É POSSÍVEL PROVAR a EXISTÊNCIA de DEUS!

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Carlos Nougué Tomismo
Podcast inteiro: https://www.youtube.com/live/RRgUOdIAUDw?si=zv9fxHxpdTkIOMVw _____________________...
Video Transcript:
Então, é possível provar a existência de Deus ou é tudo uma petição de princípio? Sim, é plenamente possível, mas eu gostaria que, se fosse possível, eu fizesse uma breve apresentação da vontade da coisa em geral. Antes de tudo, Santo Tomás e a doutrina dele, que está plasmada mais perfeitamente na Suma, é algo inteiriço; ele é um sistema, tá certo?
Do qual não se pode recortar uma parte. Ela se divide a Suma Teológica em três partes, a primeira das quais trata de Deus em si e Deus como princípio de tudo; a segunda parte trata de Deus como fim último de todas as coisas; e a terceira trata de Cristo como caminho para este fim. Mas é tudo interligado.
Eu vou tentar dar um exemplo para que se entenda perfeitamente isso. Há outro livro dele que eu traduzi, aliás, chamado "Compêndio de Teologia", que foi publicado já pela Editora Concreta e vai ser publicado por outra agora. As obras dele, as principais, como o Compêndio de Teologia e, muito especialmente, a Suma Teológica, são certos sorites.
O que é sorite? O sorite é um silogismo ininterrupto. O que é um silogismo?
Vou dar um exemplo aqui banal: todo animal é mortal, mas todo cisne é animal, logo, todo cisne é mortal. Pois bem, temos: "todo animal é mortal" é a primeira premissa; a segunda premissa é "todo cisne é animal"; e a conclusão que se tira disso, que é apodítica, é a demonstração: a conclusão. No sorites, a conclusão vai ser a primeira premissa do próximo silogismo, e isso ininterruptamente até o final.
Por isso é que a Suma Teológica é algo inteiriço. Você não pode recortar; você vai desde o Tratado de Deus Uno, que é um tratado antes metafísico que teológico, passa para o tratado de Deus Trino, depois das coisas, saindo de Deus. Depois, das coisas, indo para Deus como causa final, e aí entra tudo relativo à ética, à política e à econômica.
Está tudo isso interligado. É daí que vem a doutrina de Cristo Rei, assumida pelo magistério da Igreja. No final, Cristo como o caminho: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida".
Bom, então nada se pode recortar. Se você quer manter a integridade do tomismo, a segunda coisa é que hoje as pessoas estão acostumadas a entender prova científica de modo falso. As pessoas estão acostumadas a entender prova como algo laboratorial, né?
Algo que se possa medir, algo que se possa calcular, algo que possa ser matemático. É isso que as pessoas entendem como prova. Mas essa é uma prova muito pequena, né?
Na verdade, não há—tão demonstra, tão. . .
Vou responder diretamente à sua pergunta: a demonstração é apodítica. Há, não sei, só pode deixar de ser verdadeira, por duas razões: ou pela construção do raciocínio ou erro por premissa falsa, tá? Por exemplo, na mesma Suma, nós temos várias vezes ele falando da incorruptibilidade dos astros.
Isso é uma premissa falsa que vai gerar uma conclusão não necessariamente falsa, mas muitas vezes falsa. Bom, então é preciso entender o que é demonstração. Se não se entende o que é demonstração, não se entendem as provas de São Tomás.
A demonstração é isso que eu disse: todo animal é mortal, né? Vimos agora, vamos vir com uma premissa particular: "todo cisne é animal"; e a conclusão: "todo cisne é mortal". Tá certo?
Isto não há como discutir. A única chance disto não ser demonstração é que a premissa fosse falsa. Que premissa?
"Todo animal é mortal" ou "todo cisne é animal". O que é impossível, é evidente. Bem, as cinco vias caem nisso, mas, para entendê-lo, é preciso retornar a uma coisa: a pergunta de se Deus é evidente.
Quais são as correntes de opinião quanto a Deus em jogo? São seis. Temos, antes de mais nada, o tradicionalismo, no sentido moderno, tradicionalismo condenado pelo Vaticano I.
Esse tradicionalismo não vê a natureza humana como capaz de conhecer a Deus. Por quê? Porque, assim, um pouco como Lutero, acredita que a natureza humana se corrompeu completamente.
Razão pela qual só sabemos que Deus existe pela transmissão de uma revelação primitiva feita a Adão e Eva, que teria chegado a nossos dias. Isso foi condenado pelo Vaticano I. E, além do mais, o que nós vemos não é a continuidade de certa tradição, mas a deformação dessa tradição.
É isso que você vê na mitologia grega, egípcia e em todas as demais. A outra corrente é o ontologismo. Este, por exemplo, Malebranche ou Berkeley, né?
Ou Luilavel. Para eles, nós temos visão quase que intuitiva de Deus, imediata, e conhecemos tudo mais a partir de Deus, como se tivéssemos na bem-aventurança. A outra corrente é o agnosticismo.
O agnosticismo, embora não descreia necessariamente de Deus, não vê nexos causais entre Deus e as criaturas de modo que possamos, pelas criaturas, chegar a Deus. Isso é o que dizia São Paulo: "as coisas invisíveis se tornaram visíveis pelas coisas criadas". Bem, e, finalmente, o ateísmo, no campo mais radicalmente oposto, que é a negação completa de Deus.
Não, ou seja, não há Deus e ponto final. No campo católico há três correntes. Eu disse aqui seis; são sete.
A primeira corrente é a de São João Damasceno, que é seguida um pouco, por exemplo, no século XX, por Gargula Gange. Essa corrente, dizia São João Damasceno, afirmava que a ideia de Deus está inscrita em nós, em nossa alma. Tá certo?
Por quê? Porque todos desejamos a felicidade. Ora, a felicidade é Deus, logo temos a Deus escrita na nossa alma.
A outra é de Santo Anselmo, né? Que é a chamada prova ontológica, mas esse nome foi dado por Kant. E é um.
. . Nome impróprio deveria ser a prova ideológica ou algo assim que é o seguinte: Deus é o que de maior podemos pensar, mas se Deus existe na nossa mente como tal e na realidade é exatamente este Maior que nós pensamos, não seria tal se ele não existisse na realidade.
Logo, Deus existe, tá? E, finalmente, a corrente iniciada por Santo Tomás tá de fundo aristotélico, com pitadas de platonismo, né? Que diz que, não, né?
Eh, Deus não é evidente; ele é evidente em si, mas não para nós, assim como o Sol é o maximamente luminoso, e, no entanto, o morcego não pode olhá-lo. Então, eh, embora Deus seja o maximamente evidente em si, ele, para nós, não o é, né? Mas, ao contrário do que dizem alguns, pode-se provar sua existência; pode-se provar que ele exista e, ademais, conhecer algo da sua quididade ou essência.
Conhecer a Deus por essência só na outra vida, não, não é possível; só para os que se salvam, etc. Bem, eh, então é possível provar, qual é a, qual é a demonstração mais propriamente científica? É aquela que vai da causa para o efeito.
Você, conhecendo a causa, chega ao efeito. Isso se chama demonstração propter quid, ou seja, p causa. Você vai, essa é a demonstração mais propriamente científica.
Mas há outro tipo de demonstração que se chama demonstração cuí, ou pelo efeito; você, conhecendo o efeito, chega não à essência da causa, mas chega à sua existência. Conhecendo o efeito, você chega à sua existência. É desta maneira como se pode provar a Deus que ele existe.
Outra coisa é descobrir os chamados atributos divinos; isso é assunto adiante. Por hora, trata-se apenas de reconhecer que ele existe, e isso se pode demonstrar pela demonstração cuí ou pelos efeitos. No silogismo que demonstra a existência de Deus, nós substituímos a causa justa pelo efeito, tá?
Desde que este efeito nos seja mais conhecido do que a causa, e, de fato, o é. Tá certo? Ou seja, a criação, o universo é mais conhecido de nós que Deus, então podemos partir dele para alcançar que Deus existe, que, em linguagem técnica, é Deus, tá?
Então, essas são as cinco vias à demonstração de que Deus é, e elas partem de cinco princípios evidentes aos sentidos. Nós vamos ver aí um a um: um é o movimento; outro, a causa eficiente; outra questão do necessário e do possível; a outra, dos graus dos entes; e, finalmente, eh, a ordem ao fim de entes não inteligentes, tá? É o governo do mundo.
Então você parte de coisas assim como na primeira. Nós vemos que algumas coisas se movem; ora, isso é evidente ao nosso sentido, né? Aqui, ó, vemos que alguma coisa se move.
Ele parte desse mínimo, desse mínimo, eh, apreensível pelos sentidos e depois se vai elevando. Então, é desta maneira que se pode provar a existência. Quanto aos outros atributos que podemos conhecer: Deus é infinito; Deus é ingênuo.
Então, esta parte do conhecimento de certos atributos de Deus é a parte negativa ou chamada apofática: você não diz o que Deus é, diz como ele não é. Tá certo? Ele não é, ele é o sumo bem, é a sumo verdade, é a sumo isso, é a sumo aquilo, tá certo?
Eh, até ter uma como que definição descritiva, não essencial, porque a essência só na outra vida, como que descritiva, ao dizer que Deus é o próprio ser subsistente por si mesmo, assim como o verde que saísse de uma superfície seria o verde subsistente por si mesmo. Então é isto. Esta é uma maneira de demonstrar a existência de Deus por demonstração cuí, que não é a mais propriamente científica, sem todavia deixar de ser científica; ela o é, embora, eh, com caráter diminuído com respeito à demonstração propter quid, aquela que vai da causa para o efeito, mas suficiente para provar, suficiente, perfeitamente suficiente para provar, tá?
Agora, como que os gregos antigos, essa questão Aristóteles, muito boa pergunta. E, como diz São Tomás na Suma Contra Gentios, não é na Suma Teológica, ele diz que, embora a descoberta da existência de Deus e de alguns de seus atributos nos seja possível alcançar pela razão, pela própria razão, o fato é que, como somos, temos as sequelas do pecado original, né? Só muito tempo depois e ainda assim com muitos erros é que as pessoas alcançariam a Deus, e isso é insuficiente para sua salvação.
Portanto, embora em si a questão da existência de Deus não seja uma questão de fé, é um preâmbulo da fé, um preâmbulo metafísico. Deus, em sua bondade, eh, faz com que as pessoas que não tenham condições de alcançar demonstrativamente a Deus acreditem em Deus por fé e, com isso, se possam salvar, né? É a primeira coisa do credo, né?
Crer em Deus Pai e assim se salva, né? Pois bem, foi isso que houve entre os gregos. Os gregos, os pré-socráticos, os chamados físicos, né?
Acreditavam que Deus fosse corpo, ou água, ou fogo, ou ar, ou as quatro raízes de todas as quais—de todas as coisas que se nari—os quatro elementos: água, terra, fogo, ar, ou apeiron, ou Indefinido. Eh, ou seja, houve várias opiniões, todas mais ou menos eh, tendo a Deus como corpóreo, algo corpóreo. Veja bem, só para antes de continuar aqui, para responder mais perfeitamente a isso, voltemos àquilo de São João da Maceno.
Eh, eh, nós temos Deus inscrito na ala, não temos? Nós temos a felicidade inscrita. Não há homem que não queira ser feliz; mesmo aquele que se suicida considera que o suicídio é o caminho para a felicidade dele.
É impossível que o homem, para si mesmo, deseje a infelicidade. Ora, nós sabemos que Deus e a felicidade são a mesma coisa, identificam-se. Mas isto não é conhecer a Deus, por quê?
É a mesma coisa que vir a Pedro vindo. . .
Ao longe, mas você só vê que vem um homem. Você não sabe que é Pedro, e assim você sabe que quer ser feliz; só não sabe que a felicidade é Deus. Dá isso para responder essa questão, a questão quanto a de Santa Ancelma.
Nada pode ser maior que aquilo que nós pensamos. Como diz Santo Tomás, você pode pensar em Deus como a maior coisa que possa existir. Não acreditar nele, você pode.
Você pode pensar em unicórnio, e o unicórnio não existe; isso não é prova, né? Bom, então voltamos lá. E exatamente o que diz: os primeiros filósofos julgaram que Deus fosse corpo, matéria, algo sensível, até que Anaxágoras descobriu algo fenomenal chamado "nous".
"Nous", em grego, quer dizer mente, intelecto, inteligência. E ele descobre que a ordem do mundo, não a criação do mundo, a ordem do mundo, só pode ter sido feita por um "nous". Era a primeira ideia de Deus, separada do mais brutal, do corpóreo.
Tá, ele foi mestre de Sócrates, e Sócrates deu a primeira demonstração da existência de Deus. Pouca gente sabe; Santo Tomás não a conhecia. Tá, no livro do de Xenofonte e "Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates", quem quiser procurar lá, é muito parecida com a quinta via de Santo Tomás.
Bem, depois vem Platão, e aí mistura um pouco, porque ele tem influência órfica, né, órfica e pitagórica, um pouco dignos, um pouco disso. Ele, claro, em outros pontos, é admirável, mas aqui ele como que implicou certo retrocesso com relação a Sócrates. Quem vai retomar esse fio da meada que começa com Anaxágoras e passa por Sócrates é Aristóteles, né, que vai, pela primeira vez, assim claramente, falar de um Deus único.
Tá certo? Quando ele fala de outros deuses, é como no Antigo Testamento; são anjos, são substâncias separadas, porque ele acreditava que o universo fosse composto de 55 esferas celestes concêntricas, tendo a Terra no centro como imóvel, e cada uma dessas esferas celestes, e compostas por sua vez dos corpos celestes, eram movidas por anjos. Então, esses são os outros deuses.
Chamava "arcontes", né? Hein, arcontes. Não era ou na Olhe?
Usava outro termo, esses anjos. Não me lembro, não me lembro, mas eram o que nós chamamos anjos. Mas tinha uma função apenas física e cosmológica, né, tão somente.
Bom, mas ele não alcançou o central. O que é o central? É que Deus criou tudo do nada.
Tá? Veja, mostra-se assim como o maior dos filósofos gregos. Levou muito tempo de sua vida e chegou a Deus com defeito.
Tá certo? Por isso é que Deus logo de imediato, tanto na antiga Revelação, no Antigo Testamento, como no Novo, ele dá também a si mesmo. Ele dá-se a si mesmo como matéria de fé, tá?
Então, é isso. Quem melhor chegou foi Aristóteles. Deus, como se mostra na Suma Teológica, ele é o princípio de tudo, ou seja, ele é a causa eficiente de tudo.
Ele é também a causa paradigmática ou exemplar por tudo quanto existe, desde as espécies até os indivíduos, corresponde a ideias dele, assim como a catedral corresponde à ideia de um arquiteto. Tá certo? E é também a causa final, porque a causa do universo é a bondade de Deus.
Tá certo? Aristóteles chegou a duas causas: a eficiente, mas sem criação, e a final, mas não a paradigmática; não chegou a isso. Então, chegou com defeitos, como se diz.
Foi Aristóteles quem fundou a metafísica, porque estamos tratando de metafísica, não de teologia. Eh, fundou, mas a metafísica não saiu da infância. Foi preciso esperar séculos e séculos até chegarmos a Santo Tomás, que retoma Aristóteles, conclui o que ele não concluiu a partir de seus próprios princípios e ainda põe, como um dome, uma cúpula no edifício aristotélico com a doutrina platônica da participação.
Tá? E vai, eh, fundar uma metafísica completamente nova, que posteriormente seria assumida pelo magistério da Igreja, em particular pelas 24 teses tomistas, né, aprovadas por Bento X, eh, encomendadas por São Pio X e aprovadas por Bento X. Aquilo é como a canonização da metafísica de Santo Tomás, né?
Tá? Então, os filósofos gregos eram isso. Mas eles deram um grande salto, né?
Nenhum outro povo na face da Terra, antes de Cristo, foi capaz de fazer o que eles fizeram. E se pensar teologicamente nos gregos, eles estão profetizados por Noé, que profetizou que seu filho mais novo, Jafé, habitariam nas tendas de Sem. De Sem surgiria o judaísmo, semitas, né, enquanto de Jafé vêm os gregos.
Tá? Então, isso. E veja, a imagem vai habitar nas tendas de exatamente a filosofia grega, que foi habitar na Igreja Católica.
Exatamente. É uma belíssima profecia. Né?
Então, é de supor que esses homens tenham tido graças habituais. Áreas para serem o que for. Não estou falando que se salvaram, não se salvaram; quem sou eu para?
Nenhum de nós pode saber. Mas, eh, eles tiveram graças para conseguir coisas. Eles reaprenderam a pensar.
Eles reaprenderam a pensar, enquanto os outros povos não passavam de rebentos de filosofia. Né? Você vê no hinduísmo, tem certos rebentos.
No Egito, certos rebentos entre os caldeus, mas não passa de rebentos. Enquanto na Grécia floresceu mesmo, né? Houve uma floração filosófica, metafísica.
Que, depois de Aristóteles, porém, entra em declínio. Aí você vem com uma série de escolas: dos estóicos, já materialistas, né? Depois vêm os epicuristas, os céticos, os niilistas.
E aí vemos uma decadência que só vai reerguer-se um pouco já no século IV com o neoplatonismo de Plotino. Mas veja, é a última tentativa pagã de negar a doutrina cristã da criação; é a última. Depois dela, não mais.
Tá certo? Eu respondi, lhe respondeu perfeitamente. E Santo Agostinho, frente às provas, ele não deu provas.
Não deu prova, não fez nenhum comentário a respeito de tentar demonstração, nada. Não é? Vejam que parece que Santa não teve contato com as obras, com a metafísica de Aristóteles, só com a sua lógica, as suas obras, o Corpus Lógico, né?
É, as obras lógicas. E ele não avançou nenhuma prova, tá? Ele era muito platônico, e Platão não dá nenhuma prova da existência de Deus, a não ser que você considere que aquelas ideias, o mundo das ideias de Platão, né, tivesse por ápice a Deus, que era a ideia do Uno, do Bem.
Você pode considerar, mas ao mesmo tempo ele falava no demiurgo. O demiurgo era aquele que plasmava o mundo olhando para as ideias, então é inferior às ideias, né? É realmente, metafisicamente falando, a grande contribuição de Santo Agostinho é quanto ao mal, provando que ele não existe, né?
Ele não é algo, é ausência de um bem, né? E isso São Tomás tomou e elaborou lá, mas não contra Deus. E mais que isso, sabe, o Marcelo, a Suma Teológica é o ápice da própria obra de Santo Tomás.
Quem lê a Suma contra os Gentios, a prova da existência de Deus ali é fraca, é titubeante, sabe? Ele ainda hesita. Quando ele chega à Suma Teológica, ele entrega uma coisa enxuta, seca, de difícil assimilação para os modernos, porque os modernos, nós, os modernos, né, houve uma solução de continuidade na maneira de pensar, né?
Isso não, não muito recentemente, desde o século X, desde Guilherme de Ockham com o nominalismo, houve uma ruptura com o modo de pensar mais científico. Tanto que hoje existe uma dicotomia: filosofia versus ciências. Isso jamais passaria pela cabeça de Santo Tomás e de Aristóteles.
Filosofia e ciência são a mesma coisa. A mesma coisa! Física, cosmologia, química, biologia são ramos da filosofia, né?
Mas nós desaprendemos a pensar. Esse é um fato corriqueiro. Não é culpa de ninguém, particularmente.
Nós somos mal-educados, né? Somos mal-formados artisticamente, somos mal-formados. Vivemos num mundo feio, o feio nos oprime.
E também um modo de raciocinar que se transformou em algo assim: a ciência é o matematizar, porque como se trata de coisas físicas, elas são quantificáveis. Mas daí a reduzir tudo a isso não dá, né? Não dá, né?
Então as pessoas hoje negam a coisa porque não a captam, são incapazes de captá-la. E veja, eu não estou falando aqui do alto da minha torre de marfim, não é isso. Eu fui a teu até 48 anos, então sei bem o que é.
Eu participei desse erro, né? Então, todos nós somos um pouquinho filhos do tempo em que vivemos. Sem dúvida nenhuma.
Você acaba de assistir a um corte do Caravelas podcast. Na tela, está aparecendo o episódio completo e outro corte. Muito obrigado pela atenção.
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