Introdução à Linguística - Língua, cultura e identidade

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univesp.br Ciclo Básico - LET130 Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo Professora: ...
Video Transcript:
E aí [Música] o Olá caros alunos chegamos à quinta semana portanto já passamos da metade do nosso curso né E nesta quinta semana nesta primeira video-aula falaremos sobre assuntos relacionados a Tríplice Aliança língua cultura e identidade Você já parou para pensar né Que língua cultura e identidade são instâncias é ligadas inter-relacionadas já se perguntou porque é que ao falarmos de língua falamos e em identidade em Constituição da identidade do sujeito ao falarmos em cultura falamos em língua e o ao falarmos na Constituição da identidade e do sujeito falamos necessariamente em língua em cultura e manifestações
linguísticas Pois é esta vídeo aula tem a finalidade de ajudar a pensar sobre essas questões vou trazer algumas provocações vou trazer algumas perguntas e obviamente vou esclarecer alguns conceitos e eu inicio a lendo o conceito do iglison que diz assim que cultura pode ser compreendida como um complexo de valores costumes crenças e práticas que constituem um modo de vida de um grupo específico então ressaltando né crenças valores costumes e rituais que integram que fazem parte de um grupo específico e e em específico se vale né dessas crenças desses valores desses ritos desses rituais desses costumes
desses princípios e nessa linha de pensamento nessa linha de raciocínio é preciso lembrar né que ao longo de nossas vidas nós nos identificamos com alguns desses princípios com alguns desses valores com algumas dessas manifestações linguísticas né mas também vivemos processos de não identificação ou ainda de desidentificação tá e a não identificação né Ou seja eu posso não me identificar com um determinado ritual de uma determinada religião que integra a sociedade da qual eu faço parte fazemos parte da sociedade brasileira fazemos parte a cultura brasileira que é na verdade né uma miscelânea é de muitas outras
culturas que nos atravessam que nos penetra não que nos constituem que nos habitam tá eu posso não me identificar por exemplo é com o ritual da do Candomblé que faz parte da cultura brasileira na posso me identificar com um ritual de uma outra religião por exemplo tá isso é a não identificação agora A desidentificação da o desidentificar se segundo Michel peixe na sua obra semântica e discurso é quando além de não identificar eu me contraponho aquela manifestação linguística aquela crença aquele ritual aquele valor aquele a build-up aí teríamos então a desidentificação é vinda de um
sujeito né que não há se conforma de um sujeito indignado com aquelas formações sociais que circulam naquela sociedade e naquela e naquela cultura de todo modo que eu estou tentando dizer é que ao longo da nossa permanência na em uma determinada a cultura em uma determinada sociedade vão existir diferentes processos de identificação não identificação e desidentificação como nos ensina e gritam e como nos ensina Michel PG bom uma outra questão que eu gostaria de falar com você está é a língua né enquanto um instrumento de comunicação enquanto o recurso de comunicação enquanto né uma possibilidade
de comunicação Lembrando que Boa tarde né Aqui tem um sentido bastante amplo tá porque comunicar não é apenas elucidar não é apenas de alugar não é apenas esclarecer não é apenas elucida tá o processo de comunicação ele envolve também silenciamentos o processo de comunicação ele envolve a compreensão de não-ditos a compreensão das Entrelinhas a compreensão tá daquilo que não foi dito verbal mente mas traz sentidos que circulam por ali tá E quem vai tratar brilhantemente disso é análise de discurso de Matriz francesa que vai nos falar não mais a sobre a língua propriamente dita vai
procurar não mais entender apenas um funcionamento da língua mas sim o em discurso a contudo vocês vão estudar análise de discurso mais adiante ano curso tá por hora eu gostaria de trazer né a grande contribuição do Linguiça Russo Mikhail bakhtin e vocês já conhecem porque na série grandes cientistas da linguística eu lhe falei sobre Mikhail bakthin Mikhail bakthin vai dizer o seguinte tá que a palavra é um fenômeno ideológico por Excelência tá é o modo mais puro e sensível de relação social não é por meio da palavra na segundo Mikhail bakhtin E olha que importante
que ele que ele nos traz né a palavra é um fenômeno ideológico por Excelência ou seja não existe signo linguístico o que não seja ideológico Não existe palavra que não seja ideológica não existe escolha linguística que não seja ideológica porque lembram-se quando eu ensinei para vocês quando eu lhe disse que quando nós escrevemos nós nos inscrevemos na Ou seja quando nós escrevemos quando nós dizemos algo quando escrevemos manuscritamente ou quando dizemos algo a falando verbal mente né nos alistamos inscritos né ao a nossa subjetividade está inscrita as nossas crenças os nossos valores as nossas ideologias
não existe neutralidade na linguagem não existe neutralidade linguística não existe neutralidade a em em algum é uma falácia é uma ilusão é um equívoco teórico cara os alunos acreditar que nós vamos conseguir nos posicionar neutramente né em um trabalho científico em em um TCC em uma monografia e no projeto integrador de forma alguma nós estamos inscritos ali caros alunos e nossas ideologias também eu vou ler aqui é uma uma citação na íntegra tá ver a Mikhail bakhtin e eu vou tomar a liberdade de ler na íntegra devido à importância desta citação eu não quero falar
sobre ela eu quero ler integralmente a grande contribuição do filósofo do erudito do Linguiça Mikhail bakhtin ele diz assim e a língua não se transmite ela dura e perdura sobre a forma de um processo evolutivo E continuo os indivíduos não recebem a língua pronta para ser usada eles penetram não na corrente da comunicação verbal ou melhor somente quando mergulham nessa corrente é que a sua consciência desperta e começa a operar né então quando nascemos o que acontece a nossa mãe o aqueles que fazem no papel de mãe de pai ou de babá ou de irmão
mais velhos né eles nos lambem né eles nos integram né eles nos colocam é neste movimento de mergulhar na língua de circular naquela língua né que já existe e como diz o Bactrim a situação que eu acabei de ler para vocês ela está em constante processo de evolução e continua o processo de evolução né tanto é que só seguir nos ensinou que a língua é viva tá e tanto é viva né que nós vamos incorporando no nosso vocabulário anel logistas que são palavras novas incorporamos gírias incorporamos modos de falar né incorporamos os outtakes incorporamos expressões
linguísticas específicas de um grupo linguístico tá ou de uma profissão por exemplo né então quem é professor está acostumado com as palavras docência escola contexto escolar ambiente escolar profissão docente a bullying né isso tudo faz parte da profissão docente quem a área da profissão médica da Ciências Médicas vai nos falar em diagnóstico mais nos falarem prognóstico vai nos falar em prescrição vai nos falar em exames tá sempre muitas outras palavras logicamente tá então ao nascer nós somos inseridos na corrente da comunicação verbal né Lembrando que a língua não é algo pronto e acabado portanto né
Nós vamos adquirir lá nós vamos mergulhar nessa corrente da comunicação verbal vamos nos apropriar dela mas nós também vamos modificá-la nós também vamos transformá-la nós também vamos deixar nela as nossas marcas tá bom e agora dando sequência Eu gostaria de falar um pouco para vocês tá que a cultura é também o processo continua né em que se acumulam conhecimentos e práticas que resultam da interação entre os sujeitos da EA Cultura né que é um processo contínuo né no qual se acumula conhecimentos crenças valores virtuais saberes né práticas sociais é ela é um processo mediado pela
língua então não podemos nos esquecer dessa relação língua e cultura né e a língua portanto é uma Peça importante na construção cultural porque o homem é um ser cultural EA cultura que permite ao homem adaptar-se em diferentes lugares em diferentes situações em diferentes práticas né EA cultura e a nossa questão ela vai cedo enriquecida né continuamente Então vamos pensar na cultura da sociedade contemporânea que hoje vive o cenário da convite né o quanto nós já não aprendemos sobre É sobre o vírus sobre essa doença sobre os sintomas né isso tudo está sendo incorporado é socialmente
culturalmente né A escola está se transformando por quê Porque hoje as aulas acontecem por meios virtuais acontecem por meios remotos é pelo Google mídia pelos uma por outras tantas plataformas das quais os professores estão se Valentina né tudo isso vai sendo incorporado a culturalmente socialmente Como que essa incorporação se dá por meio da língua por meio da língua Concebida como instrumento como recurso como possibilidade né há tantos conceitos nós poderíamos trazer aqui vó e é e dentro disso né eu gostaria de lembrar que as transformações sociais culturais a linguístico ideológicas pelos quais pelas quais passa
a sociedade ela vai influenciar então ela vai repercutir né no processo de Constituição de identidade dos sujeitos e me valendo de um autor que é citado no texto que foi eles indicados do Stuart Hall eu vou destacar o seguinte a a identidade é mutável a identidade é contraditória a identidade fragmentada ela é inconsistente ela é acabada a partir de estudos como os de baumam do filósofo é isso erudito Bauman do filósofo e erudito e sociólogo Stuart Hall Não podemos mais falar em identidade o w identidade fixa em identidade pronta e acabada por quê Porque a
todo momento né as nossas identidades estão se transformando a todo momento as nossas identidades e estão sendo construídas e reconstruídas a todo momento as nossas identidades estão sendo significados e re-significados né Vamos pensar em nós mesmos um pouco antes da pandemia vamos pensar em nós no dia 22 de Março penúltimo dia quando ouvi Os decretos nacionais federais né que suspenderam as aulas nas escolas suspenderam a a nas nossas saídas Não podemos mais se quer ir na praça né levar os nossos filhos ficamos restritos a e confinados dentro de casa e muitos de nós e até
hoje estão vivendo esta essa experiência né Então tudo isso vai sendo incorporado socialmente e vai nos modificando mas nos transformando vai se transformando a nossa identidade Tá eu vou ler aqui o um trecho do do Hall tá é em que ele diz assim né aí o sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos identidades que não são unificadas ao redor de um eu coerente Olha que bonito isso né o Stuart Hall vai dizer que somos sujeitos e incoerentes e o Michel ficou que vocês vão estudar vai nos dizer que somos sujeitos caracterizadas pela contradição os nossos
discursos são caracterizadas pela contradição bom a voltando a citação do Stuart Hall ele diz dentro de e a identidades contraditórias empurrando nos indiferentes direções de tal modo que as nossas identidades e estão sendo continuamente deslocados perfeito né porque porque se as nossas identidades não são fixas mas são fragmentadas si as nossas identidades não são estáveis mas sim instáveis si as nossas identidades não são é e na não são acabadas mas sim inacabadas elas vão se fazendo elas vão se refazendo né E vão se refazendo por meio da língua também né nós falamos por meio da
língua nós nos comunicamos por meio da língua é lógico que de diferentes formas um se valem da da Norma culta ou trouxe Valente diferente um dia antes né e a língua como identidade cultura também sofre transformações tá porque por inserir-se Na Teia desde relações sociais né É muitas palavras muito signos muito significantes que eram utilizados a já em laboratórios por cientistas por médicos por infectologistas hoje por exemplo fazem parte do nosso vocabulário por exemplo virologia na Ele foi ao posto fez o exame do convite e foi testado a sua virologia né muitos de nós talvez
não conhecessem essa palavra né Lock Down não usávamos Lock Down tá então a língua faz parte da cultura de um povo a língua é patrimônio de um povo tá e a língua a infestação da cultura é por isso né que é é tão importante o conhecimento da língua o estudo sobre a língua porque ao estudarmos a nossa língua ao conhecermos o funcionamento da nossa língua ao sabermos né o que ela nos diz o como ela diz né como é abraçar em língua portuguesa como é abraçar em língua inglesa como é abraçar em língua espanhola né
E dizer confinado na língua espanhola é a mesma coisa que quiser confinado na língua inglesa e dizer confinado na língua italiana produz quais sentidos quais sentidos atribuímos quando se dispara un italiano você deve ficar confinado Durante os próximos 30 dias que sentidos são produzidos a para o espanhol ao escutar isso tá o desejo que vocês tenham podido aproveitar né e que vocês também construa o seu raciocínio língua cultura e identidade eu tentei estabelecer relações daqui desejo que vocês tenham gostado e vamos em frente né continuamos aí na semana cinco teremos mais vídeo-aulas fiquem ligados e
até a próxima a
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