e eu costumo falar que a Carolina Ela não é para mim só uma referência ela para mim olhar ela é uma fistral e ela tá vendo Uruguai para o lançamento do livro dela muito elegante bonita segurando a bolsa dela sorrindo essa Carolina que a gente quer mostrar então as outras fotos tiram a potência dela a gente quando compara que fica a pergunta será que é a mesma pessoa ela consegue com a publicação de um único livro conquistar o mercado editorial esse conhecida não só no Brasil mas como no mundo é a gente não pode parar
só um quarto de despejo Carolina e é também é ficcionista é a Carolina é uma gramatura de [Música] E aí E aí o Natan tá controversas na cidade dela da gente tudo mas eu acredito ela meter com 40 anos acho que sim 40 anos mãe O mãe a Carolina Maria de Jesus ela tem uma trajetória muito diversificada né Então a primeira parte da vida dela ela tá numa cidade rural em Minas Gerais ao que tudo indica ela nasceu em 1914 Então ela tá vivendo no interior rural no começo do século 20 né ela tem a
experiência de migrar e também é uma experiência muito forte achei em São Paulo 1937 o tal momento histórico de muito a migração muito sujeitos vindos de várias cidades do Brasil para São Paulo que São Paulo está se projetando como grande polo industrial uma cidade que que oferecia trabalho era essa Utopia Que a Carolina nutria e que a fez mudar de Minas inicialmente ela fica mais na região central porque ela mora em cortiços intenções depois ela fica grávida ela trabalhava nesse momento como doméstica e ela não consegue mais alinhar essa atividade laboral a sua condição materna
porque as quatro horas basicamente não aceitavam que ela continuasse trabalhando sendo mãe E aí nesse momento ela não encontra a outra opção que não a favela da Canindé e E aí [Música] Oi Hoje é aniversário de minha filha Vera Eunice e e eu queria dar par de sapatos para ela eu lembro muito bem que quando ela chegava em casa na favela a gente esperava que ela trouxesse comida Lógico né e a gente nunca tivemos móveis é ela caixote era era as canecas eram aquelas latas que ela fazia é de massa tomate tudo os prato era
de goiabada suvaco e goiabada a gente tem que lembrar também que nessa época São Paulo registrava cerca de cinco favelas em toda sua extensão favela era um acontecimento histórico social e geográfico recente na cidade o livro da Carolina ele também chega num momento histórico em que nada se comparava aquela aquele report que ela tá fazendo da cidade né o que ela falava naquela favela era o quarto de despejo da sociedade é os grandes autores do mundo cabelo diários né mas nunca com a dosagem uma dosagem de tão real tão verdadeira como a Carolina Achei um
par de sapatos no lixo a nave I Remind you lá e dei para Vera calçar u Oi gente na favela a gente não Comia né no nunca Sabia quando ia almoçar não tinha sapato não tinha comida não tinha não tinha condições nenhuma né a nossa vida era só atrás de comida estou na favela e impressão de ser um objeto fora de uso é digno de estar num quarto de despejos e isso levou a uma consumo dessa dessa literatura muito rapidamente você ter ideia ela vendeu meio-dia 2.500 vivo por dia e ela foi best-selling 11 países
nos 16:46 que ela está hoje e a minha mãe ela tinha um objetivo era queria sair do quarto de despejo lá da favela mas ela queria entrar onde ela queria entrar na casa de alvenaria o sonho dela era até uma casa depois de uma lança o livro aí ela vai ter uma outra experiência da cidade porque ela vai morar em Santana que nesse momento é um bairro assim muito energizado né de São Paulo e aí surgiram os grandes problemas gente sair da favela porque não fomos recebidos né hoje eu imagino a situação deles um lugar
Residencial classe média alta ou média hoje em vários sobrados geminados aí entra lá uma uma escritora ela tava no áudio era sediada demais então a gente amanheci o dia tinha uma fila de gente pedindo as coisas para ela então pediu um caminhão pediu para buscar a família pediu enxoval Então ela gente pedindo dinheiro emprestado era a gente pedindo dinheiro para tratar o filho era gente pedindo em casamento além do que todos os meios de que ela achava na rua que tinham demorar levou para minha casa então tinha mendigo no sofá mendigo na cama mendigo na
cozinha meio-dia que vai todo lado e ela viajava demais Sempre Comigo ela nunca me deixava mas deixava meus irmãos e aí eles acostumado a pegar cavalo andar a cavalo o dono do cavalo vir atrás eles abriram a sala da minha casa põe os cavalos dentro da minha casa então você imagina o povo lá não tinha quem quiser vocês a ação da vizinhas vão pensar né que de repente se realmente numa comunidade né gente vamos dar uma força vamos ver o que que a gente pode ajudar damoria para Daniele ver o que que ela podia aceitar
né mas ali assim não era uma classe média a gente tá com uma está velada aí né Vamos tentar ver se a gente tira né porque ela tá dando trabalho pedra quartzo verde eu acho que casa alvenaria não não vendeu mesmo não o quanto de espírito falava de uma realidade que a sociedade Paulistana não conhecia bem a sociedade brasileira Ok já o o caso de alvenaria era um livro aqui era contra a sociedade estabelecida a Carolina fazia críticas duras à sociedade porque ela achava que um dia ela saindo da favela fosse encontrar um mundo melhor
e ela não encontrou esse mundo melhor e aí ela relata isso em casa de alvenaria que é o diário de uma ex favelada então isso levou esse desencontro E logicamente o desinteresse pela obra dela de Santana ela vai morar em Parelheiros e ela vai para Parelheiros nos anos 70 e quando eu quero lá foi morar lá ela estava realizando um sonho né porque ela queria Terra ela queria o verde ela queria espaço vão aqui é a casa que a gente morava né e a prefeitura me autorizou a fazer uma reforma desde que Conserva o ar
da Carolina a Olá aqui é o quarto o que eu dormia com ela é aqui que Ela escrevia que ela vivemos aqui por 20 anos ela viveu por 20 anos aqui né Esse é o tempo todo ela tava escrevendo não tinha luz aqui não tinha nada aqui então Ela escrevia com lamparina que agora colocava em cima do meu corpo e falar agora você não se mexa porque eu tô escrevendo aquele barulhinho da caneta inteiro sabe aquele barulhinho aí aquilo a escola até arrepiada mas conversão que tem medo de dormir sozinha né então eu dormir com
ela vida inteira ó e ela amou demais sítio [Aplausos] Oi aqui é exatamente onde ela ficava mesmo ela gostava muito de ficar aí na sombra e escrevendo mas aí a gente está falando de um momento em que ela já não era mais é o centro das atenções como ela for ela década anterior só vai ser só vai voltar a cena lá para Dezembro de 76 a fevereiro de 77 quando ela morre ela só vem depois nos anos 2000 e o quarto de despejo eu eu pego para ler eu pego eu vou lendo mas eu não
consigo levar até conhecer eles estão sendo uma parte em que ela cantava papel né eu cantava com ela e eu parei Justamente eu parei porque eu não consegui hoje em dia eu estou separando o Carolina mãe e Carolina escritora Carolina ele escreve porque ela tem uma fome é uma forma existencial me lembro agora de uma passagem que ela fala assim a Dona Terezinha para mim é igual o dia de ontem passou não existe mais um a boneca da estrela não subia na favela onde eu nasci mas pude me orgulhar da infância que eu tive ou
ela me inspiração Total a pessoa lê a minha obra ela vai escrever nada na rua mesmo pois tudo pode ser só basta acreditar pode tudo se transforma com a vontade de sonhar Maria do verso hoje eu sou graduanda de letras árabe pela UFRJ é mas a minha eu conheci Carolina muito antes de entrar na academia o mesmo eu não sendo uma parente direto de Carolina minhas iguais elas estavam junto com carinho e na visão do da mesma forma que Carolina viveu o dia treze de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome
eu acho que quando o corte de despesa foi lançado é as portas estavam fechadas assim tanto é que até do Lina Maria de Jesus ela é tese de Universidade no exterior e no Brasil ela não é conhecida Mas ultimamente alguma coisa aconteceu e tem-se falado mais em Carolina Maria de Jesus neste momento eu estou compondo com seletor Yao que vai publicar a obra inédita da Carolina Maria Jesus aquilo que está nos novos fixo é muito mais anos do que o que a gente tem até agora publicado em E aí e a gente tem na nesta
publicação a preocupação também de mostrar autora para além dos Diários né então a Carolina tem muitos romances ela tem poesia ela tem provérbios ela tem peças de teatro a minha relação com Carolina sempre foi uma relação de leitura mas a pessoa que me chamou atenção para pensar Carolina de uma outra forma foi a Fernanda Miranda é que atualmente é ela especialista na obra de Carolina e é a pesquisadora de literatura da nossa exposição emociona muito falar de Carolina Maria de Jesus porque forma leitura que eu fiz a minha juventude ainda E por que que chamava
atenção chamava atenção o sofrimento de Carolina que era o nosso sofrimento minha mãe vários períodos também sair para catar papel em sair várias vezes e com ela era preciso que a gente fosse mais rápido porque o bicheiro para chegar mais rápido à as latas de lixo a fome que Carolina descrevi ia era uma fome que a gente tá bem conhecia você já ouviram falar em Carolina Maria de Jesus uma favelada que escreveu um diário contando a sua vida na favela esse livro tem a ver com essa história e esse livro tem a ver com a
minha história a gente sabe hoje é Carolina não sai descoberta essa história mas está um pouco contada né a gente tem documentação que mostra e Carolina ajudar tentava fazer esse esforço de autopublicação muito antes da chegada do audálio Dantas então é o nosso desejo de ajudar a exposição é Mostrar toda essa potência de Carolina que eu fui eu que tô lendo Os Diários escritos tocar dentro Jesus decidi que aquele era mais importante do que qualquer reportagem que eu pudesse fazer sobre a favela acabaram se descobrindo eu estava circulando para sentir a favela ela começou a
gritar com os marmanjos que estavam nos brinquedos as crianças que iam quebrar e que ela ia botar todo mundo no livro dela então assim ela não estava falando com os marmanjos ela estava falando com o audálio e depois foi para a porta do barraco dela e perguntar que livro é E aí a história começa a e não 38 cadernos que ela tinha em casa no barraco dela em casa e daí foi que surgiu a ideia de publicar o livro que se quiserem só dois anos depois de 60 o Wilson Martins fez uma crítica E era
uma acusação de que o audálio teria inventado essa personagem e que não que ela existe se fosse real Na verdade Manuel Bandeira quando escreveu a respeito aí tu chegou mais os anos se passaram e depois o Wilson Martins veio falar sobre a mesma coisa de que a invenção do audálio E aí ele só parou porque o d'ale ameaçou processá-lo ele dizia a matéria ainda não terminou ele morreu e não terminou ela foi um pico audálio que poderia ser a sua opção da vida dela Entre aspa é muito emocionante e uma pessoa que que não tem
nada e é e também não contenta com esse nada e tudo que é oferecido também não basta a e ela não aguenta que a menina não aguenta ficar presa né Eu gosto muito de dizer da errância de Carolina e aí hum se de Carolina é a Rússia das pessoas que não aceitam a pequenez da vida é né Carolina queria mais e a gente fala muito da Carolina de arma do quarto de despejo machucaram escrever algo mances Eu só consigo publicar um e Vida O Máscara conseguiu publicar com o dinheiro dela não deu certo já mudaram
para pegar sua fome e o nome era felizarda e se você leu o livro você percebe que não tem nada a ver o nome como com o título a gente sabe hoje confrontando com gotejando com os originais que edições Póstumas de Carolina também foram sofreu violência casa de alvenaria aconteceu isso é o diário the beach que aconteceu isso edições mais recentes também passaram pelo mesmo processo tem uma entrevista que a Carolina fala é que ela fosse tinha umas partes estão bonitas que eu escrevi o editor tirou ela mesmo dessa reflexão no momento posterior à eu
estava em vida você deveria ter feito para ter um diálogo com a própria autora é o que se faz né a Boa Nova é que a UFRJ está prestes a conceder o título de doutora honoris causa a Carolina Maria de Jesus qual a importância do seu primeiro livro é quatro espelho tem pelo menos 15 traduções pela ele não pode ter Neon da literatura brasileira da menina que a universidade reconhece ela como Doutora honoris causa e causas ou roças Visa corrigir o erro uma reparação desse crescimento que nós fizemos com relação a grande escritora é grande
romancista e grande poeta que foi Carolina Maria de Jesus ainda não comi hoje um pouco começa que abre a porta um dia dois do mês de a igreja do diabo' Duarte ganhou aquele prémio a Palma de ouro então nós somos receberem em Santos e nós somos todos os três filhos e ela e várias pessoas né famosas e quando nós chegamos lá no restaurante que chamava hi-fi fica mais que se na hora que ela foi entrar essa aqui negro não entra Oi e aí chamaram para o cara lá o O porteiro não é a Carolina Maria
de Jesus eu não podia falar isso aí foram atrás dela Carolina de Jesus aí ela não entrou mais aí já não adianta mais um e toda vez que eu vejo uma homenagem a Carolina que eu vejo a foto dela da Coruja a foto do lenço eu já sei que ele é um lugar que ela não está a gente precisa pensar nas silêncio de Carolina né O que que esse lenço é simboliza é pro lado também é a Vera disse que a mãe dela gostava de um lenço na cabeça também mas gostava de ficar com o
cabelo pensa Liberdade uma hora eu quero usar aliança outra hora eu quero ficar com meu cabelos outro e Coisa e Tal primeira muito vaidosa e amigos assim pintar minha mãe gostava de usar colares é ela mesmo que tava os brincos colares era o pente minha cabeça é sempre gostou muito disso que a gente pega esse nos textos ela dizendo que em alguns momentos eu era Obrigada e determinado de forma porque era isso que se imaginava que se esperava de uma escritora que vinha o em uma favela Opel autora é quando podia quando eu tinha agenciamento
sobre si onde ela poderia ir ela escolhia sempre pela vaidade hoje a gente tem uma felicidade de ver como circula outras imagens de Carolina mulher que tem um olhar firme obra que falava bem uma mulher que gostava de valsas vienenses dentro de uma favela o lenço ele é o lugar de subalternidade que colocar no Carolina porque não era somente uma dormi o Léo se algema de Carolina que ela tentou tirar a vida inteira ter sucesso aqui uma admiro é que tem esse grupo de escritor as novas rainha nos versos que já é de uma geração
que tem consciência deixa e é essa geração que vai ajudar rasgar e Cirino a criança né tirar esse lenço o ônus da liberdade de usar e silêncio na hora que a gente quiser essa perseverança nessa resiliência que a gente fala tanto hoje né esse empoderamento da mulher esse lugar de fala a Carolina projetor tudo isso nos anos 60 como é que ela conquistou isso quem é essa quem é que era essa mulher Carolina atrás e que tomar as bordo para mim eu não lembro se que foi que eu lhe disse eu não disse ele era
um diário de bitita os pacotes vejo é para escrever precisa do Ócio e o trono cemitério a esquerda primeiro segundo tu moço não conhece estou na Carolina o É mas o que me chama muito atenção é em Carolina e eu acho que é muito significativo é a morte de Carolina né Eu acho que Carolina morrer com uma crise asmática para mim é o meio Como aquela pessoa que não pode dizer para mim que a menina morre engasgada porque quando ela pode dizer ela não é entendida a e as pessoas elas falam perto de mim coisas
que elas não vão falar em público se ela porque ela já chegou ela não me enxergar às vezes me dar esse privilégio né de protagonizar algumas histórias e é muito bacana que a nossa exposição vai acontecer no ano também que a Carolina Farah publicada pela companhia das Letras de forma a íntegra 100 mais 100 mais uma vez passar por isso que a gente chama né de uma violência Editorial de o texto dela é fraturado é cortado é desrespeitada e e eu acredito que muitos leitores é descobriram uma escritora nova a partir do momento em que
estas obras finalmente cheguem ao público para mim eu acho que estudar também uma bela ficção né pensar que na minha juventude eu li Carolina para lhe após mais de 60 sessenta anos depois eu como escritora tá lidando com texto de Carolina na foto você percebe que minha mãe tá assim tímida perto da Clarissa e eu e a minha mãe fala Olha eu tô conseguindo até assim tímida Não é perto de uma grande escritora com você aí ela falou não Carolina a grande escritora aqui é você porque você escreve a realidade é E aí [Música]