E aí [Música] e o raio do que ele vai dizer que o homem acha que o senhor da linguagem mas a linguagem é que a senhora dele e achamos que somos os senhores da cidade mas ela que nos domina ela que nos habita não como um destino inexorável mas a cidade o território sempre deixa marcas no sujeito né Essas marcas que o sujeito vai levar a partir de uma determinada pertença a um determinado lugar não habitamos porque construímos na disso Rider construímos na medida que habitamos e é por que habitamos que podemos construir por exemplo
habitamos um estádio de futebol uma ponte uma represa sem que ali haja nenhuma residência as Praças são lugares da cidade que habitamos sem que seja nossa residência mas pode ser nossa morada [Música] Eu soube Malaquias sou geógrafo pesquisador do Centro de Estudos periféricos da Universidade Federal de São Paulo Campus zona leste hoje convidei a professora Vanderli Custódio aposentada pelo Instituto de estudos brasileiros da Universidade de São Paulo para andarmos pela cidade de São Paulo e conversarmos sobre globalização e sobre o Brasil e Bom dia Carol tá tudo bem com vocês grande luta nossa caminhada curta
que pelo centro eu tô impressionado com a quantidade de lojas fechadas né é impressiona Que impressão de dar uma tristeza na gente né quem a cidade é pulsação quanto mais comércio quanto mais gente circulando mas faz o sentido da cidade né que alguém que mora com a minha vida a minha juventude é marcada ela é marcada um determinado momento por um ativismo né Por Um ativismo Letinho racial e o encontro das pessoas se dava sempre aqui no centro aliás eu convidei você aqui para para essa conversa na galeria um pouco por conta disso né mas
a ideia conversar um pouco sobre globalização sobre o Brasil Regional né 1 o resto de ligação das pessoas para cá e eu acho que a galeria ela expressa um pouco bonita bem isso porque de repente você chega tem gente diferença nos traz a cabeça aí você tá minha do outro lado da galeria Você viu o pessoal com os pesquisas africanos com os turbantes tem dentro dos transportes de cabelo já é uma outra coisa e no meio do caminho tem todo o pessoal do hip-hop Tem um pessoal que é assessorado por a defesa antigos porque eu
acho que ela consegue de uma certa forma agrupar pessoas de diferentes lugares do mundo né então tem uma questão estética tem uma questão afirmativa né E hoje com novo sujeitos né novos personagens nesta cena né os africanos os haitianos é o Olá é são os novos lápis usadas nos anos 80 um produto apesar de no começo dos anos 90 final dos anos 80 a galeria me encantava porque foi aqui que eu conheci personagens como o Milton Cardoso como Tony Tornado como Luiz melodia um conjunto de artistas e de ativistas negros e negras que circulavam por
aqui eu vejo que a cidade agora passa por um processo gente inicialização sabe eu acho que na década de 60 70 a gente teve esse fenômeno correndo ali na região da 25 de Março e hoje a gente tem uma africanização de um pedaço de sempre ainda que seja por conta nós estamos vinculados ao pré-consciente e aos estigmas que são Associados aos povos africanos sobretudo os nigerianos a gente tem agora os africanos tomando ponta é dessa parte da cidade a poupança essas Galerias ocupando havia Vinte e Quatro de Maio e é algo que ele parece uma
coisa interessante de pensar né que eu acho que tem haver um pouco com aquilo que a gente talvez tenha que conversar essa questão da globalização e da fragmentação né acho que não dá para gente pensar globalização sempre alimentação e a globalização é um processo muito complexo bastante contraditório e o contraditório naquele sentido o complementar e do conceito olho Então levanta só que a dinâmica Isto é bom é ruim é legal não é legal é um complexo mesmo e quando a gente percebe em São Paulo não faz São Paulo Coelho drama dos refugiados do mundo mas
essa utilização a gente percebe bem essa fragmentação e percebe também a globalização que eles estão esparramados pelo mundo não está no Brasil nela porque eu tava mandando pelo mundo e aqui eles fazem parte desse processo de globalização e fragmentação que cada um é um que chega e chama um primo se assim que se arranja seu nome primo chama um tiro sua família inteira e aí esses amigos chamou os amigos então você vai estar tendo bairros com perfil não é a filho muito muito significativos do mesmo jeito aqui tem os bolivianos e tem a feira Samsung
onde ele se e sempre criar uma comunidade muito filho de Wanessa chegando também então nós não temos que a gente tem essa higienização e é uma fragmentação ela é resultado do processo de globalização intenso o processo é tão justo pelos geógrafos este processo é uma coisa assim bem legal de que eles falam é porque essas pessoas são de uma certa forma de se ter que ter realizadas dos seus locais e cidades de nascimento e busco nos lugares em que eles se encontram aspectos que possam territorializa luz né é que vocês precisam que essa noção de
conhecimento principalmente no mundo globalizado que traz muita incerteza a globalização é um processo econômico e técnico e homogeniza tudo né faz uma tábula rasa de tudo tá usando mais certeza muito grande uma agonia muito grande até que eu não sei que eu quero Penso Tanto é que eu sou para onde é e quais são as minhas expectativas the Culture que as pessoas fazem o que para se sentir seguro ela se agarrou no seu lugar ela se reterritorialização aí a partir dali de uma comunidade é reagem cria um sonhos criam projetos Mas que que tem a
ver as tatuagens com a globalização e os piercings com a globalização essa galeria tá cheia de lojas difíceis e de tatuagens não é porque isso que justamente conhecer terça da globalização você não tem um futuro você não sabe se vai ter um emprego amanhã ou daqui a pouco se a sua especialidade vai ser sucateado daqui a um ano você tem que aprender a fazer uma outra coisa então as sua escola é a história tá passando muito rapidamente e fica cada vez mais difícil você contar uma história linear e simples de si mesmo e a história
vai sendo apagada por novidades e mais novidades e mais novidades aqui que você faz escreve a sua história no seu próprio e vai a inalienável e ninguém tira de você depois de conversar com quem você quiser cada tatuagem é um fato da vida do sujeito então ele tá sua compra o porco tá quase nem uma coisa nova né no Oriente alterou tatuagem séculos atrás a gente sabe que você nós não entendeu que não seria dessa forma sistemática quando a gente tem visto nos últimos tempos é isso eu escrevo a minha própria história já que não
há uma grande história kementari eu conto a história do meu próprio corpo e ninguém pode apagar lá inalienável só quando eu morrer que as pessoas se tatuam dos pés à cabeça muito interessante essas pernas grossa discussão sobre o corpo qual é o papel do corpo no mundo global né porque a gente vê por exemplo afirmação dos movimentos de mulheres vidas negras importam quase todos os movimentos que buscam uma formação de público diante de um mundo a Índia rejeitá-los que tende ameaçado como é que você vai exato é exatamente isso essa pasteurização todas Tem certeza toda
tá fazendo com que as pessoas voltem classe até mesmo nas Ciências Sociais com ela tem pessoal que trabalhou muito com classes sociais com o laxismo portal Marques o comunismo e muita gente que resolveu trabalhar agora com o cotidiano das pessoas a com o lugar tá fala das pessoas mas porque parece que tava a gente tava construindo aí uma produção social é sem sem sem homens reais concretos então agora essa ideia a ideia de chamar pela vida de cada um contando a história de cada um a gente tem um monte de biografias e limpo Militar de
monte de autobiografias e república das pessoas série contará sua história dizer aquilo que estão pensando E aí e na Grécia antiga e o estrangeiro era sempre protegido por Deus maltratar um estrangeiro um hóspede era inaceitável na porque ele deveria ser acolhido por que esse estrangeiro é trás trazia né o olhar renovado sobre a vida então eu acho que a cidade como potência para pensar na relação com o outro a gente tem que lançar sobre o outro esse olhar renovado da vida abrindo novos espaços para transmissão da experiência e aqui eu queria lembrar o Walter Benjamin
quando ele vai falar da figura do narrador não narrador tanto aquele que vem de longe que tem muitas histórias para contar com aquele que não sai do seu território das suas histórias e das Quem são mas que pode passá-las de uma geração a outra então esse olhar renovado sobre a vida ela exige que a gente tenha o tempo para escutar o narrador tanto das suas histórias distantes como da tradição do lugar e aí me lembrei do texto justamente do raio negro quando ele disse que construir também tem esse tempo para cultivar para ele ficar uma
relação à educação de a gente ficar pensando essa sua dialética né entre o Global global e local né porque são movimentos complementares Como é o da globalização e da fragmentação né E nesse sentido ou você vê hoje de segundo dito Global essa esse retorno de cimento dos conservadorismos o conservadorismo que a gente tem disso hoje eu também Boa tarde essa falta da dialética gente o Global vá e o lugar entre a globalização EA fragmentação Por que que nesse processo de tentar se afirmar no seu próprio no gás Então a gente tem grupos progressistas se afirmando
passou a cultura sua tradição grupos liberais grupos conservadores grupos de normas você tem um monte de gente sentando-se afirmar que a globalização afeta preferido em coletivos afeta muito a classe média também e todo mundo tá com medo do que é globalização tá tudo igual tá tudo tudo tudo esquisito tudo organizado E eu lá então nesse e eu seja a tentativa de se auto-afirmar que vai buscar no passado formas ancestrais a chamada as tradicionais de se afirmar E aí se afirma não conservadorismo do passado lá no autoritarismo do passado a não são só os lugares legais
progressistas estão sujeitas se vindo também esse núcleos que são xenófobos que são autoritários são conservadores e é uma coisa muito complicada porque realmente é esse processo de globalização faz Muitas pessoas têm uma receio do Futuro porque prego mais certeza tão grande que fazer essa ideia do mundo de que tudo pode então eu vou fazer se eu me ligar as minhas tradições e assim aqui a gente tem uma classe média que eu muito conservadora portanto sempre foi conservadora a sua origem à classe média brasileira é conservadora as classes médias que eles são conservadoras a gente tem
um operariado hoje nem tanto né mas se fez um operariado também a falta de moral Operária também muito conservadora Então a gente tem essas lutas vindo dos lugares e lugares conservadores também ele que também se usam ouvir toda a tecnologia da globalização para se manifestar então a gente se eles estão o tanto todos estão se manifestando é que assusta conservadorismo assusta mas é uma tá aí eu vejo como uma espécie de medo e ele como uma espécie de pavor medo Cristiano lado eu li uma coisa que você escreveu que eu achei Fantástico que você disse
que o mundo é mais careta agora do que era na década de 60 70 e 80 mais careta eu achei assim para graduação dos anos 80 Achei que já tinha resolvido muitas questões que você que cismo com uma agressão ao esquerdo agressão às mulheres para mim isso tu tava resolvido e é muito passando na década de 90 95 eu tenho que que isso que tá voltando lá fica uma força muito grande aí você foi percebendo bem isso quando você pega o preço da escala da globalização dos anos 90 agora vai você vai ter recebendo esses
movimentos a E aí você vai chegando nesse movimento um populismo conservador lá que cai até na religião e se você tem um aspecto da globalização que hoje diz olha você vai se formar 30 anos você não vai mais tá trabalhando na sua profissão naquela que você se foram você vai ter que trabalhar esse daí várias profissões essa certeza assistindo os anos 70 agora você não tem mais então se jeito de mamãe Certeza absoluta que que sobra de certeza certeza da Morte que eu passo para lutar contra a única certeza que eu tenho que a certeza
da Morte que certeza eu posso ter amanhã Deus me ajuda algo maior superior a minha Deus e você vai fazendo com um paralelo entre o avanço da globalização você vai percebendo o aumento das receitas das igrejas o Milton falava sobre Global estádio como você vê isso a ideia da globalização edição ter aberto para todo mundo então circulam as mercadorias que foram as informações circulariam os homens opa não não não mesmo círculo ninguém quer saber de pobre no seu território de refugiado no seu território então ele fala que a oração é basicamente um processo globalitario de
produção acumulação de riqueza não é de circulação de pessoas Então é isso que ele chamava de globalitarismo e do papel preponderante das corporações e das transnacionais esse processo é nesse processo Elas têm um acesso uma produção de avanço técnico e faz o mundo funcionará ininterruptamente 24 horas por dia então isso é fantástico Mas isso não acontece com os homens eles vão ver com dormem ficarem circulando pelo mundo 24 horas no dia tranquilamente as fronteiras estão ali para colocar os limites de uma ditadura do capital do consumo se impondo a vida das pessoas dos países os
estados nacionais sentindo uma realização plena da vida uma ideia de que a globalização é muito inclusive E aí boa para todo mundo é legal para o mundo todo e não não não é isso é uma falácia a hoje um conjunto de intelectuais que passaram pela academia que passaram por todo um processo de titulação que se identificam como periféricos e tem falado desse lugar de perdição propondo curso trocando informações E agradecendo interrupções e novas interpretações do mundo se através de ouvir uma uma entrevista do Rio comicon Santos ele tem a ideia dos pobres e dos homens
lentos né descobre são dotados de uma filosofia do cotidiano bom e que essa filosofia do cotidiano é um conjunto de impressões sobre a vida que essas pessoas precisam produzem diariamente com aquela vezes estão no mundo que tende a excluídos entendeu Então essas alternativas que muitas vezes se apresentam nas cidades né de comércio de prestar serviço é algo que ele enquadrava da entrevista e me parece que isso foi deslocado para esse lugar do intelectual vamos dizer assim periférico esse aqui esse intelectual que passou pela academia que cumpriu tudo que seja se exige dele né para se
constituir o intelectual mas que agora a sala desse lugar embora eu reconheça a importância do lugar de fala como geógrafo que eu gosto de pensar um pouco a fronteira da sala então esses intelectuais estão falando de silo Ah não pera não é uma fronteira do conhecimento em que eles beberam a fonte da academia mas essa fonte do cotidiano periférico produzido diariamente que vai virando conhecimento também já tô achando que isso é fantástico e renova a universidade é porque esse pessoal tá cumprir o rito lá o mestrado doutorado seu crescer eles vão tá vendo esses temas
com trazendo esse sistema da Periferia academia não estudar mas não dava conta mas agora ela vai ter que aprender a lidar com isso porque ela tem essa demanda chegando é uma demanda intensa Então tá mesmo processo aí de de troca quero fazer academia tá sendo obrigado a se rever a se renovar diante de uma realidade nova de um fazer uma geração que tá trazendo outras demandas que lhe são um pouco né a emoção como categoria de análise do cotidiano na das pessoas comuns né eu vejo que nesse momento em que a gente vive hoje de
pandemia é um momento bastante singular principalmente na grande cidade porque a grande cidade ela combina na minha opinião e as relações individualizadas mas também no encontro e numa situação como essa ativo que consagra o encontro que consagrará a circulação e não pode se realizar como um todo então além de todos os problemas que a vida cotidiana que a vida urbana traz pelas pessoas Eu sinto que hoje há uma maior adoecimento que é que eu posso eu dizendo isso sem ser nenhum especialista obviamente dos Sentimentos não dado um tanto pela frustração daquilo que não se completa
Enquanto o mundo eu me vejo uma pessoa otimista em relação ao mundo mas inegavelmente essa expectativa de que ele se realize e ele demora a se realizar no outras pessoas no cotidiano no dia a dia entendeu E o que era uma frustração individual eu acho que a pá se transforma numa frustração coletiva academia não é igual a excepcional né isso causa uma crescimento da cidade doente sim é uma doença mas eu também acredito na recuperação apesar de não ser um pouco cética porque tem uma coisa muito especial O que é o ser humano e a
filha atividade do humano eu vi muitos desses Nascimento ao longo da minha carreira de pegar um aluno no primeiro ano você fala assim esse aí não vai ter jeito de jeito nenhum aí tem conta com ele no terceiro ano falando gente ficou maravilha ele recriou ele se descobrirem se reinventou ele renasceu parece uma frente no quarto ano faz um TCC Fantástico maravilhoso é muito legal você pegar essa trajetória essa ideia né e traz um certo traço de país de uma certa alma brasileira ela ela existe em certa medida além disso a gente precisa aprimorar aula
para que todos participem disso que a gente espera Estônia como país mas sem sobre a vida que eu acho que ela que talvez Me mantenha ainda um pouco esperançoso em ativismo mas tem que esperar aí fica meio cabeça várias vezes ficou um pouco triste vai tem que ter esperando essa estamos vivos e a situação falar com você quando ele obrigada pelo convite prazer em revê-lo uniport aí ó [Música] E por que que eu encontro com outra sempre tão difícil a primeira relação a primeira reação é de suspeita e não de suposição de saber na isso
tá bastante marcado no no nosso contato com o emigrante o morador de rua na um cara estranho que passa na rua quando a gente está no ambiente desconhecido o preço interessante de te lembrar um pouco também do outro texto do Freud que é um ramilich no estranho familiar um estranho que nos habita na esse esta suspeição que a gente tem do outro não é também algo do desconhecido em nós mesmos na Então acho que isso também está presente na relação com o outro que não não fala a mesma língua que a gente não tem a
mesma cor de pele não participa dos mesmos circuitos de convivência que nós na Será que o estrangeiro o diferente não Forasteiro refugiado evoca nossos próprios fantasmas e E aí E aí E aí [Música] E aí E aí