso ou quem não é da história já estudou deve se lembrar Ah quando a gente estuda lá o feudalismo nós temos eh na relação de vassalagem entre os senhores feudais
e os suseranos né o momento eh o os senhores feudais e os servos né e os aqueles vários rituais dentre esses rituais tem o o ritual da homenagem que a pessoa o homem Ele vai se tornar o Cavaleiro então o ritual da homenagem dentre outras coisas significa um processo pelo qual você reitera o tempo inteiro né por meio de vários rituais a dimensão virtuosa do masculino na pessoa você tá homenageando você tá reiterando o masculino na pessoa então quando a nega Duda no fala vamos feminagem né que ela construiu ali naquele coletivo né Eh para
mostrar para nós o seguinte que as mulheres não precisam ser homenageadas elas precisam ser feminas porque o feminino tem as suas próprias virtudes né e tem a sua própria leitura sobre o mundo e tem a sua própria razão sobre o mundo né Então essa é uma outra questão também fundamental né quando nós falamos de emancipação veja citei agora a pouco aqui o o meu amigo Romão Romão também lançou recentemente um outro livro chamado as razões oprimidas e é exatamente isso que discutimos também agora a pouco que na visão freiriana Paulo freiriana quer dizer os oprimidos
e as oprim Elas têm razões diferenciadas em relação aos outros segmentos ou os outros grupos porque elas se encontram em outras contradições da opressão que esses opressores não passam então nós podemos falar que existe uma eh evidentemente né uma razão da mulher oprimida uma razão da criança oprimida uma razão do da do indígena Oprimido falando razão aí como e usando o termo razão não como direito não também também né mas mas não só mas sobretudo razão como perspectiva quer dizer a criança tem um olhar e um entendimento sobre o mundo a mulher tem um o
feminino tem um olhar e um entendimento sobre o mundo então quem vai emancipar o feminino não é o masculino quem vai emancipar o o quem vai destruir o racismo no Brasil são as pessoas que sofrem um racismo pretos e pretas Esses são os sujeitos para usar um termo que muita gente não gosta mas às vezes falta algum né os protagonistas da sua libertação não é nós brancos né como no meu caso tá eh eh nós o máximo que podemos fazer estar desse lado nos posicionando nessa luta somando essas essa luta com eles e elas né
Portanto o protagonismo é sempre né das pessoas e dos grupos oprimidos pois não eh Jane Ok então como relacionar consciência política frente a ensinamentos tão super estruturais da educação propostos também na Pedagogia da Esperança tá veja eh como relacionar eu fiz uma anotação aqui pera aí será que eu eu tirei essa questão mas tudo bem Podemos fazer né ã primeiro eu acho o seguinte né Eh quem fez a questão aí a Larissa eh eu eu eu entendo se se você tiver falando de conhecimentos super estruturais no sentido marxista a superestrutura diz eh respeito àquilo que
está acima da estrutura da da da infra da estrutura e da infraestrutura né então por exemplo a dimensão ideológica a dimensão jurídica né a dimensão política dentre outras né que são eh é o em grande medida o mundo das ideias não é isso eh não sei se exatamente essa é a sua pergunta por isso que eu tô partindo desse pressuposto eh o Paulo freir toca na questão da das ideias sim ele toca na questão da superestrutura sim né mas a base do pensamento Paulo freir não é esse não né a base do pensamento Paulo freira
é materialista sim né eu falei com o Ribamar e depois eu vou deixar para vocês disponibilizado alguns textos que eu não eh propus quando me solicitaram né entregar o material e dentre esses textos tem um que eu escrevi com o meu Eh o meu orientando de de pós dooc a gente não fala orientação em pdoc né fala de supervisão mas o o Carlos cam Camacho né que é o Paulo Freire O materialismo histórico e aí analisando o materialismo histórico analisando a presença do materialismo histórico de pa em Paulo Freire a partir de uma obra só
não em toda a obra O livro chamado ah eh extensão ou comunicação é uma pergunta o livro Paulo freiro faz faz crítica inclusive ao conceito de extensão nesse livro então mostrando que a base do Paulo Freire é um mundo concreto a base do Paulo para o Paulo O Paulo pensar a sua pedagogia são as relações concretas da sociedade O Paulo freir não pensa uma escola ideal por isso ele não pensou uma alfabetização ideal Paulo Freide não sentou no seu escritório para pensar um método de alfabetização para pessoas adultas não ele foi na base empírica na
base material Nas condições materiais então a pedagogia do oprimir e a pedagogia da esperança não são reflexões que ficam no campo da superestrutura sim elas reconhecem a superestrutura como eh eh uma dimensão da da eh das expressões de dominação mas a base de dominação que o Paulo Freires se sustenta é a base material é T de tradição marxista sim né Eu gosto de usar um termo né que o Robs BA que tá aqui do meu lado né coletan de livros dele usa né porque às vezes fica aquele negócio né marxista marxiano e e várias correntes
e tal ele fala eu prefiro me situar eh como um pesquisador da na tradição de Marx então é aí que o Paulo Fe se sustenta também né na Perspectiva materialista portanto eh a a a consciência política para o Paulo Freire não se dá no campo da ideologia ela se dá no campo das relações e portanto da educação e da prática social né Eh que que opera numa dimensão coletiva daí que não seja possível na Perspectiva do Paulo Freire alguém se conscientizar simplesmente lendo livros tá porque a consciência implica inclusive um compromisso né Eh com com
a própria sociedade portanto implica a Praxis nessa visão freiriana Olha só vamos lá né já que foi provocado a onde onde Paulo Freire e B Hook se encontra e se separa com relação à educação libertadora aham tá vamos lá eh primeiro lembrando um contexto aí né a o Paulo Freire é uma referência da B hooks né A Bel rooks faleceu ano passado né E ela era ela é né uma das mais expressivas militantes do movimento feminismo negro feminismo negro nos Estados Unidos e no mundo né ao lado de Angela Davis né e e outras né
grandes mulheres ela narra no livro ah ensinando a transgredir aliás um livro que que homenageia o Paulo Freire porque ele tem um subtítulo de um livro do Paulo Freire se chama ass ensinando a transgredir dois pontos educação como prática da Liberdade ela narra exatamente o encontro com Paulo Freire AB hooks vai dizer que eh até aquele momento lá no começo dos anos 70 ela não tinha encontrado nenhuma corrente pedagógica que a satisfizesse do ponto de vista de alimentar eh sem restrições né digamos assim a sua luta feminista né e a perspectiva de feminismo por quê
Porque na opinião dela todas as leituras que ela tinha feito até então e as Propostas é então inclusive socialistas de de pedagogia eram propostas de libertação brancas né Eh masculinizadas e masculina então ela vai dizer que eh portanto e eh eh né patriarcais ela vai dizer que o encontro com Paulo Freire virou uma chave né mudou o pensamento que a Bel hooks tinha de pedagogia e foi aí que ela se identificou com uma corrente embora ela inclusive tenha feito críticas a a questão novamente né Eh da linguagem eh machista né que o Paulo Freire ainda
eh mantém na Pedagogia do Oprimido né Eh essa coisa que a gente já falou em outros momentos aqui mas na verdade Bell hooks eu acho que ela se aproxima muito mais do que ela se distancia do Paulo Freire aliás essa essa essa essa aproximação ela está tanto no eh ela é corroborada e por grupos que estudam Paulo Freire e Bel rooks vou dar um exemplo na França na sorbone tem um Instituto Paulo Freire eh lá onde aconteceu inclusive um dos encontros internacionais do fórum Paulo Freire lá o Instituto se chama Bel Hook Paulo Freire né
dada essa proximidade mas tem um separei um depoimento de Bel hooks aqui em que ela fala um pouco disso né ela vai dizer Olha perdão quando encontrei a obra de Freire bem num momento da minha vida em que estava começando a questionar profundamente a política da dominação o impacto do racismo do sexismo da exploração de classe e da colonização que ocorre dentro dos do próprio dos Estados Unidos me senti fortemente identificada com os Camponeses marginalizados de que ele fala e com os meus irmãos e irmãs negros e negras meus camaradas da guineé abissal E aí
ela vai dizer ela vai dizer que o uma uma um uma epígrafe de Paulo Freire que ela inclusive diz que tava inclusive descontextualizada se tornou para ela uma espécie de mantra ela vai dizer assim olha quando Paulo freir disse não podemos entrar na luta como objetos para nos tornarmos sujeitos mais tarde ela diz que a essa posição né ela falou assim essa experiência posicionou Freire na minha mente e no meu coração como um professor desafiador cuja obra alimentou minha própria luta contra o processo de colonização e mentalidade colonizadora agora é importante a gente lembrar que
né o Paulo fre a Bel Hook ela vai dar uma contribuição muito grande para o Paulo fre perceber os processos de dominação por meio da interseccionalidade então classe raça e Sexo né a sociedade estruturalmente ela tem outras formas de dominação mas n não podemos resumir a forma de opressão e a forma de dominação à sociedade de classes ela comporta sim a dominação sexual A Dominação racial né Isso tá muito bem colocada por colocado né por vários estudos então eu eu acho que há muito mais aproximação de Paulo Freire com B hooks do que distanciamento agora
eh A grande preocupação da Bell hooks é mais o debate mesmo do feminino né do do do feminismo perdão e não da educação como um todo embora ela também trate dessas questões mais gerais da educação pois não jan é Ok professor nós temos aí mais uns 15 minutos e quatro questões e o que que você da gente ler as quatro questões e e falando ou como que você prefere é eu eu o nosso tempo é meio-dia né eu faço um esforço para para pode ler uma por uma e eu faço esforço de tentar objetivamente responder
cada uma delas de uma maneira mais breve pode ser pode então vamos lá né o conceito de humanização de Paulo Freire deve estar ancorado uma concepção antropológica que concepção é essa o que Paulo freira entende por humano é de certa maneira eu já toquei nessa questão né Eh o tempo inteiro na obra do Paulo Freire nós vamos ver né o Paulo Freire falando Ah de que a o ser humano ele é inconcluso né Portanto ele tá em busca de ser mais ele é incompleto ele precisa da do outro da outra né ele é in acabado
e portanto ele busca perfeição também nesse sentido é o ser mais né E então a perspectiva antropológica de Paulo Freire ela vai eh el está em diálogo com a perspectiva ontológica de Paulo Freire né Eh que é exatamente eh a perspectiva lucax Siana da do da ontologia do ser social aliás eu tô com um livro aqui né do lucx Ah não isso aqui é a filosofia da Praxis mas tem um livro aqui dele sobre a ontologia um grande obra tá aqui ó né Jorge Lucas né ontologia do ser social e que é uma base também
para a estruturação do conceito antropológico de Paulo Freire né Eh salientando que a noção antropológica para o Paulo Freire ela é tão forte que educação é praticamente sinônimo de Cultura em Paulo Freire lembrando lá né os círculos de Cultura não círculos de sala de aula né Eh eh os movimentos de cultura popular Aliás quando Paulo Freire vai ao no seu próprio método de alfabetização né ele não vai trabalhar com palavras isoladas ele vai trabalhar com es existenciais da cultura quem conhece aquele trabalho que o Paulo freir fez que tá descrito em educação como e educação
como prática da Liberdade pode observar as situações existenciais lá né em que o o autor na verdade os o o quadro original era do grande artista Francisco brenan no livro foram outras pessoas que desenharam né mas as telas foram pintadas pelo grande artista clásico recifense um dos maiores brasileiros né Francisco brenan situações de existência né então tem lá por exemplo um indígena eh com arco e flecha caçando um pássaro né Tem um camponês cavando um poço né Tem um vaso e aí essas imagens São problematizadas né pela equipe do Paulo Freire nos processos de alfabetização
então eh o Paulo freir tem um reconhecimento né Eh de que eh todas as contribuições culturais ele não trabalha com esse conceito de defasagem cultural né mas que todas as contribuições culturais elas são relevantes e elas precisam ser levadas em contas para qualquer projeto de educação podemos entender a reflexão de Paulo Freire como a síntese do movimento eh de de cultura popular ou como movimentos separados isso veja o Paulo Freire ele trabalhou e ele ajudou a construir os movimentos de cultura popular que inclusive surgem espontaneamente depois eles são subsidiados pelo governo né Eh lá de
Recife eh puxa Esqueci um grande eh que foi governador de Recife e foi Prefeito perdão governador de Pernambuco e prefeito de Recife é um político clássico do do do socialismo no Brasil né mas ele vai financiar essa campanha dos movimentos de cultura popular né Eh e o Paulo Freire Vai coordenar esses movimentos de cultura popular e como eu disse esses movimentos serão base né Eh para a formação do Paulo Freire né eles vão esses movimentos vão educar muito Paulo Freire né eram movimentos formados né Por jovens estudantes de diversas áreas da Medicina do direito da
psicologia da antropologia da história eram equipes multidisciplinar que eh inconformadas né com com o o absurdo do analfabetismo no Brasil que chegava 50% perdão até mais de 50 51% naquele contexto eh e críticos ao modelo de educação colonialista que ainda se estabelecia no Brasil vi aliás né Valeria uma pergunta interessante né até quando vai o modelo colonialista de educação no Brasil até quando né até quando esses conhecimentos que nós ainda trabalhamos na escola são derivados né são eh eh eh eh criados né Por esse processo por esse sistema de Educação colonialista do Brasil Então esses
jovens inconformados com esse eles vão propor uma outra coisa por isso a aquilo que era a escola para eles não tinha o menor sentido né era a escola para opressão era escola para reprodução era escola para dominação né o círculos de cultura era antítese e o Paulo Freire vai aprender muito com isso mas a pergunta vai né são movimentos separados na formação do Paulo Freire esse movimento tá faz parte mas o Paulo Freire depois ele vai para outras experiências Lando que ele sai do Brasil em 64 por conta do golpe militar e esses movimentos de
cultura popular são movimentos próprios da do Brasil do nordeste brasileiro mas ele vai vivenciar vai levar também essas experiências inclusive o método ou melhor né vamos chamar assim a técnica né no sentido eh mais objetivo do termo da a técnica do ciclo de Cultura ela é levada para vários lugares onde o Paulo Freire Vai desenvolver inclusive alfabetização como no caso de GB pois não a próxima Governador Miguel Arrais e o quem quem expandiu isso na gestão dele né do governo do governo do Miguel isso isso mesmo Miguel Arrais lembrou muito bem É isso mesmo grande
Governador muito conhecido sim né até T falando do mito né o mito Miguel arra Mas vamos lá né temos nesse horário vai vão fugindo os nomes Ah mas é porque a gente tá com poucas referências né de político assim com a como o Miguel Arrais então às vezes a gente até esquece eh como os diálogos epistemológicos com saberes ancestrais podem contribuir para a transformação e decolonização do espaço Universitário promovendo uma educação mais inclusiva e plural Eita pois é também um um outro tema de certa maneira a gente tangen mas eu diria o seguinte né Eh
a universidade ela por mais que ela tenha eh se ampliado nesses últimos nessa última década no Brasil por conta das das políticas sociais mas ela ainda continua sendo um lugar de Elite né se a gente pensar da pós--graduação ela quem tá na pós-graduação hoje corresponde a 0,6 Olha só 0,66% não chega a 1% das pessoas que chegam ao mestrado e doutorado isso é mais elitizado do que a o o clero na época eh da Revolução Francesa o clero correspondia se eu não me engano a dois p75 né ou ou a 1.75 do percentual da da
como classe social né na na na na transição da era moderna para contemporânea antecedendo as revoluções e a Revolução Francesa então nós vivemos num num num é é num num lugar muito restrito né E esse lugar restrito na academia ele é um lugar colonizado Sim nós não po não ter medo de falar né porque veja Ah o nosso conhecimento eh sistematizado na universidade fora da Universidade que chega a educação básica e tudo mais são conhecimentos relevantes são conhecimentos relevantes e tudo mais agora Onde é que estão os conhecimentos dos outros povos Onde é que estão
as outras filosofias Onde é que estão as outras abordagens artísticas Onde é que estão ah os nossos referenciais pretos e pretas da literatura brasileira da filosofia preta no Brasil né Eh Ou indígena né só para citar alguns quer dizer eh não estão por que não estão porque as nossas matrizes continuam fincadas numa educação colonizada isso que é verdade né Eu recentemente tive experiência e eh eh veja né Eh de ir na na na num debate na Colômbia né E aí era um debate sobre educação libertadora estavamos lá as referências todas que estavam colocadas lá só
Paulo Freire e e um dos educadores presentes lá eh que eram eh eh eh da América Latina todos os outros né distantes da educação libertadora da América Latina embora o tema fosse esse né Eh portanto Ah falar da ancestralidade significa o quê ir sim né nas matrizes pretas nas matrizes eh eh indígenas no caso do nosso Brasil né Eh e portanto abrir esse espaço para que possamos estabelecer um diálogo com a com as outras perspectivas sobre os problemas de nossa sociedade então eh quando nós falamos aqui de Airton kenac né quando falamos né Eh de
nego Bispo onde é que esses autores estão inseridos em alguns lugares específicos guetos específicos mas eles não estão eh no objetivamente né nos planos eh das nossas universidades né em geral tá muito bem próxima questão então podemos compreender a pedagogia bilingua de estudos como uma pedagogia contah gemn Isto é um gesto de resistência de um grupo minorizado e Oprimido contra hegemonia imposição da LP em relação a a Libras veja eh a pedagogia bilingu de de surdos né Por ser marginalizada ou estar à margem né E nesse sentido ela está oprimida Sim ela representa um contexto
de luta contra hegemônica né Eh Então nesse sentido ela é também uma pedagogia contra-hegemônica agora importante pensar que não basta ser uma pedagogia eh oprimida para ser contra-hegemônica a meu ver né É preciso que a contrahegemonia esteja colocada como um propósito Então se a pedagogia bilíngues de surdos né ela se coloca Contra esse domínio né Eh da da da da do monopólio do do ou do ou do único propósito né de dos espaços serem ocupados pela língua portuguesa falada né E ela se opõe a isso se coloca como uma necessidade um direito né de eh
eh eh de que essa essas outras pessoas têm a dizer e elas têm uma própria linguagem para isso sim né Elas são consideradas contra hegemônicas Então ela não pode ser esvaziada desse caráter político a meu ver né Não estou dizendo que seja tá bem é eh muitas colaborações né muitas eh perguntas riquezas Relembrando aí que eu olhei aí no chat a algumas mudanças ocorreram de fato as perguntas PR os convidados e convidadas elas são enviadas pelo formulário que se encontram no site do stad sted BR assim como o Ribamar informou desde no começo eh eh
E no meio no intervalo né Então até a terça-feira à noite nós recebemos as perguntas da aula da quinta para sistematizar e encaminhar pro para o responsável né do tempo abre para elaborar porque também somos é classe trabalhadora né professor universitário é classe trabalhadora alguns às vezes não tem a impressão de que é mas temos outras demandas então é um tempo que a gente eh negociou né com os convidados para poderem eh né alcançar e ser respeitoso tanto com convidado convidada como também com quem eh enviou as perguntas até a terça-feira tá então agradeço mais
uma vez a participação de todos aí né daquelas pessoas que eu não mencionei de Pelota Jacarezinho anicos Pernambuco né o grande Paulo Freire aí com suas experiências E aí já encaminhando paraas nossas palavras finais né então Eh além de relembrar próxima aula né continuando com essa mesma dinâmica e passar a palavra para o professor né dar suas últimas considerações em relação a ao nosso trabalho ou ao seu trabalho trabalho do Paulo Freire e logo em seguida para quem ainda está esperando né como combinado o QR Code da presença né que vai ficar sempre no final
da nossa aula e que a classe trabalhadora mesmo que não possa assistir agora né Eh eh de forma síncrona tem uma semana para poder assistir e contabilizar a sua sua presença então Professor Mais uma vez agradeço a disponibilidade né de compartilhar conosco sua Sapiência E sua generosidade de trazer questionamentos eh sobre a obra do trabalho sobre a obra do Paulo Freire e essa peculiaridade também né Eh dos contextos de produção dos seus livros então Eh com você Muito obrigado quo te agrade ser sinceramente pela sua coordenação do seu trabalho a sua paciência eh também aqui
né de lidar com várias demandas nesse momento agradecer a equipe técnica toda Ribamar eh zeso mais uma vez e dizer o seguinte né Nós temos um Horizonte comum das pedagogias contra-hegemônicas eu acho que a pedagogia histórico crítica ela se coloca também nesse grande Bastião de luta junto com Paulo Freire pra gente construir uma outra educação eu vejo que há um diálogo possível e muito profico né Eh também entre eh essas abordagens e são abordagens que marcaram a minha formação tanto uma quanto outra né e e que eu acho que elas devem ser também objetos de
continuamente de estudos e sobretudo de práticas né que é o que a gente precisa também para Nossa educação Obrigado a todos e todas e fico à disposição agradeço S temos muitas leituras para fazer com as indicações que o professor nos deu né então Eh compartilhando aí o o qu code né da nossa presença então o formulário está Já já disponível também entre vocês e aproveitando dar um abraço aí para Vera benzo lá de Campo Grande Grosso Eh é bom vê-la por aqui mesmo que virtualmente e também eh a professora Lenilda da UFPB que curiosamente eu
fui professora do filho dela então olha como o mundo é maravilhoso né então agradeço aí a presença de todos e todos e nosso bate canal no próximo eh próxima quinta-feira no mesmo horário nesse nosso coletivo né então nós temos toda a agradecer imensamente a participação e o trabalho coletivo de todos tanto da técnica como dos colaboradores eh na organização desse curso então um abraço a todos e todas e até a próximo encontro [Música] k [Música] [Música] s [Música] [Música]