boa noite gente tudo bem desculpa demora é mas agora quase todos os nossos autores estão a guia desculpa de novo é a maioria também é de são paulo é pelo que eu fiquei sabendo eu sou na carolina da editora boitempo eu só quero agradecer em nome da boitempo e do pará terá do antônio enfim por todos estarem aqui testando com a gente não debate né enfim agora vou passar a palavra pra fernanda ela começar aqui apresentando todo mundo nesse ano nessa noite né obrigada e boa noite obrigado a todas e todos pela presença é meu
nome é fernanda bruno eu sou uma das organizadoras do livro tão vindo bem agora é então uma das organizadoras do livro e eu vou fazer uma primeira apresentação antes de eu entrar propriamente na conversa do livro vou apresentar um pouquinho todo mundo que está aqui né como vocês é devem ter visto o livro é uma coletânea então tem muitos autores que infelizmente estão aqui presentes a marta kanashiro que também é organizadora do livro e rodrigo fermino que é um dos autores bruno cardoso que é organizador e autor rodrigo henrique parra que é autor também eo
rafael evangelista além disso tem outros autores presentes que não estão aqui na frente a conversa mas acho que podem participar da conversa de alguma maneira que são diego vicentin o paulo lara e fim na recessão por aí mas estão ali então tem mais alguém presente que eu não esteja não é isso bem eu vou fazer uma breve apresentação assim um pouco da história desse livro nesse livro ele é um resultado de uma trajetória é de um grupo de pesquisa e de ação social ação política que a rede live tiles a rede latino americana de estudos
em tecnologia em vigilância tecnologia sociedade é uma rede que se constituíam em 2009 que portanto fazendo dez anos de existência agora que surge como uma rede de pesquisa especialmente primeiramente é uma rede que nasce dentro digamos da academia é dentro da universidade mas ela já nasce há dez anos atrás com um desejo forte de tornar mais permeável à pesquisa acadêmica ao diálogo com a sociedade civil de uma maneira geral ea gente fundou essa rede veio e veio trabalhando juntos é de uma forma bastante é distribuída é uma rede muito heterogênea muito interdisciplinar ela como ela
tem enfim pesquisadores do campo das ciências sociais do campo da arquitetura e do urbanismo é do campo da antropologia do campo no meu caso da psicologia e da comunicação o que mais é mais gente sociologia enfim então é uma rede que tenha certeza o gene idade essa tranquilidade que atravessa as pesquisas e as ações e à medida que a gente foi se construindo né como regente foi ampliando também as nossas parcerias com outros grupos entidades coletivos que atuam no campo do ativismo que atuam no campo da arte e esse livro digamos é o resultado a
gente tem outros livros que a gente organizou mas esse livro é o resultado mais recente é dessa trajetória é ela é e o resultado é ainda mais recente de uma caminho dentro dessa longa trajetória que começa em 2015 e que combina sim um pouco é e agora né 2018 2019 ea a idéia assim imagina geral do livro médico é que tem esse tema um pouco criptográfico que tem uma política da vigilância é a idéia de trazer assim essa essa noção de tecnoligia que é uma noção na verdade bastante experimental nela uma noção que o que
pelo menos pra mim vão ver os outros autores aqui acho que tem outras perspectivas mas é uma noção que não está completamente decidida digamos assim ela manda uma noção que tem sendo construída e utilizada por nós e por outros autores mas que não da minha perspectiva ela ela ela envolve pelo menos dois movimentos um é o movimento não só de mostrar o caráter político das tecnologias mas também é um outro movimento que é fazer também o uso político dessas tecnologias às tecnologias para fazer a política que nós queremos não só diagnostica os vários as várias
forças políticas que estão presentes né na implementação no uso é e nas práticas e redes né tecnológicas mas também usar a tecnologia para fazer um pouco a política que a gente quer né e é ea idéia do perspectivas da margem é que é o subtítulo do livro que também é um pouco enigmática é é a primeira idéia de perspectivas né então assim a gente que busca como é uma coletânea é um livro que reúne diversos olhares sobre é a essas tecnológicas de vigilância não que não são só as tecnologias de vigilância mas as formas como
a gente reage é politicamente técnico politicamente a ave aos processos de vigilância e controle então tem muitas perspectivas aí dentro que constituem um pouco a a heterogênea idade da rede mas tem também a idéia da margem essas perspectivas ela estão elas têm uma situação relativamente comum por mais que elas sejam heterogêneas elas elas estão colocar em questão situadas eu acho elas olham né e elas pensam é desde um lugar relativamente comum que é esse que a gente chama de margem né o que quer pensar desde a margem esses processos de vigilância essas tecnologias de controle
é é e as formas possíveis de apropriação e resistência é nesse campo a gente entendeu e vem entendendo que pensar bem já margem era um lugar estratégico não só no sentido de que é um lugar real onde nós nos situamos né mas no sentido de situamos desde a américa latina e mais especificamente desde o brasil é mais margem porque é um lugar que fala de uma zona fronteiriça que está parcialmente dentro desses processos então como vocês sabem é essas as tecnologias de controle e vigilância são globais então a gente faz parte de um certo fluxo
global de éder e operação atuação e utilização dessas tecnologias então a gente está parcialmente dentro desse processo mas a gente também não está dentro desse processo igual a outro lugar qualquer lugar do mundo né então a gente também está um pouco à margem desse processo em alguma medida a gente está um pouco de fora então a gente tá hora fora hora dentro dessas é dessas 10 e que não só dessas tecnologias mais das redes sócio técnicas é como um todo é quando a gente pensa em termos de vigilância e controle então a imagem fala um
pouco desse lugar é um evento é hora dentro e hora fora é e quando a gente fala dentro a gente está dizendo olha ali relativamente alinhado com as políticas do que se chama de norte global nem com as propostas do norte global é da tecnologia nem os países sobretudo em termos de ouro do hemisfério norte né mas a gente também está falando e quando a gente fala relativamente fora a gente está falando é desse lugar um pouco periférico desse lugar usa da mesma maneira nesse lugar que tem vulnerabilidades e precariedades que fazem com que o
impacto dessas tecnologias é que sejam distinto e distintos exijam atenções inquietações diferentes enfim então essa má essa idéia e da margem acho que foi até a noção que melhor representa essa a nossa situação não é esse lugar de onde a gente está pensando e desde o qual a gente tá é enfrentando os problemas que o livro tematiza falando bem rapidamente da da estrutura do livro é dos capítulos ou melhor não falar dos capítulos e não levaria tempo demais mas das partes que constituem um livro é ele é ele é um livro que eu acho que
ele ficou bastante panorâmico assim ele é um passeio é só um sobrevôo de uma maneira é bastante é bastante abrangente dessa é dessa questão das tecnológicas de vigilância o primeiro a primeira parte ela fala é de uma é sobretudo é do de uma situação ou melhor de uma condição é atual da das tecnologias de vigilância sobretudo num cenário é de neoliberalismo um cenário em que é as tecnologias de de vigilância fazem parte de um modelo de negócios de um modelo de gestão de um modelo de governabilidade e etc então a primeira parte chama-se governamentalidade e
neoliberalismo é e ela é constituída de vários capítulos que tratam disso inclusive entre eles um isso é algo que eu não falei embora seja um um livro é essencialmente é a china americano ele tem também a participação de autores do hemisfério norte autores com os quais nós historicamente naves dialogamos é uma delas é uma autora que a china suba é que tem um texto que marcou muitas discussões da rede sobre capitalismo de vigilância né então esse por exemplo é é um dos textos e outros textos um é do bruno cardoso do próprio rodrigo firmino é
enfim de uma autora belga também que marca os nossos diálogos e do danilo do negro e de danilo doneda e do virgílio também sobre governança de algoritmos então esse é a primeira parte é a segunda parte é uma parte que trata é já de uma de um estado quase que um estado da cultura contemporânea é a primeira parte é mostra como a vigilância já de alguma maneira se incorporou a um modelo de gestão de governo e é e de e de negócios né de cá e de modelo do capitalismo é um modo de exercício o
capitalismo é na segunda parte a gente mostra como a vigilância já se incorporou há uma certa cultura a um determinado modo de olhar a um determinado modo de cuidar do outro um determinado modo de cuidar de si a um determinado modo de proteger é e todos os problemas que isso trazem o que é uma cultura né é a segunda parte de uma cultura da vigilância então o que é que é uma cultura que toma vigilância onde a vigilância se naturaliza como prática é como prática de cuidado como prática de atenção como prática de visibilidade e
etc tá então essa e aí nesse nesse capítulo nessa parte também tem enfim não vou descrever os os autores todos os capítulos todos mas tem é por exemplo o texto clássico do já clássico embora mais ou menos recentes do dedila é sobre cultura da vigilância tem um texto da paula se visse bília sobre é o google e um espetáculo desse né enfim tem alguns e outros um trecho do pablo rodrigues que é um parceiro da argentina que também trabalha com com a ideia é a de uma cultura do espetáculo mas já é repaginada digamos assim
pela vigilância é a terceira parte se ela é seria uma parte que eu diria estético política é ela tem como tema o tema da de invisibilidades o que é ruim entre parênteses né pra jogar com esse termo com essa noção de invisibilidade significa que a prática as práticas contemporâneas de vigilância sessão é modo de mostrar e esconder de fazer visível mas também de tornar invisível é e e essas essas práticas elas impactam em é não só a digamos na organização é da do modo de atuação do poder mas elas vão impactar também no modo como
a nossa percepção é organizada no modo como visível de alguma maneira se apresenta pra gente né enfim em de diversos modos e aí é nessa nessa parte a diversos trabalhos que dialogam também com práticas muito concretas de produção dessas invisibilidades né é a o eu meu texto mesmo faz um contraste entre um tipo é um tipo de visibilidade que se constrói do espaço urbano a partir do centro de operações do rio que é uma espécie de grande panóptico é de visualização do espaço urbano e de gestão do espaço urbano que se construiu nela na gestão
paz que foi a gestão mais neoliberal do rio de janeiro que faz vende o rio de janeiro com smart city é como uma cidade inteligente e que enfim é ali no período pré olimpíadas não sei se vocês esse período já está um pouco distante do tempo porque agora a gente já tá com uma outra gestão que acabou com tudo aquilo que foi construído então mas daquele momento e isso estava acontecendo ao mesmo tempo que esse grande centro né de de visibilidade controle vigilância do espaço urbano estava sendo construído estava acontecendo um processo de remoção de
populações para a construção dessa mesma cidade olímpica é e eu estudei especificamente e atuei é num numa remoção da vila autódromo então o texto ele faz um contraste entre esses dois processos por exemplo ea item é uma série de outros textos que é trabalham com isso com essa com essa com essa ambigüidade é que está presente em diversas práticas de vigilância em diversas formas de de gestão do espaço em diversas formas de controle sempre pensando os modos de tornar visível de tornar invisível e finalmente a última e quarta parte a gente deu o título é
global assim geral de techno resistências e ela é a parte digamos mais eu acho que mais efetivamente techno política do livro porque ela é uma uma ela reúne trabalhos nec que de modo relativamente é prático e vão construir enfim há maneiras né e ap em dispositivos de resistência é no campo seja do ativismo seja é na construção de uma reflexão de um debate crítico é sobre as tecnologias de vigilância e é uma parte até bastante longa e a gente é que reúne manuel maia é maior parte do texto digamos assim do livro e ela reúne
também é outras linguagens para além do texto acadêmico nela inclui dois é pra quem tá com livro ela inclui uma espécie de infográfico é uma espécie não ela inclui um fogão um infográfico de uma de uma entidade que se chama de direitos digitais do chile é e ela inclui também uma espécie de zine é que a que trata que é um que eles o que foi produzido pelo pelo pela codin vai diz que é uma organização aqui do brasil né e que as chamas e inferno diz aqui 11ne de a de alguma maneira de uma
espécie de manual de instruções de como as mulheres podem mandar lu diz sem se a se expor sem se tornar vulneráveis e 7 então é uma linguagem digamos isso não é um texto uma espécie de ferramenta né de atuação digamos assim é nesse âmbito técnico político e o infográfico do deleite digitales se chama hacken tim e é na américa latina como teu governo 7 vigia que faz parte de um relatório é que em meados de 2015 a partir de uma série de documentos que foram vazados revelou como que uma empresa é italiana que usava um
software espião tava atuando em diversos países da américa latina então esse esse infográfico elliman ele tenta reunir a a ação desses software espião então enfim a idéia também de trazer é esses estes dois materiais era era também de a gente abrir um espaço pra outras linguagens que refletissem né a a a história também é ou a tentativa é o esforço que a rede labs vem fazendo de diálogo com outras é com outras formas de produção de conhecimento para além da academia é para além da universidade e esses é esses dois aí foi um infográfico 11ne
que estão aqui eles materializam de alguma maneira é esse esse diálogo com linguagens e com produção de conhecimento que vêm de outros de outras experiências de outras situações são basicamente assim o panorama néel que como organizadora fiz esse trabalho de dar pra vocês um pouco a idéia mais geral é do do livro e eu vou passar a palavra para os autores ea outra organizadora aqui que a marta é pra complementar a falar o que é só bom boa noite a todos ea todas é é um prazer estar aqui é gostaria de dizer antes de mais
nada que esse ano a rede live está comemorando 10 anos então está discutindo esse livro é enfim é uma coisa muito importante pra gente como rede e eu acho que também marca um momento em que a rede chegou a um outro tamanho se a gente pode dizer assim então a gente existe desde 2009 e é eventualmente a gente tem simpósios que são internacionais e esse ano a gente teve quase 300 trabalhos inscritos de várias partes da américa latina brasil e outros países é muito legal ver que é a rede começou um debate sobre tecnologia política
e sociedade com foco especial sobre tecnologia de videovigilância no momento em que esse tema ainda não tinha tanta visibilidade assim no brasil e na américa latina e chegar a dez anos depois e ver esse retorno ver como é que esse tema se espalhou e passou a enfim da partida de uma outra forma ele entrou na agenda é realmente tanto da da universidade quanto é ou seja da pesquisa quanto o ativismo e um é uma das coisas que acho muito interessantes é nesse trabalho que é uma coisa que a fernanda ressaltou no final que é a
relação que a gente está fazendo entre fazer pesquisa e é fazer uma prática política se aproximar dos ativistas é que estão trabalhando com esse tema eu acho que é um movimento fundamental para a gente fazer pesquisa na universidade de hoje pensando especialmente num momento político que a gente vive é e além disso ela fala dessas outras linguagens é é uma coisa que constituiu a rede nessa relação é entre a academia universidade os ativistas mas também com relação à produção artística essas linguagens ou esses universos que a gente busca aproximar eu acho que estão muito bem
representados de alguma forma é nesse nesse livro e eu acho que também tem embutido aí é uma tentativa de não separar a teoria e prática acho que essa quarta parte do livro ela fala exatamente disso assim porque existem muitas oficinas workshops e atividades que a gente vai fazer para abrir é máquinas para olhar essas máquinas e para se relacionar com essas máquinas virtuais de uma nova forma ou seja eu acho que a gente tem aí um ano nesse trabalho dela vitis algo que não é maniqueísta ou seja não é olhar para essas tecnologias e negar
essas tecnologias ou é simplesmente sair das redes ou um por um outro lado fazer uma apologia dessas tecnologias é sair desse pólo em que você faz um elogio ou uma negação quando a gente olha a questão da tecnologia do ponto da junção entre teoria e prática ea gente vai realizar oficinas para tentar abrir essas máquinas a gente está abrindo novas possibilidades de se relacionar com essas tecnologias então é possível pensar techno política tanto pelo viés daquilo que está sendo implementado no nosso cotidiano como também é possível pensar uma relação uma aliança com essas tecnologias que
nos leve a um caminho de resistência e não é necessariamente um caminho de negação portanto a resistência aqui é tem um outro colega da federal de minas que fala não é exatamente resistência no sentido da negação mas a insistência numa aliança que possa nos levar a outros caminhos a caminhos diferentes daqueles que a gente tem visto é as grandes empresas grandes corporações e alguns alguns algumas ações de governo implementar em nosso cotidiano então é isso eu acho que vou passar a palavra diante a equipe dos meus colegas falarem também boa noite a todas ea todos
eu vou continuar falando depois da fernanda marta porque também sua organizadora além de é autor do livro o autor de um capítulo é e me sinto contemplado na verdade no que elas falaram sobre a organização do livro apresentação do livro mas eu queria só ressaltar sim eu estou fazendo pesquisas nesse campo faz parte da vida desde 2011 mas eu faço pesquisa com vigilância especialmente vigilância policial desde 2006 né eu quero ressaltar sem a transformação que teve desde desde então na própria recepção do que a gente faz porque num primeiro momento em 2006 a gente falava
que pesquisava vigilância eu falava da pesquisa vigilância me achava meio maluco meio paranóico é o tempo inteiro e com um tempo infelizmente eu acho que a gente de alguma forma estava antecipando a alguma coisa que se que se constatou depois de uma série de coisas que a gente vem apontando que a gente vem é temendo é vem acontecendo em alguns caminhos inusitados vem se abrindo infelizmente é e construindo uma realidade é um tanto surpreendente no nosso país então é no meu caso específico é eu pesquisei polícia na vigilância policial no início assim pra entender um
pouco esse caminho que que o tema vem fazendo ao longo do tempo e como ele vem se adequando ao dia a dia é o cotidiano político do brasil eu comecei a pesquisar pesquisando vídeo vigilância policial ou seja vigilância por câmeras e à conclusão que eu tive assim eu fiz uma tese de doutorado sobre isso a conclusão que eu tinha naquele momento é que a videovigilância não era uma coisa assim tão assustadora exatamente eu acho que essa é uma ideia também que a gente traz é dos estudos as perspectivas da margem os estudos que vêm do
sul ao contrário dos dois países que digamos criaram essas tecnologias que a gente vem comprando depois é aqui as coisas funcionam de uma forma muito muito particular eu diria então a vídeo vigilância policial é ela num não criavam uma sociedade de visibilidade é exagerada digamos assim a polícia num não estava vigiando as pessoas o tempo inteiro porque pra isso você precisa de uma certa competência digamos que as nossas forças policiais não têm é tem competência pra outras coisas para trabalho de inteligência para trabalho de vigilância do trabalho que é necessário não tem né mas com
o tempo é eu fui vendo esse sistema de vídeo vídeo vigilância inicialmente eram só câmeras não centrado nas câmeras se transformando então ouvi eu comecei a pesquisar um centro este centro foi ampliado por conta dos mega eventos afins pesquisa de segurança nos megaeventos a esse centro para um centro pequeno no rio de janeiro se transformou num centro imenso no rio de janeiro replicado em outras 12 cidades do brasil outras 11 cidades na verdade tem dois centros e em brasília e se transformando uma política chamada de comando e controle e essa política de comando e controle
é mais do que a vigilância na verdade ela em é pressupõe uma série de idéias sobre a modernização nós vamos às forças policiais vão combater o crime através da modernização e nesse processo vem observando uma coisa é que é o surgimento de um modelo é que eu diria é eu venho chamando de gerencial militarizado eu acho que ele explica muito sobre o brasil de hoje gerencial militarizado significa o quê gerencial porque ele está baseado em uma série de princípios é do gerenciamento de empresas então é isso uma das tais facetas mais importante uma das características
mais importantes do neoliberalismo as coisas devem ser pensadas como uma empresa o estado deve ser pensado como uma empresa polícia deve agir deve gerir a segurança como se tivesse gerindo uma empresa aí você tem questões de eficiência de tempo uma série de questões que vão entrando e que não eram habituais de ser pensadas pelo certas partes do estado brasileiro só que quando eu falo gerencialismo é neoliberalismo eficiência ou mais que muitas pessoas possam ser contra eu me coloco contra o neoliberalismo também muito crítico do liberalismo pressupõe um algo que possa a própria idéia de eficiência
que possa significar uma melhora só que a particularidade do brasil e acho que isso é muito importante é que esse gerencialismo tomou um viés militarizado militarizado enfim de acordo com o autor o uso de acordo com o autor chamado de franga guerra também tem um livro publicado pela boitempo cidade sitiada em que é uma combinação de um gerenciar smo com uma violência cada vez maior com uma brutalidade cada vez maior para lidar com questões é no dia a dia então questões do dia a dia então por exemplo quando fui fazer pesquisa com eventos isso ficou
muito evidente assim os protestos passaram a ser tratados protestos de rua que não agradava o governo passaram a ser tratados como uma operação de guerra isso tem a ver com uma idéia de eficiência como controlar os fluxos da cidade da melhor maneira como distribuída melhor maneira os recursos humanos dos recursos materiais utilizar determinadas armas de uma forma a diminuir a capacidade de reação da população mas também tem a ver com o militarizado com uma violência que isso que é uma das dez principais coisas que marca é a especificidade local uma violência que não é aceita
que não é é quanto mais lugares que têm que eu diria que tem uma democracia mais consolidada que tem uma democracia mais firme que a nossa em que a polícia não pode agir da mesma maneira que a nossa polícia age então brincando um pouco com um termo que me veio à cabeça pouco tempo eu acho que eu venho vendo surgir é de alguma forma um bom primeiro pesquisa o rio de janeiro que eu acho que o imenso laboratório do brasil na questão de segurança né pelos problemas pela raiz soluções radicais que foram colocadas mas eu
vejo que q1 eu vi um dos aspectos da formação de um sistema que o que eu acho que dá pra chamar de uma idiota idiota talismã um autoritarismo é que vai o tempo inteiro que está se colocando o tempo inteiro contra é o debate contra o saber contra o conhecimento contra é uma série de coisas então o mesmo tempo a gente viu mesmo a ascensão de forças brutalizam antes no país é e um recuo de uma série de conquistas que a gente tinha conseguido de uma série de discursos que a gente conseguiu colocar então nesse
momento eu acho que ainda mais mais importante a gente ter organizado a gente está é trazendo autores que estão é trazendo essa perspectiva da margem que ao mesmo tempo está mostrando enfim grupos que de alguma forma é por algum momento se viram um pouco menos oprimidos um pouco menos invisibilizados um pouco menos silenciadas e que nesse momento vem recebendo com muita força de novo uma carga autoritária com desejo de fazê los voltar é pra cozinha para a senzala pra para o cemitério enfim para lugares é que que são considerados os lugares é historicamente ocupados por
esses grupos então eu acho que ao mesmo tempo é a idéia da técnica política é como a fernanda ea marca já falaram ela envolve é uma série de riscos que a gente aponta uma série de paranóias uma série de medos concretos mas também uma série de esperanças de como a gente pode lidar com isso de resistências e de esperanças então por mais que o cenário não seja o melhor possível de alguma forma quem foi o livro vai perceber isso tem um fio de esperança no qual a gente se a garra ea partir do qual a
gente acha que vale a pena lutar que é possível mudar alguma coisa que é possível garantir aquelas conquistas que foram obtidas e que agora a gente tá tá vendo tão rapidamente se esvaindo é tão tão sob risco então era mais ou menos isso obrigado passar também por o lançamento trará a orientar um pouco a dinâmica eu conversei eu acho que a gente pode fazer agora uma algumas falas bem breve reabrir o abrir para o público é é pra gente poder depois poder ter também a partida mas só gritos fez certo fala pouco rodrigo bom é
várias das características importantes não só do do livro como da rede as que já foram colocadas aqui eu gostaria de tentar trazer algumas outras brevemente é é uma delas assim já participei como todos eles aqui de vários capítulos de outros livros mas tem um aspecto importante aqui é obviamente que os organizadores é se responsabilizaram por grande parte do trabalho para colocar esses capítulos juntos e pra dar uma é uma linha de enredos no livro etc mas vários momentos desse processo foram foram coletivizados assim nós participamos também como autores de várias discussões que envolviam por exemplo
subtítulo do livro né então acho que isso é um detalhe é pequeno mas importante que relata um processo de produção de um livro que é um livro é que reflete uma coletividade que apresente na própria rede e essa isso também é importante porque assim é muita gente já trabalhava com temas que margeavam o que mergulhavam a fundo na própria vigilância é a mais de dez anos que essa idade da rede vamos dizer assim é muita gente trabalhava com isso no brasil na américa latina mas acho que esse livro representa uma caminhada de dez anos até
agora em e que a vigilância passa a ser um campo de estudos é não só na américa latina mas no brasil visto por várias disciplinas então é ea rede foi uma chance de a gente colocar várias pessoas em contato para produzir esse esforço coletivamente então acho que essas essas características pra mim são a sanção são muito importantes elas estão presentes no livro assim que sim um leitor que não soubesse dessa história talvez não percebesse isso mas é acho que é importante a gente destacar tem uma história de um de um coletivo de de pessoas que
estão inicialmente na academia como a fernanda já colocou mas que depois tentam é colocar esse trabalho em contato com outros grupos outros parceiros a gente tem muitos parceiros que não estão no livro que é tão livre estão aqui presentes muitos deles é que que fazem parte dessa construção coletiva nem e essa aproximação ou essa desenho esse desencarceramento dos acadêmicos vão dizer assim com outros processos de construção dessa técnica política da vigilância como ativismo é as atis então há uma tentativa do grupo em construir essas conexões todos está presente no livro pra gente é muito claro
muito evidente e recompensador assim de de ver o trabalho é produzido dessa maneira é ir assim duas palavrinhas sobre o meu capítulo que é não coincidentemente um capítulo que está junto com o ombro do bruno que quando ele fala de si gerencialismo no campo da atuação da polícia eu falo disso no campo da produção do espaço público o dia da produção de parcerias público privadas para gerenciar o espaço público que é que lança mão de uma série de práticas de tecnologias é de desenho urbano de desenho de arquitetura é pra colocar em prática é esses
arranjos sócio técnicos de securitização de exclusão é de limpeza é e e d a e de segregação que se refletem no espaço público a partir da gestão do espaço público então eu faço um pouco é no capítulo eu tenho que fazer uma mistura é com exemplos que vêm do norte global como já foi colocado aqui da américa é da américa do norte e da europa e ver como é que esses processos são trazidos para países latino americanos como brasil como é que isso é apropriado é de alguma forma nas cidades é latino americanas mais ou
menos isso para ser bem é eu queria falar só fazer um comentário que eu acho que na linha do que todo mundo falou mas ressaltar o que talvez seja uma coisa muito interessante e importante pra gente pensar para processos políticos que estão acontecendo no contemporâneo que eu acho que a questão nós nós de alguma maneira nos agregamos em torno do tema da vigilância e acho que é muito relevante o quanto essa idéia de vigilância vai se tornando um operador é muito importante do dos poderes atuais e e eu acho que a nossa ideia é de
trabalhar nessa coisa da perspectiva da imagem é trabalhando é funcionando de uma maneira em que nós estamos o tempo todo relembrando ou é lembrando e desconstruindo certas coisas e construindo coisas em cima a partir de uma perspectiva que é essa a nossa perspectiva do sul global então eu estou pensando muito claramente em dois capítulos de autores do norte que estão postos aí no livro que eu acho que a gente está o tempo inteiro ainda que muitas vezes nem muito claramente mas é ela é trabalhando nessa nessa reconstrução nessa discussão nessa crítica e na nossa ação
que é o que são essas idéias de capitalismo de vigilância quer dizer como a vigilância se torna o operador um dos maiores operadores e talvez um modo de funcionamento a maior possibilidade de extração de lucro do capitalismo hoje é ea idéia de cultura de vigilância quer dizer a ideia como sobre como a vigilância se torna algo muito mais do que algo que vem de fora pra cima pra baixo mas algo que sim em brenha na nossa vida e que nós precisamos de processos de reconhecimento e crítica de desses acontecimentos a iaa falando muito brevemente da
minha participação nesse livro eu fui um dos um dos autores é de um capítulo que está ali naquela parte final das técnicas resistências é em que a gente procura é conta uma história de desenvolvimento de um projeto de software é que consiste num jogo em que você procura é subverter a idéia de que a câmera captura sua imagem e nós colocamos jogadores pra capturar a imagem das câmeras e estabelecemos um jogo de dominação das câmeras que se coloca como uma resistência ou uma crítica a essa esse controle das câmeras sobre nós é e o tempo
inteiro quando a gente estava pensando no desenvolvimento desse jogo então a gente mistura essa coisa da ficção e etc será que é uma das maneiras que nós encontramos de dialogar com isso para além da palavra é nós então procuramos trabalhar com isso de uma de uma maneira que vai né além dessa palavra e construindo é pra isso um ambiente de [Música] discussão né é tempo abrimos agora é isso oi é boa noite também todas e todos e fazer um rápido comentário é já indo direto para um pouco que é uma discussão não é que a
gente fez nesse num capítulo dessa última quarta partes obstétrico resistências né e aí eu queria destacar dois aspectos a linha 1 que foi já comentado que é um pouco uma constatação do ponto de vista de quem realiza pesquisa e tem uma vinculação institucional acadêmica universitária da necessidade de se repensar os processos de investigação é e acho que isso é uma necessidade uma urgência que muitos de nós que estamos na universidade sentimos né então sobretudo quando estamos lidando com fenômenos complexos contemporâneos que tem uma uma rapidez é na sua transformação como é fundamental que nós estejamos
trabalhando com outros atores que trabalham fora da universidade é isso abre se o caminho também de reflexão própria transformação interna do campo científico do campo acadêmico ano na medida em que essa relação ela interroga vários pressupostos várias formas de a gente trabalhar e enfim acho que isso é bom né acho que isso modifica substancialmente as práticas que nós temos de pesquisa é ea outra coisa importante dessa nessa relação e pensando mais especificamente no trabalho com o técnico ativistas ou com comunidades que atuam no campo da comunicação segura da criptografia é que é interessante pensar como
essas comunidades assim como a gente poderia pensar outros grupos que estão em situação de maior vulnerabilidade ou grupos que estão em situação de conflito eles de alguma forma funcionam como antena de antecipação dos problemas por ver seu eu gosto um pouco dessa ideia porque me parece que quando a gente trabalha de fato numa posição que é a busca dessa perspectiva antagonista né e ao trabalhar junto com atores que estão nesse campo de vulnerabilidade mais acentuada eles são capazes de tornar sensível de tornar visível de tornar anunciava seu problemas que afetarão a todos nós então se
não é atoa que muitas das coisas que nós estamos discutindo hoje a 10 15 anos atrás nas comunidades que trabalhavam com discussão de comunicação segura de criptografia ele já vinha enfrentando isso sim uma escala muito menor mas enfim já era um problema que estava na mesa não é então sim acho que é bom assim a gente aprende mais a gente é tem uma capacidade de o desenvolvimento da teoria e da prática é uma maneira mais interessante quando a gente tenta simetrização esses conhecimentos então de fato criar relações de cooperação mais horizontal e uma terceira característica
acho que nesse processo de investigação é a percepção também nessa não dissociação teoria e prática e não da associação técnica e política no fundo são essas duas coisas juntas é de que para desencadear muito dos processos de pesquisa que nós fizemos foi necessário é realizar um tipo de investigação performativo no sentido de que era necessário criar dispositivos inventar tecnologias inventar formas também em que nós mesmos nos tornarmos a participantes usuários né daquelas tecnologias então quer dizer não é uma relação ao habitual nem que eu tenho uma observação distanciar de um processo está acontecendo mas não
é eu também reconhecer que ao criarmos novos objetos novas tecnologias elas têm agência no mundo ea gente quer e é justamente pesquisar essas coisas né então é um pouco uma idéia de um processo de investigação em que também há a gente reconhece de que todo o processo de conhecimento de pesquisa é uma intervenção do mundo né e portanto nós somos também responsáveis pelos efeitos da nossa são da pesquisa no mundo então veja isso modifica nimos uma relação também é de responsabilidade e portanto uma dimensão ética política do processo dessa investigação é é assim acho que
duas talvez em sites néné e muito sucinto não é desse trabalho com teclas ativistas é um primeiro é a anunciação digamos desse regime techno político no sentido que muitas das coisas que acontecem nas nossas vidas hoje não são reguladas por leis por normas por costumes ou por tradições elas estão sendo absolutamente modificadas né e organizadas por um regime techno político dizer não pedem licença pra nós que fazer quando a gente adota uma nova tecnologia essa nova tecnologia era portadora de modos de existência também é claro que a gente vai se comportar com ela e tal
então assim é uma percepção de que a gente está muitas vezes discutindo lei discutindo um marco legal discutindo formas de regulamentação mas surge uma nova tecnologia surge um novo dispositivo ele simplesmente atravessa todas essas coisas a gente fica correndo atrás para tentar regulamentar uma coisa que vai levar anos para a gente até entender os efeitos dela então se pensar o que é fazer política numa sociedade em que qual é a nossa capacidade de controle hoje sobre a rede elétrica sobre o abastecimento de água sobre não é toda a política né de de biomedicina sobre é
a política é nossa de comunicação quer dizer a gente tem pouca condição de controle autônomo sobre as infraestruturas da nossa existência então assim tem lei em todas foram todas fundamentais é um campo de disputa importante mas reconhecer a necessidade de entrar realmente um campo de disputa por uma capacidade de maior autonomia e controle das infra-estruturas sobre as quais a gente constrói na nossa existência a gente é eu acabei não fazendo esquecendo um algo fundamental que foi agradecer a tapera taperá pela acolhida por esse espaço por essa oportunidade de estar discutindo aqui com vocês e também
editora boitempo é pela pela presença em cada ano não está aqui mas bom está está é então bom quero registrar esse registrar esse agradecimento e abrir a a palavra né pra rodar aqui o microfone pra pra gente bater um papo tem uma conversa toda boa noite é meu nome é na rússia escritora de ficção científica toque com amigos meus que são da fantástica 451 que é um grupo que trabalha as literaturas e fiquei mas já ali grande parte do livro achei maravilhoso o capítulo achando incrível mesmo de rosa é e se falam de coisas bastante
técnica bastante ela trata se queria saber aí os bafos o animal facebook do google trazer seus casos práticos né no dia a dia afinal de conta gostei muito da tua fala a respeito de vigilância palavra dessa dimensão cotidiana né porque eu ano passado né no final do ano passado esse país passou por uma conjunção muito grande um dos motivos é porque a gente é muito analfabeto ainda no sentido de não entender como é que uso foi quim votos epe não sabe até hoje as campanhas políticas também não é como é que vai lidar com isso
eu queria que você falasse um pouco da dimensão prática nesses assuntos bem boa noite meu nome é guilherme só ativista digital faz um tempo sem argumento de autoridade de falar quanto tempo e técnica política e resistência que ao final do livro eu queria perguntar um pouco sobre o caráter concreto dessa resistência que como ele têm cultura digital acho que foi bastante derrotado nisso tanto na passagem do software livre para us open source é o rafael daqui fala disso quanto à realidade empírica brasileira a gente pensar falar e pensa em três grandes movimentos sociais brasileiros vão
pensar ms mt eles usam software proprietário os caras comunicam centralmente por algumas coisas por meio de suas grandes partidos políticos esquerda brasileiro pt pessoal pc do b usam basicamente software proprietário a gente consegue criar uma franja de resistência do movimento software livre de usos que leva em conta a vigilância mas a gente está sendo bastante derrotar em termos sociais mesmo depois das revelações do mundo em 2013 em adoção nem massivos em uma adoção militante do software livre soluções eu acho que 90% dos grupos marxistas de troca de e-mail na academia unicamp usp federal de pernambuco
o gmail é uma parte das redes a tpao unicamp ea usp e as grandes de são paulo estão migrando para o google seu serviço na pesquisa de todos nós e todas as áreas de engenharia que para alguém ter se auto imolado lá quando aconteceu isso acabo fogo do seu próprio corpo não faz parte muito nosso repertório de ação coletiva mas era uma coisa pra ter feito que a gente não conseguiu fazer nada assim é na verdade brasileira migrou seus repositórios para a google estão estados unidos a pesquisa de nossa gente não conseguiu dar visibilidade política
então uma pergunta no primeiro sentido é na techno resistência se fragmentar e vestigial se novos coletivos e público momentos tiveram tanto coletivos novas surgindo de raça gênero orientação sexual parte deles usa software livre para eles compreendem a dinâmica da vigilância de forma geral o resto da resistência política brasileira está vigiada de origem por de for uma coisa meio maluca alguns lugares ainda conseguem ter uma discussão porto alegre está aqui tem o boletim e discussão da vigilância semanal casa de cultura mas de forma geral diz que não consegue sair deste espaço e para os espaços da
grande política a gente se distanciou dos partidos e citou seus movimentos sociais grandes estão aptos a nos entender onde é que passe ativismo junto com a teoria tudo que a gente conheceu de tecnologia é pouco e teve o tamanho do buraco como é que não consegue comunicar o tamanho do buraco boa noite todo mundo é eu não sou pesquisador sou da área da música o canto rap e o que me chamou a atenção foi a nesse tema é que a gente que faz uma música faz uma arte pelo menos eu me sentir castrado no momento
de distribuir essa arte como ela disse do google google eo youtube esporte faz enfim e todos esses tipos de rede mas o que me chamou a atenção na fala de todos vocês quando você fala do panóptico a sensação que eu tenho é um momento onde poucos vigiam muitos né principalmente na obra do focou no vigiar e punir quem faz essa análise a sensação que eu tenho que a gente vive hoje seria algo mais próximo de um sinótico onde todos vigiam todos a sensação que eu tenho por exemplo o celular virou um ato de confissão na
periferia onde eu moro se você toma um quadro a polícia nem pede mais seu rg crg virou seu telefone celular só que você está dentro da sua casa ea tv tem internet ou seja aquela mesma tecnologia ou aquele saber que consegue ou saber o que está falando ouviu que está falando ou você está pesquisando seja no telefone seja aquela televisão está no seu quarto no conforto que quer ver se ela netflix a mesma coisa a mesma onda a mesma coisa que entra para o seu telefone entre pela sua tv só que eu sinto que eu
tivesse uma besteira aí se eu quiser beber uma coca cola eu posso sair e escolher beber uma coca cola se eu quiser comprar o nic eu posso e escolher comprar um mac eu não posso escolher não acessar o google é a sensação que eu tenho é que por exemplo pra mim escolher não acessar o google eu vou ter que ter um saber muito sofisticado só que no brasil há infelizmente a maneira como as pessoas encaram a ele é como um oráculo intocável não como uma empresa norte-americana mesma coisa whatsapp as pessoas acessam porque putz é
de graça não tô pagando nada e não sabe o quanto está custando inclusive estou falando isso que eu nem vinha aqui mas por uma orientação mesmo entender que tipo a têm um ataque rápido até um signo a ter um monte de tecnologias que eu queria saber até que ponto escolhido até um pouco do que foi proposto ali até que ponto a gente da américa latina não teria competência de construir nossos próprios meios de comunicação porque a extrema-direita transformou a disappear arma de guerra eu acredito que é neste momento bem bem sutil bem simples que passou
de uma forma romântica para quem chama de esquerdo quanto à esquerda atendendo à esquerda enfim mas a sensação que eu tenho é que a extrema-direita seqüestrou todo esse cyber espaço se não vai fazer você votar em alguém vai fazer você o dia alguém que certas maneiras e acaba essa proposta que vocês fizeram de dialogar com outros saberes com outras experiências eu acredito que é muito importante porque senão se torna um zumbi letrado saca aquela escola que cria micro especialistas em ignorância as máximas que não dialoga com as pessoas por exemplo na periferia onde eu moro
3 rua que você vai ter praticamente 35 câmeras e fabricou um discurso de poder que pela sua segurança só que a sensação que eu tenho é que tipo de um inimigo sou eu porque as câmeras só vem pra cima de mim e qualquer sensação de você tentar inspirar as pessoas ao seu redor a fazer uma arte o motivo uma ressurreição você já é tratado como inimigo público e inca em guarulhos onde eu moro a gente é essa liberdade aqui de poder dialogar sobre isso principalmente numa semana onde faz 55 anos de uma ditadura militar ea
gente não tem mais espaço para poder dialogar sobre isso de outros saberes e aqui eu me senti à vontade de pôr uns o pesquisador trabalho com música mas de poder vir tentar prender um pouco mais tem um pouco desse ponto de vista porque acredito que um dos grandes problemas que a gente como ser que eu acredito que aquilo que move a gente mora formiga móvel elefante move as réguas as transformações acontecem mas a vida que bate aqui no iraque bate na áfrica em vários lugares acredito muito que enquanto a gente não perceber que a gente
às vezes entende muito só não sente a questão de sentimento de vida acredita que às vezes a gente vai acabar caindo naquele percurso de tipo nós eu consegui perceber o que o outro não conseguiu perceber e não um conhecimento compartilhado para que a gente possa construir junto algo que no mínimo seja uma liberdade temporária para pelo menos poder dialogar é pelo menos isso que a gente possa ser livre na escrito no diálogo assim como resistir a isso que asfixia todo dia se querendo ou não assim posso tá é o sucre isso eu sou advogado ciclo
ativista entusiasta do uso do espaço público aliás o que até me atraiu mais pra cá foi perceber que o livro aborda muito esse tema né do uso do espaço público eo monitoramento fiquei sabendo do livro onde cast sutter essa semana e e eu tenho percebido que o estado tem entregue de bandeja todos os movimentos dos cidadãos e tudo mais hoje mesmo é o país ter uma reunião com a prefeitura que nós provocamos ela da concessão da zona sul de são paulo na zona sul vai ser concedida à iniciativa privada e você vai ter um monitoramento
de dados dos veículos que são acionadas uma empresa privada como com uma licitação internacional uma empresa privada vai pegar zona azul vai saber onde seu carro aparato provavelmente ela vai ter acesso à base de dados dos veículos bateu dados de consumo dos motoristas de são paulo né eu tive experiências com o monitoramento assim eu faço parte participam do movimento em são paulo que só deve conhecer que a massa crítica o grupo de ciclistas movimento horizontal que se reúnem na última sexta-feira do mês para protestar por melhores condições do trânsito ter direito a acesso ao espaço
público que a bicicleta precisa né ea gente tem percebido cada vez mais um monitoramento absurdo ali as pessoas já vêm por câmeras da onde a hora que o movimento se reúne já tem fotos nossas já sabem nossos nomes e tiram fotos da gente durante o movimento e então sempre monitorando que ele vai pra onde a gente vai pra onde a gente está indo e e filmou um também guardam isso e isso é um tanto assustador e eu tenho percebido também que aqui em são paulo estado tem entregue todos o sistema do bilhete único agora exigido
um cadastro você passa também terá acesso a onde a pessoa vai dar onde a pessoa vem por exemplo a prefeitura tem os meus dados dos ônibus que eu peguei tudo em são paulo para onde eu fui para onde eu vou não adianta me livrar hoje do meu celular jogar em um papel alumínio lá e sair andando porque se eu passar o bilhetinho vou ter que saber que agora foi condicionado ainda você só pode votar 43 reais se você não se cadastrou seja eles querem os seus dados queria entender até que ponto o estado está entregando
de bandeja para querer aproveitar isso para fazer um militarismo banco controlar realmente as pessoas sabe onde o outro vai ou simplesmente está entregando isso porque o poder do capital que está atrás disso é muito mais forte eu acho que isso é uma reflexão interessante e uma outra experiência que eu tive de monitoramento absurdo e limitação do uso do espaço público francês tentando descer para santos de são paulo para santos de bicicleta ea a concessionária da via simplesmente não aceitar isso monitorar todo qualquer um que tente pegar sua bicicleta 80 desse processo eles vão te impedir
no começo da serra criou um kit monitorado lá em cima já não saber quem você é para onde você vai se você faz isso habitualmente vão te impedir de fazer isso e vão condicionar você pegar um ônibus onde você mesmo a ser monitorado vai ser cadastrados não sem pagar a passagem de ônibus em são paulo se você não entregar os seus dados para saber aonde você vai bom até que ponto o estado ele está querendo minerar dados da gente está querendo entregar isso de bandeja princípio privado eu queria ver a posição de vocês no tocante
a isso é pra começar sim sim eu só queria comentar é é é teu comentário acho que o diretamente o ao que o fim o comentário que o flu fez sobre a coisa do software livre e do open source e etc eu acho que ele tem completa razão sobre a gravidade disso desse momento que a gente está é é falando sobre a o quanto o mesmo pessoas que estão em lugares que conhecem as tecnologias que poderiam todos utilizando tecnologias livres e etc o quanto elas estão abdicando disso pessoas assim eu acho que você lembrou um
exemplo que é crucial desse das relações das universidades com as grandes empresas de tecnologia da informação então as universidades estão abandonando os estudos em infra-estruturas que elas construíram durante anos é uma infraestrutura de tecnologia própria abandonando a perspectiva delas desenvolverem aquilo pesquisarem sobre aquilo estão entregando essa infraestrutura para as grandes empresas estrangeiras e a troco de quê por qual é o interesse dessas empresas em oferecer a infraestrutura é sobre os nossos dados que eles vão minera e produzir inteligência e aí reforçar é o valor que essas empresas têm a capacidade que elas têm em prevê
os nossos comportamentos em fazer investimentos no mercado agora eu queria só talvez adicionar uma coisa aí nessa nessa minha resposta em duques e acho eu acho que está completo de razão eu acho que nós temos desafios que são muito maiores hoje do que há em infraestrutura livre porque uma coisa que o capital soube fazer é com muita competência nos últimos dez anos foi também em cima de infra-estruturas livres conseguir capturar dados e construir suas lógicas de lucro em cima desses dados e êêê a eles a tutti atingiram hoje uma uma força e uma capacidade que
não estou dizendo que a gente não tenha possibilidade de resistência eu acredito nessas resistências é eu acho que tem muita gente produzindo essas resistências mas eles estão eles têm hoje uma força capaz de interditar as conversas públicas quer dizer capaz de nós estamos mais do que lidando com a perspectiva de ter as falas excluídas não nós estamos lidando com uma perspectiva em que você pode falar mas o que você fala nunca será ouvido pra quem você quer é dizer então é esse meio do caminho esse controle da infraestrutura significa na verdade um controle do debate
e que é um controle que não é um controle transparente porque não não é só coisa de que nós sabemos que estamos que com isso está é acontece controle está acontecendo é muito difícil a gente concretizar isso de uma maneira mais clara para as pessoas então a gente sabe que eles controlam os algoritmos que regulam os fluxos das nossas falas mas isso pra gente é um é quase como se a gente tivesse essa perspectiva de uma maneira abstrata na nossa cabeça e não de uma maneira real porque isso é muito insidioso isso é muito é
opaco opaco é de uma maneira muito perversa né então eu acho que a gente vai ter talvez a gente vai precisar ter muito fôlego para repensar os nossos muitas das nossas esperanças de democratização que nós colocamos em tecnologias nos últimos anos então a gente tem movimentos sociais esperando uma certa democratização das tecnologias por meio da internet etc será que eles foram capazes de entrar é passar uma rasteira sobre isso que a gente ainda não se deu conta da dimensão é é acho que é isso de tristeza por hoje não queria também falar uma coisa não
respondendo nada diretamente mas trazendo é uma questão que eu acho muito importante né é quando se fala de uma forma muito rasteira na verdade mas é o surgimento a popularização da internet trouxe muita esperança de mais democracia é em certa medida houve mais democracia houve mais horizontalidade mas todo mundo ficou surpreso a partir de um certo momento também com autoritarismo com o crescimento do autoritarismo que foi provocado por isso né então eu acho que tem uma uma questão que tá nisso sim que não é não tem a ver só com a tecnologia que mistura tecnologia
com outras técnicas com outras tecnologias é e que eu diria que é mais fácil infelizmente é mais fácil você mobilizar hoje em dia por uma série de questões é mais fácil você mobilizar as pessoas para odiar alguma coisa do que mobilizar as pessoas para ter empatia com outros pra defender outras para tentar fazer alguma coisa para ajudar alguém né então é isso tem a ver com uma série de questões que envolvem psicologia que envolvem marketing que envolve uma série de técnicas que estão sendo testadas na gente o tempo inteiro ea verdade é que nesse momento
é como você falou muito bem eu acho que todo mundo falou um pouco a gente perdeu a gente se sente é no campo democrático um pouco derrotado assim a gente vê o o o surgimento de forças que no mundo a gente imaginava que não existiam mais é que no brasil um novo assim a gente quanto com tudo de ruim que pode ter no novo a gente não conhecia isso na nossa história né então a gente tem que entender e eu acho que parte de todo o trabalho é parte do que está envolvido nesse livro também
é tentar entender o que está acontecendo porque a partir de determinadas ferramentas sim são proprietárias que sim servem para o capitalismo que se inserem por uma série de coisas mais que é além de tudo isso estão despertando nas pessoas determinadas subjetividade que a gente tem chamado a gente tenha identificado com como fascistas como racistas enfim coisas que não são novidade na história do brasil mas que de alguma forma é foram não diria colocadas para fora mas foram produzidas com muita intensidade nesse momento tá bom não sei também acho que não sei se respondendo alguma coisa
fazendo alguns comentários assim refletir sobre tudo que foi falado ah esqueci o nome da escritora anne ana ela pediu exemplos né falou que a gente fala coisa muito abstrata acho que cada um de vocês que fez uma pergunta de algum exemplo falou das 35 câmeras na rua dele é o outro colega que falou que ele não pode descer a aaa serra de bicicleta porque eles já sabem quem é que tá descendo para onde ele vai e não pode descer então acho que é pelo menos no campo do uso dos espaços acho que é isso que
a gente vem experimentando cada vez mais uma nova uma um acompanhamento cada vez maior e principalmente cerceamento de acessos a determinados grupos não é isso particularmente me chama interesse do ponto de vista da arquitetura e urbanismo para tentar entender é uma sobreposição de camadas que eu chamo de camadas territoriais que na verdade pauta o uso desses espaços para determinados grupos e que a gente ainda não entende muito bem é no próprio é anti cast foi você que falou né no próprio kers eu cito um exemplo que quando estava estudando alguns casos na europa a a
minha filha estudava numa escola rapidamente minha filha estava na escola e foi fazer um trabalho de campo 11 7 anos de idade ela foi fazer um trabalho de campo que era distribuir cartilhas sobre o aquecimento global com a professora num espaço que seria público em frente à prefeitura de londres é em 30 segundos um minuto que estavam lá chegou com segurança privada porque aquele espaço é concedido à iniciativa privada que foi responsável pela reforma do espaço contratou grandes arquitetos eles têm que ser eles vivenciam que a limpeza do espaço a organização do espaço as os
cafés que vão ser licenciados naquele espaço um e o fluxo que acontece ali tudo que está acontecendo então segurança perguntou se a professora tinha pedido autorização para fazer o que eles estavam fazendo crianças de 7 anos distribuindo cartinhas é ela disse que não entende se que elas não podiam fazer aquilo e que precisavam de uma autorização que eles passaram privado é um espaço público que foi concedido à iniciativa privada onde da prefeitura de londres porque uma das atividades que é proibida de fazer nesse nesse lugar é concedido à iniciativa privada é o protesto na prefeitura
frente da prefeitura e essa atividade que as crianças estavam fazendo era entendida como uma forma de protesto e aí não é como ele ficou muito sensibilizado com as criancinhas e aí eu eu fecho o exemplo porque aí é que entra uma uma uma sobreposição territorial muito estranha ele ele olhou para os lados e tal e assim meio sem jeito diz professor olha vocês não podem fazer isso aqui mas tá vendo aquele gramado três metros de onde vocês estão ali e vocês podem por que aquele espaço é uma exceção no contrato de concessão e não sei
o que entendi então é tem uma é é uma composição sócio técnica e política e que explica muita coisa e acho que isso também dá o exemplo que ela queria mas ele também já falou de um exemplo falou do exemplo a gente pode conversar mais tomando cerveja a gente é a gente já tá chegando no nosso limite de tempo então eu quero agradecer também muito as questões que foram colocadas aqui elas são muito provocadoras eu acho que um dos sentidos que se faz um pouco agora dessa da idéia de margem é tem a ver com
com também a temporalidade desse livro ele sai num momento em que também a ficha na nossa ficha começou caiu é drasticamente é quase que como uma bomba é no sentido de entender que essas é que uma série de coisas que inclusive nós defendíamos uma série de coisas quem é só pelas quais nós militávamos é a gente está levando uma série de rasteiras né a gente perdeu uma série de batalhas no campo é a ida dessas redes sócio técnicas então a gente precisa repensar as questões vocês esse livro ele foi feito num momento um pouco antes
dessa ficha cair com essa com essa condescendência com essa intensidade então é e aí a questão é a seguinte será que a gente só acho que uma das questões são muitas questões ali dentro mas a questão é será que a gente só perdeu uma batalha né que uma um determinado espectro político se apropriou de uma série de tecnologias e estão vencendo né uma determinada disputa uma determinada é batalha ou é a gente tem que pensar mais fundo estruturalmente tudo é assim eu acho que essa é uma questão que fica é uma questão que o livro
ainda não trata completamente ele aponta é mas a ficha cai é muito mais radicalmente agora então acho que é o livro também marca um certo limiar é da reflexão crítica e da reflexão e das proposições e das resistências possíveis aí sim acho que a gente está num momento de de repensar é uma série de coisas e aí eu convido vocês pra continuar essa conversa no chope aqui ao lado e o henrique quer dar um recado antes disso antes de nos distribuirmos é dia 3 e 4 de maio cripto rave é que é o sexto ano
que finda esse evento importante comunidade equipe do ativista techno ativista brasileiro é muito ativa um evento sim já tem uma força e onde essas conversas vão continuar né é o evento está por um triz precisa pingar um dinheirinho lá na vaquinha digital crypton rave ponto org é todo apoio é bem vindo e enfim vai ser dia 3 e 4 de maio e lá a gente vai seguir com essas conversas também valeu a gente montou uma mesa de autógrafos lá lá do outro lado no boteco lá então