Paul Brunton - Liberte-se do Ego

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Corvo Seco
Trechos do livro “A Realização da Alma”, de Paul Brunton Nascido em Londres, Raphael Hurst ou Paul ...
Video Transcript:
Cada manhã é como uma nova reencarnação neste  mundo. A cada manhã temos uma nova chance de sermos nós mesmos, e não meramente ecos de nossas  próprias fixações ideológicas do passado. .
. As tendências e hábitos, as atividades físicas e  mentais que trouxemos ao longo do nosso próprio passado, se estabelecem e se solidificam  no que chamamos de nosso ser pessoal, nossa individualidade, nosso ego. Este é o ego  que erroneamente julgamos ser nosso ser real.
Este é o ego ao qual a memória nos ata. Esta é  a parte ilusória de nossa personalidade dual; esta é a parte conhecida de nosso ser, e isto que  conhecemos é uma mera sombra lançada pela parte desconhecida que é infinitamente maior.  Ela se move de um corpo terreno a outro, de um sonho a outro por meio da fantasmagoria  da existência, sem despertar para a realidade.
Todavia, a vida não permitirá que essa  combinação seja mais que temporária, e nós continuaremos mudando com o tempo. Nós nos  identificamos com cada uma dessas mudanças, por sua vez, sempre achando que elas são realmente nós  mesmos. Somente quando acalmamos essas atividades e nos retiramos desses hábitos por um breve  período, em meditação, é que afinal descobrimos, pela primeira vez, que eles não constituem o  nosso verdadeiro Eu.
Na verdade, eles então são vistos como nosso falso eu, pois é só então que  descobrimos o ser interior, que é o verdadeiro Eu, escondido e encoberto por esses velhos hábitos. Ai de mim! Tão forte são os seus poderes seculares, que nós logo lhes permitimos  reassumir suas formas tiranas sobre nós, e em seguida nos tornamos novamente  vítimas da grande ilusão do ego.
Somos prisioneiros de nosso ego porque somos  prisioneiros do nosso passado. Aqueles que recorrem com frequência a pensamentos  do seu passado acabam presos por ele, e são mantidos prisioneiros do ego. O remorso por  pecados cometidos e a autopiedade por ser a vítima do pecado dos outros – ambos são logo exagerados e  criam mais obstáculos a serem superados na Busca.
Se conseguirmos desapegar-nos das  reivindicações das memórias passadas e das antecipações de resultados futuros,  conseguiremos desapegar-nos do ego. . .
O que quer que ajude a conduzi-lo para além da  tirania do ego, seja uma ideia ou uma situação, um estado de espírito induzido  ou um serviço particular, vale a pena tentar. Mas, a liberdade será mais  fácil, e o resultado mais bem sucedido, na medida em que você consiga se  liberar de sua própria história passada. Neste momento, liberte-se do passado.
Liberte-se do Ego. Paul Brunton. “Cada respiração é uma chance para renascer  espiritualmente.
Mas para renascer em uma nova vida, é preciso morrer antes de morrer. ” – Shams de Tabriz. O ego é uma estrutura construída  a partir de tendências.
São apenas hábitos e experiências desenvolvidos  em um padrão específico. Mas no fim, tudo isso não passa de um pensamento,  ainda que um pensamento forte e contínuo. O ego pessoal nada mais é do que a totalidade dos  seus pensamentos.
Se você anotar cada pensamento que lhe ocorre ao longo do dia, e somar todos  eles, isso formaria a sua “personalidade”. Se não houvesse pensamentos, não  haveria um ego pessoal. Silenciar os pensamentos é silenciar  o ego, em todos os aspectos.
A tendência última da evolução humana é por  intermédio e para além da personalidade, como a conhecemos agora. Devemos encontrar-nos  novamente em uma individualidade mais elevada, a Alma. Para alcançamos isso, as características  mais baixas devem ser lentamente desprendidas.
Nesse sentido, nós realmente morremos para o eu  terreno, e nascemos novamente no verdadeiro Eu. Essa é a única morte verdadeira que nos aguarda. A toda pessoa é oferecida essa chance de viver novamente, não apenas uma vez, mas quantas  forem necessárias, para trazê-la de volta a seu ser mais divino, e a nele estabelecer-se.
Na verdade, você está sendo chamado a morrer para o seu ego, a retirar de sua vida desejos e  paixões, ódios e ambições, e a aprender a arte de viver em total independência das coisas externas  e em total dependência ao seu verdadeiro Eu. Este é o mesmo chamado de Jesus quando disse:  “Aquele que perder sua vida a encontrará”. Assim, os pesares da vida nesta Terra não são mais  que um meio transitório para um fim eterno, um processo pelo qual temos de aprender  a como ampliar a nossa consciência do eu pessoal para o verdadeiro Eu espiritual.
Há apenas uma razão para estarmos aqui na Terra, que é descobrirmos o nosso verdadeiro Eu  espiritual, nosso verdadeiro Ser Interno. A não ser que o consigamos, nós voltaremos aqui  repetidamente, e sofreremos até consegui-lo. Então, chega uma hora em que o homem velho tem  que virar as suas costas para o passado, pois ele está se tornando um estranho e um novo homem  está nascendo.
Memórias obstruiriam esse processo. A mente deve continuar gradualmente separando-se  de suas antigas ilusões, seus preconceitos alimentados pelo tempo, raramente consciente de  qualquer progresso até que, em um fatídico dia, a verdade triunfe abruptamente em um  vívido lampejo de iluminação suprema. Um dia, o misterioso evento chamado por  Jesus de “nascer de novo” acontecerá.
Haverá um sereno deslocamento do falso  eu para o verdadeiro Eu. Virá no segredo do coração do discípulo e virá com um  poder irresistível ao qual o intelecto, o ego e o animal dentro dele podem  até resistir, mas resistirão em vão. .
. Quando você realmente começa a se conhecer, quando você experimenta o maravilhoso toque do  Impalpável, você se sente verdadeiramente vivo. Nesse momento abençoado, você se  encontra livre, como nunca antes, pois se encontra sem as perplexidades do  intelecto e sem as maquinações do ego.
Nesse breve intervalo em que você se sente na  presença do verdadeiro Eu, em que a benevolência, a paz e a sabedoria se tornam vivas realidades  eternas, ao invés de meras palavras zombeteiras, a pequenez da vida desaparece e  uma grandeza sagrada a substitui. Este é o destino do ego, ser elevado ao  verdadeiro Eu, e lá, extinguir-se ou, mais corretamente, transcender-se. Mas, como o ego  não vai deliberadamente acabar com a sua própria vida, algum poder externo deve intervir para  realizar essa elevação.
Este poder é a Graça. E esta é a razão pela qual a aparição da Graça é  imperativa. Muitos falharam em se desidentificarem de seus pensamentos, apesar de todas as  tentativas.
Isto demonstra sua dificuldade, não a sua impossibilidade. Em tais casos, somente  a Graça os liberará de suas cadeias de pensamento. Não haveria esperança de sairmos  dessa nossa posição egocêntrica se não conhecêssemos essas três coisas: Primeiro, o ego é apenas uma acumulação de memórias e uma série de desejos, ou seja, o ego é  apenas um pensamento; ele é uma entidade fictícia.
Segundo, a atividade pensante pode  chegar a um fim através da quietude. Terceiro, a Graça, a radiação do Poder além da  pessoa, está sempre reluzindo e sempre presente. Se deixarmos a mente se tornar profundamente  quieta e profunda observadora do instinto de autopreservação do ego, abrimos a porta para  a Graça, que então nos sorve amorosamente.
O pré-requisito indispensável é a autoentrega. Submeta-se como uma taça vazia  a ser preenchida pela Graça, e pela a intuitiva orientação do  verdadeiro Eu. Não desista dessa meta, não se satisfaça com uma espécie de vida  que é metade uma coisa, metade outra.
Mas se essa meta nos parece distante  demais, ou a escalada nos parece muito íngreme, o que deveríamos fazer? Faça o máximo que você puder para avançar. Se lhe faltar força para percorrer todo o  caminho, então percorra apenas uma parte.
A tarefa do buscador espiritual é abrir caminho,  remover obstruções e adquirir concentração. E então, a união dessas atividades fará com que  a Graça do verdadeiro Eu possa atingi-lo. A Graça está sempre aqui, disponível para todos.
Através da Graça, os erros do passado podem ser esquecidos de modo que a cura do presente  possa ser aceita. Na alegria dessa Graça, o sofrimento dos velhos erros pode ser banido  para sempre. Então, não retorne ao passado – viva apenas no eterno Agora – em sua paz,  amor, sabedoria e força.
Isso é liberdade.
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