[Música] Oi pessoal então hoje a nossa aula é sobre modernismo quer dizer chegamos finalmente ao século XX e vamos falar sobre o Modernismo no Brasil o Modernismo da primeira fase chamada de fase de destruição momento Demolidor que vai de 1922 a 1930 e o Modernismo no Brasil vai ser inaugurado digamos assim com Semana de Arte Moderna né fevereiro de 1922 que na verdade não foi exatamente uma semana né acabou se reduzindo a apresentação a três dias devido ao tumulto que eles fizeram mas esse tumulto acabou gerando eh exatamente o que se queria né A Proposta
daqueles modernistas era de trazer eh uma discussão em torno desta arte moderna em torno né disso que estava acontecendo no mundo e que estava chegando no Brasil e eles conseguem isso um outro dado Fundamental e interessante é que talvez em nenhum outro momento da história né da da arte da humanidade enfim tem havido assim uma união tão grande entre as diferentes manifestações artísticas porque na Semana de Arte Moderna estavam envolvidos né pintores escultores eh músicos escritores eh enfim tu tinha assim todas as artes estavam naquele momento né conversando eh falando da Necessidade que se tinha
de de mudar né a necessidade de se criar uma estética nova já que a realidade estava diferente a gente não pode esquecer que eh O Mundo Mudou principalmente a partir de 1914 com a Primeira Guerra Mundial Tu tem uma Europa completamente destruída devastada e aquela arte né a clássica tradicional acadêmica não corresponde mais à realidade e aí então a necessidade de mudança e e essa discussão chega ao Brasil em 1922 com a Semana de Arte Moderna aliás um ano né importante porque em 1922 nós estávamos exatamente comemorando 100 anos de independência do Brasil 1822 Mas
a questão era bom estamos comemorando 100 anos de independência política ótimo beleza mas quando é que nós vamos proclamar a nossa Independência cultural Quando é que nós vamos encontrar né uma arte que seja de fato a nossa cara então Essas eram as discussões né que aconteciam ah na Semana de Arte Moderna e no entorno que foram provocadas pela pela semana eh eu costumo dizer o seguinte e existem três pontos três características fundamentais que se vocês lembrarem vocês vão entender todo este momento então vejam só em termos de características a primeira coisa era o seguinte rompimento
com o passado quer dizer havia a vontade a necessidade de se romper com tudo aquilo que tinha sido feito até então né como eu disse aquela arte tradicional acadêmica aquilo não interessava mais mas como fazer isso como quebrar os símbolos como romper com tudo aquilo que até então era sagrado a postura desses modernistas era sempre uma postura de deboche de ironia de sarcasmo então através da paródia através da piada era possível desconstruir né aqueles mitos eh romper com aquela com aquela tradição com aquela com aquela linguagem que representava tudo isso então assim no momento que
um autor faz a paródia de um texto eh clássico conhecido e é óbvio que que a pessoa reconhece né E tu lembra daquilo mas a paródia traz uma leitura nova se tu pensares por exemplo na ah paródia da canção do exílio né que o oswal Andrade faz então ele atribui um sentido novo ele te leva a ver aquilo de uma forma diferente Então essa era uma das atitudes desses modernistas e uma das características mais importantes além disso a orientação revolucionária A ideia era mudar e a mudança não se faz aos poucos ela tem que ser
radical havia a por parte desses modernistas a a ideia de conhecer a proposta das vanguardas aqui talvez o calcanhar de Aquiles já porque eles muitas vezes eram acusados de copiar o que tava sendo feito na Europa mas a ideia era conhecer e talvez né propostas dos movimentos de Vanguarda futurismo cubismo expressionismo surrealismo dadaísmo enfim são os movimentos de Vanguarda que acontecem na Europa e que vão ser eh absorvidos por esses modernistas não copiados né mas assim algumas daquelas propostas vão ser adaptadas paraa realidade brasileira e aqui três pontos são fundamentais primeiro a liberdade de expressão
Como diz Manuel Bandeira Estou farto do lirismo comedido do lirismo comportado eu quero o lirismo dos loucos então eu não quero mais saber daquela prisão da poesia parnasiana por exemplo da métrica da rima eu quero poder né cantar verdadeiramente Sem Limites então uma liberdade de expressão a utilização do verso livre a tematização do cotidiano de novo Manuel Bandeira Diz O Que Me Importa a paisagem A Linha do Horizonte se o que eu vejo é o beco pra janela e tá aqui é a realidade é o dia a dia são as coisas medíocres mas isso é
a vida e trazer essa vida pra arte e claro que se tu vai falar das coisas simples do dia a dia tu tem que usar uma linguagem adequada então a valorização a utilização de uma linguagem coloquial quer dizer trazer pra arte pra literatura a língua viva a língua né que se usava na época então isso reflexo das propostas das vanguardas e que fez felizmente né fazem parte né da nossa literatura até hoje como conquistas daqueles modernistas e o terceiro ponto gente a busca de uma expressão Nacional até eh um daqueles modernistas foi perguntado Na época
na Semana de Arte Moderna o que que é que eles queriam com todo aquele tumulto com toda aquela bagunça que estavam acontecendo e a resposta dele foi olha o que a gente quer eu não sei mas nós sabemos o que nós não queremos quer dizer nós não queremos a arte tradicional acadêmica e o que que nós estamos propondo eu não sei nós nós vamos construir nós estamos buscando uma arte que seja capaz de expressar a alma brasileira que não seja cópia dos movimentos europeus Então dentro deste momento por isso que surgem né aquelas tendências dentro
do modernismo da primeira fase uma tendência nacionalista do verde amarelo do Anta a tendência primitivista do Pau Brasil da antropofagia Então a gente tem esses movimentos porque grupos de de autores vão dizer Olha eu acho que a nossa expressão está lá no nacionalismo Claro no nacionalismo crítico mas valorizar as coisas nacionais outros vão dizer a gente tem que resgatar o primitivo né o índio a gente tem que ir lá trazer isso à tona outros vão valorizar a cultura popular o folclore os mitos as lendas ali está a alma do povo brasileiro então esses elementos serão
valorizados por esses modernistas então então vejam bem para explicar né o movimento modernista da primeira fase esses três pontos gente o rompimento com o passado a postura revolucionária né a influência das vanguardas e por fim a busca de uma expressão genuinamente nacional com relação aos autores Nós temos dois nomes fundamentais o primeiro deles osval de Andrade o oswal era assim e o mais ousado mais irreverente eh foi justamente ele que propôs né os movimentos Pau Brasil antropofagia eh era um líder Nato mesmo né com ideias surpreendentes e o osval de Andrade em termos de obras
ele vai eh escrever um livro de poesia chamado pau brasil A ideia era nós precisamos fazer uma poesia de exportação porque a gente só né importa agora entender o seguinte o que que é né eh se nós vamos exportar alguma coisa primeiro esse produto tem que ser genuinamente Nacional mas com padrão internacional então na poesia do Pau Brasil o que que ele faz o tema é a história e a cultura brasileira elementos da cultura brasileira então um elemento um artigo genuinamente Nacional mas isso tratado com uma linguagem um padrão internacional então utilizando as técnicas da
de vangu Guarda um texto muito mais fragmentado eh a utilização da paródia né Então as técnicas propostas pelas vanguardas e E é isso que nós vamos encontrar no livro de poemas chamado eh Pau Brasil no que diz respeito à prosa ou ao romance Nós temos dois exemplos também que é o memórias sentimentais de OM Miramar e Serafim Ponte Grande mais uma vez a proposta teórica era romper com o passado romper com a noção que se tem de romance então um antir romance quer dizer textos que misturam a a diferença entre poesia e prosa misturam eh
registros linguísticos diferentes tipos de textos inclusive de narradores né quer dizer cria às vezes um texto aparentemente sem pé nem cabeça mas essa era a ideia Já que era romper com a tradição nós vamos encontrar isso tanto no memórias sentimentais de João Miramar quanto no Serafim ponte grande quer dizer uma espécie de antir romance a gente tem aqui eh em termos de de assunto eh um olhar pra burguesia Paulistana da época né o memórias sentimentais o nome já diz eh a história a vida do João Miramar e ele vai contar pra gente a as as
memórias os acontecimentos que ficaram guardados nas suas memórias sentimentais então ele vai procurar abordar isso com com aquele olhar eh muitas vezes uma linguagem muito mais poética eh de momentos não tem uma linearidade assim ele lembra de fatos é quase como se né a memória acendesse uma luz e ele lembra de um fato aqui depois ele lembra de outro aqui e ele usa uma linguagem que procura traduzir justamente as Sensações os sentimentos vivenciados então isso também marca né uma uma quebra numa narrativa eh tradicional no Serafim Ponte Grande também a gente vai acompanhar As Aventuras
desse personagem que é um personagem que se rebela contra o mundo burguês e vai viver uma aventura né em prol dos dos dos Amores das realização dos Prazeres mas tudo isso narrado né com com texto diferenciado com mistura de registros de repente tem um um artigo de jornal daqui a pouco aquele romance vira uma cartilha escolar daqui a pouco tem um uma espécie de diário quer dizer ele ele mistura os textos né então lembrando a ideia sempre é romper né com o passado e com a narrativa tradicional Bom isso o oswal de Andrade no que
diz respeito ao Mário de Andrade e aqui gente Vale lembrar eles não são parentes né mas a dobradinha era fantástico os dois principais nomes da literatura Modernista da primeira fase eh como eu disse o o oswal era um cara extremamente irreverente ousado o Mário um pouco mais discreto mas eh o grande nome do modernismo assim chamado de o Papa do modernismo a figura teórica quer dizer era um estudioso né uma formação Impecável ele era Maestro eh ele escreve poesia romances crítica de arte Ele é especialista em folclore bom uma assumidade né intelectual e portanto o
cara que buscava o embasamento teórico para aquelas ideias né piradas do Oswald Andrade no que diz respeito à literatura especificamente eh os textos deles giram em torno basicamente dois temas a gente tem um autor apaixonado por São Paulo então São Paulo a São Paulo dos anos 20 a gente tem um Brasil que né Eh que se desenvolve se industrializa e São Paulo é um caldeirão em efervescência então o desenvolvimento da indústria a chegada dos Imigrantes essa né A cham nés das fábricas a as mudanças pelas quais passam essa cidade vão interessar o olhar do Mário
de Andrade e ele vai tratar disso tanto na poesia quanto na prosa Além disso ele vai estar também vinculada à proposta da antropofagia né então ele também tem uma poemas e e e e textos escrito em prosa eh ligados à essa coisa dos mitos das lendas do folclore então esses são os temas fundamentais no que diz respeito às obras a gente tem assim eh policea desvairada o nome já diz tudo né quer dizer essa São Paulo enlouquecida poemas que falam né sobre as transformações de São Paulo dos anos XX eh clado jabuti também pelo título
eu já consigo associar né a a temática da antropofagia quer dizer o resgate dos mitos das Lendas tá do primitivo na prosa a gente tem a mar verbem transitivo que é Ah uma crítica que ele faz à família burguesa Paulistana né a hipocrisia reinante então nós temos a a a chegada da de uma Imigrante da de uma alemã frine Elsa que vai ser contratada para fazer a iniciação sexual né do Carlinhos do filho desse Senor Carlos Souza que é um um um homem rico enfim preocupado com a situação do seu filho e aí então vai
criar né as confusões a gente tem ali um desmascaramento né da hipocrisia reinante eh nessa família burguesa Paulistana e para encerrar Macunaíma uma obra fundamental eh que Aliás ele ele diz que se trata não de um romance mas de uma rapsódia Lembrando que a formação dele é musical a rapsódia é uma composição musical baseada eh na cultura popular no folclore então ele chama macunaima né de uma rapsódia no makunaima A ideia é falar sobre a cultura brasileira né que é um caldo que nasce de uma mistura de elementos por isso o personagem principal o makunaima
o herói da nossa gente eh ele nasce negro filho de uma índia E no meio da história ele vira loiro de olhos azuis quer dizer simbolizando Justamente a formação do povo brasileiro essa ideia de o herói sem nenhum caráter gente tem que lembrar não é que seja mau caráter Na verdade ele é um malandro preguiçoso mulherengo sensual mas assim a a definição dele eh não tem uma característica específica ele é o resultado deste caldo né que forma então ah a cultura brasileira e é e é disso que o Mário de Andrade trata misturando lendas e
mitos né um Brasil o lado interior o Brasil Urbano diferentes registros linguísticos quer dizer tenta fazer com essa história uma espécie de síntese da cultura brasileira né fechando com a proposta da antropofagia então obra fundamental né do modernismo da primeira fase muito bem então nós conseguimos hoje fazer uma revisão né do modernismo da primeira fase lembrem as características três fundamentais pra gente entender todo o movimento o r com o passado a orientação revolucionária quer dizer adaptação das conquistas das vanguardas e a busca de uma expressão Nacional né os nomes Mário de Andrade e osvel de
Andrade muito bem pessoal no nosso próximo encontro nós já falamos sobre a poesia moderna né o modernismo da segunda fase então espero vocês aqui no aulalivre.net [Música] siga o aulalivre.net nas redes sociais e Fique por dentro de tudo que acontece em nossos cursos YouTube Twitter e Facebook aulalivre.net seu portal de cursos grátis