Alô pessoal tranquilito no mais quando químicos T sinergia com a agronomia O resultado é fantástico temos muito aprender a interagir com eles entrevistei o professor Dr Hudson Carvalho sobre AD adubação foliar neste tema tratamos da nanotecnologia Fontes formulações aminoácidos e muito mais essa é a parte um dessa entrevista é imperdível [Música] pessoal com muito prazer e agradeço demais eu estou aqui com o professor Dr Hudson Carvalho ele é químico de formação e atualmente é professor e pesquisador da Universidade Politécnica Mohamed vi ocupou o mesmo cargo durante alguns anos no Sena USP ele hoje está trabalhando
no Marrocos e ele foi pesquisador também do Instituto de Tecnologia de Cars Rua e suas pesquisas T se concentrado em fertilizantes foliares e também para o solo Udson Muito obrigado é uma satisfação imensa te receber aqui no canal e tenho certeza que vai ser muito muito muito importante para as pessoas que vão assistir que vão ser milhares Udson então Obrigadão mesmo e já vamos a primeira pergunta Udson você que trabalha e estuda né Toda a questão de nanotecnologia como ela pode ser utilizada na agricultura e quais são eh as suas vantagens e suas limitações legal
Nelson Eu quem agradeço o convite poder falar aqui para pra sua audiência também acompanho o seu canal sou um sou um dos aidos ouvintes aí do canal muito obrigado pelo convite e então você falou de sua né Todo mundo tem um pouco de dificuldade dizer tem uma coisa que eu gosto de de sublinhar sua é onde trabalhou o famoso Professor Fritz a síntese da amônia pela primeira vez foi feita lá e E aí do processo hab Bosch então a parte de laboratório foi feita lá em carua no departamento onde eu onde eu trabalhei eh e
o k Bosch que trabalhava no que é hoje a basf né que a gente chama de basf eh escalou o processo para nível Industrial ali em luts viig hfen a uns 30 km de ca então é é lá que que nasce a a a síntese da da amônia a partir do do nitrogênio atmosférico o casamento bonito da química com a engenharia com a engenharia química e acho que essa é uma das razões pelas quais nós estamos aqui hoje né nitrogênio era um dos maiores limitantes da da produtividade das culturas Mas você eh começou perguntando sobre
nanotecnologia eh por exemplo ah catalisadores são nanopartículas então o processo de síntese da amônia depende de de catalisadores mas aí dentro de um processo químico Industrial quando a gente pensa na agricultura e esse foi um dos dos assuntos que eu estudei aqui em Piras caba por sinal eu você comentou né Eu tô trabalhando no Marrocos mas hoje eu tô aqui em Piracicaba eh eu tô em licença na na USP eh nós tivemos um projeto financiado pela Fapesp que começou em 2015 no ano em que eu vim para aqui pro Sena para investigar as aplicações de
nanomateriais na na agricultura então quando a gente pensa em nanopartículas primeiro Vamos definir o que é né Eh são materiais com dimensão muito pequena maior do que um átomo ou dois três átomos mas menor do que partículas micrométricas algumas pessoas vão definir n partícula como sendo partículas menores do que 100 nanômetros eu não gosto dessa definição porque eh eh ela é muito estanque então por exemplo quando a gente fala de atividade catalítica eh paraa oxidação de monóxido de carbono nanopartículas com 10 15 nanômetros são inativas nanopartículas de ouro por exemplo 10 15 nanômetros são inativas
E aí elas vão ficar ativas abaixo de 8 6 nanômetros ou seja a propriedade nanométrica que é uma propriedade que se difere daquilo que a gente observa em escala macroscópica só aparece abaixo aí de 8 nôm Então nós vamos dizer que nanomateriais são materiais que apresentam propriedades diferenciadas dependentes do tamanho então abaixo de um certo tamanho essas propriedades aparecem bom aplicações na agricultura a talvez a a a mais óbvia delas e e e a gente ouve às vezes falar de produto comercial Ou de pessoas buscando produtos comerciais e nós também tentamos fazer isso nesse nesse
projeto fatesp ah lida com o uso na nutrição mineral de plantas Então pensa assim óxido de zinco óxido de manganês carbonato de zinco óxido de cobre o óxido de ferro né zinco ferro cobre são nutrientes minerais então nós poderíamos em princípio oferecer esses materiais pras plantas em escala nanométrica E aí quando a gente controla o tamanho da partícula uma das propriedades que que que respondem ao tamanho é a taxa de dissolução não a solubilidade a solubilidade é é um debate muito grande dentro da química eh eh que a solubilidade em princípio é uma propriedade termodinâmica
que não deveria depender do tamanho então tem estudos que sugerem que pode depender do tamanho aí dentro da química tem uma uma discussão grande mas a taxa de dissolução Ou seja a velocidade com que os materiais se dissolvem certamente dependem do tamanho então nós poderíamos em princípio ter partículas com diferentes tamanhos em escala nanométrica e a velocidade de liberação do nutriente seria dependente do tamanho quanto menor a partir partícula mais rápido esse nutriente seria liberado e aí a gente pode agora começar a a idealizar fertilizantes de liberação controlada de liberação lenta eh porque nós podemos
controlar o tamanho seja num processo de síntese em que nós vamos ter os átomos isolados e vamos combiná-los transformando em partículas ou nós vamos partir né iniciar de uma partícula eh macrométrico por exemplo uma partícula 5 micr 10 micrm e moela né até que ela atinja tamanho nanométrico e aí o nosso grupo dentro desse projeto que a Fapesp financiou então tem vários estudos que foram publicados então a gente vê que sim dá para para controlar o tamanho da partícula de forma a a ter uma liberação gradual liberação lenta E aí em princípio essa liberação deveria
a a coincidir com a curva de demanda né do do nutriente seria ótimo eh Então essa é uma abordagem então nós podemos agora preparar fertilizantes seja Para aplicação no solo ou para aplicação foliar para tratamento de semente em escala nanométrica algumas pessoas também tinham expectativa de que E essas partículas pudessem ser absorvidas de forma integral inteiras pelas folhas a a só que aí a gente a o limite de exclusão de tamanho é muito pequeno então as partículas Muito pequenas podem ser inteiramente absorvidas pelas folhas e a gente pode voltar nesse assunto quando a gente for
falar de absorção foliar de de nutrientes que é é um assunto que gera muita curiosidade né quando a gente fala de Suspensões concentradas então quando a gente pensa em nanopartícula óxido de zinco ferro cobre manganês eh ou até mesmo uma hidroxiapatita ou enxofre alimentar como a gente tava conversando agora H pouco eh nós estamos falando de uma dispersão nós não vamos chamar de suspensão concentrada mas uma dispersão coloidal porque o tamanho das partículas é pequeno então em princípio essas nanopartículas poderiam ser usadas na na nutrição de plantas uma outra abordagem eh que nós chegamos a
tocar mas não investigamos com profundidade por falta de de financiamento é que essas partículas elas tem propriedades como a gente estava dizendo no início que diferem dos mesmos materiais em escala micrométrica uma dessas propriedades é por exemplo a interação com a luz então tem nanopartículas que vão absorver um determinado comprimento de onda por exemplo azul ou roxo e vão emitir luz comprimento de onda vermelho verde Então ela absorve um comprimento de onda e emite outro comprimento de onda existem nanopartículas que fazem uma coisa que é contraintuitiva ela absorve vermelho que é um comprimento de onda
maior e vai emitir azul que é um comprimento de onda menor isso é chamado de Up conversion parece que é criação de energia né mas não é porque ela vai absorver por exemplo dois ou três fótons de vermelho e vai transformar esses fótons vermelho num fóton Azul então ela não cria energia o que ela faz é transformar a energia um comprimento de onda em outro então uma das coisas que nós queríamos investigar era se nós podíamos usar essas nanopartículas para modular o espectro eletromagnético que a planta recebe não para aumentar a taxa fotossintética poderia também
né porque a a luz não é um um limitante no processo produtivo no contexto brasileiro mas agora você imagina porque quando a gente fala de luz geralmente a gente pensa em fotossíntese mas a planta tem outros sensores como criptocromos fitocromos que vão dizer pra planta Olha a estação do ano está mudando você está sendo sombreada eh e aí o que a gente queria era induzir né a gente chama de raquear o metabolismo da planta enganando a planta então dizendo você está sombreada quando na verdade ela não está eh ou por exemplo o fito o O
criptocromo que é um um um sensor de luz azul é uma uma proteína que que absorve luz azul ela uma das respostas a luz azul é o espessamento de parede celular então assim será que se a gente aplicasse nanopartículas que absorvesse roxo ou infra ou ou ultravioleta transformassem isso em azul será que as plantas iriam a ah produzir paredes celulares mais espessas e e Quais as implicações disso quando a gente pensa em controle de patógenos ou produção de celulose eh mas aí a gente não não conseguiu o o financiamento para isso mas é uma coisa
que tá no radar que a gente quer fazer então tem des dessas aplicações mais óbvias que seria na nutrição de plantas como aplicações menos convencionais como essa que seria eh eh influenciar o metabolismo a a foto o fomet da planta até a liberação de substâncias transporte de substâncias então tem pesquisadores que vão tomar Nan partículas metálicas e eh como Ouro ou Prata e ancorar nessas partículas eh eh RNA ou DNA alguma substância para para fazer liberação dessa substância dentro da planta tem colegas que vão trabalhar com nanopartículas Ah poliméricas para fazer liberação controlada de de
defensivos e eh liberação controlada de óleos essenciais Então tem um potencial enorme de aplicação a maior parte da pesquisa feita até hoje eh nós fizemos um levantamento bibliográfico bem extenso mais de 1000 artigos um levantamento quantitativo a maior parte dos estudos H parece que tem um um um viés o tá mais interessado nos aspectos toxicológicos bom essas partículas têm propriedad que diferem do mundo macrométrico Ou micrométrico será que elas são tóxicas pras plantas Será que elas fazem mal Será que isso é perigoso para pros microrganismos E então a maior parte dos estudos a impressão que
a gente teve com base nesse levantamento estava investigando se as partículas eram tóxicas ou não e a gente chega a essa conclusão porque a as doses aplicadas não tem conexão com com doses agronômicas doses muito altas quando a gente pensa em em nutrição de plantas eh o o mesmo um potencial um potencial contaminação ambiental doses muito elevadas eh então isso tem eu vejo um potencial enorme de de aplicação Ah o que que a gente notou aqui que quando a gente fala de nutrição a as plantas são capazes de absorver nanopartículas Muito pequenas algumas delas são
absorvidas inteiras pelas raízes ou pelas folhas Então as plantas podem absorver e podem transformar eh por exemplo óxido de Sério que cério não é um nutriente mas nós vimos que as plantas podem absorvê-las inteiras e isso vai pra folha e vai pros Grãos da soja por exemplo óxido de zinco O que que a gente observou que quando aplicado seja nas folhas ou via raiz ele se dissolve e entra na planta no estado dissolvido cobre a gente também observou que a planta consegue absorver o nutriente cobre Mas a gente não detectou as nanopartículas dentro da planta
Ah eu você falou no início eu sou químico então eu trabalho com os agrônomos então eu costumo dizer o agrônomo já é um bicho mais aplicado né ele tá mais interessado no no resultado produziu ou não produziu e eu tenho vários alunos e colaboro com com os agrônomos então quando a gente fez testes em em casa de vegetação essas nanopartículas que eram capazes de fornecer o nutriente pra planta nós não observamos ganhos de produt atividade só que elas são muito mais caras do que por exemplo micropartículas Suspensões concentradas ou do que eh sulfatos eh sais
então assim do ponto de vista aplicado nós não observamos vantagem ainda não quer dizer que não vá ter eh Talvez o custo de produção dessas partículas vá diminuir eh eh Talvez nós não testamos as as partículas Ah que que vão dar resultados extraordinários eh tem e eh resultado na literatura que sugere né e não testei para ver se reproduz também né Nelson porque uma coisa é o que tá publicado né Outra coisa é se aquilo se reproduz Então são duas coisas diferentes e e eu eu sempre oriento os meus alunos a falar isso aqui tá
publicado isso não quer dizer que é verdade não tá isso então Eh precisa repetir para ver se eu se o resultado se reproduz Mas eu vejo muito potencial como na catálise já é uma realidade na medicina já é uma realidade e é uma questão da gente encontrar materiais que façam sentido para pra agricultura eh e e e essa possibilidade de modular o metabolismo fotom metabolismo da planta é uma coisa que me parece inovadora assim é é algo é o que que eu acho que vale a pena ser testado mson Espetacular Estamos esperando aí para como
agrônomos né p mais na aplicação são Engenheiros o engenheiro tá sempre preocupado com aplicação economicamente viável mas é interessantíssimo vamos ver se Futuro nos espera sim sim Udson e sobre a adubação foliar que que você destacaria em termos de de absorção pelas plantas n os mecanismos que elas usam para absorção foliar a gente não tem mais dúvida sabe que que as plantas são capazes de absorver nutrientes aplicados sobre as folhas eh Não há dúvida disso existem estudos com radioisótopos essa é uma das vantagens de trabalhar no centro de energia nuclear na agricultura e é é
poder usar esse esses radiotraçadores né tem toda uma infraestrutura para para isso então não há dúvidas eh que as que as folhas são capazes de absorver nutrientes as folhas não são o órgão especializado na absorção de nutrientes fato também as folhas são órgãos especializados em em absorver luz e fazer trocas gasosas mas assim como a nossa pele não é o órgão especializado em em absorver eh eh um fármaco a pele é capaz de de absorver então não há dúvida de que de que as plantas as folhas sejam são são capazes de absorver então tem des
de radiotraçadores que nós vamos aplicar por exemplo aqui na folha e medir a radioatividade lá nos GR ou nas raízes até imagens né usando fazendo autorradiografia então a gente vê o o elemento se redistribuindo na na planta a questão é que uma outra coisa que eu que eu aprendi com os agrônomos é que [Música] depende Depende muito da fonte depende do estágio fenológico da planta do do estágio de desenvolvimento da folha de ições atmosféricas de umidade que e de longe em termos práticos é um dos parâmetros mais importantes umidade relativa do ar é quem vai
definir se as coisas vão ser absorvidas ou não E então tem vários fatores que controlam aí a gente poderia dá para fazer um dia inteiro de aula só falando de mecanismos de absorção Mas vamos pensar assim cai a Gotinha ali na na na folha e essa gota e cont temm um nutriente eh seja um nutriente dissolvido na forma de sal complexo quelato ou um nutriente eh suspenso na forma de uma suspensão concentrada esse nutriente para penetrar na folha ele tem que tá dissolvido então nós estudamos bastante eh zinco e manganês aqui no grupo eh então
ele precisa est dissolvido a primeira barreira que ele vai encontrar é a cutícula e Cutícula não é tudo igual a espessura da cutícula Varia muito de uma espécie para outra eh eh tanto a espessura quanto a composição Então nós vamos ter café Citrus com cutículas mais espessas batata com a cutícula bem fininha e a a molhabilidade por causa da composição dessa cutícula também vai mudar né o ângulo de contato da da gota que que vai cair ali na superfície não mas vamos supor que a gente fez tudo certo porque ã acho que não sei se
a gente vai vai abordar isso você vai dar tempo mas a a questão é o nutriente está saindo do tanque numa forma que ele possa ser absorvido pela planta que tem muitas incompatibilidades com com os defensivos com com herbicida que a gente estudou aqui no grupo glifosato tem um mestrado Fantástico eh eh que é feito aqui no grupo A Bianca fez e e publicou os resultados o Igor tá fazendo mestrado agora tá estudando com o a interação entre eh manganes Zino com fungicidas porque eles podem reagir tá com com essas moléculas orgânicas e formar compostos
de baixíssima solubilidade que vocês chamariam de insolúveis eh eh baixíssima solubilidade Então mas vamos supor que não há mistura de tanque ou que nós estamos colocando uma fonte de nutriente que não não seja incompatível então ele tem que tá numa forma dissolvida então ele cai ali na cutícula precisa ter água a água é o veículo que no no no qual o transporte ocorre Então a primeira barreira é a cutícula Então essa barreira que tem aí de algumas centenas de nanômetros até alguns micrômetros o nutriente tem que atravessá-la parece que há duas vias de entrada pela
cutícula assim a gente chama de via lipofílica e via hidrofílica ninguém nunca viu essas vias não é que existe estricto senso Dois caminhos mas a os defensivos eles têm uma influência uma dependência muito grande do que a gente chama de volume molecular que é grosso modo o tamanho da molécula então eles aprendam apresenta uma dependência muito grande com o tamanho da molécula moléculas grandes vão demorar muito para atravessar moléculas pequenas atravessam mais rapidamente já os nutrientes minerais que que vão numa forma hidrofílica eh geralmente iônica eles eles têm uma dependência com tamanho mas bem menor
do que aquela que a gente observa no caso dos dos defensivos então isso leva a gente a postular que existem dois caminhos ou duas vias a via lipofílica e a via hidrofílica o que que é essa via e hidrofílica a cutícula Ela não é uma camada estanque ela tem poros ela tem falhas rachaduras esses poros se a umidade relativa do ar tiver elevada esses poros estão hidratados Então existe uma comunicação entre o líquido que tá dentro da folha e o líquido que tá do lado de fora da folha Por mais que você não esteja vendo
quando a umidade relativa do ar tá vada por exemplo próximo do ponto de orvalho a umidade relativa do ar ou se houver umectantes na formulação existe uma película da água recobrindo a cutícula então aquele nutriente ele tá no estado dissolvido é como se tivesse uma gotinha aqui do lado de fora se comunicando através desse pó hidratado com o apoplasto com a parede celular lá embaixo e aí por difusão o de fusão o nutriente ele penetra através da cutícula porque a concentração aqui do lado de fora é muito maior do que a concentração lá dentro e
aí a difusão o que que é eh a molécula ela tem vamos para efeito de de simplificação vamos supor que ela possa ir para cima ou para baixo então aqui do lado de fora tem um monte de de íon ou molécula contendo o nutriente mineral lá dentro tem menos então a concentração aqui do lado de fora tá da em aí nessa gotícula de de milhares de miligrama por quilo lá dentro tá da ordem aí de poucos miligramas por kilo ou litro né E então ela desce ela entra porque a probabilidade ela pode ir para um
lado ou pro outro aqui aqui do lado de fora tem muito mais né então ela acaba entrando Imagina assim que tem uma sala e nessa sala tem um monte de gente aí tem uma porta a gente abre a porta da outra sala não tem quase ninguém e a gente fala pras pessoas você pode fazer dois movimentos você pode ir para lá ou para cá e você volta daqui uma hora como as pessoas são obrigadas a se mover a tendência é que equilibre E aí quando equilibra você não percebe mais o o o fluxo líquido não
tem fluxo líquido e isso é é difusão É só uma questão de probabilidade eh e aí ele penetra por por difusão mas é incorreto dizer e eu já ouvi colegas dizendo aqui Ah então as plantas deficientes elas absorvem mais porque o gradiente vai ser ainda maior não é verdade essa esse Delta que a força motriz do processo de fusão ele é muito pequeno ele é muito pequeno porque a concentração aqui do lado de fora ela já é da ordem de milhares de milg por l e a concentração lá dentro é da ordem de poucos mgr
por l então numa planta deficiente essa diferença vai ser muito pequena Mas por outro lado o que a gente observa é que plantas deficientes Elas têm modificação na na morfologia da cutícula as cutículas ficam mais espessas e mais lipofílicas por exemplo os tricomas que são os pelos que também são portas de entrada para nutriente porque a cutícula dele é mais fina a composição da Cutícula é mais eh hidrofílica a densidade de de tricomas diminui a densidade de estômato diminui então nós já fizemos estudos de absorção foliar com plantas suficientes e plantas deficientes é nítido que
as plantas deficientes absorvem menos ou seja a nutrição foliar que poderia ser usada pra correção de uma deficiência não deveria ser usada PR correção de deficiência porque se você tá usando nutrição foliar para corregir deficiência é porque você não tá fazendo análise de solo olha no nível que a gente tá se você tá investindo dinheiro em nutrição foliar você não deveria deveria fazer análise de solo e adubar o solo corretamente então talvez uma das principais mensagens da nossa conversa aqui hoje é que nutrição foliar pode dar resposta ela não substitui a dução do solo ela
se populariza Talvez nos Estados Unidos e ali na Espanha em condições de de solo alcalino Mas é porque o solo lá é alcalino não tem o que fazer a deficiência de micronutriente como ferro zinco ela é crônica não é o caso do Brasil Então não é o caso aqui eh então a du planta bem nutrida absorve mais e as chances de resposta ah são são maiores Então a primeira barreira de entrada São são é a cutícula pode entrar via estômato pode o ângulo de contato da Gota para ela penetrar via estômato é uma coisa crítica
por causa da tensão superficial Então não é a principal via de entrada a principal via de entrada é é a cutícula tricomas né então a cutícula dos tricomas e e por fim estômatos mas a contribuição dos estômatos é pequena e aí como é que a gente sabe isso porque você pode fazer experimentos de difusão em cutícula retira a cutícula né então tem folhas que tem que tem estômato tem folhas que não tem estômato né dependendo da face e eh e aí se observa que o ganho de coeficiente de difusão o ganho na difusão não no
coeficiente o ganho na difusão total é é marginal e falei demais né mas mas é mais ou menos isso Espetacular agora Udson você tá quebrando um paradigma de nós agrônomos hum porque o que a gente sempre aprende não é é que claro a boca da planta falando grosseiramente é a raiz sim agora a gente sempre achou Ou pelo menos eu sempre achei que uma planta deficiente né de zinco por exemplo se aparece ou se você sabe a dução fher teria mais possibilidade de resposta na deficiência tá e não é isso né que que você encontrou
no se nos seus trabalhos né ou que você que isso é muito interessante isso é uma quebra de paradigma e acredito que para muitos e muitos agrônomos não não não não só o nosso grupo tem tem outros grupos também que observaram a mesma coisa eu costumo dizer o seguinte eu falo com com os alunos aqui o nosso trabalho é testar a hipótese então é é uma hipótese elegante faz sentido você dizer assim não ela tá deficiente ela deveria absorver mais por várias razões porque ela precisa do nutriente porque a diferença de de gradiente de concentração
vai ser um pouco maior eh eh negligenciável mas mas a estricto senso numericamente matematicamente é maior mas não é o que os dados mostram não é o que os dados mostram então Eh elabora essa hipótese desenha um experimento testa essa hipótese E aí a hipótese ela é refutada ou ou confirmada e a ciência avança Não claro é isso que a gente faz é isso aí é a roda da ciência né exatamente tal testa agora uma pergunta diz estatístico que diz o seguinte tem um um que nós acreditamos em Deus todos os outros Tragam dados Então
o que os dados mostram o que os dados mostram é que ela absorve menos quer dizer que a possibilidade de resposta aí é uma hipótese M talvez não sei a possibilidade de resposta a uma adubação foliar ocorreria numa cultura bem suprida de por exemplo zinco cobre estou certo então nós fizemos um um levantamento de dados a gente tem feito bastante metadados análise de metadados que é pegar assim tem muito artigo publicado você fez doutorado Você sabe contar experimento é difícil e caro e então a gente tá tentando aprender com com grandes volumes de dados o
que a gente observou então n foram 200 poucos artigos que avaliaram a dução foliar com zinco e manganês que tem um mestrado sendo feito aqui agora com com Zin manganês Eh que que a gente observou que quando a gente pega as fontes e tenta verificar assim ah deu resposta positiva em termos de produtividade a gente não encontra correlação com fonte não encontra e deixando claro que correlação nem sempre implica em causalidade mas não encontra correlação com fonte ah com dose também não deu correlação com dose Mas tem uma coisa interessante que a gente observou que
eh tinha correlação com número de aplicações então quando as os estudos parcelam as aplicações aumentava a chance de resposta positiva aí o o que que o que que eu acredito que aconteça ah a planta Tá bem nutrida então Solo Solo bem adubado só que os nutrientes minerais eles podem por exemplo micronutrientes como zinco manganês dependendo do estágio de desenvolvimento da planta por mais que o solo esteja bem adubado ele pode ser o limitante do processo de produção se ele for o limitante do processo ao é menor do que a planta bem nutrida Então imagina uma
situação em que a planta está bem nutrida e você tá num num eh por exemplo num estágio de fluoração em que a demanda a capacidade dela de produzir foto assimilados é elevada a demanda por fotoassimilados é elevada E aí manganês ou zinco ou cobre estão sendo os limitantes do processo de de produção ela pode fazer mais foto assimilado ela tem nitrogênio ela pode fazer mais aminoácido sintetizar mais aminoácido mas por exemplo o zinco que é um cofator da produção de de cina e metionina ele não está na quantidade em que ele poderia estar então ele
é um gargalo do processo na Química a gente diz o seguinte que o reagente que está em menor concentração é aquele que limita a velocidade das reações então ao suprir esses micronutrientes e que eu acho que empiricamente muito experimento todo produtor faz experimento consultor faz experimento empresa faz experimento e e na universidade faz experimento então assim Vocês acabaram encontrando momentos em que a planta responde Ah faz adubação com zinco em em V com manganês em v4 em V6 na floração porque é muito provável que sejam aqui aqueles momentos em que se você aplicar aquele elemento
aquele elemento estava sendo o limitante da velocidade dos processos é como uma via numa autoestrada que por exemplo aqui na Bandeirantes quatro pistas Aí põe uma só o que que acontece forma um engarrafamento aí você abre as vias E aí o fluxo continua não tá faltando carro faltando via Eu costumo dar como exemplo também linhas de produção imagina uma linha de produção de veículo que tem potencial para produzir um certo número de veículos por hora e aí tem um robô que faz uma determinada operação muito rápido e aí aquele robô quebra e agora eu tenho
que fazer aquela operação manualmente então eu passo a ser o limitante da velocidade de produção da linha então ah nutrientes minerais e em quantidades pequenas podem estar travando essas vias ah fisiológicas tanto que às vezes a gente fala em nutrof visi olia por isso que algumas pessoas falam Ah ele ele ele abre ou destrava rotas fisiológicas eh é é por causa disso mas a planta deficiente absorve menos pela folha se você tiver numa situação de deficiência e aplicar via foliar essa deficiência Talvez seja corrigida mas não é não é não é ideal trabalhar dessa forma
sendo que você pode adubar via solo e usar o foliar para extrair o máximo que a planta pode oferecer agora a gente tem tem muitos estudos nas universidades avaliando dose avaliando fonte mas nós temos menos estudos em termos relativos avaliando o efeito dos momentos né Eh qual é a hora de aplicar talvez até porque infelizmente os nutrientes ainda pegam carona nos defensivos então muitas vezes o o momento de aplicação do nutriente coincide com o momento de aplicação do defensivo talvez não seja o o momento mais adequado pra planta é o que o o professor tem
um colega aqui que ele costuma dizer que o professor malavolta falava né que a planta tá sempre certa então a gente precisa contar pra planta né Qual é o o o melhor momento de de fazer a aplicação uma curiosidade que todos T que você estudou eu sei os resultados são muito interessantes sobre as fontes né hoje se aplica Fontes foliares que lat se aplica sulfatos se aplica óxido de Zino que na nossa linguagem não é solúvel né acabam sendo Suspensões que que você pode nos falar sobre as fontes e eu posso te dizer que sais
como sulfatos cloretos nitratos complexos com aminoácido ácido cítrico ou outros carboidratos quelatos com edta e até as Suspensões concentradas por exemplo óxidos de zinco são absorvidos são absorvidos nós nós não temos dúvida a questão eh eh é a velocidade a velocidade absorção muda quando a gente fala de sais como sulfatos nitratos cloretos ou complexos eatos a velocidade entre eles é bem parecida tem uma ordem mas a velocidade é bem parecida quando a gente pensa nos óxidos carbonatos a velocidade é mais lenta porque ele é dissolvido do lado de fora da folha para entrar e teve
inclusive um mestrado e que foi defendido esse ano feito em parceria aqui com sen ES em que nós pegamos um óxido de zinco óxido de zinco Ah não antes de falar desse mestrado Porque nós já havíamos testado óxido de zinco aqui e avaliado durante eh 48 Horas medindo com espectrometria de Raio X e nós não havíamos detectado a absorção nós não tínhamos conseguido detectar a absorção e foi isso que a gente escreveu no artigo não foi que não era absorvido é que se ele tivesse sido absorvido a concentração de zinco estava menor do que o
nosso limite de detecção porque em químico você nunca se você me der um copo deágua que fala assim ah tem chumbo aqui e eu faço uma análise e eu não detecto a gente não pode falar não tem se estiver ela está abaixo de tantos microgramas por lro é a forma correta de reportar o resultado porque depende do método que você usou e aí nós não havíamos detectado e mas tin várias pessoas que reportavam resposta positiva em termos de crescimento da planta então o que que nós fizemos nós pegamos esse zinco óxido de zinco mandamos para
um reator nuclear que tem lá em São Paulo no Ipem E aí ele sai do reator nuclear entra a amostra no reator nuclear a gente fala que ele sai quente o Zin 64 o isótopo 64 vira ele se transforma em Zin 65 que é radioativo eh e aí a gente aplicou Fizemos a mesma coisa com Sulfato de zinco também então nós aplicamos sulfato de zinco na soja e o O óxido de zinco aplicamos nas folhas eh nos três primeiros a trifólio e e depois a algumas semanas três semanas depois nós retiramos a raiz o os
trifolios que receberam o tratamento e os trifolios que apareceram depois e e depois chegamos à produtividade também então nós encontramos zinco R ativo na raiz nós encontramos zinco radioativo nos grãos e nas folhas que não receberam tratamento então é uma demonstração inequívoca de que ele é absorvido e transportado mas nós medimos também usando um outro método a a velocidade e absorção então enquanto sais complexos e quelatos vão ter a gente chama de tempo de meia vida de absorção então tempo para que 50% do tratamento seja absorvido ou que 50 daquela do do do processo ocorra
né e da ordem aí de Depende muito da formulação tá Nelson não é só da fonte formulação afeta demais eu diria que a formulação é mais importante do que a fonte eh da ordem aí de dezenas de horas até alguns poucos dias de tempo de meia vida a o tempo de meia vida do processo para para Suspensões concentradas e nós não avaliamos muitas tá eh eh eh avaliamos algumas poucas por isso eu não posso falar sobre produto comercial é da ordem de algumas semanas duas a três semanas para 50% do produto se absorvido Então ela
é uma fonte de liberação mais lenta aí a pergunta que todo mundo me faz agora é mas e se chover aí é o que em inglês é chamado de Rain fastness né pros defens tem né Ah se você aplicar pode chover com 6 horas com 12 horas você não precisa aplicar de novo pros nutrientes minerais eu nunca vi isso no nos rótulos Ah você pode aplicar a gente garante que foi absorvido x horas depois aí tem um aluno nosso aqui e porque aqui em piracicab eu coordeno o grupo de estudos de fertilizantes especiais em nutrição
aqui na escola tem a tradição dos grupos de estudo né E que são grupos que os próprios alunos organizam administram E aí tem um aluno né nesse grupo Gustavo faz graduação aqui na exal que montou um sistema para simular chuva eh e a gente tá avaliando o efeito da chuva né Quanto tempo depois pode chover qual o volume de chuva para essas várias Fontes né para ver se lava se não lava eh é um processo aí ele tá na fase de testar Então o ano que vem Deus ajudando nós vamos ter bastante resultado legal sobre
Ah eu aplico um sal quanto tempo depois pode chover aplico um complexo e outra coisa eh que tem os sites de laboratório e tem os produtos comerciais que aí Tem empresas que tem bons químicos que vão colocar eh adesivo Vão colocar octante que vão colocar produtos que vão desestruturar a cutícula e vão fazer com que o processo de absorção seja acelerado então a gente precisa tomar cuidado de comparar produtos comerciais com produtos de laboratório eh eh os produtos comerciais geralmente tem performance melhor do que o produto de laboratório sal de laboratório né o sal pa
e a a performance também é bastante diferente entre um produto comercial e outro na próxima terça às 18 horas você assistirá a segunda parte desta entrevista até lá n