[Música] Olá a aula de hoje propõe uma reflexão sobre a escola pública vamos ver quais são os tópicos nós vamos ver como a escola pública laica e de qualidade é uma bandeira defendida por educadores brasileiros depois a questão da escola Dual e por fim as diferenças na escola pública partindo da questão da luta né que ocorre por uma escola que seja pública laica obrigatória e gratuita para toda a população Essa tem sido uma bandeira eh defendida por vários educadores brasileiros né quando Nós pensamos na escola pública há vários questionamentos que fazem parte aí que permeiam
a questão da escola pública por exemplo quais são as funções sociais e pedagógicas dessa escola Como se dá a universalização do acesso à escola a questão da permanência o ensino e a educação de qualidade o atendimento às diferenças sociais e culturais e a formação para a cidadania crítica portanto quando nós discutimos a escola pública há vários pontos que nós precisamos nos deter prestar atenção neles né porque eles indicam alguns conflitos por exemplo a questão do acesso as crianças têm direito a estarem dentro da escola mas será que basta o acesso né ou como é que
as diferenças entre os alunos são equacionadas no dia a dia no cotidiano escolar Esses são temas presentes quando Nós pensamos na questão da escola pública eh e de qualidade no nosso país Anis Teixeira foi um importante educador brasileiro Ele nasceu na Bahia em 1900 e morreu no Rio de Janeiro em 1971 ele era formado em direito e atuou na vida pública ele traduziu alguns livros do filósofo John dey no Brasil Anício Teixeira tem uma importância grande quando a gente pensa na educação pública brasileira ele era defensor de uma escola pública laica e de qualidade o
trabalho dele foi fundamental para algumas conquistas no campo da educação né Principalmente na questão da escola pública eu selecionei o trecho de um vídeo que situa o momento histórico eh onde se dá esse trabalho intensivo do Anízio Teixeira na defesa de uma escola pública de qualidade Vamos assistir da Revolução Constitucionalista de 1932 acontece O Manifesto dos Pioneiros da escola nova este Manifesto foi escrito por Fernando de Azevedo e é um dos signatários O que que fundamentalmente tem no Manifesto da escola nova O Manifesto de 32 é o Manifesto dos Pioneiros tem a defesa de uma
escola pública laica e obrigatória pública no sentido de que ela é dever do Estado e direito do cidadão laica no sentido de que como ela é uma iniciativa do Estado ela não tá presa a nenhuma religião especificamente né e obrigatória porque essa é uma disputa que a gente tem desde o século XIX que é como fazer com que a escola possa atingir todo e cada um dos cidadãos então que ela seja obrigatória mesmo para que todas as crianças possam chegar a escola possam ser alfabetizados e possam passar por uma escola este Manifesto vai gerar uma
grande disputa entre os educadores Pioneiros e os educadores católicos pelo poder de definir os rumos da educação brasileira o aniso vai est nesse nesse jogo de disputas porque ele vai est assumindo posições importantes ele é o diretor da instrução pública da capital da República a Constituição Brasileira de 34 ela vai dizer que o ensino deve ser feito ensino religioso deve ser feito nas escolas então o governo a administração da Diretoria de instrução pública do Distrito Federal Teixeira vai demorar a implementar isso porque era contra as convicções dele a década de 30 mas particularmente os anos
34 35 São momentos de grande tensão em que isso tá tentando se definir qual que vai ser esse modelo de educação que vai ser implantada no país o final da segunda guerra significa a Vitória das forças democráticas no cenário Mundial gerando no Brasil a grande crise do estado novo Getúlio renuncia em 1945 e o país volta ao regime democrático Otávio Mangabeira que também tinha sido exilado é eleito governador da Bahia e Então faz um convite a Anísio assumir secretaria de educação e Saúde do Estado da [Música] Bahia são 4 anos riquíssimos nessa experiência Educacional dele
é quando ele consegue fazer o projeto da sua vida né fazer uma escola pública Universal gratuita laica de qualidade eh igual a uma escola para ricos er E era uma escola para todos [Música] né em 21 de setembro de 1950 é inaugurado no bairro da Liberdade em Salvador o Centro Educacional carneiro e Ribeiro conhecido como Escola Parque este centro traz em sua Gênese a proposta então revolucionária de educação integral em tempo integral voltada para as populações mais [Música] carentes a discussão da escola pública no Brasil traz alguns pontos que merecem uma reflexão vamos ver quando
a gente pensa na escola pública no Brasil a gente tem a oportunidade de compreender as articulações desse tipo de educação com as classes populares por que isso porque são sujeitos que historicamente foram excluídos do direito à educação escolar quando a gente tem uma educação pública extensiva a todos universalizada né Nós temos a inclusão dessas classes populares né a escolarização entendida como um direito ela requer políticas públicas né políticas voltadas pra expansão de vagas políticas que viabilizem a educação de jovens e adultos políticas que eh ampliem o acesso ao ensino superior então não basta apenas a
gente democratizar o acesso a essa escola né a universalização do ensino ela diz isso todos têm direito à escola à educação mas para que isso de fato aconteça são necessárias políticas públicas né não basta garantir o direito se nós não garantirmos as condições para que esse direito se concretize né e esse é um ponto eh importante quando a gente reflete sobre a questão da da escola pública né basta eh ampliar o acesso no Brasil então com a universalização do acesso ao ensino a gente tem uma escola que é uma escola de massas né E esse
fenômeno ele eh ocorre a partir da década de 60 né a gente tem uma escola de massas que é aberta a uma grande parte da população Só que essa ampliação de vagas essa universalização do acesso Ela traz alguns problemas né alguns problemas como eh como é que a gente abriga todos esses novos alunos dentro das escolas né são necessárias políticas públicas para que a gente consiga colocar esses alunos para dentro da escola algumas políticas públicas elas visaram a ampliação de vagas mas a ampliação de vagas por meio de colocar mais alunos dentro da sala ou
eh ampliando o número de turnos de funcionamento da escola né então foram políticas que eh incharam a escola de alguma maneira né Tem muito aluno lá dentro e esses alunos foram divididos em turnos e em turmas superlotadas o acesso a escola no Brasil ele tem a ver com essa ampliação e universalização do acesso né então são crianças eh que estão lá dentro né com condições pessoais que são muito distintas umas das outras né eles têm condições pessoais familiares culturais econômicas bastante distintas e são crianças que anteriormente elas eram excluídas da escola por mecanismos de seletividade
né com essa ampliação com essa universalização do acesso ao ensino essas crianças passaram a frequentar a escola então agora elas estão dentro da escola eh obviamente que o acesso à escolarização é um direito é um ganho social porque a gente consegue eh garantir que classes historicamente excluídas agora tenham acesso a uma educação pública mas esse acesso ele traz a alguns problemas como eu já disse como é que a gente eh consegue colocar dentro de uma instituição tantas Novas crianças né Então esse é um problema que precisa ser equacionado e junto com ele tem uma outra
questão que é a diversidade das crianças que entram pra escola né então são crianças eh com condições sociais culturais muito distintas umas das outras né muitas gerações dessas crianças é a primeira geração daquela família que frequenta uma escola então ele não tem uma cultura escolar incorporada a família né Eh existe uma cultura escolar o jeito que a gente se comporta ou o que a gente espera ou os tempos de uma escola né E isso não é uma cultura que algumas crianças já tenham né que que tenha sido passado pelos pais muitos pais dessas crianças eles
tiveram baixa escolaridade ou pouco permaneceram na escola então tem essa questão Qual é a cultura escolar dessas crianças que chegam à escola muitas vezes eh é oriundas de uma primeira geração que tá tendo acesso ao ensino né Então essa é uma outra questão pra gente pensar em termos de escola pública a questão da diferença na escola né A diferença é uma questão central quando a gente pensa na escola pública a escola pública é para todos né E esse para todos é todo mundo mesmo com todas as suas diferenças diferenças de pensamento diferenças culturais diferenças sociais
estão todos Dent dentro da escola portanto quando a gente pensa no cotidiano escolar a gente tem que pensar no universo de de crianças que são eh diferentes em sobre diferentes aspectos então por exemplo tem crianças com ritmos de aprendizagem diferentes tem crianças com costumes costumes e hábitos sociais diferentes tem crianças que experimentam relações familiares diferentes ou seja nós temos uma escola marcada pela diversidade né então por exemplo familiares a gente não pode ter em mente apenas aquela família tradicional e nuclear Há diferentes tipos de família presentes na escola famílias com duas mães famílias só com
a mãe famílias de mãe e pai né essa tradicionalmente que está na cabeça das pessoas família com dois pais crianças que vivem com os avós então nós temos uma diversidade enorme aí dessas relações familiares nós temos também uma diversidade grande de ritmos de aprendizagem não são todas as crianças que aprendem no mesmo ritmo e a gente tem que diversificar as atividades de maneira a incorporar todos eh para que essas crianças de fato de Fato aprendam né então a escola tem esse enorme desafio que é lidar com essas diferenças diferenças individuais diferenças culturais diferenças familiares né
e esse é um Desafio que tá posto para qualquer educador que for trabalhar eh com educação hoje em dia né como é que a gente lida com a heterogeneidade dos grupos dentro da sala de aula a exclusão na escola a exclusão da escola deu lugar a exclusão na escola né E essa exclusão ela ressalta a manutenção do conflito né presente nessa dinâmica de inclusão e exclusão né Essa tensão de inclusão exclusão ela precisa questionar não o sujeito que está na escola e fracassa mas as relações que gera o fracasso de muitos e o êxito de
alguns o que isso quer dizer se a gente teve uma época onde o acesso à escola era restrito porque haviam provinhas né haviam vestibulinhos que possibilitavam ou não a continuidade dos estudos isso caiu por terra com a universalização do ensino agora todos têm direito a estar na escola e todos estão na escola então a gente não tem mais uma exclusão da escola mas isso não quer dizer que que todos estejam incluídos né o que nós temos vivenciado hoje é uma exclusão na escola porque nem todos estão aprendendo né então nós temos crianças que estão dentro
da escola mas não aprendem Esse é um problema se equacionado como é que a gente lida né porque se de um lado a gente inclui ao colocar todo mundo para dentro do outro lado a gente exclui Porque não são todos que estão aprendendo né então você reproduz a dinâmica de inclusão e exclusão né ainda que todos estejam dentro da escola nem todos aprendem e a questão não é culpar o aluno né o aluno não aprende porque vem de uma família eh com determinados problemas ou o aluno não aprende porque ele vem de um ambiente socioculturalmente
eh carente A questão não é culpabilizar o aluno quando a gente pensa nessa questão da aprendizagem ou não aprendizagem a gente tem que pensar Quais foram as condições que geraram esse fracasso do aluno né Eu acho que o fracasso não é do aluno a gente tem que pensar em termos de instituição o que está acontecendo que a gente não consegue ensinar a todos que estão ali dentro a outra facee da exclusão escolar né então se a gente tem agora uma visibilidade da seletividade escolar que em outras épocas ela estava expressa muito claramente né nem todos
tinham eh a acesso ao ensino hoje a gente tem uma outra visibilidade da seletividade escolar que se dá em relação à aqueles alunos os que aprendem e os que não aprendem né então hoje a gente tem um aluno que permanece na escola mas não usufrui do que a escola tem a oferecer né eles aprendem muito pouco ou quase nada então a gente continua nessa dinâmica perversa de exclusão das Crianças As crianças estão lá dentro mas não estão aprendendo né então de novo a gente tem uma visibilidade aí da do direito à educação né e da
exclusão desse direito porque à medida que o menino ou a menina não aprendem eles estão sendo excluídos do direito à escolarização o dualismo na escola brasileira né esse é um problema eh grande e muito eh visível para nós né em um extremo a gente tem uma escola que está sentada no conhecimento que valoriza a aprendizagem e as tecnologias e que é voltada aos filhos dos ricos de outro lado a gente tem uma escola preocupada com o acolhimento social com a integração social que é voltada aos pobres e dedicada primordialmente a missões sociais de assistência de
Apoio às crianças né Essa é a opinião de um educador do Libânio né Eh e eu acho que a gente tem que refletir né nessa dualidade do do sistema de ensino né como é a escola das elites né e como é escola de massas né Será que é uma mesma escola Será que a aprendizagem é igual não que esse acolhimento que existe na escola destinada às camadas populares não seja importante ele é importante sim mas essas crianças têm também que ter acesso ao conhecimento né As crianças precisam aprender Então existe esse dualismo esse dualismo na
escola brasileira né a escola particular e a escola pública né a gente não fala de um mesmo tipo de escola são escolas muito diferentes Principalmente quando a gente leva em conta a aprendizagem dos Estudantes as diferenças entre as escolas né Então as escolas ainda que elas pertençam a um determinado sistema de ensino Elas têm alguns aspectos comuns cada escola é uma instituição social única né que tem características próprias tem sua história tem relações sociais que ela estabelece com a comunidade ela tem também uma autonomia que não é Ampla e estrita é uma autonomia com limites
mas é uma autonomia que permite que ela enfrente esses processos de exclusão social eu selecionei um vídeo para vocês que foi feito por um grupo de estudantes eh da da ECA da escola de comunicação e artes aqui da Universidade de São Paulo onde eles apresentam um trabalho de uma escola pública de São Paulo que buscou caminhos alternativos para lidar com esses conflitos presentes eh nesse cotidiano esc vamos ver o vídeo de Fora a Escola Municipal de Ensino Fundamental amor em Lima parece bem comum mas basta ultrapassar seus muros para notar a diferença em um simples
passeio é possível ver a horta plantada pelos alunos da primeira série A oca feita por índios que os visitaram e até uma oficina de animação acontecendo no pátio mã voluntria Ela conta com que frequência os alunos passam por lá a procura é grande principalmente os livros didáticos né que eles usam para fazer os roteiros Eles procuram muito livros de suspense terror os adolescentes TM essa literatura mais indicada para eles né o grande interesse pela leitura que os alunos têm é um dos pequenos detalhes que fazem a amor Lima ser o que ela é uma diferença
eh é que as propostas não estão previamente fechadas então Claro a gente tem princípios que norteiam trabalho da gente mas acho que há espaço pra gente enfim pensar em diferentes metodologias na escola Amim Lima as aulas não são nada convencionais a começar pela forma como é organizado o material didático recebe essa Postila no começo do ano e aí dentro dessa apostila os conteúdos são colocados por temas né então por exemplo a gente tem o roteiro a á tem roteiro ângulos e figuras tem o roteiro As Quatro Estações todos os roteiros eles tentam ser um pouco
interdisciplinares outro aspecto em comum é a ausência de avaliações como provas a gente não tem prova mas depois que o aluno termina o roteiro ele tem que entregar pro professor um portfólio que é na verdade uma folha com ou alguma imagem alguma colagem que ele faz e as coisas que ele achou interessante que ele achou fundamentais E além disso a gente tem o que a gente chama de ficha de finalização que é como se fosse uma provinha na verdade feita pelos professores então tem uma série de perguntas ali que eles têm que responder e depois
entregam também e também não há reprovação de ano cada aluno tem o seu tempo para fazer a tarefa e isso é respeitável o Projeto começou em 2004 e se mantém até hoje graças ao apoio da comunidade eu estou aqui há 11 anos eu sou mãe de ex-alunos do Amorim e eu comecei assim participando do Conselho de escola da Associação de Pais e Mestres e fui ficando a professora de artes conta como é a relação professor aluno e entre os próprios professores então a relação também professora aluno eh se diferencia bastante das escolas de modo geral
ela se dá mais eh entre iguais não né o detentor do saber e eu que estou aqui passivamente esperando ser mais parceiro né assim eh acho que não só entre professor e estudante Mas entre professores e também entre estudantes quanto ao financiamento Pois é como toda escola pública ela passa por algumas dificuldades todas as escolas têm uma verba tá e o que diferencia talvez essa da outra escola é a forma e o objetivo de usar essa verba bom eu espero que esse vídeo tenha ilustrado as possibilidades que a gente tem frente a esse cenário eh
ess esse cenário cheio de desafios que a escola pública enfrenta selecionei alguns textos aqui que foram as referências que eu usei para montar a aula né se vocês quiserem alguns estão acessíveis na plataforma então o primeiro vai discutir a função social da escola e a organização do trabalho pedagógico o outro a eh a educação popular Os desafios da democratização da escola pública e por fim a questão do dualismo da escola pública brasileira né A escola que é destinada aos ricos e a escola que é destinada aos pobres Desejo a todos bons estudos e nós nos
vemos numa próxima [Música] [Música] aula [Música] 2