(RE)ancestralizar as vozes através das filosofias africanas | Katiúscia Ribeiro | TEDxUnisinos

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TEDx Talks
PT BR - Ela é professora, mestra e doutoranda em Filosofia Africana pela Universidade Federal do Rio...
Video Transcript:
bom primeiramente quero pedir licença ancestralidade para que eu possa falar nada do que eu digo aqui foi exclusivamente produzido por mim nós não inventamos a roda do conhecimento só permitirmos com essa roda dos saberes não pare de girar e pedi licença para apresentar um conhecimento nos leva a perguntar onde vive a tua ancestralidade o páreo pendência respire se ouça e sinta esse pode ser um desses momentos desses limites que nos faz repensar sobre a nossa própria existência nessa sociedade quase não falamos sobre isso a maioria das pessoas não têm interesse e acham que desconhecem a
sua mas pensar sobre ancestralidade é respirar a vida o significado segundo dicionário é particularidade ou estado do que a ancestral mas não é por essa definição que busco para alcançar a compreensão do que é a ancestralidade faz alguns anos que mergulhei na pergunta que fiz ao chegar aqui onde vive a ancestralidade e o que eu descobri eu conto agora na verdade ela vive em mais lugares do que se pode contar é mas dentro do que fora mas na terra do que no ar mas dentro de nós do que qualquer outro lugar saber e reconhecer a
presença da ancestralidade pode ser um caminho possível para repensar outros modelos sociais e eliminar as diversas violências que somos submetidos no cotidiano quem sabe olhar para frente espelhando nas experiências do passado nos ajudará a recriar caminhos por estrada já trilhados eu sou filósofa e quando eu comecei a estudar filosofia essa ciência que penso ser e como cê se configura no mundo me dei conta que o único caminho que existia para esse pensamento partir de um olhar na qual sua génese e não tinha relação nenhuma comigo e de pessoas como eu que o pensamento universal ele
tinha as suas limitações e pensava sempre dentro do mesmo círculo no meu período final da graduação eu passar eu pude abandonar o curso ou abandonar o curso justamente por não me ver representada por esses ensino de filosofia como eu disse algum tempo eu venho me debruçando em pensar sentir e repensar modelos de filosofia de vida para romper com as realidades vigentes que não dão conta de todos nós para completo quero mostrar a vocês uma outra forma de pensar o ser de pensar esse ser de luz pensar há um ensinamento na filosofia que médica inclina teus
ouvidos ouvir minhas palavras aplica teu coração em compreendê-las esse ensinamento é de um filósofo a memória um filósofo que médico da 18ª dinastia que mede é o nome original do egito egito é uma nomeação grega i can meet significa terra preta comunidade preta e para compreender este ensinamento é preciso se ouvir ouvir os elementos que te constitui o vir esse sentidos que te formam e jamais xingando o vira si mesmo e compreender que está desde o seu processo de gestação toda criança informação na gestação recebe um primeiro elemento é uma gota de sangue na formação
desse coração o coração era chamado de ib um coração e um aspecto metafísico que transmutam a mente em seguida essa criança agora informação recebe um ren o nome para sua identificação em si em seguida recebemos um sopro o que constitui o nosso duplo a nossa sombra um cheltin em seguida nós recebemos uma energia de alinhamento vital um elemento vital que em consonância com o bar faz e constrói a nossa alma esses são os cinco elementos que constituem o indivíduo e é nessa gota de sangue a partir da concepção que no coração moram as nossas emoções
e é por elas que nós acessamos para pensar sobre cada um de nós o coração é a morada da nossa consciência nós somos todos esses elementos que dialogam que nos fazem que nos constrói nós somos um ser e o ser ele é um todo o pensar que médico é um exercício de ouvir a si mesmo e é daí que está o princípio da ancestralidade todos nós carregamos uma gota de sangue desse ancestral por essa peça gota sempre recebe o sangue de quem está gestando desde sempre a cada geração novas vidas vão se formando ao longo
do tempo e o tempo se refazendo algo fundamental a se compreender que quando estamos falando de ancestralidade não estamos necessariamente falando de espiritualidade mas é em se tratando de filosofia africana antiga filosofar também é um exercício espiritual espiritualidade algo divino e pleno para as concepções africanas na unidade cultural da áfrica ancestralidade e espiritualidade são elementos que se constituem mas independente de como nós organizamos a nossa vida nós temos um ancestral a se alguém que nos antecedeu alguém que nos trouxe até aqui alguém que faz parte do nosso percurso de vida alguém que nos faz potência
alguém alguém precisamos sempre voltar para andar à frente e como nós percebemos essa presença o nosso coração ah entendeu porque eu pedi licença para falar da ancestralidade porque eu estou andando para frente olhando para trás no pulsar da existência ancestral no pulsar da minha mente alimentada pelo coração cardiograph quando os meus saberes assim matéria e espírito não se dicotomista pra existir nós coexistimos pela confluência da ancestralidade que permanece viva e pulsa dentro de nós o coração esse elemento vital que pulsa pulsa e pulsa e joga o sangue o e já é o que é o
que nos constitui e faz com que fiquemos em pé sentimentos nos fazem potência caroline amanda paridor a maioria das pretas uma prática filosófica ancestral nos pergunta o que o ventre do ventre do ventre do ventre que te trouxe ao mundo pode dizer de vocês agora esse ventre alimentado por essa formação rega a nossa existência regando a nossa potência em qualquer momento da vida em qualquer prática de movimentação quando estamos pensando com o coração sentimentos faz com que sejamos o que nós realmente somos sentimos logo coexistimos e quando nos movimentamos ouvindo o coração estamos pensando e
ouvindo a ancestralidade e é isso que o ventre do mundo tem a nos dizer é necessário romper e violências nas quais somos submetidos ao longo de todos os tratamentos que nos foram impostas por que nós temos ancestralidade e dentro de nós mora a nossa possibilidade de avançar de nos mover e quem sabe nos curar a nossa ancestralidade ela não começa a partir de uma corretamento ou de uma violência física a nossa ancestralidade parte de um momento na qual não existiam correntes e também não existe alguém acorrentava é por isso que nós precisamos ouvir exibir essa
constituição de nós mesmos para encontrar os ensinamentos que existe dentro de cada um de nós para que possamos compreender de fato quem e o que nós somos e quanto nós fazemos esse exercício chegamos ao que os antigos filósofos africanos acreditavam que era o equilíbrio a linearidade as duas pontas de construção do sujeito então como pensar a ancestralidade e refazer o caminho para o futuro o que o vento ancestral tem para te dizer nos passos que serão trilhados daqui para frente de todas as ciências que a áfrica produziu os saberes que o médicos e eles são
uma partícula de vários dos diversos elementos na universalidade do continente africano nós podemos pensar em outras ciências nas tecnologias no conjunto de técnicas e processos que morreram muito grandiosas transformações no mundo e que nem sequer são reconhecidas como africanas respirar e respirar em revisitar os modelos tecnológicos ancestrais para pensar o ontem o hoje caminhando para uma manhã esse é um futuro e vocês como olham para o futuro uma sugestão pode ser um olhar para o futuro que nos obriga a fazer um retorno sankofa um pássaro que caminha para frente sempre olhando para trás e sendo
obrigados a fazer essa retomada descobrimos que nós não somos melhor que os nossos ancestrais e que os seus valores e modos de produzir a vida a tecnologia ancestral os ensinamentos profundamente criados pelos nossos ancestrais e que tipo de ação nós precisamos tomar para construir o futuro que nós queremos entender quem fomos nos ajuda a entender quem queremos ser tecnologias não se astrais como sinaliza a morena mariah são todos os modos de produzir a vida que os nossos ancestrais nos deixaram como legado saberes esses produzidos ao mais diversos contextos exemplos são a cura através das ervas
a filosofia africana a capoeira os ritos a música os processos de aquilombamento no brasil o parto natural aos terapias holísticas a se o gás a oralidade e seus métodos a escrita o culto aos antepassados os exercícios de respiração e tantos outros saberes que nos permitiram chegar até aqui e nos mantiveram-se em pé até o presente momento o modelo de sociedade que pensa na realidade das tecnologias vão cês traz uma sociedade com um enorme avanço tecnológico com valores galgados não sexualidade uma ação comunitária que caminha e produz mudanças e utiliza as tecnologias vão cês tais como
ferramentas de transformação sem perder o seu bombear e nem deixar de ouvir e movimentar-se pelos modelos não se astrais dá ao gado na comunidade como vamos pensar um futuro na qual as pessoas avancem com suas tecnologias cada vez mais individualizantes sem perder o nosso senso de humanidade construindo grandes empreendimentos sem esquecer que avançar sem estar ligado com a sua comunidade não é uma avança para ir mais longe com as asas da tecnologia é preciso estar de mãos dadas com a sua comunidade então eu ratifico e onde vive a tua ancestralidade a minha moro em mim
no meu ib no meu coração em minhas memórias eu sou uma mulher nascida e criada dentro de um quilombo trago esse exemplo porque falar de um sensualidade a falar de mim falar das tecnologias não se estais que nos trouxeram até aqui e por essas tecnologias de técnicas e lógicas produzidas dentro de um quilombo na qual eu nasci aí eu uma mulher preta quilombola trouxe essa técnica de recriar olhares para dentro da filosofia um saber de reconstrução como saberes que ao longo da vida eu aprendi e que tinha um esse gingado pylon besta é preciso uma
aldeia inteira para educar uma criança diz o provérbio africano eu sou fruto desse saberes vão se estais construídos no saber do quilombo eu sou essa criança e eu falo desse lugar dos saberes que um banho e cardiografo nossas potências em mim e por mim a ancestralidade ela nunca nos abandona elas nunca deixam de lado a em tudo quanto é lugar está em tudo que é vivo no vento na materialidade no chão e uma música e uma poesia na filosofia na luta na natureza no movimento de caminhar em cada um de nós em cada pessoa que
respira que se organiza para pensar medidas efetivas de combate à violência e se movimenta está no amor está em mim que fiz o meu primeiro vestibular aqui nessa universidade porque a minha ancestral direta que me deu a gota minha mãe sônia ribeiro uma mulher preta incrível militante formado em ciências sociais por essa instituição que me fez e me constituiu enquanto potência e me disse é importante estar nesse lugar e é importante trilhar esse caminho eu ouvi com esse coração que pulsa e pulsa e pulsa então me pare pense e e respire se ouçam e sintam
a tua ancestralidade está em todas aquelas e aqueles que fizeram com que essa gota chegassem até aqui e possibilitasse que os seus os nossos bens nunca parasse de bater é o que nós somos em essência rotep axé [Aplausos]
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