Territórios do Planejamento com Erminia Maricato

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Planejamento Territorial UFABC
Universidade Federal do ABC Projeto de Extensão PROEC/UFABC PJ027-2017 e PJ070-2018. Sobre Erminia...
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g1 e eu e [Música] e aí e aí eu sou ermínia maricato eu sou arquiteta e urbanista professora titular da usp é aposentada eu ainda do aula de pós-graduação mais basicamente eu trabalho com palestras e cursos de trabalho muito com a juventude num projeto para cidades do brasil atualmente da frente brasil popular é o meu primeiro emprego foi na área de planejamento urbano numa empresa que prestava consultoria para o plano diretor de são bernardo do campo e foi claro você perceber o que era a urbanização de um município que que foi escolhido pela grande indústria
que a gente chamava que era a indústria automobilística para se instalar no brasil uma indústria avançada né para o quadro industrial brasileiro e ao mesmo tempo que você tem uma indústria avançada o município rico por conta dessa indústria né ao mesmo tempo uma mão de obra que construir suas moradias e que foi sendo responsável pela construção de uma cidade periférica da produção daqueles bairros todos operários e proletários né fiz um mestrado é principalmente sobre aquela a realidade é a pronta a proletarização do espaço sobre a grande indústria e eu defendi 77 mais a grande chave
para entender esse processo de urbanização da periferia do capitalismo um capitalismo que se industrializa sem deixar de ser atrasado manter aspectos muito atrasados como é o caso da de toda a cidade proletária né é quem forneceu a chave foi o francisco tio chico de oliveira que nesse período a mayumi o sérgio ferro souza lima rodrigo lefevre começaram estudar auto-construção o sérgio ferro escreveu um texto maravilhoso que chama a casa popular e o chico falou olha a autoconstrução o resultado de uma força de trabalho barato uma força de trabalho que não ganha para comprar mercado a
casa como mercadoria no mercado residencial formal capitalista então essa força de trabalho construindo a própria casa nos fins de semana aos poucos ela sai mais barato para esse processo de industrialização capitalista que nós temos no brasil de 1940 1980 o brasil cresceu sete porcento ao ano portman que fala era a china gaia então é um país que se industrializou muito e cresceu muito no mesmo período não é altas taxas de urbanização de uma população que é principalmente uma metrópole e na metrópole para as periferias que ela autoconstruir é importante marca essa diferença em relação aos
países mais avançados e a gente sinta-se realizou isso se urbanizou paralelamente e ao mesmo tempo quer dizer é uma é alguma coisa é que é um período que que marca né o processo de uma parte do processo de urbanização no brasil a partir de 980 são as cidades de porte médio que começam a crescer mais né e é você tem praticamente no final de 80 o fim de um ciclo tem muito a ver com capitalismo global evidentemente tem muito a ver com o fim da indústria fordista ou pelo menos uma flexibilização que é o que
eu david harvey explica ana condição pós-moderna e tem muito a ver com o início da desindustrialização do brasil e com uma mudança também nas cidades bom e nesse período eu também acabei indo militar nas comunidades eclesiais de base da igreja católica na periferia de são paulo e fui militar nos loteamentos clandestinos da zona sul de são paulo é isso é muito importante para minha consciência porque eu comecei dar aula na fao em 77 não é e foi importante perceber que academia ela não acompanhava a realidade ela não percebia o que estava acontecendo na realidade não
é só mais tarde eu pude entender isso lendo os tomates né mas só que uma discrepância por exemplo área de proteção dos mananciais era uma área verde nos nos mapas da in the municipal de planejamento por quê que era uma área verde que a lei determinava que aquilo só seria ocupado com baixa densidade que eram desenho de chácaras não é como a população pobre não tinha resposta para sua do seu assentamento residencial nem pelo estado e nem pelo mercado e eu tô falando hoje dentemente do mercado formal capitalista não é ela acabava e construindo a
sua própria casa sua própria cidade e legalmente nas brechas no especialmente nas terras que não interessava o mercado imobiliário o e contraditória a mente essas terras eram justamente as terras de proteção ambiental tão a área de proteção de mananciais era onde eu militava acompanhando abertura indiscriminada de loteamentos clandestinos e instalação de favelas era área que sobrava para a população pobre porque não interessava ao capital imobiliário e no entanto na academia e na prefeitura eo governo do estado depois eu fui trabalhar na secretaria estadual de planejamento naquele espaço se faziam discussões sofisticadas sempre muito inspiradas em
legislação estrangeira ou no nas formulações estrangeiras e é muito distante da nossa realidade né eu me lembro que existia toda uma discussão de qual era equação matemática que iria nos permitir definir qual era a densidade de ocupação da área de proteção dos mananciais pra que a água não fosse impactado por essa ocupação era uma equação matemática é isso que você discutida na emplasa empresa metropolitana de planejamento e eu assistir aí essas duas funções dentro da secretaria de planejamento ó na na faculdade arquitetura toda aquela também toda aquela teoria da da que se dá sobre a
o planejamento urbano e e a lei de zoneamento não é é e na realidade que que eu via uma ocupação desenfreada por parte de uma população pobre muito pobre que ocupava como podia sem saneamento no primeiro momento sem transporte aliás a luta naquele naquele espaço ela começou a pela pelo transporte porque as pessoas moravam a 40 km do emprego elas precisavam disso elas elas não seriam força de trabalho viável para o capital sem transporte o enem isso era dado a ela então eu fui a primeira vez que eu fui para a periferia foi conjunto com
a laura bueno para fazer um relatório sobre a condição de transporte daquela população para que a igreja católica junto com as lideranças dos moradores as sociedades amigos de bairro pudessem levar para prefeitura para mostrar de como a empresa não cumpriu o contrato de concessão que a cmtc que era acompanha municipal de transporte coletivo tinha com a empresa isso foi na década de 70 meados dos anos 70 bom aqui no evidentemente marcou minha cabeça não é você tem um estado e você tem universidade estão descoladas da realidade pelo menos da realidade que é da for bom
dia dessa população trabalhadora migrante recém me agrada e que estava naquela época principalmente na nas indústrias empregada nas indústrias havia evidentemente um alto nível de informalidade e de emprego doméstico mas havia muita me lembro bem nas nossas reuniões é muito operário e operária muito operado bom essa então algo meu primeiro minha primeira será mesmo dissertação minhas primeiras pesquisas revelaram que não havia a terra urbanizada não havia uma localização dentro da cidade viável para produção população trabalhadora e a terra ela sempre foi o grande negócio a garganta da nossa sociedade não é agora tem toda acessória
de financeirização sem dúvida nenhuma você tem entrada do capital financeiro como hegemônico em alguma parte da produção do espaço mas é parte menor por enquanto isso é evidente mas talvez se mudar a legislação da propriedade da terra por estrangeiros no brasil a propriedade rural passe a ser ativos de do capital financeiro né no processo de financeirização mas nas nossas cidades daquele período até do da proposta de reforma urbana que os arquitetos a primeira redação da proposta de reforma urbana que foi feita em 963 no hotel quitandinha em petrópolis é uma é um projeto que fala
do acesso à terra urbana à terra urbana a terra nua numa terra qual que é uma terra que tem certas por certas qualidades houve investimento sobre ela porque é uma terra que é que é que tem acesso outra a próxima do transporte coletivo das escolas para as crianças do mercado de abastecimento da água do esgoto da iluminação pública enfim nós não estamos falando de qualquer terra só que essa terra qualificada ela ela terra do mercado e é isso exclui a grande parte em algumas alguns municípios a maior parte da população é urbana então esse foi
um essa chave se esse pensamento todo se fechou e quando eu li agora o texto que vai fazer 40 anos de vida do roberto soares ao vencedor as batatas e aí a ficha caiu total é porque o roberto soares e o tipo de oliveira ajudam a explicar a periferia da metrópole periférica ou ajuda a explicar toda metrópole porque ajuda a explicar que depois foi onde eu avancei no mercado imobiliário formal se você entende a periferia você vai entender o mercado imobiliário forma você vai entender a ação do estado porque essas coisas elas como chico coloca
um desigual combinado essas coisas não existem independentes isso e aí eu participo o doutorado para estudar isso que era muito bem eu estudei o espaço da pobreza eu estudei a produção do espaço os dias da produção e não essa coisa de estudar o consumo e o uso por isso simplesmente eu fiz um filme com renato tapajós em 1985 fim de semana que tá disponível na internet eu fiz um filme em 1979 que foi loteamento clandestino porque eu estudei bem aqueles como é que se produzia o espaço de reprodução da força de trabalho o que era
esse espaço à cidade popular aí eu decidi estudar outro lado pera década de 70 segunda metade da década de 70 o sistema financeiro de habitação com o banco nacional da habitação fizeram um e como vamos a palavra revolução revolucionário as cidades brasileiras um entrada de muito dinheiro que hoje alguém chamaria de financeirização muito recurso que veio da poupança privada sbp e do fundo de garantia por tempo de serviço que é uma espécie de uma poupança semi-pública criada em 1967 quem é e aí eu fui estudar o outro lado de como é que estado e mercado
se combinam o estado trazendo regulando recursos privados e trazendo recursos semipúblicos porque era dos trabalhadores é gerida pelo pelo estado pelo conselho curador do fundo de garantia injetando muito dinheiro na segunda metade da década de 70 na produção de moradia nas cidades tanto na produção de classe média que foi muito subsidiados média-alta mesmo foi grande suporte do regime ditatorial essa classe média alta é quanto no setor na produção de conjuntos habitacionais fora das cidades é bem isolados os dados esse período é importante dizer isso porque ele vai se repetir com minha casa minha vida em
determinadas determinadas condições né é esse período ele desmanchou qualquer possibilidade de você ter um mercado fundiário é razoavelmente racional nacional do ponto de vista de preço da cidade os custos da cidade para o poder público ou para os consumidores para os moradores do ponto de vista da sustentabilidade ambiental quer dizer essa essa produção e esse dinheiro injetado na produção urbana fez com que as cidades fossem crescendo de forma muito dispersa ampliou os limites da área de ocupação urbana e botando os conjuntos habitacionais fora da cidade e incorporando terras vazias no dentro da cidade não é
naquilo que é definido como o limite de ocupação urbana ou de expansão urbana então foi um período que o trio a possibilidade de você ter cidades sustentáveis economicamente ambientalmente mas também foi um período de multiplicação de planos diretores uma verdadeira indústria de planos diretores a ditadura ela era ao mesmo tempo muito repressiva pequeno crática quer dizer ela existirá planejamento de desenvolvimento né e ela era desenvolvimentista e nacionalista então se investiu muito muito parecido com o período 2009 a 2014 do lulismo né no leite uma você tem um boom automobilístico e você tem um boom imobiliário
e habitacional nas cidades brasileiras né que eu estou crescimento bem alto que era chamado milagre brasileiro durante o juntemos os últimos não durante 1970 70 75 80 né a ditadura se prolongou até 85 do ponto de vista formal bom então na minha tese de doutorado eu me detive na produção capitalista do espaço bom e que que foi uma das coisas mais ricas assim para mim a formação também e eu entendi a superexploração do canteiro né de novo retomando sérgio ferro e mas aí já me ligando aos aos teóricos franceses da escola francesa de urbanismo não
é da qual castells fazer a parte né ele era espanhol mas ele trabalhava na frança nesse período na década de 70 a frança os marxistas franceses nos iluminavam né e a mais aqui no brasil tinha sérgio ferro e nilton vargas quero muito importante bom ao mesmo tempo nesse período eu estava engajada nos movimentos sociais a partir da minha ida na periferia a gente trabalhava muito em bairros em movimento e por demanda a sobre transporte creche saúde da mulher é regularização fundiária dos loteamentos produção de moradias a gente eu particularmente o walter ono também a gente
não tinha um de se reunir porque ela ditadura não a gente se reunido sob o guarda-chuva da igreja católica e nas igrejas então eu projetei igrejas o walter ono protetor igrejas incríveis aí na periferia de são paulo que eram as áreas onde a gente costumava fazer as reuniões né e esse movimento esses movimentos de bairro e a impressão que eu tinha que a gente ia morrer trabalhando naqueles movimentos fragmentados mas a história ela prepara realmente surpresas né o movimento operário ele também ele tava crescendo numa numa resistência contra a ditadura né e os pelegos no
sindicato as prisões não é e e ela também uma luta é uma luta sindical caminhava um novo sindicalismo e a luta de bairros também caminhava e de vez em quando a gente trocava ué algumas manifestações nos apoiar a vamos quando lula foi preso junto com os outros sindicalistas todos a gente foi apoiar foi na auditoria militar quando havia aí principalmente quando ouvir as grandes greves operárias de 70 e 39 então os movimentos de bairro se reuniram para apoiar as greves operárias para levar dinheiro e mantimentos para as famílias previ segurarem a greve foi dessa ponte
foi dessa construção é que nasceu os nossos partidos pt pdt saiu da clandestinidade o pc do b pcb mais tarde um pouco a cut foi criada a central de movimentos populares e na universidade existe a políbio famoso do cebrap que começa o chico de oliveira o paul singer o fernando henrique cardoso eles estavam aí eu saber qual a todos cassados expulsos da universidade e no cebrap eles produziram começaram produzir uma leitura dessa cidade e aí e é e trouxeram à tona por quê e a construção ideológica da representação da cidade ela é uma luta surda
entre nós e a cidade do mercado e ao cidade da elite né então a gente tentando construir eu escrevi em o filme 75 e o livro do cebrap é de 75 são paulo 1985 crescimento e pobreza para mostrar que essa cidade era pujante crescia muito se verticalizado era muito rica mas existe uma contrapartida a tudo isso não é a todo esse processo de acumulação bem-sucedido né então é academia também e nós na fao começamos a ter um papel na produção de um conhecimento eu fui professora do o diretor a paz de deus o meireles ele
o meireles o nabil e a raquel tava na mesma classe da fao quando a gente levava essa molecada para as periferias era tudo de elite né a falsa informar renda média-alta mas a gente construa ia lá uma uma leitura científica da cidade uma leitura engajada comprometida não é com uma várias os vários aspectos da cidade então essa [Música] e esses movimentos todos é aqui que lutavam contra a ditadura ela começa a se enfraquecer a partir de 1980 com a crise econômica e se ela tivesse continuado a ser um sucesso econômico eu acho que dificilmente o
rumo teria sido esse mas de qualquer forma a gente tava se fortalecendo bastante com as nossas com nossas entidades todas que estavam sendo criadas fora do aparelho de estado não sem dúvida nenhuma não mas não havia espaço no aparelho de estado né é quando a gente trouxe o participei dos primeiros momentos de recuperar a proposta de reforma urbana dos arquitetos como é que isso se deu a gente fazia reuniões para discutir a questão da terra urbana algumas reuniões esparsas oi e a gente foi era muito sob o guarda-chuva da comissão pastoral da terra que tinha
uma ligação com a terra rural não é a reforma agrária ela era muito mais forte do que a proposta de reforma urbana provar se vai forma urbana era um bebê e a proposta da reforma agrária em 64 era uma arte uma força extraordinária de sindicato de base popular pelo brasil inteiro né é é bom e quando a gente eu nunca me esqueço um dia aqui o coordenador da comissão pastoral da terra falou olha é o seguinte nós estamos sendo demandados demais para atender conflitos ligados à terra urbana bom e nós não temos pernas para isso
então nós queremos ajudar vocês a criar um organismo na cidade bom e nós fizemos em 1979 eu acho se eu não me engano uma reunião com vento lá do rio de janeiro que fica no pé do corcovado oi e a gente criou é uma articulação nacional do solo urbano o que depois foi sucedido pela pelo fórum de reforma urbana a articulação nacional do solo urbano ela ficou se reunindo havia havia aparelhos que a gente fala prédios como em cajamar que os operários mantinham para fazer cursos de formação e nós também usamos para fazer cursos de
formação então nós começamos a articular lideranças ligadas à luta pela terra urbana pela pela moradia do brasil inteiro e as nossas lutas foram avançando e a gente decidiu concorrer a algumas prefeituras as prefeituras das capitais e dos governos estaduais os governos estaduais eram indicados pelo regime militar mas havia as demais prefeituras foi o caso de bom o brizola no rio de janeiro foi muito importante mais antes dele nós tivemos lages em santa catarina nós tivemos diadema em são paulo nós tivemos alguma coisa do governo estadual de minas gerais também é e a gente elegeu companheiro
que tava lá no movimento de reforma urbana com as dores como prefeitos e começamos a experimentar propostas absolutamente novas e originais o interessante disso tudo é que o máximo que a gente ia beber as fontes onde a gente ia beber era no uruguai por exemplo américa latina méxico isso que foi muito interessante porque a nossa cabeça já era uma cabeça que aprendeu a lidar com a realidade urbana brasileira né e latino-americana e nós tomamos um caminho que eu que ele se mostrou depois de décadas sem equivocado por que que eu tô falando que você me
porque é óbvio que que era importante e para institucionalidade e fazer essas experiências mas em compensação nós tomamos um caminho de luta pela por nova novas leis a nova legislação que a gente colocou força demais nessa história então mas vamos lá pensar naquela época do fórum de reforma urbana ele foi criado em torno da constituição de 88 vem então aí nesse período a gente se reúne para fazer uma proposta de iniciativa popular de reforma urbana companheiros da reforma agrária fizer e levantaram mais de 1 milhão de assinaturas nós não tínhamos essa força a toda nós
levantamos perto de 130 mil assinaturas de eleitores para propor para assembleia nacional constituinte uma uma legislação uma os artigos dentro da constituição que dissessem respeito à questão urbana no brasil ele era predominantemente urbano há pouco tempo não é então a nossa legislação ela não conhecia ela ela te conhecia o brasil urbano e a constituição de 88 na verdade foi além desses partidos de esquerda aí que populares que foram se formando essas entidades todas nós deságua vamos todos ali na constituição de oito vamos vamos redesenhar o país é a lei maior do país eu fui eleita
inclusive pelas organizações que promoveram a emenda popular de reforma urbana para defender a emenda na assembleia nacional constituinte em brasília e é a gente logrou colocar dentro da constituição dois artigos não é um pouquinho alguns anos depois de 88 entrou direito à moradia na emenda constitucional do sus que criou o sus mais logramos colocar função social da propriedade a função social da cidade a questão da participação e nós estávamos meio acho que e embriagados com o nosso sucesso né criamos no congresso nacional a a comissão nacional de desenvolvimento urbano nessa altura já já tínhamos muitos
companheiros que eram do nosso movimento que tinham se lê foram eleitos para prefeitos e vereadores mas depois deputados estaduais e deputados federais no brasil inteiro não é tivemos também o grande sucesso aí sim da eleição de prefeito de capitais e em porto alegre era algo inacreditável até hoje eu fico pensando na importância do que houve do que foi feito em porto alegre o orçamento participativo até hoje é de quantos anos outra por mais de 30 anos é modelo no mundo só que nós vamos abandonando bom então nós começamos um o que eu chamo nos dois
últimos livros que eu escrevi de um ciclo virtuoso na política urbana e com essas prefeituras de esquerda não é que foram denominadas por exemplo prefeituras democráticas e populares no caso aí de muitas delas é o modo petista de governar nessas prefeituras o que a gente fez foi olhar para a cidade ignorada esquecido oculta e legal pobre e falar essa é nossa prioridade bom então nós começamos todos os programas de urbanização de áreas precárias urbanização das periferias urbanização de favelas regularização fundiária e produção habitacional com assistência técnica assessoria técnica quer dizer os arquitetos que nunca tinham
prestado o serviço à população pobre e aos movimentos começaram a ser pagos para prestar esse serviço não é inauguramos um programa que foi até o minha casa minha vida com o nome de minha casa minha vida entidades que chegou a pegar dois por cento míseros dois por cento do minha casa minha vida né que foi um programa que construiu financiou não sei se terminou 4 milhões de moradias né e é embora é uma coisa pequena é é é muito consolidado gerou uma lei federal de assistência técnica mas quando essa lei foi votada nós já estávamos
no numa correlação de forças de declínio do setor da hegemonia popular né e de esquerda bom é nessas prefeituras eu vivo dizendo nós fizemos moradia social com boa arquitetura e preço baixo e boa qualidade de construção não é porque porque havia toda uma participação muitas vezes na construção ou não às vezes só na um acompanhamento na fiscalização ótimos projetos de arquitetura eu tô orientando no mestrado atualmente para produzir um livro desses projetos porque as faculdades de arquitetura e os próprios estudantes não sabem que a gente no brasil fez ótimos projetos de o que isso minha
casa minha vida repetiu aquele projeto da ditadura e não é por falta que não foi por falta de alternativa foi porque o mercado tomou hegemonia do programa oi e o mercado sabe a construir aquilo que já tinha construído a memória era aquela e assim como a memória das mega obras da copa foram as memórias da década de 70 é interessante isso alguns dos projetos inclusive de hidrelétrica estavam na prática estavam na prateleiras do governo federal desde a década de 70 bom então as grandes empreiteiras aliás a minha o meu doutorado mostrou isso é o quê
que foi a década a segunda metade da década década de 70 inteira porque a primeira metade foi obras de infraestrutura econômica portos aeroportos estradas não é hidrelétricas né então você tem um período desenvolvimentista e eu estudei muito as grandes empreiteiras ea corrupção na época da ditadura não é que nasce com essas grande sempre tempo poderosíssimas e que cresceram muito porque tinham exclusão e um mercado nacional exclusivo para elas e e e também estudei bastante o que foi o casamento das grandes empreiteiras de construção que se estenderam para construção de edifícios o que é nem sempre
as empreiteiras de construção vão para construção de edifícios nos nos bons que nós tivemos nos anos 70 e agora na minha casa minha vida as grandes empreiteiras acabaram construindo moradia e aliança delas e o casamento delas que o mercado imobiliário proprietários imobiliários capital financeiro imobiliário os bancos tô falando da década de 70 quer dizer afinal moda da financeirização no existir não é capital financeiro imobiliário e incorporadores imobiliários então você tinha esse casamento esse casamento voltou a ser construído o que a gente com alguma liberdade pode usar o conceito do mola do logan máquina do crescimento
a máquina do crescimento tomou conta da cidade nos anos 70 e a máquina do crescimento tomou conta das cidades no boom imobiliário 2009/2014 é durante o minha casa minha vida a vigência do minha casa minha vida há muita semelhança não há nenhuma semelhança do ponto de vista político por favor entre o período da ditadura e o período lula e dilma e muito menos também do ponto de vista da concentração de renda que à época da ditadura o desenvolvimentismo se fazia com concentração de renda no governo lula e dilma não tá bom então nós eu fui
para a prefeitura de são paulo quando a luiza erundina se elegeu é para secretaria de habitação e desenvolvimento urbano e aí nós tivemos que fazer uma revolução aí fizemos mesmo na secretaria porque era uma secretaria que cuidava da cidade legal da cidade linda no conceito do atual prefeito de são paulo ela cuidava de uma parte da cidade i i e aquela super burocracia para provar um loteamento e eu conheci a cidade informal onde você tinha abertura de loteamento as dezenas não é então a gente teve que mudar o perfil da secretaria isso tudo em quatro
anos foi muito difícil e foi um período muito difícil foi muito gratificante foi depois porque a gente percebeu que a nossa experiência marcou realmente a política urbana no brasil não é o nabil bonduki que chefiava o setor de produção de moradia popular nossa equipe era incrível como depois foi incrível equipe do ministério das cidades né mas era uma equipe formada por profissionais acadêmicos e ativistas não eram era um perfil bem diferenciado e com gente que tinha muita experiência eu acabei trazendo gente da bahia que tinha experiência com urbanização de favela o jorge hereda gente de
goiânia anuncia moraes oi gente de do rio de janeiro que tinha aqui foi na verdade na década de 50 quando começa as primeiras experiências de urbanização de favela com o carlos nelson a igreja católica o paulo saad veio do rio então nós tínhamos uma equipe ter um time realmente o dream team uma coisa de neon aceitamos lideranças populares encargos a liderança popular é liderança popular pode se tornar um profissional e um intelectual orgânico pode e aí pode assumir cargo pode mas se separar do movimento social movimento social tem que cobrar e na nossa gestão a
nossa secretaria era ocupada a semana sim semana não oi e eu vivo falando aí um dina falava isso quase todo dia que eu falava com ela prefeita ou era um gabinete dela que tava ocupado ou era o prédio martinelli onde eu tava aqui tava ocupado e nós tínhamos que negociar com os movimentos e ela falava nós fomos eleitos para isso e se eles não tivessem feito isso nós não teríamos feito o que fizemos em quatro anos nem sonhado e nem sonhado e agora isso foi mudando né é esses papéis foram se afrouxando os movimentos foram
saindo das ruas as coalizões que para nós eram evidentes na é para dar um dina elas foram se alargando a e como é que eu vou governar em um congresso na oposição e nós não tínhamos a camara municipal do nosso lado na época da erundina nós perdemos a eleição por causa disso e eu acho que foi o correto como eu acho que chega uma certa hora você tem que portanto corrupto dentro do governo que os partidos você vai alargando pegando o partido da base para base aliada se você tem que acabar trabalhando com gente que
é melhor você tá fora do governo e em recompor as forças na sociedade e não dentro do espaço institucional tá bom essa experiência ela me deu muita muita e é vivência né muito conhecimento que depois eu ele foi estendido com as outras prefeituras democráticas que eu pude acompanhar no brasil inteiro até a hora bom eu saí muito desgastada da prefeitura porque nós fomos esse é um episódio pouco lembrado eu e o na bio e as lideranças dos movimentos sociais fomos indiciados na polícia por crime de loteamento clandestino por um delegado que era xbox departamento de
ordem política e social que dizia que nós tínhamos feito o crime de loteamento ilegal e e o e teve também um processo do ministério público que depois reverteu no seu oposto porque o próprio ministério público acabou ficando do nosso lado e na universidade eu acabei trabalhando muito com o ministério público antes numa época que o ministério público era menos elitizado vamos dizer assim né é bom e aí eu eu eu fui eu fui esses processos todos eles tiveram início também no tribunal de contas do município e da parte de um conselheiro que eu tinha conhecimento
que tava envolvido em corrupção e ele sabia que eu sabia não é e enfim tô todos esses processos contra nós deram em nada mas se atrapalharam a vida da gente né e geraram manchete de jornal etc e o maluf que entrou depois da nossa gestão daí um dia ele abriu uma sindicância parou paralisou os mutirões e abriu uma sindicância só que a sindicância mostrou que o que a gente construiu eu valia muito mais do que o dinheiro investido que naquela época era um 90 milhões então a gente saiu com méritos dessa desse processo todo de
e suspeitas o ipe e acusações então foi duro mas mas enfim acho que mesmo a luiza que teve sei lá uma centena de processos na cabeça saiu com essa garantia de honestidade né que é interessante né bom e aí mas aí eu fui eu me afastei um pouco do pt porque eu achei que o partido devia ter feito uma discussão mais politizada dessas acusações todas que nós fomos vítimas né é mas aí eu voltei a trabalhar e com o pt no instituto cidadania que era o instituto onde o lula é e era o escritório político
do lula ele chamou algumas pessoas entre lideranças sindicais lideranças sociais empresários e intelectuais profissionais ele falou olha eu quero que vocês desenhem um projeto é para gente dar de presente para o governo federal a era fernando henrique na época um projeto para resolver o problema da habitação no brasil o que nós éramos doze pessoas produzimos o projeto moradia projeto moradia 13 a criação do ministério das cidades de um ministério tá ligado à questão do desenvolvimento urbano o que desde a época da ditadura você tinha o algumas coisas ligados a isso mas depois até o a
criação do ministério da cidade tem um movimento errático no governo federal com a política urbana no brasil o projeto moradia então é fazer uma proposta de criação de um ministério no organismo federal importante porque na época do fernando henrique era uma secretaria sepurb né secretária de política urbano nós achávamos que tinha que existir um ministério e também dá vamos algumas propostas para a questão da moradia né e quando o lula ganhou as eleições em 2002 e eu passei em em 1998 eu defendi o concurso para professora titular da usp oi e eu comecei a coordenar
o curso de pós-graduação e eu fui nele até 2002 quando o lula me chamou para brasília para fazer parte do da equipe de transição fernando henrique lula bom e nós nos instalamos improvisadamente em brasília para fazermos um balanço do governo fernando henrique um balanço dos do que estava acontecendo nos dos projetos em andamento etc nunca me esqueço que eu ajudei fazer o levantamento do banco do brasil e da caixa econômica federal por conta dos financiamentos à moradia ea gente descobriu que eles estavam sendo organizados para serem privatizados que o que tá acontecendo hoje novamente né
então é e se tratava na equipe de transição de criar o ministério das cidades e havia é indisponibili gente disponibilizada com essa proposta né por exemplo palocci quero uma pessoa muito importante na no quadro tá de poder ali da da transição e que depois foi muito importante no primeiro governo lula né mas o lula queria oi e a proposta que nós fizemos eu chamei algumas pessoas para ajudar a pensar o que que poderia ser a estrutura de secretarias do ministério das cidades e nós decidimos havia muita disputa evidentemente tinha a gente da área de cooperativa
de trabalho que queria que houvesse um setor no no ministério das cidades para por exemplo por a questão do trabalho urbano e a gente disse não isso é questão do ministério do trabalho o que que nós vamos manter dentro do ministério das cidades políticas que tenham relação com a produção ou o uso do solo do espaço produção do espaço uso e ocupação do solo então a gente basicamente criou 4 o nariz o que tava ó pediu era saneamento ambiental nosso amamos não era só saneamento básico porque tinha água esgoto drenagem e resíduos coleta de resíduos
sólidos e a mobilidade urbana foi quando o conceito até contra a minha vontade mais com a hegemonia dos companheiros que trabalhavam na área da mobilidade ganhou a hegemonia né mobilidade urbana e não transporte público porque a inclui a pé bicicleta era uma outra inclui a hoje a ocupação do espaço a os tamanhos das viagens tal então mobilidade saneamento ambiental mobilidade habitação e uma secretaria que eu chamei no primeiro momento de programas especiais que era voltado para a cidade por exemplo a questão do patrimônio histórico a era da secretaria da cultura mas tinha muito a ver
com aqueles a questão dos dos centros de cidade a questão de recuperação de áreas degradadas a questão você podia ter programas especiais e também ali se discutiam questões que eram é muito importante que isso fique claro que deu muita discussão que pela constituição brasileira eram competência municipal planejamento urbano é competência municipal não é a questão metropolitana não é competência estadual e municipal mas o governo federal também ele dá diretrizes então a gente falou vamos pensar numa secretaria onde a gente consiga por meio de programas nacionais e federais dialogar com a política urbana que a competência
municipal bom então o ministério da cidade de também tinha o dream team era era era uma equipe genial e o olívio era em era como era um dia não cara impoluto honesto competente de espírito público incansável e e nós então a partir da 1ª conferência nacional das cidades nós tiramos um é um documento de orientação da detalhamento das políticas do ministério e instituímos uma estrutura de participação que começava nas conferências municipais que eram obrigatórias que elegiam delegados que um pras conferências estaduais que elegeram delegados que irão para a conferência nacional bom então nós instituímos essa
estrutura participativa que vai do município para o governo estadual que combina na conferência nacional das cidades e também um conselho nacional das cidades o conselho nacional das cidades então seria formado como eram governo de pacto social formado com empresários lideranças sociais lideranças acadêmicas as tranças é do legislativo de governos etc a ideia era que a gente fizesse uma um pacto dentro do conselho isso tudo combinou em dois meados de 2005 quando a gente tava recebendo inclusive alguns estudos que a gente havia encomendado da tânia bacelar sobre a rede de cidades no brasil do luiz césar
de queiroz ribeiro sobre as metrópoles brasileiras não é estávamos terminando também de pato a lei um novo marco regulatório do saneamento básico né na legislação para a área da mobilidade urbana enfim havia uma certa efervescência muita esperança oi e aí estoura a a a crise do mensalão não é e o governo precisava entregar o ministério das cidades para um partido nasce na câmara federal para tentar ampliar a governabilidade o e restabelecer algum equilíbrio nas votações no congresso nacional alguns companheiros ficaram que nós levamos o que foi levado pelo olívio dutra pelo por outros que participaram
do ministério continuaram no ministério eu fui convidado a continuar eu quero uma tentativa de você segurar um pouco daquela daquele conteúdo democrático original e inovador não é é diante de posições conservadoras e eu eu como não sou boa de jogo de cintura não me propus usa a ficar bom e mas achei que os movimentos sociais e um por meio dessa estrutura participativa e eu consegui segurar é mas a correlação de forças ela já tava mudando e depois é muito importante lembrar da crise de 2008 a crise de 2008 internacional ela foi definitiva na mudança de
rumos e quando eu li o minha casa minha vida é isso já estava meio aparente mas a partir do minha casa minha vida 2008/2009 e depois com as obras para copa e olimpíadas aí para mim tava evidente que aquilo não tinha mais nada a ver como que a gente tinha construído é evidente que você tem urbanização de favelas por exemplo foi até o pac-1 coisas importantes no pac 1 aconteceram aliás a minha a minha tese principal desse período é que houve democracia direta enquanto não havia dinheiro e enquanto não tinha fundo do público enquanto a
gente fazia ajuste quando o dinheiro apareceu em 2005 em diante o que foi criado o pacto 2007 segundo parque 2009 o primeiro minha casa minha vida quando o dinheiro apareceu o mercado e os capitais ganharam hegemonia no desenho dos programas e basta olhar as obras da copa e as obras viárias por exemplo as obras de mobilidade da conta o ou as dos estádios e o que foi feito no rio de janeiro foi a coisa mais impressionante né usando dinheiro da caixa bom né é para fazer o porto maravilha dinheiro do minha casa minha vida para
jogar população para de favela para fora dos da cidade do espetáculo e isso deu para ver no brasil inteiro sem metrô ze monotrilhos desenhados por interesse do capital imobiliário e não pela necessidade pelas necessidades populares já é alguma coisa que eu eu eu admiro a política social do lulismo e é óbvio que ela fez a diferença nas universidades é óbvio que fez a diferença para quem passar fome é óbvio que fez a diferença para os pobres o que conseguiu o até pros nos quatro milhões que acessaram com subsídio nunca jamais existentes na política habitacional do
brasil não é o minha casa minha vida não é os móveis os eletrodomésticos o aumento do salário mínimo mas no que se refere à política urbana e disso eu posso falar houve um momento luminoso e esse momento mais luminoso foi até antes de nós chegarmos ao governo federal e houve um momento em que o mercado e os capitais tomaram conta dos recursos é isso isso fica claro na minha casa minha vida com os dois por cento de dinheiro para o minha casa minha vida entidades ou então o fato do da urbanização de favelas se desaparecido
do pac 2 em bom então essa quando 2013 aconteceu e para mim isso já não tava caro e não é interessante você percebe porque agora eu tenho escrito muito né porque esse período de boom imobiliário boom automobilístico desoneração para compra de automóveis né e muito subsídio para produção da moradia fora da cidade né é e eles é na verdade você acompanhar esse período a ntp mostra isso a sensação nacional transporte público a vida nas cidades piorou especialmente pelo tempo que as pessoas estavam passando estão nos transportes na mobilidade então você tem quem tem uma mercedes
também a vida piorou no transporte mas especialmente para quem pelo fato de é a moradia aumentar de preço os aluguéis aumentarem de preço a população pobre ser jogada para a periferia da periferia é comprando automóvel mãe jogada para a periferia da periferia pelo fato de você é ter muito congestionamento entre 2003/2013 dobrou o número de automóveis nas cidades quadruplicou o número de motos então você tem uma condição de piora da vida urbana que não foi percebida isso que é impressionante a a a política do ministério das cidades eram era um monte de obra obra é
a questão da luta pela terra urbana o nó da terra foi esquecido o nó da terra que ele ele vinha desde o documento de 63 dos arquitetas até o último que a gente escreveu ele estava sempre lá o mais incrível aqui os movimentos sociais esqueceram do nó da terra no conselho das cidades e não é atribuição federal uso e ocupação do solo urbano isso é importante lembra é atribuição municipal e agora que o estatuto da metrópole nós temos aí um pouco mais regulada no papel no papel a questão metropolitana né mas o que é interessante
nessa história toda nessa evolução é que a promulgação de novas leis e avançadas leis extravagantes para uma produção atrasada do espaço e profundamente desigual continua bom então nós tivemos o estatuto da cidade em dois mil que foi regulamento a constituição de 88 uma lei de consórcios públicos em 2005 é a lei do saneamento básico em 2007 depois nós tivemos a lei da mobilidade urbana se eu não me engano 2012 a lei dos resíduos sólidos estatuto da metrópole quer dizer é muito engraçado tudo isso né não deixa de ser controverso e e e talvez um real
né é um monte de ideias fora do lugar é é um as leis elas são mais de um discurso livresco né que não que não dialoga com a realidade que dialoga com uma representação dessa realidade que é onde a elite sempre em viseu e as ideias fora do lugar que essa coisa de ignorar que você vem de um país de 400 anos de escravismos eu tenho mapas que mostram que a senzala urbana existe e nós não superamos a escravidão mas muito longe disso os estudos sobre as cidades mostram isso é a cidade linda ela é
branca e machista não é agora até a mulherada de classe média alta tá assim surgindo classe média-média tal né mas é uma construção ia ser olha a nossa legislação é ela a página prioridade na mobilidade é pedestre e bicicleta é prioridade acima do automóvel acima da carga acima do transporte coletivo é lei bom então eu acho que nosso nós estamos nesse no momento em que é abundância da correlação de forças o que olhando para cidades isso já ficava claro e antes de 2013 ela se estendeu para todas as áreas bom e nós perdemos hegemonia e
eu só não todo não tô desanimada não tô mesmo eu acho que nossa recomeçamos outro ciclo e com a moçada que vem aí é uma juventude que tá se organizando as múltiplas indicativas e movimentos né é mas eu tô com visita aqui não é de curto prazo a a nossa redemocratização ea recuperação de um projeto para cidades do brasil nós estamos trabalhando esse projeto para a cidade do brasil br cidades não é que tá teve uma adesão espetacular o nosso manifesto no brasil todo e prazo universidades nós entendemos que a questão da extensão é fundamental
essa é a universidade brasileira ela é muito fácil presa das ideias fora do lugar justamente pela tradição do descolamento né de do discurso livresco da aula discursiva calma tradição principalmente na área do direito né então qual é o antídoto contra isso é o trabalho de extensão é mergulhar como os alunos isso pode ser também no ensino não só na extensão mergulhar na realidade das nossas cidades não já temos casos extraordinários é o caso da federal da bahia é o caso de belo horizonte nossa belo horizonte tem vários grupos trabalhando a partir das universidades né da
federal da puc da e ela hendrix não é um são várias escolas que estão trabalhando com movimentos sociais estão trabalhando com mulheres na periferia na reforma das casas tal então eu acho que tem uma picada aberta aí e é realmente todo tipo de consideração né você tem desde produção de edifícios melhoria reformas acessibilidade toda a parte de insalubridade que é que é um dos problemas mais sérios que eu conheço na periferia né em todo o problema de saúde insalubridade que precisa ser enfrentado pela área de saúde pública e pela arquitetura pública né até chegar a
questões ambientais não é nas questões o que você tem por exemplo 25 porcento das moradias de favelas estão em app de beira de córrego em são paulo isso exige um trabalho que boot disciplinar e é ambiental né e eu fui evoluindo aí nessa nessa história foi parar na agricultura orgânica né que eu que eu acho também fundamental é um movimento internacional de você produzir alimento nos arredores da cidade e segurar especulação sigla conter a viagem dos alimentos que é muito impactante na camada de ozônio não é e portanto no aquecimento global então acho que tem
coisa demais para gente fazer e aí e aí e aí e aí
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