Sorvetes, salgadinhos de pacote, bolachas recheadas, margarina, frituras em geral, macarrão instantâneo e tudo aquilo que fica pronto em 1 minutinho no microondas. . .
Todo mundo sabe que nada disso é saudável, certo? Mas por quê? Bom, estes alimentos sofrem vários processos industriais.
E entre os muitos aditivos químicos, estes produtos tem um tipo de gordura que você com certeza já ouviu falar, mas não deve saber exatamente o que é. Isso aí, o vídeo de hoje é sobre gordura trans. Mas o que que é gordura trans no fim das contas?
Elas são gorduras feitas a partir de um processo industrial chamado hidrogenação. Nele, o óleo vegetal é bombardeado por moléculas de hidrogênio que, junto com um ambiente de alta pressão e um catalisador metálico de níquel em pó, muda a estrutura do óleo, transformando ele de líquido para uma gordura sólida. Por isso a gordura trans dos alimentos industrializados também é chamada de gordura vegetal hidrogenada.
Essa gordura vegetal hidrogenada não existe na natureza. Mas por que a indústria alimentícia adiciona este tipo de gordura nos seus produtos? Porque ela é uma substância que realça o sabor, além de ser muito barata, diminuir os custos para as empresas e ajudar a aumentar o prazo de validade dos alimentos.
Graças a essas características, ela foi (e ainda é) adicionada a vários alimentos industrializados, mas a verdade é que ela também faz mal pra saúde. E pra entender o porquê, precisamos falar sobre o “trans” da “gordura trans”. Simplificando muito, existem dois tipos de gorduras insaturadas.
A gordura cis e a gordura trans. A gordura cis é a gordura mais abundante na natureza, é aquela que nossos corpos estão acostumados a processar. Ela é assim: A gordura trans quase não existe na natureza, e ela é assim: É simples.
A forma da molécula de gordura é a única diferença entre as duas. Mas essa pequena diferença é suficiente para que o nosso corpo não esteja adaptado para lidar com as gorduras trans, e é por isso que nas últimas décadas muitos estudos científicos foram feitos para entender melhor os efeitos das gorduras trans na nossa saúde. Um desses estudos, feito pelos pesquisadores Clarke e Mozaffarian das universidades de Harvard e de Oxford, concluiu que quanto mais gordura trans uma pessoa consome, maior a chance dessa pessoa ter doenças de coração.
Um outro estudo, liderado pelo cientista Frank Hu, feito com mais de 80 mil mulheres e publicado no The New England Journal of Medicine, demonstrou que as mulheres que mais consumiam gorduras trans tinham em torno de 40% mais chance de desenvolver Diabetes tipo 2. Além disso, elas aumentam os níveis de LDL - o colesterol ruim -, e diminui os níveis de HDL - o colesterol bom -, além de interferir nos níveis de triglicerídios e favorecer o acúmulo de gordura abdominal! São bons motivos para tomar cuidado, né?
Uma grande dica para saber se o que vamos consumir tem gorduras trans é prestar atenção no rótulo quando formos comprar algum alimento industrializado. Segundo a legislação brasileira, é obrigatório que essa informação apareça na tabela de informações nutricionais… mas cuidado! Nessa tabela aparece a quantidade de gordura trans por porção, que na maioria das vezes não é tudo que tem dentro do pacote!
E produtos com até 0,5g de gorduras trans por porção podem se dizer “zero gorduras trans”. Estranho, né? Mas infelizmente é assim que funciona.
Então a maior dica que podemos dar para evitar o consumo de gorduras trans e melhorar a sua alimentação de uma forma geral é evitar consumir alimentos industrializados. Trocar a margarina por manteiga, tentar usar azeite de oliva ou óleo de coco ao invés dos óleos mais tradicionais e cozinhar sua comida ao invés de ir no fast food da esquina são bons exemplos do que pode ser feito hoje para diminuir o consumo de gorduras trans! Então vamos lançar um desafio: passar dois dias “zero gordura trans” por semana, prestando atenção em tudo que estão consumindo!
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