[Música] k O que explica e legitima a desigualdade entre os seres seria biológica a fonte da diferença houve quem atribuísse a uma origem Divina alguns pensadores identificaram uma estrutura Econômica como geradora de desigualdades outros associaram ao esforço individual quais os caminhos possíveis para um debate sobre diferença privilégios e desigualdades o que há de Mais Cruel ainda é que como todos os Progressos da espécie humana afastam sem cessar de seu estado primitivo quanto mais acumulamos novos conhecimentos tanto mais nos privamos dos meios de adquirir o mais importante de todos o qual consiste num certo sentido em
que a força de estudar o homem é que nos tornamos incapazes de o conhecer que tendo cercado um terreno se lembrou de dizer isto é meu e encontrou pessoas bastante simples para o acreditar Foi o verdadeiro fundador da sociedade civil quantos crimes guerras assassínios misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que arrancando as Estacas ou tapando os buracos tivesse gritado aos seus semelhantes livrai-vos de escutar este impostor estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e a terra de ninguém apesar de muitos se dedicarem a analisar o tema da desigualdade
como o filósofo rouso no século XVII hoje quando estamos revendo o modelo de sociedade que construímos percebemos A Urgência e o quão fundamental é provocar uma profunda reflexão a respeito com esse propósito O Café Filosófico promoveu um encontro especial entre a filósofa de Jamila e o historiador Leandro carnal Jan russon nós sabemos fala muito deste homem natural o homem natureza que a de Jamila poderia falar com mais propriedade do que eu falo por ser daa de Filosofia e o homem ao ingressar no estado civil o homem cria propriedade privada e o homem por causa da
perfectibilidade essa palavra Tão rica de significado se aperfeiçoa o uso do ferro que Rosso identifica na obra o uso da Agricultura faz com que o homem se diferencie essa diferença ela é Central para entender a todos nós a Bíblia garante que filhos do mesmo pai filhos da mesma entidade criadora somos todos irmãos o mesmo é Dito pelo Corão somos todos criados pelo mesmo ser logo A fraternidade é universal mas ao mesmo tempo que a Bíblia fala dessa identidade ela estabelece muros você o povo eleito você deve sair dessa terra você vai punir o faraó esses
filhos do mesmo pai são atingidos por divisões que marcam o mundo até hoje como surge e O que justifica isto cada Historiador e cada filósofo deu uma resposta mas eu quero invocar uma imagem que o tuca Vieira fez em 2004 circulou o mundo foi tema de vestibular foi capa de livro didático ela mostra um pré prédio zona sul de São Paulo um prédio muito bem disposto porque as piscinas são colocadas em forma helicoidal de forma que cada andar tem uma cota de sol muito generosa atravessando um muro e o mundo é feito de muros né
muro da fronteira com México muro da Faixa de Gaza nmero de Berlim que caiu encerrando a Guerra Fria nós temos a comunidade de Paraisópolis Onde existe uma outra composição de construção Casas de Alvenaria quase sempre sem reboco essa foto pode ser lida de muitas maneiras ela pode ser lida por exemplo como uma denúncia da acumulação nas mãos de poucos em detrimento da maioria esta seria uma leitura mais próxima de Marx a produção de uma máquina de exclusão e de desigualdade uma máquina prévia ao nascimento das pessoas uma máquina estruturada pelo próprio capitalismo ou seja não
é uma questão de qualidade mas de um objetivo do capitalismo que é concentrar a renda e neste caso os que moram do lado direito seriam os beneficiários desse sistema os que moram do lado esquerdo seriam as vítimas desse sistema se eu lesse um pouquinho antes de Marx de 1776 a a riqueza das Nações Adam Smith pensaria que a diferença entre os homens é dada pelo trabalho ou seja pela capacidade e se Marx está na origem de muitas coisas que são ditas até hoje pela esquerda Adam Smith está na base de muita coisa que é dita
até hoje pela direita ou por liberais ou por pessoas adeptas da ideia de meritocracia porque os da esquerda T menos isso ninguém duvida mas se eles se esforçarem se eles acordarem cedo se eles acumularem se eles estudarem se eles se empenharem um dia estarão do lado direito a outra maneira de fazer leitura dessa imagem é uma leitura de quem é feliz e infeliz que no fundo é uma leitura capitalista porque os da direita possuem um território maior Para habitar em piscinas logo seriam mais felizes logo a felicidade de quem diz isso está na posse de
um bem material eu posso pensar como diz a doutrina social da igreja uma crítica ao consumo à avareza uma crítica à exploração do trabalho doutrina social da igreja mas ao mesmo tempo dizendo não é errado que existam ricos e pobres é errado que os pobres tenham inveja dos bens dos ricos e é errado que os ricos sejam avarentos ou que não paguem o justo salário não é errada a diferença de classes é errado por exemplo eu combinar em excesso ao acúmulo de bens materiais e no caso da Encíclica de 2015 errado o consumismo desenfreado de
danos ecológicos a doutrina social da igreja não não Condena o capitalismo mas ela vai condenar o excesso de acúmulo a avarez afinal essa desigualdade que nós vimos ela é fruto da natureza somos desiguais porque nascemos fisicamente intelectualmente distintos e só artificialmente eu vou produzir uma igualdade que não existe somos desiguais Porque isto faz parte da espécie humana ou seríamos desiguais porque isso foi produzido à medida que eu vou esvaziando todos os discursos vem uma série de perguntas como é correto existir a desigualdade é possível revertê-la a quebra da desigualdade por uma revolução socialista produz aquilo
que na antiga yugoslávia se chamava uma burguesia Vermelha ou seja uma nova Elite agora ligada ao partido que tem privilégios Como existe no capitalismo as sociedades mais desiguais são mais atrativas afinal a tentativa de imigração ilegal é quase sempre a sociedade mais capitalista e a sociedade mais desigual como se nós tivéssemos uma atração um paradoxo que nós vivemos no Brasil é uma legislação forte de Amparo ao trabalho na CLT de 1943 os Estados Unidos praticamente não t legislação de proteção ao trabalho e os trabalhadores ao invés de permanecerem so a proteção da legislação querem fugir
para um lugar onde não há essa proteção da legislação são contradições para provocar o nosso objetivo aqui não é dar uma resposta nem orientar para um lado mas provocar este pensamento a desigualdade é desejada por Deus Jesus disse uma vez claramente quando falaram de pobres disse pobres sempre os tereis esse debate é muito importante porque eu vou ter que decidir o que Deus pensa sobre a desigualdade o que os filósofos pensam sobre a desigualdade se a desigualdade pode ser ada que é outra questão se a desigualdade é um dado natural das coisas ou se como
advertiu Paulo Freire se eu não fizer uma educação libertadora o que acontece é que o Oprimido deseja se tornar opressor instaurar o chamado reino messiânico a terra sem males dos indígenas a etapa Comunista de Marx instaurar esse paraíso é possível e afinal toda a nossa vida é sempre o conselho da formiga contrário a cigarra tomando a velha fábula de la fontain estude para ser alguém acumule para ser alguém quem trabalha produz tem quem não trabalha não tem como se eu justificasse do ponto de vista moral o trabalho Como Adam Smith queria o trabalho a partir
de uma perspectiva de instauração de uma ordem perfeita e esta ordem é perfeita para quem todo forço da meritocracia da autoajuda Financeira ou de qualquer coisa que dirija as pessoas digga se você pensar acontece você fizer surge se você se empenhar será instaurado o novo reino par a quem interessa esse discurso interessante que o Leandro trouxe a questão eh essa citação né do Rousseau falando da questão da propriedade privada e aí quando a gente pensa a partir de teóricas né de mulheres e que vão pensar as desigualdades pela questão do gênero do sexo eh Olímpo
de GES por exemplo ela foi uma contemporânea de roussea ela foi guilhotinada depois pela revolução e na declaração dos direitos da mulher e da cidadã ela vai eh justamente fazer essa crítica ao Rousseau que não levou em consideração a questão da mulher que obviamente era né oprimida pelo patriarcado E se a gente vai pensar também em cim de bvo no segundo sexto de 1949 vai refletir sobre o que a gente pode chamar de uma filosofia da condição feminina vai fazer uma crítica Inclusive a muitos filósofos do cânone que não levaram também em consideração a mulher
como eh o sujeito pensada a partir de si mesma então ela vai fazer a crítica de que a mulher ela é pensada sempre em oposição ao homem e colocada nesse lugar do outro num lugar de não humanidade sem como se fosse a oposição do homem o homem sujeito mulher objeto e assim por diante ela vai fazer crítica A grandes nomes como Aristóteles que obviamente é um grande nome todo mundo que estuda filosofia política vai estudar Aristóteles não é essa questão mas ela vai fazer a crítica em relação ao que Aristóteles disse sobre as mulheres né
que as mulheres sofriam de um certo defeito natural assim como ela vai fazer uma crítica a São Tomás de Aquino A Santo Augostinho né Aos escolásticos que diziam né que a mulher não é um animal que não é firme nem instável sempre esse lugar de colocar a mulher como eh um ser irracional né como um apêndice como o outro então quando ela pensa essa categoria do outro partindo da reflexão né de Hegel do Senhor de escravo Bá tá dizendo que toda a humanidade né pensada como homem como o sujeito e a mulher sempre em contraposição
ou sequer levada em consideração ou pensada a partir de si mesmo e quando ela faz isso pensando a mulher a partir de si mesma ela vai trazer todas essas consequências do que significa ser mulher partir desse lugar então quando ela abre o segundo volume do segundo sexo com a frase não se nasce mulher torna-se mulher o voan está dizendo que o gênero ele antecede a mulher antes de nós nascermos já existe uma imposição eh em cada Sociedade do que é ser mulher ou do os comportamentos esperad para as mulheres então quando nós nascemos a gente
já nasce num mundo falando de Brasil por exemplo que o quarto é Rosa a gente vai ganhar geladeira fogão e que vão dizer que nós vamos podemos fazer determinadas coisas mas isso é imposto antes da gente nascer Então ela quer dizer que o gênero é uma construção social que se impõe a mulher então independente da gente concordar ou não com aquele modelo com aquelas imposições a gente nasce numa sociedade em que já tá imposto aquilo e a gente vai se tornar aquilo que a sociedade espera que seja mulher aí nesse sentido eh muitas intelectuais feministas
brasileiras como elet safi por exemplo vai fazer a discussão fundamental Sobre a divisão sexual do trabalho que é mais um marcador de desigualdade então numas em sociedades patriarcais há trabalhos que são impostos para as mulheres como por exemplo né o trabalho doméstico eh a maternidade com compulsória essa ideia de que nós mulheres temos que eh ter filhos temos que ficar em casa que determinados trabalhos são para mulheres determinados trabalhos são para os homens e geralmente esses trabalhos que são impostos para as mulheres são os trabalhos menos reconhecidos socialmente indo por essa perspectiva aí você tem
um movimento feminista hegemônico você tem a teoria feminista que surge na década de 60 muito importante com teóricas que inegavelmente foram muito importantes mas que também estão teorizando a partir de uma mulher Universal que estão pensando a desigualdade de gênero a partir da realidade de uma mulher eh sem levar em consideração as várias outras possibilidades de ser mulher que aí a gente entra na questão da interseccionalidade que é pensar o que significa eh ser mulher quando você intersecciona uma ou outras formas de opressão se você é uma mulher negra se você é uma mulher pobre
se você é uma mulher enfim se você tá num outro contexto imigrante e assim por diante Então as feministas negras elas são importantes no sentido de trazer essa discussão de que quando estamos falando de desigualdades entre as mulheres e aí S el Carneiro vai fazer a pergunta que temos que eh questionar de quais mulheres nós estamos falando porque quando o movimento feminista eh na década de 70 no Brasil vai às ruas pedir por enfim para que as mulheres tenham um eh direito no mercado de trabalho para que elas possam trabalhar a gente não pode esquecer
que mulheres negras já chegaram nesse país trabalhando mas eram trabalhos primeiro como escravizadas e posteriormente em trabalhos que não eram reconhecidos socialmente como trabalho doméstico aí a gente pensa que quando a gente vai discutir desigualdades e a gente vai pro pensar a partir de teóricos da teoria racial crítica ou teóricos decoloniais contra coloniais vão discutir a importância fundamental de um elemento estruturante de desigualdade no nosso país que foi a escravidão no próximo bloco pensar a questão das desigualdades da origem social das desigualdades como se elas se constróem historicamente num contexto como o nosso é fundamental
a gente pensar a questão de raça classe e gênero de maneira interseccion e quais são as consequências de pensar essas opressões nosso país se fez a partir de uma enorme desigualdade o comércio de pessoas de forma brutal forçada e não remunerada os escravizados estes foram trazidos para construir a riqueza alheia de poucos senhores e colonizadores que aqui chegaram ganhando terras ou trabalho remunerado além da desigualdade social de um mundo escravocrata o patriarcado imperou e segue imperando em muitos lugares e culturas criando ainda mais desigualdades com a divisão sexual do trabalho relegando a mulher a um
lugar sempre inferior o retrato do Brasil de hoje reflete esse país do passado a escravidão que foi a base da economia no Brasil durante quase quatro séculos ela é um fator determinante paraa construção das desigualdades uma vez que pessoas negras trazidas forçadamente de África pro Brasil e paraas Américas eh de maneira geral elas eram eh mãos de obra objetos e houve todo um processo de comercialização de gente então muitos teóricos pós-coloniais decoloniais vão dizer que na verdade o capitalismo é uma consequência do colonialismo porque nós estamos falando de eh pessoas que eram comercializadas E isso
também gerava dinheiro pros senhores de Engenho E essas pessoas trabalhavam forçadamente sem ter nenhum tipo de remuneração o que faz com que esses senhores de Engenho tem um grande acúmulo de Capital durante muito tempo e explorando a mão de OB escravizada essa foto que o carnal nos mostrou que é uma foto bem emblemática e forte caracterí de uma sociedade como a nossa desigual essas pessoas que estão do outro lado do Muro essas pessoas majoritariamente elas são negras essa pobreza no Brasil ela tem cor e é importante pensar a questão de classe num país Como como
o nosso a partir de uma perspectiva interseccional né de raça E de gênero porque se pensamos como quando falamos em classe trabalhadora E aí Simone de bvo no terceiro Capítulo do primeiro volume do segundo sexo quando ela vai fazer uma crítica ao materialismo histórico Claro que ela reconhece Eh toda a contribuição fundamental do Marxismo mas ela vai dizer também que o gênero é um elemento fundamental pra gente pensar classe trabalhadora que classe trabalhadora não é uma massa abstrata quando eu falo de classe trabalhadora há uma diferença fundamental quando eu penso a Mulher trabalhadora que vai
viver a classe pelo gênero assim quando eu vou falar da mulher negra que vive eh o seu gênero também pela raça Quais são as consequências dessas intersecções então Bell hooks nos Estados Unidos Kimber crenshaw que Cunha o conceito de interseccionalidade em 1989 e no Brasil lélia Gonzales foi uma figura fundamental para pensar a questão da interseccionalidade porém Nélia Gonzales ela estava produzindo em português brasileiro então muito do pensamento de lélia Gonzales não foi traduzido E internacionalizado então muito do que a gente sabe sobre interseccionalidade vem muito dos Estados Unidos porém lélia Gonzales já estava pensando
o conceito de interseccionalidade no início dos anos 80 e aí tanto llia Gonzales como Maria lugones uma pensadora Argentina que nos deixou recentemente vão fazer uma crítica muito interessante ao que elas chamam dessa nossa dependência epistemológica do Norte global que acaba fazendo com que a gente Desconsidere as nossas próprias reflexões críticas no sul do mundo ignorando que a nossa realidade do Sul do mundo é uma realidade diferente eh da realidade do Norte Global Então na hora também de pensar desigualdades é fundamental a gente também discutir a questão geográfica que obviamente ela vai a questão da
desigualdade ela vai abarcar todos os países é uma questão Global mas ela vai a depender do do nosso contexto a acontecer de maneira diferente Il lélia Gonzales já nos anos 80 estava propondo uma reflexão transnacional que ela chama de amefricanidade da gente pensar enquanto povos da América Latina a nossa realidade uma vez que a gente compartilha experiências similares com a colonização e muitas vezes a gente tá buscando essas respostas somente no norte global e não Olhando em entre se não olhando para nosso próprio território e as diferenças que essas desigualdades vão produzir aqui nesse território
então pensar a questão das desigualdades da origem social das desigualdades como se elas se constróem historicamente num contexto como o nosso é fundamental a gente pensar a questão de raça classe e gênero de maneira interseccional e quais são as consequências de pensar essas opressões e interseccionalidade não é a sobreposição não é eh competição de opressão E aí um texto que eu considero fundamental pra gente entender Inter sexalidade que também acaba não sendo internacionalizado porque essa autora também é brasileira que foi Luísa bairros no seu trabalho nossos feminismos revisitados ela vai dizer que é tão somente
a gente refletir e que as mulheres negras vão vivenciar gêneros de formas diferentes das mulheres brancas e a partir disso desse dado concreto que conclusões nós podemos tirar disso então não se trata de dizer você sofre mais ou você sofre menos trata de compreender Quais são as consequências da intersecção desses fenômenos sociais e Luísa bairros ela vai eh nesse texto dizer que para nós mulheres negras por exemplo não tem como a gente decidir qual opressão é mais importante né se é o racismo se é o a o capitalismo se é o sexismo porque a intersecção
dessas opressões que colocam a mulher negra na base da pirâmide social então pensar a interseccionalidade não é tão somente eh uma teoria importante mas também é uma importante ferramenta de políticas públicas Porque isso me dá um dado concreto me gera demanda inclusive para eu poder reivindicar saídas emancipatórias para aquela realidade para eu demandar do poder público políticas públicas um exemplo né quando a Lei Maria da Penha Ela completa eh 10 anos saiu uma pesquisa muito importante chamado mapa da violência que mostra que em 10 anos da Lei Maria da Penha diminuiu o assassinato de mulheres
brancas em 10% e aumentou de mulheres negras em quase 55% no mesmo período então o que que isso quer nos dizer que faltou um olhar talvez claro que a Lei Maria da Penha é um um uma ferramenta importante uma política importante fundamental só que nos mostra que faltou um olhar étnico racial na hora de pensar essa política Porque paraa mulher negra não basta eu dizer denuncie essa mulher majoritariamente mora em territórios periféricos não se pode chamar polícia a relação que a população negra tem com a polícia é uma relação de desconfiança não é uma relação
de quem se sente seguro a maioria dos centros que prestam serviço a essas mulheres ficam centro da cidade se essas mulheres moram na periferia muitas vezes elas não tem o dinheiro do transporte então nos mostra que é para Além da questão legal né então pensar essas a questão da desigualdade para nós é fundamental se pensarmos elas de maneira conjunta que não há como pensar essas estruturas de maneiras separadas porque há um encontro simultâneo dessas estruturas que vão gerar essas desigualdades e por isso que essa é uma questão muito importante quando nós votamos quando nós votamos
nas eleições quando nós nos posicionamos nas redes sociais quando nós educamos nossos filhos ou alunos quando nós colocamos ideias ou Lemos textos Todos nós temos um pressuposto sobre a desigualdade e como ela deve ser trabalhada como ela deve ser analisada ou como ela deve ser superar no próximo bloco A diferença sobre mulheres mulheres negras população negra e pobres é uma diferença produzida históricamente com a concorrência de um sistema econômico social e o [Música] estado Maria Maria é o som é a cor é o suor é a Dose Mais Forte e lenta de uma gente que
ri quando deve chorar e não vive apenas aguenta mas é preciso ter força é preciso ter raça é preciso ter gana sempre quem traz no corpo a marca Maria Maria mistura a dor e a alegria eu acho que essa letra Ela traz uma discussão importante que o luí Barros faz no seu texto nossos feminismos revisitados quando ela diz que nós mulheres negras carregamos a marca Milton Nascimento canta né quem traz no corpo essa marca produz a Estranha Man de ter fé na vida e é interessante que ele tá pensando luí baros tá pensando essa marca
como um marcador né social da desigualdade essa marca que traz eh no seu corpo a história do colonialismo no nosso país a história eh do sexismo no nosso país a história da exploração da mão de obra é importante a gente refletir Quais são os significados dessa marca e não cair num discurso muitas vezes que a gente eh reforça no Brasil porque foi um país que durante muitos anos reforçou o mito da democracia racial essa ideia romântica que o Brasil não seria um país racista de que essa marca ela seria eh não seria importante para pensar
o Brasil uma vez que nós somos todos mestiços né E kabenguele munanga foi um autor muito importante para refutar esse mito da democracia racial eh no seu trabalho as ambiguidades do racismo a brasileira né ele vai falar que o brasileiro Ele nega o racismo mesmo quando é pego em flagrante que é capaz dele dizer que a vítima que é complexada ou que ele não é racista porque justamente Nega essa marca né do último país das Américas abolia a escravidão mas que depois no pós-abolição no período que nós chamamos de industrialização do Brasil eh vai negar
a existência do racismo isso atrasou demais o avanço de política da criação de políticas públicas para enfrentamento do racismo porque por que que se iam pensar políticas de enfrentamento ao racismo se ele não existe Então essa marca ela precisa não somente ser dita pensada falada mas reconhecida porque se o estado brasileiro não reconhece a existência do racismo Por que que vai criar políticas públicas de enfrentamento ao racismo interessante notar que o Brasil só foi considerar o estado brasileiro somente considerou que a escravidão foi um crime contra a humanidade no no documento que o Brasil é
signatário da conferência de Durban em 2001 interessante também notar que no pós Abolição quando há o incentivo da vinda dos Imigrantes europeus pro Brasil para cumprir o que nós chamamos de política do branqueamento porque acreditava-se que se deveria branquear a população interessante notar que muitos desses eh descendentes europeus eles receberam Terras do estado brasileiro que nós chamamos de colônias né colônias alemãs colônias eh portugues italiano né e depois décadas décadas depois quando finalmente o estado brasileiro reconhece a existência do racismo quando os intelectuais negros movimentos negros no Brasil vão lutar por políticas de cotas porque
a marca importa e a marca produz desigualdades muitos desses descendentes de europeus que os seus ancestrais receberam terras Foram contra Se esquecendo que essa sessão de terras do estado brasileiro pode ser pode ser considerado que muitos intelectuais consideram como um dos primeiros atos de ação afirmativa do estado brasileiro então a falta da Consciência do nosso contexto a falta da consciência dessa marca de como essa marca é produzida de como eh de de de entender a origem sociais das desigualdades leva a essa alienação que muitas vezes faz com que essas pessoas reproduzam as lógicas e sejam
contra eh avanços que seus próprios grupos receberam interessante acompanhar o raciocínio da djamila porque exatamente o que nós desejamos aqui é trazer esta característica da polifonia eu por tradição de historiador e possivelmente pela minha origem de classe média de origem alemã criada em cidade do interior católico Possivelmente quando eu faço um recorte da história eu vou para rousse eu vou para Marx eu vou para Bíblia e peguei um fotógrafo da Folha de São Paulo a Jamila foi para escravização forçada paraa mulher pras diferenças de cruzamento de interseccionalidade entre misoginia entre racismo e outros e é
exatamente essa a riqueza da diversidade porque eu falo a partir de um ponto de vista que é a vista a partir de um ponto eu falo essa vista a partir de um ponto em que quando eu vou pensar o feminismo eu vou pensar sim bvo e Bet freedman e ela traz uma lista grande e rica de feministas negras que acrescentam ao feminismo clássico Branco seja europeu ou norte-americano um traço completamente distintivo então a Jamil identifica primeiro lugar a produção Histórica de uma desigualdade através do maior comércio moderno que é o comércio de seres humanos se
a escravidão era um dado que existia já em comunidades africanas há muito tempo ela era local e nunca foi a base de uma produção Econômica agora a partir da introdução de navegações europeias sobre a África nós tivemos a extensão a um imenso negócio as maiores fortunas do período colonial quase sempre estão nas mãos de traficantes traficantes de seres humanos e a partir deste dado a posição da djamila respondendo à dúvida de rousse a Jamila vai a Genebra e diz olha Rous é histórico é produzido é uma máquina de produção de desigualdade através de navios tumbeiros
de escravização de seres humanos e da impossibilidade de educação e deção da base do Poder Colonial que é a terra e quando você passa a importar Emigrantes Suíços 1817 Nova Friburgo alemães 1824 italianos a partir de 1875 japoneses a partir de 8 você passa a dar a eles terras e trabalho leva o Imigrante nem sempre tratada com simpatia mas leva o Imigrante até a hospedaria dos Imigrantes depois o leva de trem para o interior algumas vezes oferece trabalha e outros oferece terras você está fazendo com os brancos de várias origens o que nunca foi feito
com a maioria da população brasileira que é negra que que significa isso produz-se institucionalmente uma desigualdade aquele que ganhou Terras do estado brasileiro e que constituiu sua agricultura com muito esforço Claro com muito trabalho muitos acusando de não terem recebido mais apoio ele vai olhar para aquele que nunca ganhou a terra e nunca teve acesso à educação e vai achar que este não tem a disciplina do trabalho não tem a dedicação não tem uma vontade de progresso e vai se sentir superior a diferença sobre mulheres mulheres negras população negra e pobres é uma diferença produzida
historicamente com a concorrência de um sistema econômico social e o estado logo isso Embasa a posição da djamila que é se o estado ajudou a produzir essa diferença o Estado tem responsabilidade de ajudar a superar clamou por políticas públicas ou seja ela abandona a postura liberal e diz para superar essa situação precisamos de políticas públicas no próximo bloco nós somos seletivos com os valores das vidas do grupo A B nós somos seletivos com guerras nós nos comovemos com algumas guerras esquecemos de outras ao longo da história houve quem tentasse justificar o racismo com teorias biologizante
como se fosse científico alegando a superioridade dos brancos e mesmo que hoje todos neguem essa suposta teoria ela parece estar enraizada na memória social e na forma como o nosso país se estruturou um país que nasce de profundas violências contra negros e indígenas somos fruto também das tentativas de muito empenho durante muito tempo em propagar o mito da democracia racial no Brasil o racismo aqui é estrutural está em todas as instâncias de nossa sociedade em todas as práticas discriminatórias e segue perpetuando as desigualdades e reafirmando as relações de poder se a sociedade é assim incapaz
de dar as mulheres negras a população negra quaisquer chances se a sociedade oprime se a sociedade é branca masculina agressiva se a sociedade beneficia as pessoas especialmente os homens brancos como a djamila explicaria djamila ou seja uma pessoa que não nasceu em berço de Ouro nasceu dentro de uma família de um de um homem ilustrado Sindicalista no porto de Santos estudou muito estudou bem foi campeã de xadrez fez uma excelente faculdade é mestra e é uma estrela Nacional bem-sucedida feliz inteligente e bonita é irritante mas a de Jamila a de Jamila é tudo isso pergunta
se não é possível subir e a desigualdade é uma coroa de Ferro sobre a população hã Por que que não há mais de Jamil ou provocando de Fato né todos podem ser de jamilo não pelo seguinte claro que a gente tá falando aqui da questão da estrutura e isso é inegável porque a gente tá falando de eh oportunidades né as oportunidades são diferentes a depender da marca que a gente carrega então isso vai fazer com que eu seja uma exceção né dentro desse sistema ainda né Eu fui a única aluna negra da minha turma né
eu olhava pro lado as mulheres como eu que tinham a marca como eu elas estavam limpando a universidade eu pude estudar porque eu fiz parte de uma geração que teve acesso à políticas públicas na área da Educação e eu aproveitei essa oportunidade isso é algo que eu sempre Vou defender né que não é uma questão de capacidade mas sim de oportunidades porém é importante também lembrar que nós pessoas negras Nós não somos iguais entre si que é essa lógica da colonização da iação né em África nós éramos bantos quetes E aí com a colonização nós
amos negros o negro como se nós fôssemos todos iguais não tivéssemos línguas diferentes culturas diferentes traços inclusive diferentes e essa cultura de homogeneização faz com que as pessoas criem estereótipos e acreditem que nós temos uma essência comum né e negando a nossa multiplicidade as nossas diferentes formas de ser as nossas diferentes formas de de agir de pensar o carnal ele é visto como um indivíduo eu sou vista como uma massa como todo mundo então John Scott que é uma autora que eu gosto muito ela vai falar que o indivíduo eh a pessoa que parte de
um grupo privilegiado que sempre partilhou da noção de humanidade no caso o homem branco Ele é tratado como um indivíduo se um árbitro de futebol por exemplo comete algum erro o indivíduo vai ser responsabilizado do fulano de tal cometeu esse erro a torcida adversária vai querer bater naquele árbitro agora se é uma mulher ou uma pessoa negra qual vai ser a resposta que a sociedade aí tá vendo mulher não pode apitar jogo negro não pode apitar jogo e essa lógica ela foi por exemplo um caso célebre dessa lógica do goleiro Barbosa da Mística do goleiro
negro que foi criada nesse país e as pessoas comentaristas de futebol falavam abertamente ah goleiro negro não olha aí o Barbosa depois o Júlio César tomou sete e eu escrevi um texto chamado a vingança de Barbosa em 1950 no final da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai no Maracanã além da derrota o Brasil criou um estereótipo o de que negro não podia ser goleiro Moacir Barbosa mais conhecido como Barbosa era o goleiro da então seleção brasileira e foi eleito o grande culpado pelo vice-campeonato apesar de ser considerado um bom goleiro Barbosa que era negro
carregou até o fim da vida em 7 de abril de 2000 ao 79 anos o f dessa derrota a partir desse fato criou-se o mito racista do goleiro negro era muito comum ouvir comentaristas de futebol artistas falando de forma taxativa goleiro negro não não lembram do Barbosa estereótipos são generalizações impost a grupos sociais específicos geralmente aqueles oprimidos numa sociedade machista impõe-se a criação de papéis de gêneros negando humanidade às mulheres e como forma de manutenção de poder Júlio César goleiro da seleção na última Copa que também aconteceu no Brasil obviamente não foi culpado pela derrota
da seleção brasileira para alemã por 7 a 1 a culpa não foi dele é todo um time que joga mas não se ouviu ninguém dizer que homens brancos são frangueiros por exemplo nenhum mito criou-se em cima do goleiro Branco pessoas brancas pertencem ao grupo que está no poder logo suas falhas serão atribuídas ao seus indivíduos de forma pessoal mantendo sua hegemonia e poder quantos meninos negros tiveram sonhos sem fatos de serem goleiros por causa disso é importante a gente refletir sobre essa eu sou um indivíduo por mais que eu partilhe experiências em comum com outras
mulheres negras nós vamos partilhar porque o racismo e o sexismo são estruturais a gente vai partilhar experiências de discriminação provavelmente todas as mulheres aqui presentes da minha geração vão partilhar a questão do cabelo que foi todo um processo pra gente gostar de nós mesmas a gente teve que desconstruir toda uma lógica porque o racismo tem um papel preponderante na construção do que é Belo e nós somos da geração de apresentadoras de TV loiras dos olhos a azuis o que isso significou impacto na na construção da nossa subjetividade a gente vai partilhar isso mas vai ter
experiências como indivíduos que nós não vamos partilhar da mesma forma que teve eu tive colegas negras que não que tiveram oportunidade de estudar e que não conseguiram de repente ter um certo eh reconhecimento nos seus trabalhos impossível negar a estrutura tá E tá d e ela vai determinar Sim ela vai determinar oportunidade ela vai determinar quem vive na indignidade quem não vive ela vai dar oportunidades para uns e para outros não mas também não tem como a gente negar o sujeito Lima Barreto né que foi um grande escritor brasileiro não reconhecido como deveria ele diz
o seguinte a capacidade intelectual dos negros é sempre pensada a priori e a dos brancos a posteriori Isso tá muito presente quando a gente fica surpreso quando vê uma pessoa negra num lugar participando daquele espaço e não ali servindo Isso faz parte quando a gente fica muito chocado quando a gente vê uma pessoa negra em determinados espaços a gente tem que investigar de onde vem esse choque Então vou dar um exemplo né eu 2018 eu tava indo pra Alemanha participar de um programa Professor Angela David Professor convidado fiquei uma semana em Frankfurt na get University
2018 eu tava na no embarque do aeroporto E aí uma senhora me viu e eu vi que a senhora ficou olhando muito para mim eu falei ah ela vem botei meu meu fone de ouvido Eu tentei disfarçar mas ela não conseguiu uma senhora Branca olha para mim Oi tudo bem Você tá indo viajar eu só fiz eu tava na área de embarque né Você tá indo nesse voo aqui né pra Alemanha Fiz sim ela que que você tá indo fazer lá você tá indo dançar eu falei eu não porque a senhora está ela eu não
e aí ela ficou extremamente ofendida então quer dizer ela podia perguntar para mim mas quando Eu devolvi a pergunta Inclusive eu faço isso eu devolvo a pergunta e ela ficou ofendida Eu não eu falei eu também não aí ela foi pro lugar dela me achando extremamente grosseira pineta tem isso você ainda é grosseira e eu fiquei refletindo eu falei provavelmente aquela senhora nunca leu gobin ou Nina Rodrigues mas tá presente ela imaginou que uma mulher como eu com a minha característica e carrega essa marca não poderia estar indo pra Alemanha para ser professora eu estava
indo dançar e não era balê clássico e não teria problema nenhum se eu estivesse indo dançar samba nenhum o problema é achar que mulheres comu só podem ir nesse lugar é me fixar nesse lugar inclusive amo samba adoro escola de samba é um grande patrimônio do nosso país mas ela achou que eu só poderia ir então ela me ligou ao corpo e isso tá presente isso é ela na nossa sociedade a forma como nós enxergamos pessoas negras J de que isso vem né então a gente tem que refletir que vem desse lugar né de ligar
as pessoas negras à força física como uma maneira de justificar a escravidão né eles não são intelectualmente desenvolvidos como a gente logo eles podem ser mão Deó escravizada e isso foi utilizado como teoria para justificar a escravidão n então é fundamental a gente pensar e seguir refutando o racismo científico e enraizado né na nossa sociedade que faz com que a gente o tempo todo Olhe as pessoas negras como preguiçosa sendo que as pessoas negras são as que construíram as riquezas desse país como que as pessoas negras são preguiçosas as mulheres negras vai nas periferias 4
horas da manhã Estão no ponto de ônibus esperando ônibus para ir trabalhar para sustentar suas famílias são os grandes arrimos de famílias a maior parte das pessoas que na pobreza que sustentam suas famílias são mulheres negras de onde que as pessoas tiram que essas pessoas são preguiçosas né a gente tá falando aí de acesso a oportunidades de toda uma construção que fixa as pessoas negras nesse lugar e não é porque eu sou AD que eu não passo por isso eu sou uma mulher negra numa sociedade estruturalmente racista mas também te devolvo da mesma forma não
há também neandro carn vários carnais no sentido de que mesmo homens que partiram do seu lugar seus colegas que partiram do mesmo lugar social que o seu Você fala muito bem sobre essa questão de ter nascido salvo todos provavelmente devem estar salvos de alguma maneira mas eles também não são Leandro carnal quando eu disse uma vez publicamente que eu nasci salvo eu não estou desprezando o fato que há mais de 40 anos eu acordo às 4 da manhã que eu produzo muito até à noite que eu trabalho sábados e domingos que eu passei a infância
Juventude estudando piano estudando línguas que eu li convulsivamente durante a maior parte da minha existência e lutei muito para estudar eu não estou desprezando o meu esforço Há muitos outros que fazem esse esforço também o que eu quero dizer é que a sociedade é naturalmente simpática ao homem branco ela é naturalmente inclinada ao homem branco se para você existe um déficit ou uma ruptura epistemológica entre o seu vasto saber e a a reação de uma senhora leitora de gobin sem saber comigo ocorre exatamente o contrário as pessoas imaginam que eu saiba mais do que eu
sei e quando alguém fala um autor e eles já me diz né porque o Leandro Sabe às vezes ve eu nunca ouvi falar daquele é autor não tem a menor ideia de quem se trata da lista de feministas negras que você leu eu conheço duas mas eu balancei a cabeça para dar ao público A sensação que eu que eu sou um grande leitor de fil o que não é verdade a autoridade como lembra o grande autor que você citou o nosso querido Lima Barreto autor de trisp de policap quaresma E tantas outras as coisas a
autoridade do homem branco médico do homem branco professor do homem branco guarda ela preexiste ela não precisa se afirmar E como você lembrou quando eu erro invocam se três insultos ou uma sociedade aberta no casamento ou uma mãe que exerceu atividades eróticas remuneradas ou então questão de orientação sexual mas é sempre voltado a mim agora sempre que é uma pessoa uma mulher ou uma pessoa negra ou alguém do Nordeste isso é um representativo de tudo então todos os seus amigos não lhe pagaram Mas entre eles há um amigo judeu é porque os judeus são avarentos
todo mundo está dormindo depois do almoço mas se for alguém nascido em determinado estado do Brasil só pode ser indicativo de que naquele estado não não progride a ideia de trabalho então quando eu digo eu nasci Salvo é que a sociedade é preparada para ver no homem algo melhor inclusive do que ele é Ou seja eu nego o fato objetivo de que a humanidade por exemplo nasceu na África e que o Egito fo um dos seus beos e fico classificando o mundo a partir da Europa Oriente próximo extremo oriente a de um ponto de vista
de referência europeu então sim nós dois nos esforçamos muito nós dois jogamos xadrez Mas como eu disse quando você entrou na Academia de Letras eu disse você aprendeu no jogo de xadrez que quem dá o primeiro lança são as brancas as peças pretas jogam na defensiva inicialmente a desigualdade existe em todos os países do mundo mas há momentos que a desigualdade nega para algumas pessoas existe desigualdade em todos os lugares a função dos Estados não é garantir o paraíso mas é como diz um conservador evitar o inferno nós somos seletivos com os valores das vidas
do grupo aib nós somos seletivos com guerras nós nos comovemos com algumas guerras esquecemos de outras a imprensa não dá notícias sobre eritreia I Sudão do Sul por exemplo onde morrem mais pessoas do que nas guerras atuais as que estão em curso a imprensa se esquece de opressões sobre o grupo ror índia em myanmar a imprensa se esquece de massacres antigos e e torna outros massacres centrais é bom que a gente dê muita importância a esses massacres centrais mas a pergunta é por sempre selecionamos do grupo A e B Quem são as vidas a lamentar
e quais são as vidas que a gente vai se tornando indiferente ao que acontece com elas massacres com europeus atentados em Nova iork assassinatos na França são completamente diferentes da nossa posição quando o mesmo ocorre na África a minha pergunta Central é vida realmente porque é que nós não pensamos uma categoria de vida como valor absoluto e lamentamos a vida quando há uma identidade ou social ou étnica ou simplesmente de classe inscreva-se no canal do Café Filosófico CPFL no YouTube e siga nossas redes sociais para mais reflexões se a branquitude no Brasil seguir pensando que
discutir racismo é só discutir a Negritude a gente não avança branquitude precisa se pensar criticamente o que significa nascer branco numa sociedade como a nossa que discutir desigualdade de gênero não é discutir o feminino é discutir o masculino se os homens não discutirem masculinidade como que eles vão desconstruir essa masculinidade que mata estupra num país que é o quinto país do mundo em assassinato de [Música] mulheres