“Marília de Dirceu" | Vestibular de literatura UFPR

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Curso Positivo
Neste curso, você terá uma revisão completa das obras e das questões de literatura da UFPR. O profe...
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Olá tudo bem então continuamos o nosso programa aqui sobre aula sobre a prova de literatura da Universidade Federal do Paraná neste segundo episódio Vamos trabalhar com um livro que entrou neste ano na lista Marilha de Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga vamos falar um pouquinho sobre o autor Quem foi o nosso grande Tomás Antônio Gonzaga ele é um autor que está enquadrado dentro do que nós chamamos de arcadismo ou neoclassicismo mas ética que se caracterizou agora pela valorização agora do que de uma maior simplicidade estilística quando comparada ao Barroco a estética que veio antes do arcadismo
mas daqui a pouco vamos falar mais sobre o arcadismo agora por enquanto só você saber um pouquinho sobre esse autor que foi um grande operador do direito né Aí se formou na universidade de Coimbra né acabou se pós-graduado lançou obras também literárias obras não só literárias mas também obras jurídicas né E que veio aqui ao Brasil na época colônia a cidade de Vila Rica hoje chamado Ouro Preto para trabalhar aí como Ouvidor Geraldo de Vila Rica depois seria magistrado Mas acabou sendo preso n na Inconfidência Mineira e acabou morrendo fora do Brasil quando seguiu para
o exílio lá em Moçambique do ponto de vista da literatura ele nos deixou duas obras um livro chamado cartas chilenas um livro que circulou aí à época de uma forma anônima né e sobretudo a obra chamada Marília De dseu Um clássico da nossa literatura Arcade lá do século XVII tá bom bom falando um pouquinho sobre a estética arte Arcade né esta estética a qual pertence o nosso Tomás Antônio Gonzaga então o arcadismo neoclassicismo ele se caracterizou pelo seguinte uma retomada dos valores clássicos de arte né então a arte clássica repousava seus ideais assim três grandes
Pilares a ordem a razão e harmonia só se faz grande arte com ordem né só se faz grande arte quando a razão coloca a emoção nos trilhos para produzir algo eterno e a harmonia Harmonia nos traços né então a simetria entre as partes então a beleza está na harmonia a beleza está agora na simetria Então os nossos arcades buscavam aquele ideal clássico que era quase que um círculo dizia diria até mesmo Virtuoso a a verdade está na beleza e a beleza re expressa uma verdade Universal algo que é eterno capaz de transcender limites de tempo
de espaço então neoc classicismo é retomada desses princípios clássicos né Vamos observar também que dentro do arcadismo há uma valorização da vida Campestre né aquela vida em que você vai chegar e viver do campo no campo para o campo então você tem o cantar do poeta pastor né né da Amada pastora e dessa vida no campo uma vida do campo uma vida para o campo né então há esse bucolismo essa celebração na vida Campestre que é aquela vida em pleno equilíbrio né Há também no arcadismo um verdadeiro Tributo à mitologia greco-romana né então os nossos
árcades como eles acabam resgatando princípios clássicos do bem escrever também tem gente agora na mitologia greco-romana um grande modelo então são citados Deuses mitos e lendas também dentro do Arcadia já começando o nome né Arcádia é um local gente agora lá aí um grande Monte gente habitado pelo Deus pão os pastores de ovelhas aí as musas e nfem que todo mundo vivia em plena Harmonia consigo mesmo e com a natureza Tá bom então vamos observar também que o arcadismo ele representa uma espécie de reação ao rebuscamento Barroco A AT Barroco que era mais rebuscada mais
ornamental gostava dos detalhes do exagero Então já o arcadismo procura agora uma economia dos meios uma maior concisão em todos os traços tá bom vejamos então que o nosso Thomás Antônio gozaga é considerado o maior nome do arcadismo aí no Brasil tá bom falando agora sobre a obra especificamente aqui por curiosidade eu trago a edição comemorativa dos 200 anos de publicação do M uma edição primorosa gente enorme né aqui e esta é considerada a grande obra do arcadismo no Brasil falando um pouco sobre ela que que você precisa necessariamente saber sobre essa obra quanto à
sua publicação Ei você não é querer ficar decorando datas Mas é bom só para você observar Quando que a obra surgiu Então olha lá em 1792 né Essa obra veio ao público mas veio ao público a sua primeira parte primeira parte que foi escrita quase que toda no Brasil a ainda quando o Tomás Antônio Gonzaga estava em liberdade né Como já disse ele foi preso nos Episódios aí agora relacionados a inconfidência mineira aí né Então a primeira parte foi escrita Quando ele estava aí em liberdade em 792 ele já estava preso mas os versos foram
produzidos aí um pouquinho antes bom que mais em 1799 o autor estava no exílio em Moçambique lá na África agora né e saiu a segunda parte então já em 1799 surge a segunda parte bom só em 1812 o artista já havia falecido né é que vai sair a edição completa com uma terceira parte agora verdadeira detalhe curioso circulou em Portugal circulou até mesmo aqui no Brasil uma terceira parte pirata falsa do agora de marid desceu porque a obra fez um grande sucesso Tomás Antônio Gonzaga não gostou muito daquilo e depois acabou acabou descendo uma terceira
parte então o livro Só veio completinho a público mesmo agora lá em 1812 tá então uma obra de grande sucesso à época Então os versos e Maria de seu aqui eh receberam uma excelente acolhida por parte do público e da crítica já no século XIX em Portugal e até hoje é um livro bastante lido em Portugal no Brasil em países lusófonos tá bom há aqui nesta obra também o que você precisa perceber um tom um autobiográfico então o Dirceu que é o nosso eulírico da obra O pastor de ovelhas traz muito do próprio Tomás Antônio
Gonzaga mas veja Tomás Antônio Gonzaga era um homem estudado erudito que no texto se disfarça de um simples pastor de ovelhas que tudo aprende com a sábia mãe natureza bom a Marília que aparece já no título a Marília dis seu tinha muito a ver com quem com a Maria Doroteia noiva do do nosso Tomás Antônio Gonzaga um pouco mais nova que ele eles estava um casamento marcado em 1789 para Maio só que estourou Inconfidência Mineira ele acabou sendo preso ficou um tempo aguardando julgamento lá no Rio de Janeiro na exa das Cobras e depois saiu
a sua pena o exílio para Moçambique e simplesmente nunca mais se encontrariam então a María é uma transmutação de repente uma transformação artística da Maria Doroteia enfim a sua noiva tá é uma obra dividida em três partes Como já dissemos né A primeira parte que surgiu primeira público a segunda parte e depois a terceira parte falsa e finalmente a terceira parte verdadeira daqui a pouco vamos falar sobre essas três partes também tá bom Com relação também agora ao termo Lira tá aqui é interessante que até no programa da federal fala bem assim ó as liras
de Marilha de Dirceu Lira a turma você pode entender como se fosse um instrumento music musal de cordas quase que uma arpa de mão né instrumento muito comum gente agora na Grécia na Roma gente mesmo tanto é que até hoje é um elemento que aparece ilustrando agora muitas vezes teatros casas de Espetáculo pelo mundo afora mas a lira que aparece aqui essa designação é um formato poético né que tem a ver com o quê bom a lira então é um formato poético que vai nos trazer como temática uma temática amorosa sentimental Então você tem até
essa expressão lirismo é quando você procura transbordar os sentimentos cantar os sentimentos aquilo que vai ao coração normalmente temáticas amorosas né bom a lira possuía uma estrutura a estrutura era assim você tinha uma estrofe né agora no poema e mais um estribilho um refrão que se repetia então muitas vezes Tinha uma estrofa duas estrofas vinha o refrão outra estrofe outro refrão Então esta era a estrutura da Lira normalmente estas liras esses poemas possui um acompanhamento musical né então havia ainda esse casamento muito forte agora entre a música e a poesia tá bom a lira também
era um formato poético que trabalhava com rimas que interessante porque no arcadismo você via muitas vezes o uso de versos brancos sem rimas até no caras chilenas o próprio Tomás Antônio gonz ou até numa obra como uraguai do basilo da Gama mas nas liras as liras eram composições poéticas que traziam as rinas tá bom que mais normalmente numa Lira Você tem uma métrica regular dupla Como assim uma métrica regular dupla normalmente nas estrofes os versos têm uma medida às vezes seis sílabas métricas às vezes 10 sílabas métricas oito sílabas métricas né e depois no agora
refrão no estribilho Você tem uma métrica Nore mais curta versus de quatro sílabas métricas Então você tem essa métrica que é regular repito mantém-se uma regularidade mas uma métrica dupla Tá bom então normalmente em Marilha de disu também nós vamos observar assim há variações dentro da obra mas é muito comum você ver então nas estrofes versos de 10 sílabas métricas uma métrica mais clássica um pouco mais mais Ampla né gente verso um pouquinho mais extenso e nos refrões nos épicas tá então esta é a estrutura utilizada em vários textos de Maria deceu as liras de
Maria deceu são assim bom falando agora sobre a obra sobre a primeira parte o que que nós podemos aqui pontuar em relação à primeira parte nós temos aqui o autor o Tomás Antônio Gonzaga escrevendo esses poemas quando vivia em liberdade então há esse cruzamento entre vida e obra consequência O que que você observa é um Tomás Antônio Gonzaga que vai procurar seguir nessa obra As convenções estéticas árcades bem presentes mesmo então você vê que ele parece um autor bem tipicamente Arcade né então ao poeta pastor o Dirceu né cantando a sua amada pastora e celebrando
essa vida Campestre agora essa vida no campo uma vida um tanto cont idealizada em que tudo dá certo em que tudo se aprende com a sábia Mãe Natureza aquele aquela paisagem bem bucólica né Então há sempre aquele aprendiz AD agora com a natureza a natureza tem o seu tempo a natureza tem sempre os seus ciclos Então você observa isso claramente lá em Marília de dis bom que mais aqui também você tem uma convenção estética clássica que vai se repetir aqui em tantas outras obras do arcadismo o ideal de Aurea mediocritas que que seria isto Olha
uma mediocridade de ouro cuidado a palavra é mediocre hoje tem uma notação negativa para nós né mas Medíocre no sentido mais original o primeiro seria alguém moderado então a virtude está na moderação então eu vou celebrar uma vida Campestre Mas é uma vida não de exageros não é uma vida de ostentação não é uma vida de repente agora de Desperdício é uma vida em que você tem o suficiente para viver bem e viver muito bem tá então há uma exaltação aqui da beleza de Marília num tom de galanteio então é um eu lírico se dirigindo
respeitosamente agora a Amada num tom assim num convite a desfrutar dessas belezas desses Encantos da vida né então e há também aqui o destaque aos sonhos né sonhos do quê de um casamento aí com a Amada Marília né ao sonho de virem os filhos evidentemente de terem a vida um ao lado do outro e de repente envelhecendo e até mesmo quem sabe morrendo um dia juntos Bem velinhos aquele sonho de uma vida pacata equilibrada autêntica e com sentido é o que você observa nos versos nas liras da primeira parte de maneira geral bom nós vamos
agora chegar à segunda parte de Maria de deceu aqui é uma mudança de Tom na obra tá então na na verdade muitos versos agora foram escritos enquanto ele estava na prisão na das cobras do Rio Dean lá esperando o julgamento e depois quando ele Partiu para o exílio então aqui a posição de Gonzaga era uma posição diferente né era uma posição agora de desconforto né uma posição de injustiça ele saava que estava sendo injustiçado e até uma certa humilhação veja ele era um sujeito Nobre era um operador de direito Ouvidor de Vila Rica tava nomeado
para ser juiz na Bahia e agora foi parar numa cela né e foi então agora expulso do país acabou seguindo o exílio Então você observa que o homem Gonzaga ele tinha perdido toda aquela aquele Prestígio que ele possuí na sociedade então agora o po o eu lírico agora de seu vai trazer um pouco desses desconfortos né Nós vamos perceber na obra né então você tem As convenções árcades suavizadas então o Tomas árcade de Equilíbrio agora de moderação enfim agora perde um pouquinho esse equilíbrio então você observa que já é há uma aqui abertura para um
tom mais sentimental até mesmo para um tom ainda mais autobiográfico né então nós vamos observar até alguns traços de um pré-romantismo veja romantismo a estética que viria logo na sequência né e o romantismo é aquela estética que celebrou os sentimentos né a subjetividade né então você observa que nesta segunda parte de Marila de dis seu assentos um pouco mais subjetivos um pouco mais sentimentais né então há uma maior ênfase agora nos sentimentos há uma maior ênfase assim no quê de você perceber que há uma perda do certo equil equilíbrio aquele equilíbrio árcade daquela vida na
mediania na moderação de repente já há um pouco de angústia alguns versos né e há também aqui o sofrimento né o sofrimento amoroso de estar distante longe da Amada né então você observa aqui um deceu trazendo a sua vida assim lembranças né então ser muito colocado no passado aquela vida no passado como aquele tempo foi bom então uma certa melancolia até que se percebe então nós temos essa segunda parte mais sentimental menos Arcade assim no marid dis seu bom e finalmente temos a terceira parte aqui que que eu posso dizer para você em relação a
essa terceira parte a autoria aqui até mesmo contestada existia a terceira parte evidentemente falsa né foi descartada e essa terceira parte aqui do Tomás Antônio Gonzaga vem a ser uma reunião de textos esparsos Aliás você tem até alguns sonetos outro formato literário que é o que ele P falar por dois quartetos dois tercetos né então o soneto já não era muito a do Gonzaga no caso Então você tem liras sim mas você tem agora sonetos e tem até mesmo ods outros textos de exaltação também que você observa no fundo no fundo meu caro há esse
tom retrospectivo e posso dizer a até assim ó é Apenas Mais do Mesmo o Tomás Antônio Gonzaga nesta terceira parte não apresentou nada assim de absolutamente tão genial ou absolutamente tão diferente que já não houvesse aparecido nas fases anteriores Tá bom então uma ou outra Lira também agora interessante mas enfim uma terceira parte sem maior valor então aí você tem as três partes de Marília de Dirceu e para fecharmos esse episódio trago mais alguns comentários finais só Só para deixar bem claro o que que poderia ser explorado na Federal para você há de certa maneira
turma uma contradição neoclássica Como assim uma contradição neoclássica veja o Thomás Antônio Gonzaga a obra tem um tom autobiográfico né ele era um operador do direito veja alguém que fez um curso superior o que era raríssimo na época né Então veja alguém que possuiu o sabor um saber acadêmico que vinha dos livros a ciência né só que no texto ele se disfarça de um simples pastor de ovelhas então muitas vezes aparece assim o poeta pastor magistrado né então uma imagem que não convém muito né imagine então ele não é um simples pastor de ovelhas é
um pastor de ovelhas com conhecimento da ciência jurídica de certa forma Então você tem aqui Talvez um certo embate a simplicidade do campo versus aquela erudição da Metrópole né então na metrópole na cidade o sujeito estudado então então a natureza algo mais selvagem mas sim o e lírico ele se reveste dessa natureza mais rústica não diria nem selvagem diria mais rústica mesmo né mas se deleita nessa vida natural então Isso demonstra até um certo artificialismo na poesia pastoril então normalmente os os os poetas que cantam aí o campo eles se disfarçam de simples pastores de
ovelhas né mas não eram na vida real pastores de ovelhas tá bom podemos também destacar na obra a temática da Esperança Então veja que temos enfim se você for pensar num uma história de amor um Idílio amoroso você tem um amor uma história triste né Porque Marília e Dirceu não ficaram juntos né mas há nos versos muitas vezes o cantar aqui de um outro tempo a esperança de ainda estar diante da amada e de um amor que seja capaz de vencer tempos Estações e tantas dificuldades bom então nós temos aqui nessa obra ó María deu
mas quem aí se dirige a todo tempo na obra quem fala a todo tempo é Dirceu num diálogo aí ele se direciona María María não aparece respondendo a ele então é Dirceu sempre a exaltar a sua amada a conversar com ela caso como se você imaginasse assim uma pessoa numa janela e um outro sujeito num mais embaixo declamando versos de amor ou exaltando a sua amada aquele tom mais bem comportado de amor então é de seu se referindo gente sempre à Maria então aí estão os tópicos fundamentais com relação à obra Maria de disu gostou
assista o próximo episódio que vai ser uma outra obra que também entrou neste ano na lista da federal
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