[Música] vocês lançaram lá um foguete em direção a um destino qualquer no espaço agora como é que ele vai aterrar e uma vez Aterrado Que tipo de informações ele vai transmitir quando é que ele pode voltar à [Música] Terra Qual é a inflação do primeiro ano do real descontaminada dos 50% ao mês resposta 33% ao ano que é o acumulado em 12 meses de julho de 94 a julho de 95 quando o Real faz um ano ou seja o primeira batalha foi trazer 50% ao mês para 33% ao ano a luta continuava né mesmo porque
alguém da equipe já dizia né baixar a inflação é fácil o difícil é mantê-la baixo Maravilha sucesso incontestável e segundo momento 33% é muito tá agora vamos trazer 33% para eh níveis internacionais nós tínhamos duas preocupações ali a primeira era manter a inflação baixa a segunda era uma visão de país até mais longa di olha não é só que a gente vislumbra um país com moeda estável a gente vislumbra o país moderno Então quais são as reformas necessárias para modernizar o país Ele tinha também embutido nele uma reforma do estado com processos de privatização de
concessão de parcerias públicos e privados e principalmente com a responsabilidade fiscal E aí e eh repara que isso se desdobra numa eh miríade de tarefas tem a privatização o problema fiscal o orçamento o investimento a desigualdade se você tivesse uma moeda nova por mais adesão da sociedade com todos os erros do passado uma economia protegida excesso de subsídio um estado inchado falta de investimento em políticas públicas né você não ia ter sust contabilidade da [Música] moeda ele sofreu já o primeiro teste quando houve uma turbulência no México n foi em dezembro de 94 início de
95 a situação externa tava menos favorável do que a gente estava antecipando precisava haver uma série de reajustes adotar uma política monetária fiscal e cambial mais prudente mais forte e o primeiro ano do Fernando Henrique estava trabalhando nessa área quando ocorre a crise do México é a grande apreensão a primeira que teve foi na crise do México nesse processo aí houve alumas discussões sobre questões cambiais ali no início do do ano o Pércio acabou saindo no banco central eh foi até o momento que eu entrei né uma questão que dividiu muito a equipe todo mundo
sabe não é uma discussão que não seja pública que havia um grupo mais liderado pelo perso que queria que o câmbio se flutuasse antes e um grupo liderado pelo Gustavo e malan que queria permanecer o câmbio uma flutuação menor durante mais tempo em 93 quando nós fizemos o horizonte do plano real A ideia era que a gente ia ancorar no dólar durante do anos a gente estimou que em Julho de 96 a gente já tava com dólar flutuando uma coisa é o papel outra coisa é a realidade Econômica né e a taxa de juro americana
subiu exatamente em 1994 e só lembrando todos os programas de estabilização da América Latina naquela época e do mundo tinham baseados no câmbio fixo que tinha sido um enorme sucesso pro crescimento dos tigres e asiáticos na época né Nós entramos no governo Fernando Henrique com muitos desequilíbrios porque a economia virou esfuziante o crédito estava crescendo a 35% ao ano primeiro trimestre 95 a taxa anualizada de crescimento tava em torno de 10% temos a indústria tá crescendo a 14% as vendas a mais de 20% tivesse uma desvalorização abrupta ali levaria em questão assim a o nosso
compromisso com manter a preservar a inflação S sob controle eu acho que essa questão do câmbio perpassou todo o primeiro mandato porque ela já tem a discussão em 95 aí ela fica de lado porque aí o grupo que consegue eh convencer dentro da equipe que tem que permanecer um pouco mais ancorado do câmbio ele permanece boa parte vai saindo e não tem uma crise explícita de câmbio durante muito tempo e aquele foi um teste importante e o plano saiu muito bem né grande preocupação era o sistema bancário né nós tivemos a beira de uma crise
bancária de sérias proporções que poderia ter colocado o plano a perder né o sistema financeiro brasileiro o sistema bancário ele se adaptou a um ambiente inflacionário quando a inflação acabou o sistema bancário ele ele sentiu fortemente isso e houve uma redução muito abrupta né e forte das receitas inflacionárias que eram apropriadas por esse pelos bancos e muitos bancos não res não conseguiram fazer essa transição você Pens o seguinte você tinha um depósito depósitos não remunerados no seu banco que a taxa de juro era 1000 3.000 né então o floating era muito alto e isso escondia
o fato de você não precisar ter uma carteira de crédito que os bancos eh se beneficiavam da inflação os governos também né então quando houve a a estabilização de fato ficou ficou claro que que que havia um déficit estrutural no Brasil e antes a eficiência de ginástica financeira era mais importante do que o exercício de produtividade industrial ou Empresarial né você não ter pisar eficiência operacional em alguns casos até fraude né que foi o que aconteceu em algum dos bancos na hora que o juro foi para níveis civilizados isso ficou amostra e o banco deixou
de ser um negócio de ter floating em cima de uma inflação galopante para você realmente ter que ter um banco como ess é hoje baseado em crédito e em serviço pra população que é o certo e é o bom o per inflacionário foi terrível pra gente eu me lembro ter tido acesso à nossa tesouraria e naquela época caixa precisar recorrer a banco de segunda linha para em nome dela eh fazer gestões no mercado de capitais para poder fechar sua tesouraria você imagina isso hoje é impossível E aí começou um desenvolvimento muito grande do mercado de
capitais com instrumentos de dívida que pudessem sair de uma coisa extremamente binária que é era em empréstimos de capital de giro ou de descontos de duplicata então a estabilidade ela deu uma dimensão para Novos Produtos eu teve inclusive uma estruturação no no no sistema financeiro inclusive com bancos estaduais né cada estado do Brasil tinha um banco né e e muitos deles foram absorvidos ou por bancos controlados pelo Governo Federal Ou foram privatizado né [Música] [Aplausos] [Música] nós tivemos problemas sérios ali do sistema financeiro não só bancos oficiais nós tínhamos dito isso desde 93 eles perderiam
receita inflacionária os bancos estaduais fazam empréstimos ou diretamente ao governo do estado ou a entidades do próprio Estado e esses empréstimos não eram não eram pagos e porque eram banco Estadual o banco central não intervia nesses bancos nós tínhamos 30 e tantos bancos eh públicos estaduais eram criadores de moeda eh emprestavam para seus governadores para suas empresas do estado que com frequência não lhes pagavam de acordo com as obrigações contratuais o estado não pode ter um equivalente a Banco central essas questões nos obrigaram a eh fazer um trabalho intenso de reorganização das Finanças estaduais onde
a a filosofia básica era trocar um passado de uma uma tremenda desorganização por um futuro onde essas questões pudessem ser evitadas não vamos permitir o que aconteceu até então alguns estados levantavam dinheiro gastavam e não pagavam suas dívidas nesse momento os estados devem ao governo federal junto com os municípios 40 Bilhões de Dólares ISO acabou todos os estados estavam mais ou menos nessa situação e nós então fizemos um programa em que a gente refinanciar a dívida dos Estados assumindo um comprometimento máximo de 13% da receita estadual com pagamento de dívida em troca Eles teriam que
aceitar privatizar o banco estadual e a sua distribuidora ou se não quisessem privatizar Eles teriam que entregar esses ativos ao governo federal Obviamente você não poderia não podia deixar E essa era uma determinação explícita do presidente que os depositantes dos bancos sofressem em massa quer dizer perdessem né os seus depósitos ISO seria desastroso a gente tinha exemplos de crises bancárias recentes por em países vizinhos como por exemplo a Venezuela foram vamos dizer desastrosas ele tomou todosos todas as ações que precisava tomar para sustentar o plano porque era o plano que eu havia elegido por exemplo
liquidação de bancos teve um dos bancos foi liquidado filho dele era casado com a filha do banqueiro que controlava o banco o banco foi liquidado independente de filho dele de relações familiares o esforço do proer o esforço de saneamento dos bancos Estaduais de saneamento das dívidas Estaduais de também saneamento dos bancos públicos federais de privatização né de bancos Isso tudo foi um processo muito muito difícil politicamente desgastante pessoalmente também mas que eu acho que foi fundamental é para que o plano adquirisse resiliência nós conseguimos com essas intervenções no setor público e no setor privado tivemos
grande processo de falência liquidação de pequenos bancos dos sete principais nós tivemos problemas que tivemos que lidar com o banco econômico o Banco Nacional e o binos que tiveram que ser vendidos privatizados demora para fazer imagina fechar os bancos estaduais arrumar o Banco do Brasil só en crenca né põe ano aí para fazer mas enquanto isso a política monetária tá ali as tropas vão avançando mas logo depois né começou a crise asiática né que explodiu em 97 em seguida a crise asiática explodiu a crise russa em 98 ou seja nesses anos de transição em que
nós estávamos consolidando o Real a situação externa que o Brasil enfrentou foi [Música] péssima naquele momo momento você tinha todos esses programas de estabilização baseados em campo fixo e na hora que você teve esse aperto de juro e essa saída de capitais dos mercados emergentes você teve as grandes crises me lembro que a gente consegue fazer a privatização das Teles uma semana antes da Grande crise isso acelera um ataque cambial no Brasil a gente perde reservas no dia 23 de setembro 10 dias antes das eleições o o Presidente da República fez um discurso no Itamarati
onde ele diz como é que ele tava vendo a situação reafirma que nós estamos trabalhando no programa para o triênio que seria apresentado em até 15 de novembro e dá uma ideia de que como é que nós estamos lidando com a crise que era uma crise séria naquele momento o Brasil veio carregando uma um uma situação fiscal eu diria bastante precária sobretudo porque a taxa de juros Era bastante alta aquilo não ia aguentar tava muito claro e fazia falta um um um uma situação fiscal mais sustentável inclusive porque uma uma dívida que tá crescendo com
essa taxa em pouco tempo ela estora né o fator fundamental para postergar o câmbio flutuante né foi que o cenário externo se provou ser muito mais difícil do que a gente tava antecipando em 93 e Com todas essas crises do México do no Sudeste Asiático e da Rússia por outro lado nãoé o Fernando Henrique resolveu ser reeleito e portanto resolveu que talvez fosse melhor fazer os ajustes Somente depois que ele fosse reeleito houve uma primeira tentativa de de ajuste fiscal no ano de 97 que não deu certo E aí veio uma segunda eh definição Então
essa anunciada pelo presidente Fernando Henrique antes das eleições acho que foi um gesto corajoso de parência da parte dele foi com base naquele programa que nós conseguimos o apoio do do fundo monetário 18 milhões do fundo uns 10 bilhões do Banco Mundial parte do BID e uns 14 bilhões de bancos centrais através do Bis muita gente acha que o câmbio foi ficou valorizado Fernanda a como se fosse um estelionato eleitoral eu não concordo com isso acho que era uma questão filosófica de política econômica mesmo o Gustavo Franco tava convencido talvez corretamente né que naqueles períodos
iniciais sem A Âncora do dólar o real não teria suficiente lastro em si mesmo para garantir a estabilidade da moeda portanto ou foi necessário Na verdade uma crise nos as nossas reservas foram a zero né Eh para que o câmbio flutuante fosse [Aplausos] introduzido final do primeiro mandato eh a gente estava em plena campanha eleitoral o fundo monetário pressionando o governo brasileiro para mudar política cambial o ministério da fazenda e o banco central na pessoa dos seus líderes mas especialmente em função da posição do presidente do Banco Central Gustavo Franco Resistindo uma hipótese de mudança
a demanda por dólar começou a ficar muito elevada e no final o o o banco central não tinha mais condições de controlar essa demanda e controlar o preço quando as reservas cambiais elas quase que evaporam no último bimestre do ano aí tá claro que aquilo é uma crise séria o presidente Fernando Henrique as pesquisas mostraram uma perda de vantagem sobre o a a oposição mas ainda foi em tempo dele ser reeleito no primeiro turno o presidente é eleito e continua aquela situação eh de pressão sobre moeda brasileira senhores congressistas Não Fui eleito para ser o
gerente da crise fui escolhido pelo povo para superá-la e para cumprir minhas promessas de campanha muita gente era pessimista so se desvalorizar o câmbio pode gerar inflação e voltar tudo toda aquela aquele processo acabou gerando a saída do Gustavo Franco o presidente então não vendo outra alternativa Ele Decide trocar o presidente do Banco Central a revelia do do próprio Ministro malan e coloca então o diretor Francisco Lopes conhecido como Chico Lopes como presidente do do Banco Central Mal entendidos incompreensões que hve ali na virada de 98 para 99 que levaram a decisão do presidente Fernando
Henrique de mudar o presidência do Banco Central colocar um novo presidente lá que fez a sua proposta no dia 13 de Janeiro daquele ano ele anuncia uma nova política cambial que tem uma fórmula eh digamos assim que procurava acomodar essas variações do valor da moeda brasileira de uma maneira mais dinâmica Ele criou um mecanismo chamava-se banda diagonal endógena e esse negócio até por esse nome um pouco P diferente ele também não foi recebido com digamos assim com muita credibilidade aí tem o famoso debate com FMI o Chico Lopes com FMI a própria equipe tem uma
discussão interna muito forte que que vai fazer se vai aumentar J vai soltar câmbio até que você não tem opção o ataque cambial decide por vocês e ali então começa realmente a haver uma sucessão de de eventos e esses eventos culminam com uma pressão ainda maior perda de reservas um desconforto muito grande do fundo monetário Internacional e do Tesouro americano porque eles não tinham sido informados previamente dessa dessa mudança da política cambial realmente chegamos a uma situação onde a a única perspectiva seria uma nova mudança do presidente do Banco Central e que gera a grande
desvalorização cambial de Janeiro 99 quando entra o armínio eh e faz a segunda etapa do plano real que é o tripé [Música] macroeconômico o convite surgiu no meio daquela confusão toda que eh teve como o fator mais visível uma crise cambial que acabou forçando a depreciação do do real não foi uma política de depreciação foi uma depreciação imposta pela e inviabilidade daquela taxa de câmbios eu ligo pro pro armínio Fraga falo com ele disse olha o presidente pediu para te estender o convite para você assumir a posição de Presidente do Banco Central Você topa não
eu topo eu aceito final de Maio início de Junho eu estarei pronto eu tô ind pro Brasil dis mí se for para você vir final de Maio início de junho não precisa vir o país acabou mas é assim que tá a situação é e eu quero saber se eu posso dizer pro presidente que ele pode te ligar para formalizar o convite que você vem imediatamente sim eu topo eh mas precisam me me dizer que o lado fiscal vai andar senão eu vou me entregar a uma tarefa inviável mas estarei com determinação para obter do congresso
ajuste fiscal e para livrarmos o Brasil da armadilha dos juros altos que aguil o nosso ímpeto de crescimento econômico foi quando então se passou pro regime de metas de inflação para mim Ficou bem claro que a receita natural e que já era praticada sem que a coisa fosse assim muito explicitada era o sistema de metas para inflação que tinha sido eh introduzido formalmente em primeiro lugar na Nova Zelândia depois no Reino Unido na Suécia no Canadá depois se viu que na verdade você poderia fazer uma Âncora vamos controlando o câmbio também se mostrou muito ineficiente
então eu acho que foi um processo de aprendizado geral porque depois né do plano real a gente teve o sistema de metas em 99 que hoje é o sistema que quase todo mundo usa e nós acreditávamos vendo o exemplo desses países todos era possível influenciar as expectativas se o funcionamento do sistema fosse entendido pela população e pelo pelo mercado e quando eu falo Mercado não é Faria Lima ou Wall Street é a economia global de mercado são os os industriais são as empresas de serviços que tem que contratar a gente de comprar equipamento etc todo
mundo tem que tomar decisão do que fazer e aí leva lá o ano de de 99 mas consegue e finalmente também rean corar expectativas ETs o esforço que você tem que fazer pós o real é impedir a reindexação da economia e se você perde a credibilidade na moeda boa como é que você vai convencer de novo a população que existe essa possibilidade então nós introduzimos o o chamado tripé da política econômica que tá hoje aí consolidado onde você consegue finalmente juntar o aus fiscal com a flutuação cambial e com as metas inflacionárias então batalha número
três transição para o chamado tripé né Foi bem sucedida no final de 99 depois a estabilização depis gente teve o racionamento foi um choque de oferta importantíssimo crise do Nasdaq né estouro da bolha em 2001 e a crise da enron World as crises dos balanços foi crise de crédito American segundo mandato Fernando Henrique tem outro desafio gigantesco para o plano que é o seguinte tem uma eleição a oposição pode ganhar um dia ela vai ganhar e a oposição foi contra o plano [Música] real começa a ameaçar né de fato vencer aquela eleição de 2002 eh
a a assim o risco de uma mudança radical na política econômica começa a mexer no preço de ativo e o mais importante foi o dólar Você se lembra que houve Pânico no mercado com a eleição do llar O dólar subiu lá pras alturas e esses caras agora vão ser governo o que que vai acontecer Claro que tava todo mundo nervoso com isso esse seria um enorme desafio não é nosso do plano é o desafio pro país o Real sobreviveu como Fernando Henrique A grande questão era se ele sobreviveria com lula [Música] [Música] C a [Música]