Caros amigos, bem-vindos a mais um episódio de Hoje no Mundo Militar. Neste vídeo, falaremos sobre o fracasso das negociações de paz na Turquia entre russos e ucranianos. Por está sendo tão difícil conciliar os dois lados.
E se ainda não está inscrito no canal, inscreva-se já e acione o sino das notificações para não perder nenhuma novidade. As conversações em Istambul que decorreram nesta sexta, 16 de maio, apesar de terem gerado grandes expectativas pela presença do secretário de estado, Marco Rúbio, foram breves e sem grandes avanços, com as conversações entre as delegações da Rússia e da Ucrânia se prolongando por pouco mais de 1 hora e meia. O único ponto mais positivo do encontro foi a decisão de realizar a maior troca de prisioneiros da guerra até o momento, com a promessa de que 1000 prisioneiros de cada lado sejam libertados em breve.
Mas em termos de progresso para uma trégua ou um cessar fogo, muito pouco foi alcançado. A principal dificuldade nas negociações foi a insistência da Rússia nas condições territoriais, com Moscou exigindo que a Ucrânia se retire completamente das regiões que a Rússia anexou a força no final de 2022, como Zaporidza, Kerson, Donetsky e Luganski. É importante frisar que a Rússia não ocupa a totalidade dessas regiões, mas mesmo assim Putin exige que a Ucrânia se retire até mesmo das áreas não ocupadas.
Essas exigências que englobam uma área duas vezes maior que o Líbano e com uma população pré-guerra de milhões continuam sendo um obstáculo gigantesco para qualquer acordo. Mesmo que a Rússia controle uma parte importante dessas regiões, a Ucrânia se recusa a ceder qualquer terreno, principalmente se não obter nenhuma contrapartida de peso do lado da Rússia. Outro ponto crítico foi a ausência de Vladimir Putin, que entregou a liderança da delegação a um dos seus auxiliares, o ex-ministro da cultura, Vladimir Medinski.
A decisão russa de enviar uma delegação de tão baixo escalão e sem qualquer poder ou autonomia de decisão foi vista como mais uma estratégia de Moscou para emperrar a negociação e evitar compromissos sérios. Um movimento que irritou profundamente tanto os líderes ocidentais quanto os ucranianos. Foi justamente para evitar uma situação como essa que o presidente ucraniano Volodimir Zelensk pediu para que Putin também fosse à Turquia.
E de fato, Zelensk esteve em Istambul por toda a quinta-feira, no dia anterior à reunião, à espera de uma confirmação de Putin, mas tornou-se rapidamente óbvio que o líder russo não iria à reunião que ele próprio insistiu para que se realizasse. a insistência de Putin por negociações de paz em Istambul, ao mesmo tempo em que se recusa a ir pessoalmente, fazendo questão de enviar uma delegação composta por membros de segundo escalão do seu gabinete, apenas confirma aquilo que os aliados europeus da Ucrânia vem afirmando há muito tempo. Putin quer apenas atrasar as negociações e ganhar tempo enquanto tenta obter mais algum ganho territorial na guerra.
O momento de maior tensão nas negociações foi a pressão internacional, particularmente dos Estados Unidos, sobre o processo de paz. O presidente Donald Trump, que tem sido um defensor de um acordo mais direto, sugeriu um cessar fogo de 30 dias como pré-condição para as conversas. A Ucrânia de Zelenski aceitou prontamente essa proposta, mas Putin se recusou sequer a considerá-la, dizendo que um cessar fogo só favoreceria a Ucrânia ao permitir que as suas forças se rearmassem.
A decisão de Moscou de não aceitar o cessar fogo é um reflexo da sua estratégia de guerra total, que não prevê grandes concessões para o adversário. Sinasse também coloca Putin em uma posição delicada perante o Ocidente, principalmente agora que a pressão para aumentar a sanções está crescendo, com o próprio presidente Trump admitindo, por diversas vezes, que está pronto para aplicar grandes sanções contra o setor energético e financeiro da Rússia. A diplomacia europeia teve um papel importante nesse processo, com líderes de países como Alemanha, França e Polônia exercendo pressão sobre a Ucrânia para aceitar as condições de Trump e, ao mesmo tempo, convencer o presidente russo de que, se não houver progresso nas negociações, um endurecimento das sanções será inevitável.
Essas sanções, que já incluem restrições severas ao setor de energia russo, estão prestes a ser expandidas com novos pacotes em preparação. Apesar da troca de prisioneiros, o mais alarmante foi o comportamento das forças russas que horas após as negociações em Istambul, realizaram novos ataques aéreos na Ucrânia com um bombardeio que atingiu a cidade de Sum na região nordeste, matando nove civis. Esse ataque demonstra mais uma vez a falta de um compromisso real de Moscou com a paz.
O caminho permanece incerto com o encontro de Istambul mostrando que, apesar da Ucrânia continuar disposta a dialogar, a Rússia continua firme na sua estratégia de se dedicar apenas à retórica, sem real interesse na paz, com a recusa russa em negociar em termos mais flexíveis com exigências territoriais e reais. sendo apenas alguns dos obstáculos que continuam dificultando uma solução. A pressão internacional continua sendo um fator importante com os líderes europeus exigindo mais ações concretas para pressionar a Rússia.
Mas até que Putin e Zelensk se sentem frente à frente sem intermediários, o conflito parece destinado a continuar a sua trajetória sangrenta. Em um cenário global, onde as tensões geopolíticas estão crescendo sem parar, as negociações entre Rússia e Ucrânia são vistas como fundamentais, não apenas para os países envolvidos, mas para o equilíbrio de poder na Europa e no mundo. Mas o seu fracasso revela que, apesar da esperança e da vontade ucraniana em se alcançar a paz, a Rússia se mantém firme no seu propósito de emperrar e atrasar qualquer conversação mais séria, visando o fim da sua invasão.
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