4. O colono preto | Podcast Projeto Querino | Por Tiago Rogero

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Rádio Novelo
Vou aprender a ler para ensinar meus camaradas. Podcast do projeto Querino. Em oito episódios, a sé...
Video Transcript:
é uma polêmica em sala de aula a lei sancionada pela presidente Dilma que cria cotas para estudantes de escolas públicas nas universidades federais dividir opiniões é de um lado os alunos do ensino particular que estão contra justamente porque diminui a quantidade de vagas aumentando a relação candidato vaga se você estudar mais para isso colocar mais de você agora a gente talvez tem que estudar mais saber de ficar mais de outras coisas talvez até do tempo de diversão para buscar uma coisa que era menos impossível em 1760 uma mulher o nome dela era Isabel fez um
pedido para o juiz de órfãos de Mariana em Minas Gerais o marido da Isabel tinha morrido e quem administrava a herança não era ela mas o juiz a Isabel tava pedindo uma quantia para que os dois filhos dela pudessem continuar a estudar pedindo o dinheiro dela da herança do marido dela do pai dos filhos dela e ela comentou que um dos garotos estava estudando para virar Boticário que aqui nessa época fazer os medicamentos seria o equivalente hoje ao farmacêutico e o outro filho mais novinho tava aprendendo a ler EA escrever o juiz disse não falou
para Izabel que como os filhos dela era um pardos e foi essa palavra que ele usou como eles eram pardos que não se justificava gastar dinheiro com educação e que o que eles deveriam mesmo fazer era trabalhar as cotas raciais foram aprovadas a pouco por unanimidade mas acima dessa discussão é um princípio que não podemos ignorar nesse país todo cidadão é igual perante a lei Digno das mesmas oportunidades seja Franco negro ou índio em 1856 um professor o nome dele era pretextato nos passos e Silva enviou um dossiê para o império ele tava tentando algum
tempo já abrir uma escola no Rio de Janeiro e o principal argumento e olha eu tô sendo convocado por várias famílias que estão pedindo para eu montar um curso para suas crianças de cor preta e parda o pretextato dizia lá que em outras escolas os pais nos alunos da cor branca não querem que seus filhos sombreie com os de cor preta e os professores República não admitir os meninos pretos e alguns destes que admitem na aula não são bem acolhidos e o professor pretextato ainda escreveu que por causa do preconceito as crianças negras não estavam
recebendo uma ampla instrução Por estarem coagidas e que na escola dele esses casos de discriminação não aconteceriam por ser ele o prestado um homem negro não aceito rejeita peremptoriamente cotas na universidade costas em qualquer lugar porque corta porque a razão da conta em 1967 a revista realidade que não existe mais resolveu fazer um experimento colocou dois repórteres para passarem pelas mesmas situações em Salvador na Bahia um era negro não era Branco um desses testes era por exemplo tentar matricular uma criança numa escola infantil não levando a criança junto Claro mas o repórter se passando por
um pai chegava pedia para conhecer a estrutura e perguntar você tinha vaga e foi lá o primeiro Repórter a diretora com toda a cordialidade disse para ele que lamentavelmente não tinha mais lugar mas um tempinho para foi o segundo e a diretora sorriu muito consultou a lista de matrícula e concluiu Alegre o senhor tem sorte ainda tenho vagas quer fazer a matrícula já e eu preciso dizer qual que era o branco e qual que era o negro vocês estão enganando os erros achando que eles vão fazer faculdade vão conseguir vai ser muito nego laranja na
situação aqui laranja não ser enganado mas coisas vão aqui briga que nós temos com alimentando ódio entre brancos e negros a primeira Constituição do Brasil aquela lá de 1824 imposta pelo Dom Pedro primeiro é também a mais longeva da nossa história ela durou todo o império só caiu em 1891 e essa nossa primeira constituição previa instrução primária e gratuita para todos os cidadãos e você lembra porque a gente já falou sobre isso lá no primeiro episódio quem que era considerado cidadão nessa época né pela lei em toda a pessoa livre nascido no Brasil ou então
portugueses que já moravam aqui desde antes da independência quem ficava de fora quem não era cidadão e por isso não teria direito à educação eram os africanos ainda que fossem livres e os escravos lados dez anos depois um ato adicional determinou que os estados na época eram províncias é que deveriam legislar sobre educação da entrevistado que achou melhor reforçar essa proibição para pessoas escravizadas em sala de aula Minas Gerais e Goiás aprovaram em 35 leis dizendo que somente as pessoas Livres podem frequentar as escolas públicas Tipo isso já tava Claro pela constituição Mas eles precisavam
reforçar em 54 na corte teve um decreto que regulamentou o ensino primário e secundário e dizia lá que os escravizados não seriam admitidos em nenhum dos dois aí nos anos E aí vem na escola você deve ter aprendido sobre a lei do ventre livre a gente vai falar mais sobre ela em outro Episódio mas Resumindo bem foi uma lei aprovada em 1871 que dizia que os filhos de mulher escrava que nascerem no império desde a data desta lei serão considerados de condição livre daí os senhores podiam escolher quando eles dariam a liberdade para criança aos
oito anos de idade recebendo uma indenização do império ou aos 21 anos quando a criança já era um adulto e aí seria sem indenização quer dizer todos esses anos de trabalho forçado da criança depois adolescente contariam como indenização o segundo o historiador que estudou aplicação da lei o Ricardo Salles em noventa e cinco porcento dos casos os senhores escolheram a segunda opção e o mas o que que isso tem a ver com educação é que se o senhor escolhesse a segunda opção Ele também era obrigado a educar aqueles jovens daí teve estado como Minas Gerais
e Minas Gerais mas também Bahia Santa Catarina Goiás Paraíba em São Paulo que fizeram novas leis reforçando que escravizadas não poderiam frequentar a sala de aula para que nem mesmo esses jovens que daria alguns anos ficariam Livres pudessem estudar Olha o nível de crueldade disso é assim mesmo para quem era livre e por isso tinha direito de estudar mesmo para quem era na teoria um cidadão brasileiro o que era o acesso à educação numa sociedade alicerçada na escravidão Em uma sociedade em que um professor negro precisava criar uma escola na casa dele porque as crianças
negras da vizinhança não eram aceitas em outras escolas pelos pais das crianças brancas Em uma sociedade em que o juiz dizia para uma viúva que ela não poderia usar o dinheiro dela para educar os filhos dela porque como pardos eles deveriam mesmo era trabalhar o E mesmo depois da abolição e mais recentemente uma aluna de uma escola particular na zona sul foi vítima de ataques racistas feitas por colegas da escola um grupo de conversa por aplicativo a família registrou o caso na polícia em mensagens num grupo de WhatsApp um garoto de 14 anos foi alvo
de ataques racistas pelos colegas de classe nas mensagens os alunos praticarão bullying dizendo não saber que negros não eram pobres ou que podiam ter celular ou estudar e que tinham saudade de quando eles eram escravos e Esses foram só alguns exemplos mas eu literalmente poderia citar dezenas centenas é mas olha se tem uma coisa que o povo Preto nunca fez nesse país foi ficar parado aceitar a condição de presa ficar de braços cruzados [Música] e mesmo com todos esses impedimentos e mesmo na época da escravidão ouvi pessoas e ouvi muitas pessoas que conseguiram estudar que
aprenderam a ler para ensinar seus camaradas e não só isso pelas regras do próprio jogo que tentava de todo jeito impedir o acesso delas pessoas negras que se tornaram intelectuais referências revolucionário tão incríveis e inspiradoras que hoje dá o nome por exemplo a este projeto eu sou Tiago rogero esse o podcast do projeto Quirino produzido pela rádio novelo o Episódio 4 O Colono preto e [Música] e tem um período que é considerado um dos mais turbulentos na história do Brasil se lembra que em 1831 O Dom Pedro primeiro renunciou e deixou no comando o filho
dele o Dom Pedro Segundo que tinha só cinco anos como não dava para deixar uma criança no poder ficou acertado que até o menino atingir a maioridade o Brasil seria governado por um regente daí os políticos se revezaram nesse posto o segundo episódio a gente falou um pouco sobre como os ânimos estavam inflamados nessa época Porque pensa só não tinham nem dez anos que o Brasil tinha se separado de Portugal daí já rolava o medo de recolonização o Imperador renuncia entre um monte de política no lugar e isso um país gigantesco com regiões que não
tinham nada a ver uma com a outra por causa dessa instabilidade política começou a ter revolta atrás de revolta pelo país teve por exemplo a rebelião ali promovida por africanos muçulmanos na Bahia e a gente vai falar mais sobre elas E tem também a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul A Cabanagem no grão-para a e teve a Balaiada no Maranhão a Balaiada estourou por causa de tensões entre o poder local as autoridades da província como se fosse uma sucursal do Poder Imperial versus os proprietários rurais e Comerciantes locais uma disputa pelo poder e teve
muita Participação Popular é considerada a maior revolta popular camponesa de todo o período do império no Brasil Aliás ela tem esse nome porque um dos líderes eram Manoel Balaio mas não é dele que eu vou falar primeiro é que eu acho que é interessante é o nome completo do cosmo cosmo Bento das Chagas Esta é a Maria Natividade Silva Rodrigues professora historiadores socióloga ela tá falando sobre outro líder da Balaiada um que entrou para história como negro Cosme como é que ele se e qual era o olhar do Cosmo dentro dessa sociedade escravista Ele sempre
teve consciência da sua Negritude ele sabia ler e escrever foi um líder da existência e é um símbolo para nós para todo o povo negro e inclusive nós aqui do Maranhão onde aconteceu todo esse emaranhado da Balaiada quando estourou a Balaiada a fuga de escravizadas aumentou essas pessoas foram formando quilombos e acabaram participando da Resistência também tem uma Estimativa de que o Cosme chegou a comandar tropas de mais de três mil quilombolas E no meio dessa confusão toda Ele criou uma escola de primeiras letras para ensinar a ler e escrever dentro de um quilombo em
Chapadinha que fica uns 250 km de São Luís quando a gente pensa sobre essa questão da escola era uma necessidade como ele sabia ler e escrever não era possível ter autonomia não era possível de justiça e liberdade a escolaridade Então essa escola quebrou um paradigma também e o momento que não era acessível escola ele ou usou ele foi extremamente ousado nessa a construção ligada ao outro em si a visão também do outro nem enxergou as crianças que seriam os futuros militantes não temos mais de agora mas que seria esse pessoal queria construir Essa sociedade justa
liberta como era o grande sonho de Cosmo esquilo multi ficava escola o nome era Fazenda Lagoa amarela acabou durando 2 anos até que foi destruído pelas forças imperiais a repressão do império a Balaiada foi comandada pelo Duque de Caxias sabe o Duque de Caxias que é patrono do exército brasileiro ele comandou todas as repressões de grandes revoltas desse período só na Balaiada a operação matou cerca de 6 mil pessoas 6 mil pessoas o que tem muita gente que chama ele de genocida mas tem que enxame de Pacificador também durante a campanha o momento de divisão
entre os eleitores que palavras de verdade agora para pacificar o país não só o Caxias mas siga o exemplo desse grande herói brasileiro vamos pacificar o Brasil e sob a condição e às vezes Vamos Construir uma grande nação curioso que quem começou o governo se autodenominando Pacificador chega ao fim do mandato sendo chamado de genocida também e enfim mas voltando Por que interessa os registros que ainda existem sobre a escola criada pelo negro Cosme e São dos relatórios dessa repressão vários líderes brancos da Balaiada foram presos que depois anistiados mas o Cosme foi enforcado em
praça pública O Clóvis Moura grande intelectual que a gente citou no Episódio Passado escrever o que o Duque de Caxias só se referir ao Cosme como o Infame Cosme era medo não falo Cosme em si mas o que a figura dele representava e representa e ele pensar nessa coisa de educação pensar no outro é isso que eu acho que é interessante do Cosmo que é uma grande lição que ele deixa para a gente eu não posso mais pensar só em mim e esses outros essa liberdade que eu tanto sonho se não tiver escolaridade e ela
não é completa demais chama muito atenção porque além de um lindo de resistência de vulto Ele criou uma o quilombo mas essas iniciativas durante as pedidas da escravidão de pessoas negras criando escolas de primeiras letras é muito muito comum feminino exemplo criou também né e a dela uma escola mista né pois era mais ou usado ainda como é que ela ela ia querer juntar menino e menina já imaginou aí a gente percebe Tiago o grau de consciência política né e de engajamento dessas pessoas mesmo nesse tempo duro restrito e aí eles gritaram então assim quando
eu penso em escola do Cosmo é essa consciência política incrível que ele tinha que essa alteridade social só se passa pela questão da Educação Oi Maria Firmina dos Reis a maranhense Firmina foi a primeira mulher a publicar um romance abolicionista na América Latina e a primeira altura Negra a publicar um livro em todos os países de língua portuguesa é isso em 1860 Maria Firmina dos Reis é antes de tudo uma precursora Maria Firmina dos Reis é antes de tudo uma Pioneira enquanto mulher e enquanto mulher negra e este é o Eduardo de Assis Duarte escritor
professor e criador do literafro o portal da literatura afro-brasileira uma precursora enquanto autora de Literatura e precursor em várias outras instâncias também no que diz respeito à condição da mulher podemos dizer que foi uma feminista tava Alerta uma feminista antes do feminismo realmente desabrochar no século 20 a Firmino nasceu' livre a mãe dela Leonor era uma ex escravizada e mãe solo Aqui nós já estamos na praça encontrei um chegando à Praça do hotel Praça do pantheon em São Luís capital do Maranhão isso que tava me mostrando tudo por lá é o Agenor Gomes e ele
autor da biografia Maria Firmina dos Reis e o cotidiano da escravidão no Brasil Teka o nascimento Maravilha pesquisou ele encontrou vai afirma que o primeiro encontro dele com Maria Vermelha foi aqui né de novo e esta é a delícia Abler professora escritora e pesquisadora e uma das responsáveis por ter feito a história da Firmina chegar aos dias de hoje foi né celebrante aqui Nascimento moro aquilo Fez muitas as suas pesquisas que encontrou o trabalho de Maria Firmina foi no porão da da linha a gente foi até outro ponto do centro de São Luís Palácio dos
Leões aqui loja Jardim fica atrás é lindo olha só a construção arquitetura de falar já na época já existia esse Palácio quando ela é aprovada no concurso público para cadeira de primeira letra do sexo feminino em Guimarães e depois de para convocar a receber só o ato de nomeação aqui no Palácio do Governo Guimarães é o nome dessa cidade do interior do Maranhão onde afirmou em 1847 Olha lá essa filha de escrava Negra ela faz um concurso naquela situação Olha lá em plena escravidão ela consegue cheiro aprovada no concurso público com Todas aquelas Barreiras da
sua etnia de ser mulher tudo isso eu tivesse 47 e é absolutamente revolucionário porque havia escolas para professores de ensino básico mas essas escolas eram todas destinadas aos rapazes a maioria dos professores primários vamos chamar assim eram homens depois que ela passou no concurso Ela voltou para Guimarães que fica mais ou menos uns 200 km de São Luís essa verdade é um pouco mais longe porque você precisa pegar um ferry boat para atravessar a Baía de São Marcos daí mais umas 3 horas de carro e foi isso que eu fiz e a casa era é
nessas duas quero daqui até lá naquele outro era bem bem no só beleza e aqui foi a placa foi colocada naquele período Essa casa foi escola e residência de Maria Firmina dos Reis e este é o Antônio Marcos cientista social que me recebeu lá em Guimarães onde a firme namorou e deu aula por quase toda a vida dela é que tinham várias fazendas tinha um barracão que era feito armazenar produtos ela teria pedido aquele Barracão já aposentada para lecionar abrir para meninos e meninas pessoas diversas origens sociais física ela também foi Pioneiro no transporte escolar
que ela alugava cabo de boa eu te chamava para sair do Carro de Boi para levar os alunos para assistir aula uma outra coisa importante sobre a escola mista é que não era só uma questão de juntar menino e menina na mesma sala o que já foi muito discutido para época a criação de uma sala de aula mista naquela época implicavam uma coisa que a a mente nova que é fornecer a meninas e meninos o mesmo conteúdo de novo o Professor Eduardo de Assis Duarte isso era absolutamente revolucionário para a época já que o currículo
da educação feminina mal passava das primeiras letras e das primeiras operações aritméticas e incluia bordado música e tudo mais que fosse necessário a uma futura mãe de família daquela época diz muito tempo no Brasil os currículos eram diferenciados de acordo com o sexo da criança meninas praticamente eram educadas só para serem donas de casa e nada mais isso acho que podiam estudar que como a gente viu não era o caso de toda a população eu só professora Cláudia Cristina Rodrigues da Silva Essa professora de língua portuguesa é do Centro de Ensino Nossa Senhora da Assunção
e ignorante hein e não faz muito tempo né que a gente desenvolve um trabalho assim voltado para falar da professora Maria Firmina que eu que nós tínhamos de material sobre Maré feminina era muito pouco até porque os nossos livros nem falam quase de mulheres não é verdade os Escritores são todos os homens de ônibus e branco e brancos a gente não vê a mulher eu estudei literatura me formei aqui nunca estudei numa mulher e para os alunos da 15 Guimarães saber que teve as intelectual que morou aqui que escreveu um romance abolicionista totalmente à frente
do seu tempo que diferença que faz para eles Como que você sente isso é uma diferença muito grande porque eles identificam porque nós temos é muitas Comunidades Quilombolas e os nossos alunos se eles vêm dessas comunidades então ter alguém como referência é nacional e até Mundial para eles é assim eles se sentem valorizados porque Maria Firmina Negra e morou em Guimarães e para os alunos eles se sentem valorizados impor E ainda mais que a família daqui Se todas são afrodescendentes né e tem muita comunidade quilombola nessa região entre São Luís e Guimarães e onde fica
por exemplo Alcântara onde centenas de Comunidades Quilombolas estão lutando contra a instalação do centro de lançamento de Alcântara um complexo da Força Aérea Brasileira construída durante a ditadura militar e que foi foco de uma cor do assinado entre bolsonaro e Donald trump em 2019 para que não haja mais emoções dessas famílias as comunidades tem resistido a anos no judiciário inclusive em tribunais internacionais e a base para uma dessas ações Foi a pesquisa e o livro Diz cara o meu nome é Davi Pereira Júnior mas aqui dentro da ritual todo mundo me chama de junho e
onde foi preciso socializar com as pessoas eu sou nascido e criado aquele itamatatiua itamatatiua é o nome da comunidade quilombola quer dizer Terra água e peixe depois de estudar os primeiros anos todos na comunidade o Davi fez graduação em História mestrado em antropologia bom e depois doutorado nos Estados Unidos em estudos da América Latina e da diáspora africana os pais virem construiu a escola para poder os filhos estudarem porque a prefeitura nunca tinha ligado fazer o prédio por exemplo de alvenaria então a escola era aqui era uma escola de pai pai o que tinha mais
ou menos aí uns 4 metros de frente com os outros de fundo era uma sala né que tinha cadeira de madeira e aí umas 20 25 tabeira de madeira e tinha um quadro negro lá atrás ela coberta de palha e papada de Barro o chão batido também de Barro e na época do Davi essa escola ia só até a terceira série então para seguir os estudos precisava ir até a cidade de Alcântara que fica uns 60km de itamatatiua precisava ir e voltar todo dia mas não tinha transporte público escolar daí tinha a outra opção terminar
a terceira série que ficar fazendo a fazer a Fera repetindo repetindo é pequeno é pequeno rapidinho no mercado repetir três vezes maior nas pessoas acabavam desistindo porque a escola perde a graça É como se vocês acordasse de manhã e repetisse em todo o seu dia um beijo já vou que você faz isso todo ano eu acho que muito da minha não desistir do processo educação também teve pelo fato da minha mãe ser professora né então é isso me abriu a possibilidade de continuar na escola e também dela não deixar eu levar isso da escola a
mãe do Davi era a professora dessa escola da comunidade Qual que é o nome dela Maria Teresa de Jesus Pereira ela nasceu aqui ela nasceu aqui essas formas de organização era bem interessante né porque e se organiza em torno da escola também né porque a escola também é um movimento de mobilização da comunidade no sentido das pessoas ter a consciência pessoas que nunca foram escola por exemplo que nunca tiveram oportunidade isso com ela mas tinha consciência que eu necessidade dos filhos poder estudar isso fazia com que aposentado processo de construção de escola fosse um processo
o que as pessoas que viajavam E aí as histórias de superação com Tais histórias carrego um risco o risco de cair no discurso Raso da meritocracia como se esses casos que são a exceção fossem a resposta para tudo como se todos os anos de impedimento de acesso ao ensino antes da abolição e todos os anos de ensino precarizado e preconceituoso depois da Abolição como se tudo isso pudesse ser resolvido se as pessoas tivessem força de vontade se fosse mais como Cosme como a Firmina como a mãe do Davi o que eu vou dizer agora é
uma obviedade mas a gente precisa lembrar educação é um dever do Estado para todos os seus cidadãos e para quem ainda cai na balela da meritocracia Você lembra porque a gente falou sobre isso no 2º Episódio quem que realmente trabalhou e se esforçou para produzir todas as riquezas do Brasil para possibilitar Que filhos de brancos pudessem fazer faculdade até fora do país para gerar as heranças que hoje pagam a educação dos descendentes desses senhores força de vontade e esforço luta mérito nada disso nunca faltou para as pessoas negras No Brasil se não fosse por tudo
isso nós hoje nem estaremos aqui porque o que o estado brasileiro queria depois que foi obrigado a acabar com a escravidão e que não via mais valor nenhum na parcela negra da sua população o que o estado brasileiro queria como ainda quer eliminar essa parcela da população quem está aqui mais da metade da população maioria e o próprio Quirino esse projeto é um resultado direto dessas pessoas que nunca desistiram de lutar e tá na hora de você entender porque que o projeto tem esse nome é [Música] E aí [Música] E aí e em 1850 e
um nasceu um menino em Santo Amaro da Purificação na Bahia ele ficou órfão aos quatro anos de idade que faz morreram de uma epidemia de Cólera que atinge o sertão baiano o menino que era livre foi levado para Salvador e entregue para um tutor a Manuela Correia Garcia que o outro tô dele ele foi um dos primeiros professores e fundadores tinha uma escola normal ou seja uma escola que treinava professores e esta é a Sabrina gledhill pesquisadora e escritora inglesa que morou por muitos anos no Brasil e ela tá contando o que foi esse tutor
que ensinou para o menino as primeiras letras e naquela época era extremamente raro para qualquer pessoa branca ou negra tabela é escrever em 1864 teve início a guerra do Paraguai e Resumindo muito o Paraguai era governado por um Ditador o Brasil interveio numa disputa pelo poder que tava rolando lá no Uruguai uma parte da Argentina acabou sendo invadida pelo Paraguai no meio dessa confusão toda aí os três países Brasil Uruguai Argentina se juntaram contra o Paraguai E o nosso menino agora uma adolescente acabou recrutado para essa guerra foi enviado o primeiro para Pernambuco depois acaba
o do batalhão no Rio de Janeiro mas quando Descobriram que ele sabia ler e escrever ele ficou lá Não mandaram para frente onde muita gente morreu ou voltou tem um braços e uma perna o rapaz conseguiu liberação do exército e voltou para Bahia quando ele voltou para Bahia ele passou a trabalhar como pintor decorador para poder custear os estudos quando eu estudava à noite ele acabou sendo o aluno fundador da escola de Belas Artes foi aluno fundador do Liceu de Artes e ofícios se instalar na relação dos alunos fundadores da escola por toda a vida
adulta ele foi professor principalmente de desenho geométrico foi Sindicalista também e fundou dois jornais foi carnavalesco um dos diretores de um grupo afro chamado pândegos da África se vê que é difícil resumir a vida dele e num determinado momento ele começou a escrever ele escreveu há dois textos sobre a desenho geométrico que foram usados nas escolas escrever um livro de folclore a Bahia de outrora que acho que o livro dele que é mais conhecido fora do Brasil começou a escrever sobre a história da arte escreveu dois livros A arte na Bahia e artistas baianos ele
escreveu muita coisa é o nome dele é Manuel Raimundo Querino [Música] o intelectual negro que também foi militante foi o jornalista foi abolicionista foi Líder Operário foi político foi vereador foi funcionário público Isso foi antes que ele começou a escrever porque eles são a começou a publicar livros depois se aposentar aí ele foi o primeiro Historiador da arte baiana ele foi o pioneiro dos estudos da antropologia culinária da Bahia o que mais me interessa é que ele também não foi o primeiro negro ou em primeiro intelectual negro a reivindicar a contribuição positiva do africano e
seus descendentes a civilização brasileira SA é porque ele exigiu o respeito pelo africano eu afrodescendente que eu sinto que eu que ele sentia falta na própria vida também porque quando ele não era tratado como preconceito era tratado como paternalismo que é o lado inverso da moeda né Nenhum dos dois lados é bom o Manoel Quirino fez tudo isso no momento em que reinava no Brasil a ideia do racismo dito científico e eu uso o dito científico porque não tinha comprovação científica nenhuma era um monte de racista entendido pela sociedade da época como cientista por causa
dos diplomas que tinham espalhando um monte de teoria furada sem conseguir provar mas fazia isso de forma rebuscada abusando do academic Sem Fim era balela travestida de ciência e os cientistas achavam que o negro e o mestiço estavam fadados assumir porque eles pensavam indo completamente contra todas as regras da botânica e da biologia que mistura enfraquecesse e que o negro e o africano não conseguiria resistir frente a entre "superioridade da civilização branca agora eles estão se baseando em quer um sistema de escravatura onde Em vez de criar novos negros engravidando as mulheres escravizadas ele 5
É porque era mais econômico para eles matavam os escravos de maus-tratos de tanto trabalho das péssimas condições de trabalho então a conclusão dos Radialistas foi porque era por causa de fraqueza e não suportar a suposta superioridade da civilização pois Como podemos ver a situação foi bem contrária o negro resistiu e está presente até hoje e foi aí que Manoel Quirino entrou porque quando ele começou a trabalhar fazer suas pesquisas ele quis usar seu próprio exemplo para mostrar que essa ideia esse estereótipo do negro como boçal o burro era justamente por falta de oportunidade de estudar
jogando o jogo dos brancos O querido foi derrubando os argumentos aliás um outro nome importantíssimo no combate ao racismo dito científico foi o Juliano Moreira o genial médico né e revolucionou a psiquiatria brasileira EA forma como ele combateu esse racismo foi na arena do conhecimento científico mesmo da ciência derrubando cada falasse com dados com estudo o Quirino já tinha uma pegada mais da história da construção da imagem do negro da construção de memória os dois tiveram uma atuação importante em cima na luta contra o racismo Cada um na sua área eu tenho preço do Manoel
Quirino de 1918 é um dos documentos mais incríveis que eu já lei e começa pelo nome O Colono preto como fator da civilização brasileira e olha a palavra que ele escolheu Colono Colono e aquele que habita Uma colônia que é membro que é parte de uma colônia o que ele não estava colocando Negro para dentro da história oficial não como escravizadas subservientes em agências em conhecimento que Só servia para executar ordens mas como parte do todo de uma parte crucial do e como protagonista É nesse livro ele escreveu o que O Colono preto é a
principal figura o fator máximo da nossa riqueza Econômica fonte da organização nacional que foi o trabalho do negro que aqui sustentou por séculos a nobreza EA propriedade do Brasil foi como produto do seu trabalho que tivemos As instituições científicas letras Artes comércio indústria etc competindo e portanto um lugar de destaque como fator da civilização brasileira mas calma que tem mais ele cita o nome de vários intelectuais negros Como Machado de Assis a família Rebouças o José do Patrocínio e o Cruz e Souza e escreve que eles representam o que há de mais seleto nas afirmações
do Saber verdadeiras glórias da nação o Manoel Quirino dizer que o Brasil possui duas grandezas reais a uberdade do solo abundância né e uma abundância fértil fecunda ou mais a uberdade do solo e o talento do mês isso eu queria um também foi bem direto ao tratar dos Senhores brancos dizendo que eram dotados de cubiça de parasitismo e que foram os funcionários da alta administração as primeiras levas de colonos portugueses eram de degredados de indivíduos viciosos e de soldados de presídio os jogos africanos ele chamava de heróis heróis [Música] e hoje nada disso é novidade
para gente mas ele fez isso lá na virada do século quando as autoridades em mesmo academia só via um negro de uma forma como um problema a ser resolvido por isso que eu querendo é tido como o primeiro intelectual brasileiro a tratar positivamente o africano e o afrodescendente na nossa história a reconhecer o protagonismo das pessoas negras na formação do Brasil e por isso que a gente decidiu dar ao projeto o nome do Quirino tão porque o projeto é tudo sobre ele e essa altura você já sabe que não é mas como uma forma de
menção de homenagem de reconhecimento alguém que veio antes e que abrir os caminhos é um homem negro nascido 37 anos antes da abolição que possibilitou toda essa revolução e tudo isso porque a uma criança negra foi dado a chance de estudar Certamente ele tentou incluir o meu conseguiu incluir o africano na história do Brasil sem e de forma positiva porque imagens um negros são existiam né mas realmente era um como uma péssima influência ele foi uma educador porque era professor ele produziu livros didáticos mas também ao meu ver ele queria educar instruir os brasileiros sobre
o papel EA cultura dos africanos e também porque ele acreditava no valor da educação além de pioneiro nas pesquisas da antropologia culinária da Bahia Manoel Quirino foi um dos precursores dos estudos sobre o Candomblé é mas apesar de tudo isso de tudo que a gente citou aqui ele hoje não é tão lembrado ou reconhecido quanto deveria Infelizmente o tenho que dizer e parece simplório mas sem Manoel Quirino não é reconhecido conhecido como deveria por puro preconceito E aí e ele era um apaixonado pela educação e ele usava sua própria história de vida como referência ele
fez questão de colocar a sua biografia no prefácio de suas obras porque ele acreditava que a instrução era a única maneira de fazer o negro progredir esse ideal da educação como forma de ascensão foi Central para todos os movimentos negros que surgiram no pós-abolição e era um dos pilares da frente negra brasileira por exemplo fundado em 1931 o jornal da frente Negra fazia críticas constantes não só a forma como as crianças negras eram tratadas nas escolas por professores brancos mas é o conteúdo dos livros didáticos que tem dado ao negro a impressão de que os
seus antepassados foram os desgraçados e de que os jovens negros só por isso tem de ser sempre uns vencidos e a frente Negra tinha uma escola própria e recebia não só crianças negras mas os filhos de imigrantes também por exemplo os filhos de japoneses que já começavam a se instalar na Liberdade em São Paulo Onde ficava a sede da frente Negra as mulheres têm uma fala do professor Silvio Almeida que eu gosto muito foi uma palestra que ele deu em 2018 ele cita um texto clássico de um sociólogo negro O Alberto Guerreiro Ramos o nome
do texto é patologia social do Branco brasileiro então Guerreiro Ramos ele começa a implicar com os autores que são até Aliados é porque eles falam sobre o problema do negro no Brasil né florestan tal faz o guerreiro Ramos assim problema do Brasil não ligo não bem como do negro pelo branco é o branco não quer se integrar e na educação Isso fica muito evidência que sempre quis dividir segregar separar quem não aceitava que o filho tivesse um coleguinha negro na caríssima escola particular foi o branco a Quem entregou a educação brasileira para iniciativa privada na
ditadura militar enfraquecendo ainda mais a já combalida educação pública foi o branco e de novo o negro não cruzou os braços não esperou sentado em 1995 quando o assassinato do Zumbi dos Palmares completou 300 anos os movimentos negros reuniram 30 mil pessoas em Brasília no Vinte de novembro na marcha contra o racismo pela cidadania EA vida movimento negro Unificado entregou ao presidente da época o Fernando Henrique Cardoso um documento histórico eu tinha um diagnóstico da desigualdade no Brasil mas também propostas e entre elas o desenvolvimento de ações afirmativas processo de negros aos cursos profissionalizantes as
Universidades e as áreas de tecnologia de ponta daí 96 o Ministério da Justiça fez um seminário e o Marco Maciel então vice-presidente da República disse que medidas compensatórias em favor dos negros não representam apenas uma etapa da luta contra a discriminação mas o fim de uma era de desigualdade e de exclusão se pretendemos uma sociedade mais igualitária e mais justa em 2000 foi aprovada a primeira lei estadual de cotas no Rio de Janeiro com cinquenta por cento das vagas para egressos da rede pública e em 2003 a Universidade Estadual do Rio a UERJ foi a
primeira aplicar cotas para estudantes da rede pública para negros e pra indígenas é aquele mesmo ano a Universidade de Brasília a UnB foi a primeira Federal a adotar o sistema também naquele ano já na gestão do Luiz Inácio Lula da Silva foi sancionada uma lei que tornou obrigatório em todas as escolas de ensino médio e Fundamental públicas e particulares do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira é resultado de décadas de lutas e pressão dos movimentos negros daí o Democratas partido entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal questionando a constitucionalidade das políticas de
ação afirmativa das contas eu tive uma audiência pública no STF antes da votação e um dos discursos foi da Sueli Carneiro ativista filósofa precursora do feminismo negro brasileiro e a Sueli disse que estava em jogo dois projetos distintos de nação um que tava ancorado um passado e um outro que dialogava com futuro e os crimes um grupo futuro acredito que se as condições históricas nos conduziram o país em que a cor da pele um a nacionalidade das pessoas tornou-se fator gerador de desigualdades essas condições não estão escritas no DNA Nacional pois são produtos da ação
ou inação vi seres humanos e por isso mesmo podem ser transformadas intencionalmente pela ação dos seres humanos de hoje é o que esperamos dessa Suprema corte ela fez a parceira e protagonista é um processo de aprofundamento da Democracia da igualdade e da justiça social por unanimidade os ministros do STF decidiram que as políticas de ação afirmativa são constitucionais unanimidade eu tinha um único Ministro negro naquela sessão ele também é a única pessoa negra brasileira a já ter ocupado a presidência do STF Joaquim Barbosa é natural portanto que as ações afirmativas mecanismo concebido prevista vai quebrar
essa dinâmica perversa sofra no fluxo dessas forças tão propostas e atraiam considerável resistência sobretudo é claro da parte daqueles que historicamente se beneficiam os se beneficiaram da descoloração de que são vítimas os grupos minoritários e talvez eu não tinha aprendido na escola mas você sabe qual que foi a primeira lei de cotas do ensino brasileiro uma lei de 1968 da ditadura que reservava metade das vagas nas escolas técnicas de ensino médio e nas faculdades nos cursos de agronomia e veterinária para candidatos que comprovarem relação com a agropecuária na prática quem a lei acabou beneficiando foram
os filhos dos grandes proprietários rurais a elite branca Rural Agro é tudo agropop [Música] e 85 com o início da redemocratização essa lei foi revogada ou Mas voltando a 2012 depois que esse TRF confirmou a constitucionalidade das políticas de ação afirmativa no ensino a então presidente Dilma sancionou a chamada lei de cotas e a lei que está em vigor desde entao e um monte de gente fala um que bobagem sobre essa lei fala por exemplo que não concorda com ela porque as costas deveriam ser sociais mas não raciais só que as cotas já são sociais
o primeiro corte é o seguinte metade das vagas devem ser com estudantes das escolas públicas daí dentro dessa fatia dentro dessa fatia é que são reservadas às vagas para negros indígenas e pessoas com deficiência proporcionalmente de acordo com a porcentagem desses grupos em cada um dos Estados mas é só uma parte desse cinquenta por cento ou seja uma pessoa branca pobre que estudou em colégio público está contemplada ela tem a outra parte desse cinquenta por cento que foram reservados para egressos da rede pública só que a turma contrário vai ficar espalhando mentira Sempre porque bom
é isso que eles fazem eles vão ficar usando isso e o ódio para criticar não suas cotas mas o FIES e o ProUni enfim a coisa que tem que tornar o acesso a oportunidades menos desigual [Música] Manu que de novo Viu uma grande massa de pessoas que não tinham instrução e muitos que nem tinha Ofício aqui de novo a Sabrina gledhill que pesquisa a vida EA obra do Manuel Querino ela tem um livro que analisa a trajetória do Quirino junto com a booker T Washington um escravizado estadunidense que também fez da educação e da elevação
da população negra por meio da educação metas de vida então o que eles pensaram era tentar seguir os padrões europeus do que era civilizado do que era culto e colocar o negro nesse conforme a tragédia disso tudo é que eles acreditavam piamente que a maneira de superar os estereótipos e o preconceito era mostrar que não era nada disso que o né e agora nada disse que tinha negros pontos inteligentes intelectuais mas isso só conseguiu ensandecer os racistas porque eles viam isso como uma ameaça Olha a minha mãe sempre teve uma coisa e de novo aqui
o Davi Pereira Júnior que aprendeu a ler e escrever com a mãe dele lá na comunidade quilombola porque ela sempre dizia que era muito difícil e Universidade a coisa para branco preto para entrar numa cidade é muito difícil do que ela trabalhava na casa de uma pessoa e ela disse que o vestibular e ia sair numa segunda-feira na sexta-feira ele já sabiam que o filho tinha entrado universidades dela ficou com esse cara para gente é muito difícil por ser essa Elite ela controla a entrada na universidade né mas o que ela a preocupação dela ela
da educação dá a oportunidade de você ler de você estudar e em 2021 o número de inscritos no Enem foi o menor Desde 2005 Os estudantes negros que tinham sido 63 por cento dos inscritos em 2020 passaram para 56 por cento e os brancos subiram de 35 para 41 por cento isso por causa de uma regra que o governo bolsonaro criou de que os candidatos que faltaram edição de 2020 aquela que foi no meio da academia essas pessoas que faltaram não teriam direito à gratuidade da inscrição por causa disso houve uma queda de 77 por
cento no número de inscritos com renda familiar de até três salários mínimos Oi gente os que pagam a inscrição teve um aumento de 39 por cento e a olhos vistos a gestão bolsonaro foi cumprindo a promessa de barrar o filho do porteiro da empregada doméstica e de devolver Os descendentes dos Senhores ao seu lugar de absoluto e irrestrito privilégio o que seria do Brasil sem Manoel Quirino sem Maria Firmina dos Reis sem Machado de Assis sem Sueli Carneiro quantos talentos brasileiros já não se perderam quantos ainda se perdem quantos se perderam simplesmente por oportunidades que
estão sendo negados a E aí e tem uma cientista e professor incrível de física o nome dela é katemari rosa e uma vez ela me falou uma coisa que eu nunca esqueci a gente não precisa de muito incentivo para encontrar generalidades entre as pessoas negras a gente só precisa é que nos bar em não nos matem não nos tirem dos espaços e e o projeto Quirino é apoiado pelo Instituto Ibirapitanga o podcast é produzido pela rádio novelo o nosso site projeto que ele nu.com.br reúne todas as informações sobre o projeto e conteúdo adicional o site
foi desenvolvido pela aí eu te convido a conferir também todo o material do projeto Quirino que está sendo publicado pela revista Piauí nas bancas e no site da revista e esse episódio teve pesquisa de Gilberto Possidônio Rafael Domingos Oliveira e Angélica Paulo que também fez a produção a edição é do Luca Mendes a sonorização da Júlia Matos EA finalização da pipoca saúde a secagem e do Gilberto você donio e a música original do Vítor Rodrigues Dias estratégia de promoção Distribuição e conteúdo digital Bia Ribeiro a identidade visual e do Draco imagem Os transcritores das entrevistas
foram Guilherme povos e o Rodolfo Viana a alocução foi gravado no estúdio da pipoca saúde com trabalhos técnicos de Luiz Rodrigues consultoria em roteiro de Mariana Jaspe Paula scarpim e Flora Thomson de vou com revisão de Natália Silva consultoria em História e Nair Lopes dos Santos produção executiva Guilherme Alpendre a execução financeira do projeto é do spes Instituto sincronicidade para a interação social idealização reportagem roteiro apresentação e coordenação Tiago rogero esse episódio usou áudios de TV Globo SBT Record Globo News BandNews TV e dos canais do STF e do centro de formação da Vila no
YouTube agradecimentos a dislexia ler ao Agenor Gomes Anita Machado e ao Instituto da Coral caso até o próximo 1 E aí [Música]
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