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A União Europeia é um dos blocos de integração mais avançados no mundo em matérias como a convergência de políticas entre seus membros, o compartilhamento de competências e até mesmo a atribuição de poderes supranacionais. Mas como a União Europeia surgiu e de que maneira ela se transformou na organização que conhecemos hoje? Esses são os temas deste vídeo.
Então bora saber mais! Há vários séculos, já havia propostas para a integração europeia como meio para alcançar a paz, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que essas ideias começaram a ser tiradas do papel. Na segunda metade dos anos 1940, países da Europa ocidental negociaram tratados e criaram organizações voltadas a promover a segurança, a democracia, os direitos humanos e o Estado de direito.
Em 1950, o ministro das Relações Exteriores da França, Robert Schuman, inspirado pelas propostas do político francês Jean Monnet, apresentou um plano para desenvolver a cooperação no continente europeu. Essa proposta integraria as indústrias do carvão e do aço da França, da Alemanha e de outros países da Europa interessados. Assim, uma nova guerra entre a Alemanha e a França se tornaria não apenas impensável, mas materialmente impossível, já que a siderurgia é a base da produção de armas e da indústria de modo geral.
Dessa forma, a integração produtiva entre esses países deveria lançar as bases para uma possível federação europeia e, com isso, preservar a paz. A data de 9 de maio, quando foi apresentada a Declaração Schuman, ficou conhecida como o Dia da Europa. Com base nessas propostas, em 1951, seis países europeus assinaram o Tratado de Paris, que estabeleceu uma autoridade comum para gestão de suas indústrias de carvão e aço.
Com a entrada em vigor desse tratado em 1952, foi criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, a CECA, tendo como membros fundadores a Alemanha Ocidental, a Bélgica, a França, a Itália, Luxemburgo e os Países Baixos. Cinco anos mais tarde, em 1957, os seis países fundadores da CECA decidiram ampliar sua cooperação para outros setores. Com os tratados de Roma, foram instituídas a Comunidade Econômica Europeia e a Comunidade Europeia da Energia Atômica.
O chamado Tratado de Fusão, de 1965, unificou órgãos executivos das três comunidades, criando um Conselho e uma Comissão únicos para as Comunidades Europeias. Assim, a construção de um mecanismo amplo de integração continuou a avançar, abrangendo um conjunto cada vez maior de áreas. Os primeiros novos membros que ingressaram nas Comunidades Europeias foram a Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido, a partir de 1973, aumentando-se o número de Estados membros para 9.
Em 1981, a Grécia tornou-se o décimo participante, seguida de Espanha e Portugal em 1986. Apesar da eliminação de impostos alfandegários ao comércio entre os países membros das Comunidades Europeias desde 1968, ainda persistiam diferenças em regulamentos nacionais. Até que o Ato Único Europeu, adotado em 1986, estabeleceu os objetivos de relançar a integração europeia e dar início ao funcionamento de um mercado interno até o início dos anos 1990.
Após a queda do muro de Berlim e a reunificação alemã, a parte oriental da Alemanha também foi incluída nas Comunidades Europeias, e em 1992, seus 12 membros deram outro passo importante no processo de integração, com a assinatura de mais um tratado, que criou uma nova organização internacional. O Tratado de Maastricht entrou em vigor em 1993, dando origem à União Europeia. O Tratado da União Europeia estabeleceu uma estrutura ampla de atuação, incluindo regras para a constituição de uma união econômica e monetária, o desenvolvimento de uma política externa e de segurança comum e a cooperação em matéria de justiça e assuntos internos.
No campo econômico, foi instituído o mercado único, com quatro liberdades: a livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais. O euro, a moeda única europeia, foi lançado em 1999 e começou a circular em 2002. Atualmente, cerca de dois terços dos países da União Europeia adotam o euro como moeda oficial, e a maioria dos restantes deverão aderir à zona do euro assim que reunirem as condições necessárias.
A partir de 1995, a União Europeia passou por uma série de sucessivas ampliações, alcançando o número máximo de 28 membros, até que um deles decidiu se retirar. Após um referendo que confirmou a vitória do movimento para retirada britânica da União Europeia, o Reino Unido negociou e concluiu, em 2020, um acordo de divórcio europeu, apelidado Brexit. Mas afinal de contas, o que é a União Europeia e para quê ela serve?
Ela é uma organização internacional de natureza política e econômica que está baseada em princípios e valores comuns, como a liberdade, a democracia, a igualdade e o estado de direito. Os cidadãos dos países membros desfrutam de direitos e liberdades em áreas como deslocamento, residência e trabalho e têm acesso a um mercado integrado de produtos e serviços. Além disso, a União Europeia também adota normas e políticas voltadas a temas econômicos, sociais e ambientais, participa de organizações e foros internacionais e negocia acordos comerciais com outros blocos e países.
Em 2012, a União Europeia recebeu o prêmio Nobel da Paz por sua contribuição para a paz, a reconciliação, a democracia e os direitos humanos na Europa. Curtiu o vídeo? Então se inscreva no canal para ficar por dentro da política internacional de maneira descomplicada.
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