"NÃO ASSINE ESSE CONTRATO!" – FAXINEIRA REVELA UM SEGREDO PARA UM MILIONÁRIO DURANTE A NEGOCIAÇÃO...

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Histórias de um User
"NÃO ASSINE ESSE CONTRATO!" – FAXINEIRA REVELA UM SEGREDO PARA UM MILIONÁRIO DURANTE A NEGOCIAÇÃO......
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durante uma negociação Milionária uma fachineira se aproxima do empresário e sussurra não assine Esse contrato em um instante o ambiente congela o que ela revela a seguir não apenas muda tudo mas expõe uma verdade capaz de destruir vidas inscreva-se em nosso canal para continuar acompanhando histórias emocionantes como esta e não se esqueça de deixar seu curtir no vídeo para seguir assistindo Laura segurava firmemente o cabo da vassoura os nós dos dedos pálidos contra a madeira desgastada era o quarto dia consecutivo que ela limpava o mesmo carpete cinza claro da sala de reuniões executiva aquele espaço
enorme e Brilhante parecia existir apenas para reforçar que o mundo dela era diferente daquele que existia além das portas de vidro fumet ela estava quase terminando quando os homens entraram primeiro o som das vozes graves imponentes depois os passos firmes dos sapatos de couro ecoaram no chão polido um deles liderava o grupo Artur Mendonça o CEO de uma das maiores empresas de investimentos do país alto sério com um relógio que provavelmente valia mais que a casa inteira de Laura ele mal olhou na direção dela era como se não existisse Laura abaixou a cabeça e continuou
esfre and uma mancha invisível no chão isso não é problema meu pensou tentando ignorar o cheiro do perfume caro misturado ao ar condicionado Mas então veio a voz do homem sentado à direita de Artur o contrato É infalível senhor Mendonça a cláusula final amarra tudo perfeitamente é um acordo sem riscos cláusula final sem riscos a frase atingiu Laura como um soco era quase Idêntica ao que ela ouvira 15 anos quando um investidor dissera a mesma coisa ao seu pai foi naquele dia que sua família perdeu tudo ela não deveria estar ouvindo aquilo não deveria nem
estar na sala mas uma voz pequena e incômoda dentro dela insistiu que fizesse algo Laura largou a vassoura e ergueu os olhos para a longa mesa de vidro os homens ocupados demais em analisar papéis para notar em seu olhar fixo não assine as palavras borbulhar dentro dela como lava lutando para escapar Ela pensou em Raul seu irmão mais novo agora deitado em um leito frio de hospital pensou em Miguel o filho de 8 anos que acreditava que ela poderia protegê-lo de qualquer coisa Laura respirou fundo o som pareceu ecar ela se aproximou lentamente de Artur
os olhos fixos no papel em sua frente quando chegou perto o suficiente para ouvir o clique da caneta sendo preparado ela sussurrou não assine Esse contrato por um segundo ninguém pareceu ter escutado Mas então Artur congelou sua mão pairou no ar a ponta da caneta ainda tocando o papel O silêncio que se seguiu foi tão denso que Laura pensou ter parado o tempo Artur girou a cabeça lentamente na direção dela os olhos castanhos antes despreocupados agora a queimavam de raiva e confusão o que você disse os outros homens finalmente olharam para ela alguns com incredulidade
outros com uma expressão que Laura não ousou decifrar Seu Coração batia como um tambor contra o peito cada batida mais alta que a anterior Esse contrato não assine vai ser um erro senhor ela não sabia de onde tirou forças para manter a voz firme um murmúrio explodiu entre os homens ao redor da mesa um deles soltou um riso debochado como se fosse a coisa mais absurda que ouvira quem é você Artur perguntou a voz baixa e controlada mas havia uma ponta de fúria ali Laura abriu a boca mas antes que pudesse responder uma mulher elegante
com um Tablet nas mãos se aproximou de Artur senhor Mendonça sinto muito ela ela é uma funcionária de limpeza vou tirá-la daqui imediatamente a mulher segurou Laura pelo braço puxando-a em direção à saída eu só só estou tentando ajudar Laura murmurou mas já não importava enquanto era praticamente arrastada para fora ela viu Artur olhar de volta para o papel seus olhos vacilaram por um momento ela queria acreditar que ele estava considerando suas palavras na porta a supervisora Dona Mara esperava com uma expressão de raiva contida você enlouqueceu o que você pensa que estava fazendo lá
dentro Laura sentiu o rosto queimar de vergonha talvez realmente tivesse perdido a cabeça mas havia algo naquele contrato algo que ela sentia nas entranhas como um alerta Me desculpe foi tudo que ela conseguiu murmurar Dona Marta apontou para a porta do fundo do prédio Pegue suas coisas e vá para casa nós conversaremos amanhã Laura mas não disse nada pegou o balde e a vassoura ignorando os olhares curiosos dos colegas que passavam pelo corredor ela não podia deixar aquilo abalar ainda precisava buscar Miguel na escola e visitar Raul no hospital quando ela finalmente saiu pela porta
de serviço o vento frio da tarde acertou seu rosto fechou os olhos e respirou fundo tentando controlar as lágrimas fiz o que precisava ser feito fiz o que meu pai não fez pensou repetindo para si mesma como um mantra na sala de reuniões Artur permanecia em silêncio encarando o papel à sua frente as vozes ao redor dele continuavam discussões sugestões ordens mas ele não ouvia mais nada o rosto daquela fachineira ainda pairava em sua mente e as palavras dela ecoavam como um trovão distante não assine Esse contrato Por que alguém como ela diria aquilo o
que ela sabia ele se pegou olhando para a última cláusula novamente por um instante ele pensou ter visto algo um detalhe estranho ou talvez fosse só a impressão deixada por aquelas palavras Senor Mendonça a voz de seu advogado trouxe de volta preciso de mais tempo Quero rever alguns pontos Artur disse de repente afastando o contrato o murmúrio de surpresa se espalhou pela sala o advogado franziu o senho Senhor os termos são perfeitos não há nada a rever Artur o ignorou pela primeira vez em anos ele não tinha certeza do que fazer e essa incerteza o
incomodava profundamente a figura da mulher desconhecida os olhos Aflitos e sinceros se recusava a desaparecer quem era ela e por que aquelas palavras o abalavam tanto Artur girava a caneta entre os dedos os olhos fixos na cláusula final do contrato mas a mente completamente distante a reunião tinha terminado há mais de meia hora os investidores já haviam saído com expressões de irritação pela interrupção Inesperada ele havia pedido tempo para revisar o documento o que deixou todos perplexos Artur nunca adiava decisões agora sozinho na sala de reuniões o silêncio era ensurdecedor o rosto da mulher cabelos
escuros amarrados de qualquer jeito uniforme simples e mãos ainda úmidas da limpeza surgia em sua mente repetidamente não assine Esse contrato a voz dela apesar de baixa soava convicta Artur apertou os olhos frustrado consigo mesmo por estar dando atenção àquela situação absurda Quem era aquela faxineira para saber qualquer coisa sobre um contrato desse nível uma funcionária de limpeza uma desconhecida e ainda assim algo na firmeza da voz dela o fizera hesitar preciso entender isso pensou levantando-se subitamente seu palitó se dobrou quando ele o jogou sobre o braço os passos apressados em direção à área administrativa
Laura estava na pequena sala dos Fundos do prédio sentada em um banco de madeira desgastado encarando o celular a tela rachada em um canto mostrava uma mensagem de texto do hospital medicação de Raul disponível venha buscar o quanto antes ela apertou o aparelho contra o peito sentindo a onda de desespero familiar subir pela garganta como ela pagaria por aquilo agora depois da confusão que causou na sala de reuniões seria um milagre se ainda tivesse um emprego no dia seguinte Laura a voz Severa de Dona Marta rasgou seus pensamentos ela se levantou rapidamente enfiando o celular
no bolso Sim senhora dona Marta apareceu na porta os olhos estreitados de raiva o Senor Artur Mendonça quer falar com você agora o coração de Laura despencou era isso pensou o momento em que seria oficialmente demitida ela sentiu as mãos tremerem enquanto caminhava pelo corredor até a sala de reuniões cada passo ecoando como um prenúncio ao entrar encontrou Artur parado de costas para a janela os braços cruzados sobre o peito ele não olhou imediatamente mas o silêncio da sala era pesado como se absorvesse qualquer chance de escapatória feche a porta a voz dele era baixa
mas autoritária Laura fez o que ele pediu respirando fundo antes de se virar para encará-lo finalmente a observou os olhos escuros analisando-a de cima a baixo pode me explicar o que aconteceu lá dentro ele perguntou com um tom quase contido demais eu eu não deveria ter falado nada senhor Laura respondeu rapidamente abaixando os olhos Foi um erro Sim foi um erro Arthur se aproximou seus sapatos ecoando no chão você entende que aquilo poderia ter prejudicado uma negociação Milionária que as pessoas naquela sala poderiam tê-la acusado de algo muito mais sério Laura assentiu o rosto vermelho
eu sei eu sinto muito então por que fez isso Artur insistiu o Tom mais agudo agora ela hesitou sentindo o peso da situação ele jamais acreditaria nela mas por alguma razão Laura não conseguia simplesmente pedir desculpas e sair ele precisava saber porque eu já vi isso antes as palavras escaparam antes que pudesse contê-las Artur arqueou uma sobrancelha Como assim Laura respirou fundo mantendo os olhos fixos em um ponto Qualquer na parede Meu pai era dono de uma pequena Marcenaria há muitos anos um investidor prometeu que ajudaria a expandir o negócio com um contrato perfeito Ele
usou as mesmas palavras que o senhor ouviu hoje sem riscos mas havia uma escondida com juros abusivos e penalidades absurdas quando meu pai percebeu já era tarde demais perdemos tudo a casa o negócio ele nunca se recuperou a sala ficou em silêncio por um instante Laura usou o olhar para Artur que a encarava com uma expressão indecifrável E você acha que algo parecido está acontecendo com o meu contrato ele perguntou finalmente a voz agora mais branda deu o Lábio nervosa não sei eu não li o contrato mas quando ouvi o que aquele homem disse me
pareceu igual era como se ela buscou as palavras certas como se fosse um aviso Artur soltou um suspiro pesado passando a mão pelos cabelos escuros era evidente que ele estava irritado mas algo nela parecia tê-lo desarmado ela não parecia mentirosa ou manipuladora parecia apenas assustada um ele repetiu com um toque de sarcasmo baseado no que você ouviu eu sei que não faz sentido a voz dela tremeu mas ela Manteve o olhar firme mas por favor senhor só só Olhe de novo a frase ficou no ar pendurada entre eles como uma corda frágil Artur não disse
nada por um longo momento ele apenas a observou como se tentasse ler seus pensamentos finalmente ele bufou e afastou caminhando de volta para a mesa onde os papéis do contrato ainda estavam espalhados pegando a pasta ele bateu com ela na superfície da mesa um som seco e definitivo eu vou revisar o contrato ele anunciou mais para si mesmo do que para ela mas não pense que isso significa que acredito em você Laura assentiu sentindo uma ponta de alívio mas também uma vergonha crescente obrigada Artur olhou para ela novamente e dessa vez a intensidade de seu
olhar fez com que ela desviasse o rosto isso é tudo pode ir Laura não precisou ouvir duas vezes ela abriu a porta e saiu quase correndo o coração ainda batendo forte de volta à pequena sala de funcionários Dona Marta a esperava com os braços cruzados o que ele disse perguntou a supervisora quase cuspindo as palavras Laura engoliu em seco ele pediu para revisar o contrato revisar Dona Mara soltou uma risada amarga como se isso tivesse alguma coisa a ver com você olhe aqui Laura você está em Apuros o que aconteceu hoje foi grave entendeu se
o Senor Mendonça decidir você estará na rua amanhã mesmo eu entendo Laura murmurou a voz baixa Dona Marta Balançou a cabeça se eu fosse você prepararia suas coisas pessoas como nós não t o direito de se meter na vida deles as palavras doeram mais do que Laura esperava talvez porque no fundo soubesse que eram verdade ela abaixou a cabeça e voltou a sentar no banco o corpo inteiro tenso naquela noite enquanto caminhava pelas ruas escuras em direção ao hospital onde Raul estava internado Laura ainda ouvia as palavras de Artur e em sua mente eu vou
revisar o contrato ela queria acreditar que tinha feito a coisa certa mas a dúvida a corroía e se estivesse errada e se no final ela apenas ess prejudicado a mesma e envergonhado sua família ainda mais com o vento frio cortando seu rosto Laura olhou para o cé escuro e murmurou uma prece silenciosa por favor que eu não tenha cometido um erro Artur estava sozinho em seu escritório sentado à mesa de madeira escura no centro do cômodo eram quase duas da manhã mas ele não conseguia ir embora o contrato repousava à sua frente como uma cobra
Adormecida Traiçoeira até aquele aviso inesperado não assine Esse contrato as palavras ecoavam insistentes como um tambor silencioso em sua mente frustrado Artur passou as mãos pelo rosto quantas vezes já revisara aquelas páginas 10 talvez mais sua caneta sublinhou novamente a mesma linha alienação de ativos presentes sob seu nome ou nome de suas subsidiárias não era uma cláusula comum algo estava errado com um movimento brusco pegou o telefone e discou Gustavo atendeu ainda com voz de sono Senor Mendonça preciso que revise a cláusula final do contrato da esfera capital a manhã de manhã detalhadamente senhor nós
já revise outra vez Gustavo sem brechas o Tom firme de Artur cortou a objeção Quando desligou deixou o telefone sobre a mesa e encarou o papel mais uma vez uma dúvida que parecia absurda o incomodava como ela sabia uma faxineira desconhecida alertando sobre algo que nenhum advogado percebeu ele não queria admitir mas não conseguia ignorar horas depois a confirmação veio Gustavo Entregou um relatório com expressão sombria o senhor estava certo a cláusula final é abusiva se assinasse perderia direitos sobre ativos essenciais era uma jogada Sutil mas devastadora Artur sentiu uma onda de alívio misturada à
raiva como Não vimos isso antes foi intencional senhor respondeu Gustavo desconfortável disfarçada no meio de termos Artur recostou-se na cadeira não havia como negar aquela mulher salvara sua empresa uma desconhecida que sequer deveria estar na sala cancele qualquer negociação com a esfera capital divulgue uma nota oficial sim senhor quando Gustavo saiu Artur olhou pela janela do escritório ainda tentando entender ela arriscou o emprego por isso Por que não ficou quieta compaixão intuição ou algo mais profundo a culpa pesou nos ombros sem perceber ele mesmo causara um desastre para ela pegou o telefone outra vez Dona
Marta preciso do contato da funcionária que limpava a sala ontem Laura Senor Mendonça a voz dela hesitou ela foi dispensada após o ocorrido dispensada Artur sentiu a irritação subir por ordem de quem achei que fosse à sua vontade Arthur Desligou o maxilar travado Laura fora demitida por tentar ajudá-lo ele não podia aceitar isso Carol Cancele a agenda da tarde ordenou a secretária Descubra onde Laura mora quero falar com ela o mais rápido possível no hospital Laura estava sentada ao lado de Raul observando o irmão dormir o rosto pálido e a tosse recente eram uma constante
lembrança da luta que travavam todos os dias ela não sabia como pagaria os medicamentos nem o aluguel desde que perdera o emprego as preocupações a esmagavam um som de passos no corredor a fez erguer os olhos quando viu Artur Mendonça parado à porta ficou paralisada o que o que o senhor está fazendo aqui ele deu um passo à frente pela primeira vez não parecia o empresário inabalável que vira dias antes procurei você o dia inteiro por qu a voz dela saiu defensiva Artur respirou fundo a expressão Sé você estava certa sobre o contrato se não
fosse por você minha empresa teria sido destruída Laura piscou atônita o senhor descobriu Sim e eu também Descobri que você perdeu o emprego por minha causa Isso foi um erro o Tom dele era firme mas sincero Laura riu sem humor foi meu erro eu me meti onde não devia não di isso AX vo maisai muit a você agora quero ajudar Laura cruzou os braços tentando ignorar o aperto no peito não quero caridade senhor Mendonça não é caridade é gratidão Artur hesitou olhando para Raul adormecido posso ajudar com o tratamento dele Laura olhou para o irmão
e por um momento deixou o orgulho vacilar ela precisava daquela ajuda mas aceitar parecia admitir fraqueza eu não sei Pense nisso Artur recuou um passo respeitando o silêncio dela apenas me deixe ajudar de alguma forma ela não respondeu quando Artur deixou o quarto Laura afundou na poltrona Exausta As palavras dele continuavam ecoando não é caridade é gratidão por mais que tentasse sabia que ele estava certo o cheiro de desinfetante e álcool pairava no ar como uma constante lembrança de onde Laura estava ela ajustou o cobertor sobre Raul que dormia profundamente na cama Estreita e dura
do hospital público o rosto pálido dele parecia mais Sereno agora mas a tosse recente ainda ecoava em sua mente um som que lhe tirava o sono todas as noites Laura se sentou na velha poltrona ao lado da cama os olhos fixos no irmão ele estava lutando e ela sabia disso a medicação havia um pouco seu estado mas o tratamento que realmente precisava ainda estava fora do alcance dela cada dia no hospital era uma mistura de esperança e desespero como uma corda bamba onde ela tentava se equilibrar sozinha o celular vibrou no bolso de seu casaco
surrado ela olhou para a tela rachada Escola Miguel favor comparecer a reunião de pais Laura suspirou reunião de pais uma de culpa percorreu seu peito ela estava fazendo o possível e o impossível mas parecia que nunca era suficiente Cada escolha que fazia era entre uma obrigação e outra ela passou as mãos pelo rosto e tentou ignorar o peso do cansaço não podia fraquejar não agora Artur Mendonça caminhava pelo corredor Estreito do hospital com uma expressão incomodada ele não se lembrava da última vez que estivera em um hospital público talvez fosse quando criança visitando um parente
distante tudo parecia tão diferente do mundo em que vivia as paredes descascadas o som dos monitores cardíacos ecoando de quartos próximos os olhares cansados de médicos e enfermeiros era como estar em outro planeta ele não sabia o que o fizera parar ali depois de finalmente encontrar Laura No dia anterior e perceber a resistência dela sentiu que havia mais naquela mulher do que ele entendia ela o intrigava não apenas porque salvara sua empresa mas porque parecia carregar o peso do mundo nos ombros sem nunca pedir ajuda passou pela recepção onde uma enfermeira lhe lançou um olhar
curioso um homem de terno caro em um hospital público chamava a atenção mas ele ignorou tinha conseguido o nome do hospital com a equipe administrativa e agora procura Ava por ela quando finalmente avistou a figura familiar sentada ao lado de uma cama no final do Corredor ele parou por um instante Laura estava lá com o olhar perdido observando o homem que dormia na cama o rosto dela apesar de exausto ainda mantinha aquela força que Ele começava a reconhecer como alguém consegue suportar tanto Artur pensou sentindo uma pontada de admiração misturada a cu ele caminhou até
o quarto e o som de seus passos ecoou no chão de linóleo Laura percebeu a presença dele antes que ele dissesse qualquer coisa seus olhos se arregalaram levemente ao vê-lo parado à porta como uma visão Improvável senhor Mendonça a voz dela soou quase incrédula Artur ele corrigiu calmamente entrando no quarto posso entrar Laura hesitou mas assentiu Claro Arthur observou o homem na cama Raul a semelhança entre ele e Laura era inegável seu irmão perguntou a voz mais suave do que pretendia Sim ela se levantou ajeitando o casaco enquanto cruzava os braços o que o senhor
está fazendo aqui Artur olhou para ela por um instante antes de responder eu queria saber como você está depois de ontem estou bem Laura respondeu rapidamente Como se quisesse encerrar a conversa antes que começasse não parece Artur retrucou os olhos vagando pelo quarto simples e frio ele respirou fundo e encarou Laura novamente você foi demitida por minha causa isso é injusto Laura Balançou a cabeça um pequeno sorriso amargo surgindo em seus lábios não foi por sua causa foi por minha eu me meti onde não devia Você salvou minha empresa Artur insistiu e Perdeu o emprego
por isso não importa ela desviou o olhar apertando os braços contra o peito eu vou encontrar outra coisa o silêncio entre eles se alongou Artur observou Laura cuidadosamente havia uma teimosia nela que Ele começava a admirar mas também um cansaço visível como se cada palavra custasse energia posso ajudar ele disse finalmente Laura voltou a olhar para ele surpresa e desconfiada ao mesmo tempo o qu Quero te oferecer um emprego um trabalho digno que pague o suficiente para você cuidar do seu irmão e do seu filho ele falou devagar como se escolhesse cada palavra com cuidado
e Se permitir quero ajudar com o tratamento dele não a resposta veio firme e imediata fazendo Artur arquear as sobrancelhas não não preciso da sua ajuda Laura deu um passo à frente a voz mais firme agora não quero caridade Artur suspirou passando a mão pelo queixo enquanto a observava não é caridade Laura é uma forma de agradecer você fez algo que ninguém teve a coragem de fazer você me alertou salvou milhões isso vale mais do que posso pagar então não pague ela rebateu os olhos brilhando de emoção contida eu não fiz isso por dinheiro eu
sei Artur respondeu suavemente surpreendendo e talvez seja por isso que eu queira tanto ajudar Laura abriu a boca para responder mas se calou uma nova tosse fez Raul se mexer na cama e Laura imediatamente desviou o olhar para o irmão ela se aproximou e colocou uma mão em sua testa o movimento automático de alguém que havia feito aquilo inúmeras vezes a Artur observou a cena sentindo uma onda Inesperada de respeito por ela quanto peso aquela mulher carregava sozinha você não pode fazer tudo sozinha Laura a voz dele era baixa quase Gentil às vezes aceitar ajuda
é um ato de força não de fraqueza Ela ficou em silêncio os olhos ainda fixos em Raul por mais que quisesse mandá-lo embora as palavras dele mexeram com algo dentro dela aceitar ajuda era o que mais precisava agora mas Laura não podia não depois de tudo ela se virou para ele o olhar duro mas a voz mais suave dessa vez agradeço senhor Mendonça de verdade mas eu não posso aceitar Artur assentiu lentamente como se já Esperasse aquela resposta está bem eu não vou insistir por enquanto Laura cruzou os braços novamente observando-o enquanto ele caminhava até
à porta quando cheg lá ele parou e olhou para ela mais uma vez se mudar de ideia sabe onde me encontrar e com isso ele se foi Laura ficou parada no centro do quarto encarando o vazio deixado pela presença dele ela sentiu o peso do cansaço dobrar como se o simples ato de Resistir tivesse drenado o pouco de energia que ainda restava ela olhou para Raul mais uma vez e depois se sentou na poltrona apoiando a cabeça nas mãos por mais que quisesse esquecer aquele encontro as palavras dele continuavam ecoando em sua mente às vezes
aceitar ajuda é um ato de força não de fraqueza ela odiava admitir mas ele tinha razão Laura caminhava pela rua com Miguel segurando firme sua mão pequena as calçadas esburacadas do bairro pareciam mais Traiçoeiras naquela manhã ou talvez fosse apenas o peso de seus pensamentos a fazendo tropeçar no próprio cansaço desde o encontro com Artur no hospital o dia Parecia ter ficado mais longo e o peso das contas não diminuíra nem um pouco Mãe você tá triste a voz de Miguel cortou seus devaneios ela olhou para o filho e forçou um sorriso um que ele
não percebeu ser falso não meu amor é só cansaço ele a sentiu como se entendesse embora Laura soubesse que sentia mais do que demonstrava ele era um menino observador Mais maduro do que deveria ser para seus 8 anos enquanto entravam no portão enferrujado da escola pública Laura ouviu um som familiar seu telefone vibrando no bolso do casaco ela o retirou olhando a tela rachada o número desconhecido a fez hesitar mas atendeu Alô Laura aqui é Artur o coração dela pulou uma batida a voz era grave e calma mas ela não esperava ouvi-lo tão cedo muito
menos no meio da manhã Senor Mendonça ela respirou fundo o que o senhor quer queria conversar com você novamente se puder me ouvir Laura apertou os lábios e olhou para Miguel que já se preparava para entrar na escola ela acenou para ele e afastou-se um pouco não sei se temos algo a conversar Senhor por favor me chame de Artur ele suspirou do outro lado da linha eu sei que você é uma mulher orgulhosa e que não quer aceitar ajuda Mas pensei em outra coisa algo que não sou e como caridade Laura ficou em silêncio desconfiada
ele prosseguiu estou organizando um evento beneficente esta semana um jantar formal muitas pessoas influentes estarão lá empresários investidores advogados pode ser uma oportunidade para você conhecer pessoas que podem ajudar de forma profissional Laura franziu o senho E por que o senhor está me convidando para algo assim porque você me ajudou quando ninguém mais teria feito isso a voz dele era firme mas sem arrogância Eu sei que você não quer dinheiro ou ajuda direta então considere isso apenas uma oportunidade não tenho nada a ver com o mundo de vocês não sei nem por onde começar em
um lugar assim você não precisa começar só precisa estar lá Artur fez uma pausa breve e leve o Miguel também tenho certeza de que ele vai gostar Laura hesitou a ideia de entrar em um ambiente como aquele cheio de gente rica e poderosa a deixava desconfortável era um mundo que não pertencia a ela e todos saberiam disso no momento em que a vissem Mas e se fosse uma chance talvez pudesse conhecer ser alguém disposto a dar uma oportunidade de trabalho digna Miguel precisava dela inteira e Raul Raul precisava de cuidados caros que ela não podia
pagar quando é o evento Ela perguntou quase se surpreendendo por ouvir sua própria voz quinta-feira à noite posso mandar um carro buscar você e Miguel Laura mordeu o Lábio tudo aquilo parecia exagerado como se ela estivesse sendo puxada para uma realidade que não era sua não precisa do carro eu mesma me viro como preferir Artur pareceu sorrir levemente do outro lado espero vocês Laura ficou parada em frente ao espelho pequeno do banheiro o vestido azul marinho que usava era o mesmo que guardava há anos usado apenas em ocasiões raras e já começava a apertar no
busto não era nada especial comparado às roupas de luxo que imaginava ver naquela noite mas era o melhor que podia fazer você está linda mamãe Miguel apareceu na porta vestindo uma camisa branca e calça jeans limpa seus cabelos negros estavam penteados para o lado e ele sorria com aquela ingenuidade infantil que Laura tanto amava Obrigada meu amor Laura se abaixou e ajeitou o colarinho dele sabe que você é o menino mais bonito desse mundo não é igual ao papai ele perguntou de repente pegando Laura de surpresa ela respirou fundo e forçou um sorriso mais bonito
ainda ela o abraçou afastando a lembrança amarga do passado minutos depois os dois caminhavam até o ponto de ônibus Laura recusara o carro de Artur por orgulho mas agora enquanto sentava no banco de metal gelado ao lado de Miguel sentiu uma pontada de arrependimento não pela comodidade mas porque ele parecia de jeito querer facilitar as coisas o ônibus os deixou a três quarteirões do salão onde o evento acontecia Laura e Miguel caminharam pelo bair de prédios luxuosos onde os carros esportivos desfilavam lentamente e as pessoas vestidas com ternos e vestidos longos passam sem sequer notar
a presena deles mamãe Esse lugar é bonito Miguel segurou a mão dela Olhando em volta é filho Laura respondeu sentindo o nervosismo Subir pelo estômago quando chegaram à entrada do salão um segurança alto os olhou de cima a baixo Laura engoliu em seco e sentiu o peso da inadequação mas antes que pudesse falar qualquer coisa ouviu uma voz familiar atrás dela eles estão comigo Artur surgiu vestido em um terno cinza Impecável os cabelos levemente desalinhados como se tivesse passado eles pouco ele sorriu suavemente para Miguel antes de se virar para Laura Que bom que vieram
eu quase desisti Laura admitiu olhando para a porta enorme do salão iluminado não pareço nem um pouco com quem deveria estar aqui isso não importa Artur disse sério o que importa é que você está ele fez um gesto para que entrassem e Laura segurando firme a mão de atravessou as portas relutante lustres de cristal iluminavam o teto abobadado e as mesas eram cobertas por toalhas brancas impecáveis com arranjos de flores delicadas no centro homens e mulheres elegantemente vestidos conversavam em Pequenos Grupos segurando taças de champanhe como se fossem extensões de suas mãos Laura sentiu todos
os olhares sobre ela ou pelo menos imaginou que sentia o vestido simples parecia gritar em meio aos tecidos caros e Miguel Encantado olhava tudo como se estivesse em outro planeta Olha isso mamãe Ele puxou a manga dela apontando para uma mesa repleta de sobremesas sofisticadas podemos ir lá depois ela sussurrou Artur os guiou por entre os convidados cumprimentando pessoas com sorrisos polidos ele não parecia desconfortável a lado dela Laura percebeu como ele era respeitado ali como as pessoas o escutavam com atenção e o olhavam com admiração senhor Mendonça Quem são os seus convidados uma mulher
loira vestindo um longo vestido vermelho perguntou curiosa Artur sorriu colocando a mão gentilmente no ombro de Miguel esta é Laura e seu filho Miguel eles são pessoas muito especiais Laura oo esquentar as palavras dele a surpreenderam Mas a forma como ele as disse com respeito e Sinceridade fez com que ela relaxasse ainda que apenas um pouco é um prazer Laura disse educadamente Miguel sorriu para a mulher e estendeu a mão Oi eu sou o Miguel minha mãe é a melhor pessoa do mundo a mulher pareceu Surpreendida mas sorriu genuinamente Encantada que rapaz educado ela respondeu
Laura olhou para Artur que observava a cena com uma expressão satisfeita ela não sabia ainda o que pensar dele mas pela primeira vez sentiu que talvez ele estivesse realmente tentando ajudá-la talvez essa noite não fosse um erro o salão brilhava com uma luz quase dourada como se Cada centímetro daquele lugar tivesse sido polido para impressionar Laura andava devagar ao lado de Artur sentindo os olhos dos convidados pousarem sobre ela como pequenas agulhadas ela sabia o que estavam pensando quem é ela por que está aqui com aquele vestido a mão de Miguel apertava a dela trazendo
um conforto Sutil em meio àquele ambiente opressivo o menino olhava em volta com a curiosidade inocente de quem não percebia a atenção que envolvia sua mãe mamãe Olha aquele bolo sussurrou Miguel apontando para uma mesa repleta de doces tão perfeitos que pareciam cenográficos Laura sorriu levemente inclinando-se até ele depois a gente vê tá bom pode ir lá pegar algo para ele Arthur disse ouvindo o diálogo e inclinando a cabeça em direção à mesa de sobremesas Não obrigada Laura respondeu rapidamente erguendo o queixo Estamos bem Artur a olhou de lado como se quisesse dizer algo mas
se conteve ele percebeu a postura dela os ombros tensos o olhar evasivo Laura estava se defendendo do ambiente armada de Orgulho e desconfiança o que ele não conseguia entender era porque isso o incomodava tanto pela primeira vez Artur sentiu-se estranho naquele mundo ao qual sempre pertenceu enquanto caminhavam Laura podia ouvir os fragmentos das conversas algumas eram sussurradas outras ditas em um tom falsamente neutro quem é aquela mulher uma convidada do senr Mendonça deve ser alguém importante importante não parece Olha a roupa dela cada palavra parecia cortar um pouco mais fundo mas Laura não demonstrava ela
já havia aprendido a ignorar comentários assim desde que se tornara mãe suas prioridades haviam mudado o orgulho dela estava em coisas maiores do que roupas caras e joias brilhantes ela se o olhar de Artur sobre si atento talvez até preocupado mas não queria olhar para ele Laura sabia que no fundo Artur também via a diferença ele pertencia à aquele lugar ela não Senor Mendonça uma voz grave soou atrás deles Artur parou e se virou cumprimentando um homem mais velho com cabelos grisalhos e um sorriso profissional Laura reconheceu o tipo experiente tão acostumado ao sucesso quanto
a gravata que usava Artur Pensei que não fosse aparecer hoje disse o homem estendendo a mão e vejo que trouxe convidados Artur sorriu e assentiu sempre cumpro minhas promessas Roberto quero apresentar Laura e Miguel Roberto lançou um olhar rápido e curioso a Laura claramente surpreso com a simplicidade dela mas logo se virou para Miguel e você rapaz ele se abaixou ligeiramente deixando o sorriso mais Genuíno Qual o seu nome Miguel a voz do menino saiu firme sem nenhum traço de timidez ele estendeu a mão pequena arrancando uma risada genuína do homem um aperto de mão
forte hein você vai ser um grande homem garoto Roberto olhou de volta para Artur impressionado ele é seu parente antes que ur respondesse migu se adiantou não ele é só o comentário inesperado arrancou risadas de alguns convidados próximos que haviam escutado inclusive do próprio Roberto Artur sorriu genuinamente surpreso pela resposta de Miguel enquanto Laura lanou um olhar quase de desculpas o garoto é esperto Roberto disse erguendo uma taça de champanhe antes de se despedir Aproveitem a noite Artur olhou para Miguel com uma sobrancelha arqueada amigo é você é não é Miguel respondeu inocentemente dando de
ombros Artur riu genuinamente divertido pela primeira vez naquela noite Laura relaxou um pouco Miguel com sua simplicidade e falta de filtro Parecia ter um dom para quebrar a rigidez daquele lugar enquanto Artur conversava com um grupo de convidados Laura e Miguel se aproximaram discretamente da mesa de sobremesas Laura observava o filho escolher um doce com os olhos brilhando sentindo um calor no peito pelo menos ele estava feliz mãe isso é de verdade Miguel perguntou segurando um pequeno doce que parecia uma miniatura perfeita de uma torta é filho é de verdade Miguel deu uma mordida cuidadosa
e seu rosto se iluminou é o melhor doce do mundo Laura riu baixinho tocando rosto do filho com carinho Que bom meu amor Laura a voz de Artur a fez se virar ele estava ali observando os dois com um olhar indecifrável ela se endireitou automaticamente como se tentasse recuperar a postura diante dele O Miguel parece ter gostado do evento ele disse olhando para o menino que devorava o doce com toda a concentração do mundo ele é fácil de agradar Laura respondeu a voz mais dura do que pretendia não está acostumado a essas coisas e você
Artur perguntou diretamente Laura o encarou surpresa com a pergunta o que tem eu como você está se sentindo Artur insistiu a voz baixa quase Gentil ela hesitou desviando o olhar como alguém que não pertence a este lugar Artur não respondeu de imediato Ele olhou ao redor como se observasse o salão pela primeira vez através dos olhos dela os risos falsos os olhares julgadores os comentários vazios pela primeira vez ele sentiu que aquele mundo que tanto admirar durante anos tinha algo de frio e superficial talvez você esteja certa ele finalmente disse Talvez esse lugar não mereça
pessoas como você Laura o olhou rapidamente surpresa com o comentário havia sinceridade no tom de Artur e a desconcertou eu não preciso de sua pena ela respondeu mais rápido do que pretendia não é pena Artur Balançou a cabeça o olhar firme é respeito Laura sentiu o rosto esquentar e desviou o olhar novamente ela não sabia o que dizer antes que pudesse responder Miguel chamou sua atenção mamãe olha o tamanho daquele bolo posso pegar mais um doce Laura sorriu Grata pela distração só mais um mas Nada de exagerar enquanto Miguel corria de volta à mesa Artur
permaneceu ao lado dela eles ficaram em silêncio por um momento observando o menino ele é incrível Artur disse suavemente tem uma luz que é difícil de encontrar Laura assentiu um pequeno sorriso tocando seus lábios ele é a melhor coisa da minha vida Artur observou novamente eessa vez escondeu a admiração ela carregava tanto peso mas ainda assim conseguia sorrir para o filho protegê-lo e dar a ele uma infância Feliz era uma força que ele não conhecia Obrigado por terem vindo ele disse finalmente sei que não foi fácil para você não foi Laura respondeu olhando para ele
mas estou aqui e isso significa alguma coisa não é Artur assentiu um sorriso discreto surgindo em seus lábios significa muito enquanto o salão continuava sua festa Laura sentiu que algo havia mudado não no lugar não nas pessoas mas em como ela e Artur começavam a se ver ainda eram mundos diferentes mas por um momento parecia que as barreiras entre eles não eram tão intransponíveis quanto pareciam a brisa fria da noite batia no rosto de Laura enquanto ela caminhava devagar pelo calçamento impecável que levava até a saída do salão o evento finalmente havia terminado e o
peso de estar naquele lugar parecia se dissolver lentamente como fumaça Miguel segurava a mão dela sonolento mas com um pequeno sorriso no rosto satisfeito depois de comer mais doces do que deveria obrigado por hoje mamãe ele murmurou a voz arrastada pelo cansaço Laura olhou para o filho e Sorriu suavemente a abaixando-se para ajeitar o casaco dele obrigada você meu amor por ter sido tão educado tchau Senor Artur Miguel virou-se e acenou para o homem que os acompanhava até a saída Artur retribuiu o aceno com um sorriso raro e Genuíno o menino era simples e sincero
qualidades que ele não encontrava há muito tempo em ninguém de seu convívio Miguel é um garoto incrível Artur comentou andando ao lado de la ele é Laura respondeu apertando a mão do filho um menino de ouro Eles chegaram ao estacionamento silencioso o carro de Artur estava parado próximo brilhando so a luz fraca dos postes mas ele não parecia com pressa para partir aceitem que eu leve vocês para casa Artur ofereceu os olhos pousando em Laura com aquela seriedade tranquila que a deixava desconfortável Não precisa já disse que estamos bem É Tarde Laura ele insistiu ignorando
a resistência dela e está frio por favor ela respirou fundo analisando a oferta Miguel já cochilava encostado na lateral de sua perna e a ideia de pegar dois ônibus àquela hora com o filho no colo era exaustiva demais até para o seu orgulho está bem ela cedeu quase em um sussurro Arthur abriu a porta do o carro para ela enquanto Laura ajeitava Miguel no banco traseiro colocando a cabeça dele no colo quando Artur entrou no carro e o motor começou a ronronar suavemente o silêncio entre os dois pareceu se alongar era uma calmaria diferente menos
tensa do que das outras vezes como se as barreiras entre eles estivessem começando a rachar ainda que de forma Sutil Obrigado por terem vindo Artur disse Quebrando o Silêncio enquanto guiava pelas ruas desertas sei que foi desconfortável para você Laura olhou pela janela vendo os prédios luxuosos darem lugar a casas mais simples conforme se afastavam do centro foi interessante ela respondeu finalmente Miguel se divertiu e isso é o que importa e você Arthur insistiu lançando um olhar rápido para ela como foi para você Laura não respondeu imediatamente Ela pensou no salão nos olhares nas conversas
sussurradas no quanto havia se sentido fora de lugar mas ao mesmo tempo pensou em Miguel feliz e curioso e no jeito como Artur a tratara com respeito na frente de todos eu não pertenço a esse mundo Artur ela disse usando o nome dele pela primeira vez talvez nãoe admitiu surpreso por ouvir seu nome dito tão naturalmente por ela mas você tem mais força do que a maioria das pessoas que estavam lá Laura virou o rosto para ele sem esconder o ceticismo no olhar força de onde o senhor tirou isso eu vejo isso em você ele
respondeu calmamente desde o primeiro dia você arriscou o seu emprego para dizer algo que ninguém teria coragem de dizer isso não é fraqueza Laura é coragem ela ficou em silêncio surpresa pelo Tom sincero na voz dele nenhum homem rico havia falado com ela daquele jeito antes sem condescendência ou pena era desconcertante fiz o que Qualquer um faria ela murmurou desviando o olhar Qualquer um teria ficado calado Artur replicou Por que você não ficou a pergunta ficou no ar e Laura sentiu o peso dela ela respirou fundo antes de responder a voz saindo mais baixa do
que pretendia porque eu já vi isso acontecer antes Artur franziu o senho os olhos voltados para a estrada mas toda a atenção nele parecia focada em suas palavras quando Laura olhou para Miguel que dormia tranquilo e então para suas próprias mãos pálidas e trêmulas no colo ela não costumava falar sobre aquilo era uma memória guardada à sete chaves mas por algum motivo as palavras saíram quando eu tinha 15 anos meu pai tinha uma marcenaria não era grande mas ele trabalhava duro e era respeitado um dia um investidor apareceu prometendo que poderia transformar o negócio dele
em algo maior Ele trouxe um contrato cheio de promessas chamou de uma oportunidade sem riscos a voz dela tremeu e Ela fechou os olhos por um momento meu pai acreditou confiou neles mas havia uma cláusula escondida e quando ele não conseguiu pagar os juros abusivos perdeu tudo a Marcenaria a casa até o carro velho que ele usava para as entregas Arthur ficou em silêncio digerindo cada palavra Laura continuou ele nunca se recuperou morreu um ano depois de tristeza de vergonha eu não sei ela engoliu em seco as palavras presas na garganta então quando ouvi aquele
contrato foi como se como se algo gritasse dentro de mim eu não podia deixar você assinar Artur finalmente Falou a voz mais baixa do que o normal sinto muito Laura não precisa sentir Ela respondeu rapidamente erguendo o queixo isso já ficou no passado mas Artur não conseguia ignorar o peso do que ela havia contado pela primeira vez em anos ele perguntou quantas marcenarias como a do pai dela haviam sido destruídas por contratos semelhantes quantos hom como Assis sem question consci se viu olando para próprio reflexo no retrovisor e não gostou do que viu ur sempre
se orgulhar de ser um homem de negócios Implacável mas agora Ele começava a se questionar quantas vezes ele fora o investidor do outro lado da mesa eu entendo porque você fez o que fez ele disse finalmente e sou grato por isso Laura não respondeu apenas assentiu levemente o carro parou em frente ao prédio simples onde Laura morava ela olhou para o pequeno Edifício com um suspiro cansado Artur saiu do carro antes que ela pudesse protestar e abriu a porta para ajudá-la com Miguel que ainda dormia profundamente obrigada por nos trazer ela disse tentando equilibrar o
peso do filho nos braços deixe-me ajudar Artur ofereceu estendendo os braços para pegar Miguel não eu consigo Laura respondeu com firmeza embora estivesse visivelmente cansada Artur assentiu respeitando o limite dela ele deu um passo para trás mas antes que Laura entrasse no prédio ele chamou seu nome Laura ela parou virando-se para olhá-lo não deixe o orgulho te impedir de aceitar ajuda quando realmente precisar às vezes é a única forma de seguir em frente ela o encarou por um momento As palavras dele ecoando em sua mente antes de a sentir silenciosamente e desaparecer pela porta Artur
ficou parado ali por um momento olhando para o prédio simples ele nunca se sentira tão desconfortável com a própria vida quanto naquela noite enquanto caminhava de volta ao carro uma pergunta não o deixava em paz quanto de sua riqueza tinha sido construída em cima de histórias como a de Laura o som repetitivo dos Passos de Laura ecoava no chão frio do hospital misturando-se com o zumbido distante dos monitores cardíacos era a terceira vez naquela manhã que ela passava pelo corredor verificando se havia alguma nova informação sobre Raul as paredes brancas sempre iguais pareciam se ao
seu redor Laura ajustou o casaco Fino que não servia para conter o frio do hospital e respirou fundo era a única coisa que podia fazer enquanto aguardava a enfermeira chamar desde o evento beneficente com Artur a vida Parecia ter se tornado ainda mais difícil como se a lembrança de uma realidade mais confortável tornasse a dela ainda mais árdua deveria ter recusado aquele convite pensou irritada consigo mesmo ela não queria pensar em Artur Mendonça ou em suas intenções mas ele parecia insistir em ocupar um espaço na mente dela naquele homem havia algo que a confundia como
se ele existisse em duas versões o empresário frio e calculista que ela esperava e o homem Gentil que parecia genuinamente preocupado com ela e Miguel Laura a voz Suave da enfermeira atirou de seus pensamentos como ele está perguntou quase prendendo a respiração a mulher mais velha sorriu levemente tentando acalmá-la estável conseguimos a medicação ontem mas como conversamos ele precisa iniciar um tratamento melhor algo mais intensivo você conseguiu a autorização financeira com a assistente social Laura sentiu o rosto corar embora a pergunta não fosse maldosa não ainda respondeu desviando o olhar a enfermeira assentiu e colocou
uma mão Gentil no ombro dela vai dar tudo certo você é forte Laura já conseguiu trazer ele até aqui Laura apenas forçou um sorriso agradecido engolindo em seco para afastar o peso da responsabilidade quando a mulher se afastou ela se deixou cair em uma das cadeiras de plástico no corredor apoiando o rosto entre as mãos eu sou forte mas isso não paga as contas murmurou para si mesma foi foi quando ouviu uma voz grave e conhecida ao seu lado Espero não estar interrompendo Laura ergueu a cabeça rapidamente e encontrou Artur parado ao lado dela ele
vestia um casaco escuro sobre o terno Impecável e segurava uma pequena sacola na mão a presença dele no hospital parecia fora de lugar como se alguém tivesse colocado uma peça cara demais em um cenário desgastado O que você está fazendo aqui Ela perguntou a voz carregada de cansaço e surpresa procurando você ele se sentou na cadeira ao lado dela como se fosse a coisa mais natural do mundo trouxe isso para você Laura olhou para a sacola como se ela fosse uma bomba prestes a explodir o que é isso comida Artur colocou a sacola sobre o
colo dela imaginei que você não tivesse tomado o café da manhã Laura apertou os lábios sentindo uma mistura de irritação e algo que não queria admitir gratidão ela não comia desde a noite anterior mas seu orgulho não a deixava admitir não precisava precisava sim Arthur disse calmamente se você não cuida de si mesma como espera cuidar do Raul e do Miguel o nome do irmão fez com que ela olhasse para ele você não sabe nada sobre a minha vida então me conte Artur respondeu os olhos firmes nos dela Laura respirou fundo sentindo o estômago revirar
com aquela proximidade a presença dele a desarmava mas ela não podia permitir que ele entrasse na sua vida mais do que já tinha entrado o Raul está estável Ela disse desviando mas precisa de um tratamento particular algo que obviamente eu não posso pagar Artur assentiu lentamente como se Esperasse que ela dissesse aquilo ele esticou as mãos sobre os joelhos e olhou para ela com a expressão mais séria que já vira deixe-me ajudar o quê a palavra escapou antes que ela pudesse contê-la deixe-me pagar o tratamento do Raul a voz dele não tinha tom de pena
apenas uma firmeza direta você não deve carregar isso sozinha o peito de Laura apertou Ela ficou em silêncio por um momento incapaz de acreditar no que estava ouvindo não ela disse finalmente a voz fria e firme Arthur inclinou a cabeça parecendo genuinamente confuso por não porque eu não preciso da sua ajuda respondeu levantando-se abruptamente ele se levantou também os olhos queimando de frustração Laura isso não é caridade Não é um favor é apenas o certo a se fazer ela o encarou sentindo o rosto esquentar de raiva acha que pode resolver a minha vida com seu
dinheiro acha que um cheque vai consertar tudo o que está errado não foi isso que eu quis dizer mas é o que parece ela levantou a voz sentio as lágrimas subirem aos olhos eu per tudo uma vez porque alguém me fez acreditar em promessas bonitas não vou cair nessa de novo Artur deu um passo para trás como se as palavras dela tivessem o atingido fisicamente por um momento ele não disse nada quando finalmente falou sua voz era baixa quase um sussurro eu não sou essa pessoa Laura Ela cruzou os braços desviando o olhar talvez não
mas eu não posso arriscar o silêncio entre os dois foi pesado Artur passou a mão pelos cabelos claramente frustrado mas não insistiu mais tudo bem ele disse finalmente com uma calma contida se não quer aceitar a minha ajuda eu respeito Laura sentiu o peito apertar parte dela queria gritar com ele pedir que insistisse porque a verdade era que ela precisava da ajuda mas outra parte a parte que havia crescido com a dor e a perda não conseguia deixar ninguém se aproximar o suficiente para machucá-la de novo Obrigada por ter vindo ela disse finalmente Artur a
observou por um momento mais longo do que antes de assentir e caminhar para a saída Laura Ficou ali parada vendo-o ir embora sentindo uma mistura confusa de alívio e arrependimento horas depois enquanto voltava para casa com Miguel caminhando ao seu lado as palavras de Artur ecoavam em sua mente você não deve carregar isso sozinha era isso que ela fazia não era carregava tudo sozinha as contas atrasadas a saúde de a de ela nunca permitia que ninguém se aproximasse o suficiente para ajudar porque o medo de perder de novo era maior do que tudo mamãe a
voz de Miguel trouxe Laura de volta à realidade o que foi filho Por que você está triste ele perguntou olhando para ela com aqueles olhos grandes e Curiosos laur sorriu suavemente eão cabos triste só pensando no quê ela olhou para o céu onde as primeiras estrelas começavam a aparecer em como as coisas poderiam ser diferentes Miguel não entendeu mas sorriu e segurou a mão dela com força tudo vai ficar bem mamãe Laura sentiu os olhos arderem mas sorriu para o filho vai sim meu amor vai sim por mais que dissesse isso para Miguel ela sabia
que precisaria tomar uma a decisão logo orgulho ou necessidade força ou fraqueza Laura nunca se permitira fraquejar mas naquele momento pela primeira vez em anos ela começou a se perguntar se aceitar ajuda seria realmente tão errado assim o dia começava como qualquer outro para Laura ela acordou cedo cuidou de Miguel preparou um café simples e saiu para o hospital mesmo com a mente cansada a rotina a mantinha de pé era como uma linha fina que al ligava à realidade impedindo que se entregasse ao desespero Raul ainda estava internado e o medo de perdê-lo consumia Cada
centímetro da mente de Laura o tratamento estava estagnado as medicações apenas controlavam os sintomas mas não ofereciam a cura que ele precisava E como sempre faltava dinheiro enquanto ela subia os degraus desgastados do Hospital Público uma enfermeira a chamou no corredor Laura pode vir aqui um instante o que aconteceu perguntou sentindo o coração acelerar Não se preocupe é uma boa notícia a enfermeira sorriu suavemente conseguimos aprovar o início de um tratamento particular para o Raul ele começará hoje mesmo Laura congelou no lugar sem entender um tratamento particular ela franziu o senho deve haver algum engano
eu não não há engano a mulher a interrompeu com gentileza uma pessoa pagou por isso disseram que era um gesto de agradecimento a palavra pago ecoou na mente de Laura como um trovão o choque foi imediato e a única imagem que veio à sua cabeça foi a de Artur Só podia ser ele quem pagou Ela perguntou embora já soubesse a resposta a enfermeira hesitou recebemos as instruções para manter o doador anônimo mas Laura não esperou que a enfermeira terminasse ela se virou rapidamente e saiu do hospital com passos rápidos e firmes o sangue fervia em
suas veias enquanto caminhava até o ponto de ônibus como ele ousava ela já havia sido Clara não queria caridade e mesmo assim ur havia ignorado sua vontade e feito exatamente aquilo que ela havia rejeitado minutos depois Laura chegou ao prédio da empresa de Artur ela atravessou o saguão com passos firmes os olhos estreitados em um foco quase cego as recepcionistas a observaram surpresas enquanto Laura ignorava qualquer tentativa de interrupção senhora não pode entrar sem começou uma delas mas Laura já estava dentro do elevador apertando o botão do andar mais alto quando as portas se abriram
ela encontrou o corredor frio e silencioso que levava ao escritório de Artur os sapatos dela bateram no chão de mármore ecoando em sincronia com o som do próprio coração a secretária dele Carol se levantou apressada ao vê-la senhora Você tem horário marcado o Senor Mendonça está ele está me esperando Laura cortou sem sequer olhar para ela sem bater Laura empurrou as portas do escritório e entrou Artur estava de pé próximo à janela panorâmica olhando à vista da cidade ele se virou lentamente ao ouvir o barulho uma expressão de surpresa surgindo em seu rosto ao vê-la
ali Laura ele franziu o senho O que aconteceu Você não tinha o direito ela disparou Sem Rodeios Artur deu um passo à frente confuso do que você está falando não finja que não sabe ela retrucou a voz carregada de raiva e mágoa você pagou pelo tratamento do Raul não foi o silêncio dele foi a confirmação de que ela precisava Artur passou a mão pelo rosto como se tentasse encontrar a melhor forma de responder ele precisava do tratamento Laura eu fiz o que era certo o que era certo para você ela ergueu a voz os olhos
brilhando de Lágrimas contidas você não entende eu disse que não queria a sua ajuda e por Artur perguntou a voz baixa mas carregada de frustração você insiste em carregar tudo sozinha porque é a minha vida é a minha responsabilidade Laura respondeu a voz tremendo você não pode entrar nela como um Salvador e tentar resolver os meus problemas com um cheque Artur respirou fundo tentando manter a calma não foi um cheque Laura não foi caridade foi gratidão gratidão ela riu sem humor acha que isso é o suficiente que pagar pelo tratamento do meu irmão vai apagar
a forma como eu me sinto como você se sente Artur perguntou dando um passo mais perto Porque para mim parece que você está se afundando sozinha por puro orgulho você não entende ela gritou finalmente deixando uma lágrima escorrer pelo rosto toda a minha vida tudo o que eu tive foi tirado o meu pai confiou em homens como você Em promessas vazias eu perdi tudo e agora você aparece e acha que pode resolver minha vida sem nem me consultar eu não quero depender de você o escritório ficou em silêncio apenas o som da respiração pesada de
Laura preenchia o espaço entre os dois Artur a olhava a expressão indecifrável mas algo em seus olhos parecia ferido eu não sou como aqueles homens Laura ele disse finalmente a voz baixa e sinto muito por tudo o que aconteceu com você mas eu não vou pedir desculpas por querer ajudar Laura passou a mão pelo rosto tentando controlar as lágrimas você não entende então me faça entender Artur retrucou a voz subindo um tom quase implorando Porque para mim parece que você está afastando qualquer pessoa que queira ficar ao seu lado ela parou surpresa pela intensidade na
voz dele por um momento os dois ficaram ali se encarando como se cada um tentasse decifrar o outro não quero a sua auda ur Laura disse finalmente a voz mais baixa eu não posso Artur sentiu lentamente a frustração Evidente em seus olhos está bem se isso é o que você quer eu não vou insistir ela deu um passo para trás como se a distância física ajudasse a afastar o conflito Não faça isso de novo ela disse Firme Se quer me ajudar respeite a minha vontade Artur não respondeu ele apenas a observou enquanto ela se virava
e saía do escritório as portas se fechando atrás dela com um som surdo de volta ao hospital Laura se sentou ao lado de Raul que dormia com mais tranquilidade do que havia dormido em semanas ela olhou para ele e sentiu um peso enorme no peito o tratamento estava acontecendo Raul estava melhorando ela deveria se sentir aliviada masudo tudo o que conseguia sentir era culpa culpa por estar com raiva de alguém que só quis ajudar culpa por não ser capaz de fazer aquilo sozinha ela pegou a mão do irmão e assegurou com força vai ficar tudo
bem Raul a voz dela soou como um sussurro Eu prometo do lado de fora do hospital Artur observava o prédio de longe parado ao lado de seu carro ele sabia que Laura estava magoada mas não conseguia se arrepender do que fizera ele tinha dinheiro e ela precisava dele era simples ou pelo menos deveria ser porque então aquilo parecia tão errado enquanto ele dava partida no carro e se afastava uma única certeza o incomodava ele precisava encontrar uma forma de quebrar o muro que Laura havia construído entre ela e o resto do mundo o som constante
do teclado no escritório de Artur estava mais alto naquela manhã ou pelo menos parecia ele tentava revisar um relatório financeiro mas as palavras se embaralhavam-se nunca conhecer alguém assim Arthur deixou o relatório de lado e encostou-se na cadeira olhando a cidade pela janela panorâmica lá fora o ritmo Frenético de São Paulo seguia como sempre mas ele não se sentia mais parte daquele movimento automático pela primeira vez sentiu que precisava parar precisava entender pegou o telefone e apertou um botão a voz da secretária Carol ecoou no viva voz Sr Mendonça cancele todas as reuniões de hoje
preciso sair houve um breve silêncio tudo senhor sim Carol tudo antes que pudesse ser questionado Ele desligou vestiu o casaco pegou as chaves do carro e saiu do prédio ignorando os olhares surpresos dos funcionários Hoje seria diferente ur estacionou o carro no final da rua onde Laura morava olhou para os prédios baixos e desgastados tão diferentes do mundo ao qual estava acostumado desceu do carro e caminhou até o edifício cada passo parecia mais estranho do que o anterior não sabia exatamente o que estava fazendo ali apenas que precisava vê-la precisava entender a vida dela no
terceiro andar ele parou em frente à porta que tinha a tinta descascada e bateu três vezes por alguns instantes não houve resposta então A Porta Se Abriu lentamente revelando Laura com uma expressão de surpresa e incredulidade Artur Ela perguntou franzindo o senho O que você está fazendo aqui ele sorriu mas havia algo de nervoso no gesto decidi tirar um dia de folga Laura cruzou os braços claramente desconfiada e veio aqui por quê quero conhecer a sua realidade Ele respondeu sincero quero entender o que eu nunca vi Laura ficou em silêncio por um momento como se
tentasse decidir se batia a porta na cara dele ou o deixava entrar finalmente ela soltou um suspiro resignado e abriu mais a porta entre Então mas não esere conforto Arthur entrou e a primeira coisa que notou foi o tamanho do apartamento era pequeno mas incrivelmente organizado a sala era simples com um sofá gasto e uma mesa pequena no canto onde alguns cadernos de Miguel estavam espalhados as paredes eram descascadas em alguns pontos mas decoradas com desenhos infantis que ele imaginou serem de Miguel apesar da simplicidade o ambiente tinha uma sensação acolhedora Era um lar mamãe
quem é ele a voz de Miguel soou da porta do quarto onde o menino apareceu descalço vestindo uma camiseta de superh herói e shorts ele encarou Artur com a mesma curiosidade de sempre é só um conhecido Miguel Laura respondeu lançando um olhar de advertência para Artur como se dissesse Não complique as coisas Artur sorriu para o garoto e se abaixou na altura dele lembra de mim campeão Sim Miguel disse animado você é o moço do jantar exatamente Artur estendeu a mão para ele que apertou com firmeza posso ficar um pouco aqui com vocês Miguel olhou
para Laura esperando aprovação ela deu de ombros claramente ainda desconfortável com a presença de Artur mas não o mandou embora tudo bem Miguel sorriu puxando Artur pelo braço quer ver meus desenhos Artur deixou-se guiar até a pequena mesa no canto da sala onde Miguel começou a mostrar suas obras primas feitas com lápis de cor e papel barato Esse sou eu Miguel disse apontando para um desenho de um menino sorridente segurando a mão de uma mulher de cabelos escuros e essa é a minha mamãe Artur olhou para o desenho e Sorriu está lindo Você desenha muito
bem obrigado Miguel respondeu orgulhoso um dia eu vou desenhar igual aos artistas da televisão enquanto observava Miguel Artur sentiu uma onda estranha de admiração e melancolia aquele menino não tinha quase nada mas seu sorriso era mais verdadeiro do que qualquer expressão que ele costumava ver em seus próprios círculos quer um café Laura perguntou ainda de pé olhando para os dois se não for incômodo Ele respondeu levantando-se e ajeitando o paletó Laura caminhou até a pequena cozinha aberta e Artur a seguiu deixando Miguel entretido com seus lápis ele observou enquanto ela colocava água para ferver seus
movimentos precisos e automáticos ele é um garoto incrível Artur disse suavemente Laura não olhou para ele é o que me faz continuar você faz um bom trabalho com ele Laura dessa vez ela se virou os olhos fixos nos dele eu faço o que posso é o que todas as mães fazem Artur ficou em silêncio sentindo o peso das palavras dela ali estava uma mulher que lutava todos os dias sem que ninguém reconhecesse sua força Ele pensou em todas as pessoas que conhecia as que reclamavam dos menores problemas e sentiu vergonha Laura era diferente ela era
tudo o que ele não sabia que admirava por que está aqui Artur Ela perguntou finalmente Sem Rodeios já disse que não quero sua ajuda eu sei ele respondeu a voz firme não estou aqui para oferecer dinheiro estou aqui porque quero entender quero saber o que fez de você a pessoa que é ela o olhou por um momento surpresa pela sinceridade dele então voltou à atenção para a cafeteira minha vida não é um livro aberto não estou pedindo para que seja ele rebateu só estou dizendo que quero ouvir Laura colocou duas xícaras de café na pequena
mesa da cozinha e sentou-se de frente para ele Artur pegou a xícara e tomou um gole sentindo o gosto forte sem açúcar mas reconfortante não há muito o que entender ela começou olhando para a xícara eu tive uma infância feliz até as coisas desmoronarem depois disso eu aprendi a me virar sozinha a vida não te dá escolhas Artur ela só te empurra para a frente Artur assentiu absorvendo cada palavra e você nunca parou não ela o encarou porque se eu parar o Miguel perde o Raul perde eu não posso deixar isso acontecer por um momento
o silêncio reinou entre eles Artur sentiu um nó se formar em sua garganta Laura não era apenas forte ela era inquebrável ele nunca conhecer alguém assim você me fez perceber muitas coisas ele disse baixinho coisas sobre mim mesmo Laura franziu o senho como o quê como o fato de que o meu mundo é vazio ele confessou olhando para ela eu passei anos construindo uma vida onde tudo parecia perfeito mas nunca parei para olhar ao redor nunca parei para ver o que realmente importa Laura o observou surpresa pela honestidade dele ela não sabia o que dizer
não esperava ver aquele lado de Artur vulnerável e sincero Você tem sorte Laura ele continuou Pode não parecer mas você tem algo que vale mais do que qualquer dinheiro amor ela desviou o olhar o peito apertado pelas palavras dele pela primeira vez sentiu que Artur não estava apenas tentando ajudá-la ele estava tentando entender aprender com ela e isso a desconcerta de dinheiro Artur antes que pudesse dizer qualquer coisa Miguel apareceu correndo da sala com um papel na mão olha o que eu fiz a Artur pegou o desenho e Sorriu nele havia um homem alto segurando
a mão de um menino pequeno a figura alta usava um terno é você Miguel disse apontando agora você também faz parte dos meus desenhos Artur olhou para Laura e Sorriu suavemente pela primeira vez em anos sentiu que realmente pertencia a algum lugar Laura desceu do ônibus lotado ajeitando a alça da bolsa desgastada sobre o ombro o vento frio da manhã soprava forte fazendo-a apertar o casaco fino contra o corpo ela olhou para o enorme prédio espelhado à sua frente onde o logo Dourado da Mendonça capital reluzia no topo respirou fundo você pode fazer isso pensou
Artur havia oferecido um emprego administrativo dias antes depois de muito relutar pensando em Miguel e Raul ela aceitou não por confiar nele mas porque sabia que precisava de estabilidade pela primeira vez em muito tempo ela teve que ceder enquanto entrava no saguão onde os sapatos caros dos executivos ecoavam contra o mármore Laura sentiu os olhares em si funcionários elegantes passavam por ela alguns a observando com curiosidade e outros com uma expressão que ela conhecia bem julgamento ela foi até a recepção onde uma mulher de blazer impec a encarou de cima a baixo posso ajudar sou
Laura tenho um horário marcado para começar hoje a recepcionista arqueou uma sobrancelha como se duvidasse da informação depois de consultar o computador acenou com a cabeça e indicou o elevador o Senor Mendonça está esperando a senhora no 18 andar senhora era engraçado ouvir aquilo talvez quisesse dizer você não pertence aqui mas estou tentando ser educada Laura agradeceu e caminhou até o elevador sentindo o coração bater mais forte a cada andar que subia no 18º andar Artur estava parado à porta de sua sala esperando ele usava um terno azul escuro e gravata discreta mas o olhar
que lançou a Laura foi leve quase caloroso chegou cedo ele sorriu a gente não se atrasa no primeiro dia respondeu Laura secamente Arthur pareceu ignorar o Tom dela e fez um gesto para que o acompanhasse Venha vou te mostrar o lugar Laura seguiu-o por um corredor amplo e iluminado onde mesas de vidro e monitores Ultra finos dominavam o ambiente funcionários bem vestidos digitavam com expressão séria ou falavam ao telefone em conversas apressadas ela sentia os olhares furtivos sobre si mas mantinha o queixo erguido Aqui é onde você vai trabalhar Artur disse parando em frente a
uma sala com paredes de vidro dentro havia uma mesa simples com um computador seu cargo é assistente administrativa vai lidar com arquivos reuniões o básico parece simples demais para alguém sem experiência Laura respondeu desconfiada Artur cruzou os braços inclinando-se levemente em direção a ela Tenho certeza de de que você vai dar conta não estaria oferecendo se não achasse isso ela não respondeu apenas assentiu sentindo um nó na garganta estava ali por necessidade mas parte dela ainda temia que aquilo fosse alguma armadilha uma forma de Artur tentar compensá-la pela ajuda no contrato Carol vai te ajudar
no início qualquer coisa é só me chamar ele disse antes de se afastar horas mais tarde Laura já havia se instalado em sua mesa empilhando pastas e tentando se acostumar com o sistema complicado no computador à sua volta os cichos eram praticamente audíveis quem é ela ouvi dizer que veio do nada amiga pessoal do Mendonça parece não sabia que ele tinha amizades assim Laura ignorou os comentários focando em seu trabalho mas a verdade era que cada palavra doía como uma facada lenta ela estava acostumada a julgamentos mas aquilo parecia diferente Mais Cruel por volta das
11 horas uma mulher alta e loira vestida impecavelmente em tons pastéis parou ao lado da mesa de Laura você é a nova assistente perguntou com um sorriso educado mas gelado Laura levantou o rosto mantendo a expressão neutra Sim sou Laura Marisa respondeu a mulher estendendo uma mão que Laura apertou rapidamente você tem experiência em administração não muita admitiu Laura sentindo o peso daquela pergunta Marisa sorriu novamente mas com um brilho no olhar que Laura reconheceu desdém interessante Deve ser bom ter conexões diretas com a liderança antes que Laura pudesse responder uma voz firme ecoou pelo
corredor mar Preciso do relatório das 14 horas na minha em 20 minutos Artur havia Aparecido do nada parado no corredor com as mãos nos bolsos seus olhos passaram por Marisa e pousaram rapidamente em Laura está tudo bem por aqui perguntou como se sentisse a tensão no ar Marisa corou levemente e assentiu claro Senor Mendonça ótimo Laura Como está indo Artur olhou para ela com um leve sorriso ignorando os olhares curiosos ao redor tudo sob controle respondeu Laura mantendo a voz Firme Se precisar de alguma coisa minha sala está aberta Laura assentiu e Artur voltou para
o escritório assim que ele sumiu pelo corredor Marisa lançou um olhar rápido para Laura antes de se afastar os cichos começaram novamente ele veio falar com ela está na cara que tem algo estranho aí Laura fechou os olhos por um instante respirando fundo ela não precisava daquilo não havia feito nada de errado mas o simples fato de Artur a tratar com respeito parecia incomodar aquelas pessoas na hora do almoço Laura decidiu comer sozinha na cafeteria do prédio longe dos olhares e comentários ela estava mexendo em um sanduíche que trouxera de casa quando ouviu Passos ao
olhar para o lado viu Artur se aproximando com uma bandeja posso me sentar ele perguntou como se a resposta fosse opcional a cafeteria inteira é sua não é ela retrucou tentando não parecer magoada Artur riu suavemente e sentou-se de frente para ela então como foi amanhã foi ótima respondeu Laura com sarcasmo algumas pessoas não acreditam que eu seja qualificada Mas tirando isso estou me divertindo artura observou por um momento os olhos sérios não ligue para eles Você tem o direito de estar aqui fácil para você dizer Laura rebateu encarando você nunca teve que provar o
seu valor para pessoas que acham que você não merece nem ser visto Artur ficou em silêncio processando aquelas palavras ele sabia que Laura tinha razão Nunca havia enfrentado o preconceito que ela enfrentava diariamente eu estou aqui para trabalhar continuou não quero que as pessoas pensem que estou ganhando privilégios por por minha causa ele completou ela assentiu isso eu entendo ele disse suavemente e prometo que ninguém vai te tratar diferente por causa de mim Laura riu sem humor isso não depende de você Arthur inclinou-se ligeiramente os olhos fixos nos dela depende Sim e se for preciso
eu defendo você pessoalmente Laura sentiu o coração acelerar mas Manteve o olhar firme não preciso que você me defenda Artur eu sei me defender sozinha os dois ficaram em silêncio por um momento o peso da conversa pairando entre eles Artur finalmente recostou-se na cadeira um sorriso leve nos lábios é exatamente por isso que eu respeito você Laura ela desviou o olhar mordendo um pedaço do Sandu para encerrar o assunto mas mesmo sem querer sentiu uma pequena Faísca de algo novo dentro de si não era gratidão não era dependência era confiança uma confiança que começava a
crescer ainda que relutante enquanto Artur voltava ao escritório os boatos se espalhavam ainda mais rápido pelos corredores da empresa eles almoçaram juntos alguma coisa está acontecendo ali e pela primeira Laura perguntou se aceitar aquele emprego havia sido uma boa ideia o relógio marcava Quase 6 horas da tarde quando Laura fechou o último arquivo do dia ela olhou para a tela do computador e soltou um suspiro longo Apesar de todas as tensões os cichos e os olhares que ainda pairavam sobre ela começava a se familiarizar com o trabalho organizar papéis preparar agendas banhar reuniões parecia uma
tarefa pequena no universo Colossal da Mendonça capital mas era algo que Laura podia fazer bem ela recolheu suas coisas e pegou o celular vendo algumas mensagens de Miguel mãe o tio Artur disse que vai me buscar hoje ele falou que tem uma surpresa Laura franziu o senho segurando o impulso de revirar os olhos tio Artur murmurou baixinho enquanto descia até o saguão da empresa quando chegou à entrada viu Artur parado ao lado de seu carro preto com Miguel rindo no banco de trás Artur vestindo uma camisa branca sem gravata tinha uma expressão quase leve o
que contrastava com o homem sério que Laura conhecera meses atrás isso é um sequestro por acaso Laura perguntou cruzando os braços mas sem conseguir esconder um pequeno sorriso no canto dos lábios não é é um resgate Artur respondeu abrindo a porta do passageiro Miguel e eu decidimos que hoje seria um bom dia para uma surpresa surpresa ela repetiu olhando para o filho você combinou isso sem me contar mocinho é uma coisa legal mamãe Miguel exclamou os olhos brilhando Artur sorriu encostado no carro nada demais Pensei que vocês poderiam gostar de um passeio diferente Laura hesitou
sentindo o velho impulso de recusar mas o rosto animado de Miguel fez com que ela deixasse a resistência de lado está bem só porque ele quer ótimo respondeu Artur satisfeito entrem o carro seguiu pelas ruas movimentadas até que Laura percebeu o destino um parque amplo e arborizado no centro da cidade Miguel praticamente pulou do carro assim que pararam correndo na direção de um gramado onde jogavam bola não o vejo tão feliz há muito tempo Laura comentou observando o filho ele é um bom garoto merece isso Artur respondeu parando ao lado dela Laura olhou de relance
para ele mesmo em momentos como aquele ele parecia deslocado de um ambiente tão simples como se não pertencesse ali mas ao mesmo tempo havia algo no jeito que ele observava Miguel que a fazia questionar suas primeiras impressões sobre ele por que está fazendo isso ela perguntou Sem Rodeios o quê tudo isso o emprego o tratamento do Raul agora o Miguel Por que você insiste em se aproximar da minha vida Artur ficou em silêncio por um momento como se escolhesse as palavras com cuidado porque eu admiro você Laura Ele olhou para ela a expressão séria mas
sem arrogância eu vejo alguém que luta todos os dias que faz o impossível por aqueles que ama isso me faz questionar muita coisa sobre mim mesmo ela desviou o olhar sentindo um nó estranho na garganta não sabia como responder a algo tão direto eu não sou uma heroína Artur murmurou só estou tentando sobreviver Talvez seja isso que eu admiro Ele respondeu baixinho Laura não conseguiu dizer nada por mais que quisesse se afastar aquelas palavras a atingi em cheio os dois se sentaram em um banco próximo enquanto Miguel brincava com outras crianças o céu começava a
mudar de cor um laranja Suave se espalhando no horizonte Você tem filhos Laura perguntou de repente Artur Balançou a cabeça não nunca pensei muito nisso minha vida sempre girou em torno do trabalho parece solitário é ele admitiu surpreendendo eu só percebi isso agora Laura olhou para ele sentindo que aquela era uma Rara oportunidade de ver quem Artur realmente era pela primeira vez ele parecia vulnerável Miguel gosta de você ela disse Mudando de assunto ele nunca teve uma figura paterna Artur assentiu observando o menino correr pelo campo ele é especial não sei explicar mas estar perto
dele me faz sentir diferente Laura sorriu suavemente ele tem esse efeito e você Artur perguntou virando-se para ela o que faz você se sentir diferente a pergunta pegou Laura de surpresa ela abriu a boca para responder mas percebeu que não tinha uma resposta imediata há muito tempo ela deixara de pensar em si mesma não sei ela respondeu honestamente Acho que esqueci como é pensar em mim artura observou por um momento como se algo nos olhos dela talvez seja hora de lembrar Laura sentiu o peito apertar pela primeira vez percebeu que estava começando a confiar nele
não como o empresário rico que tentava ajudar mas como alguém que parecia realmente se importar era uma sensação perigosa mas por algum motivo ela não conseguia afastá-la mamãe tio Artur olha Miguel gritou do outro lado do campo segurando uma pipa colorida que voava no Laura sorriu e levantou acenando para o filho Artur acompanhou os dois caminhando lado a lado ele está feliz Artur comentou observando Miguel sim Laura respirou fundo olhando para o céu e por enquanto isso é o que importa Artur a observou mais uma vez admirando a força silenciosa que ela carrea sabia que
queria audar prava apenas de dinheiro ela precisava de alguém ao lado dela e pela primeira vez Artur se perguntou se ele poderia ser essa pessoa a sala iluminada pelo sol da manhã parecia maior e mais fria naquele dia Laura estava sentada à sua mesa reorganizando arquivos mas sua mente estava em outro lugar desde o passeio ao parque com Artur e Miguel ela se sentia diferente como se uma pequena parte de si tivesse baixado a guarda e isso a deixava profundamente desconfortável não confie demais Laura ela se repetia mentalmente ela havia passado anos conu um muro
em torno de mesma e agora P primeir vez sen rachaduras nele Artur havia se tornado mais próximo mais presente essa proximidade comeava a assustá-la a voz de Carol a secretária de Artur trouxe Laura de volta à realidade o Senor Mendonça pediu que você fosse até a sala dele Laura levantou os olhos surpresa mas assentiu obrigada Carol ela ajeitou a blusa simples e respirou fundo antes de atravessar o corredor cada passo ecoava no chão polido e uma inquietação começou a crescer em seu peito o que ele queria agora desde que começara a trabalhar ali Artur não
a chamava em particular com tanta frequência e algo na forma como Carol a olhou fez Laura sentir que aquilo não seria apenas sobre trabalho quando entrou no escritório amplo Arthur estava encostado na borda da mesa os braços cruzados e uma expressão séria no rosto ele se endireitou ao vê-la Obrigado por vir Laura a voz dele era suave mas havia algo diferente em seu Tom estou aqui o que foi ela perguntou mantendo-se Firme com Artur hesitou por um instante como se estivesse escolhendo as palavras certas e então pegou um envelope que estava sobre a mesa ele
o Estendeu para ela quero que aceite isso Laura franziu o senho o olhar alternando entre o envelope e o rosto de Artur o que é isso é dinheiro ele respondeu direto para você cuidar do Raul e do Miguel sem tanta pressão por um momento o mundo pareceu parar o peito de Laura apertou e o calor Subiu até seu rosto ela não se moveu apenas encarou o envelope como se ele fosse algo venenoso não respondeu finalmente a voz baixa mas firme Laura não ela repetiu mais alto dessa vez empurrando o envelope para longe eu não quero
o seu dinheiro Artur não é caridade ele insistiu erguendo as mãos em um gesto conciliador não é um favor é só eu só quero facilitar as coisas para você facilitar as coisas ela riu mas o som Foi seco e amargo acha que pode comprar a minha vida resolver os meus problemas como se eu fosse um projeto seu não é isso Artur respondeu tentando se aproximar você está interpretando errado eu só quero ajudar ajudar Laura deu um passo para trás os de raiva e mágoa ajudar é ouvir é respeitar não é enfiar dinheiro na minha mão
como se fosse um prêmio de consolação ur parou visivelmente frustrado Laura você está lutando tanto sozinha não precisa ser assim eu tenho os recursos por não aceitar porque o dinheiro nunca resolve tudo Artur ela quase gritou sentindo as lágrimas arderem nos olhos você acha que pode consertar a minha vida com uma pilha de notas acha que isso vai me devolver o que perdi que vai apagar todas as minhas cicatrizes Artur ficou em silêncio o rosto tenso pela primeira vez ele percebeu o quão profundamente suas ações a tinham magoado ele achava que estava fazendo o certo
que estava oferecendo uma saída mas na verdade estava apenas reforçando a sensação que Laura tanto temia a de que não era capaz de se erguer sozinha Eu nunca pedi nada disso ela continuou mais baixo agora Mas ainda tremendo de emoção eu só queria um emprego uma oportunidade digna e Por um momento achei que você me entendia mas não você é como todos os outros isso não é verdade Artur disse a voz carregada de frustração eu não sou como eles Laura então pare de agir como se fosse ela disparou os olhos marejados O silêncio que seguiu
foi quase ensurdecedor Laura respirava com dificuldade o peito subindo e descendo rapidamente artura observava uma mistura de arrependimento e impotência no olhar finalmente ela ergueu o queixo recuperando o pouco de orgulho que ainda tinha eu não posso continuar aqui sua voz era mais controlada agora mas havia uma dureza inegável nela Laura não ela ergueu a mão interrompendo Obrigada pela oportunidade mas acabou eu pego minhas coisas hoje mesmo Artur ficou paralisado por um momento como se não acreditasse no que estava acontecendo quando finalmente falou sua voz era baixa e quase suplicante não faça isso Laura já
estava se virando para sair Adeus Artur ela saiu do escritório sem olhar para trás deixando Artur sozinho parado no meio do salão amplo ele passou a mão pelo rosto sentindo um nó no estômago como tudo desmoronar tão rápido ele se sentou em sua cadeira os olhos fixos na janela mas sem enxergar nada pela primeira vez Artur se deu conta de que havia tentado consertar Laura sem sequer compreendê-la ele achava que estava ajudando mas na verdade estava impondo a ela algo que a fazia se sentir pequena e isso era a última coisa que ele queria do
lado de fora do prédio Laura caminhava com passos firmes mas o rosto estava pálido e as lágrimas que ela tanto tentara conter finalmente escorreram sentia-se humilhada traída por si mesma por ter baixado a guarda ela deveria saber que o mundo dele não tinha espaço para alguém como ela ela passou as mãos pelo rosto e respirou fundo não podia se dar ao Luxo de fraquejar agora Raul ainda precisava dela Miguel ainda precisava dela e ela não podia contar com mais ninguém naquele momento Laura prometeu a si mesma que jamais deixaria alguém se aproximar o suficiente para
machucá-la novamente os dias que se seguiram foram longos e silenciosos Laura acordava cedo como sempre preparando o café da manhã simples para Miguel antes de levá-lo à escola depois seguia para o hospital para cuidar de Raul a nova Med estava funcionando e ele parecia melhor a cada dia esse era o único consolo que Laura tinha mesmo que o alívio viesse acompanhado de uma inquietação constante ela continuava pensando em Artur não porque queria mas porque ele parecia ter se infiltrado em um espaço que ela não sabia que existia dentro dela As palavras dele os gestos mesmo
os que a irritaram profundamente não saíam de sua cabeça você não precisa carregar tudo sozinha mamãe o tio Artur não vem mais Miguel perguntou uma noite enquanto desenhava na pequena mesa da sala Laura parou de dobrar as roupas e olhou para o filho que nem ergueu o rosto a pergunta dele foi casual mas cortou fundo não filho o Artur está ocupado com o trabalho ela mentiu a voz mais baixa do que gostaria mas ele é legal Miguel murmurou focado em seu desenho Ele disse que queria voar pipa comigo de novo Laura forçou um sorriso e
Bagunçou o cabelo do Menino tentando encerrar o assunto vamos fazer isso nós dois que tal Miguel assentiu mas ela viu a sombra de decepção em seus olhos depois que ele adormeceu naquela noite Laura sentou-se à mesa sozinha encarando o pequeno caderno de contas aberto o trabalho na Mendonça capital havia sido uma oportunidade única e perdê-lo agora doía mais do que ela gostaria de admitir mas o que mais doía era sentir falta de alguém que ela não deveria ter deixado entrar Artur do outro lado da cidade Artur estava sentado em sua Ampla sala de reuniões observando
os gráficos de crescimento da empresa projetados na tela as linhas subiam como deveriam os números eram impressionantes Mas pela aais sen mendonç Gustavo seu advogado dizia Artur interrompeu o homem com gesto firme cancele perdão quero R os projetos da empresa Artur se levantou afrouxando a gravata chega de negociações predatórias vamos priorizar investimentos que gerem Impacto social Gustavo olhou para ele como se estivesse ouvindo um estranho tem certeza isso pode diminuir a lucratividade tenho certeza Artur respondeu sem hesitar ele passou a mão pelo rosto e olhou para a janela Laura desde a briga ele carregava o
peso da ausência dela não apenas dela mas de Miguel que o havia chamado de tio Artur como se fosse parte da família algo havia mudado nele e ele sabia exatamente quando Artur começou a assinar doações para hospitais públicos e programas sociais Mas nenhum cheque parecia apagar o vazio que sentia ele ajudava as pessoas agora mas não conseguia ajudar a pessoa que mais importava o silêncio entre os dois se tornou um peso que nenhum deles sabia como romper o orgulho como uma Muralha invisível os mantinha afastados mesmo quando ambos sentiam que o outro a falta o
céu estava pintado em tons suaves de azul e dourado Naquela tarde de sábado o parque estava cheio de vida crianças corriam pelo Gramado casais passeavam de mãos dadas e o som dos risos infantis misturava-se Ao canto dos pássaros Laura observava Miguel de longe soltando uma pipa que ele mesmo havia desenhado com cores vibrantes o vento fazia o papel voar alto e o sorriso do menino iluminava tudo ao redor mais alto mamãe ele gritou sem olhar para trás Laura sorriu acenando de volta momentos como aquele eram raros mas preciosos ali no Meio do Parque ela podia
respirar sem o peso constante das preocupações ela se sentou em um banco próximo observando Miguel correr contra o vento foi então que algo chamou sua atenção ao longe parado junto a um caminho de árvores estava Laura sentiu o coração dar um salto involuntário ele estava vestido de forma casual uma camisa branca simples e jeans escuros algo que parecia deslocado em um homem que sempre usava ternos caros mas não era sua roupa que a surpreendia era ele estar ali naquele momento por um instante Laura pensou em se levantar e ir embora mas antes que pudesse reagir
Miguel ou viu tio Artur a voz do menino ecoou pelo parque vibrante e cheia de alegria antes que Laura pudesse impedi-lo Miguel correu na direção de Artur a pipa esquecida caindo no chão Artur que não a havia visto até aquele momento Se surpreendeu ao ouvir o grito e virou-se os olhos se iluminando ao ver Miguel correndo em sua direção Ei campeão Artur abriu os braços abaixando-se para receber o abraço do menino Miguel se jogou nele indo alto você sumiu a gente achou que não ia te ver nunca mais Artur riu suavemente abraçando o menino com
força como se estivesse reencontrando algo valioso que nem sabia que perdera eu estava ocupado mas senti falta de você sabia Miguel olhou para ele com seriedade infantil Eu também a mamãe também sentiu só não fala Laura que se aproximava devagar ouviu a última frase do filho e sentiu o rosto corar quando parou a poucos metros deles Artur finalmente levantou os olhos e a viu por um momento o tempo pareceu parar eles se olharam em silêncio uma mistura de surpresa saudade e algo não dito pairando no ar Laura Artur disse a voz mais baixa do que
o habitual ela respirou fundo mantendo o olhar firme O que você está fazendo aqui andando ele respondeu às vezes venho aqui para pensar não esperava encontrar vocês Laura cruzou os braços como se tentasse se proteger do impacto daquele encontro bem já nos encontrou pode seguir em frente Miguel olhou para a mãe confuso Por que você está brava mamãe ele não fez nada Artur passou a mão pelo cabelo desconfortável não volta para a sua pipa eu com a sua mãe Miguel olhou para os dois hesitante vocês vão brigar não filho Laura respondeu suavizando o Tom Só
precisamos conversar o menino assentiu e voltou correndo para o campo onde a pipa continuava caída Artur olhou para Laura novamente podemos conversar ele perguntou a voz firme mas sem arrogância só por alguns minutos Laura ficou em silêncio firos dele por um instante pensou em recusar em virar as costas e seguir sua vida como vinha fazendo nos últimos meses mas algo no rosto de Artur um cansaço sincero talvez arrependimento fez com que ela a sentisse relutante tudo bem ela disse finalmente mas não tenho muito tempo Artur deu um pequeno sorriso como se aquele fosse o primeiro
passo para algo importante não vou tomar muito do seu os dois começaram a caminhar lado a lado pelo parque Sem pressa mas ainda carregando o peso das palavras que precisavam ser ditas Laura e Artur caminhavam lado a lado pelo parque o som distante das crianças brincando e o vento agitando as folhas das Árvores o silêncio entre os dois era denso repleto de palavras não ditas Mas também de uma familiaridade difícil de ignorar Artur com as mãos nos bolsos olhava para o chão como se estivesse reunindo coragem para falar Laura por outro lado mantinha o olhar
fixo à frente os braços cruzados em um gesto automático de defesa finalmente Artur parou de andar Laura ela parou também relutante mas olhou para ele o que foi ele respirou fundo os olhos firmes e sinceros ao encontrarem os dela eu preciso pedir desculpas Laura franziu o senho surpresa pelo quê por ter agido como um idiota ele respondeu Sem Rodeios eu achei que podia resolver a sua vida com dinheiro como se você fosse só mais um problema que eu precisava solucionar Laura desviou o olhar o peito apertando ao ouvir aquilo eu não queria te humilhar Artur
continuou a voz mais suave agora a verdade é que eu não entendia o que você realmente precisava eu estava tão acostumado a resolver tudo com um cheque que não percebi o que era mais importante te ouvir te respeitar e entender a sua força Laura encarou-o novamente surpresa pela vulnerabilidade em suas palavras ele parecia mais humano agora pela primeira vez Artur Mendonça não era um empresário inabalável mas um homem que admitia seus erros eu mudei Laura ele confessou Desde que te conheci comecei a ver o mundo de outra forma a forma como você luta como ama
sua família sem esperar nada de ninguém Isso me fez perceber o quão vazio eu estava Laura sentiu o coração bater mais forte aquilo não era algo que ela esperava ouvir e o que você quer de mim agora Artur Ela perguntou a voz mais baixa do que pretendia nada ele Balançou a cabeça não quero te oferecer nada que você não queira só queria que soubesse que eu estou tentando ser alguém melhor e grande parte disso é por sua causa Laura ficou em silêncio processando As palavras dele por meses ela havia carregado mágoa e ressentimento mas agora
ao vê-lo ali tão sincero e arrependido algo dentro dela começou a se dissolver eu também errei ela murmurou surpreendendo a si mesma Arthur arqueou as sobrancelhas como assim eu afastei você não confiei nas suas intenções porque preferi acreditar que você era igual aos outros homens que destruíram a minha família ela respirou fundo Mas você provou que não é Artur abriu a boca para responder mas Laura o interrompeu o olhar firme eu não preciso do seu dinheiro Artur mas acho que que preciso da sua amizade um sorriso lento e sincero surgiu no rosto dele é um
bom começo eles se olharam em silêncio o vento soprando ao redor como se o mundo estivesse dando espaço para aquele momento ambos sabiam que ainda havia muito a resolver mas também sabiam que haviam mudado não sozinhos mas por causa um do outro mamãe tio Artur a voz de Miguel quebrou o silêncio fazendo os dois rirem suavemente Artur olhou para Laura com um brilho nos olhos podemos recomeçar Laura sorriu suavemente podemos tentar Laura Parou em frente à porta do apartamento de Artur sentindo o nervosismo crescer em seu peito Miguel ao seu lado segurava sua mão inquieto
de tanta animação ela olhou para o menino que Sorria de orelha a orelha e respirou fundo comporte-se está bem ela pediu tentando manter a voz firme Eu sempre me comporto mamãe Miguel respondeu com aquele tom infantil que a fazia sorrir mesmo nos momentos mais difíceis antes que ela pudesse bater a porta se abriu e Artur apareceu vestindo uma camisa azul Clara e jeans simples parecia relaxado muito diferente do empresário Impecável que Laura conhecera meses atrás pensei que vocês não viriam ele disse com um sorriso leve nós Prometemos Não Prometemos Laura respondeu tentando esconder o desconforto
bem-vindos Arthur abriu mais a porta fazendo sinal para que entrassem o apartamento era amplo mas acolhedor decorado com tons sóbrios e móveis elegantes grandes janelas panorâmicas ofereciam uma vista Espetacular da cidade iluminada à noite apesar de toda a sofisticação havia algo de simp no ambiente como se Artur estivesse tentando trazer mais vida para o lugar auau Miguel soltou Maravilhado com o tamanho do apartamento tio Artur sua casa é enorme Artur riu agachando-se para ficar à altura dele Obrigado campeão mas você ainda não viu a melhor parte eu tenho uma sala cheia de livros e jogos
pode explorar o quanto quiser Miguel olou para Laura pedindo permissão com os olhos ela assentiu com um gesto e ele disparou pelo corredor animado ele está em casa já Arthur comentou divertido ele se adapta rápido Laura respondeu tirando o casaco e cruzando os braços ao contrário de mim Artur a observou por um instante percebendo sua postura defensiva não há motivo para ficar desconfortável não tem nada aqui que você precisa enfrentar só um jantar só nós ela relaxou os ombros sentindo a sinceridade na voz dele tudo bem vamos ver como você se sai na cozinha então
ah sobre isso Artur coçou a nuca um sorriso Travesso surgindo em seus lábios eu encomendei o jantar prometi comida boa não um desastre Laura riu pegando-o de surpresa Pelo menos é honesto ele gesticulou para a mesa de jantar onde de pratos lindamente dispostos e Travessas com massas fumegantes já os aguardavam o aroma no ar era convidativo e Laura sentiu que talvez pudesse relaxar mesmo que apenas por algumas horas durante o jantar a conversa fluiu mais fácil do que Laura esperava Artur fez perguntas sobre Miguel a escola seus desenhos o que ele queria ser quando crescesse
e para sua surpresa falou sobre sua que ele raramente menciona eu cresci em uma casa onde o trabalho era tudo Artur contou enquanto servia um pouco mais de suco para Miguel meus pais achavam que o sucesso financeiro resolveria qualquer problema Laura olhou para ele com atenção vendo uma sombra no olhar que ela não conhecia e resolveu Artur sorriu mas o sorriso não chegou aos olhos não só criou outros problemas houve um silêncio breve mas não desconfortável pela primeira vez Laura sentia que estava vendo o verdadeiro Artur um homem que carregava seus próprios Fantasmas apesar da
aparência perfeita Laura Artur chamou suavemente eu sei que ainda é difícil para você confiar em mim e eu entendo mas quero que saiba que estou aqui não para resolver a sua vida mas Para apoiar você do jeito que precisar no seus termos Laura sentiu o coração apertar com aquelas palavras Artur não estava tentando impor nada não estava oferecendo dinheiro ou promessas vazias ele estava simplesmente oferecendo a si mesmo não sei o que dizer ela murmurou baixando o olhar para o prato não precisa dizer nada Artur respondeu sorrindo só queria que soubesse disso Laura ergueu os
olhos lentamente e encontrou o olhar dele pela primeira vez sentiu que talvez pudesse confiar Miguel alheio à troca de olhares já terminava sua sobremesa tio Artur posso voltar outro dia Miguel perguntou empolgado Artur sorriu olhando para Laura antes de responder se a sua mãe deixar as portas estão abertas Laura soltou um suspiro baixo Mas um sorriso tocou seus lábios a gente vê isso depois enquanto a noite avançava Laura percebeu algo que a assustava mas também a confortava ela não estava mais sozinha os primeiros Raios de Sol entravam pelas janelas do pequeno apartamento de Laura enquanto
ela organizava a mesa de jantar transformada em uma improvisada estação de trabalho havia papéis espalhados cadernos abertos e rascunhos de ideias rabiscadas com pressa ela não se lembrava da última vez que sentira tanto entusiasmo e nervosismo ao mesmo tempo Mamãe você está trabalhando até no sábado Miguel perguntou curioso enquanto comia uma fatia de pão com geleia Laura sorriu passando a mão pelos cabelos do filho é um projeto importante filho algo que pode ajudar muita gente Miguel assentiu Mesmo Sem Entender completamente é tipo ajudar os amigos é mais ou menos isso respondeu olhando novamente para os
papéis sentindo o peito inflar com uma mistura de esperança e orgulho o projeto social ela mal podia acreditar que estava fazendo aquilo a ideia surgira em uma conversa despretenciosa com Artur alguns dias após o jantar em seu apartamento ele ouvira com atenção quando ela falou sobre suas dificuldades sobre o quanto mulheres como ela Mães trabalhadoras cuidadoras de família precisavam de apoio não caridade Por que você não cria algo ele sugeriu na ocasião os olhos brilhando com uma Faísca de entusiasmo algo seu Algo que faça a diferença na hora Laura achara a ideia absurda Mas aos
poucos ela começou a ganhar forma agora diante dos esboços e planos sentia que algo novo estava nascendo uma ideia simples criar um projeto que oferecesse curso apoio psicológico e orientação para mulheres em situações vulneráveis como ela estivera um dia uma batida na porta trouxe-a de volta à realidade ela se levantou e abriu encontrando Artur parado ali com um sorriso discreto carregando uma pasta e uma bandeja com duas xícaras de café trouxe reforços ele brincou mostrando as xícaras Laura riu abrindo espaço para ele entrar precisava mas já que está aqui Artur colocou os cafés na mesa
e olhou os papéis com interesse Genuíno Como está indo melhor do que eu imaginava Laura admitiu puxando uma cadeira não pensei que pudesse fazer algo assim mas parece que está tomando forma Claro que pode Arthur respondeu sério sempre pode só precisava acreditar nisso Laura olhou para ele surpresa com a firmeza na voz dele Artur não parecia apenas apoiá-la ele acreditava nela talvez até mais do que ela mesma ainda não sei se vai dar certo murmurou olhando para os rascunhos vai Artur respondeu baixinho e eu estarei aqui para ajudar no que for preciso Laura ergueu os
olhos e encontrou o olhar dele tão próximo e tão sincero que sentiu o coração bater mais forte a conexão entre eles que antes parecia incerta agora era Clara quase palpável não havia mais Barreiras nem medos Obrigada Artur ela sussurrou sentindo uma onda de emoção atravessá-la Artur sorriu suavemente e sem dizer nada tocou a mão dela sobre a mesa o gesto era simples mas carregado de significado eles não precisavam de palavras para entender o que estava acontecendo o amor finalmente estava ali Laura apertou a mão dele de volta sentindo pela primeira vez em anos que não
estava mais sozinha o projeto não era apenas um novo começo para ela era um símbolo do que eles haviam construído juntos o fim da tarde no parque trazia consigo uma calmaria que Laura sempre apreciava o céu era um mosaico de tons alaranjados e rosados e o vento leve fazia as folhas dançarem no chão ela estava sentada em um banco de madeira observando Miguel correr de um lado para o outro com sua pipa seu riso ecoava pelo ar leve e puro fazendo-a sorrir sem esforço ao seu lado Artur estava silencioso as mãos nos bolsos do casaco
como se procurasse a coragem que sabia precisar nos últimos meses eles haviam trabalhado juntos no projeto social que Laura começara com o apoio dele ver a ideia ganhar vida e dar mulheres como ela havia sido a prova de que as dificuldades de seu passado poderiam ser transformadas em algo maior Laura o observou de relance ele parecia diferente agora mais humano mais próximo a armadura do empresário Implacável dera lugar a alguém mais Sereno mais consciente do mundo ao seu redor e mais presente na vida dela e de Miguel você está estranho Laura disse Quebrando o Silêncio
com um sorriso no canto dos lábios Artur olhou para ela como se tivesse sido pego em flagrante estranho sim está quieto demais isso é preocupante Ele riu balançando a cabeça Mas em vez de responder olhou para Miguel que corria com a pipa no céu e depois voltou os olhos para ela seu olhar tinha uma intensidade que fez Laura sentir o coração bater mais rápido Laura ele começou a voz baixa e firme ela se endireitou no banco sentindo a mudança no ar o que foi Artur não respondeu de imediato em vez disso ele se levantou lentamente
e parou à frente dela Laura franziu o senho confusa mas antes que pudesse questioná-lo viu algo que a fez prender a respiração ele estava se ajoelhando Artur o que você está fazendo perguntou quase em um sussurro algo que eu devia ter feito há muito tempo ele tirou do bolso uma pequena caixa de veludo e a abriu com cuidado revelando um anel delicado e Brilhante o mundo ao redor pareceu se silenciar como se o momento fosse apenas deles Laura eu passei a vida inteira achando que sabia o que era importante dinheiro sucesso poder mas desde que
conheci você tudo isso perdeu o sentido você me ensinou o que realmente importa o amor a coragem e a família Laura sentiu os olhos marejarem as lágrimas ameaçando cair não quero ser o salvador da sua vida Laura ele continuou com a voz sincera e firme quero ser seu parceiro alguém com quem você possa contar alguém que esteja ao seu lado para o que der e vier ela levou a mão à boca sentindo as lágrimas finalmente descerem Miguel que havia parado de brincar observava a cena de longe com um sorriso curioso como se entendesse que algo
especial estava acontecendo Você aceita se casar comigo Artur perguntou os olhos fixos nos dela cheios de expectativa e esperança por um momento Laura Ficou sem palavras era como se tudo em sua vida a tivesse levado aquele instante as lutas os dias difíceis as noites em claro tudo fazia sentido agora ela riu as lágrimas escorrendo pelo rosto e assentiu sim Artur eu aceito Artur sorriu amplamente levantando-se e segurando a mão dela com firmeza ele colocou o anel no dedo de Laura como se estivesse selando não apenas uma promessa mas o início de uma nova vida mamãe
ele pediu você em casamento Miguel correu até os dois o rosto iluminado de alegria Laura se ajoelhou e abraçou o filho puxando-o para perto sim meu amor ele pediu então ele vai ser o meu pai Miguel perguntou olhando para Arthur com aqueles olhos inocentes que sempre diziam tanto Arthur se abaixou na altura do menino e Sorriu tocando seu ombro com cuidado só se você quiser campeão Miguel sorriu de volta como se aquela resposta fosse tudo o que ele precisava eu quero Artur puxou os dois para um um abraço apertado enquanto o vento soprava suavemente ao
redor deles pela primeira vez Laura não sentiu o peso do passado naquele momento tudo o que importava era o presente um presente repleto de amor promessas sinceras e a família que ela nunca imaginou que poderia ter o sol da manhã iluminava o parque com uma luz dourada trazendo vida a tudo ao redor o vento soprava suavemente fazendo as danem e as pipas coloridas subirem ao céu em meio ao cenário tranquilo Laura caminhava ao lado de Artur enquanto Miguel corria alguns passos à frente rindo e soltando Mais Uma De suas pipas Cuidado para não soltar a
linha Miguel Laura chamou sorrindo ao ver o entusiasmo do filho não vou mamãe está subindo alto Ele respondeu a voz carregada de alegria Artur apertou levemente a mão de Laura enquanto caminhavam lado a lado aquele gesto simples era um lembrete Silencioso do quanto haviam superado juntos olhando para Miguel para o céu limpo e para o homem ao seu lado Laura sentiu um calor no peito algo que não sentia há muito tempo paz Raul está animado com a recuperação Artur comentou olhando para ela com um sorriso sincero e ele quer ir ao parque na próxima semana
ele merece Laura respondeu emocionada depois de tudo ele está finalmente melhor o projeto social que Laura criara com a ajuda de Artur também estava ganhando forma mulheres que como ela haviam enfrentado o abandono e a falta de oportunidades agora tinham um espaço para aprender se reerguer e encontrar apoio Laura via ali uma nova chance não só para elas mas para si mesma estou orgulhoso de você Artur disse suavemente Laura sorriu olhando para ele eu não teria chegado aqui sozinha Miguel voltou correndo em direção aos dois o rosto iluminado mamãe tio Artur Olha como está voando
alto Laura se abaixou e Segurou o filho nos braços enquanto Artur os envolveu em um abraço apertado o vento soprou novamente e o céu parecia mais claro do que nunca eles haviam superado as juntos naquele momento Laura soube que o passado não tinha mais o poder de defini-los o futuro estava ali repleto de amor e esperança e a certeza de que qualquer obstáculo pode ser vencido desde que se tenha coragem para seguir em frente e enquanto caminhavam juntos de mãos dadas ela finalmente se permitiu acreditarem um novo começo e aí o que achou da história
deixe sua opinião nos adoramos saber o que você achou não se esqueça de deixar seu curtir no vídeo para nos apoiar e de se inscrever no canal nos vemos na próxima
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