No início da década de 1930, um jovem empreendedor analista de Wall Street chamado Benjamin Graham, percebeu que a maioria dos famosos investidores não ligava para situação financeira e econômica das empresas que estavam comprando. O único fator relevante era se as cotações das ações estavam subindo ou caindo. Ele chegou à conclusão de que se comprasse empresas baratas com cotações abaixo do seu valor intrínseco, ou seja, quanto ela vale?
Considerando os fundamentos, o mercado acabaria por reconhecer o seu erro e as reavaliar. Ia para cima e depois que isso acontecesse, ele poderia vender com lucro. Essa é a base do que conhecemos hoje como investimento em valor.
Graham era professor na Universidade de Columbia na década de 1950 e ensinou o sobre Vale investe em para Warren Buffett antes de se aposentar. Buffett, após aprender a teoria, foi trabalhar como analista na firma de Graham, em Wall Street. Lá, aplicou os conhecimentos adquiridos na prática, trabalhando ao lado do famoso investidor Walter Schwartz, que ajudou a instruir Buffett na arte de identificar situações de subvalorização, recomendando a leitura das demonstrações financeiras de milhares de empresas.
Depois que se aposentou, Buffett voltou para sua cidade natal, Omaha, onde teve tempo de pensar sobre a metodologia aprendida e longe da multidão enlouquecedora de Wall Street, desenvolveu a sua própria metodologia. Neste vídeo nós vamos resumir o livro Warren Buffett e a análise de balanços entendendo o que o guru John leva em consideração ao analisar uma empresa. Mas antes, não se esqueça de se inscrever no canal.
Se você gosta de contabilidade e mercado financeiro, aqui sempre tem um conteúdo novo para você. O livro tem 55 capítulos, divididos em cinco seções que fazem referência às demonstrações financeiras utilizadas para encontrar a vantagem competitiva que irá fazer a empresa entrar no portfólio de buffet. Na introdução, você percebe a diferença entre a metodologia de Graham e Buffett.
Graham se concentrava em achar empresas que estivessem sendo negociadas a menos da metade do valor que elas tinham em caixa. Ele chamava isso de comprar 1 $ por 0,50 €. Também aplicava outros filtros, como o nunca pagar mais do que dez vezes o lucro da empresa, vender a ação.
Se ela subisse 50% e caso não subisse em dois anos, ele vendia de qualquer jeito. Graham não se importava com o tipo de empresa que estava comprando. Na sua cabeça, toda companhia tinha um preço no qual se tornava uma barganha.
Contudo, algumas empresas acabavam indo à falência e um grupo de companhias vencedoras também. Havia algumas perdedoras que reduziam muito o desempenho geral da carteira para se proteger dessa situação. Graham possuía uma carteira de ações amplamente diversificada, muitas vezes com mais de 100 empresas.
Analisando a metodologia de seu mentor, ele percebeu algumas falhas. A regra de vender com 50% de lucro muitas vezes tirava cedo de mais de um bom investimento. Buffett percebeu que as boas empresas continuavam se valorizando ano após ano.
Era como se tivessem comprado uma passagem de trem para um destino lucrativo, mas desceu cedo demais, sem saber que o trem iria para um lugar ainda melhor. Buffett que superar seu mentor estudando a fundo os fundamentos das empresas de sucesso. Ao analisar suas demonstrações, descobriu que elas tinham vantagens competitivas únicas, como monopólios, permitindo que cobrassem mais ou vendessem mais, lucrando ainda mais que as suas concorrentes no mesmo setor.
Buffett percebeu que essas super empresas têm três modelos básicos de negócio vendem um produto exclusivo como a Coca Cola presta um serviço exclusivo como o American Express e negociam a baixo custo um produto ou serviço que o público sempre precisa, como All Might. Nos 2/1 modelos, as empresas conquistaram o lugar na mente do consumidor e quando isso acontece, seus produtos nunca precisam ser modificados. A empresa também consegue cobrar preços mais altos e vender uma quantidade maior de seus produtos ao longo de sua trajetória.
E todo esse cenário é refletido nas demonstrações financeiras. Já no terceiro modelo, as grandes margens são trocadas pelo alto volume, que compensa a redução nas margens, efeitos que também são percebidos nas demonstrações financeiras. Segundo o livro, é por meio da análise do balanço patrimonial, da demonstração do resultado e da demonstração do fluxo de caixa que Warren Buffett obtém as informações necessárias para analisar uma empresa.
Cada uma dessas demonstrações recebe uma seção específica no livro. Buffett sempre começa pela D. R.
. Ela revela ao investidor os resultados finais das operações da empresa em um determinado período. É apresentada a cada trimestre ou no final do ano.
No Brasil, as informações trimestrais recebem o nome de TR e as anuais de D FP. Demonstração financeira padronizada a derreter alguns componentes básicos receitas e despesas. As despesas são subtraídas das receitas informando se a empresa teve um lucro ou prejuízo.
Os primeiros analistas de ações, como o beija migrar, se concentravam apenas no fato de a empresa gerar lucro ou não, e dava pouca ou quase nenhuma atenção na maneira como esse lucro foi formado. A sacada de Buffett foi perceber que os componentes individuais da BRF podem revelar se a empresa possui uma vantagem competitiva ou não. Para Buffett, a fonte do lucro é sempre mais importante do que o próprio lucro.
E você entende isso analisando a Dell para analisar a Dell. Você deve ter em mente que, assim como o lucro, cada linha oferece uma visão limitada se considerada isoladamente. Imagine que você está tentando entender a história do resultado da empresa por meio de um quebra cabeça.
Só fará sentido se todas as peças estiverem encaixadas e informando o desempenho por completo da companhia. A primeira linha da demonstração do resultado é sempre a receita total ou bruta. Trata se do valor total dos produtos ou serviços vendidos pela empresa durante o período analisado.
Ter uma receita alta não significa que a empresa está tendo lucro. É necessário deduzir as despesas da receita total, diminuindo da receita o valor informado como custo dos bens vendidos, obtemos o lucro bruto, a quantidade de dinheiro que ela ganhou com a sua receita. Após subtrair os custos de matéria prima e mão de obra utilizados para produzir os bens vendidos.
Buffett, em seus estudos, descobriu que companhias com vantagem competitiva tendem a ter margem bruta mais alta e isso se mantém por vários anos. Para achar a margem bruta, você deve dividir o lucro bruto pela receita total. A Coca-Cola, por exemplo, tem uma margem bruta constante de 60%.
Isso acontece porque o seu produto exclusivo lhe permite estabelecer o preço de venda bem acima dos custos, sem possuir uma vantagem competitiva. As companhias têm de reduzir o seu preço de venda e essa queda, é claro, afeta suas margens, logo, o seu lucro. Abaixo da linha do lucro bruto não adere a despesas operacionais às companhias sem vantagem competitiva.
Tem uma grande parcela do seu lucro reduzida pelas despesas gerais e administrativas, mesmo com a receita tendo uma queda significante. Esse grupo de despesas não diminui, o que significa que ela está sempre se esforçando para vender. A sacada para analisar esse grupo é comparar a variação ao longo do tempo e relacionar com a receita.
No grupo de pesquisa e desenvolvimento. As empresas sem vantagem competitiva tendem a gastar enorme quantidade de dinheiro por estarem constantemente tendo de inventar novos produtos, reprojetar e atualizar os seus programas, o que significa que também tem despesas com vendas gerais e administrativas muito grandes, pois se esforçam muito para vender. As despesas com depreciação representam o efeito contábil de alocar no resultado parte do custo de aquisição dos itens de infraestrutura da empresa.
Contabilmente, cada item físico utilizado nas operações tem uma vida útil e você registra esse desgaste ao longo da vida por meio de uma estimativa que afeta o resultado da empresa, diminuindo o lucro, mas sem sair dinheiro do caixa. Ou seja, o dinheiro sai do caixa na aquisição e você difere esse impacto no resultado ao longo do tempo. Muitos analistas enxergam a depreciação como um evento que reduz o lucro para base do imposto de renda e não afeta o caixa do período.
Mas para Buffett, é uma despesa real e as empresas com vantagem tendem a ter custos de depreciação mais baixos. Você entende o que é depreciação no detalhe? Nesse vídeo que eu estou deixando no card, as despesas com juros refletem o endividamento total da empresa apresentado no seu balanço patrimonial.
A regra de Buffett é ficar longe de empresas alavancadas e que, por consequência, têm altas despesas com juros para as contas de resultado de venda de ativos e outros. Buffett considera que, por serem eventos não recorrentes, eles devem ser removidos para qualquer cálculo de lucro líquido que vise determinar se a empresa tem uma vantagem competitiva ou não. No livro, o capítulo seis, A19 são destinados a descrever cada linha da DRL e quais informações você consegue extrair dessa demonstração.
Para te ajudar, eu recomendo que você assista esse vídeo onde eu apresento toda essa estrutura no detalhe. Já no capítulo 20 ao 47 é destinado ao balanço patrimonial que eu posso te ajudar a entender com esse vídeo. É do capítulo 48 ao 50.
O foco é a DFC Demonstração do Fluxo de Caixa. Eu também tenho vídeo aqui no canal para te ajudar. Buffett sabe que essas três demonstrações em conjunto permitem que qualquer investidor analise a situação da empresa e seu histórico.
Por isso, eu também deixo esse outro vídeo apresentando a integração entre essas três demonstrações. Tá vendo só quanto conteúdo o tênis canal? Então já deixo o like no vídeo.
Se inscreve pra não perder nada. Uma das primeiras análises que Buffett faz para saber se uma empresa é realmente boa no que faz é verificar o quanto ela possui em ativos e passivos. Ele faz isso olhando para uma demonstração que mostra a situação financeira da empresa em uma data.
O balanço patrimonial. Nessa demonstração, ele olha para o ativo circulante, especificamente o grupo mais líquido. O caixa é equivalente de caixa.
Se uma empresa tem muito dinheiro ali registrado, pode ser um bom sinal, mas também pode significar que ela acabou de vender algo grande, não proveniente das suas operações. O não recorrente citado quando analisamos a Derrick, um caixa robusto gerado pelas operações, sugere uma vantagem competitiva quando as empresas têm sobra de caixa, elas podem optar por fazer aquisições, investimentos no mercado, recompra de ações ou até pagar dividendos. Já pouco dinheiro nesse grupo de contas pode indicar problemas.
Se uma empresa tem muito dinheiro em caixa e pouca dívida, ela provavelmente vai conseguir passar por momentos difíceis. Por outro lado, se ela estiver precisando dinheiro e tiver muitas dívidas, provavelmente enfrentará problemas sérios que talvez nem um ótimo gestor consiga resolver ainda dentro do ativo circulante. Buffett dedica uma atenção maior para as contas de clientes e stocks.
Quando uma empresa faz uma venda e o cliente paga a prazo, a contabilidade registra essa transação. No contas a receber apenas o contas a receber. Não fala muito sobre uma possível vantagem da empresa, porém, comparando esse grupo entre empresas do mesmo setor, podemos entender mais sobre a concorrência.
Algumas empresas tentam atrair mais clientes, deixando eles pagarem bem mais tarde, o que aumenta suas vendas e o contas a receber. Se uma empresa sempre tem menos contas a receber em comparação com suas vendas totais do que as outras empresas, provavelmente ela tem uma vantagem competitiva que deve ser investigada na conta stocks. Em algumas empresas existe o risco de os produtos estocados ficarem obsoletos.
Porém, isso não acontece em empresas que vendem produtos que não saem de moda. Buffett procura por empresas cujos estoques e lucros estão sempre aumentando, mostrando que elas estão vendendo mais de forma lucrativa e precisam aumentar os seus estoques para atender a demanda. Se uma empresa aumenta e depois diminui seu estoque muito rápido, provavelmente ela está em um mercado muito competitivo, onde é difícil ter uma vantagem.
O total do ativo circulante, quando dividido pelo passivo circulante, nos dá o tradicional índice de liquidez, que é considerado bom se for maior do que um indicando que a empresa tem recursos no curto prazo para pagar as suas obrigações de curto prazo. Porém, esse índice pode ser enganoso. Algumas empresas muito bem sucedidas têm índices abaixo de um, pois utilizam seus recursos de curto prazo para fazer aquisições, e isso não significa que elas estão em apuros, mas sim que são tão lucrativas que podem pagar suas dívidas facilmente, mesmo com índice menor.
Elas geram lucro consistentemente e podem obter dinheiro rapidamente quando precisarem. Portanto, ter o índice de liquidez abaixo de um não é sempre um sinal ruim. Buffett argumenta que o índice de liquidez tradicional não é sempre um bom indicador da saúde financeira da empresa.
O valor dos bens de uma empresa, como edifícios e equipamentos e aqueles utilizados na infra estrutura de um negócio, diminui com o tempo um processo conhecido como depreciação. Como comentamos na D. R.
, algumas empresas precisam atualizar constantemente esses bens para se manterem competitivas, o que custa muito dinheiro. Por outro lado, empresas com uma vantagem sólida no mercado não precisam fazer tantas atualizações. Elas só substituem o que se desgasta, economizando dinheiro para usar em outras áreas lucrativas.
Esses são os fatores que Buffett leva em consideração quando analisa o imobilizado. Já no grupo do intangível e são registrados itens como marcas ou patentes. Antigamente, as empresas podiam colocar no balanço patrimonial qualquer valor que quisessem para esses ativos, o que causava muita confusão e abusos.
Hoje, com as novas regras da contabilidade, só podem colocar no balanço os ativos intangíveis que forem adquiridos ou atenderem a vários critérios. As regras para registro do ativo intangível faz com que o verdadeiro valor das empresas com grandes vantagens competitivas, como a Coca-Cola, não seja totalmente visível nos seus balanços. Warren Buffett soube aproveitar isso investindo em empresas com ativos intangíveis valiosos e obtendo grandes lucros, mesmo quando outros investidores não viam o mesmo potencial.
Para saber se a empresa está usando bem todos os itens registrados no grupo do ativo do Balanço Patrimonial, os analistas usam um cálculo chamado ROA retorno sobre o ativo, que é o lucro líquido dividido pelo ativo total, enquanto os analistas apenas constatam qual foi a rentabilidade. Buffett faz uma análise ainda mais aprofundada qual o tamanho desses ativos e qual o dinheiro necessário para replicar esse negócio. Valores altos nos ativos podem significar uma barreira de entrada para novos concorrentes, mesmo que o indicador roa alto pareça bom.
Ele pode mostrar que a empresa é mais vulnerável à concorrência se não for muito caro para novos concorrentes entrarem no setor. Isso significa que um valor financeiro de ativos mais altos e uma rentabilidade menor pode, de certa forma, oferecer mais proteção no longo prazo. Warren Buffett sabe como ninguém que a contabilidade é a linguagem dos negócios.
É aquele valor registrado nos ativos, deve ser igual aos passivos, mais o patrimônio líquido, como manda a equação da contabilidade. Assim como na DRL, analisa cada conta da estrutura de capital da empresa e o seu desempenho histórico. O indicador tradicional, o coeficiente de endividamento que é calculado pela divisão do passivo total pelo patrimônio líquido, mostra a quantidade de dívidas existente na estrutura de capital da empresa.
No entanto, Buffett percebeu que mesmo empresas bem sucedidas que ganham muito dinheiro podem ter um coeficiente de endividamento alto. Isso acontece porque, ao invés de acumular lucros e ter seu patrimônio líquido alto, elas preferem usar esse dinheiro para comprar de volta suas ações, o que podem fazer com que pareçam mais endividadas do que realmente estão. Esse coeficiente nem sempre mostra qual a real força ou fraqueza de uma empresa.
O que fica claro no livro é que não existe uma fórmula para interpretar balanços. Todo o contexto deve ser analisado e os indicadores tradicionais devem ser interpretados, saindo de uma análise básica para fechar o quebra cabeça da análise de empresas. Buffett faz uso da DFC demonstração do fluxo de caixa, que traz informações tão importantes quanto as que estão no balanço e perceba que o balanço patrimonial apresenta a situação da empresa em uma data por meio de ativos, passivos e patrimônio líquido, obedecendo à equação da contabilidade a decorrer.
Diferente do balanço, apresenta o resultado do período por meio de contas de receitas e despesas. Enquanto você analisa balanços, comparando as variações entre duas fotos na D. R.
, você compara o desempenho de períodos como se fosse um filme de como o lucro ou prejuízo foi formado. Veja que o nome do livro é Análise de balanços, mas na verdade isso é sinônimo para análise das demonstrações financeiras ou análise dos demonstrativos contábeis. A DFC, assim como a D.
R. , apresenta as variações de um período, apresentando tudo o que afetou o saldo inicial e final de caixa, que é uma das contas mais importantes analisadas por Buffett do Balanço Patrimonial. Sabendo disso, na demonstração do fluxo de caixa, você vai encontrar as transações que ocasionaram entradas e saídas que afetam o disponível, o caixa que vai além de caixa, que é o foco principal da DFC, tudo o que ocasionou a variação do caixa partindo do saldo inicial e chegando até o saldo final do período, sendo que todas as movimentações são agrupadas de acordo com as atividades que representam, sendo apresentadas em três classificações Fluxo de caixa Operacional, fluxo de caixa de investimentos e fluxo de caixa de financiamento.
Entender essa classificação permite que você entenda como a empresa faz uso dos recursos do seu caixa na seção do fluxo de caixa das atividades de financiamento que mede as entradas e saídas de dinheiro gerado pelas operações financeiras. Buffett investiga todas as saídas referentes a pagamentos de dividendos. Já no fluxo de caixa das operações de investimentos, o foco é verificar os valores pagos por ativos fixos destinados à infraestrutura.
Talvez você queira se aprofundar nesses investimentos sabendo a diferença entre CAPEX e OPEX, que eu te explico nesse vídeo que está aparecendo no card. Essa foi uma visão geral do livro Warren Buffett e a análise de balanços tem muito mais aprendizados no livro e aqui no canal. Afinal, como o próprio Buffett fala, você precisa entender de contabilidade, pois ela é a linguagem dos negócios.
Eu espero ter te ajudado com esse vídeo. Na sequência irão aparecer outros vídeos que podem te ajudar por aqui. Eu agradeço por você ter assistido e nos vemos no próximo.
Abraço.