[Música] [Música] [Música] pai mãe filhos avós família sempre existiu mas long da história ela passou por diversas transformações No último século essas mudanças foram mais rápidas e marcantes a ideia de família de nossos avós não é a mesma dos nossos pais que não será a mesma dos nossos filhos como e por essas mudanças aconteceram um passeio por nossos álbuns de família pode nos levar à compreensão da família hoje nós vamos ter uma transformação da Ordem da escala nós vamos ter uma transformação na ordem dos problemas ou das problemáticas que vão estar ligadas às questões da
família e nós vamos ter uma transformação eh dos personagens né que vão compor esse Decor familiar para tentar eh esquematicamente apresentar a vocês essa genealogia Eu Vou estabelecer três tempos nessa história da longa duração enfatizando por um lado a família dita pré-moderna né Eh a família que existiu grosso modo renascimento ao século XVI a família moderna onde Alguns de nós foi socializado e a família contemporânea então nós temos três tempos de [Música] história aquilo que vai caracterizar a família é pré-moderna eh que é denominada pelos historiadores de família eh como família extensa né era uma
família onde coabitavam No mesmo espaço né várias gerações nós tínhamos lá a presença dos pais dos filhos dos Avós né Eh nós tínhamos várias gerações coabitando no mesmo espaço a família extensa do ponto de vista eh do Poder né e das relações entre gênero é uma família estritamente patriarcal o pai detém o poder absoluto né E nós e eh a figura da mãe né é uma figura que a gente poderia chamar uma figura de uma reprodutora né né ela tem dentro da Ordem da família e da Ordem Social um lugar completamente desprivilegiado completamente desqualificado né
completamente submissa ao poder masculino vertical né de forma que a ordem da família a ordem da família reproduz aquilo que se passa no espaço político e no espaço religioso como se nós temos no espaço religioso uma Soberania de Deus no espaço político a soberania do rei no espaço da família nós temos a soberania do pai Deus pai Deus rei e o pai são uma espécie de contínuo onde cada cada figura dessa se apoia efetivamente no poder soberano do outro e vice-versa isso é o patriarcado no sentido estrito do termo nessa concepção de fam famía onde
a figura o gênero feminino ou sexo feminino eh não tem nenhuma importância ela se enquadra de uma certa forma dentro de uma concepção das relações entre os gêneros que vem da tradição antiga da tradição grega que é aquilo que o historiador Thomas lequer num livro chamado a fabricação dos Sexos ele denomina de uma teoria do de de um sexo único só existe um sexo masculino feminino onde o sexo masculino é superior ao feminino daí porque o pai tem um valor ontológico maior do que as mulheres e onde Dentro dessa ordem hierárquica do mundo né Eh
a mulher poderia se transformar num homem mas um homem jamais poderia se transformar numa mulher né isso porque a a a o a condição de ser homem ou ser mulher ou melhor ser macho ou ser fêmea era determinado na teoria dos humores no simbólico pensamento tradicional presente na Grécia antiga os copos naturais possuem quatro qualidades o calor a secura a umidade e a frieza a predominância de uma destas qualidades de um corpo define o seu elemento nos corpos em que predomina o calor e a secura o elemento preponderante é o fogo frieza e secura a
terra calor e umidade o ar frieza e umidade a água sendo o corpo humano parte da natureza dos corpos nele se apresentam na mesma correspondência quatro humores que determinam em cada um de nós um tipo de temperamento a presença da bilha amarela faz o colérico a bilha Negra o melancólico o sangue O sanguíneo A fleuma o fleumático a Vida Saudável seria mantida pelo equilíbrio entre os humores as doenças seriam causadas pelo excesso ou deficiência de um deles se você tivesse uma prevalência do humor quente você teria uma espécie de extv ou exteriorização da sua genitália
e na e se você não tivesse Esse princípio o suficientemente intenso na sua ordem corporal você teria uma invaginação da genitália então o homem era um ser luminoso né aberto pro sol né enquanto que a figura da da mulher ou da mãe era uma figura cavernosa fadada ao mundo invaginado da obscuridade essa teoria ela durou até o final do século XVI né é uma teoria importantíssima né que modulou a concepção das relações entre os gêneros e ela que vai marcada nessa estrutura estritamente patriarcal que eu acabei há pouco me refirir e uma outra característica dessa
família pré-moderna era o fato de que a prol às crianças não eram ontologicamente diferente dos adultos então um autor como Felipe ARS escreveu um livro muito importante sobre a criança e o antigo regime ele vai mostrar como as crianças eram concebidas como adultos em miniatura né eles eram adultos em miniatura então eles viviam misturados com os adultos eles não tinham nenhuma discriminação propriamente ontológica anatômica né corporal e onde nessa estrutura familiar a figura do idoso a figura do dos avós ou dos bisavós tinha uma importância na medida em que eles eram de uma certa maneira
Os Guardiões da memória da memória e da genealogia de uma determinada tradição qu dizer ser velho tinha uma certa sabedoria ainda apesar da descoberta da Imprensa onde os velhos tinham um lugar importante na transmissão dos valores da própria história familiar Ou da própria história [Música] social e aquilo que vai caracterizar a família moderna né que vai se constituir após a revolução francesa que é o fato de que eh pelos pressupostos políticos e Morais da Revolução Francesa era estabelecido a questão da igualdade de direitos entre os cidadãos a Revolução Francesa foi um conjunto de acontecimentos que
alteraram completamente o quadro político e social da França entre 1789 e 1799 foi uma revolta contra os grandes privilégios desfrutados pelo clero e a nobreza do antigo regime uma das maiores revoluções da história da humanidade a Revolução Francesa aboliu as ideias de tradição e hierarquia da sociedade francesa dando lugar aos princípios de igualdade liberdade e fraternidade fora e dentro de casa mudou a sociedade Mudaram as famílias nessa igualdade de direitos cidadãos eh significava que ser homem e ser mulher não poderia e não poderia mais ser estabelecido entre eles uma relação i como na família pré-moderna
isso colocou um problema ético e político fundamental né na passagem da pré-modernidade para modernidade do qual os grandes pensadores da época vão todos no sentido de tentar sair desse impasse e a saída desse impasse vai implicar que nós sa desloquem de uma teoria do sexo único para uma teoria moderna que é a que nós eh incorporamos desde então que é uma teoria da diferença sexual Isto é ser homem e ser mulher não corresponde a uma matriz do sexo único que se diferencia pelos humores mas tem diferenças anatômicas fisiológicas fundamentais de maneira que nessa teoria da
diferença sexual quer dizer Tá certo que as mulheres podem ter os mesmos direitos que os homens só que considerando a natureza da mulher e a natureza do homem eh eles têm funcionalidades sociais políticas e civilizatórias diferentes no próximo bloco É nesse sentido que vai acontecer no início do século X uma grande revolução médica uma medicalização social e ao mesmo tempo asstir uma grande revolução pedagógica o Café Filosófico volta já na família pré-moderna o poder estava nas mãos do homem mas a sociedade mudou e as famílias também transformações sociais intensas vêm remodelando a estrutura da família
os membros da família adquirem novos papéis pais mães e filhos se reinventam para serem eles mesmos pais mães e filhos o patriarcado tentou sair do seu impasse e tentou restaurar indiretamente hierarquia homem Muler de que forma as mulheres são seres que pela su comple biológica e moral são seres fadados à maternidade Elas têm ancas mais amplas elas elas devem amamentar seus filhos elas geram os seus filhos dentro do seu corpo né as mulheres são seres próximos da natureza né e por isso mesmo seres dotadas de uma capacidade afetiva ou instintual maior que os homens que
seriam seres dotados de maior racionalidade né quer dizer então estabeleceu toda uma teoria da diferença sexual que implicava uma diferença Moral Entre os sexos mas que conferiu às mulheres um papel fundamental né no sentido de uma descontinuidade histórica que se operou aí nessa teoria da diferença sexual que a mulher ganhou um poder enquanto figura de mãe a figura da família extensa era de uma mulher que era uma reprodutora enquanto que a mulher moderna é a ela representa e condensa a figura de mãe onde ela ela passa a ganhar certos poderes que ela não tinha na
família extensa Então as mulheres ganharam né um poder isso porque eh enquanto representante dos instintos maternais e do amor maternal a mulher cabia gerir o espaço doméstico enquanto que ao homem foi conferido o poder de ficar inscrito no espaço público né então há toda uma separação entre o público e o privado né a governabilidade que eu chamo de governabilidade familiar ele fica eh condensado na figura da mãe da mulher enquanto que a governabilidade ela é outorgada figura do pai n não obstante esse pequeno deslocamento né que mantém ainda uma hierarquia né ter uma govern pública
vale mais do que ter uma governal privada evidentemente na família moderna figura doid e daos lugar a do p e da mã tenha reestabelecido de forma indireta o seu poder de submissão colocando os homens novamente Acima das mulheres mas ainda que continuassem submissas na sociedade atual as mulheres parecem ter um poder que antes não tinham o de governar o espaço doméstico onde a criança se coloca num lugar majestoso esse novo poder surgiu junto a uma transformação fundamental da civilização ocidental uma nova concepção de riqueza a concepção do que que do que que produz a riqueza
da Nação não é mais a extensão territorial que uma nação possa ter aquilo que passa a vigir desde final do século XVI começo do século X é que a riqueza de uma nação não implica apenas a extensão territorial com os bens naturais que você possa ter dentro do seu território mas também aquilo que o fou denomina da qualidade de de vida da sua população então a população qualificada se transforma na fonte maior de riqueza das Nações há todo um princípio da economia política e do Poder quando você se desloca pro plano da população eh e
da qualificação populacional que faz com que eh dentro dessa qualificação populacional dois critérios vão ser erigidos como critérios de qualificação o que que é uma população qualificada é uma população que tenha boas condições de saúde e boas condições de educação então forjar uma população qualificada que é aquela que vai poder extrair os bens de natureza existentes no seu território né é aquilo que faz com que as nações se muito bem por que que eu tô falando disso porque na nessa população qualificada ela vai implicar o quê Ela vai implicar que a população seja investida do
ponto de vista sanitário e pedagógico desde o início da [Música] vida é nesse sentido que vai acontecer no início do século XIX uma grande revolução médica uma medicalização social e ao mesmo tempo nós vamos assistir uma grande revolução pedagógica né aí a história de que o ensino é obrigatório ela é um ganho das sociedades republicanas modernas dentro dessa equação da economia política então ter uma família bem qualificada ter uma uma população bem qualificada com boa saúde e boa educação implica em que as crianças vão ser objet de um grande investimento né Então essa construção etária
crianças adultos crianças adolescentes eh crianças velhos toda essa história das idades ela começa a ser bastante estabelecida a partir do século X e onde vai se forjar essa metáfora que para nós modernos se tornou uma metáfora trivial que é a ideia de que a criança é a representação do Futuro quando a gente diz que a criança é o futuro ela tá condensando essa concepção de que uma criança bem educada e saudável ela condensa a riqueza de uma nação e é por conta disso inclusive que o Freud numa famosa passagem de um ensaio dele chamada introdução
ao narcisismo ele vai ele vai ter uma frase que toca nisso de uma maneira direta ele vai dizer assim Sua Majestade o bebê os pais são levados a atribuir à criança todas as perfeições que um observador neutro nelas não encontraria e a ocultar e esquecer todos os defeitos doença morte renúncia fruição restrição da própria vontade não vigorar para a criança tanto as leis da natureza como da sociedade serão revogadas para ela que novamente será centro e âmago da criação Sua Majestade o bebê como um dia pensamos de nós mesmos ela deve concretizar os sonhos não
realizados de seus pais tornar-se um grande homem ou herói no lugar do pai desposar um príncipe como tardia compensação para a mãe B é colocado na condição de Majestade como aquilo que é objeto de todos os investimentos em torno do qual toda a organização da família vai girar porque a criança investida a criança saudável a criança bem educada ela vai ser a condensação das de todas as possibilidades de uma de uma população qualificada e por portanto de uma nação rica então dentro dessa governabilidade do espaço privado do espaço da família a figura da mãe é
aquela que vai cuidar das crianças Poder da Mulher como mãe está conferido quando a ela vai ser a responsável pelo investimento doméstico ela que vai se encarregar dos filhos e é ela sobretudo que vai fazer a ação entre a instituição da família a instituição da escola e a instituição médica é a mãe que faz essa mediação porque cabe a ela fundamentalmente essa espécie de gestão da qualidade de vida dos filhos isso é muito importante porque todo toda a ideologia que nós contemporâneos chamamos de familiaris moo ela é constituída em torno dessa família nuclear burguesa né
a família nuclear burguesa do ponto de vista da sua morfologia e da sua escala é uma família diferente da família extensa porque é uma família que vai se condensar em torno dos Pais e dos filhos né Nós saímos daquela grande estrutura da família extensa e nós temos os pais né né sobretudo a mãe enquanto agente de investimento na prle a figura do velho começa a ter um um fim meio melancólico não é isso o velho começa a a a a ganhar pela sua improdutividade né um lugar Marginal dentro da família ele ele ele é é
um ser condenado a uma espécie de morte social né na família moderna né e toda a questão da família vai ser a maneira de administrar que essa reprodução biológica possa possibilitar um processo de reprodução social voltado para a qualificação populacional vejam alguns indicadores disso que é muito importante algumas especialidades médicas do século X foram criadas em torno de possibilitar essa qualificação populacional em torno da figura da criança ginecologia para que as mulheres não tenham doenças que possam perturbar uma pról saudável Obstetrícia partos medicamente controlados para que não aconteçam acidentes de parto terceira inovação importante surgimento
de uma especialidade chamado Pediatria que é uma medicina para crianças então toda essa constelação de instituições médicas elas foram forjadas em torno da figura da PR né dessa criança com a majestade como indicador né da riqueza civilizatória e populacional no próximo bloco as adversidades das Mães modernas na família moderna a mulher é definida quase exclusivamente pelo seu papel de mãe essa figura da cuidadora da prol repleta de diligência e zelo Povoa o nosso Imaginário segundo a psicanálise na luta entre as forças da sociedade que querem alimentar esse Imaginário e os desejos femininos que não contribuem
para esse mesmo Imaginário é que nasce a histeria feminina no século 19 novas ordens sociais gerando novos problemas individuais toda a construção da figura da mulher mãe enquanto figura virtuosa né se a gente possa dizer assim né com ironia e sem ironia né ao mesmo tempo né E ela ela vai se fazer em torno de uma criminalização de tudo aquilo que impeça que a mulher seja transformada na mulher mãe vou dar alguns exemplos para vocês vão aparecer três grandes figuras na medicina legal do século X na psiquiatria legal né do século 19 que vão falar
disso um é a figura da infanticida que não existia na na pré-modernidade a figura da Ninfomaníaca e a figura da prostituta que vai ser vai ser criminalizado e vai ser objeto de Diagnósticos eh médico forenses a figura da infanticida Por quê a infanticida é é a mulher que mata ou abandona a sua PR Então essa mulher é criminalizada né a figura da Ninfomaníaca como uma mulher que tem um desejo insaciável né Então essa figura é uma é uma figura eh complicada né então ela é criminalizada e com base de que ela é uma forma de
de enlouquecimento a figura da prostituta que é a mulher que quer viver do usufruto do prazer e não da Maternidade e nessa perspectiva começa a se delinear eh na segunda metade do século X dentro dessa estrutura que eu tô descrevendo a figura da histeria com uma grande representação de uma perturbação feminina e onde aquilo que vai caracterizar a a a a estérica é que a estérica vai ser uma espécie de entrelaçamento da figura da infanticida da Ninfomaníaca e da prostituta Isto é a estérica é aquela que gostaria de ser infanticida prostituta e Ninfomaníaca só que
não tem coragem de ser então ela ela faz tudo isso no Imaginário dela não é isso mas não não passa a ato como dizem os psicanalistas né que ela não tem coragem de passar né então ela a coisa fica no nível da Imaginação de qualquer maneira essa figura da histeria é a figura Inicial dessa ação dos impasses da condição da mulher e de mãe no século X a partir do século XIX e da modernidade então nós temos ali todo uma descrição que o Freud vai fazer da figura da histeria como Aquela que recusa né a
sua condição exclusiva de Mãe nós vamos encontrar se é que a gente pode considerar né o Freud como um homem que descreve bem a subjetividade moderna e a subjetividade da família algumas figuras importantes em relação a ISO que eu acabei de dizer a primeira delas né é o fato de que o Freud coloca um infantil a infância como base do psíquico Então esse pressuposto psicanalítico da infância ou do infantil como base para conceber o psiquismo ele vem desse lugar oferecido a infância na modernidade como eu acabei dizer segundo né o Freud vai descrever duas grandes
figuras ligadas ao feminino por conta dessa contenção feminina no espartilho da da da Maternidade que a figura por um lado da histeria que é uma figura da rebeldia feminina contra a diferença sexual não é isso mas o Freud também nos seus textos tardios sobre a Sexualidade feminina ele vai descrever uma outra figura do feminino que é a figura da melancolia da depressão feminina né e eu diria que a melancolia feminina representa eh uma espécie de figura da mãe e da mulher que perdeu a batalha contra o espartilho da Maternidade é isso quer dizer a melancolia
é uma espécie de de histérica derrotada uma outro aspecto dessa família nuclear moderna que é o seguinte que é o fato de que quando os filhos crescem a mãe não quer que eles vão embora porque ela deu o melhor dela na época em que ela era mais ativa aí chega aos 40 anos esses piriguetes e piriguetes querem ir embora e ela fica reduzida a uma espécie de de fruta esvaziada Por isso mesmo que acho que a rotura que se dá a partir dos anos 60 70 eh da família nuclear burguesa ela vai ter como ponto
como aguilhão e como ponto de rutura efetivamente é a saída da mulher desse lugar exclusivamente Maternal quer dizer o grande operador contempornea é o fato de que a mulher Saia Desse Lugar exclusivo de mãe no próximo bloco A família contemporânea desde a década de 1960 a ideia de família vem passando por uma nova e profunda transformação resultado direto de um movimento de autoafirmação das mulheres elas saíram para o mundo em busca de outras identidades que não só a figura de mãe mas o que será que elas [Música] encontraram a mulher não quer mais ficar restrita
à sua condição Maternal ela quer mais do que ser mãe ela começa a exigir que ela não participe apenas da governabilidade privada e doméstica Mas também da governabilidade Pública ela quer estudar ela quer trabalhar né de forma que ela vai disputar com os homens a questão do espaço público e isso vai evidentemente reorganizar inteiramente né o campo da família quer dizer toda a família contemporânea vai rearrumar morfologicamente trazer novos problemas e novos personagens que não estavam presentes na família moderna primeira a primeira delas é o fato eh da dissolução da eternidade do casamento base da
família nuclear burguesa o casamento eh deixa de ser um contrato marcado pela pela eternidade as pessoas se conjugam pelo desejo né E se o parceiro alimenta ou não o seu projeto existencial se o parceiro seja ele masculino ou feminino Não está não não não realiza essa expectativa as pessoas trocam dentro dessas soluções de conjugalidade não só a gente vai haver um aumento significativo importante do que se chama de de famílias monoparentais né onde só um dos pais se ocupa da criança né o outro pai eh não existe não não convive no mesmo espaço uma outra
característica importante é quando as pessoas se Recon jugal isam se casam novamente os filhos dos casamentos anteriores passam a viver de acordo com diferentes regimes de autoridade a sua mãe se casa com outro homem que é ao mesmo tempo é o seu padrasto mas ao mesmo tempo ele tem a função de pai ou não tem a função de pai e vice-versa em relação à figura à figura do Homem toda uma desorganização da família nuclear burguesa em termos de planos de autoridade fundamental né de pai e de mãe durabilidade da conjugalidade né E ess essa questão
da autoridade ela vai ela vai acarretar efeitos biopolíticos importantes então por exemplo aquilo que caracterizava a família nuclear burguesa era o fato de que havia uma divisão de trabalho entre a família e a escola no que tange aquilo que os sociólogo chamam sociabilidade primária e sociabilidade secundária da criança né primária era a formação moral da criança no plano da família e a sociabilidade secundária era aquela que ela adira na escola com essa desorganização da família nuclear com essa reorganização do sistema de autoridade com essas conjugales mais efêmeras a a família começa a ficar um pouco
ricap quanto à suas funções de socialização primária as famílias esperam que a escola faça um trabalho de socialização primária das crianças que as que que as famílias não fazem né E se criam inclusive instituições para fazer isso né Nós temos maternais as crianças vão cada vez mais cedo pra escola creches né quer dizer há todo um processo de institucionalização da maternagem que antigamente era feito pela família nuclear daí essa essa mistura de cartas em relação à socialidade primária com uma consequência importante que isso vai ter que é a questão do investimento das Crianças Isso é
um problema sério na contemporaneidade dessa organização familiar onde nós vamos assistir a uma espécie de maternagem problemática por conta de que a mãe foi pro mundo para querer muito naturalmente que querer ter eh lugares de expansão existencial contra os homens mas os homens não voltaram para fazer o dever de casa né então ficou aí um uma uma espécie de terra de ninguém eu não tô dizendo com isso que a tem que voltar à família nuclear não se estão dizendo isso para vocês não jogarem pedra em cima de mim e essa maternagem insuficiente ela afeta a
constituição subjetiva das crianças que é o ponto que eu queria chegar né afeta a a a a constituição subjetiva das Crianças porque aquilo que a gente encontra nas descrições dos psicanalistas contemporâneos o que eles chamam de borderlines estados limites ou os colegas lacanianos que falam de psicoses Ordinárias são formas de Sofrimento caracterizado por uma espécie de desinvestimento narcísico ou traduzindo Isso numa linguagem de butiquim uma um desinvestimento na autoestima é isso quer dizer então a a construção subjetiva das Crianças na contemporaneidade há uma espécie de problema em torno dessa maternagem que vai ter como consequência
crianças mais fragilizadas né adultos mais fragilizados de forma que o o and Green que é um psicanalista francês vai dar um nome disso de narcisismo negativo e nesse sentido nós estamos muito longe da Sua Majestade o bebê do Freud Mas por outro lado nós assistimos por conta disso mesmo um desdobramento disso muito importante que é o seguinte nós temos uma espécie às vezes de tirania infantil né E essa tirania infantil Ela se alimenta da culpabilidade dos Pais de não darem aos filhos o tempo e a atenção que eles acreditam que eles mereceriam né então acho
que tem um fenômeno que a gente assiste sobretudo nas classes médias nas classes médias altas né Eh uma espécie de culpabilidade que alimenta a tirania infantil né Eh de forma que essa é uma uma questão fundamental hoje ao lado dessa desnis dos eh dos filos filhos da prol que eu acho que eh Não tô dizendo que todos os todos os filhos são desad mas como tendência essa é uma figuração muito importante do ponto de vista da contemporaneidade a expansão da questão do bullying ela é um efeito no plano das escolas ou no plano de outros
contextos sociais dessa perda da Valência de autoridade no campo da família né da também é é um efeito Dessa espécie de demanda que as famílias fazem pras escolas de ocupar uma função que não é delas de forma que o buling nas escolas essa espécie de violência mútua das Crianças essa Constituição de gangs no campo das escolas ela é um efeito dessa perda da Valência da autoridade a primeira questão é [Música] importante eu poderia dizer que em torno desse narcisismo negativo todas as formas de patologias psíquicas do na contemporaneidade elas vê por conta dessa articulação entre
narcisismo negativo E maternagem se a gente for ver as formas do malestar contemporâneo elas são sempre referida como queixas da Ordem do corpo ou da Ordem da atuação ou da Ordem ordem da da do esvaziamento de si né onde do ponto de vista do corpo a gente vê uma grande difusão daquilo que se chama de eh síndromes do Pânico ou doenças psicossomáticas do ponto de vista da ação um aumento da violência ou uma o aumento das patologias compulsivas né compulsão a droga álcool compulsão a comida né uma série de compulsões que de repente floresceram no
espaço contemporâneo e no que tange a essa que eu chamo de despossessão de si ligado às intensidades onde a melancolia contemporânea o lugar que a melancolia passou a ter no lugar das antigas neuroses ela é um resultado dessas eh desse desinvestimento narcísico desde os anos 70 desde os anos 70 Você tem uma espécie de política social e sanitária ligada a terceiridade né No Brasil a gente tá convivendo com isso mais recentemente mas em termos da Europa e dos Estados Unidos nós temos todo um processo de revaloração da figura do Idoso Até mesmo porque o idoso
como as mulheres também foram reclamar seus direitos existenciais né quer dizer então os idosos se construíram dentro desse lugar uma um espaço de vida um espaço de lazer um espaço de atividades né que os idosos esquecidos da modernidade não tinham né então há toda uma série de atividades sociais culturais eh e mesmo é eróticas eh com pessoas da terceira idade que se desenvolve exatamente por conta dessa longevidade e ao mesmo tempo Dessa espécie de de de demanda de um reconhecimento social que eles tinham perdido com a morte social no campo da família moderna e aqui
Termina Esse Café Filosófico que retratou as mudanças que ocorreram na estrutura familiar através dos tempos e refletiu sobre as consequências que estão enfrentando nos dias de hoje veja esta e outras palestras no site da CPFL Cultura [Música] tchau [Música] k [Música] e