e eles têm que inferir qual é a causa né que tá aqui em jogo o segundo tipo de resposta o que o Freud chamou de resposta específica ou de ação específica e as ações específicas elas envolvem os pares de emoção alegria ou tristeza né medo ou raiva surpresa ou nojo e veja que essa esse trabalho em pares ela sempre caracterizou a discussão sobre os afetos e filosofia né Eh a gente sempre pensou que deve existir alguma lógica por para para o fato de que eh a gente pensa os afetos como Encruzilhadas como oposições como como
binários né Por Exemplo né aquele momento em que eu estou em angústia que eu estou em ansiedade que é o quê a a a o afeto que não mente né aquele afeto que que que que diz olha tem tem algo acontecendo mas ele não mente porque ele também não diz qual é a verdade ele também não diz qual é a a verdade desse afeto que está surgindo né que está eh fazendo o seu percurso orbital né para voltar na nossa imagem aqui eh Celestial né quer dizer a hora que eu estou em angústia né porque
eu ainda não escolhi eu ainda não enviei a aquilo que me afetou a por exemplo ataque ou fuga raiva ataque medo fuga que que eu faço vou pra frente me aproximo aumento pupila su presto atenção ou então saio em retirada por quê Porque interpreto que o perigo é mais forte do que eu e aí a gente tem que pensar perigos internos e perigos externos os afetos eles não são só efeito do que vem de fora eles são efeitos do que vem de dentro também a gente sente afetos nos sonhos a gente já sente afetos nas
memórias a gente sente afeto nas lembranças a gente sente afeto nas fantasias e tudo isso está funcionando em nós permanentemente assim como a exigência de trabalho da punção né da sexualidade ela tá permanentemente aí Nós não somos como os animais né Que bão tem o cio passou o cio agora a Sexualidade foi embora né o problema do humano né O que o distingue de certa forma dos animais do ponto de vista da sexualidade é que a nossa sexualidade não tá orientada para reprodução ela tá vamos dizer assim disponível de ser captada a qualquer momento pelos
nossos afetos né então afetos primeiro lugar intensidade prazer ou desprazer sexualidade segundo lugar temporalidade terceiro lugar Opa fui pras emoções né E quando eu vou pras emoções né Eu tô já eh levando em conta o quê o outro né eu tô levando em conta a interpretação que eu faço do outro então a gente tem de um lado né o corpo vamos dizer assim eh o corpo eh gozante o o corpo desejante o corpo pulsional né o corpo que é um não é o corpo da Medicina ou da biologia né é esse corpo que a gente
vai dizer assim ele é um corpo meio estranho porque ele é Encantado ele reage às palavras do outro ele reage quando a gente não quer que ele reaja né ele ele ele fala né ele é um corpo que diz para o outro coisas eu fico vermelho ih vergonha você está com vergonha não mas eu não queria revelar esse afeto É mas você revela mesmo assim né ah o senho fechado tá com raiva mas não queria mostrar isso mas algo em mim fala além de mim ou seja há esse nível do ruído e há esse segundo
nível em que a gente pode dizer a gente consegue distinguir as classes de instrumentos né E aí é uma espécie de de competição né é uma espécie de eh eu sinto ao mesmo tempo vergonha e culpa eu sinto ao mesmo tempo eh surpresa e solidariedade quão mais rico é a nossa experiência de afetos e isso vai vai determinar a nossa potência de amor né porque é o amor é no fundo a capacidade de orientar de maneira convergente todo o conjunto da orquestra né O amor é essa essa ideia de que olha nós vamos tocar juntos
porque tem um ponto né Para qual todos nós estamos rumando né Muito importante mas isso é uma antecipação do processo que a gente tá tentando descrever né O que ocorre quando a gente tá no plano das emoções né as nossas emoções vão Então interpretar o corpo né próprio e em seguida interpretar o outro o corpo do outro as palavras do outro universo simbólico no qual eu tô isso é muito interessante porque eh a gente que tem essa crença né na naturalidade dos afetos Estudando um pouco a antropologia dos afetos a gente vai ver que os
modos de expressão Eles são muito diferentes né são muito Eles são muito variáveis de Cultura para cultura eles são variáveis de gênero para gênero e eles são variáveis de faix etária para faix etária né Ou seja a gente espera tem uma expectativa social de que você exprima por exemplo a sua raiva dessa maneira se você está na Inglaterra e elizabetana ou se você está na Alemanha de bismar como se você está no Brasil Império cada momento tem a sua gramática das expressões semelhante à música né é o barroco é o clássico é o surrealismo é
a música dodecafônica isso acontece com as emoções né ou seja elas são fixas porque o instrumento é aquele violino mais ou menos igual né A Flauta mais ou menos igual mas a composição entre as emoções ela vai variar profundamente de acordo com o nosso tempo histórico de acordo com o nosso momento E aí vem a terceira né A o o terceiro passo dos afetos que é a tradução social das nossas emoções que é o pacto que a gente faz né estabelecendo com os outros né Qual é o enquadre pras outras emoções que virão a gente
nunca deve olhar pro indivíduo e dizer assim ele é uma tábula rasa nós vamos começar o dia e daí ele vai ser impresso pela primeira vez por afetos e Emoções não a a gente tem uma história e aqui tem uma tese muito interessante do Freud ele diz assim a maneira como cada um vive o afeto é sempre baseado numa espécie de repetição ou seja existe um estilo o estilo de cada um né é que a gente até confunde chama isso a personalidade da pessoa né mas é o estilo de alegria é o estilo de raiva
é o estilo de eh surpresa e esse estilo vai sendo produzido diz o Freud porque os afetos são como uma escada né que vai se repetindo né Eh aquela vez que você sentiu a alegria pela segunda vez ela tá reproduzindo a alegria que você sentiu pela primeira e aquela terceira vez que você informou e criou né e sancionou o afeto traduziu ele em sentimento social de surpresa isso vai criar uma espécie de fio condutor né de todas as surpresas que você já sentiu na vida né a maneira mais mais simples e demonstrar isso é pegar
esse soberano dos afetos que é o amor e dizer assim o que acontece quando a gente ama de novo a gente ama novamente a gente ama eh depois de um de um de um desenlace todos os afetos todas as vezes que a gente amou na vida são ressuscitados né pro bem pro mal né É como se houvesse o quê uma comparação o que eu tô sentindo por essa pessoa é diferente mas é igual que eu senti por aquela outra é mais ou é menos é é igual mas é diferente né E esse ressuscitar no caso
do amor ele é Eh vamos dizer assim exige um tremendo trabalho né de inclusão daquele ou daquela né que é uma nova uma nova apresentação da Orquestra né da orquestra completa com todos os instrumentos né E que vai tocar aquela mesma música que já foi tocada antes né ela vai mudar um pouco né ela vai ser crescida de elementos novos mas em princípio e essa é a demonstração quando a gente faz essa tradução dos afetos e Emoções das emoções em sentimentos como enquadre o sentimento social ele faz o quê ele sobredeterminação próxima experiência de afeto
né então isso Vejam Só como isso ajuda a gente a entender a lógica da agressividade da violência né não enquadre agressivo né raivoso colérico né que que vai organizando nossa relação com o outro ele tende a o quê a traduzir a os afetos do outro aí a reinterpretar os nossos próprios afetos como mais ódio como mais agressividade e isso até a gente passar da agressividade para a violência né esse tipo de passagem a gente vai encontrar também na transfiguração da Paixão e Amor né estou apaixonado né quer dizer parece que é toda a sinfonia está
tocando né na mesma direção está me convocando de novo para aquela para aquela emoção que um dia eu senti em relação a imemorial que começou com os meus primeiros cont afetivos com outro e Que bom eu estou levado por essa até que eu começo o qu ouvir barulhos E aí está então a metáfora Chegamos na metáfora do maestro né O maestro dos afetos né O que que faz a a orquestra tocar junto o que que faz com que os sentimentos as emoções os afetos se alinhem numa espécie de totalidade ou de unidade né O que
que vetoriza é que diz olha nós vamos fazer elas eh cursarem esta essa órbita e vamos reconhecer que a gente vai repetir esse e aquele ponto Essa é aquela nota é o maestro né Ou seja a a o desejo né E a gente vai falar mais sobre o desejo aí nos nossos próximos encontros ele é esse centro vazio e a gente vai traduzir que que é que que um um bom Maestro ele ele precisa saber escutar né um um um um um vamos dizer um desentendido na música Como Eu por exemplo eu vou escutar as
notas