Olá sejam bem-vindos ao canal Inventta, aqui é o Henrique e hoje a gente vai tratar sobre o tema de disrupção. Essa palavra disrupção é frequentemente usada em ambiente de inovação, toda vez que a gente está falando de empresas muito inovadoras, de Tecnologia, de Startup, etc. Mas de fato, da onde que vem a disrupção?
O que que ela significa no conceito original? Como que ela acontece? Ou como ela se constrói?
Então nesse vídeo a gente vai retornar o conceito original, e dar alguns exemplos do que de fato é disrupção de verdade. E antes da gente entrar na discussão e detalhar um pouco mais o quê que é inovação disruptiva, convido vocês a fazer um exercício: pense aí o que que na visão de vocês é Inovação disruptiva e guardem na cabeça para gente comprar o final do vídeo com essa discussão que a gente vai trazer e com o que vocês pensaram agora no inicio. E antes da gente continuar, se inscreva no nosso canal e acompanhe os nossos conteúdos.
Vamos resgatar então o conceito original. O conceito é de que a disrupção acontece quando uma pequena iniciativa ela causa um impacto muito grande em um cenário de negócio já consolidado. Então essa iniciativa ela vai ganhando corpo até que o impacto dela no status quo daquele ambiente, daquele contexto, seja grande.
Isso não acontece de uma hora para outra, pode demorar anos e décadas até que essa essa iniciativa cause esse tipo de mudança no cenário de negócio. Christensen foi o primeiro a se debruçar sobre esse tema, vale a pena exploração. Então como que esse processo todo, que pode levar algum tempo, se inicia?
Vamos dar um exemplo para tangibilizar um pouco do que é, como acontece a disrupção. Vamos pegar o exemplo da Ford. No início do mercado automobilístico os carros produzidos eles eram extremamente caros, e eles atendiam a uma faixa de público muito específica: aquela que tinha o poder aquisitivo de comprar aqueles veículos luxuosos, e toda a estrutura desse mercado e do negócio se baseavam em vender produtos premium e produtos muito caros, os carros, para pessoas que tinham o dinheiro para pagar e de fato gerar lucro para essas empresas.
Então esse era o cenário que se construía do mercado automobilístico no início. Então neste cenário que a gente acabou de descrever o principal objetivo das empresas era continuar aumentando a qualidade de seus produtos, o carro, aumentando o conforto, a tecnologia, e o design para continuar fazendo com que seus clientes de alto poder aquisitivo se apaixonem pelos seus veículos, continuem comprando seus veículos, e mantenham a rentabilidade do negócio. Nesse caso, essas inovações de melhorias no produto são chamadas de inovações de sustentabilidade, ou seja, elas têm o único objetivo de garantir a continuidade do negócio e garantir que os clientes que essa empresa já atende hoje - clientes luxuosos - continue se apaixonando pelos seus veículos.
E como foi então que a Ford gerou a disrupção nesse mercado automobilístico? Uma das origens da disrupção então, é quando um produto, um serviço, ou essa iniciativa, ela foca nas empresas que têm necessidade, daquele produto ou serviço, mas que ainda não estão dispostas a gastar grandes quantias de dinheiro naquele produto. Então são pessoas que percebem a necessidade e tem aquela dor, mas não conseguem acessar o mercado ainda.
No nosso exemplo, essas pessoas que tem a necessidade, mas não são atendidas pelos produtos que existem no mercado, são as pessoas que têm essa necessidade de mobilidade, de se locomover pela cidade, mas que não tem o poder aquisitivo para comprar os luxuosos carros que as empresas estavam desenvolvendo e ofertando. Portanto nesse cenário, a disrupção da Ford foi criar um carro mais barato e mais simples: o Ford T, que com a sua configuração e a sua forma de produção, conseguia fazer com que esse produto chegasse a esses clientes que não tinha esse poder aquisitivo. Nas palavras do próprio Henry Ford: "O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto.
" Então, essa simplificação do processo foi o que facilitou que ele atendesse a essa gama de clientes que não tinham acesso a esse tipo de produto. O Ford T então com essa nova configuração de um produto mais simples abala muito o mercado da forma como ele estava construído, esse produto agora ele pode ser comprado por mais pessoas, isso gera um impacto até nos carros luxuosos, nas empresas que tinham essa visão de acessibilidade um pouco mais restrita para as pessoas que só tinham a capacidade de gastar aquele dinheiro. Então elas diminuem o valor desses carros porque eles se tornam agora os veículos elementos mais acessíveis a sociedade.
Resumindo então essa primeira rota de disrupção no exemplo do Ford T, que é quando a democratização daquele produto permite que a tecnologia seja inserida com maior facilidade no mercado e consiga atender uma gama maior de pessoas, e isso gera um grande impacto e aumentando a maturidade do setor e do contexto como um todo. A gente pode perceber esse mesmo movimento hoje, com a Tesla, seus primeiros lançamentos eram veículos muito caros, e quase que conceitos, mas que agora, com o amadurecimento inserção dessas tecnologias do veículo elétrico em uma escala maior, começa a permitir a democratização do acesso a esse tipo de produto. E esse novo carro, esse novo produto da Tesla, ele causa impacto diverso tanto na cadeia em que ele está colocado como na indústria como um todo.
Uma outra rota para a disrupção é quando um produto atende aos clientes não servidos ou quando ele cria uma nova demanda, ele por si só gera uma nova necessidade. Um exemplo para essa rota é o Netflix. O modelo do Blockbuster de aluguel de fitas e DVD's já estava consolidado, em um formato em que os clientes iam até as lojas físicas para escolher e alugar os seus filmes.
Nesse contexto o Netflix, no início, ele criou um novo serviço que possibilitava que os clientes entrasse numa plataforma online e fizessem o aluguel dessas fitas e DVDs que eram enviadas por correio, e isso gerou uma nova possibilidade para os clientes que estavam acostumados com aquele rito de até a Blockbuster escolher os seus filmes. No início dessa operação da Netflix, a própria Blockbuster não considerava a Netflix um concorrente. Na visão deles se tratava de uma iniciativa pequena que explorava ali um modelo muito emergente, na compra pela internet, do uso da internet para comprar e acessar esses filmes.
Inclusive a Netflix no inicio não explorava filmes lançamento, era outro tipo de filme que já estava mais consolidado, o que era o foco da Blockbuster (filmes lançamento), e por isso eles não enxergavam o Netflix como um novo entrante que podia causar impacto no seu negócio. Então, com o tempo, a tecnologia dessas plataformas online foram se desenvolvendo e a Netflix foi implementando essa tecnologia no seu próprio modelo de negócio, e isso possibilitou hoje, por exemplo, o streaming, e ele derrubou totalmente o modelo de negócio da Blockbuster antigo. Chegando até o nível atual, em que eles produzem o seu próprio conteúdo para os seus clientes.
Então de acordo com a teoria da disrupção, a gente tem dois possíveis caminhos: o primeiro que foi tratado no exemplo da Ford, e o segundo, tratado no exemplo da Netflix. O primeiro: a democratização do acesso desses produtos a uma maior gama de clientes, explorando ali uma configuração diferente, e o segundo, que é o atendimento de clientes não servidos até a geração de uma nova necessidade. Em geral, essas iniciativas começam de forma muito modesta, e exploram no início um novo modelo de negócio, e ao passo vão desenvolvendo mais as suas tecnologias e a qualidade do seu produto, até que chegam em um nível que causam um grande impacto no mercado e alteram bastante o contexto.
Esses exemplos de definição do que é uma disrupção era o que você estava pensando no inicio do vídeo? Responde aí nos comentários se estava mais ou menos dentro do que você imaginou. A disrupção portanto, não tem necessariamente a ver com tecnologia, mas sim com um olhar atento às necessidades do cliente e do mercado.
É importante então, que as empresas criem mecanismos que sistematizem essa visão e consigam criar sistematicamente iniciativas que possam se tornar disruptivas no futuro, dentro do seu próprio negócio, e de forma que também se protejam de eventuais disrupções no seu setor. Esse foi o nosso vídeo para tentar desmistificar um pouco a Inovação disruptiva que a gente tanto escuta por aí. Aproveita e se inscreva no canal para mais informações e mais vídeos como esse.