SAÚDE MENTAL INDÍGENA NO INTERIOR DO AMAZONAS | DRAUZIO EM CAMPO: AMAZÔNIA #1

8.47k views1710 WordsCopy TextShare
UOL Prime
No primeiro episódio da série “Drauzio em Campo: Amazônia”, Drauzio Varella visita São Gabriel da Ca...
Video Transcript:
e aí e aí eu escrevi dois alunos que tiraram a próxima até hoje eu não consigo entender o que que aconteceu porque eles podem ser aluno problemático eles podem ter envolvimento com droga com alcoolismo ele tem problema dele mas aqui na escola em sala de aula eles são alunos participativos e e aí e aí e aí e aí e aí [Música] e aí e eu estou em são gabriel da cachoeira no alto rio negro a última cidade antes das fronteiras com a colômbia ea venezuela no meio das florestas mais preservadas do brasil [Música] e já
faz 12 anos que eu não venho a são gabriel oi voltei para cá para tentar entender porque a cidade tem hoje um dos maiores índices de suicídio per capita do brasil e esta região é chamada de cabeça do cachorro o nome se deve ao desenho que a linha formada pelas nossas fronteiras traça no mapa a cabeça do cachorro faz parte do município de são gabriel da cachoeira que abrange 200 mil quilômetros quadrados a maior parte da população do município pertence às 23 etnias que vivem no alto rio negro cada uma delas com seus costumes e
dialetos próprias e e eu tenho muito sonho né de ser uma liderança de conduzir um grande o povo do rio negro tenho sonhos particulares ao mesmo tempo também tem um sonhos coletivos tem que ser a questões particulares é apenas um motor pina pretendo me tornar professor de informática talvez eu me torne um grande empresário também eu já te enchi uma meta minha que seria de fazer uma faculdade porque no meu ensino médio meu maior sonho era ser jornalista só que o medo digamos assim acabou me dominando porque o medo era maior de eu sair do
meu município e atrás do meu sonho o meu maior sonho é que as pessoas os jovens te perder sem esse medo de buscar novos conhecimentos e atrás dos seus objetivos [Música] e eu estou na sede da foirn federação das organizações indígenas do rio negro fundado em 1987 para segurar a demarcação das reservas e preservar a cultura indígena da região a [Música] é aquele não tá vendo essas fotos aí de colégios dos colégios salesianos com os alunos indígenas para vocês jovens o que isso representa então é difícil um pouco de interpretar isso o que que significa
ou lembro nossos pais né mas quando eu vejo assim os salesianos e ele trouxe uma coisa boa né de poder escrever a gente poder falar língua portuguesa mas também eles nos reprimiu muito nem questão de nossa cultura a nossa língua ela foi morta pelos salesianos né e os meus pais eles falam a língua deles materna não mas eu já não falo né se a sua mãe te ensinou a se comportar como branca ah não não falar língua natal da família que problema gerou na tua identidade quem é você hoje como é que você se sente
assim eu tomo indígena mas não me sinto aquela lá indígena tradicional mas eu mandei o medo a minha alimentação o meu modo de viver mas a minha língua eu já não tenho isso meu dialeto né e aí e em são gabriel é impossível não ficar encantado com a beleza do rio nas praias de areia branca das montanhas e da floresta viva g1 e mais além disso cartão postal são reveladas as sequelas de um processo de colonização que gera um choque muito grande entre as culturas e desencadeia na população indígena uma perda irreversível de identidade é
um choque que pode provocar consequências trágicas e e aí oi professora você da aula nessa escola quando eu estou há cinco anos ajudando aula e durante esses cinco anos algum aluno ou aluna suicidou eu tive dois alunos que tiraram a própria até hoje eu não consigo entender o que que aconteceu porque eles podem ser aluno problemático eles podem ter envolvimento com droga com alcoolismo ele tem problema dele mas aqui na escola em sala de aula eles são alunos participativos esse último caso que aconteceu em junho com a menina kailane né eu senti uma queda na
aprendizado dela aí eu peguei a chinela em particular ela tava ali na fila aí eu fui lá kailane o que que aconteceu fui eu pegou 10 minha filha que eu não fez nada ela só sou eu quando fui pedir para ela vai fazer foi quando eu vi o discurso dela tava tudo cortado e ainda tava sangrando tava sangue ver esses cortes são muito frequentes aconteceu esse homem a gente teve chegou da década de 40 e 50 alunos foi muito pouco eu não perdi minha filha mas aí quando eu lembro e o que aconteceu com a
menina com a kailane né que eu penso que poderia até conselho com a minha filha a gente só porque antes a gente ser professor de qualquer de ser qualquer profissionalmente a ser humano a gente é mãe e quantos filhos você tem eu tenho sim cinco filhas já kailane que número terceiro ela era segunda a segunda-feira era assim uma menina expansiva alegre ela era uma menina muito alegre sorridente se dentro de criança brincalhona e você voltou algum tipo de comportamento dela que 10 ideia de que ela andava deprimida triste chateada não porque ela tinha uma caixinha
de som dela que ela bota rádio música começa a brincar com os irmão dela ela não era uma dessas de ficar assim trancada no quarto não e quando você soube da notícia onde é que você está porque quando fui eu mesmo que tirei ela do eu desmanchei a corda do pescoço dela é porque para mim minha filha ela vai criança bom e era né que 14 anos eu criança foi bom ter falado isso é melhor botar para fora aqui para aqui dentro que se mais leve que só isso que eu tenho a dizer assim vai
desculpando se eu falei um ótimo um ótimo e posta um abraço obrigado a a coragem é uma mulher forte mulher muito forte olá meus filhos para criar e vai criar bem tenho certeza é e pode levar um pouco de água e e aí e as fases em que ocorrem as grandes transformações que na passagem da infância para adolescência podem desencadear quadros depressivos que muitas vezes levam a atitudes extremas nós precisamos estar atentos para entender e amparar os nossos jovens ajudá-los a buscar boas perspectivas de futuro e incentivar o seu amor pela vida e eu acho
que eu uma força que motivo jovem é querer progredir na vida de enxergar um futuro jovens indígenas aqui sentem essa esse essa necessidade sente bastante porque aqui a gente não tem não tenho é o nosso próprio governo municipal e não estimula aí e muito se ficam aqui já desisti não dá mais vontade de ouvir ver né os meus pais me cobram um trabalho eu tenho que ser dependente eu não consigo dar uma uma boa vivência para minha família em questão de financeiro e fica triste estimula também questão de suicídio bastante e que tipo de ação
vocês têm por jovens para tentar manter essa chama acesa em uma rede de comunicação que funciona que a radiofonia é uma boca de ferro não se coloca lá e todo mundo tá ouvindo e começa agora informativo da rede de comunicadores indígenas do rio negro e hoje a gente tem o prazer de estar aqui com eu tô aqui com a gente ele vai falar agora um pouco assim para dar o início o que ele veio fazer dessa vez aqui no nosso município de são gabriel da cachoeira qual é a missão dr prazer estar aqui com vocês
e dessa vez não adianta para fazer um documentário e esse documentário é para falar justamente dos desafios que nós temos nessa região e eu sempre procuro mostrar a área da saúde que a minha área de interesse particular o quê que vocês acham que essas esses casos de suicídios que nós tivemos aqui você que explicação vocês estão para isso a nossa conta indígenas a gente acaba tendo um impacto cultural e onde praticamente discute impacto impacto cultural que eu posso dizer um exemplo bem claro que hoje a gente pode dizer que para a gente sobreviver a gente
tem que ter dinheiro dizer se eu não tenho vamos dizer assim eu tô para baixo e outro para fora e o suicídio começou aqui tanto é que ela tem repercutido que a gente fala dentro das nossas próprias terras indígenas hoje bom o suicídio é muita das vezes as pessoas as pessoas os jovens acabam fazendo isso porque ela se sentem abandonados elas não sabem o que faz fazer um momento de desespero eu fui um desses jovens e eu já tentei o suicídio móveis saudade de você te acho que eu tinha uns 14 anos e é porque
eu estava sofrendo bullying foi um dos motivos é para eu tentar era muita dor para mim e eu não podia falar para minha mãe eu só peguei a cordas e tentei só que eu não consegui o suicídio seria uma coisa bem inexplicável mas que teria que ser uma porta levantada por todos abraçada vamos dizer assim porque a vida é a vida que importa né vamos dizer solucionar toda a forma de vida é importante na vocês como jovem tem esperança de um futuro melhor eu acredito nessa nessa evolução sabe e a esperança é levada através do
conhecimento através da palavra da conversa eu acredito bastante na esperança também na mudança né mas sempre pensando na coletividade é no povo o olhar de jovem me encanta e me deixa sonhar junto com eles e acredito se não mudança em são gabriel da cachoeira está a1146 km de manaus uma distância maior do que de são paulo a porto alegre e aqui a imensidão do território dificulta muito acesso de grande parte da população indígena a tratamentos de saúde e a benefícios sociais como bolsa família ea aposentadoria esses deslocamentos muitas vezes encadeiam situações dramáticas esse é o
que vamos ver no próximo episódio e aí é normal
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com