Conversas para iluminar o mundo - Maria Fortuna e Ailton Krenak

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Manouche
Sétima edição do projeto “Conversas para iluminar o mundo” no Manouche, no Rio de Janeiro. Na série ...
Video Transcript:
Essa é a sétima Edição do conversas para iluminar o mundo um projeto em que eu entrevisto pessoas que nos inspiram com a sua arte eh que nos mostram que é possível transformar o mundo e eu tenho a sensação que eu vivi todos os dias da minha vida para chegar nesse dia aqui hoje eh porque foi esse cara aqui esse filósofo esse Pensador esse poeta escritor líder que me inspirou que nos inspirou né a que nos guia aqui nesse palco a fazer esse projeto ele é o nosso muso muso total e são as ideias deles né
dele aqui simples e revolucionárias que nos guiam aqui nesse palco e aí eu queria te dizer muito bem-vindo te agradecer demais aon crenac por aqui vou te chamar peço licença para te chamar de padrinho porque você outro dia encontrei com ele e ele me chamou a gente estava num grupo e ele me apresentou assim essa aqui é a Maria uma espécie de eh afiliada postiça aí ontem ele já me mandou uma mensagem dizendo eh eu respondendo uma mensagem minha Vamos nos ver logo querida afilhada Já tirou o postiça E aí assim se eu venci na
vida gente assim né E aí bom e a eu queria agradecer ao meu pai perfeito que me deu essa herança né ele me deu muitos amigos de herança muitos e esse daqui é floresta pura né eu ia dizer ouro mas ouro não tá com nada né gente eh e aí enfim há 30 anos atrás meu pai já falava eh como é que o mundo precisava ouvir as palavras do cren que isso Demorou a acontecer mas eu fico muito feliz todo mundo que isso esteja acontecendo cada vez Mais e aí lembra hton quando eu liguei para
você para te pedir a bênção para esse projeto você diz para mim nossa Maria tô aqui que bonito isso eu tô aqui vendo um rio você me dizer já que você vai falar de transformar o mundo eu acho que você tem que usar uma música como vinheta Você conhece a Mônica besser aí eu falei se eu tinha alguma dúvida de que o que era para fazer esse projeto o universo já estava dando aquele sinal Porque a Mônica minha irmã deve est aí eh e aí Mônica besser ali cantora compositora mascarada e a música da Mônica
ela cambiara o nome da música e ela fala sobre isso que a gente pode mudar o mundo que a gente pode curar pelo amor acima de tudo pelo amor à natureza então a gente pode ouvir o um pouco dessa música Só pra gente entrar nesse clima aqui Pedrinho por favor a [Música] ler C [Música] C [Música] C C [Música] che C C Cambo cendo Mir Il cambio che curro mundo pod cambiar rumbo podemos acabar assim podemos exiros [Música] [Música] too la ver cheo non se non se [Música] cambar cambi o m cambiar solo e cambi
too Uno che camb un che Cambo Uno che cambia Cambo che cambia [Música] M C cambar no m conando [Música] pod curro podos artear Obrigada Mônica mestre dá tempo de cambiar el mundo el planeta boa noite boa noite Que bom a gente ter escapado ao trânsito a engarrafamento ao esgotamento e toda essa coisa de cimento e estamos aqui tão eh acolhedores nesse ambiente tão eh que eu não imaginava que fosse tão assim parecendo uma sala com a lareira eh e com essa eh disposição de vocês todos chegarem aqui a convite da nossa querida Maria e
dessa casa pra gente ter uma conversa inspirados nessa Bela cas canção nesse poema que dispensa qualquer outro comentário sobre podermos cambiar el mão eh essa canção é tão linda é uma poesia tão maravilhosa e agradecer a nossa querida Mônica por ter antecipado no tempo essa nossa conversa que tem a a disposição amorosa de pensar o mundo que a gente compartilha e ver se a gente está entendendo eh o balanço que estamos passando Que bom que o perfeito tá aqui eh a Maria trouxe o perfeito pra gente poder se encontrar um pouquinho porque há muito tempo
ele eh me levou para conhecer a turma dele os irmãos o pai dele os filhos dele então eu me sinto muito meic casa sucasa quando esse camarada está junto comigo esse prato Conseguiu dar esse pirueta e ficar íntegro Arrasou então podemos cambiar ele mon podemos mas não faça isso de novo não pode jogar ele de novo uma das coisas mais interessantes que eu aprendi com outros povos conhecendo nessa fricção intercultural foi descobrir que os gregos quando acontece de um prato cair é uma farra eles jogam todos os outros é uma quebradeira de prato e todo
mundo canta e dança vamos imaginar que isso seja um modo de cambiar el mundo cambiar el mundo é está diante dos eventos sempre com uma disposição capaz de instaurar outro momento outro tempo não de ficar eh desorganizado em torno de eventos como por exemplo cai um prato eh as coisas caem ao nosso redor E principalmente caem as nossas certezas parece que alguns pensadores dizem que nós estamos vivendo a era da Incerteza isso já foi prenunciado lá pelos anos 80 90 que a gente tava entrando pelo Cano depois isso ganha outro nome mudanças climáticas eh é
claro não pega bem um relatório diz vamos vamos dar os indicadores agora de onde estamos no cano eh partindo do da ideia geral que a gente entrou pelo Cano tudo que ia restar o painel do clima eram mostrar em qual curva do cano que a gente tá eh enrascado e a ideia do clima Maria é uma ideia que ela é pedagógica é quase que alguém que foi buscar uma expressão que pudesse traduzir a separação que a nossa maneira de viver nosso modo de vida eh foi produzindo em relação à Vida a gente escapou eh do
Rio da Vida pulamos paraa margem e inventamos outras parábolas as parábolas que nós inventamos à margem do rio da vida produz Esse fenômeno de separação do nosso corpo do corpo da terra a separação do nosso corpo do corpo da terra é é um divórcio eh impensado porque os nossos organismos eles são nutrido pela terra não só comendo bebendo mas nós precisamos da Terra para nos orientar inspirar alimentar a nossa subjetividade dar poesia para nossa vida dar poesia que nos ter a capacidade de anunciar podemos cambiar eh se podemos cambiar se somos capazes de nos afetar
de verdade com essa confiança nós fazemos uma manobra pra gente voltar pro Rio da Vida a ideia das mudanças climáticas pela sua eh objetividade pelo seu por sua configuração tão técnica ela deixa a gente Refém de coisas que nós vamos achar que a gente não tem como se mover porque já tá tudo eh direcionado eh como um alerta parecendo aquele aviso que a herom moça fala se acontecer alguma coisa as máscar vão cair aí você já fica assim caramba as máscaras vão cair mas daí a Ero moça fala mas pera aí se as máscaras cairem
antes de você salvar alguém cuidar de alguém ao seu lado põe a máscara em você primeiro põe a máscara primeiro em você depois você vai ver como que você assiste os outros seja uma criança um adulto Olha como como nós produzimos eh entendimentos roteiros para nos orientar no ordinário da vida mas não somos capazes de produzir roteiros para nos pôr no fluxo experimentar a vida como essa que a gente reclama que ela possa cambiar eh cambiar ele mundo eu acho que eu já eh fiz uma boa provocação paraa Maria continuar me perguntando coisas que eu
não sei eu fiz esse roteiro aqui só para eu me sentir segura porque é você que tem que ficar falando aí a gente só ouvindo mas outro dia no encontro que a gente teve é a tragédia do Sul né pegando enfim fogo ou melhor enchente levando do água para todo todo lado eu te perguntei eu nervosa chegando lá te encontrando você tranquilo descansando e aí eu perguntei íon O que que você tá achando do fim do mundo e aí você falou assim Maria noa esses terrorismos que anunciam o fim do mundo isso é ridículo talvez
a terra nos expulse mesmo talvez a gente esteja caminhando pra extinção mas aí vira outra coisa e aí você né de repente nada como deslocar o pensamento de que como você diz a gente é o sal da terra né de que Deus criou o mundo pros humanos administrarem e aí eu queria te ouvir sobre isso assim porque você me falou que quando você se voltava para dentro olhava olhava lá dentro lá dentro que você disse né que a gente para tem que parar de procurar as respostas Fora as respostas estão dentro e quando você olhava
lá lá lá dentro você via alguns devires e um deles era esse a terra sem a gente sem a humanidade não sou eu que tô inventando isso o o planeta esse como diz o meu amigo Yanomami copenal Yanomami ele chama eh de eh Terra Planeta eu acho que é porque ele TR traduz do pensamento dele ianomami e no pensamento né na cosmovisão ianomami essa ideia abstrata que nós ocidentais eu me incluo nesse pacote eh admitiu eh que seja alguma coisa que a gente pode objetivar o planeta aí o que que ele fala ele fala Terra
Planeta pra gente saber que quando a gente fala em mundo se nós vamos cambiar o mundo não é exatamente a terra planeta a possibilidade de cambiar é de cambiar a gente a Terra Planeta ela é tão magnífica ela tem uma autonomia tão maravilhosa que a gente não consegue nem atiçar Os cabelos dela nem atrapalhar mas ela consegue cuspir a gente de uma vez 8 bilhões de primatas eh cuspi a gente ela pode transformar a gente em humos foi interessante a Maria eh lembrar dessa tragédia recente da série porque a tragédia nunca acaba tem gente que
fica admirado pensando Nossa mas como é que os gregos eram incríveis os gregos eh legaram ao ao mundo tanta tragédia né a tragédia é grega E olha que coisa incrível eh ora A terra já existia há bilhões de anos antes da gente aprender a andar em pé descer das árvores e se mover por aí o uma das pessoas autoridade assim é bom a gente invocar uma autoridade que diz que A terra já existia Antes de nós os humanos e com certeza a terra vai continuar existindo depois que a gente desaparecer daqui ora alguns de nós
com boa disposição fala já deu não sei por que a gente ainda tá aqui outros se agarram com tudo na ideia de ficar aqui de ficar aqui e como uma peste comer esse planeta comer o planeta é uma Fúria essa Fúria ela está muito determinada ela tá muito configurada por uma coisa que eu chamo de especismo humano não sou eu também que inventei essa expressão tem outros eh pensadores que Já conseguiram apontar o dedo pro Sapiens e dizer esse cara Sapiens escapou do sentido de pertencimento a teia da vida E observa a vida de fora
da margem do rio da vida como se fosse uma espécie tão incrível tão rara que se distingue demais de uma minhoca de um passarinho de um abti de uma borboleta aí eu fico pensando Ora se nós achamos que nós somos tão incríveis e existem tradições que diz que nós somos um pouquinho menor do que um anjo eu fico pensando caramba os anjos viraram pigmeus porque se nós somos um pouquinho menor do que os anjos a gente Anda voando muito baixo né gente a gente voa baixo baixo e nós dizemos uma tradição antiquíssima que junta muçulmanos
cristãos que junta as tradições mais conhecidas do mundo cristianismo judaísmo islamismo diz que essa espécie que nós integramos é tão excelente que quando ela escapar daqui Ela vai para um outro lugar mais incrível tipo céu e ainda estimulam essa onda amplamente ampliando a separação possível entre nosso corpo e o corpo do Terra Planeta o nosso corpo e o corpo do Terra Planeta se se separar o que sobra somos nós o Terra Planeta não precisa da gente quando eu era jovem lá pelos anos 80 eu era capaz de ir para algum lugar participar de uma campanha
dizendo salve o planeta salve a floresta salve alguma coisa até que eu percebi eu falei mas que bobagem é essa a gente tem que salvar somos nós mesmo nós precisamos nos salvar a gente não tem que salvar o planeta o planeta como eu já mencionei e vocês experimentam ele é indescritível na sua capacidade de produzir a vida nessa galáxia é a terra essa semana eu escutei alguém entusiasmado dizendo Descobriram que tem água em Marte eu disse de novo todo mundo que tem mais de 5 anos de idade aqui sabe que não é a primeira vez
que alguém diz que tem água em Marte só que depois eles vão falar tem mas é só uma taça aí passa um tempo eles falam tem mas tá muito enterrado tem mas acabou A novidade é que todas as leituras todas as pesquisas eh em torno desse planeta em torno de Marte é que ele já foi muito parecido com a terra há bilhões de anos atrás bilhões então de novo a gente volta na Terra Planeta a Terra Planeta não é o mundo o mundo é isso que nós objetivamos o mundo é o que a gente chama
equivocadamente também de natureza que é outra ficção tem uma ficção que é o mundo Depois tem outra ficção que é a natureza que inclusive essa palavra natureza não existe na língua crena não existe em várias outras línguas antigas porque entre nos crenac seria a natureza seria como dizer eu mesmo então é isso né a gente é parte e os povos originários sabem disso desde que o mundo é mundo desde que e a gente que é bobo que desconectou completamente E aí eu queria que você falasse dessa achei tão interessante não ter a palavra natureza nas
línguas de várias povos e muitas línguas não só aqui no continente americano mas em outros lugares do planeta eh povos que continua ainda a experiência de filiação da terra colados na terra não tem uma ideia para nomear esse organismo maravilhoso como planeta eh como natureza como essa coisa que a gente objetiva e eu tive a oportunidade de fazer uma uma fala dirigida sobre essa ideia de natureza e eu eu contei pros meus colegas que a ideia da natureza ela precisou de nós saímos da experiência eu vou usar uma palavra precária sair da experiência orgânica de
pertencimento à Vida e olhar ela de fora então é sempre nós os humanos querendo observar a vida como alguma coisa Extra Human e o outro Maria o outro grave distúrbio há muito tempo aconteceu quando nós os humanos achamos que a gente podia manipular isso que a gente veio chamar de natureza a gente precisava inventar uma coisa chamado natureza pra gente incidir sobre ela se ela não existisse como invenção a gente não estava aqui trocando ideias sobre a tal da natureza e eu já contei eh a minha experiência sobre a ideia de Meio Ambiente Ecologia natureza
como uma experiência vivida de alguém que se meteu a ser ativista do assunto ora há 30 anos atrás eu ficava com fortável se alguém dissesse que eu era um ecologista hoje eu acho que é tão sem graça eh tão tão S sal eh alguém dizer que o outro é ecologista [Música] e passado um tempinho eh foi eh criado o termo ambientalista que parece que dá um pouco mais deiv aliza um pouco esse ecologista porque o ecologista ele fica só ali naquele fungo perto da árvore aquelas orelhas de macaco aquela coisa ali agora quando você é
um ambientalista não aí você vai na Copa da árvore olha os fungos lá de cima vê todo mundo se movendo Então essa pretensão da gente ir escalando a a dona natureza até o ponto da gente poder tocar Ela dos pés à cabeça com a maior sem cerimônia a gente enfia a mão nela tira minério tira petróleo tira o escambal mexe nos oceanos agora quando alguém fala que nós não temos mais nenhum problema com água eles falam Claro a gente não tem problema com água a gente vai dessalinizar os oceanos então não tem problema com água
nós vamos salar oceano e quando a gente tiver acabado de desalar ooc vamos fazer o quê aí os caras falam tem água em Marte Vamos acabar com a terra arrasada aqui e vamos para Marte essa viagem eh de que nós podemos sair daqui da biosfera do planeta terra e habitar outros planetas ela é uma viagem tão sem pé e sem cabeça porque o nosso organismo essa cabeça tronco membros essa fisiologia essa anatomia essa coisa toda que somos os humanos só vive aqui na biosfera do planeta terra é por isso que quando os caras entram numa
nave eles levam um balão eles vão dentro de uma de um de uma carapaça que não dá para ninguém ficar mais do que alguns dias de viagem Parece que agora tem uns caras perdidos por aí eh esperando Jesus esperando alguma coisa acontecer com eles porque eles se meteram a uma experiência de ficar ali dentro da aquele tubo semelhante a aqueles bilionários que fizeram um cilindro se enfiaram dentro e foram pro fundo do oceano isso mostra como que a gente tá desesperado né Eh a gente vai para pro espaço a gente vai para dentro do oceano
é como se a gente não tivesse sendo capaz de experimentar estar aqui na biosfera do planeta Terra como o melhor lugar do mundo não precisa muito esforço de meditação para esse mergulho interior e para essa viagem lá pro fundo dessa mata dessa Floresta que eu costumo mencionar o que eu aprendi com um um tiamo um amigo muito muito sábio porque a gente só pode chamar de tirami alguém que a gente pode chamar talvez de padrinho aí ele disse na cosmovisão eh á Guarani porque tem outras tradições também desse universo dos parentes Guarani tem os Caiuá
Guarani lá no Mato Grosso do Sul que estão sendo eh vivendo aniquilados pelas ideias de progresso riqueza e tudo e os imbi pensam que quando nós estamos seja fisicamente doente ou mentalmente sofrendo algum dano a gente pode pensar mergulho entrando no mais o fundo da floresta imaginar que você está adentrando uma floresta que toma conta de tudo e você vai no mais fundo dessa floresta e vai buscar o lugar mais remoto lá dentro dessa Mata Escura no fundo dessa Floresta encontrar esse lugar onde você se acomoda é totalmente escuro É como se você imaginasse um
fundo infinito onde você ao in vez de ter medo de cair você salta e espera chegar no fundo vai ter uma hora que chega Como olhar de cima uma Cacimba um poço e Verê L embaixo aquele espelho que tá refletindo a luz daqui de fora você tá lá dentro bem quietinho E aí Experimenta esse sentimento vive essa experiência [Música] de estar nesse jardim da criação nesse fluxo de vida que nunca acaba os nosso parente uniquim os caxinauá eles têm uma palavra que é chuko chucu Eu acho essa palavra tão bonita Mônica você deveria fazer uma
música chuco chucu é bom de falar né chuco chucu e o essa palavra ela tem uma potência criativa geradora que é vida sempre ela é vida sempre vida sempre vida sempre vida sempre mas não a vida que nós os humanos estamos acostumados a consumir como um copo d'água achando que nós somos um invólucro a vida tá em nós os os runin eles já tinham esse essa compreensão de que a vida não está contida na gente conversando com a monja coi eu gostei de uma expressão que ela costuma usar que é saco de peles meio depreciativo
Mas vai lá isso que a gente chama de nós eu Essa coisa é um saco de pele às vezes ele tá novinho bonitinho mas depois ele vai virando mesmo um saco de pele e esse saco de pele acredita que ele contém a vida Claro que não e nós recebemos aqui no Rio no Encontro do ciclo de estudos selvagens o Emanuel Cotia o Emanuel é um um ser muito interessante ele dá aula numa das Universidade lá de Paris ele produz pesquisa estudos foi lá atrás pegou a o Darwin a ideia da metamorfose a ideia de como
que os organismos mudam se transforma o tempo inteiro e Pis ela ao tempo do século XX para tirar daquela caretice que o começo do século XX aprisionou a teoria eh da evolução ele vem e diz evoluir não é só se adaptar criar um casco esticar o pescoço aumentar o comprimento da perna evoluir é sair dessa estrutura e ir para outras estruturas a vida faz isso a vida que tá numa concha na beira de um oceano ela já esteve em mim ou Eu já estive nela outros organismos já experimentaram aquela transferência de energia ela é cálcio
pra gente ela é outras coisas que o nosso corpo precisa depois nosso corpo devolve então a gente podia nos imaginar em constante dança onde nem os nossos mínimos poros consegue continuar existindo porque a vida passa por ele e larga ele para trás como as árvores soltam as folhas então a vida atravessa tudo a vida que passa em mim e em você ela passa na árvore ela passa no qualquer outro organismo aqueles que têm consciência que estão vivo e aqueles que não tê consciência porque nós na nossa exclusividade de espécie dos humanos nós inventamos que só
os humanos pensam só os humanos sabem só os humanos sentem Claro a gente não perguntou pra pedra e nem para mais ninguém nos últimos 2030 anos já até concordamos em perguntar de repente para um gato um passarinho Talvez um cachorro um cavalo muito amigo a gente pode até perguntar e aí cavalo você tudo bem aí tá entendendo aí o cachorro porro pato gato abacateiro acataremos seu ato Nós também somos do mato como pato e o leão né Mônica Olha que desafinação então Eh ó olha o tanto de gente que dá o toque dá o toque
pra gente olha nós nós somos agora isso depois somos outras a primavera vem o verão o outono vai mudando mas nós estamos tão travado a gente deu uma calcificada na ideia de nós mesmo e isso está eh provocando uma sensação de abismo eh para os humanos É muito raro você encontrar um exemplar Dessa espécie do Sapiens tranquilo e entra naquela ideia que a gente estava conversando ali que é da eterna Busca Pela novidade néon nós eh embarcamos ou Fomos embarcados involuntariamente numa ideia de que a cada instante vai ter uma coisa nova para nós esse
sistema amplo que a gente vive globalizado ele sacou isso esse desejo nosso e feito um gênio um gênio espertalhão um gênio que eu disse que é feito um gênio que malogra ele sacou e falou ah então eu vou dar tudo que vocês querem vocês vão se e nós embarcamos numa que serve muito a configurar planetari a indústria da novidade a indústria da novidade tem que ter um design novo pro carro tem que ter um design novo pro seu óculos tem que ter um design novo pro seu sapato tem que ter um design novo pro seu
nariz Então essa desgraça alcançou aquilo que a gente chama de saúde medicina tudo tudo tudo tudo tudo tudo tudo uma voragem alcançou a indústria de produtos de equipamentos de tudo tem que ter um novo aquele sabão que você tomava banho que é isso tem um novo aquele shampoo tem um novo tudo tem um novo tem um novo tem um novo tem um novo tem um novo só nós é que continuamos arcaicos a gente fica nesse embalo pensando que a gente tá na velocid das novidades mas nós não estamos na velocidade das novidades nós estamos parado
num num atraso eh de percepção de nós mesmo tão absurdo que não seria demais a gente dizer que nós ainda estamos no século XX nós nem Chegamos no século 21 mas a gente já tá consumindo as coisas do futuro como Espertalhões e nós temos uma Fúria por uma coisa nova esses aparelhinhos esses dispositivos esses baratos todos entre a hora que nós sentamos aqui para começar a conversar e agora eles já dispararam mísseis para todo lado para acertar sua cabeça com desejos são mes e espiroquetas que eles vê eles trazem Desejos desejos de qualquer bagulho de
qualquer artefato de qualquer barato é por isso que a gente se perde total do fluxo do Rio da Vida e ficamos distraído olhando a novidade Então as novidades nunca vão acabar mas tem uma possibilidade eh no horizonte da gente ficar exausto de nós não sermos capaz mais de responder quando a terra falar com a gente Ei tá na hora de desembarcar Aílton Você tem uma ligação tão Direta com os saberes do universo e me parece né E você fala que isso não não é você que inventou você traz né muita gente com você muitos antepassados
e tudo mas aí você fala da ideia quando você fala da ideia de mergulhar dentro da gente e vê l a Mata Escura me vem uma ideia e quando que junta quando com a imagem de você falando eu você é uma árvore falante não você parece uma árvore falante bom eu sou uma árvore escut A Maria tá fazendo isso para eu contar uma coisa para vocês me convidaram para falar numa conferência o título da conferência é Ciência religião e natureza na universidade da Flórida eu pensei caramba que isso e eles me mandaram um convite bonitão
e passagem tudo e passaporte e tudo eu falei mas que que é isso tem tanta gente eles inventam de me chamar para ir falar de ciência religião e natureza aí eu perguntei para eles Escuta vocês querem que eu fale de qual dos três ciência Eu não sou cientista religião eu não sou religioso não sou Padre nem nada vocês querem que eu fale de natureza não a gente quer que você venha porque todo mundo vai falar de tudo você vem aqui e tal eu fui pra universidade fui para essa conferência da Universidade na Flórida e fiquei
observando o movimento todo tinha gente da índia da Rússia dos Estados Unidos da Europa da Alemanha grandes cientistas falando de oceanos tinha os caras que falavam do budismo tinha os caras que falavam de tudo era uma feira de ideias falei caramba Olha o que que eu me meti E aí eles foram tava frio eu corri tomei banho fui dormir Bateram na minha porta amanhã às 9 horas você fala Cadê o seu paper paper eu falei que paper não seu Paper A gente vai já divulgar vamos dá notícia do que você vai falar eu falei mas
eu não sei o que eu vou falar aí eles disseram mas sei lá inventa um texto alguma coisa eu falei não não Tenho Então como que nós vamos fazer eu falei olha eu vou dormir amanhã cedo vocês podem vir aqui me chamar à 7 horas da manhã que eu vou acordar e vou contar para vocês o que que eu sonhei aí eles ficaram embatucado eram jovens espertos com seus laptop na mão eles desceram batendo a cabeça foram falar com o professor chefe deles e disse caramba Ele tá dizendo que não vai contar pra gente o
que que ele vai falar e que vai sonhar aí o cara falou mas como sonhar a gente não trouxe ele aqui para ele vir aqui sonhar ele tem que falar aí eles voltaram escuta não dá nem para você gravar assim o que que você vai falar eu falei como que eu vou gravar uma coisa que eu ainda não sei eu vou dormir e fechei a porta eles saíram tristes não deve nem ter dormido no outro dia de manhã cedinho eles estão lá ah agora o senhor pode é agora se pode dar o paper que paper
o o o assunto o tema porque nós vamos divulgar eu peguei e falei olha Eh eu vou contar para vocês o que eu sonhei mas não vai ter nenhum papel nenhuma guia nem nada eu falei por quê não porque a sua intérprete você vai falar em português a sua interprete vai ter que traduzir você falando então você vai vai ficar prejudicado porque você vai ter que falar eu sonhei aí ela eu sonhei com alguma coisa vai ser muito chato e eu peguei e falei você acha ele falou é eu falei olha não se preocupa a
a Catarina k a minha interprete é minha amiga ela me conhece ela sabe como é que eu penso eu vou contar para ela o que eu sonhei E aí eu fico perto dela mexendo a boca e ela fala eu não preciso falar aí eles Ah mas todo mundo tá muito ansioso porque o Senhor é que vai falar da natureza eu falei Ah então não é Ciência nem religião não senhor foi convidado para de natureza tá bom chamei a minha amiga e falei olha essa noite eu lá tentando dormir finalmente Cochilei quando eu estava cochilando houve
uma movimentação tão grande que alguma coisa começou a irromper de dentro do chão e o uma árvore maravilhosa imensa foi foi foi foi foi foi tomou conta de tudo e sumiu o meu quarto sumiu tudo só tinha aquela magnífica ávore tão tão antiga tão grande que as as cascas dela a capa dela já denunciava a antiguidade dela porque ela soltava pedaços placas da capa dela e ela era tão poderosa tão linda aí ela fez uma coisa que eu não imagino só em sonho mesmo ela acendeu uma plaquinha com luz de led e começou a escrever
em inglês um texto para mim eu disse mas eu não sei ler inglês e ela tipo não você vai ouvir o que eu tô te falando e a árvore mudava o o o o let o letreiro mostrando para mim o que que era para eu ver como eu já tinha minhas experiências de expansão com a yasca onde você vê mesmo muita coisa eu falei bom eu não bebi iasca essa árvore tá me pegando aqui assim na cara dura e é para eu fazer isso mesmo e ela disse fale isso eu falei caramba tô lá as
mesas cada mesa tinha 8 10 convidados e tal aquele monte de mesa um tapete vermelho no meio e aquela coisa americana toda eu fiquei olhando e não não não tinha costume de fazer esse tipo de Conferência para essa eh plateia toda de doutores e antropólogos e especialistas arqueólogos E escambal aí eu disse para Catarina Vamos então ela disse manda aí essa noite enquanto eu tentava descansar para hoje poder me dirigir a essa ilustre audiência magnífico reitor e tal aquele abraço e uma árvore e rompeu dentro do meu quarto todo mundo ficou e me disse olha
você veio aqui para dizer o seguinte o reitor dessa Universidade o CEO o presidente dessa Universidade o ano passado disse pros jovens que estavam Acorrentados a uma árvore para que ela não fosse derrubada que eles podiam era fim de período escolar Eles podiam ir embora que ele não ia demover aquela árvore Centenária uma árvore de 450 anos lá no campus dentro do campus da Universidade na frente do da Reitoria do Palácio deles lá a árvore que tava lá aquela árvore Inclusive era o símbolo da universidade tem uma folha dela na nos impressos da Universidade que
é a árvore que eles chamam de o Carvalho Ok o eu falei o é o quem conhece essa árvore com esse apelido de inglês o é o carvalho né eu fui andar de tarde para ver as irmãs dela aí a árvore bonita me disse esse cara enganou todo mundo teve reportagem teve cobertura e tudo mostrou que ele prometeu pros estudantes que não ia assim que os estudantes foram embora olha o que ele fez meteu um trator lá arrebentou com tudo e agora ele tem aquele Instituto que ele construiu lá aquele prédio ele jurou que não
ia fazer isso então eu quero que você vai lá e diga que aquela árvore tá reclamando o que eles fizeram com ela que esse cara é um sacana aí aí eu abro a conferência dizendo Esse cara é um sacana gente só faltaram me expulsar de lá mas E no fim das contas todo mundo também queria me entrevistar se vocês procurarem o rastro de uma conferência chamada ciência religião e natureza vai ter uma faixa preta dizendo o que eu falei daquela manobra do do do presidente da Universidade de enganar os estudantes derrubar uma árvore então tudo
que a árvore te contou é se a árvore contou isso para mim ainda mandou ela mandou vai lá e fala isso eu falei bom que ótimo eu não vou ter nem que ficar pensando o que que eu vou falar eu vou falar o que a árvore mandou as árvores Elas quando elas eh te se ligam se namoram com você as árvores conversam com você e te dão dão muita coisa boa além Óbvio da sombra dos frutos do abraço elas dão muita coisa e eu já tive tanto presente de verdade das árvores que elas deixam de
ser um bosque ou uma floresta e passam a ser pessoas eh Elas têm pessoalidade são pessoas essa árvore que me denunciou o reitor e outros trambiqueiros é tem outras ávores também que me alertam sobre isso uma vez me chamaram para ir discutir sobre essas manipulação genética de sementes e tudo e eu tive um sonho de novo a árvore falou que mostrou para mim falou olha o que que esses caras estão aprontando aí eu fui para uma conversa com os os biólogos os cientistas e falei com eles Olha uma árvore fou uma árvore falou comigo que
vocês estão trambicagem assim eles ficam de cara quando eles têm que fazer alguma coisa com a árvore e sabe que ela pode eh entregar eles para mim mas a minha coisa com a árvore é é assim é uma conexão direta aildon você tá há anos nessa luta para os indígenas tenham respeitado a sua o seu direito à terr territorialidade você viu transformação da sociedade desde que ninguém ouvia as vozes dos indígenas quando hoje você não para de falar inclusive aqui para nós né a elite branca da zona sul do Rio de Janeiro até o século
X sequer existia antropologia os indígenas eram sequer considerados seres humanos também ao longo do século XX eh nem eram considerados cidadãos em 88 a instituição muito graças à sua luta ali a sua atuação política na constituinte eh reconheceu os direitos dos indígenas no que ficou conhecido como Capítulo dos índios né na Constituição mandou delimitar grandes extensões de terra para os indígenas Mas isso não foi fácil de a sociedade assimilar Como assim um espaço do tamanho da Suíça vai ser pro zanom mami por muito tempo reforçou-se a ideia inclusive na Mia de que os indígenas eram
grandes latifundiários do país né você jovem ali nos anos 90 viu esse movimento nenhum indígena Teve muita voz na eco-92 acho que só no Circo Voador que fazia uma programação paralela ali hoje a intelectualidade reconhece a importância das vozes indígenas você tá falando na ONU junto com cientistas é membro da ABL ao mesmo tempo há o Marco temporal um congresso que pensa como os antes do século X eh gente que continua tratando o indígena como subhuman né um expresidente que afirma que o índio tem que ser integrado à sociedade como é que você acompanha tudo
isso que reflexão que você pode fazer crítica ou como você achar dessa trajetória de todo esse pensamento de lá até aqui Maria eu olho essas eh trâmites esses todos como o caminho que eu fiz para estar aqui agora com vocês falando de tudo que eu aprendi de tudo que eu experimentei e talvez a palavra certa não seja determinou Ou mandou ou decidiu mas reclamou que Os territórios indígenas fossem respeitado e que o que sobrou desses povos tratado com a dignidade que se atribui aos humanos Eu Na verdade acho que essa história de dignidade dos humanos
é só uma conversa fiada eh eu já falei que a declaração universal dos direitos humanos é só uma declaração é mais ou menos como uma declaração de amor só vai eh prevalecer o poeta eh foi Vinícius de Moraes Que tarará tarará seja eterno enquanto durar então eh todas as outras eh expectativas a gente tem que pôr no rol das mudanças todas tudo muda e para ser coerente inclusive com a canção né eh podemos mudar podemos cambiar Então tudo muda se a gente entender que tudo muda que cambia a gente já entra no fluxo da mudança
e quem sabe a gente consiga na hora que o movimento coincidir com o Rio da Vida a gente salta no Rio da Vida feito peixe e habita o Rio da Vida sem tanta eh maquinação que nós só conseguimos diminuir quando a gente vai mesmo naquele lugar fundo onde a nossa própria ideia de identidade desaparece não tem que ter ninguém lá se você bater na porta e alguém falar Tem gente você volta espera só quando você bater na porta e não tiver ninguém você vai experimentar essa indescritível experiência de dançar com tudo aí eu te prov
vooc um pouco eh a gente se encontrou também e você falou muito sobre a ideia do tempo né você me perguntou eu comecei a fazer um monte de pergunta para você e você falou Maria Quanto tempo você pode ficar né dizendo com aquela conversa seria longa eu falei não eu tenho uma capa para fechar eu tenho que ir embora não sei que e você caramba o ser humano é é a única espécie que acha que consegue fazer quatro coisas ao mesmo tempo e não tá presente em nenhuma delas né E aí você falou muito sobre
a que a gente todas as doenças começam na nossa cabeça né que se a gente só vai se livrar da angústia e da ansiedade quando a gente abandonar a ideia de tempo cronológico e dar espaço à ideia de tempo mítico quando a gente aprender a contemplar e fluir com a vida aí eu pergunto assim um pouco com dois filhos para levar pra escola matéria para entregar e como compensar o tempo dessa maneira porque a realidade o mundo en quadrante do trabalho coloca a gente dentro de uma visão muito Chapada do cotidiano né Nós não não
temos como escapar dessa experiência de mundo objetivada das relações e tudo obrigação trabalho mundo eh de uma hora para outra mas fomos nós que criamos isso a ideia de imaginar que vai fazer quatro coisas ao mesmo tempo e não está presente em nenhuma delas vale a pena prestar atenção ela é uma observação que ajuda a gente Pelo menos a escolher fazer uma coisa de cada vez essa ideia de múltiplo que a gente pode fazer dier tudo ela não é ela não confere com a experiência de qualidade de estar vivo estar [Música] vivo radicalmente Vivo quem
faz quatro coisas ao mesmo tempo e não está em lugar nenhum ele não está radicalmente vivo ele tá meio vivo ele não está no lugar onde estão as crianças ele não está no lugar onde ele pensa que trabalha ele não está no lugar onde ele pensa que se diverte ele não está em lugar nenhum então esse ser que não consegue estar mais em lugar nenhum ele também não está dentro dele ora a gente a gente virou zumbi porque a única coisa que se desloca por aí aprontando sem nenhuma centralidade sem nenhum sentido é zumbi zumbi
zumbis e as pessoas falam Nossa mas ele fala isso porque ele não tem que cuidar das crianças cuidados não sei o quê ora todo mundo tem que cuidar até a gatinha que você tem lá no quintal tem que cuidar dos filhos dela só que ela não deixa de ser gatinha ela não inventa de ser o cachorro que vir o portão nem o papagaio Ela é gatinha então o problema é que nós queremos fazer tudo a gente quer assuar e chupa cana ao mesmo tempo nãoé perfeito assuar e chupa cana é típico Daquela turma que perguntava
o Asdrubal trouxe o trombone não é como trouxe trombone é porque é o pessoal que uvia chupa a cana troca s o trombone não vou parar né mas você me perguntou eh o tempo a experiência do tempo cada um de nós eh [Música] tem a possibilidade de experimentar o tempo como uma experiência única cada um de nós mas na maioria das vezes a gente não é capaz de fazer isso porque a gente entra no turbilhão da coisa e é daí que você tem quatro coisas para fazer ao mesmo tempo e não tá em nenhuma delas
porque já rodou o tempo esse tempo cronológico linear ele nos pega a todos como se fosse a experiência de respirar é como se a gente tivesse bom nós estamos todo mundo respirando então nós estamos todo mundo no mesmo tempo é porque a gente se rendeu a essa ideia tem até um sujeito que foi o grande de difusor do barato que é o descart que falou com as pessoas que existia uma coisa que [Música] era ver o tempo linear pensar ter essa visão de mundo existir dentro desse fluxo essa coisa cartesiana do tempo eu digo que
o tempo mítico ele é anterior a essa partida do tempo tempo ele tem relação com aquele lugar profundo que o meu tiam e Carlos papá fala que é o fundo do fundo daquela mata até lembrei daquela cantiga dos Secos e Molhados uma Mata Escura lá naquele lugar da Mata Escura você fica quieto lá e você vai ver que esse papo de tempo é furado Mas você tem que experimentar senão você não vai saber e e o medo a maior parte das pessoas não tê coragem de ficar nesse lugar porque eles são tão carentes estão tão
desesperadamente carentes que eles tem que se agarrar em alguém tem que se agarrar no filho na Mãe no pai no namorado no marido na avó no avô no patrão no empregado no gato no Pato no marreco então assim tem que se agarrar em alguma coisa e para ficar naquele lugar de radicalmente vivo a gente não pode levar ninguém então tudo bem demais é isso mas aí eu agora fazer outra provocação também tudo que você fala né sobre a nossa reconexão com a terra e tudo isso que você tá falando aqui eh O que a Marina
também Silva fala sobre bioeconomia eh é tudo muito muito incrível as ideias são muito incríveis mas eu fico pensando assim né como grande parte da população que não tem atendimento de saúde que passa fome que tá preocupado com que vai comer no almoço que vive em palafitas na Amazônia sobre um rio que se mistura no esgoto pode se voltar para essas ideias isso me bateu muito quando eu vi você conversando um pouco com a com a monja não foi ontem mas foi num matéria que sai no Globo o papo lindo maravilhoso mas eu falei Que
mundo que esses dois vivem nos mundos que a gente consegue habitar são pluriverso ao mesmo tempo que nós estamos aqui ó configurando essa sala tem pluriverso tem mundos ao nosso lado atravessando passando por cima da cabeça por baixo ao lado à direita à esquerda como se fossem vias de fluxos que tão aí você decide como onde você fica confortável Onde onde você fica confortável tá bom aí nessa cadeirinha perto do perfeito ele tava te esperando filho Vicente tava te esperando Vicente Olha aí minha filha olha aí que coisa mais interessante esses serzinhos volantes chegando aqui
podemos volver podemos cambiar bem-vindos E então eu tô contando Uma História Sem Fim aqui espera que já vai acaros fluxos os fluxos né sobre os fluxos alguém pode dizer que privilégio né o cara vem Fala Fala dessas coisas incríveis todas vão embora e lá a gente aqui mas foi interessante a Maria dar uma breve na história daquele que fala aqui agora que percurso que essa pessoa fez para chegar aqui e contar para vocês o sonho com a árvore o fundo da Mata a experiência de um um dia de céu azul dentro da Aldeia nomame junto
com meu amigo amigo Davi copena em que a gente foi lá se encontrar em torno da data de 30 anos de demarcação da terra Yanomami e apesar deles estarem invadido por garinha por estarem sendo predados e toda essa coisa que vocês veem que parece uma Bára ele tava ali junto comigo feliz naquele instante único numa numa uma celebração tão maravilhosa que ele chegou dentro do do do daquele shabono que parece o Maracanã investido aquela aeia deles assim tem céu aberto lá em cima e tem os abrigos bonitos aqui em volta um tipo de arquitetura que
os arquitetos mais interessantes que vocês conhecem seriam incapazes de conceber Mas eles acho que eles são arquiteto e eles fazem coisas como o museu da manhã essas coisas e olha bem a arquitetura milenar do zanom mame e vê as relações ou toda a os desenhos do niemer e Brasília e os Palácios e tudo pensem aí arquitetura Davi dentro do terreiro céu bonito o os outros Pajé estavam ali em festa celebrando esse encontro de todo mundo uma Euforia ele vira e fala comigo assim olha o céu eu olho aquele céu esplêndido e um raio despenca lá
de cima do céu azul e cai no pátio da Aldeia eu sei que ele é um Pajé de verdade falei caramba os cara fez cair um raio aqui no meio da praça aí ele virou para mim e falou assim viu aí eu falei tô vendo Aí veio uma ventania Tod aquelas Palhas que recobre aquele circuito imenso assim da Aldeia começaram a balançar e balançou e balançou e balançou e começou a cair uma chuva Céu Azul Rai chuva ele falou tá bom demais aí a gente olhou tinha um arco-íris em cima no céu um jornalista da
TV Cultura que tava lá na hora filmou fotografou e falou Pera aí que eu tenho que arrumar um jeito de mandar essa imagem porque ela vai ser capa do Jornal Domingo capa da folha domingo aí falou que isso céu a chuva tudo tem que sair na capa do jornal foi a gente viveu aquela experiência maravilhosa mas tinha alguém que queria tirar uma foto e mandar para algum lugar e não viver a experiência de um raio Caino no pátio um arco-íris no céu e uma pessoa que era capaz de convocar esses elementos e faz fazer aquele
aquele maravilhoso evento da natureza disso que a gente chama de natureza do céu e da terra que junta vento chuva e tudo como uma maneira de comemorar a vida de celebrar a vida ainda tem seres humanos que são capazes de celebrar a vida convocando chuva raio arco-íris e tempestade e eu fiquei muito feliz quando a nossa anfitriã me disse que passou por aqui um dia Betânia Sim ela também é Dessa espécie de gente que chama raio então estamos em casa inclusive quando ela foi fazer show aqui ela trouxe água para tudo quanto é lado queem
não do foi uma coisa mas foi uma experiência Betânia aqui sim traz mesmo traz mesmo água e eh aproveitando aqui que você tá falando né sobre novas essas pessoas que trazem enfim que querem viver essa experiência do aqui agora e aí naquela conversa com MDA que você teve em 2022 você fala uma coisa sobre educação que é bonito demais né que cada ser chega à terra cada ser que chega na Terra traz a novidade E que a gente enche aqueles seres de ideias velhas a gente só dá para eles o óbvio organiza ali os preconceitos
que a gente devia parar e perguntar para eles O que que a gente deve fazer né como é que a gente pode parar de perpetuar esse esse modos operand velho da educação como é que a gente muda o mundo com esse sistema tão velho que olha para aquela massa de criança aquele Jardim Flor que você chama e como uma massa de Gente em vez de indivíduos né de pessoas particularmente falando nós já sabemos que a gente saiu dos Trilhos perdeu a direção com a ideia de educação faz tempo mas todo mundo fica tentando inventar um
projeto uma teoria uma novidade E nós deveríamos perguntar mesmo para cada novo serzinho que chega aqui na terra para onde é que a gente vai agora porque eu entendo que eles são a novidade que chega no planeta Eles não precisam ser extraterreno para isso eles são terrenos terranos da terra mas eles têm uma novidade as crianças todas seja aqueles muito que acabaram de chegar aqui aqui que tão totalmente ainda meio anjo meio gente e aqueles também que vão ficando mais assim espertinho eles ainda têm relance de coisas que não são daqui para ensinar pra gente
é como se eles tivessem trazendo um chip novinho pra gente e a gente pega e joga fora e enfia um cartucho babado neles da educação o cartucho babado da educação a gente enfia neles a gente paga escolinhas para fazer isso para nós então assim é é um é um um um Admirável Mundo Novo ao reverso é um abominável mundo velho que a gente insiste em repetir e enfiar ele nas nossas contínuas experiência de transformação que quem podia guiar e principalmente do Século 21 para frente quem pode guiar são aqueles que ainda não estão aqui é
por isso que o paradigma do desenvolvimento da transformação de mudança de paradigma todo esse papo ele ainda é uma reclamação que ainda não tem as pessoas habilitadas para fazer quando fico me perguntando Ah você escreveu um livro ideias para diar ao fim do mundo não sei que que lá Cadê aquele kit salvação eu eu falo com as pessoas ó sai dessa imagina se eu tenho alguma receita para adiar Qualquer coisa a gente tá indo mesmo de boa e pelo cano e numa conversa com a Mir leit também você falou uma coisa que era somos tão
colonizados que quando a gente pensa em antiguidade pensamos nos egípcios na Mesopotâmia mas a cultura Marajoara que existiu há cerca de 3.000 anos no Tapajó a gente não pensa que eh O que fazer com uma mentalidade que não consegue ver a antiguidade como uma herança ancestral fomos tão colonizados que passamos a achar que tudo o que é antigo é velho esse tipo de Eros de erosão corroi os nossos afetos nos nos afastam não só das árvores da floresta como dos nossos ancestrais imediatos Tatar avô nem é parente a gente caminha para uma sociedade tão egoísta
que daqui a pouco avô vai ser um exagero daqui a pouco eh vovô perf uma duplinha que Vem sentar perto do vovô já fica uma coisa meio excessivamente Hum tá humano demais né Por Quê Olha ali Marieta e Chico vovó e neto também maravilhoso porque senão a gente pode eh radicalizar nessa nesse Abismo eh cognitivo afetivo onde o que a gente pode chamar de genealogia fica reduzida aquele trânsito entre pai filho mãe filho e acabou aô já é demais do ponto de vista da Constituição familiar avô já é demais faz tempo porque a gente instituiu
que a gente pode despachar as pessoas que seriam esses avôs para um lugar onde tem especialista que lida com eles eh nós vivemos uma uma custumização de despachar os pais os avós que não estão mais funcionando funcionando nesse lugar onde você faz quatro coisas e não está em nenhuma porque porque de repente ele só consegue ficar em uma então ele já tá vencido aí tem que mandar ele para um lugar onde as pessoas vão cuidar dele para ele não atrapalhar aquelas pessoas que fazem quatro coisas de uma vez que loucura então assim é é uma
uma descrição do que nós estamos virando nos tornando e quando me botam numa conversa sobre de tecnologia e todas essas fúrias eu acabo dizendo olha vai firme Abraça o robô Boa Viagem porque é Abrace o robô não é o vovô porque o pessoal que está lá atrás pode ter pensado que eu falei Abrace o vovô que é pros meninos abraçar o o perfeito Não eu tô dizendo que já que nós estamos fissurados por uma novidade da tecnologia que abracem logo o robô a gente te ouve né propondo grandes reflexões sobre a vida e aí eu
tenho uma curiosidade de saber assim como é que é teu cotidiano tua relação com o teu filho você lava uma louça Olha eu acho que é muita modéstia eu ficar aqui falando o que que eu faço eu eu eu eu proponho que vocês Pergunte pro pessoal lá de casa numa boa pode perguntar para eles Ele lava louça ele var quintal ele sobe no telhado ele tira as folhas que vão entupir e vai chover tudo ele desce de lá Ele conta o que que ele fez ele pega avião Ele conta onde tá indo ele volta para
casa então Eh esse pertencimento essa esse tipo de eh tribalismo ele é muito importante para eu saber que tô vivo eu não sei viver sozinho mesmo quando eu faço essa imersão de olhar ao Meu Redor e saber que eu posso estar sem ninguém ao meu redor que isso não vai me adoecer nem me matar eu amo estar no meio das pessoas eu sou um ser eh gregário gregário não Gregório é o rio Gregório onde moro os yawanawá que estavam cantando quando a gente chegou aqui então gregário eu gosto de de Eh saber que tem outras
pessoas que me afetam eh como ser vivo mas também pode ser um gato um cachorro um pato e Ah tem um gambazinho tem ele vem ele é da casa cadê Cê olha hum hum chuko chucu o o os caxinauá são chamados de caxinauá eh porque é o apelido deles eles são os gambá morcego morcego eles são morcego que que que é chuk chuku é você não falou o que significa Hã você não falou o que significa chuk chuk ele é ele é o dono daqui ele é ele é o dono do pedaço ele tava o
tempo aqui ainda bem que eu não falei besteira dele né assistindo então mais esse presente que nós ganhamos dessa audiência audiência Nossa audiência tem árvore Ailton vou te provocar de novo você virou Imortal da Academia Brasileira de Minas e também da academia brasileira de letras para onde você levou como você disse na conversa com a miram Leitão três 305 línguas estranhas eh eu confesso que me bateu um certo estranhamento de ver você dentro daquela daquele fardão meio Dom Pedro assim e aí eu queria te perguntar assim você acha mesmo que indígenas as pessoas pretas deveriam
estar representadas em espaços como a a que a gente sabe que é um espaço Colonial não seriam esses espaços de poder que a gente tem que destruir perguntei e vou sair correndo agora viva a Revolução ó já teve um tempo que eu queria quebrar as coisas e Mas isso faz muito tempo nós achamos que tem lugares que o ou deveriam ser destruídos ou evitados nenhum lugar precisa ser destruído nem nenhum lugar precisa ser evitado depois da gente ter tido uma conversa tão expansiva imaginando mundos pluri mundos outras possibilidades todas a gente se interrogar sobre onde
nós podemos estar seria quase que voltar pra platitude desse mundo cretino e aceitar as marcas que ele já tem ao inv vez da gente atravessar essas marcas eh sejam os indígenas outras pessoas ciganos essas marcas os índios os negros os brancos e a gente às vezes eu brinco dizendo assim também os azuis os amarelos os Cor de Rosa todas essas cores de gente podem estar em qualquer lugar se você se autoriza primeiro esse movimento todo que a gente já fez juntos aqui se você se autoriza você pode estar em qualquer lugar não é o lugar
que vai definir você eu posso até vestir a farda do Dom Pedro mas eu sei muito bem a diferença entre cada um de nós e o gesto de estar naquele espaço da academia que foi muito tempo demarcado e tal ele segue a uma coreografia porque eu gosto de dança que a gente vem dançando em vários espaços um dia eu disse que a gente precisava demarcar a tela furar a tela Porque como os meus parentes continuavam com muito aquele aquele refrão demarcação demarcação demarcação eu pensei assim pera aí eu vou chamar esse pessoal paraa gente fazer
outra coisa agora agora nós vamos furar a tela quer dizer ocupar o espaço da tela com cinema indígenas fazendo cinema pessoas indígenas se metendo nesses lugares onde não podia ter índio aí depois olhamos os outros lugares essa literatura parece que parece que não tem ninguém de nós lá né então vamos lá agora vamos também eh tomar esse lugar com a poética de outras existências de outras experiências e me surpreendi imensamente de ver que aqueles livrinhos estão traduzidos na Coreia no Japão na Grécia na Turquia na República TCA na Europa inteira na França nos Estados Unidos
no Canadá tará e a semana passada paraa surpresa do autor que vos fala saiu uma Matera com o lançamento de um livro que tem o título de futuro ancestral na versão feita nos Estados Unidos Matera que eu não tive como evitar de botar o Jorge bem em cima do poste cantando deu no New York time é uma Matera no New York time falando de um autor indígena que revirou a literatura de perspectiva e põe uma mulher indígena autora também lá nos Estados Unidos que eu não sabia da importância dela dialogando com esse lugar de onde
eu faço literatura então foi anteontem que deu esse material extensa grande Mostra a capa do livro mostra a minha cara conta um monte de histórias todas verídicas sobre que eu andei aprontando meio parecido com aquela biografia que nós tivemos aqui que a Maria falou constituinte pintou a cara pulou saltou foi lá desceu voltou sonhou com a árvore Então tudo isso agora eh os caras que gostam de literatura estão sabendo de uma maneira não muito comum para quem frequenta o mesmo lugar da academia que eu não são todos os 30 e tantos autores de lá que
tem suas obras publicadas no mundo inteiro até parece que eu tô tirando uma onda mas fazer o quê Tira toda a onda que merece demais Aílton O que que representa a volta do manto Tupinambá um ente querido do Povo Tupinambá que pode acontecer como Pergunta a minha amiga Cristina o que pode acontecer no vento da chegada do manto já aconteceu esse movimento eh muito raro mas que nesse contexto da do colonialismo que nós todos vivemos ele traz uma um sentido tão maravilhoso que é o povo Tupinambá foi declarado pelos antropólogos pelos historiadores por todo mundo
pelos gerentes do condomínio como extinto no final do século X começo século XX quando vocês leem Jorge Amado e vocês veem o pau quebrando no Recôncavo na zona do cacau naquela bead Dona ali da Bahia aquela gente imersa naquelas narrativas são exatamente os Tupinambá só que eles viraram Caboco eles viraram baianos eles viraram pessoas que tinham que se acomodar a uma realidade social para poder sobreviver então tem bairros inteiros que são famílias dessa gente indígena que se mimetiz colheu Cacau produziu gabrielas cravos canelas e emergiram agora no final do século XX começo do século XX
dizendo nós somos os Tupinambá Olha que coisa nós somos os Tupinambá e eles deram consequência a isso foram a luta eles não só disseram Como foram a luta uma mulher desse povo ela foi instruída pelo manto para fazer as coisas que ela tá fazendo ir buscar o manto lá na Europa vocês já devem ter lido também alguma coisa do meu amigo Itamar Vieira né Itamar Vieira Júnior tarado ora vai ver o que que é tarado vai ver o que que é salvar o fogo vai ver essas histórias do recôncavo da Bahia vai aprender um pouco
sobre a nossa história profunda que fica ocultada até na literatura porque jorado nunca disse queha tinha os Tupinambá ele dizia que tinha os empregados das fazendas de cacau e que eles eram baianos então um nesse caldeirão uma mulher é autorizada a sair e ir nos lugares e reivindicar o manto Tupinambá com autoridade tipo assim olha vim aqui conversar com ele a semelhança do que a árvore fez comigo tá vendo não é só a árvore que fala o o manto disse vamos lá e Vocês ainda vão ouvir muita história maravilhosa desse manto como que ele vai
abrindo caminhos como que ele se pronuncia como que ele pede passagem é maravilhoso ele já trouxe uma uma novidade pra relação entre esse povo e o que nós chamamos de mentalidade cultura regional quem duvidava que eles existiam vê no Manto Tupinambá e na devolução desse manto feito por grandes instituições museológicas da Europa uma declaração de que eles estão vivos Olha que genialidade se a gente precisa provar que nós estamos vivos Então a gente vai fazer um manto que tá lá no Vaticano vim aqui e vestir a gente incomparavelmente mais genial mais fenomenal do que vestir
a farda da academia quem dera vestir o mano Tupinambá Mas quem pode vestir um mano Tupinambá tem que ser um Tupinambá lindo isso eh a gente tá aqui encaminhando paraa reta final mas tem algumas perguntas que eu não posso deixar de fazer eu já abandonei meha roteira H muito tempo mas enfim eh eu tive lá amazonia em 2019 entrevistei a putania o anaua que junto com a irmã na wasaru naaru é não esqueci como é que é o nome da irmã rarro são as primeiras mulheres Pajé daquele povo e ela me disse assim Maria vem
aí a era da Verdade do amor do equilíbrio com a natureza distando ditando as regras a cura do mundo é pela espiritualidade e ela é coletiva a resposta a solução não tá fora tá dentro da gente conversa bastante com o que você diz e você fala também você já falou que o mundo tá sedento por uma experiência espiritual que o sagrado não tá fora de nós eh como diz a LBS aqui também é uma reflexão dela também queria que você falasse um pouquinho da sua visão de espiritualidade e que assim não há outra opção pro
planeta agora que não seja a espiritualidade eh Quem não souber disso vai ficar cada vez mais angustiado e neurótico imagina ontem mais cedo um pouco esse horário eu tava conversando com uma monja a monja e o físico o Marcelo Gazer Olha que intrincada conversa é claro que pairava sobre as nossas cabeças essa pergunta e a tal da espiritualidade [Música] e nós somos tão pobres na nossa linguagem para expressar os mais eh eh verdadeiros sentimentos que a gente fica o tempo inteiro usando palavras gastadas e que nem para nós mesmo no cotidiano não tem mais sentido
eh alguém que gosta de invocar eh sentido das coisas cois da palavra e tudo fala ah o etimológico de religião é religar tá bom E daí eh religar e tal é nós repetindo de novo coisas como as que a gente faz com a ideia da educação repetindo repetindo eh espiritualidade é um é uma é uma ideia inventada no âmbito da nossa cultura ocidental para tentar dar sentido a alguma coisa que a gente não sabe o que que é aí deriva de religião espiritualidade como se fossem quase que sinônimo quando Na verdade são coisas tão distintas
tem tem instituições e organizações religiosas por aí afora o Vaticano é uma agora espiritualidade Então a gente vai ter que procurar em outro lugar e provavelmente vai derivar e vai para outro lugar para outro lugar para outro lugar alguém Pergunta assim ah mas o povo indígena os indígenas eh tem assim um uma uma experiência assim espiritual exp espiritualidade eu digo olha talvez por falta de uma palavra nos idiomas dessas famílias dessas pessoas eles acabam usando o termo espiritualidade para agradar o estrangeiro Mas eles sabem que isso não existe uma árvore não precisa de ter espiritualidade
para ser uma árvore uma onça ela não precisa desenvolver uma espiritualidade para me comer ou não um pássaro mas nós os humanos esse bicho pequeno na terra desconfia de tudo e começa a se perguntar Para onde vamos E aí inventam umas maquininhas e fala ordena né as suas invenções Ei me leva daqui pro espaço Ele vai fincar Bandeira na lua eu tô tentando falar um poema do drumon vai fincar a bandeira na lua ah lua colonizada coloniza a lua ah lua colonizada que chato volta sofistica seu invento sua máquina e diz para ela agora vamos
para Marte e lvar ele depois para Júpiter depois para Saturno depois para tudo quanto é lugar e finalmente ele manda fazer roupa insiderável Gostei dessa o drumon inventou essa palavra roupa insiderável uma roupa que não pega fogo olha aqui como é que o drumão é danadinho ele antecipa a sacação das coisas inventa a roupa insiderável e diz vamos para o sol chegando ao sol Ah Que decepção ele comenta o sol é um touro espanhol Domado o tal do Sapiens o humano volta chega na Terra bota o pé na terra dá conta de si e vê
que a viagem a única viagem a mais transcendental viagem que o humano pode fazer é de si para si para dentro de si a gente voltou de novo lá dentro da Mata dentro da bosca lá em baio lá naquele lugar lá naquele lugar mínimo onde a gente pode ficar com a gente mesmo a ideia de que nós vamos mudar o mundo eh como se fosse assim um fenômeno Paranormal que amanhã nós vamos acordar todo mundo legal gentil e deixar de ser fazer quatro coisa para fazer uma pode ser muito ambicioso mas é [Música] interessante a
gente conheceu uma notícia de que há se ou 7.000 anos atrás houve aconteceu um evento com nós com a nossa espé Independente de qual continente a gente estivesse em que lugar da pangeia a gente estava mas nós todos experimentamos um efeito o autor dessas notícias teorias e teses ele diz que o evento ele chamou de era axial que é quando toda a espécie sofreu uma espécie a gente teve uma espécie de um soluço e elevamos e saímos daquele estado de natureza que a gente experimentava e olhamos para um lado olhamos pro outro e falamos vamos
sair correndo e a gente inventou nós então nós nos inventamos correndo assim porque a gente não era capaz de experimentar aquela fruição da vida como uma coisa que não foi a gente que inventou a tal da era axial ela apareceu no no pf do meu livrinho e dés para de a fim do mundo na tradução dele para inglês por outras línguas e quem escreveu isso foi o Eduardo vive de Castro ele dá o autor dessas teorias sobre era axial e que ela teria acontecido 6 7.000 anos atrás que é exatamente quando começou nos outros a
pensar em religião foi quando a gente concebeu a ideia de espiritualidade quer dizer as árvores perseveram na sua na delas nós não as baleias os organismos todos esse querido ouvinte ele não se pergunta sobre esse negócio todo espiritualidade Qual é a sua aí eles estão mostrando pra gente que a gente só precisa ficar vivo só ficar vivo Tipo fique vivo sem essa aplicação sociológica de que tem Vivo pobre tem Vivo rico tem Vivo não sei o quê se a gente conseguir ficar vivo as outras coisas todas podemos cambiar mas aind tem que tá vivo zumbi
não faz câmbio você chega lá no câmbio tá assim câmbio aí embaixo zumbi não faz câmbio então não dá para uma humanidade zumbi promover a sua própria transformação por isso que esse fenômeno da era axial me anima a imaginar que pode pintar um fenômeno transcendental como diz o Marcelo Gazer uma mudança cósmica uma trans eu ganhei o livro dele precisava lembrar o título ele traz todo aquele vasto campo de pesquisa dele sobre a vida no planeta o que um físico entende disso para dizer para nós que o próximo evento é uma mudança que transcende a
nossa expectativa é fen cósmico que vai nos transformar em outra coisa quem tem medo de mudar se cuide porque vocês podem ser surpreendido com um efeito assim eh imagina um um evento que a gente pudesse visualizar como uma passagem planetária como se fosse um vento uma um pô de sol um aparecimento de alguma coisa em que nós saímos de lá escaneados todos Olha que coisa maravilhosa Muito provavelmente isso que aconteceu há 6000 anos atrás não aconteceu com uma única geração ela aconteceu ao longo do tempo e nós não éramos 8 bilhões de pessoas nós viramos
essa capa do planeta que impede com o nosso corpo o fluxo da vida entre todos os outros organismos porque nós estamos pegando pesado aquela ideia da pegada a pegada perfeita pegada do dinossauro que você vai ver onde o dinossauro passa você chega dá para você cair dentro de uma pegada de dinossauro maior do que essa mesa pegar de dinossauro pesão nós como humanidade 8 bilhões a gente já tem o peso do dinossauro a gente se move feito dinossauro sobre a pele da terra [Música] e não somos nós que controlamos isso a gente já perdeu o
controle por isso que a gente pisa pesado na terra eu digo que umb pezinho quando nasce nessa coisa corrida do nosso sistema Hoje ele já nasce e sai da maternidade com uma coisa colada na bundinha dele uma fralda um bandid uma fita e já começa a ferrar o planeta Então nem o bebezinho tá livre dessa porque nós empacotamos o planeta no mes de Julho desse ano quem faz a medição diz que a gente já tinha comido um planeta Terra Planeta a gente já comeu um Terra Planeta agora daqui até o Natal a gente come outro
é como se a gente tivesse decidido que esse ano nós vamos comer dois panetones um em Julho e o outro em dezembro com frango com tudo a gente não para é uma Fúria imagina quando a gente descobrir que a gente já comeu todo o planeta que podia e que não tem mais lugar para nós aqui é essa a possibilidade da terra despachar a gente é um organismo vivo é inteligente muitas muitas aores já descreveram esse organismo como eh um organismo inteligente Gaia Pati mama que tem eh humor eu acredito que nós só estamos ainda pisando
pesado por aí porque ela tem humor se ela não tivesse humor ela já tinha banido a gente como espécie ora Gaia para banir a gente ela basta tirar o nosso oxigênio da meia-noite de hoje até meiao 5 meite 15 da da meia-noite até meite 15 se a biosfera do planeta fizer assim pronto vira todo mundo adubo vai ser a maior compostagem todo mundo morto de uma vez todo mundo não sobra ninguém ninguém todo mundo esterco às vezes eu penso se a gente tá com essa pegada aqui no planeta Qual o problema da gente todo mundo
virar esterco seria uma maneira da gente compensar toda a baixaria do passado maravilhoso eu vou pra última pergunta aqui eh bom você as pessoas é mas é isso aí eu tô vendo que muitas pessoas pararam de beber de comer Pois é até porque você diz que a maior angústia o que mais angustia as pessoas é a finitude né é a possibilidade de finitude E aí tem a ideia do nego Bispo que diz filósofo maravilhoso que dizia que a a vida é começo meio e Começo E aí eu queria só te ouvir um pouquinho sobre a
sua ideia de morte o que que você pensa você acredita em alguma coisa depois olha de novo a gente tá indo lá na história de céu inferno terra todo aquele negócio porque definitivamente se ninguém tivesse aterrorizado a gente com a ideia do inferno nem aulado a gente com a promessa do céu a gente ia ficar num Gradiente legal a gente ia falar tem começo meio e começo que é o que o nosso querido nego Bispo deixou pra gente como um toque de alto astral falando Ei vocês ficam por aí todo mundo cabis baixo grilado achando
que quando você não estiver aqui o mundo acabou isso é um erro um equívoco danado todos os outros que já antecederam você foram E você tá aqui você é o começo eles tiveram o começo teve um meio e depois tem começo de novo você tá começando vai nessa Olha que confiança na vida fé na vida mas não na vida que eu contenho que eu sou o container Mas na vida que me atravessa a vida que está no casulo a vida que é a lagarta que come come come come esse exemplo que o Emanuel gosta de
provocar a gente ele num jardim mostrando uma lagartona comendo folha comendo folha comendo folha até ela estufar de comer folha aí vai ter um lugar aonde ela vai parar aquela comissão toda de dentro daquele casulo vai sair uma borboleta aí ele fala a borboleta não lembra que foi aquela lagarta com milona de folha e a lagarta não imagina que vai sair voando belamente danç dançando borboleta essa imagem é tão didática ela ensina pra gente qualquer um olha e fala e mesmo Olha lá olha que maravilha a vida que tava ali tá lá e o Emanuel
ainda radicaliza dizendo eu roubei a vida da minha mãe quando nasci quando eu saí do corpo da minha mãe eu sou a vida dela em mim aí você imagina um negócio assim meio ET né assim eu um alien saindo assim do outro e tal mas é porque a gente tem medo de reconhecer que esse cara que tá falando aqui esteve ali em outro lugar Provavelmente na minha mãe na minha avó em alguém ou na vó de alguém não preca ser a minha quer dizer a vida ela atravessa tudo Esse mantra a vida atravessa tudo é
a palavra chuco chucu mas ela é também a ideia que a atrai muita gente sobre o que chegou aqui no Brasil para nós como bem vivir ou Bem Viver que é uma ideia lá dos Andes uma experiência vivida lá pelos povos dos Andes os Ket os Aimara onde eles têm palavras próximas para dizer que nós só podemos experimentar o fluxo da vida se nós recebemos o que a vida dá o negro bispo fala a vida dá e a vida quer alguém já traduziu para a vida dá e a vida toma então a vida me deu
esse corpo quando ela tomar esse corpo eu sou só um casulo Eu gosto muito de difundir as palavras do nego bispo e também do Davi Yanomami há muito tempo o Davi eNom falou assim comigo CR naquinho a gente é o envelope da vida eu fale envelope pô envelope esse cara vive na floresta aí quando ele quer me instruir sobre o fluxo da vida ele fala que o meu corpo é um envelope porque ele achou a única maneira de explicar para esse cara isso eu você eu falar com ele que a vida ele é um envelope
a vida passa nele ele é um envelope Eu gostei muito porque a mensagem não é um envelope a mensagem passa através do envelope não é isso a lagata a borboleta O sumac csai que é a expressão kcho para isso que a gente chama de Bem Viver Mas nós somos tão folgados que a gente transforma Isso numa espécie assim de consumo de tudo típico de alguém que caberia mais a condição de bom Vivan bom Vivan quer dizer ele tem tudo e não Pede licença mata tubarões baleias golfinhos formigas hum mata tudo porque pode porque esse excelente
ser humano que se auto atribui uma condição e um valor tão incrível que não tem nenhum outro organismo vivo que pode competir com a sua Fúria Obrigada mestre Obrigada todo mundo gente Espero que tenh iluminado porque eu tô Saí daqui muito iluminada
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