Em maio de 2013, Sir Alex Ferguson anunciou sua saída do comando do Manchester United da melhor maneira possível, ganhando o campeonato inglês pela 13ª vez. A intenção dele era construir um legado a ser seguido pelos próximos treinadores para que mesmo sem ele o United continuasse vitorioso como nos tempos do seu reinado. Porém avança 12 anos no tempo e o Manchester United tá em ruínas. Diversas passagens desastrosas e conturbadas de técnicos pelo clube, crises seca de troféus importantes e uma bagunça completa que vai desde a direção do time até o vestiário. Mas afinal, o que aconteceu
para um clube tão vitorioso e dominante na Inglaterra, favorito nas competições que disputava, passar a ser visto como chacota pelos adversários e como cemitério de jogadores pelos talentos que desperdiça? Hoje a gente vai passar por tudo que aconteceu dentro e fora do clube para essa caída tão brusca do gigantesco Manchester United. E a gente não vai jogar a bucha inteira em cima de jogadores e treinadores. No United o buraco é bem mais em cima. A maneira mais fácil de começar a contar essa história é justamente lá em 2013. Fergson se aposenta ganhando taça. E pro
seu lugar é contratado o treinador David Moise, sendo sua passagem no United o começo do desastre. Porém, se essa é a forma mais fácil de contar a história, talvez não seja a melhor. Isso porque seria um desserviço a todos os envolvidos e acabaria ocultando os principais e verdadeiros problemas do clube nesse período. Para contar da maneira certa, a gente tem que voltar para 2005, quando tudo começou por causa de um cavalo. E eu não tô brincando. Um bom tempo atrás, o Alex Fergon se interessou por criar cavalos para eles serem explorados ali em corridas. E
um dos seus melhores era o Rock of Gibraltar, a lasão que ganhava competições e tudo mais. O Fergson gostava de ganhar até com cavalos. Doideira. Acontece que esse cavalo pertencia à dupla John Manier e JP McManis, empresários irlandeses muito poderosos e que em determinado momento tinham uma amizade com o Ferguson, adquirindo também cada vez mais e mais ações dentro do próprio Manchester United. O problema é que em certo momento começou a haver uma disputa sobre quem de fato era o dono do cavalo, o Sir Alex ou a dupla. E assim eles entraram numa batalha judicial
que levou também os empresários a tentarem até demitir o Fergson do comando do Manchester United. Depois de um período de brigas, a força do técnico escocês acabou se demonstrando maior e assim essa dupla irlandesa resolveu pular fora e vender as suas ações no clube, o comprador Malcon Glazer, representando a família Glazer. Eles já possuíam ações do Manchester United e foram comprando cada vez mais e mais, até que essa última compra permitiu então que os Glazers adquirissem 98% das ações do Manchester United em junho de 2005, se tornando assim, sem sombra de dúvidas, os donos do
clube. Isso gerou muita revolta e um dos principais motivos foi a forma pela qual os Glazers compraram o clube. Basicamente, eles pegaram empréstimos, colocando ativos do próprio Manchester United como garantia. E é um pouco mais complexo do que eu vou falar agora, mas simplificando, eles pegam esse empréstimo e depois usam dinheiro do próprio Manchester United para pagar o empréstimo. Pro bem ou pro mal, quando um bilionário compra um clube, geralmente o que a gente vê é o cara fazendo esforços ali para quitar as dívidas. No caso do United, o clube tava zerado e era um
modelo de negócio pros outros, mas a partir dali se viu endividado e tendo que pagar por um empréstimo que tinha sido usado para comprar o próprio clube. Aos olhos dos torcedores, isso é um absurdo. E eventualmente o clube parou de pagar esse empréstimo e começou a pagar então dividendos pra própria família Glazer. E é bom ressaltar que algumas dessas práticas são absolutamente comuns aí no mundo dos negócios, né? Quando a gente tá falando de empresas que tão aí para isso mesmo, para fazer dinheiro. Só que no esporte as coisas são diferentes. O Manchester United não
é uma empresa sociedade anônima, de capital aberto, cheia de engravatados ali, sem alma. Pelo contrário, o Manchester United é a alma de milhões de pessoas em Manchester, na Inglaterra e no mundo. Quando você usa abusa de um clube de futebol, de certa maneira você tá usando e abusando dos torcedores daquele clube, daqueles que apoiaram a instituição a vida inteira. E a torcida sabe disso. Desde o primeiro dia da aquisição, torcedores Red Devils protestaram inclusive de maneira bem forte contra os novos donos e contra a maneira pela qual a aquisição foi feita. Porém, no futebol existe
uma coisa chamada sucesso. E o sucesso ele vem na frente de qualquer outra coisa e qualquer outro sentimento. Então, mesmo que alguns protestassem, se o clube continuasse ganhando e vencendo, certamente a torcida esqueceria esse problema, ou pelo menos ficaria mais tranquila em relação a ele. E nesses anos, desde a compra do United pelos Glazers até a saída do Ferguson, de fato, o clube continua disputando e ganhando os principais troféus, inclusive chegando em três finais de Champions entre 2008 e 2011 e culminando com aquela última Premier League vencida pelo Fergson no seu ano de despedida. O
senhorzinho é um dos maiores técnicos da história e não é à toa. Ele tinha o elenco e o clube na mão, sabendo navegar essas instabilidades com maestria. E agora sim, a gente chega em maio de 2013, quando é feita a passagem de bastão pro novo treinador David Moy. Num dos capítulos mais pavorosos do Manchester United desde então, junto do Moise, outra chegada importante e que marcou o que seria esse novo Manchester United foi a do Ed Woodard, que assumiu como vice-presidente do clube, ficando também a cargo de comandar o United no mercado de transferências. Só
que isso foi visto como muito esquisito por um motivo. O Ed não tinha nenhum traquejo no futebol. Ele é um contador e a sua experiência até então tinha sido no lado financeiro do clube e não lidando com os jogadores e transferências. Então, muito por isso, a primeira janela pós Ferguson foi um desastre completo. A ideia era trazer reforços de peso e assim os caras tentaram comprar Gareth Bale, então estrela do Tottenham, durante boa parte da janela de transferências, mas ele acabou indo pro Real Madrid. Depois tentaram o meia Thiago Alcântara, então no Barcelona, mas ele
fechou com o Bayern de Munique. Aí tentaram e tentaram três vezes o Sesc Fábricas, mas o Barcelona foi irredutível e o Manchester United ficou sem o espanhol. No final das contas, chegava ao fim a primeira janela de transferências pós Fergon com apenas uma contratação, Felin. E mesmo essa única contratação escancarou a forma amadora como a janela de transferências tinha sido conduzida. O United tinha feito uma proposta dupla pelo Felaini e pelo Layton Bes ao mesmo tempo, os dois do Everton, por 28 milhões de libras. Mas eles estavam tão sem moral no mercado que acabaram levando
só o Felain e por 275 milhões. Como se não bastasse, o próprio Felin tinha uma cláusula de rescisão no valor de 235 milhões e de libras que inspirava em julho. E a total incompetência da diretoria se traduziu no fato de que eles ficaram tentando negociar, perderam a janela de ativação da cláusula e levaram o Felain no desespero no finalzinho da janela, por mais do que ele valia. Um roteiro digno de piada e que daria o tom do que seria a temporada do Manchester United, cheia de recordes, mas pro lado negativo. Se o Old Trafford com
o Ferg era o teatro dos sonhos, com Mois viraria o Teatro dos Pesadelos. Na Premier League, eles perderam dentro e fora de casa pro rival Liverpool, tomando 3 a 0 em pleno Old Trafford. também tomaram a dobradinha pro rival City, 4 a 1 fora de casa e outro 3 a 0 em casa, digno de uma peça de tragédia. Também no Teatro dos Sonhos, o Manchester United perdeu pro W Bromit, algo que não acontecia desde 1978 e o Moys ainda conseguiu a façanha de perder os dois jogos contra o seu ex-time, o Everton, com o detalhe
de que foi a primeira vitória dos Toffs em Old Trafford em 21 anos. O David Mo tinha passado mais de uma década no comando do Everton, tentando vencer o Manchester United na casa deles e agora ele tinha conseguido, mas como técnico do próprio Manchester United. O experimento David Moys foi um fracasso e depois da derrota pro Everton no Goodson Park, que contou até com a morte dando as caras ali no estádio, o escocês foi demitido depois de apenas 10 meses da sua contratação. E o pior, David Moyes tinha sido escolhido a dedo pelo próprio Fergon
para sucedo. Sem comando, com elenco decadente e com casos de indisciplina, o Manchester United terminava então a Premier League em sétimo lugar, a sua pior posição desde 1990 e ficava de fora da Champions pela primeira vez desde 95. A ideia é que o Moise, de repente fosse o novo Fergusson, ficando por muitos anos e ajudando a trazer glórias pro clube. Mas no final das contas a realidade é que Mois fez do Manchester United um novo Everton, um gigante que já tinha vivido dias melhores. Em maio de 2014, o Manchester United anuncia então Luis Vangal pro
comando técnico. O experiente treinador holandês chegou agora sim com vários reforços para tentar impedir esse barco de afundar. Ander Herreira, Daily Blend, Radamel Falcão e a grande contratação da janela Angel de Maria, que se tornou na época a contratação mais cara a chegar no futebol inglês. Mas nada disso deu certo. O futebol ofensivo que a torcida se acostumou a ver com Alex Ferguson virou o chato Manchester United, que tocava a bola no campo de defesa, no ritmo sonolento, que nem sempre dava resultado, como quando o Modesto MK Dons meteu 4 a 0 no United pela
Copa da Liga com Will Grig metendo dois gols antes mesmo de pegar fogo. E se você tem idade para lembrar do Will Griggs on fire, deixa nos comentários que ele merece só por esse gol de peito aí, né? Mesmo perdendo de 3 a 0 do Everton, que se tornava uma espécie de novo carrasco do Manchester United, um quarto lugar na Premier League e a classificação para Champions já era uma melhora em relação ao que tinha sido David Moyes. E assim foi dado ao Vangal mais uma temporada no comando do clube, só que os problemas já
começavam a aparecer. Não é novidade que o Vangal sempre foi um treinador com um temperamento difícil. é um cara que no passado já brigou com jogadores como Rivaldo e vários outros caras que também não foram nada gentis ao falar dele. E no United não foi diferente. Depois de não corresponder ao que era esperado, Di Maria foi vendido pro PSG apenas uma temporada depois de ser a contratação mais cara do clube e eventualmente chegou a dizer que Vangal foi o pior treinador com quem ele já trabalhou. Depois do mercado de transferências anterior ter sido um fracasso,
o United se reforçou com mais nomes, como Schneiderlan, Marcial, Memphis e até o Schweinsteiger, numa estratégia que parecia que o United estava atirando para todo lado, com eventualmente nenhum desses reforços dando retorno esperado. O Schweinsteiger, inclusive veio como um jogador extremamente experiente e vitorioso, mas logo chegou a ser criticado pelo próprio amigo Vangal por não estar no seu melhor. Na Champions League, o time foi eliminado ainda na fase de grupos e num grupo que inclusive não era dos mais difíceis, né? Enquanto na Premier League ficou em quinto lugar naquela temporada em que o Licester foi
campeão. E a grande surpresa foi a conquista da Copa da Inglaterra para cima do Crystal Palace na prorrogação. Mas mesmo com o título, o Vangal caindo no gramado acabou virando uma premonição e assim ele foi demitido no final da temporada, dois dias depois de levantar a FA Cup. E o pior é que ele foi publicamente dizer o seguinte: Imagina pro torcedor do Manchester United acostumado com uma dominância na Inglaterra e os tempos de glória vê tudo ir por água baixo e o novo comandante dizer para eles que a nova realidade era que o United não
era clube para mirar tão alto assim. Era um sinal vermelho de que alguma coisa tava errada. Mas será que era o treinador errado? O Manchester United tinha tentado o stable one, falhou, o Boring One também não rolou e agora tentava mudar sua sorte contratando o Special One José Mourinho. A toada no mercado de transferência seguiu mais ou menos daquela maneira. O Memphis e o Schneider Lan saíam por bem menos do que custaram, enquanto o clube gastou mais uma nota para trazer caras como Mctarian, o zagueiro Baile e então a contratação mais cara do futebol mundial,
Paul Pogba. Mas mesmo com toda essa grana investida, a melhor contratação acabou sendo um cara que chegou de graça, um já veterano Ibrahimovic que desandou marcar gol e salvou a equipe várias vezes antes de se machucar, enquanto alguns dos mesmos problemas das temporadas anteriores retornavam um futebol defensivo e que às vezes buscava soluções simplistas, como por exemplo o volante Felaini, que muitas vezes vinha do banco para entrar no final do jogo como um atacante alto para tentar marcar gol de cabeça. E olha que ele conseguiu e deu certo muitas vezes naquela temporada, o Manchester United
perdeu de novo pro City em casa e tomou uma cachaapant 4 a 0 no retorno do Mourinho a Stanford Bridge, terminando a Premier League na sexta colocação. Mas a situação só não foi pior por conta da Europa League. O United foi avançando e avançando até vencer o Ajax na final, voltando finalmente a conquistar um troféu importante. Eles já tinham ganhado também a Copa da Liga na mesma temporada com gol do Ibra no apagar das luzes, o que é considerado o menor troféu na Inglaterra. Uma Europa League e uma Copa da Liga podem ser suficientes para
outros clubes, mas pro colosso que é o Manchester United, certamente não era. E pra próxima temporada, os velhos problemas de gestão voltavam a aparecer. Com as muitas lesões do Baile, o Mourinho queria um zagueiro. Em determinado momento, o Van Djik ficou bem próximo dos Red Devils, mas a diretoria preferiu economizar e ao invés de trazer a solução, que era o Van Dik, se contentou com Victor Lindelof. Outras fontes dizem que foi o próprio Mourinho na época que rejeitou o Van Dije, dizendo que não precisava de ninguém pra posição, só para depois voltar atrás e pedir
um zagueiro. No meio da confusão e decidir se me disse, obviamente, o maior prejudicado foi o próprio Manchester United que perdeu uma contratação que depois se mostraria ali como um dos melhores defensores da última década. A ideia era de que o Manchester United tava numa situação complicada, afundado em dívidas desde aquela aquisição dos Glazers e assim tinha que economizar nas contratações. Aparentemente não tinha então grana para um zagueiro top como Van Dije, mas tinha para gastar quase 90 milhões de libras no Lukaku e contratar o Alexis Sanchez, tornando ele o jogador mais bem pago da
Premier League na época. Ou seja, dinheiro o clube tinha, ele só tava sendo severamente mal gasto. E hoje a gente consegue ver mais claramente que esses caras não deram certo no Manchester United. E talvez seja fácil falar, sendo que na época foram sim grandes contratações e que geraram muita expectativa. Porém, mesmo assim uma delas é muito emblemática, porque o Alexis Sanchez era um dos melhores jogadores do Arsenal, foi pro Manchester United com Pompa, mas chegou a revelar que se arrependeu de assinar com o clube no momento em que ele pisou no CT pela primeira vez.
me di cuenta muchas cosas y creo que después del entrenamiento llegué a mi casa y le digo a mi familia le digo a mientante no se pue al contrato volver alen y se a reo digo algo que no me quadra algo que não me parece bueno imagina como é que não deveria o clima dentro do Manchester United se o cara que acabou de chegar para ser o jogador mais bem pago do campeonato foi apresentado com pompa e assim assim que saiu de lá no seu primeiro dia de trabalho, estava com um gosto amargo na boca,
com a sensação de que algo errado não tá certo. Na Premier League, o United fez a sua melhor campanha em anos, começando amassando os adversários e terminando na segunda colocação, mas ficando bem atrás do vencedor City, né? Foram 19 pontos. Então, chamar de briga pelo título seria um exagero, mesmo que tenha sido aquele City imparável que marcou 100 pontos na tabela na Champions League. Dessa vez passou da fase de grupos, mas caiu logo nas oitavas pro Sevilha em mais uma derrota decepcionante em pleno Old Trafford. Se o estádio tinha aquela magia nas grandes decisões, nos
grandes jogos com o Sir Alex Ferguson, desde que ele foi embora, essa magia também desapareceu. E para piorar, novos problemas de relacionamento surgiram. Mourinho e Pogba se desentenderam em um treinamento em mais uma amostra de como o clima lá dentro estava terrível. E aí o clássico José Mourinho deu as caras. No começo da temporada 1819, numa derrota de 3 a 0 pro Tottenham, mais uma vez em pleno Old Trafford, o Mourinho estava próximo de Coringá e numa coletiva de imprensa, então ele deixou aquela famosa e enigmática mensagem antes de ir embora. Maners, a mensagem era
clara. Me respeita não o Manchester United que ganhava tudo, mas estava na seca desde 2013. Respeita eu. O Mourinho era claramente uma ruptura com o clube de certa maneira, porque o Mourinho, antes de defender o Manchester United foi defender a sua própria pessoa publicamente e para essa sua defesa, ele usou seus três títulos de Premier League, sendo que nenhum dos três foi conquistado pelos diabos vermelhos. E com a situação indo de mal a pior, aconteceu o que todo mundo poderia imaginar. Em dezembro de 2018, no meio da temporada e longe das primeiras posições na tabela,
José Mourinho foi mais um dos treinadores demitidos pelo Manchester United. Só que para encerrar a temporada, o que era para ser uma medida provisória, acabou trazendo pro Manchester United a primeira faísca de esperança em um bom tempo. A chegada de Olegana Soer como treinador interino foi um sucesso tremendo. Ele foi um jogador importante do United no passado, fez o gol do título da Champions em 99, então a conexão dele com o clube ajudou muito nesse momento turbulento. E a estreia com uma vitória de 5 a 1 para cima do Cardiff também marcou a primeira vez
que o United marcava cinco gols na Premier League desde o último jogo do Ferguson. Então esse começo deu muito moral pro trabalho dele e diferente dos seus antecessores, os recordes começavam a ser positivos. O Souer foi o primeiro técnico a vencer os seus primeiros cinco jogos desde Match Busby em 1946. Ele ficou 11 partidas sem perder, incluindo 10 vitórias, e se tornou técnico a conseguir mais pontos em seus primeiros 10 jogos de Premier League. Na Champions, o time avançou pras oitavas quando pegou o PSG de Mbappé e do ex de Maria. E mais uma vez
a fortaleza do Manchester United ruiu. 2 a 0 pro Paris em pleno Old Trafford. Mas quando todo mundo achava que já era, realmente a esperança começou a se transformar em algo a mais. Porque o Manchester United foi até o Parque dos Príncipes e com um show de Rashford e Lukaku, venceu por 3 a 1 para virar de forma inacreditável e consolidar a chama que o norueguês acendeu e dar um norte pra diretoria que parecia perdida. Meio que sem querer parece que os caras tinham encontrado o treinador certo. De repente ninguém mais queria saber de um
novo técnico, né? estava dando certo com o Souer para que mexer a lenda do clube Real Ferdinand que inclusive ainda estava jogando na época do David Moy e agora tinha virado comentarista declarou o seguinte não sei se foi exatamente assim como o Real Ferdinand sugeriu, mas a diretoria do Manchester United ficou convencida e no final de março de 2019, o Leganer Soua se tornava, então, agora de forma permanente, técnico do Manchester United. E como não dá para esse clube ter paz, esse também foi o começo da sua ruína. Antes desse papo aí, ele tava simplesmente
invicto na Premier League. Aí perdeu pro Arsenal, assinou o contrato e logo depois perdeu pro Manchester City em mais uma derrota em pleno Old Trafford, depois perdendo mais três jogos até o final do campeonato inglês, terminando em sexto na tabela. Um desses jogos, adivinha, um 4 a 0 pro Everton em Goodon Park. Os caras passaram a simplesmente odiar o Manchester United e serem um dos maiores carrascos dos diabos vermelhos depois que o Moys foi para lá. E na Champions, aquela virada incrível contra o PSG de nada adiantou, porque eles já caíram nas quartas depois de
duas derrotas pro Barcelona. De qualquer forma, paraa temporada 1920, o Soher ganhou um grande reforço e a esperança de resolver os problemas na defesa. Harry Muire se juntava ao Manchester United por 80 milhões de libras, se tornando na época o defensor mais caro da história do futebol. O começo daquela temporada não foi dos melhores, mas principalmente com a chegada do Bruno Fernandes já no meio do caminho, no comecinho de 2020, o United conseguiu arrancar uma ótima sequência na reta final e terminar o campeonato inglês em terceiro lugar. tinha se tornado coisa rara por lá, mas
pra temporada 2021 o United tava indo com o mesmo técnico. Então o Sher já tava indo paraa sua terceira temporada, ainda que a primeira tenha sido só pela metade. E essa mais uma vez foi de altos e baixos. Baixos porque simplesmente ela começa com uma derrota humilhante de 6 a 1 pro Tottenham e mais uma vez em pleno Old Trafford. Tá ficando repetitivo já. E o pior de tudo, tomando gol do Indombé e do Orrier no mesmo jogo. Pensa, mas também teve pontos altos, porque se a gente comparar com algumas das temporadas anteriores, o resto
até que foi bom, um segundo lugar na Premier League, mas de novo muitos pontos atrás do Leader City e depois avançando até a final da Europa League naquela contra o Vila Real em que o jogo é decidido depois de 22 cobranças alternadas. Literalmente chegou na vez dos goleiros baterem e o DGA perdeu, né? Um azar monumental. Só que se em campo o time apresentava uma evolução, tinha um norte ali, né? Fora dele, os donos resolveram jogar todo esse progresso por água baixo. No começo de 2021, surgem os planos de uma Superliga europeia, uma competição que
causou um reboliço danado. E adivinha? Joel Glazer, um dos Glazers, né? Era simplesmente o vice-presidente dessa iniciativa e um dos que mais insistiram para ela acontecer. Era mais um sinal de que os donos não tinham nemhum pouco de tato pro futebol. Eles estavam completamente alheios a tudo que tava acontecendo. E não à toa, depois de alguns dias de revolta intensa de torcedores por toda a Inglaterra, mas também do Manchester United, é claro, a maior parte dos times pulou fora, a Superliga morreu e os Glazers vieram a público pedir desculpas pra torcida por conta desse papelão.
E sabe o pior? No mesmo dia, por coincidência, o Ed Woodart anunciou sua saída do Manchester United ao final do ano. Supostamente não teve nada a ver com essa treta da Superliga, não, tá? Mas tentando ver um pouco por trás dos panos aí, com certeza isso foi uma cortina de fumaça pros torcedores tirarem o nome dos glazers da boca. E algumas fontes, inclusive dizem que o Ed era um dos responsáveis pela Superliga e meio que teve que tomar esse tiro pelos glazers, né? Inclusive o presidente da UEFA, o Seferin, que também não é Flor Xere,
tá? Chegou a chamar publicamente o Woodard de cobra pelo envolvimento dele na Superliga. Imagina, você consegue o primeiro momento razoavelmente tranquilo no futebol em anos. Só que aí o dono do clube é simplesmente um dos cabeças por trás de uma das iniciativas mais impopulares do futebol recente e é chamado de cobra pelo presidente da UEFA. Muita coisa num clube de futebol vem de cima e é difícil prosperar num ambiente como esse. Na sua última janela de transferências, então, o Woodard acaba decidindo fazer o contrário da primeira lá em que ele não conseguiu contratar quase ninguém,
né? Ele gastou muito dinheiro trazendo o Jadon Sancho como uma das grandes contratações da janela, o Varani para resolver o problema da zaga e a grande surpresa Cristiano Ronaldo voltando pro clube onde ele era ídolo. No papel e na época uma excelente janela, jogadores de altíssimo nível. Olhando só os nomes assim, era para ficar muito empolgado, mas como a gente já viveu o futuro dessa história, a gente sabe que deu errado. Isso porque o começo da temporada 21 22 foi pavoroso. Na Champions, uma derrota pro Young Boys. E na Premier League, o fantasma do David
Mois atacava novamente. O United perdia em casa pro Aston Villa e aí depois tomava uma goleada monumental de 5 a 0 pro maior rival, o Liverpool, em pleno Old Trafford. Depois enfrenta o City e toma 2 a 0 de novo em casa. E aí é que vem uma derrota de 4 a 1 pro Watford, que foi a gota d'água. Não teve jeito. O fogo do Souer tinha sido extinguido há muito tempo e se ele tava no volante, parece que o carro do Manchester United estava novamente a caminho do muro. Até o Real Ferdinand, que tinha
defendido que o United pagasse qualquer coisa para ele permanecer como técnico, se voltou contra o Souer e pediu a sua demissão. E assim o norueguês foi mais um demitido do comando técnico do United. A partir dali, o Manchester United tem um interlúdio, uma pausa, digamos assim, porque o clube fechou com Eric Tenh pr assumir o comando, né? Porém, ele só chegaria no final da temporada. Então, até lá, ele permaneceria no Ajax e o United teria que buscar um técnico interino. O escolhido foi Ralf Hangnick e a ideia era que ele, um experiente treinador, que também
já teve um papel bem importante como diretor do grupo Red Bull, quebrasse um galho até a chegada do holandês e depois tomasse um cargo de consultor no clube. Além disso, para substituir o Ed Woodard no cargo diretivo, chegou o novo CEO Richard Arnold. Só que assim como Woodart, ele não tinha nenhuma experiência diretamente com o lado do futebol. era um cara que trabalhava na parte comercial do clube. Então a ideia até que parecia fazer sentido. O Ralf Hangnick chegava como um cara experiente para lidar com a questão do mercado e da montagem de elenco, enquanto
esse Arnold focava mais na parte burocrática, parecia um bom caminho a se seguir. E quando chegou o Hangnick não poupou palavras para falar sobre a situação do clube naquele momento. Você não precisa de óculos para ver e analisar onde estão os problemas, mas como a gente resolve eles? Não é o bastante fazer pequenas correções cosméticas. Na medicina se chama isso de cirurgia de peito aberto, deixando bastante claro que para mudar teria que ser uma mudança radical e que as pessoas do andar de cima do Manchester United teriam que querer e aprovar essas mudanças. Essa frase,
inclusive, da cirurgia de peito aberto acabou se tornando uma espécie de profecia. Poucas palavras que resumem uma situação bem complexa, com muitos até hoje se lembrando desse pedaço de sabedoria soltado aí pelo Hangnick. Porém, no Manchester United, essa cirurgia de peito aberto jamais aconteceu e os cuidados foram no máximo paliativos. Eliminados nas oitavas da Champions e caindo bem cedo nas copas nacionais, o elenco aparentemente estava rachado. O time uma bagunça e o Hangnick não conseguiu pôr em prática o seu estilo de pressão intensa pelo qual era conhecido. Isso gerou um final de temporada extremamente amargo
e com mais humilhações. 4 a 1 pro City, 4 a 0 pro Liverpool e um 4 a 0 pro Brighton, que foi a pical para detonar Ralf, demitido com o time na sexta colocação da Premier League. E sabe aquela futura posição de consultor que ele iria assumir? Isso aí foi completamente esquecido e o clube ficou sem alguém experiente nessa área para dar as dicas pra própria diretoria que estava mais uma vez perdida. Sem a cirurgia de peito aberto, o United ainda respirava mais por aparelhos. Depois de uma era extremamente vitoriosa no Ajax, com direito àquela
famosa campanha na Champions, derrotando o Real Madrid e tudo mais, o Eric Tenh chegava com bastante pompa no Manchester United. E se a estratégia até ali era de nomes mais consolidados, experientes, ou que tinha uma conexão com o clube, a chegada do Tenh foi uma quebra desse padrão na busca por um treinador promissor da nova geração, um cara moderno que pudesse finalmente levar o clube pro futuro. E de fato, Tenh levou o clube para algum lugar, mas pro futuro que não foi. Isso porque ele conseguiu superar os seus antecessores e perdeu os dois primeiros jogos
da temporada, incluindo um 4 a 0 tomado pro Brandford, que foi tão ruim que ele cortou a folga dos jogadores e fez eles correrem 13 km no treinamento. A curto prazo, isso funcionou com vitórias do time para cima do Liverpool e do Arsenal, mas um 6 a tromado pro Manchester City deixou evidente que muita coisa ainda tinha que ser resolvida. E se a disciplina poderia ser um ponto forte, nem todo mundo achava a mesma coisa. O Cristiano Ronaldo tava bastante insatisfeito de ser muitas vezes banco da equipe e chegou a externar o seu problema com
o treinador em uma entrevista que ele deu logo antes da Copa do Mundo de 2022, dizendo que não respeitava o Tenh e que a hierarquia do clube estava afastando ele dos Red Devils. A segunda passagem do Cristiano Ronaldo no clube onde foi ídolo terminou então de maneira extremamente azeda, num retorno que não só não ampliou a sua idolatria, como manchou bastante e envenenou essa relação. Com a saída do Cristiano, o Tenhag conseguiu deixar o elenco e o clube com o ambiente que ele desejava, ou pelo menos mais próximo disso. E o United até conseguiu conquistar
a Copa da Liga e chegou na final da Copa da Inglaterra, mas um jogo em específico deu um gosto terrível para esse ano. O United perdeu de 7 a 0 pro maior rival Liverpool na maior derrota que esse clássico já viu na história. E é o maior clássico da Inglaterra. Pensa o Grêmio perdendo de 7 a 0 pro Inter ou Real Madrid perdendo de 7 a 0 pro Barcelona, o Boca perdendo de 7 a 0 pro River? Foi o primeiro grande recorde negativo do Tenh na frente do Manchester United. E sim, apenas o primeiro, o
pior viria depois. Com o terceiro lugar na Premier League e a Copa da Liga conquistada, foi dada ao Tenhrag então mais uma oportunidade de mostrar serviço e chegaram mais contratações pedidas pelo homem, Onaná, Mason Mount e Hland. Quando alguém tenta todas as soluções possíveis, a gente costuma dizer que o cara tá jogando macarrão na parede para ver o que gruda. Só que no caso de contratações e Manchester United, parece que a parede tá ensaboada. Parecia que nada grudava, que nenhuma contratação dava realmente certo. E essas consecutivas falhas em acertar nas contratações acabou sendo uma representação
perfeita do que a diretoria do Manchester United estava fazendo. Depois a segunda grande marca negativa quebrada pelo Tenh vem no começo da temporada 2324, quando o técnico holandês protagoniza o pior começo de temporada do clube em 60 anos, sendo também eliminado pro Newcastle com um 3 a 0 em pleno Old Trafford na Copa da Liga. O time também perdeu para Arsenal, Tottenham, City e Brighton. Parecia que quem quisesse três pontos na tabela do campeonato inglês era só enfrentar o United que estava garantido. Nenhum torcedor aguentava mais e começou a ficar evidente que a troca de
treinadores não ia resolver nada, que o buraco era mais embaixo. E muito crédito aqui pra torcida do Manchester United, que há muito tempo identificou isso e soube durante vários momentos apontar o dedo na direção certa e cobrar os engravatados. A situação tava tão feia que trocas no comando diretivo do clube, que normalmente passam mais despercebidas pelos torcedores, essas trocas começaram a ser acompanhadas de perto, inclusive com a possível venda do clube, passando a se tornar quase uma novela diária com dois ricaços tentando tomar conta do Manchester United, enquanto os Glazers do outro lado pareceu não
querer soltar a corda, ou pelo menos não completamente. Depois de muita especulação, em fevereiro de 2024, o empresário Jean Redcliff comprou 25% do clube e assumiu o comando esportivo do time, finalmente tirando essa parte das mãos da família Glazer. Esse é o mesmo Jean Redcliff, que alguns anos antes tinha chamado algumas decisões do United de burras, dizendo que o time gastava dinheiro errado e que ele queria corrigir isso. Obviamente uma fala promissora. Essa temporada acabou sendo mais uma de muitos erros e de momentos em que o Tenh balançou na corda bamba e que parecia prestes
a cair a qualquer momento. Enquanto ele se equilibrava entre mais humilhações e algumas boas vitórias, mesmo ficando num péssimo lugar na Premier League, a pior colocação do clube desde 1990, um alento deu uma sobrevida. O United surpreendentemente derrotou o Manchester City na final e levou a Copa da Inglaterra para casa. Tava muito claro que o trabalho dele não estava indo para lugar nenhum e alguns jornais cravavam que o Tenh seria demitido logo depois da FA Cup, mas ele ganhou e assim permaneceu por mais um tempo, ganhando inclusive uma extensão de contrato, o que na época
já pareceu insano. É como se tivesse um prédio que tá marcado pra demolição e você gastasse tempo e recurso indo lá pintar o edifício que vai ser demolido. E aqui a gente vê outro padrão que o Manchester United acabou adotando durante os anos, né? Muitas vezes o trabalho não era legal e eles sabiam que precisavam demitir o treinador, mas resolviam dar uma nova chance só para ter que demitir o cara no começo da temporada seguinte e aí contratar um novo treinador que não tinha tempo de trabalhar e nem de ter uma grande janela de transferências
para fazer uma falta de planejamento incrível. E aí botaram nas mãos do Eric Tenh comandar essa primeira janela da temporada 2425 com ele trazendo jogadores como o Yoro, o Ugart, o Delirt e o Zirk por mais de 200 milhões de euros. Além de várias saídas de jogadores que chegaram por muita grana, mas não deram nenhum retorno financeiro e nem esportivo. Assim, paraa surpresa de zero pessoas, a temporada 2425 do Manchester United começou muito mal, com uma derrota de 3 a 0 pro Liverpool em pleno Old Trafford. Em outubro de 2024 não deu para adiar o
inevitável. Tenh foi demitido, coisa de 4 meses depois de ter renovado o seu contrato até 2026. Fim de uma passagem melancólica, que bem verdade trouxe dois troféus, mas que se não fosse isso, provavelmente seria a pior de todos os treinadores pós Fergison até aqui. O Eric Tenh tretou com jogadores, tomou goleadas históricas para adversários, transformou o clube em meme e acabou deixando o elenco na 14ª posição da Premier League. Mas a esperança é a última que morre. E assim, em novembro de 2024 foi anunciado Ruben Amorim como novo técnico do Manchester United depois de um
excelente, brilhante mesmo, tá, trabalho no Sporting. A ideia era similar a do Tenh trazer um cara vitorioso no seu país, jovem, com ideias ali promissoras para ajudar o clube a ir pra frente, né, o que poderia dar errado. E o começo dele foi fantástico, porque a primeira partida foi um 4 a 0 para cima do Everton. Agora sim, em pleno Old Trafford, na sua primeira partida de Premier League, o que talvez fosse um sinal, né? Seria o fim da fase ruim do clube, derrotando o grande dragão Everton, que vinha sendo ali o carrasco do United
por muitos anos, virando a chave de vez. O grande problema aqui é que começou a ficar claro que as ideias do Ruben Amorim não eram compatíveis com o elenco que ele tinha em mãos. E na sua primeira janela de transferências, nenhum investimento de peso. E assim o time começou a ir mal demais, eliminado pro Tottenham, por exemplo, na Copa da Liga e depois encarando várias derrotas na Premier League para Arsenal, Forest, Wolverhampton, Bornemouth, Newcastle, sendo o pior começo de um treinador no clube na era pós Fergison e também o treinador do United que mais rápido
perdeu quatro partidas na história da Premier League. Então, pelo menos na questão de pontos na tabela, tudo que os treinadores fizeram anteriormente, que já tinha sido ruim, o Ruben Amorim conseguiu fazer pior. Não à toa, o próprio Ruben Amorim, muito sincero inclusive, né, um cara com uma personalidade bem bacana, foi publicamente admitir que o Manchester United dele é provavelmente o pior Manchester United da história. Só que começa a ficar esquisito, porque parece que o pior United da história é sempre o próximo, né? Quando que essa sangria vai estancar? E com o Ruben Amorim, a gente
começa a ver uma divergência muito clara entre o estilo dele e os jogadores que ele tinha em mãos. Então, no Sporting, o time jogava ali com um contra-ataque e o Dioker conseguia na base da força e da velocidade ganhar jogadas e partidas. Aí quando o time tentava fazer o mesmo no Manchester United com o Zirk Zi, falhava miseravelmente com o garoto até em certo jogo indo tão mal que foi substituído ainda no primeiro tempo e saiu vaiado pela torcida. O que é até meio óbvio, porque são jogadores com características completamente diferentes. O ZS era um
cara mais para jogar ali atrás armando jogadas, talvez até para outro centroavante do que ser um cara para ele mesmo ser o homem gol todo o jogo. Era só ter feito uma mínima análise do cara, o que inclusive assim com toda a humildade a gente fez, tá? Antes mesmo de ele jogar pelo Manchester United, pesquisando sobre os para um vídeo, a gente rapidamente percebeu que o estilo dele não era de ser um artilheiro máximo e tal, e que a torcida do United iria se decepcionar se estava esperando por um nove matador. Se a gente aqui
de um humilde canal no YouTube conseguiu com uma pesquisa rápida concluir que esse jogador não tinha o estilo de um camisa nove matador, como que um clube de futebol inteirinho não conseguiu? E como que os caras colocaram em parte, nos ombros dele e de tantos outros a tarefa de salvar o Manchester United? Esse é só um exemplo do tipo de erro que as diferentes diretorias do Manchester United cometeram e vem cometendo no pós Ferguson. O coitado do Ruben Amorim, mesmo pouco tempo depois de chegar, já parece exausto no cargo. E olha que bizarro, cara. Mesmo
sem ele gostar de dar entrevista, tá? Fizeram um cálculo e descobriram que ele já deu quase 500 entrevistas em pouco mais de 6 meses no comando do clube. Uma das últimas entrevistas que ele deu, aparentemente bastante cansado, gerou um burburinho, porque ele disse que pode não continuar pra próxima temporada se não conseguir trocar a cultura dentro do clube. Isso te lembra alguma coisa? Vários treinadores que passaram no Manchester United disseram coisas semelhantes com palavras diferentes. Parece que nada realmente mudou. Porém, mais uma vez no meio de tanto caos ali, de destruição, o United conseguiu se
reerguer pelo menos em uma competição. Foi na Europa League quando fez uma campanha invicta na fase de liga para depois derrotar a Real Sociedade às oitavas com 4 a 1 em Old Trafford. Depois contra o Lyon nas quartas tem um jogo maluco e heróico para virar para 5 a qu em cima dos caras também no teatro dos sonhos com gol nos acréscimos da prorrogação. Na semis, um jogo que poderia ser duro contra o Atletic e um Bilbao acabou sendo um passeio de 3 a 0 para depois o jogo de volta ser ainda melhor com outra
goleada em pleno Old Trafford. Aí chegou a grande final da Europa League e a possibilidade não só de levantar uma taça, como de uma classificação meio que mágica e inesperada paraa Champions. Afinal, através da Premier League, essa classificação tava impossível de acontecer. Só que ao invés de ser um momento de união e de festa, essa classificação pra final acabou gerando mais polêmicas. Isso porque o novo chefe, o Jean Redcliff, acabou resolvendo cortar custos e não dar ingressos para alguns funcionários do United se locomoverem até Bilbao e irem lá assistir o jogo, assistir a final, ao
invés disso oferecendo algo como um ticket alimentar pros caras assistirem o jogo pela TV em um pub local ou algo do tipo. faz uma bizarrice completa para desmoralizar aqueles que trabalham no clube e trabalham pelo sucesso do clube, o que fez com que o cansado Ruben Amorim tivesse que agir e ele resolveu pagar do próprio bolso para dezenas de funcionários irem até Bilbau e poderem estar lá na decisão. E na grande final no sama Messi, um confronto nacional viu o Manchester United frente à frente com o Tottenham. Os dois que viveram uma Premier League tenebrosa
teriam a sua chance de salvar a temporada com essa partida. E essa partida acabou sendo muito emblemática. O Tottenham pro Manchester United antes era uma vitória fácil. Na época do Sir Alex Ferguson, ele usou a famosa expressão lads Tottenham, meio que chegando pros próprios jogadores, em vez de dar uma super palestra, preparando os caras pro jogo, simplesmente chegou e disse: "Galera, tipo assim, é o Tottenham, sabe? Só vai lá e ganha." Mas se era assim no passado, a coisa agora foi diferente. Ao longo da temporada 242, foram quatro confrontos entre esses dois times e o
United perdeu todos. 3 a 0 na Premier League em pleno Old Trafford, 4 a 3 para ser eliminado na Copa da Liga, mais um 1 a 0 na Premier League. E agora, no jogo mais importante da temporada, o United perdeu mais uma vez pros Spurs. 1 a 0 com aquele gol bisonho lá do Brenan Johnson para ver o seu rival levantar um caneco depois de 17 anos de jejum e colocar uma pá no caixão da humilhação que foi essa temporada dos Diabos Vermelhos. Além da vergonha, essa não classificação para uma competição europeia também gerou um
rombo de 80 milhões de libras nos cofres do clube, o que pode causar complicações com o fair play financeiro e fazer com que o United não só não consiga gastar tanto com reforços, como tem aí que vender muitos jogadores para não fechar no vermelho. Até porque depois de derrota atrás de derrota no campeonato inglês, essa se tornou a incrível primeira vez na história da fase moderna da Premier League, em que o Manchester United perdeu mais de 14 jogos, sendo 18 derrotas ao total, amargando uma decepcionante 15ª posição, a pior desde a temporada 7374, quando o
United foi rebaixado. Pra vocês terem uma ideia, como o clube mudou completamente depois do Fergon, o Manchester United já perdeu mais partidas desde que ele saiu do comando do que durante todo o seu período de quase 30 anos no clube. Com Fergon foram 810 jogos e 114 derrotas. E desde que ele se aposentou, o United jogou 460 jogos, um pouco mais da metade, e já teve 120 derrotas. Com Alex Ferguson, o United chegou como um foguete às 20 conquistas de campeonato inglês e ultrapassou o Liverpool para se tornar o maior campeão isolado da Inglaterra. Agora,
depois de terminar na sua pior posição em mais de 50 anos, viu ainda por cima o Liverpool ser campeão, igualar os 20 títulos e tá muito bem colocado para tentar passar o United. No final das contas, eu espero que tenha dado para entender que, por mais que alguns tenham tomado decisões erradas e treinado mal o time ou o que quer que seja, a culpa de tudo isso não é só dos treinadores, longe disso, tá? Mas sem mudanças no topo, uma reestruturação total, uma cirurgia de peito aberto, o United pode até ter lampejos de títulos, mas
não vai voltar ao seu devido lugar no panteão do futebol. Inclusive, é bom ressaltar que durante toda essa crise no pós Ferguson, o United ganhou vários troféus. Ganhou Copa da Liga, Copa da Inglaterra, Europa League, o que para muitos times seria algo incrível, mas pro Manchester United não. Esses títulos são incompatíveis com a grandeza do Manchester United. O Manchester United sequer é clube para estar jogando Europa League. O patamar deles é lá em cima com Bayern de Munique, Real Madrid. Esse é o tamanho dos diabos vermelhos. é que a gente se acostumou na última década
a ver o clube passando de mal a pior. Mas pensa se o Real Madrid passasse aí 12 anos em que os únicos títulos deles sejam ali duas copas do Rei e duas Supercopas, uma Europa League? Seria uma crise sem fim. E é assim que esses títulos menores ou de segundo escalão tem que ser interpretados dentro do Manchester United. Algumas copas da Liga e Europa League são melhor do que nada, é óbvio, mas é bastante pro tamanho do que é esse colosso do futebol. nem de perto. As desculpas dentro do clube acabam não colando, tá? Recentemente
o Jean Redcliff chegou a dizer que o United não tem mais grana, mas não dá para só usar as dívidas como desculpa. Desde a primeira temporada sem o Fergson, lá em 2013, 14, o Manchester United é o terceiro clube no mundo que mais gastou dinheiro em contratações, apenas atrás de Chelsea e City, torrando mais de 2 bilhões em jogadores. E detalhe, se tu pegar o dinheiro gasto em contratações e subtrair aquilo que foi ganho, né, vendendo jogadores, o United tem o pior balanço, o pior saldo do mundo, um déficit de 1 bilhão e meio de
euros. Não tem como as finanças serem uma desculpa pro clube não ter conseguido alcançar nem perto do que alcançou o Liverpool, o Bayern de Munique ou o Real Madrid nesse período. A principal diferença de longe é uma gestão muito, mas muito ruim. Old Trafford, que já foi o teatro dos sonhos, já não tem o mesmo peso dentro de campo e até na questão de estrutura representa bem a destruição do clube, já que ele tá literalmente caindo aos pedaços, com chuva, inundando os assentos, invasão de ratos e prestes a ser abandonado. Aí o glorioso Jean Redcliff,
suposto salvador da pátria, tenta remediar a situação financeira com demissões em massa dentro do clube, com até 450 profissionais demitidos numa estratégia para economizar. E vai além, o Redcliff mandou fechar a cantina do clube e parou de oferecer almoço pros funcionários, substituindo ali refeições por frutas numa economia planejada de 1 milhão de libras. Isso aí, se não deixa você indignado, eu não sei o que vai deixar. É um absurdo, né? Por menos de 1 vigésimo do que o clube paga numa porrada de jogador mediano, eles vão literalmente tirar a alimentação de centenas de pessoas que
trabalham lá dentro. O ano inteiro foi dos funcionários sentindo medo de demissão, indo pro mês final e decisivo da temporada, sem sequer saber se continuariam no cargo e temendo que seriam mandados pra rua a qualquer momento. É importante entender que o Jean Redcliff vem do ramo de private equity. são pessoas especializadas em comprar empresas que estão passando por um mau momento, otimizar elas brutalmente, tá? Para conseguir valorizar aqueles ativos e revender no futuro. Ele passou a tratar o Manchester United como uma empresa dessas, a ser apertada e apertada para que fique o mais otimizada e
eficiente e inxuta possível. Mas e quando essa eficiência financeira é vista como mesquinhez e maldade? Ninguém escapou da foice do Redcliff e ele mandou cortar até um bônus de 50 libras, dado ao melhor segurança da semana, causando uma tristeza gigante em meio aos funcionários mais básicos ali do dia a dia do United. Imagina o clima dentro do clube, cara. Se já era ruim quando o Alexis Sanchez chega e no primeiro dia ele já quer ir embora, imagina agora que centenas de funcionários foram demitidos e os que sobraram tiveram até os seus almoços cortados. Como prosperar
dessa maneira, pisando na moral das pessoas que trabalham pro clube ser bem-sucedido. Outra maneira de equilibrar as finanças é aumentando o preço dos ingressos, com vários torcedores antigos que aguentaram o time durante todos esses anos terríveis, sendo afastados do estádio por conta disso. Como disse a lenda do clube Nick Butt, ao tentar equilibrar as finanças dessa maneira, o United acaba punindo as pessoas erradas. Em março de 2025, alguns torcedores resolveram usar preto numa partida como um símbolo ali da morte do clube. Mas o magnânimo Jean Redcliff, que achou que chegaria como um herói, ficou irritadinho
com as críticas, olha só, e disse que se ele continuar sofrendo tantas críticas, ele vai ter que sair do clube. O que que ele achou, cara? Que no meio dessa merda toda, os torcedores fossem ficar aplaudindo qualquer bobo dançando só porque o cara é rico? Em abril, alguns torcedores levaram pro estádio um banner e mostraram para pessoas ali da diretoria dizendo o seguinte: "J, você sabe o preço de tudo, mas o valor de nada." Nessa brincadeira, até o Sir Alex Fergson perdeu uma vaga bem remunerada, é verdade, de embaixador do clube. De fato, o Manchester
United tá punindo as pessoas erradas e os seus torcedores e seus trabalhadores do dia a dia estão sofrendo por problemas que eles não têm culpa. Quem tem culpa, obviamente são os imperadores lá no topo, que continuam sentados nos seus tronos de ouro, enquanto o clube sangra, sangra, sangra até morrer. O United certamente não vai morrer. É um dos clubes mais históricos do planeta, é o quarto que mais gera receita. Costuma aparecer em terceiro em número de torcedores no mundo inteiro, só atrás de Barça e Real. é um verdadeiro colosso com uma linda, rica e extensa
história. E nada vai acabar com tudo isso do dia paraa noite. Mas se o padrão seguir, a gente já sabe o que vem pela frente. Entram treinadores que foram extremamente bem-sucedidos em outros lugares, mas saem pela porta dos fundos. Chegam contratações caras, badaladas, algumas com grande potencial, mas que não rendem. acabam ficando marcadas como se fossem decisões mal tomadas e contribuindo pra visão de muitos de que o United é um cemitério de jogadores e um clube que, mesmo sendo gigante, se continuar assim, continuará vivendo na sombra do seu passado, sendo apenas um fantasma do que
já foi um dia.