Anatomia da comunicação.

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UTI UNIFESP
Reunião científica do Setor de Terapia Intensiva da Disciplina de Medicina Intensiva da UNIFESP. Tem...
Video Transcript:
Olá a todos a gente vai dar início agora a mais uma das nossas reuniões científicas e essa ela é especialmente especial né especial duas vezes por vários eh motivos né Um deles é porque a gente tá na nossa semana de comunicação né então eu gostaria de agradecer o Daniel né por estar finalizando essa semana de comunicação que a gente fez na nossa unidade né e eu queria apresentar o é o Daniel Neves forte ele é médico intensivista paliativista Doutor em ciência e livre docente em bioética pela faculdade milicia da USP ele é ex-presidente da academia
Nacional de cuidados paliativos do comitê de bioética do hospital C Libanês ele é coordenador do curso de especialização em cuidados paliativos do Instituto de Ensino e pesquisa civil Bê Além disso ele é supervisor e médico diarista da unidade de cuidados intensivos eh de emerg e da de emergência né da da Faculdade de Medicina da USP também né E além disso ele é um grande multiplicador né da temática de cuidados paliativos ele tem aí vários e vários discípulos ele vem mudando aí a cara dos cuidados paliativos no mundo inteiro né então eu também fui a Alana
dele então ele é uma pessoa que tocou a minha vida e eu sei que vai tocar a vida de muitas pessoas direta ou indiretamente tá então a gente agradece muito por você tá aqui com a gente é uma honra tá e ele vai falar um pouquinho para nós sobre comunicação muito obrigada Dani eh Eu que agradeço é uma imensa honra tá aqui eh na na reunião da Unifesp eh eu sou da USP E desde que eu era da faculdade tem a rivalidade com a Unifesp e eu acho que essa rivalidade ela é extremamente boa necessária
melhora os dois é uma rivalidade Na minha opinião extremamente saudável eu acho e eu acho ela acima de tudo saudável eh eu fico honrado de voltar aqui fico feliz especialmente de tá aqui porque eh o que eu vou apresentar aqui é um trabalho que a gente desenvolveu inicialmente na USP mas eu já tive a oportunidade de apresentar esse trabalho em algumas universidades fora do país e apresentar numa das mais prestigiadas eh universidades do país como Unifesp é sempre uma oportunidade imensa eh eu fiz questão e vocês me desculpem por isso mas eu fiz questão eu
mantive meus meus slides em inglês que esses slides aqui são os mesmos slides que eu apresentei na Universidade de Harvard na universidade de cornel e na Universidade do Chile na Católica do Chile eu acho que é uma coisa desenvolv vida por um brasileiro por um time de brasileiros que a gente consegue levar para fora e fazer alguma alguma repercussão lá fora é uma felicidade porque acho que de uma certa forma eu me sinto representando um pouco de todos nós aqui porque e minha formação e deve muito a todas as cabeças que tem nesse país maravilhoso
tantos problemas e tantos tantas qualidades e tantos defeitos país eh tem muito de tudo enfim eh vou falar disto eh essa essa estratégia uma estratégia nova de comunicação que a gente desenvolveu inicialmente na USP virou uma parceria com a Harvard e e chama hierarquia das necessidades de comunicação ou a gente chama também às vezes é um apelido dela de anatomia da comunicação de jeito mais fácil para isso Eh quero ao final desse nosso encontro aqui descrever um pouco do papel das emoções fortes na cognição na tomada de decisão quero discutir um pouco analisar quando e
como lidar com essas emoções fortes durante uma conversação sobre objetivo de cuidado discutir Como identificar e como manejar falta de confiança durante a comunicação então para isso vou discutindo um pouco do Porquê o que o como e finalizar com algumas mensagens que espero que que sejam úteis paraa prática de vocês e depois a gente discute por quê Bom eh no na na relação médico paciente ou profissional paciente nos últimos 2400 anos e veja 2400 anos não é pouco tempo isso é desde os tempos de Hipócrates 2400 anos atrás até 1970 é muito tempo nesses 2400
anos a relação médico e paciente ela foi sempre caracterizada por ser paternalista o médico sauca melhor pro paciente e nas palavras de Hipócrates o paciente obedece isso é palavra de o paciente obedece ao seu médico e se coloca nas mãos dele medicina paternalista o o médico conduz o paciente com uma criança que não sabe o que é bom para ela e o médico manda o paciente obedece eh isso começou a ser bastante questionado na década de 70 n estos Unidos e desde então aos poucos foi ganhando outros lugares em alguns lugares inclusive em alguns lugares
do nosso país isso ainda não chegou a discussão da Autonomia mas o que acabou acontecendo é que com esse início dessa discussão de autonomia que foi na década de 70 faz 50 anos é pouco tempo numa história de 2400 e o que aconteceu é que às vezes para em muitas relações médico paciente profissional paciente O Negócio saiu do 80 e foi direto pro oito e médicos deixaram de ser pais de pacientes e passaram a ser garçons eh e aí começa perguntando Então você quer que intube a a sua mãe você quer fazer mais uma químio
eh você quer dialisar eu tô vendo dia que alguém vai chegar e vai falar e aí hoje vai vanco meronem tá saindo super bem van meronem hoje e E aí às vezes a gente acaba o pior ainda Às vezes a gente vira garçom uma medicina consumerista E aí às vezes pior ainda fica esquizofrênico porque começa de um jeito e aí vai de outro e fica sempre no oito ou no 80 no 8 ou no 80 e não se chega no meio-termo o meio-termo chama-se decisão compartilhada entendido como o melhor estratégia melhor meio de relação eh
médico paciente o Personal paciente e acho que a melhor metáfora que traduz uma relação compartilhada não é nem garçom e nem pai Nós podemos ser guias de pai centes o guia ele discute Aonde a pessoa quer chegar e ajuda a pessoa a chegar lá eh ele orienta alguns lugares que são perigosos que não podem ir eh ele vê que o a pessoa quer chegar lá e você fala mas olha lá não dá para chegar hoje tá chovendo é perigoso eh ou e ajuda é um guia é diferente não é pai não é garçom decisão compartilhada
acontece que para conseguir fazer uma decisão compartilhada ela é mais complexa e não é bom senso compartilhamento de decisão é Método é técnica e tem tanto técnica e tanto método que por exemplo tem esse resumo do New England maravilhoso padrão New England de ser em que todo mundo deve conhecer os vídeos do New England que são maravilhosos seu procedimento tem vários procedimentos então sei lá intubação com vídeo laringo e cateter com de sei lá de de ca central com ultrassom e tem vários procedimentos que tem vídeos do New England ensinando a fazer procedimento tem um
procedimento chamado conversa com família que baseado em evidência tem jeitos melhores para fazer as pessoas ficam fazendo no bom senso na boa vontade não porque eu sou uma boa pessoa porque eu me importo com o meu paciente porque eu tenho bom senso e fica fazendo pneumotórax toda vez e não percebe que tá fazendo um evento adverso na comunicação porque não tem técnica e fica achando que o problema é família é difícil não problema falta de capacitação e isso é um grande problema para muitas pessoas eh e isto esse métodos esses métodos de comunicação para compartilhamento
de decisão podem ser resumidos por exemplo nesse vídeo do New in Espetacular ou em muitos outros tem alguns bons métodos esse da Ariadne Labs da Harvard é muito bom tem da Caps que é legal também tem o Vital Talk que é um site maravilhoso sobre isso e é um assunto que eu gosto muito que eu estudo há mais de década e ensino também há mais de década e que eu tava fazendo isso há bastante tempo e tava fazendo isso eu sou Originalmente intensivista acabei eh sendo reciclado em paliativista e tava como paliativista fazendo isso ensinando
isso Ach quer fazer isso pro resto da minha vida até que veio a pandemia E aí quando chegou a pandemia o eu tava no começo de 2020 Eu estava trabalhando no C Libanês um grande Hospital daqui de São Paulo como todos sabem eh eu tava num papel na junto à diretoria de governança Clínica como gerente de humanização coordenando os programas todos de paliativo no C Bones com um papel muito mais de gestor do que de assistência e tava achando que ia fazer isso da vida e aí começou a pandemia e no começo da pandemia eh
os C se prepar parou ajudei a participar de algumas coisas de plano de crise do Sírio só que à medida que a pandemia começou a se alastrar o SUS começou a ficar muito sobrecarregado e o HC foi definido pelo pelo governo de São Paulo como que o Instituto Central seria a referência da cidade em casos de covid grave e pediram pro Instituto Central aumentar de 100 para 300 leitos de UTI e e o IC conseguiu dobrar o número de leitos de UTI de 100 para 200 mas não estava conseguindo chegar em 300 não tinha não
tinha não consegu capacidade para chegar em 300 e pela primeira vez de uma história de mais de 100 anos da fmp a USP pediu ajuda para quem pudesse ajudar para conseguir atingir essa demanda dessa catástrofe que foi a pandemia e pediu ajuda e pela primeira vez que tem notícia hou uma na assistência de pacientes do HC e o Círio decidiu a lá o Círio decidiu ajudar montando uma UTI do Círio dentro do HC então o Círio mandou três caminhões de material foi ventilador foi monitor foi cama eh e pegou uma enfermaria da cirurgia bariátrica e
em 10 dias transformou o uma enfermaria em uma UTI ao mesmo tempo eh pediu-se que uma equipe médica do Sírio fosse cuidar desses pacientes e eu tive a honra de coordenar esse projeto eh e eu tava como paliativista e eu voltei a ser intensivista na pandemia cuidando eh coordenando a salte do Círio dentro do HC eh em 10 dias a gente montou a equipe médica a gente montou a titi e a proposta era trabalhar uma equipe de médicos do cílio com enfermeiros e fisioterapeutas equipe multi do HC com equipamento do sío na enfermaria do HC
é isso que é tudo para dar errado certo eh e em 10 dias a gente montou isso e começou a trabalhar eh E desde o começo o que eh a decisão que eu tomei as pessoas achavam que eu era um doido eu falei que desde o começo a gente ia conversar com todas as famílias todos os dias por vídeo Você tá doido não dá tempo não tem como vamos fazer isso e a gente começou a fazer todo dia a gente fazia vídeoconferência com as famílias eh eram 11 leitos no começo e aí eu tinha cronometrado
10 minutos de relógio para falar com cada família era minutos no máximo não tem mais não tem mais tem que ser 10 minutos e e eu usava todas as técnicas de comunicação que eu já tinha aprendido e ensinado e estudado e tentava botar ele naqueles 10 minutos mas o que eu comecei a observar é que tudo aquilo que eu já tinha eh aprendido e tava fazendo simplesmente não funcionava a minha impressão é que eu começava a tentar falar as coisas e o negócio não ia e comecei a pensar por que que tá acontecendo por que
que tá dando errado E aí comecei a pensar o que que tem de diferente primeira coisa evidentemente diferente que tinha era um nível de emoção forte num grau que eu nunca tinha visto E aí quando eu tô falando disso Não tô falando disso de Uma emoção intensa só do paciente barra família tô falando da gente profissional também porque tava todo mundo com medo era começo de 2020 ninguém sabia o que ia acontecer com a gente se a gente ia pegar se a gente ia morrer que que ia acontecer ninguém sabia Tava todo mundo com medo
agente paciente e família e aí eu comecei a lembrar de todas as coisas que estudava como P ativista sobre medo e a sua irmã Esperança eh o pessoal da psicologia e aqui eu preciso fazer um agradecimento público a Mia ou seng de Almeida uma das principais mentoras que eu tive na minha carreira que mais influenciou a minha visão como médico como pessoa ela nos ensina psicologia nos ensina sobre o que que é o luto eh o luto eh pode ser entendido como uma oscilação entre dois polos toda vez que a gente tem uma perda significativa
qualquer perda significativa que seja pode ser a morte de alguém querido pode ser a possibilidade de morte de alguém querido pode ser eh a morte de um plano de um uma coisa que eu tinha planejado que não vai acontecer pode ser a perda de um objeto pessoal que tinha valor para mim qualquer qualquer perda significativa perdi a caneta que meu avô me deu a a gente começa caramba eu não acredito a gente oscila para um polo voltado pra dor da perda o medo não acredito que eu fiz isso como que eu perdi a caneta que
meu avô me deu que cabeção que eu fui não acredito que eu fiz isso e aí depois a gente oscila e vai pro outro Polo chamado esperança a gente fala ah mas quer saber não eu Peri a caneta do meu avô mas a foto dele tá ali eu não vou esquecer ele nunca ele tá aqui no meu coração uma vida que segue ai mas caramba eu não acredito que eu perdi a caneta do meu avó e a gente fica fazendo essa oscilação o nome disso é luto esperança e medo estão sempre juntos não existe esperança
sem medo esperança é uma reação ao medo e o luto é a oscilação entre esperança e medo eh e eu via isso em graus que eu nunca tinha visto porque as duas emoções eram muito intensas eh e eu comecei a lembrar também das coisas que eu andava estudando de neurociência E neurobiologia e esse paper por exemplo ele é bastante impactante é um paper publicado na Science veja Science não é qualquer revista eles pegaram pessoas e voluntários normais e botavam na ressonância funcional para jogar videogame na primeira fase do jogo O voluntário jogava videogame e tinha
que fugir de um labirinto tinha um labirinto tinha que pegar lá umas fr as escapar do labirinto Pacman eh e aí na ressonância na primeira fase o que acontecia é que o que tava ativo nessa hora era execução planejamento e execução córtex préfrontal Na ressonância funcional era o córtex préfrontal ativo fazendo planejamento e execução Ah eu vou para cá eu vou para lá eu pego a fruta antes ou tento a saída antes enfim planejamento execução segunda fase do jogo apareceu fantasminha e o Fantasminha tentava te pegar se o Fantasminha te pegasse o voluntário tomava um
choque real e aí eles aumentavam a intensidade do Choque aumentavam a dificuldade do do jogo O resultado é que as pessoas ficavam começar a ficar com medo e muito medo de serem pegas e tomarem choque e quando as pessoas estavam com muito medo na rância funcional mudava o padrão de ativação apagava o córtex préfrontal e as pessoas operavam totalmente em límbico em modo luta ou fuga em luta ou fuga você não precisa do seu pré-frontal pelo contrário pré-frontal atrapalha você precisa de uma reação rápida lutar ou fugir você não pensa Qual é a chance a
probabilidade de eu ganhar do leão ou a probabilidade de eu sobreviver ao pulo no abismo ou você vai pro leão ou você pula no abismo é zero ou 100 É Tudo ou Nada é luta ou fuga é límbico puro quando a gente tá com muito medo a gente opera em límbico a gente não usa préfrontal E aí eu fico me perguntando por que raios a gente fica discutindo o risco benefício das coisas com paciente ou familiar que estão morrendo de medo com o seu pré-frontal apagado com a sua capacidade de pesar e planejar comprometida nesse
momento pelo medo eu via isso acontecendo em altas doses na pandemia as pessoas com muito medo é tudo nada mais do que isso ainda o que eh eu via era um outro negócio que eu andava estudando a um tempo chamado racionalização racionalização o Freud tinha descrito lá no começo do século XX mas nos últimos 50 anos tem tido bastante estudo interessante sobre isso racionalização e esse estudo é um estudo interessante que põe as pessoas em em ressonância funcional eh eu vou resumir aqui não vou depois a gente pode até discutir melhor o método mas o
o resumo da Ópera é que algumas pessoas quando estão com muito medo elas produzem cognições rápidas que não envolvem áreas mais deliberativas por exemplo como pré-frontal e elas só produzem uma uma deliberação muito rápida usando ventrom Medial que ela não tem nenhum sentido lógico ela só tem um sentido acalmar o próprio medo não é sobre lógica é sobre medo as pessoas começam a falar algumas coisas que não fazem nenhum sentido e a gente começa a tentar argumentar com as pessoas usando lógica o que por sua vez não tem lógica de novo é sobre medo quando
as pessoas estão com muito medo Elas Não deliberam elas lutam ou fogem e o jeito que elas lutam é com palavras é com racionalizações inventando argumentos e se al gente entra nessa discussão de argumentos racionalizados por medo é um buraco negro em discussão ela não leva a lugar nenhum eu via isso acontecendo em altas doses na pandemia eh um exemplo que eu vi na pandemia e vejo até hoje em discussões qualquer beira do leito é o paciente ou familiar recebe uma notícia de um mau prognóstico Sei lá o paciente tá morrendo ou familiar do passante
está morrendo a gente vai lá e fala aquela pessoa que recebe essa notícia ela começa ela tem um luto naquele momento na hora que a gente fala de prognóstico a gente causa um luto que é um plano esse plano mudou e as pessoas começam a oscilar entre medo e esperança e elas frequentemente expressam Esperança ela tá com medo ela expressa esperança e ela fala ai não mas ten certo tenho certeza que vai dar tudo certo o que é meio polêmico eh é que do outro lado tem um médico e assim é meio polêmico que eu
vou falar nem todo mundo concorda assim mas algumas pessoas dizem que talvez quem sabe assim médicos são humanos e se realmente isso for verdade e se realmente médicos forem humanos na hora que o médico tem um plano e esse plano se frustra essa pessoa também entra em luto e ela também começa a oscilar entre medo e esperança e quando ela escuta alguém falando não mas eu tenho certeza que vai dar tudo certo e o médico tá vendo mes paciente tá morrendo essa frustração esse medo a pessoa fica com o médico fica com medo e reage
ao seu medo e o jeito que nós médicos reagimos com o nosso medio a gente volta para nossas zona de conforto PR as coisas que a gente estuda mais que é basicamente doença e aí o que que a gente vai a gente fala mais sobre gravidade e a gente vira e fala assim não mas dona dona Maria senora não entendeu a a paciente ela tem 120 anos tem 18 comorbidades e ela gabaritou o sofa tá com 24 de 24 nenhum paciente no pub mé sobreviveu a isso O que o outro lado reage é com mais
esperança porque é uma reação ao medo não é sobre argumentos é sobre medo e essa discussão ela continua até enlouquecer as pessoas e ela continua e continua tempos e tempos sem parar e eu vejo isso acontecia na pandemia continua acontecendo e as pessoas não se dão conta o que tá acontecendo é isso eh mais ainda acontece também que quando a gente começa a fazer assim o resultado disso tudo é é que isso modula a nossa empatia quando a gente começa a colocar nós Contra Eles isso modula a nossa capacidade empática e dependendo do jeito como
a gente rotula o outro grupo a gente não só diminui a nossa capacidade empática como a gente começa a ter prazer na dor do outro é é conflito de grupo e modulação neural de empatia eu via isso acontecendo Eu via isso acontecendo numa em doses que eu nunca tinha visto que ficou escarrado Além disso acontecer em altas doses o que eu tava vendo também eram níveis baixíssimos de confiança por todos as questões inclusive políticas que a gente viveu durante a pandemia as pessoas tinham uma turma que achava que não existia pandemia que era invenção que
era só uma gripezinha e não sei o quê eh as pessoas não acreditavam na gente profissional de saúde não achava não é possível que é grave eu tomo aqui meu remédio uma cloroquina e fico bem eh era uma panela de pressão era uma panela de pressão com muita pressão com muita emoção com baixa confiança e foi daí que saiu esse modelo novo de comunicação eh Então o porquê disso foi por conta de tudo isso que a gente viveu mas o que que foi esse modelo novo eu percebi que aquilo lá tudo que a gente fazia
ele basicamente spikes é spikes é uma versão pré-histórica disso tudo aqui tem gente que parou lá no pré-histórico ainda mas isso aqui é um pouco mais refinado que spikes mas Pike Tent na mesma coisa eh o isto tudo aqui esses modelos mais tradicionais de comunicação eles basicamente eram modelos cognitivos e o que tava acontecendo ali era que se a gente não conseguisse fazer uma adequada sintonia emocional e com uma base de confiança não tinha argumentos possíveis não era sobre deliberar não era sobre lógica era sobre emoção e confiança e mais ainda em alguns cenários Em
algumas situações existe um nível abaixo do chão que a gente chama de esgoto ou de nível tóxico que é quando por exemplo o o o familiar ou paciente ameaça seja física ou verbal o profissional de saúde que infelizmente acontece de vez Enem quando quando a gente tá nesse nível tóxico quando tem ameaça a integridade física eh ou uma ameaça verbal eu te pergunto como é que você tem uma conversa que é efetiva e empática com alguém que tá te ameaçando a resposta é simples você não tem no nível tóxico no esgoto você não conversa que
que que você faz se você tá no esgoto e a pessoa tá te ameaçando e você quer fazer uma comunicação efetiva empática você coloca limite se a pessoa não respeita o limite você sai do esgoto deixa a pessoa lá exemplo o sei lá o familiar tá xingando ameaçando sendo sei lá machista homofóbico se lá o que você quiser eh você faz você coloca o limite falá Olha desculpa o senhor está gritando e eu tô me sentindo ameaçado desse jeito não dá para conversar o senhor pode por favor parar de gritar o que eu vejo é
que a imensa maioria das pessoas que estão gritando nessa situação elas perdem a compostura nessa história muitas Falam assim ah não desculpa Doutor desculpa Perdi a cabeça eu tô eu tô muito transtornado preocupado com a minha mãe Sei lá não sei o quê el fala tudo bem sai do esgoto tá tudo bem V conversando mas tem algumas pessoas que não fazem isso tem uma minoria que fala É isso aí é tô gritando O que que você faz me D licena eu vou chamar ajuda não converse no esgoto no esgoto não tem conversa no esgoto você
põe limite se a pessoa não resp Não respeito limite você sai e pede ajuda pede ajuda para um colega pede ajuda para alguém mais Senior pede ajuda para segurança não converse no esgoto o esgoto não tem conversa e este é o modelo da hierarquia da necessidad de comunicação agora como colocar isso em prática e no esgoto é isso que eu falei no esgoto se tá no esgoto coloca limite não respeitou o limite você sai mas muitas vezes você coloca o limite as pessoas voltam falando desculpa desculpa Doutor Perdi a cabeça não sei o que a
Então você volta você saiu do esgoto Então você vai pra Base a base de tudo é confiança e confiança ela é acima de tudo Uma emoção eh ela é antes da gente ser humano com polegar opositor e neocórtex desenvolvido mamíferos sociais eles precisam de confiança e é entendida como uma das primeiras emoções a se desenvolverem do ponto de vista de evolução de espécie porque ela é a emoção que te faz aproximar ou se afastar eh mamíferos sociais você pode mensurar grau de confiança por um comportamento que mamíferos T que é olhar no olho esse comportamento
de olhar no olho ele é tão forte que ele não é só entre espécies ele é interre espécies eh quando a gente olha no olho de alguém O resultado é que a gente consegue entender melhor a intenção do outro isso promove relação de confiança e isso é intuitivo isso é vem vem junto com a evolução mãe mães e nenês de mamíferos fazem isso eh e quando a gente faz isso O resultado é que libera oxitocina a gente todo mundo deve ter estudado oxitocina no parto mas toxina no cérebro o resultado que axina faz no cérebro
ela diminui a atividade do eixo da adrenal pituitária e diminui aquela sensação de ameaça eh e todo a nossa reação de luta ou fuga Além disso ela libera a dopamina no mesolímbico nosso sistema de recompensa ou seja a gente acalma e se sente bem que que a gente quer fazer a gente quer fazer de novo olhar no olho aal isso é tão forte que isso é Trans espécies nesse estudo aqui da Science eles fizeram isso não entre dois eh mãe e nenê ou ou um casal de humanos Mas entre o humano e o seu cachorro
comparado com o humano e o seu lobo Pois é tem uns loucos que que criam Lobo eh e o Lobo Você pode até treiná-lo mas ele como é espécie selvagem ele não é domesticável ele pode ser treinável mas ele não desenvolve vínculo então quando o humano fazia um olhar prolongado com o seu cachorro 30 minutos depois tinha um pico de ocitocina nos dois no humano e no cachorro quando o humano fazia um olhar prolongado com o seu lobo 30 minutos depois não tinha oxitocina em nenhum dos dois não faz vínculo a marca do do vínculo
e da confiança é olhar no olho e isso é biológico Então como é que você faz um vínculo de confiança numa situação de extrema ameaça como por exemplo uma situação de vida ou morte quando a pessoa não te conhece não confia em você e tá com a vida dela em risco e você tá na você tá um responsável pela vida dela você precisa fazer contato visual Você precisa olhar no olho então faça primeiro contato visual olha no olho e depois além de mamíferos a gente tá discutindo uma relação profissional paciente eh a gente tem os
nossos instintos mas a gente é mais do que instinto e uma estratégia importante para negociação e desenvolvimento de confiança e essa é uma estratégia de negociação que se usa em geopolítica é trazer os valores mais importantes para no começo da conversa Quais são os valores mais importantes nessa relação profissional paciente é beneficiência mais autonomia não é só beneficiência paternalismo e não é só autonomia consumerismo é os dois elação compartilhada e como é que a gente poderia trazer os os valores mais importantes a mesa da forma mais sintética possível Trazendo A Essência deles a essência da
beneficiência é se importar não existe beneficiência possível sem se importar não existe autonomia possível sem falar a verdade e por sinal se importar e falar a verdade também são grandes fontes de desconfiança as pessoas não Confiam porque não estão falando a verdade ou porque não se importam então o que você faz você traz esses valores paraa mesa no começo da conversa como você faz um contato visual e faz um compromisso com aquela pessoa assim olha eu vou te falar a verdade seja boa seja ruim e a gente vai fazer o que é melhor para você
tudo bem Podemos seguir assim na pandemia quando a gente fazia isso no vídeo as pessoas começavam a chorar e aqueles pacientes que estavam recusando intubação E aí tinha passado residente noita inteira tentando convencer a pessoa que ela precisava ser entubada aí eu chegava lá de manhã e fazia isso a pessoa tava fugindo com olhar ela voltava olhar e fazia contato visual fala sim tudo bem Doutor você tem a base e com a base você vai começando a andar Toda vez que você sentir enroscar você volta pra base e refaz o compromisso uma vez que você
fez esse compromisso aí você segue adiante e seguir adiante é falar sobre emoções mas aí falando de emoção não é sobre Freud é sobre Darwin Darwin um dos maiores gênios da humanidade também um dos mais mal compreendidos da humanidade ele tem três obras primas uma melhor que a outra todo mundo já ouviu falar da origem das espécies a primeira obra Prim dele ele percebeu que temos um antepassado comum tem uma seleção natural que favorece o mais adaptado veja não é o mais forte se fosse o mais forte o mundo tava cheio de dinossauro é o
mais adaptado origens das espécies primeira obra prima dele a segunda obra prima do Darwin é esse livro chamado a expressão das emoções no Homem nos animais Ele percebeu que tinham cinco emoções básicas Ops Opa seg é tenam cinco emoções básicas eh que animais expressavam diferentes animais expressavam usando os mesmos músculos as mesmas emoções os mesmos músculos diferentes animais as emoções já devem ter ouvido falar medo nojo raiva tristeza e alegria tenho certeza que todo mundo já ouviu falar divertidamente Não é coincidência divertidamente tem uma baita de uma consultoria de neurociência e o essas emoções básicas
ele percebeu bom se tem as mesmas emoções os mesmos músculos diferentes animais e temos um antepassado comum e uma seleção natural favorece mais adaptado portanto essas emoções tiveram um papel na sobrevivência Elas tiveram papel na adaptação e qual que seria o papel das emoções favorecendo a adaptação da espécie ele sacou que emoção comunica eh se eu sou uma zebra e tô lá pastando distraído na Savana e de repente eu vejo um leão a espreita e tem uma reação de medo e você é outra zebra e vê a minha expressão de medo e consegue perceber a
minha expressão de medo e sente medo também nós dois vamos ter uma descarga de adrenalina e cortisol e vamos estar mais preparado para lutar ou fugir nesse caso se for exo para fugir então ele percebeu que a emoção comunica tudo aquilo que as pessoas ficam falando Ah não verbal não verbal não verbal é simplesmente expressão das emoções emoção comunica emoção comunica muito fácil a gente percebe emoção antes da gente ter consciência que a gente percebeu eh e e 200 anos depois com muita neurociência depois esse aqui isso aqui é do livro texto do candel prêmio
nóbel de medicina um livro texto maravilhoso onde o Antônio damio escreve o capítulo sobre emoções eh e o que o que se percebe hoje com neurociência em cima de Darwin é que se emoções elas não são uma coisa eu acho que às vezes a gente pensa que emoção é tipo um miasma não sei se vocês conhecem esse conceito da história da medicina lá nos os de 1600 1700 as pessoas achavam que as infecções eram causadas por miasmas então chegava um miasma E aí junto com o miasma vinha a peste negra pra cidade e chegava o
miasma e de repente as pessoas pegavam uma doença até que veio lá e falou assim não que miasma é nada isso aqui é um bacilo isso aqui é uma bactéria eh esquece miasma é Biologia eu acho que as pessoas acham que emoção é tipo miasma mas é emoção uma coisa meio vaga meio etérea meio Mística não emoção é Biologia Pura Emoção serve como dica para comportamento apropriado em resposta ao desafio do ambiente a emoção é rápida ela não requer esforço Porém ela tem uma baixa acuracia ela nos provê sinais automáticos de perigo ou vantagem a
gente primeiro sente E aí depois a gente pensa eh e a perda de emoção não faz com que a gente vire senhores poque e um ser extremamente racional não comprometimento das nossas capacidades emocionais piora a nossa capacidade de planejar pessoas que TM comprometimento em em em estruturas neurais naas a emoção elas não conseguem fazer planejamento eh e mais ainda emoção comunica e o modo como a emoção comunica é via empatia e empatia não é uma coisa reservada para seres humanos nos elevados empatia é uma é uma capacidade neural comum a mamíferos Esse estudo esse essa
revisão da Nature é maravilhosa na minha opinião ela deveria ser fundante para todo profissional que tá entrando para começar a estudar saúde o que o que se mostra é que existem níveis de empatia existe um nível mais básico que é simplesmente copiar o comportamento existe um nível um pouco que exige exige mais capacidade neural que é empatia afetiva é conseguir sentir o que o outro tá sentindo e existe um terceiro nível que é empatia cognitiva que ela exige mais capacidade neural ainda e essa empatia cognitiva é o target helping é o ajudar especificamente aquilo que
tá causando o por exemplo o sofrimento do outro eh eu acho que nós Profissionais de Saúde a gente se foca tanto nessa empatia cognitiva e a gente esquece tanto dessa empatia afetiva que muitas vezes a gente causa sofrimento tentando ajudar sofrimento eh e e é interessante ver também que essa empatia afetiva ela é a base é ismo necessário porque acontece um comportamento comum em mamíferos que é um comportamento de consolar mamíferos consolam mamíferos e chipanzé quando vê um outro chipanzé em sofrimento ele consola ele acalmam aquele ch sofrimento e para isso TC isso é super
bem estudado e é um mundo de conhecimento que tem por trás disso eh existem alguns checkpoints para que um mamífero consiga consolar outro mamífero alguns comportamentos necessários o primeiro tem lá um chipanzé em sofrimento o outro observa eh primeiro checkpoint ele tem que se deixar contagiar pelo aé ele sente um pouco daquela dor primeiro alguns não deixam isso acontecer você pega grupo de chipanzé ou de bonobo algun simplesmente vem algum lá em sofrimento e saem e vazam alguns outros não eles ficam lá e na hora que eles vem um em sofrimento eles ficam estressados também
primeiro checkpoint segundo checkpoint ele tem que controlar o sua própria emoção ele tá lá estressado com medo porque ele viu um com medo ele tem que regular o seu próprio medo porque quando a gente tá com medo a gente não consegue empatizar a gente trava então o segundo Check Point é controlar a própria emoção controlar o próprio medo difícil e o terceiro Check Point Aí sim é é o comportamento de consolar e mamífero consola mamífero nem com palavras porque só os humanos falam mamífero comporta mamífero consola mamífero com um comportamento de ressonância afetiva simplesmente ressoa
a outra emoção num tom um pouquinho menor e isso acalma mãe faz isso com nenê instintivamente eh O que que você pode fazer é transformar isso em um comportamento para personal de saúde é o que a gente começou a fazer na pandemia Então a primeira questão é você fazer a primeiro primeiro checkpoint é você deixar se contagiar como é que você faz isso fazendo uma pergunta mas veja não é qualquer pergunta não é uma pergunta sobre o que que você tá sabendo da sua doença perguntar o que você tá sabendo da doença põe as pessoas
em defensiva e abre a porta das racionalizações não não vai por aí vai por um outro caminho pergunta o o que te preocupa na hora que você pergunta pro outro o que que tá te preocupando aquela pessoa vai expor as suas emoções os seus medos as suas preocupações E aí você vai começar a escutar e na hora que você começar a escutar vai vai acontecer a coisa mais difícil de todas porque a pessoa vai começar a falar um monte de coisa e de repente eu tenho certeza que vai pular na sua cabeça um pensamento intrusivo
falando caramba eu não lerei a prescrição do leito três é sempre assim caramba eu não mandei aquele e-mail meu Deus aa Tenho oito pacientes para ver pula um outro pensamento que que você tem que fazer você tem que gentilmente voltar a sua atenção pro outro e continuar escutando esses pensamentos intrusivos eles acontecem toda hora o o a habilidade é aprender a voltar porque a atenção sai mas Você precisa aprender a gentilmente devolvê-la pro foco e mais ainda eh a gente pode tentar entender Qual é a emoção que tá vindo ali de trás é como se
a gente aprender a desviar das cognições e do um monte de palavrório que vem e tentar focar em qual emoção que tá vindo ali então sei lá o paciente de 120 anos com 18 doenças com covid disfunção de todos os órgãos e aí o filho você pergunta então o que tá te preocupando ai doutor tô me preocupando que a mamãe é uma guerreira eu tenho certeza que ela vai ficar bem você regula sua própria emoção você se acalma você foca e você tenta Identificar qual a emoção que tá vindo de lá qual a emoção que
você vê que tá vindo deste filho fala não tenho certeza que a mamãe vai ficar bem ela tem 120 anos ela já passou pela gripe espanhola ela vai passar pela pandemia de covid também emoção é Esperança você deixa a cognição passar e foca na emoção a emoção aqui é Esperança então que que você faz você você foca na esperança fala olha é tudo que eu gostaria conecta ressoa fica junto com a pessoa ali um pouquinho naquela Esperança você gosta Aria que essa paciente de 120 anos com 18 comorbidades com sofa de 24 em 24 ela
de repente ela se estub ela arranca o Chile e sai andando pelo Corredor da UTI não só mais saudável mas como mais jovem e mais rica você gostaria que isso acontecesse se você gostaria que isso acontecesse você pode Ressoar a esperança dessas pessoas é isso então sonho fica um segundo ali com aquela pessoa e sonha junto com ela por um segundo e fala assim é tudo que eu gostaria e fecha a boca não precisa falar mas é muito grave não precisa se for difícil para você lembra assisti aquela aula no fesp aquele cara falou para
esperar 5 segundos conta 5 segundos na sua cabeça em silêncio 1 2 3 4 5 você vai ver que 5 segundos depois aquela pessoa vai oscilar e ela vai oscilar do da Esperança pro medo e o que que você faz você conecta de novo você conecta na esperança Fecha a boca espera a pessoa vai elaborar o luto sozinho e aí ela fala mas é muito grave né Doutor e a que você faz é muito grave sim e a gente tá aqui vai sempre te falar a verdade e vai fazer o melhor por ela quando conecta
de novo não conserta não não muda não Analisa não fala sobre tratamento não fala sobre não só conecta consola empatia afetiva acalma as pessoas é isso que é consolar é isso que eu acho que a gente não faz às vezes e quando às vezes jantar de família as pessoas lá eh que não são Profissionais de Saúde viram e falar ah mas os médicos são muito frios os médicos não se importam o que eles estão falando é que a gente não faz isso eh e muitas vezes a gente não faz isso porque a gente não aprendeu
a gente tá tão focado em tantas coisas que a gente precisa fazer cognitivas que a gente não faz isto que isto é consolar é isso que acalma é isso que possibilita que aquelas pessoas possam usar o seu préfrontal e deliberar também E aí depois que você acalma depois que você ressoa você pode fazer uma outra pergunta você não acalmou o suficiente você então é tudo que eu gostaria E o que mais te preocupa a pessoa continua falando você faz pergunta escuta ressoa pergunta escuta até acalmar acalmou a ISO cognitiva aí você pode discutir todas as
questões deliberativas que todos aqueles métodos mostram mas que a gente acabou também mudando durante a pandemia a gente acabou adaptando aquilo para um outro modo que é parecido mas é um pouco diferente onde a gente começa contando uma história na hora na parte cognitiva é uma parte lógica então por favor seja lógico para ser lógico a gente tem que partir do mesmo lugar e o mesmo lugar é contar uma história é muito difícil para humanos absorverem muitas informações o jeito mais fácil que nós humanos absorvermos informações é através de histórias eh eu fico lá todo
dia na UTI e Enchendo os pacov meus residentes para que eles possam possam passar o caso falando em Sistemas por sistemas mas na hora de falar com a família não faz sentido falar por sistemas então neurológica ela tá assim cardiovascular diminuiu a Adre narina respiratória tá melhor dafi não faz sentido pra família para alguém conseguir entender por sistemas ela tem que ter uma formação por trás para conectar o cardiovascular com o renal sen não são duas informações vagas soltas eh Então o jeito mais fácil é contar histórias história tem um título tem uma introdução tem
desenvolvimento e tem uma conclusão o tema é a história da onde estamos é só do presente pro passado não tem futuro não tem o que que vamos fazer ou que não vamos é só do presente pro passado a gente tem que sair todo mundo do mesmo lugar Então conta uma história título estou muito preocupado com Dona Maria introdução Dona Maria tem 120 anos tem 18 doenças movimento aí ela agora pegou covid o covid espalhou atacou o pulmão o pulmão parou de funcionar a gente teve que entubar e ela tá respirando por aparelho conclusão Estamos preocupados
com Dona Maria tem uma linearidade tem o começo meio fim e ela o fim dela é o presente não é o futuro e aí de repente você fala isso e o filho fala assim Nossa sério entubou Que que você faz você volta você volta pra emoção ah senhor não tava Nossa sério inbou faz uma pergunta o senhor não tava sabendo que inbou não não tava porque escuta ressoa a emoção Nossa imagina que deve ser assustador de escutar ressoa pergunta eh O que mais tá te preocupando não não não é isso Doutor e agora que que
tem pela frente as coisas vão aí você fala de o que tem pela frente e aí para falar de prognóstico um jeito que eu acho fácil de falar pro gnóstico é um jeito em Três Passos você começa normalizando a incerteza eu não sei o que vai acontecer com você ou com o meu paciente amanhã não sei verdade eu não falei que ia falar verdade então fala verdade eu não sei ninguém sabe ninguém sabe o futuro a gente não sabe dois a gente sabe o futuro mas a gente sabe o passado eu não sei o que
vai acontecer com esse paciente mas eu sei o que aconteceu com outros pacientes nessa situação os outros pacientes nessa situação o melhor cenário é esse E isso acontece com a maioria das pessoas o pior cenário é esse isso acontece com sei lá três em cada 10 pessoas falo melhor e falo Pior se você tiver um número Fala o número o jeito melhor de falar número não é falar 70% é difícil entender 70% mesmo para quem tem pós-graduação e doutorado é mais fácil falar s em 10 dois em cada 10 melhoram oito em cada 10 pioram
e essas pessoas que pioram infelizmente acabam morrendo esses dois de cada 10 que melhoram eles melhoram mas eles não não ficam como eles ficaram como eles estavam se jeito de falar sobre agnóstico e três volta pra emoção eh o volta paraa emoção aborda de novo a emoção porque na hora que você fala de prognóstico vai gerar um luto vai gerar uma emoção então o que você faz você conecta de novo conecta com essa emoção faz uma pergunta e fala a senhora tava sabendo disso Tava imaginando isso como é que a senhora recebe essa informação não
doutor tenho certeza que ele vai ser um em cada 10 a sua resposta é tudo que eu gostaria o que tiver o meu alcance eu vou fazer você conecta na hora que a gente conecta o que é interessante é que mamífero consola mamífero não é porque ele teve aula de bioética mamífero consola mamífero porque quando a gente faz isso isso faz a gente se sentir bem além de acalmar o outro isso protege de Burnout isso liga a gente com o propósito que na minha opinião é o propósito que 100% das pessoas estão aqui assistindo nessa
aula levou a profissão foi isto foi esse sentimento esse sentimento que faz a gente vir na profissão de saúde e que a gente acaba esquecendo dele porque a gente fica querendo consertar na parte cognitiva Sim a gente pode tentar consertar na parte cognitiva Mas a gente pode consolar e conectar na parte afetiva também e uma coisa favorece a outra então você primeiro conecta primeiro acalma e depois você fala e aí o que é interessante é que na hora que a gente fala de prognóstico E se a gente prometeu que vai falar a verdade você tem
que falar a verdade você não tem que ficar filtrando censurando informação T que falar a verdade meu amigo você vai ter que falar fala fala o que você sabe fala o que você não sabe eh e aí o que é interessante é que depois dessas conversas de prognóstico as conversas de valores elas pulam a mesa até porque um dos jeitos que a gente elabora a luta contando história pode observar velório que as pessoas fazem em velório contando história do morto não porque poxa lembra aquele dia lembra aqu que que a gente tá fazendo a gente
tá elaborando luto a gente elabora luto comant história eh quando a gente fala de prognóstico e a gente gera um luto porque o mundo presumido caiu as pessoas começam elaborar o luto contando história e nessa história tá a biografia nessa história tão os valores é o que a gente precisa aprender para fazer uma boa decisão compartilhada e a gente aprende sobre valores como que a pessoa tava lidando com a doença o que que é importante para ela gera sofrimento para ela a gente aprende sobre valores e aí você aprende sobre valores você entende o prognóstico
entende a Biologia entende os valores você junta tudo num objetivo de cuidado eh quem não sabe para onde quer ir todos os caminhos levam a confusão você primeiro estabelece o que que você quer buscar com seus tratamentos Qual é o objetivo do Cuidado o objetivo é tentar reverter a doença independente do sofrimento que isso causa é objetivo ele é legítimo muitas muitas circunstâncias ou não é o oposto o objetivo é cuidar do sofrimento e deixa a doença para lá agora o nosso foco é cuidar do sofrimento amenizar o máximo que a gente puder e deixa
a natureza seguir o rumo dela também é legítimo Em algumas situações ou alguma coisa no meio ó a gente vai tentar tratar a doença sem causar mais sofrimento objetivo primeiro alinhou o objetivo tá todo mundo na mesma página no mesmo objetivo comum aí você falta então pra gente conseguir esse objetivo de sei lá eh tá a doença mesmo que o sofrimento então o caminho até lá a gente vai intubar vai fazer dialisar e depois a gente vai correr pra cirurgia ou não seu objetivo é garantir controle controle de sintomas garantir o conforto permitir a evolução
de forma mais natural mais digna e pacífica possível esse é o objetivo aí então o caminho até lá olha então a intubação não faz sentido a diálise não faz sentido a reanimação não faz sentido o que a gente vai fazer a gente vai cuidar da dor vaiar da falta de ar vai deixar vocês mais perto e vai deixar o livro mudar o objetivo primeiro e depois o plano o plano é o tratamento e aí a gente especifica o que nós profes de saúde estudamos que é o caminho até lá guias podemos ser bons dias se
a gente sabe o Qual é o objetivo que a pessoa quer chegar e a gente dá para as pessoas informação verdadeira sobre o que a gente sabe e constrói junto uma decisão compartilhada Ou seja a gente sabe da parte da biologia o paciente barra família sabem da partir da biografia e a gente um aprende com o outro e faz uma decisão compartilhada e volta por os níveis anteriores toda vez que dá ruim você começa a ver que você discutir Ah não então sei lá então para isso então que não vai intubação não faz sentido a
f não como assim intubação é ser volta no objetivo fa você volta nos valores vai voltando volta na emoção volta na confiança e você vai construindo isso que nem um procedimento eh eu faço isso basicamente desde a pandemia todo santo dia eh e foi um dos motivos que me fez me apaixonar de novo pela UTI porque integrar essas conhecimentos de cuidado paliativo na UTI de todos os pacientes é de uma potência que eu já jamais imaginava que existia eh eu acho que a gente consegue fazer uma UTI melhor e um cuidado paliativo melhor fazendo as
duas coisas juntas eh mais ainda isso faz uma efetividade de UTI que pelo pelos dados que pelo menos que tem no HC nenhuma out ti consegue mas ainda isso gera muita satisfação seja de paciente familiar mas muito de nós profissionais que a gente consegue cuidar sofrimento e tratar de doença mas para isso precisa de método prisa de técnica para finalizar que eu tô estorando meu tempo eh três mensagens para deixar aqui depois a gente abre PR discussão emoção não é boa ou ruim emoção é ela Simplesmente acontece na hora que ela acontece não adianta fingir
que ela não aconteceu ela faz parte ela faz parte do nosso processo cognitivo inclusive ter consciência das nossas emoções faz com que a gente consiga reagir adequadamente a elas eh não ter consciência delas faz com que a gente vire escravo delas sem perceber Não tente consertar uma emoção forte que aparece do paciente familiar com novas informações Não tente explicar coisas quando aparece uma emoção muito forte é mais empático e efetivo primeiro dá espaço para as pessoas elaborarem aquilo você Ressoar com aquilo aí você acalma e depois você vai para a informação e monitore confiança por
contato visual se você vê que perdeu o contato visual você volta pra Base fazendo contato visual e reafirmando valores importantes como falar verdade e buscar o melhor para aquela pessoa eh para quem tiver interesse pelo hcx a gente montou esse curso Objetivo de ser rápido ser assíncrono online e barato disponível para quem precisar que vai mais fundo que essa aula aqui eh ele tá disponível e o artigo orig o artigo eh original onde a gente publicou esse método tá aqui ele é open access eu tive a grata surpresa de receber da revista outro dia que
é o artigo o mais LDO da revista nesse nesse momento ele tá disponível também para quem tiver interesse com um pouco mais de profundidade do que consegui apresentar aqui eh eu agradeço a atenção de todos vocês eh agradeço mais uma vez ao convite da Dani da Flávia e oportunidade de est aqui da Lívia oportunidade de est aqui na reunião da Unifesp e fico à disposição para dúvidas comentários e perguntas Obrigado por todos Obrigada foi ótimo ótimo como sempre eh a gente tem algumas perguntas aqui a primeira é do Renato ele Pergunta assim esse modelo de
padronizar as emoções em classificações Racionais não traz um risco de trazer um tom de artificialidade Na ressonância entendo que eh entendo que a abordagem é muito rápida para uma ressonância mais elaborada mas eu pessoalmente me vejo muitas vezes ressonando de uma forma mais superficial do que eu poderia Existe algum outro modelo teórico mais elaborado além dessas cinco emoções básicas de Darvin ó eh acho que aí tem várias coisas diferentes que eh Desculpa deixa eu só me ajeitar a minha tela aqui que eu não tô me ajeitando aqui pera aí desculpa eu parei o compartilhamento né
não ainda tá compartilhado agora par Ah então era isso agora foi eh então Eh desculpa qual quem que perguntou mesmo Qual o nome da pessoa Renato Renato então Renato eu acho cí tem duas coisas diferentes eh uma coisa são as as emoções básicas que o Darwin demonstrou eh o sim o o o negócio do do do divertidamente ele é interessante porque ele é muito Eh vamos dizer assim fácil de entender e muito embasado Tecnicamente Então o que Darwin mostrou é que tem essas cinco emoções instintivas e o que é legal que neurociência mostra hoje é
que ele tava corretíssimo porque essas cinco básicas elas inclusive compartilham os mesmos mecanismos neurais sei lá nojo nojo é mediado pela ínsula isso é em humano em cachorro em macaco eh é mediado pela ínsula o comportamento é com base neural Eh agora essas emoções básicas são uma coisa os sentimentos são Outra coisa o sentimento ele é a partir das emoções eh os sentimentos ele já Exige uma consciência das emoções e muitas vezes cognição sobre as emoções incluindo linguagem sobre as emoções então lá no no divertidamente eh vale a pena é um filme que vale a
pena ver mais de uma vez tiver criança Então vai fica fácil eh ele vai ele cria tem as bolinhas originais e aí depois ele vai fazendo tipo a mistura das bolinhas a mistura das bolinhas são sentimentos eh as emoções básicas elas são meio brutas eh e elas podem ser adquiridas ou aprendidas eh então assim Veja a gente tem os instintos mas o que eh tem um cara chamado eh eh Franz deval é um baita primatologista morreu faz pouco tempo uma coisa que ele fala que é legal e um outro primatologista que virou antropologista também fala
muito parecido é que estudar essas questões todas de biologia das emoções Ela é legal porque a gente reconhece os nossos instintos mas o que é interessante é que a gente não precisa ficar preso neles a partir desse reconhecimento que pode agir diferente mas o instinto tá lá eh então assim eh a gente tem essas cinco emoções básicas Mas qualquer um de nós aqui adulto humano com um repertório de vida e de cognição grande tem muito mais do que essa Então esse é o primeiro ponto eh Então essa é uma coisa a outra coisa é que
assim veja sim é uma simplificação porque tem muita cognição que ela a cognição e a emoção elas não são tão separadas desse jeito Isso é um modelo evidentemente didático é muito seria muito mais real ver que a emoção tamb tá na cognição quer ver um lugar que dá para estudar Isso e é um pouco perturbador estudar Isso bioética eh as pessoas adoram achar que bioética é uma coisa cognitiva é autoengano pessoas querem se enganar com isso sim é cognitivo mas tem muita coisa de bioética que é profundamente emocional tem umas coisas interessantes mostrando que o
sentimento moral ele é um sentimento ele primeiro Uma emoção as sentimentos mor Morais repulsivos eles compartilham a emoção de nojo ele acende a ínsula e você consegue predizer se a pessoa vai discordar daquilo Na ressonância funcional ela primeiro sente nojo e depois ela justifica E aí você pode justificar de um monte de jeito você pode começar a falar teoria bioética toda elaborada e explicada mas geralmente primeiro a gente sentiu então a cognição e emoção não tão separadas daquele jeito seria mais real e aí viagem na minha cabeça Se você olhasse aqui a pirâmide por cima
você ia ver que tudo que desde a confiança até a emoção tão participando da cognição também mas eu acho que aquilo é um jeito de entender fácil que assim se você começa a discutir alguma coisa e você vê que tem uma emoção muito forte a discussão não é sobre cognição discussão é sobre emoção eh e a emoção vai acontecer primeiro e depois vai vir a cognição nessa mesma temática só um comentário aqui foi feito não é uma pergunta a Deisiane diz a raiva mesmo tão mal vissa tem ligação direta com o nosso censo de Justiça
né talvez com os nossos valores eh tem tem uma tem uma pergunta aqui do Álvaro que ele diz num uma notícia de óbito inesperado usaria o mesmo modelo eh notícia de óbito Inesperada eu acho que é uma das notícias mais difíceis eh e mais eh imprevisíveis e aí na minha opinião também é uma das que menos eh eh dá para usar o mesmo modelo mas nem sempre ela tem tempo áb para isso acho que a primeira coisa notícia de óbito inesperado nunca nunca faça por telefone eh porque no telefone você não tem nemum contato visual
é muito mais difícil de fazer conexão empática Sem contato visual eh então óbito inesperado por telefone eh a gente não faz por telefone jamais e a gente evita fazer inclusive por vídeo lá no Nossa ti a gente faz notícia de óbito sim por vídeo às vezes até por telefone mas sempre óbitos esperados então aquele paciente que está em processo ativo de morte conva sua família fazend sua família despede E aí 3 da manhã ele morre tá todo mundo esperando a gente comunica Eh agora inesperado eh e aí eh o inesperado eu acho que ele é
tão pouco tempo e tanta entropia tanta emoção intensa que às vezes você vai no que dá eu acho que aí o o que dá para fazer você vai no sofrimento emergente a gente conversa com a pessoa fala olha a gente tá aqui aqui para te falar verdade para fazer o melhor por vocês nem nem fala pelo paciente né porque não é verdade paciente já morreu fazer o melhor por vocês eh e aí você pergunta o que você estão sabendo que você está preocupado as pessoas falam mas geralmente Ela já foi chamada ela já vai perguntar
mas ele morreu Doutor você falou quer falar verdade você tem que falar verdade aí pau é morreu eu sinto muito aí Putz aí a pessoa vai ter uma explosão de emoção ela é legítima O que que a gente pode fazer esquece ficar consertando não adianta ficar consertando é uma emoção legítima é é dor bruta é tristeza pura é que você faz acolhe ressoa fica ali eh infelizmente eh a gente vê bastante isso no nosso UTI que a gente recebe casos de trauma e muitos casos às vezes de morte encefálica então é pessoa que tava completamente
hígida saudável sai para trabalhar o motoqueiro e Arrebentou a cabeça e morreu é uma tragédia infelizmente uma tragédia comum demais eh eu acho que que a gente lida com uma naturalidade que não deveria Mas enfim eh hum essas tragédias de trânsito tão comuns tão comuns entre um perfil igual de pessoas geralmente motoqueiro geralmente negro é uma tragédia comum demais enfim é um padrão não é um acaso mas enfim eh o a gente lá na UTI que pode fazer quando familiar dessas pessoas recebem essa essa bomba você fica lá junto fica junto e ressoa e ressoa
e ressoa às vezes a gente se emociona e que você pode fazer tudo bem Você emociona né faz parte a gente tá ressoando aqui é um jeito de acolher também e você fica lá e às vezes não é essas tragédias Horrorosas Às vezes as pessoas ficam muito tempo chorando e é legítimo vou fazer o quê Vou consertar vou falar não ah não é legítimo tragédia Mas você fica com a pessoa nesses casos específicos com agravador que você não tem o tempo hábil para conversar e muitas vezes acontece tipo no plantão noturno e que você tinha
zero vínculo não sabia de nada e o primeiro contato que você vai ter é esse né então é é difícil meso tem uma outra e aí o que dá para fazer Desculpa só desculpa o que dá para fazer é que às vezes é muito intenso e meu vida vida de hospital real né você tem o mundo caindo lá dentro e o que dá para fazer é se revisar E então você fica um pouquinho ali aí você pede pro outro aí vem Sei lá o técnico vem a fisio vem não sei o qu a gente vai
se revesando e fica lá acolhendo é tem uma outra pergunta aqui que é professor é do Pedro Pedro eh Professor Boa noite muito obrigado pela aula foi extremamente significativa Quando o senhor explicou o uso deste método o senhor trouxe um familiar cujo sentimento demonstrado após sua primeira abordagem foi esperança seguida por um momento de Lucidez após empatia após empatia do médico pela emoção a minha dúvida é caso não houvesse esse momento de Lucidez e o familiar insistisse nesse discurso esperançoso como uma forma de negação da realidade como eu deveria proceder eh para chegar na da
cognição e em outro caso caso a família ao invés da Esperança demonstrasse imediatamente medo e desespero como acalmá-lo e continuar a conversa ótimas perguntas eh veja o negação eu falei da Mia aqui eh e se a Mia tivesse aqui toda vez que ela a Dani tá até rindo porque ela sabe disso Eh toda vez que a Mia escuta essa palavra ela tem um préco eh porque assim o que que é negação negação é uma defesa a gente Nega quando a gente não dá conta eh e e quando as pessoas tão Presas no polo da Esperança
elas estão Presas no polo da Esperança porque o medo é tão grande que ela não consegue olhar para ele então o que que você faz Nessa situação você pega a cabeça da pessoa e joga ela para olhar a força pro medo que não vai funcionar ou você fica um pouco mais com ela ali eh e aí ficar com um pouco mais com ela ali envolve às vezes eh acolher mesmo a pessoa fala não por não sei o qu e tal e e se traduz em condutas que são compatíveis como por exemplo Trio deute eh às
vezes eh Todos precisamos de um pouco mais de tempo para reduzir a incerteza para construir vínculo e para tomar melhores decisões trai o de ti eh e o que é interessante Trial é que você vai ser franco eh você vai torcer pelo melhor e estamos preparados pro pior e vamos dar um tempo vamos fazer um tratamento e vamos ver como é que acontece e um tratamento com um tempo de três a 5 dias e com coisas objetivas não vai ficar eh falando que o paciente melhorou porque ele saiu ignor zero 15 para 013 não é
o diminuiu o sofa isso é objetivo eh a ureia caiu de 2008 para 192 diminui o sof eh então assim tem que ser objetivo eh o no tempo específico três a 5 dias geralmente eh e e aí ao longo desse tempo com conversas no meio para atualizando ó e aí vocês vão ver o que geralmente acontece é que durante as pessoas elas vão continuar demonstrando Esperança uma coisa que acontece quando a gente eh eh qu o eu faço muita conversa por vídeo e o que eu me divirto os residentes que passam comigo eles começam a
dar risada com isso também é como eu faço conversa por vídeo aí eu tô conversando aqui com a família tem geralmente um residente aqui do meu lado e aí a gente tá conversando E aí Tem Você tá se vendo ali naquela imagenzinha E aí eu falo alguma coisa fala prognóstico aí a família começa a falar de esperança eu já t AD com isso e eu conecto com a esperança e para mim é tranquilo isso mas a minha diversão é olhar pela câmera cara do Residente que tá comigo e aí A família começa a falar não
porque tenho certeza que ele vai ficar bem porque ele é muito forte porque ele é um guerreiro e não sei o qu aí eu fico olhando a cara do Residente eh quando a gente tá sentindo medo a gente que expressa medo e na hora que a gente expressa medo mesmo que você Tente falar de esperança você tá expressando medo e e emoção prevalece na comunicação E aí O resultado é que a outra pessoa vai defender a esperança dela para você às vezes eh isto esses mecanismos acontecem porque a gente não conecta de verdade ponto um
na minha opinião a imensa maioria e ponto dois Às vezes a gente conecta de verdade mas aquilo é muito muito duído para aquela pessoa precisa de um tempo TR e ponto três eh tri de UTI ele tem limites tem limite no tempo e tem limite em tratamentos fúteis tratamentos fúteis não entram no tralho doti tratamento fútil tem resolução do CREMESP resolução 355 2022 do CREMESP falando que o médico não deve fazer um tratamento que não tenha base biológica para ser feito não temuma evidência de algum benefício não é para fazer eh ah mas a família
quer sinto muito isso não está em jogo entr de ti envolvem as coisas que tem nexo biológico científico mínimo então é dentro do razoável num tempo definido com objetivo Claro e aí às vezes a gente vai reavaliando o tratamento fú acho que é mais fácil de entender apesar de ser o extremo né Eh o paciente com duas drogas vasati em dose alta você reanimar não já está reanimado e é fútil você fazer isso por isso vai seu óbito né Eh perfeito tem tem tem um monte de pergunta eh e e a gente já passou muito
no nosso horário mas eu vou fazer mais duas Se você permitir tá é porque a aula tava muito boa então aqui tem a Lívia perguntando assim eh tenho presenciado frequentemente conversas com as famílias em momentos mais críticos ã Qual o seu pensamento sobre a necessidade de uma atuação mais frequente nas unidades de terapia intensiva sem esperar este momento crítico eu acho que é de conversas né Foi isso pera aí desculpa Dan não sei se entendi direito você podia falar de novo por favor Ahã tenho presenciado frequentemente conversas com famílias em momentos mais críticos Qual o
seu pensamento sobre a necessidade de uma atuação mais frequente nas unidades de terapin intensiva sem esperar eu acho que tá relacionado mais a fazer ali min expectativas mais frequentes fazer reuniões não necessariamente no momento de catástrofe eu acho que que foi isso perfeito me corrija Se eu estiver errado tá Quem fez a pergunta Lívia ah eu acho bem por aí mesmo eh eu acho que assim quando a gente entende que isso é um processo eh você tem que começar a esse processo quanto antes então Eh geralmente pacientes de alto risco interno na UTI já é
a gente já tenta fazer reunião familiar nas primeiras 48 Horas 48 horas de admissão sei lá idoso com múltiplas comorbidades um paciente com uma doença em fase avançada de evolução eh Este é a família para ter logo perto para já começar a construir vínculo de confiança já começar a fazer sintonia emocional para já começar a ajudar essas pessoas elaborarem o lutro logo eh e aí geralmente a primeira conversa vai ser só onde estamos os riscos pela frente acabou tá ótimo eh e o que a gente tem feito e é uma coisa que eu mudei radicalmente
de opinião eh é essa primeira conversa por vídeo é interessante isso assim eu mudei eu mudei 180º Na minha opinião pré-pandemia eu desconfiava de vídeo conversa por vídeo conferentes eh na pandemia a gente teve que fazer porque não tinha outra outra outra escolha hoje póspandemia eu acho que a primeira opção deve ser vídeo por quê porque vídeo tem um monte de problema mas vídeo tem uma vantagem Imbatível vídeo dá acesso a todos dá acesso nas famílias de maior nível socioeconômico pro filho que mora fora do país ou longe e dá acesso pras pessoas especialmente as
pessoas de maior vulnerabilidade social elas não conseguem sair do trabalho porque o patrão não deixa o filho que tá lá sei lá no posto de gasolina trabalhando ele tá preocupado com o pai Ele não vem no hospital porque ele não é liberado do trabalho Eh ele também quer saber eh você dá acesso para essas pessoas no WhatsApp vídeo por WhatsApp todo mundo tem e em famílias muito muito muito vulneráveis que a gente pega é eh eu acho até bonito de ver que aí o vizinho ajuda tem uma rede social que se ajuda assistentes sociais estão
aí para para falar melhor sobre esse fenômeno tem comunidade a comunidade se ajuda o vizinho ajuda o não sei que lá ajuda impr presta o WhatsApp não sei o quê vídeo como primeira opção e a depois quem pode vem depois a gente conversa também a presencial e vai mas aí você faz logo uma primeira conversa com toda a família e depois você vai ajustando ao longo do dia ao longo do da internação tem uma última pergunta aqui e e eu eu não posso não fazer essa porque essa é muito boa todas foram muito boas tá
em algum momento pode ser válido com foi Silvana que fez tá em algum momento pode ser válido compartilhar um sofrimento vivido pelo próprio médico em sua própria pele seria apropriado Será que isso poderia trazer uma percepção Clara de empatia Aos familiares isso pode ser traduzido em conexão Boa pergunta excelente pergunta difícil pergunta e a a minha resposta é não sei e depende eh eu acho que assim depende de muita coisa eh eu acho assim primeiro Como regra a minha resposta é não Como regra você não precisa fazer isso eh para fazer sintonia emocional você não
precisa de muitas palavras você precisa estar inteiro ali e se disponibilizar a entrar na emoção do outro você não precisa falar às vezes inclusive quando a gente fala a gente atrapalha às vezes inclusive quando a gente fala da nossa experiência a gente tá atrapalhando porque a gente tá invadindo a experiência do outro ponto um toma cuidado ponto dois eh a nossa experiência por mais válida linda legítima que seja não é a experiência do outro então Eh às vezes eu passei por uma coisa que pode ser muito parecida pode ser mesm circunstâncias mesmo caso tal mas
o meu jeito de lidar provavelmente é difícil do jeito do outro de L dar diferente diferente do outro jeito do jeito do outro de L dar então não necessariamente é a mesma coisa eh e três eh eh eu acho que às vezes a gente faz isso para fugir porque às vezes é difícil estar na experiência do outro na dor do outro e a gente começa a falar da nossa porque é mais fácil lidar com as nossas enfim ela vem na mente é intrusiva e tal eu acho que Como regra a regra é não mas assim
tem casos de exceção que eventualmente são válidos E aí você observa você tá fazendo isso com muita frequência provavelmente acho que tá passando da mão se de vez em quando uma situação muito especial acontece Acho que tudo bem E nos casos que o familiar pergunta se você faria isso fosse a sua mãe a minha resposta é olha Eh minha mãe é diferente da sua mãe Eh o que você tá me perguntando é se eh eu faço isso pensando no que é o melhor pra fulana que tá deitada ali eu vou fazer pensando o vou pensar
como no que é melhor para ela uhum eh a última coisa eu sempre falo que é última né mas a última eu juro eh aqui tem um comentário falando de comunicação em relação eh foi Matias que fez tá comunicação em caso de falência de antibiótico terapia comunicar a retirada antibiótico geralmente é bem complicado pois a família acredita que estão estamos abandonando por mais que tenha acolhimento validação e orientação a retirada de antibiótico é sempre uma etapa traumática E se você tinha algum comentário referente a isso aí a gente finaliza legal oi Matias ver por aqui
cara eh o ó eu acho que toda vez que dá pau na discussão sei lá retirada de antibiótico vale a pena voltar e rediscutir o objetivo é porque muitas vezes a questão não é sobre o antibiótico é sobre o objetivo que não tá claro eh e aí você volta então pera aí então vamos voltar o que que a gente vai buscar aqui eu imagino Se você tá falando discussão de retirar antibiótico os casos mais comuns antibiótica geralmente é paciente com demência muito avançada já passou por múltiplos tratamentos de antibiótico pneumonias não sei o qu E
aí tem mais uma uma demência Fest 7D 7e sei lá e aí tem mais uma pneumonia E aí você vai discutir retirada do antibiótico eh eu acho que se começa a ter ruído na discussão de retirar antibiótico você volta você volta pera aí que que a gente vai buscar aqui a gente vai buscar tentar reverter as doenças causando o menor desconforto possível ou a gente vai buscar deixar a natureza seguir o rumo dela da forma mais natural e menos sofrida possível vocês vão aí você v não a gente vai tentar não dout gente tem que
tentar reverter mais alguma coisa que ver por acas não tem Tem que tentar tratar todas as doenças aí você volta mais volta para valores e aí para valores é sempre importante lembrar que são os valores do paciente não da família volta F assim não tá bom se ela estivesse aqui o que que ela falaria que é importante o que ela falaria que é sofrimento como ela tava lidando com com a demência dela volta para valores se você volta prognóstico ó então pera aí vamos conversar de novo sobre o que que tem risco pela frente volta
para diagnóstico is vai voltando eh não fica no braço de ferro no antibiótico você tá discutindo antibiótico não tá dando certo problema tá mais embaixo literalmente você volta então obrigada foi uma honra todo mundo aprendeu muito eh nem todo mundo conseguiu entrar né porque a gente tem um limite aí de 100 pessoas então a gente deixou essa aula gravada e a gente vai disponibilizar depois o nosso canal do YouTube para quem não conseguiu assistir Então eu só queria pedir para você falar essas palavras de Sabedoria finais aí Apesar de que a gente teve 1 hora
e meia de muita sabedoria pra gente poder encerrar eh eu fico super feliz eh de compartilhar isso aqui eh entre eh entre nós aqui o afinal de contas eh eu acho que eh isso aqui nasceu no Brasil eh e acho que é é legal compartilhar lá fora mas é especialmente legal compartilhar aqui dentro e fico especialmente feliz de fazer isso na Unifesp uma instituição que eu tenho uma enorme admiração e e obrigado Mais Uma Vez pelo convite eu te agradeço e todo mundo parabenizou todo mundo amou e é isso então obrigada viu Obrigada a todo
mundo que veio e participou tá E interagiu foi ótimo obrigada para todos tenho certeza que essa aula vai seguir tocando o coração Aí de todo mundo ah Mônica parabenizando aí eh seguindo tocando o coração de todo mundo e vai ajudar bastante várias pessoas a melhorar cada vez mais a relação entre médico paciente e família né Tá bom obrigada gente até a próxima tchau tchau tchau obrigado tchau tchau
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