[Música] Olá eu sou Regina Augusto Esse é o falas emot um espaço acolhedor e de encontro com mulheres inspiradoras e potentes esse podcast é uma produção do me mensagem e conta com o apoio da alap bbdo GNT Itaú Nel tiktok nest trem e w e hoje eu tenho uma convidada muito especial Beta boch é criadora de conteúdo publicitária escritora e consultora de diversidade e inclusão também é fundadora do movimento Corpo Livre e integrante do Conselho Jovem do pacto Global da ONU formada em Comunicação Social pela P Rio Beta trabalha há 15 anos no mercado de
marketing de influência ho é uma as criadoras de conteúdo referência quando o assunto é corpo gênero e diversidade como consultora já atendeu empresas como Unilever PepsiCo Mercado Livre meta Itaú e Nestle Beta seja muito bem-vinda ao falas Women watch é um grande prazer recebê-la aqui hoje tô muito feliz pelo convite obrigada obrigada o women watch também eu acho que é tão importante a gente falar sobre esse assunto né então tô muito feliz de estar aqui pra gente falar um pouco mais também tô feliz Acho que a gente já esteve junto em 2022 quando você participou
do do nosso primeiro summit e desde então eu tenho aí o seu nome anotado porque eu falei em algum momento a gente vai voltar a se falar e esse dia chegou e aí eh Beta eu queria eh falar contigo assim pra gente começar essa conversa eh eu sempre pergunto um pouco sobre o início né o início de tudo assim como que era Beta criança adolescente com conta um pouquinho pra gente sobre isso eu sempre me senti uma uma criança meio Alienígena sabe eu sempre me senti uma criança que não se encaixava muito ali dentro da
estrutura que que era proposta para mim na escola sabe então eu ficava brincando dizendo que todo mundo parecia que tinha vindo com um manual de instruções de como viver e eu não tinha esse manual né então É como se eu tivesse que aprender uma coisa que os outros parecia que vinha naturalmente sabe E aí Eu sempre tive um pouco dessa sensação de que de que alguma coisa ali tava desencaixada mas ao mesmo tempo não entendia muito bem por sempre tive uma questão com o meu corpo muito forte né então sempre fui uma criança gorda sempre
fui uma criança que a questão do corpo sempre foi uma coisa muito muito prevalente eh e não entendia muito a questão do gênero né porque é uma coisa que a gente tem muito com com pessoas trans em geral que é tentar descobrir essa história de fundação da pessoa trans que é um pouco do da gente vê se essa pessoa desde criança já tinha uma questão e a gente tem uma uma imagem muito muito padronizada também do que que é a pessoa trans Então já busca por exemplo Ah era um menino que passava batom e usava
o vestido da mãe e aí já mostrava e essa não é história para todo mundo né Acho que muitas pessoas trans inclusive não se identificam com essa história e aí eh eu eu sempre digo que parece que ali pelos meus 15 16 anos Ainda mais quando começa a puberdade eu acho que ele começa um papel de gênero muito mais forte a aparecer né entre entre os amigos daali da mesma idade eh eu comecei a me sentir cada vez mais desencaixada e aí eu percebi que eu tinha que fazer alguma coisa eu tinha que construir alguma
imagem que pudesse me proteger daquela história e aí eu digo que a Beta fez uma viagem que a Beta saiu né ela saiu de cena um pouco então era uma criança extremamente artística eu fazia todo mundo no Natal sentar e assistir a peça que eu tinha escrevido com 10 anos de idade então eu sempre tive um pouco dessas coisas e É engraçado como isso tudo foi apagado de uma hora para outra né com 16 anos eu sinto que eu comecei a me tornar uma pessoa que depois que eu fui transicionar lá pelos meus 28 29
anos as pessoas ficavam Nossa mas logo você porque eu era uma pessoa tão masculina né então era uma pessoa que tinha uma barba enorme era uma pessoa que que tinha uma uma uma um um porte que para muita gente foi muito estranho esse processo todo só que eu sinto que eh a Beta ela tava ali ela precisou sair por segurança né eu precisei eu precisei dessa outra pessoa me ajudando Em algum momento isso se tornou muito muito difícil de manter E aí foi quando eu sinto que ela pegou o voo de volta E aí voltou
e a gente começou a reconstruir e isso tudo Acho que foi muito eu passei por isso de uma forma muito pública né porque eu sempre tive sempre tava na internet né Eu sempre desde os 15 anos eu tive blog de Cultura pop eu sempre eu sempre eu sempre entendi aquela coisa ali que era muito embrionária quea era essa produção de conteúdo sempre foi uma coisa um pouco natural para mim eu sempre quis muito fazer aquilo só que não entendia muito bem e tinha uma dificuldade muito grande com a minha imagem né então eu eu eu
digo que que se eu tivesse começado ali no início do YouTube né com o primeiro vídeo que eu tenho no canal ele é da época que a primeira geração do YouTube apareceu só que eu não consegui fazer isso eu não consegui porque eu colocava no ar e eu tirava porque aquela imagem para mim não fazia sentido e aí eu sinto que eh ali por volta de 2016 eu entrei numa depressão super profunda ali nessa época porque a questão do meu corpo começou a ficar impraticável né Eu não eu não me relacionei durante muitos anos eu
basicamente fui ter meu primeiro relacionamento com 27 anos então isso tudo fez com que eu eu eu tive tive que usar a internet para tentar descobrir se alguém passava pela mesma coisa que eu porque eu sinto que esse era um assunto o assunto do corpo em geral não era uma coisa muito debatida até Essa época eu queria pegar esse gancho que para mim me parece fundamental sobre quando a gente fala de internet de redes sociais e de abertura para vozes diversas poderem se expressar né porque você é dessa geração né você é dessa geração que
você fala justamente porque você né cronologicamente né você vai amadurecendo à medida que primeiro YouTube depois as redes sociais e e e e e e acho que aí que você foi se encontrando também né você tem esse momento você você consegue identificar um pouco quando que você vira essa chave eu eu acho que a minha geração ela tá num lugar muito muito único porque Eu tenho 35 anos hoje né então sou de 89 eu fui eu sou da geração que passou pela parte da da da infância sem internet a internet ela foi nascer ali eu
lembro que o primeiro celular que eu tive com internet eu tava na faculdade já né e ainda não existia essa coisa da rede né Eu acho que a internet ela ainda não tinha um pouco dessa abertura ela foi ter um pouco mais pra frente e a gente meio que que escavou esse lugar de tentar descobrir o que fazer com isso né a gente acho que naquela época não sabia muito bem e não era Talvez hoje uma criança ou uma uma pessoa da geração z assim para ela seja muito natural você colocar sua vida na internet
pra gente não era eu lembro que minha mãe falava não pode a gente tinha uma uma uma câmera né que nem webcam na época era nem foto podia passar porque alguma coisa podia acontecer então esse lugar da exposição da opinião da imagem ela era uma coisa que que foi construída durante um tempo e aí eu sinto que a grande revolução da internet é essa eu acho que até o momento a gente tinha poucas pessoas que dominavam qual era o assunto que tava sendo falado e a internet virou-se de cabeça para baixo né A internet fez
com que e eh comunidades se formassem que pessoas que pudessem se conectar para falar de um assunto que talvez no bairro ali ou daquele pequeno universo que a gente tinha a gente não tinha como falar né então eu sinto que quando eu comecei a falar sobre esse sobre esse assunto né eu comecei a eu entrei na internet basicamente para falar sobre corpo né quando eu comecei a colocar minha cara ali foi meio que um grito de desespero sabe eu tentei balançar uma bandeira falando Será que alguém passa pela mesma coisa que eu e tinha outras
pessoas ali nessas horas que a gente descobre que assim nenhuma experiência é individual mesmo porque a a mesma coisa que eu tava sentindo parecia que eu era a pessoa mais incompreendida do mundo tinha muitas outras pessoas que tinham passado pela mesma coisa E aí eu sinto que e uma coisa que eu sempre falei né a toda vez que que alguém entra na internet para falar de algum assunto que é muito pessoal as pessoas elas acham que aquela pessoa tem a solução PR as coisas e eu sempre fiz muita questão de dizer que eu não tinha
solução para nada que eu tava ali muito mais com uma pessoa dizendo a gente tá junto numa jornada do que a gente do que eu tô aqui para solucionar alguma coisa Ach porque uma construção coletiva né conção você fala de dois aspectos né da da da sua identidade que são marcantes né A questão do corpo e e a questão do gênero eh e e e pelo seu relato aão então do corpo veio primeiro né de você né ser ser plusais não tá naquele padrão que a gente aprende socialmente que é o o padrão né Uhum
eh e os seus conteúdos também seguem primeiro você vai falar sobre a a essa questão do corpo e depois você fala de gênero é engraçado que depois quando eu vejo os meus conteúdos retroativamente assim eu vejo que a questão do tava ali o tempo inteiro eu só não tinha visto né então é muito engraçado para mim quando eu pego ali os primeiros conteúdos que eu fui fazer em 2016 e essa questão ela tava permeando ali só que sim eu acho e não tem como desassociar as coisas né Eu acho que uma coisa tá completamente ligada
a outra essa esse incômodo da questão do padrão a gente o padrão ele ele é 360 né ele vai falar de muitas coisas ele vai falar de um corpo ideal ele vai falar de uma uma estrutura de gênero ideal Então e o o o corpo era uma coisa muito muito visível porque primeiro que é uma coisa não tem como sair na rua as pessoas não saber que eu sou uma pessoa gorda né então assim e isso é uma questão que é visível e isso faz com que as pessoas te tratem de uma forma determinada e
também a minha construção de autoestima também foi muito baseada em cima dessa desse corpo né então sim o primeiro conteúdo que eu vou colocar na internet é exatamente sobre isso né É sobre é sobre uma tentativa de começar a falar sobre esse assunto até porque quando a gente começou assim né porque eu comecei logo depois eu comecei a namorar hoje que meu marido Caio e aí tem a Alexandra que também hoje é Minha sócia então nós três a gente passava pela mesma questão e a palavra gordofobia não existia nessa época existia obviamente no meio do
ativismo mas não era uma coisa falada abertamente tanto que a gente estava lá na Rede Globo primeira vez que a Globo falou essa palavra né que foi num programa da sanda nunberg que a gente foi falar exatamente sobre gordofobia então Eh Isso foi quando mais isso foi 2017 2017 2017 então Eh E era uma coisa Alienígena pras pessoas né quando a gente falava disso Como assim a gente pode ter um corpo que não é o corpo e aí entraem uma questão médica entra uma questão então entram várias outras questões que no final da no final
do dia o que a gente tinha para falar Ali era pessoas gordas são como qualquer outra pessoa né a gente não deixa de ser uma pessoa inteligente uma pessoa capaz uma pessoa que pode fazer o trabalho bem feito eu sempre brincava dizendo que que a melhor resposta pr pra gordofobia era eu fazer meu trabalho com excelência né porque as pessoas elas sempre esperavam de uma pessoa gorda que ela não vai fazer tão bem aquilo ali né falavam assim que já que a pessoa não tem gestão sobre a própria vida ela vai ter gestão sobre o
trabalho dela né então o meu conteúdo Ele nasce nesse lugar e aí com alguns anos depois ali um pouquinho antes da pandemia e eu acho que a pandemia foi um catalisador dessa história para mim um pouquinho antes da pandemia isso começa essa questão do meu gênero começa a parecer começa a vir pra superfície assim da minha consciência e aí eu começo a tatear sobre esse tema na internet de uma forma muito difícil porque é um tema também ainda complicado né as pessoas elas têm uma uma uma visão da transgeneridade em geral muito muito estereotipada também
do que que é isso né você vai falar de pessoas não binárias as pessoas não tem nem ideia do que que seja né então isso tudo eh isso começa a aparecer no meu conteúdo e logo depois eu começo a falar bem mais sobre isso porque a gente até na nossa pesquisa a gente identificou que num primeiro momento você se identificava como uma pessoa Bin não binária e e mais recentemente você passou a se identificar como uma pessoa trans né é uma mulher trans no caso né é uma mulher trans exatamente explica um pouquinho como que
foi esse processo ass explico bem eh a gente tem para explicar um pouquinho de como funciona né todas as pessoas que que nascem e se identificam com o gênero que elas têm né então a pessoa ela é designada com o gênero se ela se identifica com isso a gente chama diz que essa pessoa é s gênera né isso toda pessoa que sai dessa regra a gente vai falar que essa pessoa é uma pessoa trans uhum só que quando ela sai dessa desse lugar as pessoas elas têm uma visão de que assim é um menino que
se ele não se identifica como menino então é uma menina não é bem assim não é bem assim exatamente E aí LGO Bino exatamente que a gente é muito binário né tud E aí vem vem da onde vem a palavra não binário né E aí lógico que aí a gente vai ter uma discussão que dá para ficar 5 horas aqui falando mas eh o que a gente entende é que o gênero também é uma coisa que é construída e aprendida né não é uma coisa natural a gente se portar de uma maneira ou de outra
tanto que a gente sabe que a família a escola são as primeiras escolas de gênero né então desde pequena A menina é falada fala fala baixo não pode fica com a perna fechada e o menino ele é colocado para brincadeira de guerra bater então tudo isso ele é a gente é treinado a fazer isso né E às vezes a gente não se encaixa dentro desse lugar então eu quando comecei a ir para esse lugar eu eu primeiro eu eu fui tirada do armário numa numa matéria do G1 né então eu nem imaginava ass foi foi
muito engraçado porque em 2017 eu acho eu comecei a falar desse assunto mas ainda não tinha falado no trabalho por exemplo não tinha falado nos lugares onde eu trabalho nos lugares onde eu trabalho e aí eu no dia da visibilidade né LGBT que é no no 28 de junho e saiu uma matéria de capa com a minha cara falando sobre sobre ser uma não binário E aí eu lembro que de repente todos os grupos começaram a aparecer a matéria e aí foi engraçado né porque aí eu comecei esse processo de eu tinha um pouco de
medo de falar sobre isso eu tinha muito medo também de mudar o meu nome nas coisas então e é engraçado Porque durante esse ano todo eu comecei a sentir uma violência muito grande das pessoas falando esse nome e eu não poder falar que aquele não era meu nome né Uhum só que é isso acho que esse processo e eh muitas pessoas trans têm muito medo de começar esse processo Porque é um processo muito difícil a gente tá no país que mais mata pessoas estas através do mundo né não dá para esquecer disso então é muito
difícil dar o primeiro passo porque as pessoas elas tem uma expectativa que ok primeiro não seja trans se você for trans Então você vai ser eh uma pessoa que faz o o estereótipo completo daquele outro gênero né então começa a haver uma uma uma cobrança muito forte para que você tenha uma outra expressão de gênero ali para que você tenha que a gente chama de passabilidade né que é parecer o outro gênero E aí as pessoas nominadas elas estão um pouco numa numa numa zona cinzenta e eu acho que tem muita gente que explica como
se ah existe uma gradação entre homem e mulher n binário tá no meio Eu acho que nem é isso para mim existe um um plano de gênero aonde homem e mulher são pontos nesse plano né não existe uma gradação nessa história e no fim das contas se a gente for realmente pensar existe um gênero para cada pessoa porque cada um tem uma experiência muito individual de quem é né existe uma estrutura muito própria e a identidade feminina ela é plural mais do que a masculina né E aí olha que coisa curiosa eu comecei a me
a me identificar com uma pessoa não binária porque era o primeiro pé e assim não obviamente Nem toda pessoa não binária um dia vai vai se identificar com uma outra coisa não é uma regra mas tem pessoas que começam Às vezes nesse lugar e eu me me colocava como uma pessoa binária porque eu não me sentia autorizada de me dizer mulher então eh olha isso foi uma coisa muito difícil eu lembro fo parte da sua transição Total Olha que Inter eu eu tive eu eu lembro uma época que assim 2020 talvez eh começaram a me
chamar para fazer campanha de dia da mulher Uhum E eu recusava todas júlias falava não tenho condição de falar sobre isso eu não tenho condição de F de dizer não tenho não não posso levantar essa bandeira E aí eh por exe existia uma cobrança em cima de mim e foi muito forte essa cobrança da internet né porque aí começa um pouco dessa história do Será que is é Trans de verdade então começa por exemplo eu até hoje eu até hoje tenho pelo no rosto né que é uma coisa que po já fiz 400 milhões de
depilações a leer e esse negócio não sai e é uma coisa que me me deixou muito insegura durante muito tempo porque é a primeira coisa que me faz as pessoas não me tratarem da maneira como eu gostaria E aí eh eu demorei muito tempo para me colocar dentro desse lugar da mulher E aí eu sinto que a gente entender que mulheres trans são mulheres são a mesma coisa que mulheres sist não como também mulheres negras não são a mesma coisa que mulheres brancas né então a gente tem vivências diferentes a gente tem recortes diferentes e
quanto mais a gente consegue alargar esse universo da mulheridade mas a gente consegue abraçar as pessoas para que elas se sintam bem ali nessa história então eu demorei para entrar nesse lugar e quando eu me coloquei realmente como uma mulher trans Foi num dia da mulher também eh e eu e eu lembro que eu fiz um texto assim falando muito sobre o quanto aquilo tava sendo uma coisa muito difícil para mim porque eu ainda não me via naquele lugar ao mesmo tempo eu sentia que era um próximo passo que eu precisava dar E aí isso
foi Acho que muito transformador para mim e eu eu acho fascinante você compartilhar esse seu processo porque primeiro que que é muito acho que tem uma verdade né porque as pessoas acham que a gente é muito bem resolvida que tudo é fixo definitivo exatamente e e não gente existe inclusive até um termo né que você deve conhecer muito bem em inglês né que é o gender fluid né E hoje eu tenho filhos adolescentes eu tenho uma filha de 11 e um de 14 e eles já vieram ao mundo felizmente com isso muito menos eh estruturada
porque eu acho que a gente também tá pensando nisso é é na verdade é uma desconstrução porque a nossa que é muito fixo e muito nas caixinhas né E então é é maravilhoso assim que que que lindo esse seu depoimento você citou da sua sócia Alexandra que é a Alexandra Gurgel né que ela é sócia no no movimento Corpo Livre explica pra gente o que que é o movimento Corpo Livre tá quando a gente começou e lá em 2017 a gente teve uma fase onde a gente eh eh queria muito trazer Lugares fazer com que
pessoas fora do padrão tivessem a liberdade de poder ocupar lugares que não ocupavam né então a gente teve uma festa durante um tempo onde as pessoas pela primeira vez eram fotografadas pelo fotógrafo coisas pequenas que parecem muito bobas mas que não são né a gente teve uma marca de roupa e aí quando chegou a pandemia a pandemia meio que acabou com essa história toda né aí a a Chanda foi morar em Brasília uma época a gente continua aqui a gente ficou um pouco separada E aí a gente sentiu a necessidade de fazer com que isso
pudesse ser mais forte ainda na internet porque eu tinha o meu trabalho já como criadora de conteúdo a Xanda também e o Caio também e o movimento Corpo Livre ele nasce como uma tentativa de trazer todos esses assuntos debaixo de um mesmo guarda-chuva né até então isso era chamado de body positive né que é a gente a gente importa um pouco dessa ideia do americana para cá o Corpo Livre Ele tem ele ele entra como uma tentativa de tradução dessa palavra e ele também nasce como um movimento na internet e aí em 2020 a chand
é chamada para uma matéria no Fantástico aonde ela fala sobre o Corpo Livre E aí isso tem uma explosão ali então ali no primeiro mês a gente já tem 100.000 seguidores e aí isso começa cada vez mais a se estruturar então o Corpo Livre ele nasce como sendo uma um agregador de conteúdo sobre esse assunto E aí o corpo livre não é específico amente para pessoas gordas a gente tá falando sobre o padrão em geral e o quanto a gente pode se libertar dele de alguma maneira o quanto ele não precisa ser algo que possa
limitar a gente né trazer pra consciência de que a gente possa ser quem a gente é sem medo e sem vergonha e aí quando a pandemia vai acabando ali 2022 a gente volta a a morar mais próximo logo depois a gente mora junto então hoje a gente mora todo mundo junto a gente é uma grande comunidade eh e a gente entende que o Corpo Livre ele podia mais do que isso né a gente começa a se estruturar como uma empresa porque eu já trabalhava dentro do universo da da publicidade a Alexandra também trabalhava ali dentro
do universo da criação de conteúdo a gente já dava muita palestra a gente já falava muito sobre esse assunto e a gente sentia que as empresas elas precisavam cada vez mais ter pessoas que entendessem do assunto para poder est lá dentro construindo uma outra forma de se relacionar dentro do do do ambiente de trabalho O Corpo Livre ele começa a da Consultoria então a gente se estrutura para poder dar consultoria pra empresa a gente pode a gente fala desde palestras de letramento e aí a gente vai falar ali da Consultoria de diversidade e inclusão né
então desde a palestra de letramento até uma formação de um grupo de afinidade até a gente tentar entender uma crise interna alguma questão e a gente se alarga além do assunto do corpo pro assunto do gênero também para pessoas lgbtq Ana mais então o Corpo Livre ele ele ele começa a ganhar esse corpo até que hoje a gente dá consultoria pro Gabi Weekend paraa farofa da JK para vários lugares que que não são nem nem corporações mas são corporações e que a gente tá o tempo inteiro trazendo esse olhar de como a gente pode transformar
esse espaço num lugar mais inclusivo num lugar mais aberto mais acessível pras pessoas né para que a gente possa para que a festa seja para todo mundo exatamente e E aí pegando esse gancho eh eh você você é uma comunicadora né trabalha com publicidade Como que você tem visto a relação das marcas com essas temáticas eu sou um pouco contra a ideia de que a gente regrediu nessa história eu acho que a gente precisa ficar muito atento Mas eu sinto que não tem como a gente dizer que o mundo de 10 anos atrás é o
mesmo mundo de hoje né eu tava esses dias na na na na internet e eu tava vendo um um vídeo de que era era sobre Será que a a pressão estética era tão forte nos anos 90 e aí a gente e aí é um compilado de vídeos de mulheres em programas de televisão sendo questionada sobre o corpo né questionada quanto que Você emagreceu a pessoa pega uma balança e bota lá para ver se ela tá falando a verdade então isso eram coisas que eram naturalizadas há 10 20 anos atrás e que hoje não são né
a mesma coisa pessoas trans a gente não via de jeito nenhum só num lugar muito caricaturado assim eh e a gente não era um ser humano então é óbvio que a gente vai ter uma uma reação porque acho que Qualquer mudança é sempre muito dolorosa a sociedade ela ela anda pra frente a gente a gente tá assim andando para cada vez um universo mais mais aberto e mais inclusivo só que ao mesmo tempo a gente óbvio que vai ter uma resistência a esse crescimento porque a gente tem medo do que a gente não conhece essa
é a verdade no final das contas a gente tem muito medo daquilo que é muito fora daquilo que a gente aprendeu muitas vezes a gente tem uma uma uma visão de mundo que é que é muito uma forma da gente Honrar o nosso pai nossa mãe então a gente precisa continuar com a mesma a mesma forma de pensar com a mesma forma por exemplo de você criar um filho como seu pai sua mãe te criou então isso tudo faz com que quando a gente chega e fala assim o gênero não é tão estruturado assim o
corpo não precisa ser dessa maneira as pessoas elas têm um pouco de desespero de falar Como assim o que eu acreditei minha vida inteira não é bem por aí né então existe esse medo muito grande o medo do desconhecido né o medo desconhecido medo daquilo que a gente não não não e é muito também eu acho que uma uma questão de um policiamento de se eu sofri até hoje com isso como que você não vai sofrer também né então eu sinto que a gente e e as empresas elas estão muito na frente disso né a
publicidade ela tá muito na frente disso eu eu eu fiz publicidade porque eu sentia talvez inconscientemente que a publicidade ela mudava o mundo né a gente tem e estruturas sociais que foram criadas com publicidade né a publicidade ela tá ali mudando a maneira como a gente vê a publicidade o entretenimento a comunicação geral ela tá mudando a maneira que a gente a gente tá construindo sociedade o tempo inteiro a gente tá construindo cultura o tempo inteiro então eh eh e a a a a gente dentro da empresa a gente consegue fazer com que com que
talvez seja até um espaço experimental para que as pessoas elas possam tirar aquela ideia de diversidade da empresa e botarem na vida delas né eu eu eu brinco às vezes dou consultoria aí falo assim olha e você pode você pode pensar o que você quiser você pode ter a vida que você quiser mas aqui dentro da empresa a regra é essa né tá tudo certo você pode daqui para fora você pode pensar o que você quiser inclusive aqui dentro mas aqui existe uma regra de convivência porque senão gente não vai conseguir viver aqui dentro né
e eu sinto que isso faz com que é isso muitas vezes eu chego num lugar onde eu sou a única pessoa trans do lugar eu sou muitas vezes eu trabalhei em equipes onde eu era a primeira pessoa trans que trabalhava nesse lugar como que as pessoas elas vão ter uma uma ideia positiva de uma pessoa TR se a única coisa que elas TM a referência é uma coisa esquisita né E aí como que foi esse esse esse começo e como que tem sido hoje esse processo eh profissional e com as marcas que você falou que
além de produzir conteúdo você também dá consultoria né você faz as duas coisas faço então assim por exemplo assim que eu comecei a transicionar eh eu fui uma das primeiras pessoas da empresa que eu trabalhava na época a mudar o e-mail não existia nenhuma estrutura não existia nenhum passap passo do que que acontecia né então lembro que eu tinha que falar ali com RH tudo mais posso mudar o e-mail acho que pode entendeu então e eh Hoje em dia a consultoria que a gente dá é exatamente para dar essa visão do que que tá escondido
né do que que dentro da empresa que a empresa ela funciona ela ela atende a funcionar daquela mesma maneira porque ela tem estruturas que vão sempre se repetir só que muitas vezes aquelas estruturas elas foram construídas por pessoas que não são outras pessoas que não tiveram acesso àquilo é e uma das das questões que eu ouo é que as empresas contratam até pessoas diversas mas elas não estão Preparadas para receber essas pessoas eu sempre brinco chega chega um um um gestor e fala assim ah eu tento contratar pessoas negras mas ninguém fica exatamente E aí
a pergunta é o que que você tá fazendo para essa pessoa ficar exatamente e não é um tratamento especial é é pensar que por exemplo a gente tem hoje no mercado para pessoas negras especificamente pessoas trans também muito pessoas que é a primeira geração da fam fez uma faculdade é a primeira geração de uma família que tá num emprego CLT Então existe uma pressão em cima daquela pessoa totalmente diferente de uma outra pessoa que a fam o pai a mãe a avó todo mundo teve aquilo ali já é uma estrutura conhecida n exatamente uma pessoa
trans que entra numa empresa se ela não consegue minimamente ser respeitada ali dentro se as pessoas se ela sente que ela é um um ponto a parte daquele negócio como que ela vai permanecer então é sempre aquela história de não é só abrir a vaga não é só contratar você tem que mudar tudo né e as pessoas têm muito medo do conflito os líderes têm muito medo do conflito e e e e tem medo de trazer essas pessoas para dentro da equipe e elas começarem a divergir só que que bom que elas divergem porque a
graça é exatamente essa eu acho que um um um um um soft Skill né de de uma liderança saber é saber lidar com conflito porque o conflito ele é fundamental po ele não pode ser diminuo ele tem que ser Óbvio ser feito dentro de uma de uma de um lugar de respeito mas a divergência de ideias é o que dá graça do negócio a a criatividade nada mais é do que isso debate né então a gente precisa com que a gente perca o medo de colocar pessoas que vão pensar diferente da gente porque se a
gente continuar colocando as mesmas pessoas a gente vai continuar fazendo as mesmas coisas exatamente interessante isso porque eu acho que é esse o ponto que Você captou mesmo eh as pessoas no fim da do dia querem que as pessoas falem Amém para elas não serem questionadas é sobre isso exatamente E aí Eh você falou aí de duas datas importantes né que foi o dia 28 de junho e depois o dia da mulher para além dessas datas você sente que as marcas já têm uma maturidade para fazer um trabalho mais recorrente de comunicação pensando em em
em em grupos minorizados a gente está num momento curioso para falar sobre isso porque eh a gente tá gravando agora muito próximo do dia 2 de jun exatamente vai ao ar no segundo semestre mas a gente está exatamente da semana né então é curioso porque um sentimento que existe dentro da comunidade é que as marcas abandonaram um pouco esse assunto esse ano e ano passado também um pouco eu sinto que tem tem muitos muitos pontos a serem entendidos porque que isso acontece e tem muitas marcas às vezes que tem muito medo de de por exemplo
falar sobre LGBT só no mês de junho porque isso era uma coisa sempre muito criticada E aí elas escolheram não falar em momento nenhum [Música] eh mas ao mesmo tempo eu sinto que cada vez mais esse a novidade um pouco desse assunto tem passado um pouco e a gente tem chegado Talvez num espaço de mais maturidade né de talvez dentro das empresas a gente entendido que isso é uma coisa fundamental que não tem como não se você quer tá ali dentro do do do esg você tem que minimamente falar sobre esse assunto né Uhum talvez
a gente esteja num momento de um pouco de medo de falar disso talvez a gente esteja passando um pouco de uma ressaca porque eu acho que esse assunto ele foi muito forte nos últimos anos e talvez agora um pouco menos mas eu não acho que isso é um retrocesso eu acho que as marcas elas Elas entenderam que esse assunto é fundamental de ser colocado até porque cada vez mais as pessoas têm menos ver vergonha ou medo de se assumirem dentro da empresa exatamente né então você cria um espaço onde não tem mais como voltar atrás
né aonde um grupo de afinidade de pessoas negras não vai voltar atrás e fingir que não são pessoas negras né então a gente tem um espaço aonde cada vez mais se a gente traz diversidade pra empresa esse assunto ele se torna urgente né Eu sinto que as empresas também estão percebendo que elas precisam olhar para dentro né porque não é só fazer publicidade publicidade exatamente não é só levantar uma bandeira colorida não é só tem muita coisa dentro de casa para arrumar e talvez seja o lugar mais importante no primeiro momento arrumar dentro de casa
né porque é isso a diversidade não é só da porta para fora né a gente precisa entender e e olhar nesse lugar incômodo do do do Rei Está nu assim sabe do desconforto de olhar e falar eu acho que eu tô fazendo uma eu me acho uma pessoa tão diversa tão aberta mas aqui eu tô fazendo uma coisa que eu nem percebi que eu tava fazendo é eu eu eu sou como você eu eu acho que o momento é de de acomodação ele não é um momento como era o o anterior mas eu acho que
o a a o este movimento e essa construção ela é Irreversível Com certeza n e ela já é transformadora ela vai ser uma outra coisa um outro patamar mas é é impossível o retorno ao que a gente era por por tudo né Eu sou eu concordo plenamente com isso que você falou bom bom eh eu queria falar de dois pontos ainda com você primeiro você falou um pouco da reação negativa com com questão de gordofobia e a questão toda né você mesmo citou o Brasil é o país que mais mata pessoas trans como e você
estando na internet você acaba sendo exposta a isso sim como que você lida com isso e talvez isso Deva ser um dos receios também das marcas abraçarem com certeza essa causa né bem Como que eu lido com isso desde o início assim no primeiro ano que eu apareci para falar do assunto de corpo eu já tive uma pessoa fazendo um bolão para saber quando que eu ia infartar né então e uma coisa bem grande né eu comecei eu comecei a receber muita mensagem sobre esse assunto e de repente eu fui entender que uma pessoa com
uma certa proeminência na mídia começou a fazer essa piada e foi uma coisa que na na primeira vez que eu saí um pouco da minha bolha eu já já recebi essa resposta então eu acho que eu fiquei meio escaldada dessa história porque eu aprendi Rápido foi logo na largada a lidar né e o meu marido durante a pandemia teve começou a rolar uma uma fake News de que ele tinha morrido de covid e foi um pavor porque a mãe dele ele tava dormindo e a notícia chegou na mãe dele para entender o tamanho do que
que iso se tornou e e foi desesperador porque a mãe quase teve um treco Porque a mãe achou que ele tinha morrido de verdade e tudo mais E isso também foi orquestrado por uma questão da internet né então Eh eu sinto que esse trabalho ele incomoda Óbvio eu tenho essa consciência que quando a gente fala de uma coisa é o que a gente tava falando agora H pouco se a gente tá falando de uma coisa que não é cômoda para as pessoas a muitas vezes a reação ela vai ser violenta ao mesmo tempo tem uma
um lugar de Privilégio muito grande né porque e a gente a gente sempre repete essa história de o Brasil é o país que mais mata pessoas Transit trvesti Mas a gente não pode esquecer de um recorte que a maioria das travestis e trans que são assassinadas são trans negras né não são pessoas trans brancas eu sou uma pessoa de classe média eu sou uma pessoa branca eu sou uma pessoa que tem vários privilégios e que teve muitos acessos né então isso me ajudou muito a eu est no lugar onde eu tô ece e entender que
esse lugar é um lugar de potência para poder tentar fazer alguma coisa as marcas Elas têm muito medo da da resposta das pessoas eh a partir do momento que elas começam a levantar determinadas bandeiras não só levantar Bandeiras mas se associar a alguns temas e eu sempre trago uma uma uma provocação que é OK a a marca fez por exemplo uma campanha de orgulho LGBT E aí teve na internet um boicote nos números fez alguma diferença Realmente esse boicote aconteceu e as marcas Venderam menos e será que o lugar do a o o o a
percepção positiva n muito maior que a negativa só que a gente tem hoje infelizmente uma estrutura de um ódio organizado né ex de uma uma minoria porque por incrível que pareça é uma minoria bem pequena mas uma minoria bem barulhenta então Eh eu falo sempre isso o Twitter não é o mundo né não é é o mundo as pessoas que estão ali é um Record muito específico né então se se tá no primeiro lugar do trending Topic boicote a fulano de tal eu brinco falando fecha o computador e sai que lá fora tá tudo igual
o Sol continua no céu né tá tudo Tá tudo igual né e a verdade é que as pessoas que gostam normalmente são silenciosas né Elas Não elas não se colocam Só se elas amam muito aquilo aí Elas começam a realmente falar publicamente mas a chance de de eu eu sou muito otimista nesse lugar e e eu não sou otimista Por uma questão utópica mas porque quando a gente vai olhar pros números Realmente isso tá ali representado a empresa ela se conecta muito mais a a nova geração falando sobre esses assuntos do que tendo medo de
falar sobre isso E aí e mas aí óbvio que quando tem uma avalanche muito grande ali na internet a gente acha que a internet é o c né que aquilo se tem muita gente falando na internet então quer dizer que é uma mostragem boa do Brasil e que e não é é uma amostragem de um um grupo muito específico então empresas precisam ter coragem de fazer isso porque não é só coragem é inteligência estratégica né É você olhar pra frente e você saber que não tem como voltar atrás se tem uma coisa que oxigena qualquer
empresa é que tem sempre tem gente saindo e gente entrando né Tem gente se aposentando e e Trein entrando estagiar entrando ex e a fila anda né e a fila anda e as coisas elas não t como voltar atrás bom a gente tá chegando ao final Eu tenho uma pergunta que a gente também aí na nossa pesquisa descobriu que você tá escrevendo um livro sim fala um pouquinho sobre esse projeto bem eh Eu sempre pensei eu ficava pensando assim que que eu tenho para falar num livro né Muito a gente sempre falou para escrever e
eu ficava eu eu eu tenho zero essa postura de Guru do tipo eu não tô aqui para resolver sua vida então nunca vai ser um livro onde eu vou falar 10 dicas para você fazer alguma coisa zero mas eu sinto e conversando muito com com amigas assim do nesse lugar que histórias precisam ser contadas E que histórias elas ajudam a gente a perceber que a gente não tá passando por aquilo sozinho e ao mesmo tempo fazem com que a gente se não tivessem vindo tantas antes de mim talvez eu não estaria aqui então eu acho
que o meu livro ele vai trazer muito muito isso assim ele tem eu tenho um nome provisório dele que que não é o nome do final mas é literalmente ter a coragem de ser quem você é porque eu acho que teve uma coisa que eu sempre tive na minha vida foi muito medo de em frente mas uma necessidade muito forte que passava por cima desse medo então eu precisava fazer aquilo Porque erauma coisa dentro de mim que transbordava então eu o que eu quero nesse livro é um pouco contar minha história e e talvez fazer
com que pessoa que esteja lendo tenha coragem de assumir isso e não só de uma pessoa trans mas de qualquer coisa que que é que tá dentro de você que você não tá colocando para fora porque você tem muito medo do que as pessoas estão pensando parece uma coisa tão boba né parece uma coisa tão pequena mas PR mim não é para mim Definitivamente eu deixo de fazer muita coisa porque eu tenho medo do que as pessoas pensam né e esse é um processo que a uma coisa que eu tô fazendo agora por exemplo tem
alguns meses que eu comecei a fazer humor na internet e eu tô nesse desafio legal eu tô um pouco nesse desafio assim de o meu conteúdo ele tá indo para um lugar de entretenimento muito forte e ao mesmo tempo tem esse lugar eh de consultora como fazer as duas coisas né Só que eu também não me permitia est nesse lugar porque a pessoa trans dentro do humor é sempre uma uma pessoa que ela é o alvo da piada e não a a pessoa que tá fazendo a piada então eu eu eu eu tô muito nesse
processo de como construir esse outro lugar aonde eu possa falar sobre coisas que eu que eu que eu goste e e isso ser uma coisa que faz sentido então eu ainda também tô nesse processo e eu acho que o meu livro ele tem um pouco desse objetivo que legal qual que é a previsão de lançamento se tudo der certo no ano que vem no ano que vem muito bom bom a gente tá chegando ao final mesmo agora e aí a gente sempre fecha o programa com o episódio com uma um jogo rápido assim eu falo
uma palavra para você e você fala primeira coisa que ven na sua mente um propósito transformar um mundo em um lugar mais confortável pras pessoas um acerto transicionar um erro não ter começado antes uma paixão acho que produzir conteúdo falar sobre aquilo que eu tenho que eu tenho medo de falar mas que eu sinto que é urgente e você tem alguma dica que você acha legal seja alguma coisa que você esteja lendo ou vendo ou consumindo ou eu tenho uma dica que é qualquer curso dado pela Helena Vieira a Helena Vieira é uma professora especialista
em gênero ela é uma pessoa inacreditável assim e ela dá curso na internet então se tiver oportunidade faça o curso da Helena muito bom e aí você tem algum conselho para dar pra nossa audiência Ah eu vou falar um conselho muito batido mas que ele é tão real que é a hora perfeita de começar nunca vai chegar a toda vez que você começar a hora vai ser meio esquisita Mas essa é a hora de começar tem que começar É essa mesmo bom Beta eu eu eu que agradeço muito você tá aqui porque eu acho que
foi incrível e de conhecer melhor o seu relato é muito inspirador e muito potente se você quiser dar um recado final e não esqueça também de deixar os seus os Seus perfis aí pr pra nossa audiência por favor meu meu perfil na na internet no Instagram no YouTube é Beta boch Então só me achar lá e e no Linkedin também e acho que para uma mensagem final eu queria muito agradecer tá aqui porque eu sinto que eh não muitas pessoas trans têm o reconhecimento que hoje eu sinto que eu tenho e isso para mim é
muito emocionante porque eu nunca imaginei que eu est num lugar e de de um veículo como meio mensagem que não que sempre me acompanha durante a minha carreira inteira e que hoje eu tô aqui podendo falar pro watch então eh eu queria muito agradecer isso porque essa história eu sempre tive muito medo de contar eu sempre achei que não tinha ninguém para ouvir e hoje eu tenho certeza que tem com certeza querida parabéns viu Chegamos Ao Final De mais um episódio do falas oot Não esqueça de deixar o seu comentário e de nos seguir nas
nossas redes até a próxima [Música]