Adélia Prado - 24/03/2014

132.31k views10736 WordsCopy TextShare
Roda Viva
A convidada do Roda Viva desta edição é Adélia Prado, autora de poesias, prosas e antologias, além d...
Video Transcript:
[Música] Boa noite estamos ao vivo em todo o país pela TV Cultura pelas emissoras afiliadas pela Rádio Cultura Brasil pelo Portal wol e pelo Portal da Cultura no cma.com.br bjorn ismo hoje a nossa bancada de entrevistadores é composta por Ana vais editor assistente de cultura da revista ISTOÉ Rosélia Aguiar jornalista especializada em livros e autora da biografia de Jorge Amado a ser lançada neste ano Fabrício corsal poeta e colunista da revista São Paulo do jornal Folha de São Paulo Paulo Verneck curador da festa literária internacional de Parati a flip de 2014 o biratan Brasil editor
do caderno dois do Jornal O Estado de São Paulo como de costume contamos com os twiteiros convidados e com os desenhos feitos em tempo real pelo nosso caronista Paulo caruzo Adélia Prado em primeiro lugar devo dizer que é uma honra muito grande ter você por aqui obrigado obrigado pela volta porque você já esteve aqui é já esteve aqui 1994 é para começar a nossa conversa eu queria lembrar uma uma frase do Vinícius de Moraes ou uma frase não é a tese do Vinícius de Moraes e saber o que você pensa dela o Vinícius disse que
tinha parado de escrever poesia depois de ter escrito grandes poemas porque ele era incapaz de se sentir infeliz e ele achava que todo grande poeta precisa ser triste daí Nascem os da da tristeza que nascem os grandes poemas você não me parece uma mulher triste que que você pensa do que disse o Vinícius engraçado você falar isso que eu achava ele era uma pessoa triste sabe eu achava ele Triste sim agora eu não acho que a tristeza seja um motor da poesia não uma pessoa não escreve poesia porque é triste ou porque é alegre a
poesia Ela Vem de um outro lugar que inclui tristeza e alegria né mas isso aí não é a não é a condição para escrever nenhuma obra não porque toda obra ainda que nascida da tristeza por ser poética ou por ser arte ela é bela e a beleza é alegria pura né perfeito Brasil abrindo a roda obrigado adé e a sua poesia tem estabelece um contato muito imediato com o público Basta ver as reuniões que você participa os debates é uma na verdade as pessoas realmente se sentem muito ligadas ao que você escreve e ao que
você diz também como é que você explica ou como como é que você vê essa ligação tão profunda com o público de poesia que geralmente é uma coisa muito mais fechada muito mais eh muito menor até quando você fala de ligação com o povo e com eu acho que é porque eu sou Plebe também sabe então eu me sinto muito povo também agora Eu não sei responder isso pera aí Por que deixa eu ver sabe que eu não sei talvez no final do programa eu descubra né mas tem tem realmente é verdade eu tenho uma
resposta muito boa dos leitores das pessoas eu gosto de gente mas sempre foi assim Adélia quando você escreveu seus primeiros poemas ninguém na família por exemplo estranhava ou não ent não a dinastia começou comigo né É porque eu ninguém escrevia meu pai gostava ele gostava de falar alto falar texto alto eu me lembro de um livro que ele leu empolgadíssimo que era o ermitão de Muquém sabe ele ficava lendo aquilo alto pela casa fora quer dizer ele tinha uma sensibilidade Isso aqui é muito bom isso aqui é superior Isso é ótimo e e eu desde
do curso primário eu gostava eu acho que é o a coisa encantatório em casa muito parecida com Ele começava a declamar também eu fazia deles assim uma plateia e eles escutava e aplaudia aquilo né e mas isso era tudo assim era bonito é bonito isso isso é bonito isso é muito bom mas assim escrever mesmo foi uma uma uma experiência bem depois fazia na escola aquelas quadrinhas fazia composição bonita que ia pro quadro esse tipo de coisa mas a palavra sempre era uma coisa assim poder dizer as coisas de maneira bonita era encantador jos eh
sair de sua cidade e vi para São Paulo participar de evento e perturba muito seu cotidiano seu processo de trabalho ou fazer isso de vez em quando é bom também esse contato com com a pleb como você diz alimenta a sua poesia o que alimenta a minha poesia é o que que eu não tem nada especial que fala isso é isso detona a sua criação poética não é o próprio susto e o próprio espanto que eu tenho com com a vida e a vida que eu tenho é a de todo mundo é só o cotidiano
eu não tenho nada diferente né então poeta do virou quase um carimbo né então eu eu acho que todo mundo é poeta é do cotidiano porque o que que a pessoa tem mais do que isso essa experiência diária cotidiana de viver e de acudir as necessidades básicas da vida as paixões nossas as boas e as perversas é disso que todo todo poeta todo autor fala é das paixões humanas da de existir do assombro que é existir existir é muito esquisito é muito perturbador saber verse existindo eu tenho que dar uma resposta para essa vida né
Eu acho que as perguntas básicas que geram a filosofia e que geram as religiões é o que gera também a arte né o que eu sou de onde eu vim para onde que eu vou toda arte é uma tentativa de resposta disso a as religiões também e a filosofia nem se fala e a filosofia lida com o quê com com a mesmo material da do poeta e do e do do do filósofo e do artista do Pintor do do cineasta mesmo material e ele tá sempre novo renovado que as pessoas são singulares né é muito
estranha essa singularidade das pessoas também tamb não se repetem né fazendo as mesmas bobagens e as mesmas Maravilhas somos iguais Paulo Verne é dessa é desse lixo Zinho aí que a gente faz alguma coisa pa Boa noite eu queria falar do seu livro está lançando agora o Augusto falou aí da da relação entre escrever e felicidade ou alegria e esse livro vem aí num período em que a a sua publicação vem sdo mais intermitente tem tido alguns eatos né Eu queria saber se eh na montagem do livro se isso é basicamente o que você escreveu
se tem muita coisa ainda que você não passou pela sua pela sua peneira nome do livro B miserere da Editora Record Acaba de ser lançado amanhã aliás vai ser lançado amanhã no Sesc Vila Mariana 8 da noite é isso né É sim é vai haver leitura de poemas e depois uma conversa da da é conversa não é conferência é debate el não gosta dessa palavra não Já faz alguns anos que não sai um livro de poesia eh não tem tem tanto tempo assim não em 2010 é saiu a duração do dia 2010 uhum né então
eu acho que eu acho que eu tô dentro do Ritmo porque eh foi 76 bagagem né agora 2014 uhum a gente passa per Mas você ficou um tempo sem escrever por is né sem escrever nada sem escrever nada por quê Porque eu tava no deserto eu tava num num num desamparo total não dava conta eu comecei o livro escrevi Talvez um dois parágrafos e fiquei empacada porque por problemas que você estava vivendo problema é que eu não sabia o que era por que que eu não dou conta de escrever porque eu gostava daquele começo sabe
achei vai ser um livro bom estava empolgada e parei e quando eu parei mesmo eu descobri depois que eu é o problema era comigo era um problema eu acho que uma depressão profunda uma coisa que eu nem tinha consciência de que estava padecendo E à medida que eu me tratei que eu fui procurar meus recursos o livro se chama o homem da mão seca é um romance um pequeno romance assim eu comecei a escrever empolgadíssima sabe e sabia até como é que ia acabar eu falei vai vai acabar assim eu sabia t o gesto assim
a a gestual da coisa assim como é que eu ia fazer aquilo mas depois o tinha começo tinha fim não tinha meio né Aí eu descubro que o a mão seca era minha mesmo eu fiquei muito assombrada is is durou quanto tempo Adélia 7 anos 7 anos eu fiquei 7 anos na areia do deserto fiquei lá pedindo miserere miser noves Paulo quer quer falar mais alguma coisa não era esse período mesmo que é um período de de secura criativa né e e que é aquela história eu olho pedra e vejo pedra mesmo né pedra é
só pedra mesmo e não é mas eu não sabia como solucionar aquilo são problemas de ordem pessoal emocional que às vezes S até inconscientes E à medida que eu aceito aquela dificuldade e procuro resolvê-la eu descubro que aquela secura aquela mão fechada era a mim era eu eu era o homem da msea e como é que isso acabou esse período acabou com a misericórdia divina e um tratamento que eu fiz e de repente Aí você voltou a escrever é eu tava eu tava assim normal eu só não dava conta escrever normal demais eu não dava
conta de escrever mas depois eu entendi a coisa e ali o o livro se o livro aconteceu e eu e foi muito bom para mim passar o des para todos nós também foi ótimo sabe eu ficar naquela amargura Não Para nós foi muito bom você tem voltado a escrever não graças a Deus é um sofrimento né a gente querer escrever e não dá conta Ana vais Adélia eh você fala que eu Ah tudo bem uhum eh no teu novo livro Você fala muito com Deus em todos os outros também né mas aqui nesse nesse no
misere eh tem vários eh títulos e e e e termos eh contra a dança contra o amor contra todo o artifício Eh você tá isso tem a ver com o seu descontentamento com o Brasil com os reveses ou você tá questionando talvez a religião mesmo nesse momento não a a questionamento aí é contra amor contra dança é o sofrimento pessoal que todo mundo tem não tem essa pessoa que que passe a vida sem sofrer eu acho o sofrimento íssimo porque ele é condição de consciência de mais consciência então uma pessoa que não sofre é um
fenômeno eu acho que tem que ser observado por quê né porque nós todos temos motivo de Sofrimento que a finitude da vida a nossa precariedade nós envelhecemos adoecemos morremos temos amor temos ódio Esperança temos desconfortos físicos desconfortos Morais né filosóficos Então tudo isso é sofrimento eu acho que uma das coisas mais importantes na vida de uma pessoa é encarar o sofrimento por isso que eu tenho muito medo de livro de autta ajuda porque ela quer desviar você daquilo que é importantíssimo de encarar a primeira coisa você mesmo você tem que dizer um sim para aquela
situação aquela dor né fugir de dor é uma coisa muito é uma perda de tempo você encontra ela lá na esquina outra vez né e e é possível a gente sofrer em paz sabe a coisa tá pegando fogo mas você tá em paz isso é possível eh eu me perdi da sua pergunta aí estava falando da importância do sofrimento da importância do sofrimento agora não é sofrer para escrever não você você escreve sofrendo ou não né alegria também produz poesia mas a vida humana nossa nossa existência humana é uma é uma cruz nós estamos num
Vale de Lágrimas se eu falar de outra forma eu tô mentindo é um Vale de Lágrimas onde se tem alegrias oases grama Verde crianças é a vida né tá tá Tonia carreira uma vez pergun sempre repito essa história que me impressionou muito numa entrevista o entrevistador perguntou a ela se ela era feliz ela falou sou várias vezes ao dia é É isso mesmo Fabrício cors Boa noite Adélia Boa noite e você é católica acredita em Deus e sua poesia como Ana falou muitas vezes é um diálogo com a divindade não só nesse último livro Gostaria
de saber se você passou por momento de pouca fé ou nenhuma e se isso influenciou a maneira de escrever ou a profusão da escrita se isso facilitou ou ajudou ass momentos mais sei mais tensos né é não Não sei se elas elas são é não é claro que todo eu acho que todo crente tá a mesma coisa do do sofrimento ele passa pela pela pela dúvida pelo Deserto da Fé isso não eu não os grandes místicos por exemplo você olha São João da Cruz ele ele passou desertos e inimagináveis por qualquer um de nós meu
sofrimento é sofrimen tenho perto desses grandes sofredores o momento do do do da secura do do romance secura do deserto el chama mas o romance teve um pouco esse essa crise religiosa ou não não não não propriamente o romance o ROM era era de outra ordem mas a crise religiosa acontece Às vezes até quando você tá né vivendo normalmente Santa Terezinha a gente estava falando nela agora mesmo né ela teve ela passou anos numa noite escurso me ajudou demais a vida inteira que ela falava assim eu estou padecendo a dúvida da Fé Mas eu continuo
fazendo as obras da Fé isso para mim foi falei porque eu posso ficar em dúvida e parar de de de viver né Mas eu continuo fazendo as obras da fé é uma é uma crença uma fé atrás da dúvida que me que me leva pra frente mas ninguém tá livre disso não ali quanto mais Santo pior mais sofre você escreveu um poema O Ditador na prisão inspirada na na história na saga do sim é o que é que te inspirou foi o o que te inspirou foi o sofrimento dele eu fiquei perplexa quando eu vi
ele saindo daquela cova com aquele cabelo aquela sujeira com aqueles olhos enlouquecidos e eles enforcar aquela pessoa sem julgamento sabe eu e ele eu sabia diz que ele escrevia poesia sabe li o alcorão eu falei Jesus para mim foi dramático demais como para muita gente eu conheço pessoas que adoeceram de ver aquilo sabe então eu me senti na pele dele sabe eu falei por que que não sou eu que tô condenada a forca né aquela morte sem nenhuma dignidade aquilo terrível A Paixão de Cristo aquilo né então o poema veio em Meu Socorro é né
a roda tá aberta você você eh acredita que que a sua poesia perderia algum sentido sem a religião então ou não se a poesia perderia o sentido sem a religião eu falei isso não eu pergunto para você não você tá me perguntando não as pessoas fala assim eh você escreveu ess essa poesia porque você acredita muito em Deus né problema religioso sempre aparece ele é muito incômodo né para muita gente é uma coisa muito incômoda Uhum eu falar em Deus na poesia né mas eu acredito assim se eu fosse ateia ou agnóstica eu faria poesia
do mesmo jeito porque eu acredito na minha vocação eu sou poeta eu acredito nisso é um dom é uma graça não é nenhum mérito meu não mas eu faria outra poesia não é a fé que me faz fazer poesia a fé constitutiva da minha experiência humana então necessariamente ela aparece na poesia porque eu não vou deixar agora eu vou escrever poesia não tem nada a ver com a fé quer dizer eu é a pessoa inteira que produz poesia né Ela é autobiográfica Toda obra até ficção científica é autobiográfica Sabe por que que é porque o
o autor de ficção científica ele escolhe o seu tema a sua ficção Isso já é pessoal então Impossível a gente não deixar a pata da gente nas coisas que a gente faz é por esse motivo se eu não tivesse Tid essa esse tipo de educação eu faria poesia do mesmo jeito eu faria outra poesia mas eu faço essa porque isso sou eu Tá respondido Ah tá é e e depois de tantos livros tantos poemas que você já escreveu eh tem algum tema alguma questão humana que você tentou trabalhar ao longo desses anos e e não
ficou satisfeito nunca fez um nunca publicou um poema a altura dessa experiência tem essa insatisfação não sabe as três únicas coisas que me acompanha desde que eu sou menininha desde que eu era canç eh isso nunca me sai da cabeça eu penso nisso diariamente sexo morte e Deus então você falou bastante esse é o tripé sabe tá tudo aqui ó tá tudo aqui desde o tem o fogão tem o tanque tem a metafísica tem a física quântica tá tudo aqui então tá resolvido e a morte sexo morte Deus sexo morte Deus é uma maravilha eu
acho que tá tudo aí Adélio Oi esse essa demora de publicar às vezes tá relacionada a um Rigor talvez que você tenha o seu primeiro editor e editor por muitos anos o Pedro Paulo C Madureira ele diz que ninguém é mais rigoroso com a própria obra ou a pessoa mais rigorosa com a própria sua própria obra é você eh você é muito rigorosa demora de dizer o livro tá pronto Não eu sou rigorosa não É nesse sentido não às vezes eu posso até ser relapsa não sei mas eu eu tenho muito Capricho com isso eu
quero fazer o melhor sabe mas o meu Rigor é de outra ordem é de não eh trair o que eu tô sentindo Eu não eu detesto enfeite sabe agora essa eu isso mestre de nós todos né o Guimarães Rosa falava assim às vezes você tá até achando bonitinho aquele achado seu mas corta tá sobrando sabe isso eu tenho por instinto desde sempre sabe eu falava não não é isso não é não é ia tirando o negócio é tirar vai tirando tirando tirando Ah ficou pronto o bebê tá tá limpo né é igual dar um banho
num recém-nascido porque o poeta veio o poeta não o poema vem cheio de de gordura de sangue de tudo quanto há eado das coisas que aquela emoção tá produzindo Mas isso não é arte ainda é uma coisa bruta aí você vai escrever aquilo então é uma Fidelidade que eu acho que é pecado mexer naquilo não pode sabe e então aí eu faço o que a coisa tá pedindo é isso aqui que eu tenho que fazer e falar a minha única preocupação é essa sabe então é isso vamos agora para um ligeiro intervalo e já voltamos
com a poeta Adélia Prado [Música] Voltamos ao vivo com a poeta entre outras coisas Adélia Prado Adélia você falou agora com bastante convicção e ninguém aqui duvida disso que é poeta quando é que você descobriu que era quando eu descobri que era Poeta Deixa eu ver você você era menina eu quando era menina eu eu falava assim um dia eu vou escrever um livro que vai se chamar Vagalumes E pirilampos olha que horror Vagalumes e pirilampos é uma coisa só né mas eu era bem pequenin mesmo eu gostava da palavra pirilampo né coisa assim então
quer dizer alguma coisa me dizia que eu ia fazer uma coisa sabe nesse desse lado aí eu queria ser artista de teatro enfim e mas assim escrever mesmo foi na maturidade eu já tinha 40 anos quando quando vi a certeza de que você era poeta não isso não ainda não quem falou que eu era poeta tinha tinh nós tivemos na na quando a gente fazia filosofia um professor de lógica era um frad Franciscano e eu escrevia num jornalzinho que chamava Juventude Franciscana uma coisa assim então eu escrevia nesse jornal e e fui escrevia coisas poemas
e tudo poemas que eu jamais publiquei que eu sei que a qualidade literária deles tá não é de publicação mas ele falou comigo uma vez assim você sabe que você é poeta eu fiquei muito feliz foi uma coisa emocionante né e depois o drumon falou comigo que eu era poeta aí você tem certeza o aval foi do do do próprio drumon né Eu falei assim mas eu quero uma pessoa que me confirma É quase assim eu eu acho que eu sou eu acho que eu sou mas eu queria ser poeta né Aí ele falou você
é poeta então Desc antes de passar a palavra pro Paulo V né que queria te fazer outra pergunta o Ferreira Gular aqui no Roda Viva há algum tempo ele disse o seguinte quando que ele é ele entra numa espécie de transe quando ele é tomado pela poesia e ele contou que quando ele escreveu o poema sujo em Buenos Aires ele ficou várias semanas em Trance até que perto do final ele voltou ao entre aspas normal não cons e Demorou normal algum uns meses para achar de repente também ele tava andando no rio viu uma uma
árvore se não me engano e ocorreu o final que não tinha nada a ver com árvores como é que é com você Você também é tomada pela poesia como é que como é que chega o verso como é que ele nasce com você Ai meu Deus essa resposta é muito difícil de responder porque eu mesma fico pensando quando eu escuto música eu falo como como que é escutar música antes de escrever a partitura como é que um compositor escreve música é muito misterioso para mim e a a criação literária para mim é a mesma coisa
é a mesma coisa eu não sei como mas quando vem a coisa eu sei que a laçada já é de poesia eu sei a diferença entre poesia e prosa eu falei isso aqui esse esse material aqui dá uma um bom texto em prosa isso aqui é poesia ela tem uma cara diferente né Eu não sei explicar isso não não sei mesmo viu é um mistério é mistério Ah é isso mistério é bom que resolve tudo quando a gente não sabe é mistério é mistério Mas é mesmo viu é de verdade eu acredito nisso pa eh
você estava falando do drumon então que ele te disse que você era é poeta como foi que ele te disse foi por carta começou uma correspondência Vocês tiveram não ele quando ele recebeu os originais da do do Afonso AF ROM afo Romano né E o Pedro Paulo me disse que de falou ass ligou pro Pedro Paulo falou assim eu tô com uns terços aqui eu quero saber quem é essa pessoa e tal e se mostrou interessado e falou que queria me conhecer me chamou a casa dele eu Fui mas José meu marido e tal foi
muito emocionante a gente foi muito emocionante mesmo aí ele me confirmou sabe você é poeta você é poeta você é poeta e vocês mantiveram contato não eu eu fui à casa dele duas vezes e ele me escrevia Uhum eu ficava assim doidinha para correr e chegar né o quando escrever carta do drumão imagina Ah quem quem me falou isso uma vez também antes do drumon foi a Clarissa Lispector Uhum que quando eu descobri a Clarissa eu queria outra vida né Eu li tudo que ela escreveu igual eu fiz com Guimarães Rosa e e drumon depois
mas aí eu me deu na cabeça eu tinha um amigo meu poeta lá de Divinópolis que tinha endereço desse pessoal todo né e falou ten endereça Clarissa você quer eu falei quero quero não né e mandei uma mandei o poemas para ela sabe ela me mandou uma carta preciosa sabe com aquela letra assim descendo mor baixo assim aquela letra doida e falou que alegria que alegria várias pontos assim de interrogação vou arrumar um editor para você mas claro que ela imagina Clarissa né mas ela foi no lançamento sabe eu fiquei muito cheio de vida lá
o lançamento de bagagem ela estava lá ela drumon e mais gente boa JK né JK tava lá o Joselino Jocelino tava por minha causa não Jocelino porque tava lá era o Antônio w é claro que ele foi lá por causa do Antônio Wise a Raquel Jardim que já era conhecida eu tava de carona com esse pessoal mas eu autografe jel também Foi emocionante eu olho as fotas e nem acredito n você falou agora H pouco de um de um poema que nasceu da da situação que você viu do Saddam Hussein aham nesse novo livro tem
o o o Steve Jobs também Steve Jobs é é como é que surge como é que essas pessoas mais conhecidas se transformam em poesia para você como é que é isso o Steve Jobs é ele quando eu fiquei vendo porque eu não entendo nada de informática de não sei operar computador e tudo mas eu fiquei muito você escreve a mão escrevo a mão a mão eu fiquei muito fascinada com a pessoa do Steve Jobs sabe peguei na hora o livro e que escreveram depois viu filme Quase que eu usei a camiseta né também mas eu
fiquei impressionada com a pessoa dele eu amei ele sabe falei gente que pessoa ele me me comoveu profundamente e eu fiquei quando disseram que na hora da morte ele falou duas coisas ele falou ele fez duas interjeições que ele falou ó ó e morreu sabe eu falei imagina o universo de de experiência de uma pessoa daquela ordem de universo muito diferente do meu Evidente né que você inclu Imagina minha vida a vida do jovens né e mas ele me tocou muito sabe eu tenho amor por ele assim bobamente e o poema nasceu disso sabe dessa
emoção como você eu senti a morte dele nossa senhora queria entender ele queria conversar sabe parecia uma pessoa riquíssima que Ficou ali não sei não sei nem explicar amor eu tem explicação eu queria sa é como que você acompanha esse noticiário sim pela TV jornais quer dizer você tem quase sempre você dá entrevista sobre temas política política internacional inclusive Como que você acompanha isso como que essas notícias chegam até você eu sou muito corajosa para falar do que eu não sei né Eu acho que no Brasil por exemplo principalmente Agora nós estamos vivendo um tempo
muito Cinzento muito triste é uma ditadura de disfarçada né Eu acho não não não não me sinto num país democrático não E por que Adélia por causa dos desmandos eh políticos né você observo por exemplo vend eu eu vejo você perguntou vejo pela televisão pelos jornais né eu fico atenta a essas coisas que o partido da os partidos da oposição falaram que que a presidente teria dito olha se vocês não votarem a favor eu vou tirar os cargos de vocês parec uma diretora de escola passando pito em menino né eu mas eu f mas que
qualidade é essa queele do nosso Parlamento do nosso congresso essa briga por poder que troca de favor se você não fizer isso eu vou mostrar aquele dossier hein cuidado tem um negócio aqui que que tá tá fraudando aqui eu não vou contar não só se você não me der o cargo que eu tô querendo eu tô falando de modo grosseiro mas é isto é uma troca de favores né em todas as instâncias e os intelectuais de modo geral os que escrevem né não os intelectuais os Escritores poetas não estão muito omissos em relação a ISS
Mas é isso que a gente estava falando aqui na conversando com uma dessas meninas aí por exemplo eu me lembrei do tempo das Diretas Já né aquela coisa toda que os ditos artistas de esquerda intelectuais saíam na roi falavam né E era aquela coisa o Brasil tinha realmente um uma pulsação cívica a gente estava na ditadura e a gente tava mais vivo do que nós estamos agora essas pessoas se calaram eu não entendo pessoas que faziam por exemplo eh o o panegírico o elogio do do da esquerda depois que o governo Lula entrou depois que
o PT entrou no poder e fez o que nós todos sabemos ninguém fala ninguém admite a gente eu errei eu tava entusiasmado mas agora tô Decepcionado eu não vejo ninguém falar isso da maior aflição sabe nós estamos sem liderança sem ter uma pessoa em quem votar não temos pessoas que significam para nós esse trabalho de ir escolher eu acho que a gente ninguém deve escolher mais você acha que é você disse até na que na na última eleição você nem votaria né você continua com esse estado de Não eu nunca falei que eu não voto
não votaria em nenhum dos candidatos Ah sim sim porque você aqui no Brasil nós somos obrigados a votar Néo depois se você não recebe seu salário você não pode viajar mas imagina então a gente vai lá mas a gente não é obrigado a escolher não é secreto não é secreto né E quem Qual qual é a pessoa que tá que tá aglutinando assim as esperanças e o desespero das pessoas eu eu tô muito impressionada com o Brasil e esse eu acho que nós chegamos naquilo que bodre lá eu tô falando para quem você né to
é aquilo que Jean bodar falou no livro dele a transparência do mal o mal tá tão disseminado tão enraizado tão generalizado que ele tá transparente você não vê mais aqui é ruim aqui é bom não tá tudo uma coisa ruim sabe uma comida envenenada nos poderes da República estão assim né agora o Ministério Público vai que maravilha são os nossos heróis do momento a gente fica naquela emoção e depois não nós vamos cortar os poderes de vocês até o Supremo né gente vamos combinar não é verdade eu só eu vou falar mas AD não podem
fal Concordo eu concordo inteiramente não vocês por favor podem se manifestar não precisa fazer sua pergunta eu acho gente aqui tá uma ocasião ótima da gente fazer alguma coisa mas eu queria te perguntar sobre por exemplo Divinópolis Onde você vive nasceu e passou a vida inteira Uhum é uma cidade média brasileira que é onde tá um acontecendo as grandes transformações sociais no Brasil e para o bem e para o mal para o bem e para o mal eu queria saber da sua cidade O que que você tá vendo você tá assim Olha a a nossa
prefeitura tá em plena decadência como várias prefeituras sabe assim parece que não perdemos ali liderança perdemos a a carne a envergadura sabe tudo uma geleia não é uma geleia gostosa não sabe nós estamos sem liderança sem rumo sem rumo a copa do mundo né Gente olha a Copa do Mundo na minha cidade na copa na nas copas que não acontecia nem no Brasil não acontecia o povo pintava calçada assim Brasil aquela coisa cívica sabe Brasil às vezes até ingênua mas era um sentimento de brasilidade e de alegria né Eu não sei se só eu que
tô sentindo isso mas eu tô vindo uma tristeza esses esses estádios que eles fizeram no Pantanal lá não sei onde né a gente fica sabendo de tudo diz que precisa de da população de uma copa inteira de pessoas pagantes para poder encher o estar não tem gente para encher esses estádios e fizeram lá aqueles Palácios a quem nós temos que recorrer para onde que nós vamos pedir miserere a quem recorrer né não vai ser a Copa das Copas e isso mais aquilo e a FIFA do jeito que a gente tá sabendo pelo jornais tá mandando
tá mandando mesmo aqui não pode pode circular que aqu não pode fazer isso não pode fazer aquilo porque a CPA é deles eu não sinto que a cópia é Nossa não eu achei um transtorno e tem uma coisa que eu vi também no jornal pode ser mentira mas eu acho que é verdade que um país de primeiro mundo aí foi convidado para sediar a copa que o governo falou não nós temos prioridades ai que vontade de escutar um um uma liderança Nossa falar isso não nós temos prioridade não V fazer copa não e eu adoro
futebol eu vejo com meus menino com meu marido meu povo torce torce para qual time eu sou Atlético AD aí ela em casa tem cruzeiro esse como como filósofa como escritora como cidadã Qual é um modelo que você enxerga que seria importante pro Brasil sairo político é um homem público que você admire vivo humor de qualquer país Eu também queria saber aproveitando a pergunta da Vivo ou Morto de qualquer país é uma figura histórica qualquer um pecador mais mais palatável né Por exemplo deixa eu ver ô meu Deus eu não conheço né os outros países
não mas problema figuras históricas por exemplo Winston Church muita gente cita né como exemplo de estadista figuras como ele te impressiona para citar um exemplo olha dele eu conheço nada eu só conheço aqueles ele foi louvado como herói de guerra ele segurou as pontas lá na Segunda Guerra Não é foi ele que transmitiu ao povo não passarão vamos representou os ingleses durante uma época é é representou exat Não você falou a palavra certa uma pessoa representativa quem qual brasileiro ex-presidente representou o povo na sua opinião eu vou falar de maneira muito afetiva mas vão me
crucificar é o Jocelino Kubichek a pessoa dele por que você acha que se crucificam por isso porque os inimigos falam Ah mas ele foi fazer Brasília e gastou aquela coisa a crítica da dele mas é uma compostura pública sabe essa nós não temos mais compostura dos nossos representantes e ele tinha uma compostura pública deixa eu ver outro o Papa Francisco te representa adoro Papa me representa sim me representa e o Joseph hinger o hinger depois engraçado quando ele quando houve aquela história com com meu Deus PR cá né quando H aquela história com Leonardo B
fiquei com raiva do zinger né porque eu tava plenamente enfronhar também com a teologia da libertação a gente tinha grupos de esturo da teologia da libertação e eu fiquei danada com ele sabe mas depois que ele foi p você se refere a Episódio da excomunhão do do do do do bof pelo perfeito que foi muito muito duro foi muito parece que não não era mais para ter exc comunhão e ele não foi excomungado não ele foi exatamente como desculpe eu usei a não não não eu também devo estar errando toda a hora aqui Ness nessas
informações mas depois que ele foi Papa parece que eu entendi tanto ele sabe entendi comecei a admirar até com a renúncia dele me me eu tive um novo olhar sobre a pessoa dele mas entendeu inclusive o a condenação ao bof naquela situação eu entendi na quando eu tava vivendo a a a a a coisa não depois eu entendi ele com aquela cabeça naquela situação eu acho que ele achou que era uma coisa perversa que a o catolicismo ia fundar no no comunismo no socialismo aquela coisa toda e de fato a teologia da libertação teve uma
colaboração pol muito fortemente política né que em certo momento desviou-se desviou a Assembleia dos crentes do Sagrado a própria a própria interpretação do Vaticano I quando falou vamos levar a a a igreja até o povo nós estamos padecendo com isso até hoje que foi uma má interpretação disso botou no vernáculo né o a liturgia passou pro português beleza mas depois a qualidade fez isso nós começamos a copiar os Evangelhos que eles têm de pior e e a qualidade caiu a qualidade da música que era uma maravilha o cantochão a música popular religiosa de muita qualidade
e começamos ter animadores de missa e palmas nas horas e o r segir escreveu uma coisa agora interessante e falou assim razão por não razão pela qual não se deve adotar Palma nas missas sabe como tem nos enterros hoje bate palma pro defunto né tudo equivocado os valores se misturaram quer dizer ele perde ali a sacralidade da liturgia o momento de adoração que tem ser de silêncio as pessoas cantam sem parar músicas horríveis é não é a gente não vai discutir isso aqui Mas então tudo isso aconteceu hoje tá havendo uma tentativa de voltar a
não é a romanização mas uma seta eh organização litúrgica procedimento litúrgico mais condizente com a criatura diante do seu Criador Por que você gosta do não tem hora que não tem diferença de estar num bar ou numa churrascaria do que numa missa Por que você gosta do Francisco Por que você gosta do Francisco do Francisco porque ele é humano demais né ele é humano ele ele continua Papa lá do mesmo jeito que ele era as pessoas que o conhecem conheceram né gente do mesmo jeito que ele era bispo e quando ele era padre padre comum
Jesuíta comum o Fabrício tá querendo fazer uma pergunta aqui tá sem chance eu tô falando também de de ordem mais menor e literária eu tava estava lendo o miser e sem querer acabei percebendo que todos os poemas são formados por uma única est aí eu percebi que eu nunca tinha pensado n sua poesia nesse tipo de questão formal fui reler todos os outros livros e vi que tem um único poema no é o lati cordes do a faca no peito que tem que que é um poema formado por três estrofes e nesse livro O a
faca no peito é o único livro em que você usa um outro recurso formal que é são deslocamentos paraa direita os versos não são todos alinhados à esquerda mas eles têm deslocamento pra direita e eu achei curioso assim porque eu mas não é intencional não às vezes eu falo assim ISO aqui vai ficar mais bonito assim ou assim então é só nesse livro eu percebi assim e queria te perguntar essa questão formal assim nunca E você sentiu a necessidade de por isso essa coisa bem prática quebrar o poema em quatro cinco estrofes por exemplo não
não por que não eu não sei ele fica inteiro daquele jeito ali bom tem um poema que é eh refrão e assunto de cavaleira e seu cavalo medroso ele tá no acho que é no bagagem então ele tá assim ó igual sabe mas também não sei por não sei ficou bonito assim quem lê eu antes de de de chamar o intervalo eu queria só registrar o seguinte no intervalo anterior a gente confirmou que é a Delia é autora de uma frase muito repetida nas redações para melhorar o os textos que é é uma lição né
em três palavras escrever é cortar Isso serve para tudo né você dizer que pois mas não foi eu que inventou isso não mas é atribuído a você não isso aí deve ser do Guimarães Rosa eu porque gosto demais e sempre antes de saber isso de ler isso eu fazia isso por instinto só não tá dizendo isso para que os jornalistas Não fiquem bravas bravos com não pode até falar mas eu não me CTO autora desse desse catic ismo de redação Vamos agora para mais um rápido intervalo e já voltamos com Adélia [Música] Prado estamos de
volta ao vivo com a poeta Adélia Prado Adélia e você disse que sabe reconhece perfeitamente quando venho você sente que vai escrever sobre aquilo você sabe quando é prosa e quando é poesia poesia mas eu queria ler dois trechos curtos do livro solte os cachorros que é prosa e eu eu eu vejo versos aqui então eu queria que você me explicasse a diferença começa assim ah uhum 40 anos é demais para uma mulher prefiro 42 o Papa tá passando pito nos Jesuítas plantei um pé de Samambaia chorona que não vai pra frente de jeito nenhum
eu acho que poderia ser um verso aí em seguida um pouco além você diz quem viaja de jato acha que põe o mundo no bolso ilusão fugaz minha mãe nunca foi em Belo Horizonte e a vida dela foi um microcosmo isso aqui não é uma poesia não são Pois é mas foi bom se perguntar isso sabe porque quando eu escrevo prosa que não tem poesia eu não publico não é literatura o o escopo o objetivo a finalidade de toda a obra de arte seja ela poesia pintura qualquer coisa é a poesia Claro el É por
isso ela linguagem por Excelência então se você vê um texto em prosa que não tem poesia ele não merece ser publicado porque você pode você pode narrar uma coisa é a narração Você pode escrever um texto filosófico social etc e tal mas se é ficção se é literatura necessariamente tem que ter poesia nesse caso o que que faltou para ser poesia na forma também porque o impulso era narrativo era casuístico sabe era um cachorro latindo eh muitos poetas aproximam como Manuel Bandeira eh características da poesia em relação à música fazem associações entre as duas Artes
numa entrevista você disse que a pintura é a arte que mais se aproxima da poesia Pois é eu acho eu acho mesmo não sei porque também não coisa das metáforas eu vi alguém muito importante depois eu não sei qual autor falou isso eu fiquei muito feliz porque toda a vida eu senti que na pintura é a é é a pintura é a parente mais próxima da do poema eu gostaria até de entender e saber explicar porquê eu acho mais que a música uhum né a concretude da pintura e a concretude da palavra sabe evidente que
a música também é a verdadeira é poesia né mas quando eu falo poesia poema é a pintura e dá uma vontade danada de também saber pintar né você não pinta pintto o sete Paul não não bom já que não pinta Então eu queria pedir para você dizer um poema pra gente aqui tá do do do miser inédito ou ou do miseré tá deixa eu ver não posso cair aqui né se pode cuidado aí com o Degrau isso que que vocês querem você escolhe que que vocês mandam né você escolhe eu escolho né eu vou ler
o último poema do livro tá virada para onde que eu fico pode virar para lá ou para onde quiser mas ali é bom tá bom qualquer coisa que brilhe são eternos esta oficina mecânica estes carros a luz branca do Sol neste momento especialmente neste a morte não ameaça pois não existe ainda que se mova tudo é parado e vive no mundo bom onde se come errado delícia de marmitas de carboidrato e torresmos como gosto disso meu Deus que lugar perfeito ainda que volta e meia alguém morra é tudo muito eterno só choramos por sermos condizentes
Necessito pouco de tudo já é plena a vida tanto mais que descubro Deus espera de mim o pior de mim num cálice de Ouro o chorume do lixo que sempre trouxe à costas desde que abri os olhos bebi meu primeiro leite no peito envergonhado de minha mãe ofereço cantando estou nua os braços erguidos de contentamento com tesoura cega cortei aqui meu cabelo sedenta de ouros buque o chão atrás do que brilhasse pois o encontro agora escuro fosco e no dia radioso é único e não senti-la veio de vós a vida do opaco do profundo de
voz aba aba aceito que me anoja gosma que me ocultou teu rosto vivo do que não é meu toma pois minha vida e não me prives mais desta nova Inocência que me Fes muito lind ai ai ai al pareceu uma oração você tava fazendo até pelas próprias expressões tuas rezar e ler poesia ler salme ler a Salve Rainha a mesma coisa é uma coisa a experiência é a mesma que que você lê hein Que que você tá he que que você tá lendo agora na sua cabeceira que que eu tô lendo eu tô lendo um
poeta que eu não conhecia relendo eh luis meer luis Meier muit demais descobriu o Dantas Dante Milano e Ai meu Deus eu tô relendo tô relendo Adélia você teve um muito jovem Você Foi Atriz você foi inclusive elogiada no Jornal Local como um grande talento e depois você dirigiu peça um teatro amador noss sen eu queria que você lembrasse disso e E você tem uma uma presença eh de palco enfim que é um pouco dessa época talvez eu não sei eu eu naquele tempo quando eu era menina Maria dela Costa Primeiro eu achava uma beleza
o nome Maria dela Costa eu tinha vontade de ter um nome assim né teatral e tinha um grupo de teatro de Vinópolis sempre teve grupos de teatro e musicais muitos corais e eu participei desses grupos sabe fazia aquelas peças de Gastão tojeiro aquele pessoal todo lá onde canto sabiar né aquelas coisas todas lá e um eu fiz um papel com 18 anos eu fiz o papel da velha da peça né então me passaram talco tal no cabelo e tudo não tinha outra artista Foi eu mesmo e eu me lembro que um rapaz muito inteligente que
tava lá foi no teatro e escreveu assim Adélia mostrou o talento quando mostrou a calma subsequente às grandes traj Eu nunca esci eu fiz uma calma subsequente à grandes tragédias eu só Maria Dea Costa né e depois eu tinha um grupinho eu fiz forme eu fazia muitos altos nos tempos agora da Quaresma por exemplo a gente fazia Autos da Paixão autos de Natal teve um que fez muito sucesso nós viajamos aquelas cidadezinha todas perto de Divinópolis ali que chamava o clarão um sucesso esse daí sabe e e o al da Compadecida também a gente montou
lá daquele jeito com a barriga propriamente né não tinha cená tinha nada mas eu gostava demais o nosso grupo chamava cara e coragem é só isso que ele tinha mesmo mas são essas experiências né não quis continuar não não tinha como né agora todo mundo amador demais é começar da diretora como você sempre esclarece em entrevistas Divinópolis não é exatamente uma cidade interiorana como as pessoas idealizam né pequena ela é enorme já não a primeira vez que eu fiz uma entrevista na televisão quer dizer também tem muitos anos já algumas décadas eh uma pessoa perguntou
se tinha cobra na minha cidade rua né e quando eu cheguei lá em Divinópolis de volta o pessoal tinha visto a a a entrevista eu quase apanhei Como que você vaii falar que você mora numa cidade pequena sabe queria que eu falasse elogiasse Zé agora você você passa a impressão no que você escreve no que você fala de quem conhece esse tipo de cidade e Divinópolis já foi assim ou como é que você você fala com intimidade de p agora ela é uma cidade que já já foi assim foi e principalmente onde eu morava ah
perfeito Divinópolis para mim é o lugar onde eu nasci aquele bairro Ferroviário ali sabe perto da linha do trem ali para mim tá tudo ali sabe meus livros estão todos lá é na infância que a gente come o que vai né O que vai recebe o que vai se transformar depois mas Divinópolis hoje é uma cidade já ela é uma espécie de Capital ali do Oeste sabe com grandes muitas escolas hospitais e com os males já da grande cidade de drogas as cenas que você descreve agora já são guardadas na memória não não existem a
a criação é Memória Criação é memória afetiva é isad eu vou aproveitar para fazer uma pergunta que foi enviada pela nossa telespectadora AD dalgisa tolero Ela leu a recentemente uma tese literária que fazia aproximações entre que você escreve e o romance Grande Sertão Veredas Veredas desculpe Grande Sertão Veredas do João Guimarães você vê umaa semelhança Nossa Senhora de jeito n o que você escreve e o modo de escrever do jar Não não eu já até imitei ele há muitos anos atrás eu fiz uma uma coisa eu tava muito entusiasmada no livro bagagem tem um poema
chamado assim poema com absorvência totalmente perplexos de Guimarães Rosa esse poema nasceu quase eu escrevi da primeira linha a última Sem tirar nada era eu tava com o jagus Baldo na minha cabeça né mas não Deus me livre não Guimarães Rosa Nossa senhora mas eu sou eu acho o maior né é o maior né Adélia e agora só um minutinho o que o que deve parecer Minas Gerais é a pessoa que mais conhece minas gerais do que Mares rosa e eu também o pedacinho que eu conheço é aquil que tá no livro né falando ainda
das suas leituras eh no primeiro poema do miseré você fala com os russos me sinto em casa é que Russos século XIX 20 Ô diago deve ser bom né Eu não sei não é tem um foi meu assim quer ver a Catedral o ícone é eu S eu sei que eu falo assim descubro que sou russa uma identificação por exemp quando eu Eu leio tosty esse pessoal todo eu me sinto personagem sabe tão parecido e quando eu vi o cinema Russo eu falei Nossa essa sensibilidade rosiana por exemplo você vê um filme de tarkov né
Por exemplo entre outros maravilhosos socur oves pessoal todo el começa a filmar uma água então fica ali descansadamente filmando aquela aguinha ali ó Aquela aguinha aquela aguinha aquela e eu é o o o bisb lindo Guimarães Rosa no Corguinho dele né é muito parecido eu acho sabe que bom que você esclareceu essa sensibilidade aqui dentro sabe é não essa passagem que o Fabrício mencionou fala da aguinha esse esse fala dos diminutivos é e eu achei que ah o diminutivo é e aguinha em russo é vodica né Não sei se você sab é vodica aguinha Santa
é você também mas olha quando ele por exemplo você lê um eu vou falar tudo errado mas pessoal dar conta de responder petrusca petrica petricca eles vão fazendo diminu diminutivo diminutivo né é uma coisa carinhosa como a gente aqui com os nossos apelidos apelido nos netos nos meninos eu acho isso uma alma brasileira parecida com os russos com a alma russa não com pote Não de jeito nenhum os portugueses fazem nem com a violência Oi é os portugueses fazem diminutivos né vem vem daí muito e eu ouvi uma vez uma pessoa falar que uma pessoa
que conhecia várias línguas e tal que conheceu a Rússia e passeou entre Multidões falou assim olha o Russo quando é ouvido assim em multidão é igualzinho você tiver ouvindo português falei deve ser por isso né que eu tô achando parecido sei lá e e o amor à poesia que eles têm né não o os os os os poemas os livros do do filmes de repente eles começam a ler poesia assim eu fico Encantada eu acho parecido com a gente você gosta muito de cinema você tem ido você tem assistido a muitos filmes em cinemas ou
você já não tem mais essa possibilidade em Divinópolis não em Divinópolis agora os cinemas viraram algunas igrejas evangélicas outros viraram outras coisas e a gente tem no shopping né mas o que eu faço mais é baixar tem um menino que é craque para baixar filme ele fal ele fala assim vai começar a baixaria aí ele e ele pega coisas maravilhosas Então eu tenho visto mais assim muita coisa muita coisa boa vamos agora para mais um rápido intervalo e já voltamos para o último bloco da conversa com Adélia Prado u já tá acabando [Música] Voltamos ao
vivo para o último bloco da entrevista com Adélia Prado conversa né eu vou pedir Adélia que você eh faça o que fez na quarta flip aproveitando a presença aqui do que é a leitura do poema as mortes sucessivas tá você fez depois da morte do seu pai foi isso foi por favor quando minha irmã morreu eu chorei muito e me consolei depressa tinha um vestido novo e moitas no quintal aonde eu ia existir Quando minha mãe morreu me consolei mais lento tinha uma perturbação recém achada meus seios conformavam dois montículos e eu fiquei muito nua
cruzando os braços sobre eles é que eu chorava quando meu pai morreu nunca mais me consolei busquei retratos antigos procurei conhecidos parentes que me lembrassem sua fala seu modo de apertar os lábios e ter certeza reproduziu o encolhido do seu corpo em seu último sono e repeti as palavras que ele disse quando toquei seus pés deixa tá bom assim quem me consolará desta lembrança meu seio se cumpriram e as moitas onde existo são pura sarta ardente de memória o biratan Brasil eu queria só retomar um um assunto que a gente tá tratou em outro outro
bloco antes do programa você tava contando pra gente que você participaria de passeatas demais me conta qual passeata que você estaria ali na frente aquelas em São Paulo eu tava aqui na casa da minha filha e fui aquela da dos 20 centavos participei e participei fora color tudo lá em Divinópolis só no teve lá a direta já né mas a gente tava aquela do fora Cola a gente tava num clube lá fazendo inauguração não sei mais de que e todo mundo falando dos desmandos que estava acontecendo Então o grupinho lá falou vamos fazer uma passeata
vamos fazer uma coisa vamos fazer alguma coisa e você precisa ver que beleza foi sabe pareceu até camiseta fora Cola bandeira nacional e todo mundo na rua Foi muito bom você sente uma uma finalidade dessas passeatas quer dizer elas parecem as vezes um momento uma Euforia mas claro é toda passeata é eufórica né porque você é tomado por uma esperança ninguém faz passeata porque tá desesperado quer dizer é porque tá desesperado Olha que contradição é o desesperado com esperança né Você tá em Apuros Mas você acha que é possível acontecer algo algo mudar no país
então a passeada teme sentido ela não resolve ela é um sinal ela é um sinal agora se todo mundo participar aí paralisa a máquina burocrática paralisa tudo é como votar todo mundo votar em branco anular seu voto com consciência né se anular porque não não é isso não é exatamente o grau de consciência que me faz fazer isso isso é que me fará fazer uma coisa dessa e agora a pessoa e nós não temos ainda consciência cívica formada consciência política é muito Rasa a começar dos nossos representantes então é muito difícil eu fico acho que
isso aqui vai ser daqui uns 50 ou 100 anos que vai acontecer porque tem o parque tem tem as bolsas isso bolsa aquilo que segura essas coisas uhum isso é muito triste mas enquanto a gente está vivo aquilo que pode ser feito deve ser feito se for passeata a gente vai na passeata Ana né Adélia eu queria voltar um pouco aqui pra tua vida eh você tava com a vida muito certa e definida quando você tinha um trabalho você era professora tava com cinco filhos sua filha mais nova tinha 8 anos quando você virou escritor
né O que que te deu coragem para mandar esses originais para serem lidos por grandes autores e por críticas é a é a coragem me foi porque eu tava acreditando que aqueles textos tinha uma linguagem uma dicção minha não era parecido com ninguém eu não tava imitando ninguém eu falei isso aqui sou eu né então por isso eu criei coragem porque eu acreditei mas eu queria tal confirmação né porque eu podia estar equivocada demais você tinha essa clareza tinha Graças a Deus não fui mentida né é e eu tenho uma uma pergunta de um telespectador
e ele pergunta se você encontrasse com Deus hoje O que que você diria para ele que que eu ia dizer meu Deus deixa eu ver não sei Menin eu ia rezar adorar eu acho que a gente cai num estado de adoração porque encontrar com Deus você não vai pedir mais nada né não tem nem jeito de agradecer você começa a adorar encontrar com Deus é o céu né Você tá no céu ai a gente ele já está conosco né O Reino já está dentro de nós precisa só abrir os olhos e eu quero abrir eu
quero abrir esses olhos é muito difícil mas eu quero e e quando fala Deus também a gente tá falando o qu que que é Deus né é o absolutamente outro não tem como a gente nem imaginar eu acho que a pessoa de Cristo sim é que é o Deus feito homem Esse sim é o máximo de poesia que pode acontecer né a poesia máximo de poesia um corpo um homem Deus imagina né nossa mase só por isso vale a pena viver só por essa ideia né E você talvez eh escrevendo talvez sobre esse encontro você
você escreve o verdadeiro é sujo destinad sujo é é não são gentilezas as as doçuras de Deus uhum uhum então essa esse encontro Dessa sujeira verdadeira também pode aí nessa eu acho que não tem como você por exemplo sendo gente como nós somos viver numa CESE e numa coisa que agora estou oferecendo um sacrifício uma adoração pura não tudo que nós fazemos tem esse grau de sujeira a sujeira é o qu a minha condição a minha condição humana a precariedade e a mortalidade a analidade que nos acompanha então e tudo que tem a ver com
isso porque não tem jeito de você eu me lembro quando era criancinha pequena eu era cruzadinha era uma agremiação só de crianças a gente tinha catic ismo e a missa e tal e com aquela educação rígida Então hoje nós vamos fazer nós vamos ficar e eu li aqueles livros de Santo para criança eu falava hoje eu vou ser mas irrepreensível perfeita e me lembro de um um dia uma tarde dessa que eu passei o dia bem felizinha assim achando que tá fazendo tudo certo me lembro de eu tirando água natalha e falando assim hoje pratiquei
o bem não tive um dia Vaz não eh trabalhei não fui vad e não fiz mal a ninguém era um uma poesia que tinha no nosso livro escolar quer dizer Hoje eu fui uma santa quer dizer com a compreensão daquele daquele com a compreensão de hoje eu vejo que a sujeira que Tava acompanhando aquilo porque eu não deixei de ser eu hora nenhuma e ser eu significa ter todas as mais paixões dentro de mim então não tem jeito de você se fazer uma obra perfeita nada é perfeita da nossa parte a única coisa perfeita em
nós é a precariedade nós somos perfeitamente precários e Miseráveis medrosos né nosso medo Puxa vida que medo ai ai ai e velho com medo é terrível né É você superou o seu medo de avião na no ano passado você tava contando pra gente não não superei não eu fui dopada é mesmo també você veio veio de avião dessa vez veio de avião dessa vez não hein Você veio de avião VM de ônibus é de de de carro você prefere Claro José carroça porque demora muito não vin de AD quando você teve aqui eh 20 anos
atrás no Roda Viva você teve que responder a muitas questões tem 20 anos que eu vim aqui 94 94 eu até quero ver o filme agora vai ganhar de presente você teve que responder a muitas questões sobre eh o feminino em Sua obra e sobre religiosidade havia enfim um debate com eh a crítica feminista e acha que foi é não feminismo ainda tava vivo né então era pergunta é a recepção a sua obra eh existe hoje mais abertura para essa para esses dois elementos na sua obra eu acho que aquela acidez do feminino ela ela
foi Tá bastante dissolvida sabe ninguém mais precisa provar mais nada sabe e eu toda a vida acreditei num papel o papel do feminino não apenas na mulher mas no homem também um homem bem resolvido é um homem que aceita o seu seu feminino e se comporta de acordo com esse feminino quer dizer é um homem inteiro pessoa inteira né então eu acho que isso tá bem diferente de 20 anos atrás mas não tá resolvido não tá resolvido de jeito nenhum porque há uma indefinição de papéis muito grande ainda papel masculino e o papel feminino Eu
acredito na diferença e nos papéis sabe há um feminino em nós que tem que ficar em exercício sabe ainda eu não posso ser A coleg ona a companheira do do escritório eu sou uma mulher né Eu acho não posso esquecer disso então essa nivelação a transparência do Mal outra vez misturou tudo né quem é homem quem é mulher Então eu acho que essa definição é para saúde psíquica e para que as relações tenham sejam férteis não ten Não fiquem estéreis na sua casa com no seu casamento por exemplo esses problemas são bem resolvidos já foram
resolvidos os papéis estão defid n com problemas resolvidos né mas se você procurar uma pessoa que me esforça que se esforça sou eu eu me esforço para para ser fiel a essa vocação que o feminino não me me aponta sabe com tudo que isso significa às vezes de sacrifício mas de alegrias alegrias perfeitas que o o feminino nos obriga a um Anonimato né Tem hora que você tem que viver o mais mais perfeito Anonimato isso é de pura alegria isso dá alegria e é como se fosse um adubo uma água fresca na horta e que
faz o outro crescer eu eu acho que a mulher é responsável Ela é maior responsável do que o homem porque nós somos mais espertos mais inteligentes temos um espectro muito grande de percepção que a a não ser que o homem tenha o feminino resolvido a maioria não tem isso não ele é só homem ele é só Presidente ele é só Padre ele é só isso nós somos tudo isso mas não dá tempo né da gente comprar essa briga aqui as mulheres não gostam de ouvir isso nem ver a maioria odeia Ah aquela mulher quer que
a gente volta pro fogão e pro tanque fica raso desse não é Raso assim não é é de outra coisa que nós estamos falando né infelizmente O Nosso Tempo Acabou eu agradeço a presença aqui da Ana vaaz da José Aguiar do Fabrício corsal do Paulo Verneque do biratan Brasil dos twiteiros convidados e do nosso cartunista Paulo caruzo Agradeço também a você que nos acompanhou até esta hora e em especial Adélia prato Adélia Muito obrigado também demais como eu disse no começo da da nossa conversa É uma honra ter você por aqui e espero daqui a
pouco trazer de volta daqu 20 anos de novo não vamos esperar tanto tempo aí eu vi de cadeira de roda Boa noite boa semana a todos e até a próxima segunda [Música] k [Música] k
Related Videos
ADÉLIA PRADO EM PERDÕES - MG
1:23:04
ADÉLIA PRADO EM PERDÕES - MG
Amaury Jr. Audio e Video Produções
16,575 views
Adélia Prado | Poetisa Mineira é premiada
57:00
Adélia Prado | Poetisa Mineira é premiada
Assembleia de Minas Gerais
66,417 views
Roda Viva | Carla Madeira | 27/03/2023
1:49:15
Roda Viva | Carla Madeira | 27/03/2023
Roda Viva
94,833 views
Provocações  | Rubem Alves | 2011
46:42
Provocações | Rubem Alves | 2011
Provoca
944,020 views
Adélia Prado - Imagem da Palavra - Parte 1
14:35
Adélia Prado - Imagem da Palavra - Parte 1
Imagem da Palavra
24,681 views
Documentário | Clarice Lispcetor | 100 Anos
37:07
Documentário | Clarice Lispcetor | 100 Anos
TV Cultura
327,670 views
Carlos Drummond de Andrade por ele mesmo (Poemas)
1:07:30
Carlos Drummond de Andrade por ele mesmo (...
ibamendes
781,524 views
🔴 SEM CENSURA RECEBE CLÁUDIA ALVES, CHRISTIANE TORLONI E  DALAL ACHCAR
1:59:01
🔴 SEM CENSURA RECEBE CLÁUDIA ALVES, CHRIS...
TV Brasil
31,229 views
QUEM SOMOS NÓS? | Shakespeare por Leandro Karnal
1:22:40
QUEM SOMOS NÓS? | Shakespeare por Leandro ...
Quem Somos Nós?
554,459 views
Adélia Prado no Sempre um Papo - 2008 - BH
40:47
Adélia Prado no Sempre um Papo - 2008 - BH
Sempre Um Papo - Ano 38
89,434 views
Linhas Cruzadas | A fuga do mundo | 27/06/2024
53:48
Linhas Cruzadas | A fuga do mundo | 27/06/...
Jornalismo TV Cultura
18,138 views
Roda Viva | Mario Sergio Cortella, Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé | 16/12/2019
1:31:19
Roda Viva | Mario Sergio Cortella, Leandro...
Roda Viva
4,601,928 views
Adélia Prado - O poder humanizador da poesia
27:41
Adélia Prado - O poder humanizador da poesia
BN Cult
12,971 views
Adélia Prado, vencedora do Prêmio Camões 2024, em bate-papo de 1990 com Rubem Alves
44:13
Adélia Prado, vencedora do Prêmio Camões 2...
TV Unicamp
17,321 views
Roda Viva | Adélia Prado | 1994
1:29:38
Roda Viva | Adélia Prado | 1994
Roda Viva
56,812 views
Adélia Prado - Imagem da Palavra - Parte  1
19:46
Adélia Prado - Imagem da Palavra - Parte 1
Imagem da Palavra
13,540 views
Adélia Prado no Sempre Um Papo 30 anos - BH - 2016
43:30
Adélia Prado no Sempre Um Papo 30 anos - B...
Sempre Um Papo - Ano 38
26,078 views
Roda Viva | Lygia Fagundes Telles
1:33:28
Roda Viva | Lygia Fagundes Telles
TV Cultura
125,607 views
Adélia Prado - a vida é mais tempo alegre do que triste
23:41
Adélia Prado - a vida é mais tempo alegre ...
Festival de Poesia de Lisboa
18,340 views
Adélia Prado - Semana de Teologia 2014 (II)
1:19:48
Adélia Prado - Semana de Teologia 2014 (II)
Seminário Santo Antônio
7,407 views
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com